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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI - UFVJM

Apostila de Fundamentos de Química

UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI


UFVJM

Departamento de Química

FUNDAMENTOS DE
QUÍMICA

Profa. Cristina Fontes Diniz e Profa. Roqueline Rodrigues Silva

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Apostila de Fundamentos de Química

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Departamento de Química

Profa. Cristina Fontes Diniz e Profa. Roqueline Rodrigues Silva

Prática no 1: Estudos de Sistemas e o Método Científico

1. INTRODUÇÃO

Para muitos alunos este curso pode ser a primeira oportunidade educacional
direcionada a observação e a conduta científica fundamentada no Método Científico.
A forma como o conhecimento em diferentes áreas da Ciência é “construído”
deve ser entendida pelo aluno para que este aprenda a conduta sistemática
normalmente adotada para se obter resultados e, posteriormente, efetuar sua
interpretação.

A boa conduta científica é denominada de Método Científico, o qual prescreve


que todo estudo científico dever ser realizado de forma racional, metódica e
prudente de modo que o mesmo estudo possa ser repetido por executores distintos
e, mesmo assim, este forneça resultados idênticos ou muito próximos. Vale a pena
mencionar, que pequenas discrepâncias na precisão (grau de reprodutibilidade)
referente aos dados empíricos obtidos para um mesmo sistema, podem ser
associadas ao erro aleatório inerente a toda medida experimental.

O profissional (estudante) que trabalha diretamente com a geração de dados,


e/ou na sua interpretação teórica frente a um dado modelo, deve possuir um espírito
crítico e maduro para que sua conduta não esteja sujeita a comportamentos
tendenciosos, evitando assim que suas inferências adentrem no campo das
especulações infundadas. Por exemplo, durante o uso inadequado da equação de

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Clayperon (PV = nRT) é possível que o aluno obtenha valores absurdos para o
volume do gás frente aos valores mensurados de pressão e temperatura.

O aluno deve ficar atento também para a validade de modelos teóricos,


devido ao fato que para contornar situações experimentais de difícil acesso, ocorre
freqüentemente que o cientista faz uso de dados experimentais obtidos de forma
indireta, onde em alguns casos estes são obtidos através da extrapolação em casos
limites dos dados frente a um dado modelo. Por exemplo, o uso da equação de
Debye-Hückel para a determinação do coeficiente de atividade de íons e da equação
de Kohlrausch para a determinação da condutância de eletrólitos em diluição infinita.
Portanto, deve-se sempre avaliar criticamente a origem dos fatos envolvidos, as
limitações encontradas durante a verificação de cada medida experimental, bem
como da relevância dos aspectos teóricos envolvidos. Às vezes, a análise de um
fenômeno verificado em laboratório torna-se muito complexa, e/ou especulativa,
devido a quantidade de inferências teóricas envolvidas, a validade dos dados
experimentais e a confiabilidade dos modelos teóricos utilizados para a interpretação
do fenômeno.

O estudante deve ser portanto capaz de desenvolver ao longo dos cursos


Teóricos e Experimentais da Graduação uma distinção clara entre Fatos, Leis,
Teorias e Modelos. O estudante deve sempre fazer uma reflexão sobre a “verdade
científica” extraída de fatos (evidências empíricas) mesclados com premissas e
considerações teóricas que podem refletir um ponto de vista particular do cientista
ou de um conjunto de pensadores. Devido a estes aspectos, muito freqüentemente
“antigas verdades” são substituídas por “novas verdades” que são mais aceitas pela
comunidade científica. Um exemplo claro disso, é o grande debate que existe sobre
as diferentes teorias propostas para a origem do Universo.

Todo mundo se julga um bom observador, porém, há muito mais para se


observar sobre um sistema sob investigação do que se pensa de início. Para isto, é
preciso concentração, atenção aos detalhes, espírito aberto (não estar predisposto a
certos tipos de conduta tendenciosa – “bias”) e, muitas vezes, simplesmente
paciência.

O cientista procura separar ou isolar, da vizinhança circundante, os materiais


ou espécies que deseja estudar (O SISTEMA), bem como controlar o SISTEMA sob

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investigação a fim de se obter uma boa correlação entre as variáveis controladas


(INDEPENDENTES) e aquelas “fornecidas” pelo SISTEMA (VARIÁVEIS
DEPENDENTES). Portanto, na maioria dos casos, o SISTEMA é investigado como
sendo uma “caixa preta” isolada, onde esta é sujeita a modificações em certas
variáveis que o afetam (Perturbações) e o seu comportamento frente a estas
perturbações (Resposta) é avaliado em diferentes situações. Quanto maior o
número de variáveis exploradas num SISTEMA, maior será o detalhamento sobre o
seu comportamento.

O sucesso de uma observação controlada, ou experimento depende, em


grande parte, do tempo dispensado em refletir sobre observações efetuadas. Seguir
as indicações de uma receita ou de um Protocolo de execução, sem raciocinar ou ter
base teórica, foge as premissas da conduta científica da experimentação. É
necessário comprovar o valor das teorias e conceitos, verificando se elas ajudam a
interpretar as observações experimentais.

Além das observações cuidadosas acerca do sistema estudado, o estudante


(observador) deve criar o hábito de anotar em seu Caderno de Laboratório o
problema a ser investigado, as observações feitas, peculiaridades ocorridas, sua
interpretação pessoal e a análise dos resultados obtidos, bem como a bibliografia
consultada. Este material deve ser suficiente para a elaboração de um Relatório
Científico, o qual deve ser conter: (i) Introdução; (ii) Procedimentos e Equipamentos
utilizados; (iii) Resultados e Discussão, (v) Conclusão e (vi) Referências
Bibliográficas.

2. OBJETIVO

Para verificar o grau de perspicácia científica do aluno, é proposto no


presente trabalho que o aluno seja capaz de fazer uma descrição detalhada dos
fenômenos e mudanças que acompanham uma Vela de cera acesa. Para isso, o
aluno deve observar uma vela apagada e acesa no laboratório, isto é, num lugar
onde as condições podem ser controladas. (Ex. presença ou ausência de
correntes de ar, temperatura invariante, pressão parcial de oxigênio constante, etc.).

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Este experimento é bastante didático, sendo portanto empregado em diversas


Instituições de Ensino Superior.

O objetivo deste experimento é fornecer ao aluno a noção e o significado da


ciência como uma atividade humana de busca do conhecimento para o seu
aprimoramento e a geração de novos conhecimentos. Ensinar que para observar
fenômenos para fins científicos é preciso concentração, paciência e perspicácia.

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Parte A

3.1. Examine cuidadosamente a Vela que lhe foi fornecida, anotando suas
observações (comprimento, diâmetro, cor, dureza, etc.)

3.2. Acenda a Vela e anote o maior número possível de observações que você pode
conseguir, incluindo a chama e todas as suas peculiaridades.

Parte B

3.3. Cubra a Vela com um béquer grande (1 dm 3) e observe. Teste a fina camada de
líquido que aparece no béquer usando uma tira de papel indicador de pH,
previamente fornecido pelo Professor ou pelo Técnico do Laboratório.

3.4. Umideça outro pedaço de papel indicador utilizando uma gota de água destilada
e compare.

3.5. Determine o intervalo de tempo (em segundos), durante o qual, um vela


continua a queimar, quando é recoberta por um béquer de 250 cm 3.

3.6. Repita o procedimento 3.5 utilizando um béquer de 500 cm 3.

Parte C

3.7. Sopre sobre a Vela usando um conta gotas.

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3.8. coloque um frasco erlenmeyer de 250 cm3 sobre a vela acesa conforme item
3.5. Após a chama da Vela se apagar, coloque sobre a mesa, com a boca do frasco
virada para cima e adicione 25 cm3 de água de cal saturada e tampe rapidamente.
Use como controle, outro erlenmeyer de 250 cm3 limpo e também adicione 25 cm3
de água de cal saturada. Agite as duas soluções, até que alguma transformação
ocorra numa das soluções.

3.9. Empregando o conta gotas, sopre dentro do frasco que contém água de cal
saturada.

3.10. Com o auxílio de uma pinça de madeira, segure um tubo de vidro, de


aproximadamente, 8 cm de comprimento por 8 mm de diâmetro, junto à chama da
Vela, de forma que a extremidade fechada fique bem dentro da parte escura da
chama. Depois de alguns segundos, aproxime o fósforo aceso da outra extremidade
do tubo.

3.11. Repita o procedimento 3.10, colocando a extremidade fechada do tubo de


vidro, na parte brilhante da chama.

3.12. Acenda a vela e deixe que ela queime durante meio minuto (30 s). Sopre a
vela e aproxime o palito de fósforo aceso do pavio (até  3 cm), dentro da coluna de
fumo (vapores não aquosos) que sai do mesmo.

3.13. Segure, acima da Vela acesa, um cartão branco, na posição horizontal e


mova-o rapidamente para baixo. Mantenha-o nessa posição, por tempo suficiente,
par que a chama chamusque e apareça uma mancha na parte superior; mas não o
tempo suficiente, para que o cartão entre em combustão. Anote o formato da
mancha no cartão.

3.14. Rape um pouco da fuligem acumulada no tubo de vidro utilizado nos itens 3.10
e 3.11; deixe cair no líquido, que se acumula no alto da vela. Observe o movimento
das partículas de fuligem no líquido.

3.15. Pegue um pedaço de papel alumínio, retangular. Faça um corte até o centro do
papel e coloque-o de maneira que o pavio passe por esta perfuração. A Vela deverá
estar acesa. Mantenha-o nesta posição por  30 s. Observe os resultados.

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3.16. Com um conta gotas, coloque 1 ou 2 gotas de água, na cera derretida,


acumulada em torno do pavio aceso. Observe os resultados.

4. Para a confecção do Relatório redigido à mão, referente a este experimento,


além dos itens exigidos, você deverá responder às seguintes questões:

1. Qual a diferença entre interpretação e observação?

2. Qual a diferença entre observação e inferência?

3. Qual a diferença entre interpretação e inferência?

4. O que significa controlar uma observação?

5. Qual a importância do controle de num experimento científico?

6. Qual a sua conclusão a respeito da Parte B, C e D.

5. Referências Bibliográficas

1. Práticas de Laboratório – Curso de Química Geral. Instituto de Química da


UNICAMP.

2. Práticas de Laboratório do curso de Química Geral. Instituto de Química da UFU.


Autores: Prof. Sandra Terezinha de Farias Furtado e Adjaci Uchoa Fernandes.

3. Discurso do Método. Descartes, René, 1596—1650. Paris.

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PRÁTICA nº 2: INTRODUÇÃO ÀS TÉCNICAS DE LABORATÓRIO

1.OBJETIVO
Apresentação do laboratório bem como algumas normas de segurança;
manuseio de alguns equipamentos básicos de laboratório.

2.NOÇÕES ELEMENTARES DE SEGURANÇA.

Ao iniciar o contato com um laboratório químico, é importante que você


conheça procedimentos de segurança que permitam sua atuação com um mínimo
de riscos.
Com a finalidade de diminuir a freqüência e a gravidade de acidentes em
laboratório, torna-se imprescindível que durante os trabalhos observe-se uma série
de normas de segurança:

 Siga rigorosamente as instruções do Professor;


 Não brinque, fume ou se alimente dentro do laboratório;
 Qualquer acidente, por menor que seja, deve ser imediatamente comunicado ao
professor;
 Nunca trabalhar sozinho no laboratório;
 É obrigação do aluno ao adentrar em um laboratório, que esteja trajando um
jaleco adequado (nunca “shorts”) e sapatos fechados para sua proteção;
 Caso tenha cabelos longos, mantenha-os presos durante a realização dos
experimentos;
 Não deixar os frascos de reagentes destampados e ter o cuidado de repô-los no
mesmo lugar, imediatamente após o uso;
 Nunca deixar frascos contendo solventes inflamáveis (acetona, álcool, éter, por
exemplo) próximos à chama;
 Não aquecer líquidos inflamáveis em chama direta;
 Antes de usar qualquer reagente, ler cuidadosamente o rótulo do frasco para
certificar-se de que aquele é o reagente desejado;
 Se o seu trabalho envolve desprendimento de gases e/ou vapores tóxicos,
efetue-o na câmara de exaustão (capela);
 Ao aquecer um tubo de ensaio contendo solução (ou qualquer outra substância)
nunca aponte-o para si ou para o colega vizinho. O super-aquecimento pode dar
origem à formação brusca de bolhas de vapor com a expulsão do conteúdo de
forma violenta e perigosa;
 Nunca aquecer reagentes de qualquer espécie em sistemas fechados. Deve-se
ter certeza que o sistema está aberto para o meio externo antes de iniciar o
aquecimento;
 Nunca se valha do paladar para identificar alguma substância, a não ser que
receba instrução para isto;
 Quando for testar um produto químico pelo odor, não coloque o frasco sob o
nariz. Desloque com a mão, para a sua direção, os vapores que se desprendem
do frasco;

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 Retirar quantidades mínimas de reagentes dos recipientes. Nunca se deve


recolocar sobras de reagentes nos recipientes originais. Adotando esta regra
você evitará desperdícios e contaminações;
 Ao introduzir tubos de vidro em rolhas, umedeça-os convenientemente e enrole a
peça de vidro num pano para proteger as mãos;
 Ao retirar-se do laboratório, verifique-se se não há torneiras (de água ou gás)
abertas. Desligue todos os aparelhos, deixe todo equipamento e vidrarias limpas
e lave as Mãos.

O trabalho em laboratório exige concentração. Não converse


desnecessariamente, nem distraia seus colegas. TRABALHE COM ATENÇÃO,
MÉTODOLOGIA E CALMA.
Outras normas de segurança serão apresentadas, à medida em que forem
necessárias, no decorrer das experiências que serão realizadas como parte da
disciplina.

3. EQUIPAMENTOS DE LABORATÓRIO.

A execução de qualquer experimento na Química envolve, geralmente, a


utilização de uma variedade de equipamentos de laboratório, com finalidades
específicas. A seguir, são apresentados alguns equipamentos básicos e as
situações em que ele são usados.

3.1. Bico de Bunsen. Utilizado para aquecimentos em geral, excetuando-se para


materiais inflamáveis. A Figura 1 ilustra um tipo de bico de gás, suas partes e as
regiões de uma chama. O bico de Bunsen é um queimador semelhante aos
existentes nos fogões a gás domésticos. O gás comum de cozinha, usado no bico
de Bunsen, consiste de uma mistura contendo principalmente propano e butano e
pode reagir com o oxigênio do ar em reação muito exotérmica, produzindo grande
quantidade de calor.

CnH2n + 2 + (3n+1) O2  nCO2 + (n+1) H2O + calor

Se deixarmos o gás escapar por um furo fino para o ambiente e chegarmos


perto do furo com um fósforo aceso, o calor cedido pela chama do fósforo provocará
o início da reação; a partir daí a reação se mantém sozinha, pois o calor que ela
mesma gera é suficiente para mantê-la. No entanto, nestas condições, não ocorre
combustão completa do gás: forma-se muito carbono (em forma de fuligem) que
deposita em qualquer objeto que for colocado na chama, deixando-o negro de

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fuligem; essas partículas que não se queimam ficam incandescentes na chama,


deixando-a amarelada e muito luminosa (chama de vela).
Para que ocorra a combustão completa (e assim evitando a fuligem e obtendo
mais calor) é necessário a mistura do gás com um pouco de ar antes que ele se
queime. No bico de Bunsen (veja Figura 1), isto é conseguido da seguinte maneira:
o gás é injetado por um orifício fino, que fica na base do tubo vertical, provocando
um fluxo para cima ao longo do tubo. Um anel de metal, também com furos que
coincidem com as janelas é colocado por fora do tubo para que, girando esse anel,
possamos abrir e fechar as janelas, regulando assim a quantidade de ar que se
mistura ao gás (naturalmente, quando você for girar o anel, deve colocar os dedos
de forma a não fechar as janelas com os dedos, pois senão fica impossível regular o
ar).

Ao sair no topo do tubo, o gás já estará misturado com um pouco de ar, de


forma que queimará com a chama azul, quente e pouco luminosa e não depositará
fuligem nos objetos aquecidos. A região mais quente da chama é a região dentro do
“cone” externo e um pouco acima do extremo superior do “cone” interno.

A regulagem do ar deve ser feita de forma que toda a chama fique azul,
exceto uma pequena região no topo do “cone” interno, que deve ficar levemente
amarelada. Neste ponto, se você deixar entrar mais ar, a ponta do cone interno fica
azul, mas começa a ficar irregular, espalhando-se um pouco e oscilando; a chama
começa a “soprar” (faz um ruído, como um sopro) e torna-se instável (apaga com
facilidade) e um pouco menos quente.
No interior do tubo vertical do bico de Bunsen, mesmo o gás já ter se
misturado com um pouco de ar, a chama não retrocede e não começa a queimar
dentro do tubo. Isto é porque a proporção de ar/gás no interior do tubo não é
apropriada para isso, mas mesmo que fosse, as chamas não atravessam com
facilidade furos relativamente pequenos se o material que o forma os furos estiver
frio.

Figura 1: Bico de Bunsen e regiões da chama.

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3.2.Pipetas. São instrumentos delicados e precisam de cuidados nas operações. Há


dois tipos principais de pipetas: volumétricas, que podem medir apenas um volume
determinado e graduadas, que possuem uma escala, permitindo medidas de vários
volumes diferentes. A princípio seria mais simples usar apenas as pipetas
graduadas, pois permitem medir maior variedade de volumes. Ocorre, que as
pipetas volumétricas são mais precisas e não devem ser dispensadas por isso.
Há dois tipos de pipetas em uso atualmente: de esgotamento total e de
esgotamento parcial. Os fabricantes freqüentemente usam faixas coloridas na parte
superior da pipeta; uma faixa mais larga é o “código de cor”, indicando o volume da
pipeta pela cor; outras faixas mais estreitas e da mesma cor da larga (ou de cor
diferente em algumas vezes), indicam se a pipeta é de esgotamento parcial (1 faixa
estreita, logo acima da faixa de código) ou de esgotamento total (duas faixas
estreitas colocadas mais acima). A Figura 2 ilustra o que foi dito acima.

Esgotamento total Esgotamento parcial


(assoprar até a última gota)

Duas faixas na
parte superior
1 faixa acima do código,
Faixa código de cor
da mesma cor do código
(indica o volume)

Figura 2: Pipetas e suas faixas.

Não há necessidade de memorizar essa questão de “1 faixa ou 2 faixas”


porque um exame direto da pipeta lhe dirá claramente a que tipo ela pertence.
Observe a Figura 3, a pipeta volumétrica de 25,00 cm 3, à direita só pode ser de
esgotamento total, pois tem apenas uma marca de calibração e não há marca para
indicar onde parar o escoamento. Compare também as duas pipetas graduadas da
Figura 3 para ver como percebe-se logo qual é de esgotamento total e qual é de
esgotamento parcial, sem precisar sequer olhar para as faixas coloridas.

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Figura 3: Pipetas de esgotamento total e parcial.

Para operar efetivamente uma pipeta, devemos usar uma peça de borracha
chamada de pipetador de griffin, mas entre nós é mais conhecida como pró-pipeta
(veja Figura 4), sempre que o líquido (a ser pipetado) seja muito tóxico, corrosivo ou
que libera vapores tóxicos. Líquidos moderadamente tóxicos também devem ser
pipetados com pró-pipeta por operadores ainda inexperientes. Mesmo operadores
que se consideram muito experientes e capazes, só podem operar pipetas com a
boca após certificarem de que estão próximos a uma pia, de que a torneira da
mesma está funcionando, de que o caminho para a pia esteja desimpedido, etc. de
forma que, se necessário, possam lavar a boca em poucos segundos, reduzindo
assim os maus efeitos de uma entrada acidental de líquido em sua boca.

Quando o líquido é inócuo (como água, por exemplo) não há perigo em


pipetar com a boca. Aspira-se até o líquido passar a marca desejada; retira-se a
pipeta de dentro da boca e tampa-se rapidamente a pipeta com o dedo indicador.

Figura 4: Pipetador de griffin ou pró-pipeta.

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Escoamento e retenção. Instrumentos volumétricos que funcionam com


escoamento de líquidos (como pipetas e buretas) exigem cuidados nas operações,
para evitar erros de medida devido à retenção dos líquidos em suas paredes durante
o escoamento. Ao esvaziar uma pipeta, deixando-se o líquido escorrer muito
rapidamente, uma quantidade considerável de líquido ficará retida nas paredes,
introduzindo erro nas medidas. Por isso, o uso de pipetas e buretas requer um
escoamento do líquido com uma velocidade moderada.

Medida de volume de líquidos (menisco). Ao se colocar um determinado líquido


em um recipiente para efetuar a medida de seu volume, a linha divisória entre o
líquido e o ar denomina-se menisco e é utilizada como referência para a leitura do
volume. Para a maioria dos líquidos, o menisco apresenta um mínimo na região
central do aparelho de medida. Isto ocorre devido à superioridade das forças
adesivas (líquido-recipiente) em relação às forças coesivas (líquido-líquido). Se o
líquido for transparente, deve-se utilizar o ponto de mínimo para efetuar a leitura. Se
for opaco, utiliza-se a parte superior.
Nos casos em que as forças coesivas (líquido-líquido) são maiores que as
forças adesivas (líquido-recipiente) o menisco apresenta um ponto de máximo, o
qual deve ser utilizado como referência para a leitura.
Para efetuar a leitura do volume de um líquido, procure sempre posicionar-se
de modo que a sua linha de visão fique, em relação à superfície do líquido, como
ilustrado na Figura 5. Este procedimento evita erros de leitura decorrentes de um
mal posicionamento de seu olho em relação à altura do menisco do líquido.

Figura 5: Modo correto de se ler o volume de um líquido: Linha de visão horizontal à


superfície do líquido.

A Figura 6 ilustra parte da escala de uma pipeta graduada de 10,00 cm 3, cuja


menor divisão é 0,1 cm3, onde o menisco está localizado entre 6 e 7 cm 3. Poderia
dizer que o volume é de 6,44, 6,45 ou até mesmo 6,46 cm 3, de modo que não se
tem a certeza a respeito do último algarismo. Nota-se então que o último algarismo é
duvidoso e a sua avaliação, através de subdivisões, varia de pessoa para pessoa e
caracteriza um erro.

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Figura 6: Visão expandida de parte da escala de uma pipeta de 10,00 cm 3; o


menisco está entre 6,40 e 6,50 cm3.

3.3.Balança Analítica. A balança analítica é um dos instrumentos de medida mais


usados no laboratório e dela dependem basicamente todos os resultados analíticos.

As balanças analíticas modernas, que podem cobrir faixas de precisão de leitura da


ordem de 10 µg a 0,1 mg, já estão bastante aperfeiçoadas a ponto de dispensarem o
uso de salas especiais para a pesagem. Mesmo assim, o simples emprego de
circuitos eletrônicos não elimina as interações do sistema com o ambiente. Destes,
os efeitos físicos são os mais importantes, pois não podem ser suprimidos.

As informações contidas neste texto visam indicar os pontos mais importantes


a serem considerados nas operações de determinação de massas.

Quando o mostrador da balança ficar instável, seja por variação contínua da


leitura para mais ou para menos ou simplesmente se a leitura estiver errada.
ATENÇÃO: Você estará observando influências físicas indesejáveis sobre a
operação, sendo que as mais comuns são:

a) TEMPERATURA.

Efeito Observado: O mostrador varia constantemente em uma direção.

Motivo: A existência de uma diferença de temperatura entre a amostra e o ambiente


da câmara de pesagem provoca correntes de ar. Estas correntes de ar geram forças
sobre o prato de pesagem fazendo a amostra parecer mais leve (chamada flutuação
dinâmica). Este efeito só desaparece quando o equilíbrio térmico for estabelecido.
Além disso, o filme de umidade que cobre qualquer amostra, e que varia com a

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temperatura, é encoberto pela flutuação dinâmica. Isto faz com que um objeto frio
pareça mais pesado ou um objeto mais quente mais leve.

Medidas corretivas:

 Nunca pesar amostras retiradas diretamente de estufas, muflas, ou


refrigeradores.
 Deixar sempre a amostra atingir a temperatura do laboratório ou da câmara de
pesagem.
 Procurar sempre manusear os frascos de pesagens ou as amostras com pinças.
Se não for possível, usar uma tira de papel.
 Não tocar a câmara de pesagem com as mãos.
 Usar frascos de pesagem com a menor área possível.

b) HIGROSCOPIA E VAPORIZAÇÃO.

Efeito Observado: O mostrador indica leituras que aumentam ou diminuem,


continua e lentamente.

Motivo: Ganho de massa devido a uma amostra higroscópica (ganho de umidade


atmosférica) ou perda de massa por evaporação de água ou de substâncias voláteis.

Medidas corretivas:

 Usar frascos de pesagem limpos e secos e manter o prato de pesagem sempre


livre de poeira e/ou gotas de líquidos.
 Usar frascos de pesagem com gargalo estreito.
 Usar tampas ou rolhas nos frascos de pesagem.

c) ELETROSTÁTICA.

Efeito Observado: O mostrador da balança fica instável e indica massas diferentes


a cada pesagem da mesma amostra. A reprodutibilidade dos resultados fica
comprometida.

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Motivo: O seu frasco de pesagem está carregado eletrostaticamente. Estas cargas


formam-se por fricção ou durante o transporte dos materiais, especialmente os pós e
grânulos. Se o ar estiver seco (umidade relativa menor que 40%) estas cargas
eletrostáticas ficam retidas ou são dispersadas lentamente. Os erros de pesagem
acontecem por forças de atração eletrostáticas que atuam entre a amostra e o
ambiente. Se a amostra e o ambiente estiverem sob o efeito de cargas elétricas de
mesmo sinal [+ ou -] ocorrem repulsões, enquanto que sob o efeito de cargas
opostas [+ e -], observam-se atrações.

Medidas corretivas:

 Aumentar a umidade atmosférica com o uso de um umidificador ou por ajustes


apropriados no sistema de ar condicionado (umidade relativa ideal: 45-60%).
 Descarregar as forças eletrostáticas, colocando o frasco de pesagem em um
recipiente de metal, antes da pesagem
 Conectar a balança a um "terra" eficiente.

d) MAGNETISMO.

Efeito Observado: Baixa reprodutibilidade. O resultado da pesagem de uma


amostra metálica depende da sua posição sobre o prato da balança.

Motivo: Se o material for magnético (ex.: ferro, aço, níquel, etc.) pode estar
ocorrendo atração mútua com o prato da balança, criando forças que levam a uma
medida errônea.

Medidas corretivas:

 Se possível, desmagnetize as amostras ferromagnéticas.


 Como as forças magnéticas diminuem com a distância, separar a amostra do
prato usando um suporte não-magnético (ex: um béquer invertido ou um suporte de
alumínio).
 Usar o gancho superior do prato da balança, se existir.

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e) GRAVITAÇÃO.

Efeito Observado: As pesagens variam de acordo com a latitude. Quanto mais


próximo do equador maior a força centrífuga devido à rotação da Terra, que se
contrapõe à força gravitacional. Desta forma, a força peso atuando sobre uma
massa é maior nos pólos que no equador. As pesagens dependem também da
altitude em relação ao nível do mar (mais exatamente, em relação ao centro da
Terra). Quanto mais alto, menor a atração gravitacional, que decresce com o
quadrado da distância.

Medidas corretivas:

 Pesagens diferenciais ou comparativas ou de precisão, efetuadas em diferentes


latitudes ou altitudes (ex.: no térreo e em outros andares de mesmo prédio) devem
ser corrigidas.

r2
m  t m
k (r  h)2 s
t

ms = massa medida ao nível do solo.


rt = raio da Terra (~ 6.370 km).
h = altura do local onde se fez a medida de massa.
mk = massa medida a uma altura (h), em relação ao nível do solo.

f) EMPUXO.

Efeito Observado: O resultado de uma pesagem feita em ar não é o mesmo que no


vácuo.

Motivo: Este fenômeno é explicado pelo princípio de Arquimedes, segundo o qual


"um corpo experimenta uma perda de peso igual ao peso da massa do meio por este
deslocado". Quando materiais muito densos (ex.: Hg) ou pouco densos (ex.: água)
são pesados, correções devem ser feitas, em favor da precisão.

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Medidas corretivas:

 Pesagens diferenciais ou comparativas ou de muita precisão, efetuadas em dias


diferentes, devem sempre ser corrigidas com relação ao empuxo, levando-se em
conta a temperatura, a pressão e a umidade atmosféricas. Os trabalhos comuns de
laboratório geralmente dispensam estas medidas.

4. OUTRAS VIDRARIAS.

ALMOFARIZ COM PISTILO


Usado na trituração e pulverização de sólidos.

BALÃO DE FUNDO CHATO


Utilizado como recipiente para conter líquidos ou soluções, ou mesmo, fazer reações
com desprendimento de gases. Pode ser aquecido sobre o TRIPÉ com TELA DE
AMIANTO.

BALÃO DE FUNDO REDONDO


Utilizado principalmente em sistemas de refluxo e evaporação a vácuo, acoplado a
um ROTAEVAPORADOR.

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BALÃO VOLUMÉTRICO
Possui volume definido e é utilizado para o preparo de soluções em laboratório.

BECKER
É de uso geral em laboratório. Serve para fazer reações entre soluções, dissolver
substâncias sólidas, efetuar reações de precipitação e aquecer líquidos. Pode ser
aquecido sobre a TELA DE AMIANTO.

BURETA
Aparelho utilizado em análises volumétricas.

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CADINHO
Peça geralmente de porcelana cuja utilidade é aquecer substâncias a seco e com
grande intensidade, por isto pode ser levado diretamente ao BICO DE BUNSEN.

CÁPSULA DE PORCELANA
Peça de porcelana usada para evaporar líquidos das soluções.

CONDENSADOR
Utilizado na destilação, tem como finalidade condensar vapores gerados pelo
aquecimento de líquidos.

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DESSECADOR
Usado para guardar substâncias em atmosfera com baixo índice de umidade.

ERLENMEYER

Utilizado em titulações, aquecimento de líquidos e para dissolver substâncias e


proceder reações entre soluções.

FUNIL DE BUCHNER
Utilizado em filtrações a vácuo. Pode ser usado com a função de FILTRO em
conjunto com o KITASSATO.

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FUNIL DE SEPARAÇÃO
Utilizado na separação de líquidos não miscíveis e na extração líquido/líquido.

FUNIL DE HASTE LONGA


Usado na filtração e para retenção de partículas sólidas. Não deve ser aquecido.

KITASSATO
Utilizado em conjunto com o FUNIL DE BUCHNER em FILTRAÇÕES a vácuo.

PROVETA OU CILINDRO GRADUADO


Serve para medir e transferir volumes de líquidos. Não pode ser aquecida.

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TUBO DE ENSAIO
Empregado para fazer reações em pequena escala, principalmente em testes de
reação em geral. Pode ser aquecido com movimentos circulares e com cuidado
diretamente sob a chama do BICO DE BÜNSEN.

VIDRO DE RELÓGIO
Peça de Vidro de forma côncava, é usada em análises e evaporações. Não pode ser
aquecida diretamente.

ANEL OU ARGOLA
Usado como suporte do funil na filtração.

ESTANTE PARA TUBO DE ENSAIO


É usada para suporte de os TUBOS DE ENSAIO.

GARRA DE CONDENSADOR
Usada para prender o condensador à haste do suporte ou outras peças como
balões, erlenmeyers etc.

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PINÇA DE MADEIRA
Usada para prender o TUBO DE ENSAIO durante o aquecimento.

PINÇA METÁLICA
Usada para manipular objetos aquecidos.

PISSETA OU FRASCO LAVADOR


Usada para lavagens de materiais ou recipientes através de jatos de água, álcool ou
outros solventes.

SUPORTE UNIVERSAL
Utilizado em operações como: Filtração, Suporte para Condensador, Bureta,
Sistemas de Destilação etc. Serve também para sustentar peças em geral.

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TELA DE AMIANTO
Suporte para as peças a serem aquecidas. A função do amianto é distribuir
uniformemente o calor recebido pelo BICO DE BUNSEN.

TRIPÉ
Sustentáculo para efetuar aquecimentos de soluções em vidrarias diversas de
laboratório. É utilizado em conjunto com a TELA DE AMIANTO

5.PARTE EXPERIMENTAL

5.1. Material e Reagente.

1 bico de Bunsen

1 tela de amianto

1 balança analítica

1 béquer de 50 cm3

1 espátula

1 pipeta volumétrica de 25,00 cm3

1 bureta de 25,00 cm3

cloreto de sódio (NaCl)

álcool etílico comercial

água destilada

caixa de fósforo

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5.2. Bico de Bunsen: Pegar uma tela de amianto e colocar uma das partes da tela
sem amianto e encostar no topo do tubo de um bico de Bunsen apagado. Ligar o
gás e acender o bico de Bunsen, conforme o procedimento descrito abaixo. Levantar
a tela lentamente em relação ao tubo do bico de Bunsen. Observar o
comportamento da chama acima e abaixo da tela.

Para acender um bico de Bunsen, procede-se do seguinte modo:

a) fecha-se completamente a entrada de ar no bico;

b) abre-se lentamente a válvula de alimentação de gás e aproxima-se lateralmente a


chama de um fósforo, obtendo assim uma chama grande e luminosa;

c) abre-se lentamente a entrada de ar até que a chama fique completamente azul.

5.2. Balança: Disponha de uma balança analítica e um béquer de 10 cm 3.


Determine a massa do béquer e anote-a. Em seguida coloque uma ponta de
espátula de cloreto de sódio (NaCl) e anote a massa total. Com o valor da massa
total e da massa do béquer, calcule a massa de NaCl adicionada ao béquer.
Disponha estes cálculos no relatório.

5.3. Pipetas: Dispor de uma pipeta volumétrica de 25,00 cm 3 e encher com álcool
etílico comercial observando a posição do menisco na marca de calibração da
pipeta. Em seguinda, deixar escorrer o volume pipetado bem rápido (abrir totalmente
o topo), mas sem esgotar todo o volume. Para isto, tampar novamente o topo da
pipeta com o dedo. Observar o nível do álcool no primeiro instante e acompanhar o
mesmo por alguns segundos. Por que há elevação do nível do álcool pela pipeta?

5.4. Buretas: Dispor de uma bureta de 25,00 cm 3, prendendo-a no suporte


universal. Fechar a torneira da bureta e, com o auxílio de um pequeno funil, encher a
mesma com água até um pouco acima da marca zero de calibração. A marca zero
da bureta está no topo, pois sua escala é feita para medir o volume de líquido
escoado. Colocar um béquer sob o bico da bureta e abra a torneira, deixando escoar
o líquido rapidamente sem esgotá-lo e fechar novamente. esta operação tem a
finalidade de encher o bico da bureta logo abaixo da torneira bureta de modo que
não contenha bolhas de ar. Repetir a operação de abrir e fechar a torneira se
necessário de modo a não conter nenhuma bolha na bureta. Se o nível da água no
interior da bureta estiver abaixo da marca zero de volume. por mais um pouco de

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água até passar a marca do zero. Acertar o menisco. Escoar volumes de 5,00 em
5,00 cm3, observado o modo correto de realizar a operação como mostrado na figura
7.

Figura 7. Manuseio da bureta.

6. ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS

Algarismos Significativos é todo algarismo onde tem-se os algarismos


corretos (obtidos através de uma medição) mais o algarismo duvido avaliado pelo
observador, não importando a posição da vírgula. Por exemplo, se o observador
acha que o volume na Fig. 6 é V = 6,45 mL, o seu resultado possui três algarismos
significativos, onde os dígitos 6 e 4 são conhecidos com certeza e o dígito 5 é o
algarismo duvidoso (estimados).

O algarismo duvidoso está sempre na casa decimal onde está localizado o


limite de erro do equipamento de medida utilizado. Por exemplo, como o limite de
erro de uma proveta corresponde à metade de sua menor divisão (ver Fig. 6), este
limite é de 0,05 mL. Por isso que no caso do volume de 6,45 mL o dígito 5
corresponde ao algarismo duvidoso. Já no caso de um valor de massa de 3,4583 g,
medido numa balança analítica com erro de 0,0001 g (sua menor divisão), os dígitos
3, 4, 5 e 8 são conhecidos com certeza, sendo o algarismo 3 o duvidoso (estimado).

Portanto, um volume de 20 mL medido numa vidraria calibrada deve ser


expresso como:

a) 20,00 mL se a menor divisão na escala for 0,1 mL;

b) 20,0 mL se a menor divisão na escala for de 1 mL.

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Outros Exemplos:

Medida: 0,0062 g  6,2 x 10-3 g, sendo, portanto, a medida constituída de 2


algarismos significativos.

Analogamente:

0,62000 g  6,2000 x 10-1 g (5 algarismos);

33,0245 g  3,30245 x 101 g (6 algarismos);

20,010 g  2,0010 x 101 g (5 algarismos).

Importante: zeros dispostos à esquerda de um número não são significativos,


enquanto que os zeros colocados à direita somente são significativos se forem
resultados de uma medida. Portanto, a medida de 2 mL pode ser escrita como 0,002
L que, também, contém somente uma algarismo significativo, visto que podemos
representá-lo em notação científica por 2 x 10-3 L. Assim, os zeros à esquerda nada
mais são do que o fator de conversão de mL para L, não tendo relação com a
precisão da medida.

6.1. Operações com Algarismos Significativos

a) Soma e Subtração

6,3 g + 4,17 g = 10,47 g. No entanto, o resultado correto da soma é 10,5 visto que o
número 6,3 apresenta a menor ordem decimal.

b) Multiplicação e Divisão

25,0 mL x 0,1000 x 10-3 M = 2,50 x 10-3 mols, visto que o resultado neste caso
deverá conter tantos algarismos significativos quanto estiverem expressos no
componente com menor número de algarismos significativos.

13,428 x (6,290,14356) = 0,923566 = 0,92

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

1. Constantino, M.G; Donate, P.M., Apostila de Fundamentos de Química


Experimental, Departamento de Química, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras
de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2002.

2. Silva, R.R., Bocchi, N.; Rocha-Filho, R.C., Introdução à Química Experimental,


São Paulo, McGraw-Hill, 1990.

3. PEQ-Projetos de Ensino de Química, Experiências de Química, São Paulo,


Editora Moderna, 1979.

4. Russell, J.B., Química Geral, Trad. De Márcia Guekezian et al., São Paulo,
Makron Books, 1994.

Estudo dirigido nº1: Introdução às técnicas de laboratório

1) Quais são as normas elementares de segurança a serem adotadas de modo


a diminuir a frequência e qa gravidade de acidentes em laboratório?

2) Como se prepara uma solução diluída de ácido forte?

3) O que significa capela na linguagem do laboratório?

4) Um balão volumétrico pode ser aquecido diretamente na chapa elétrica? Por


que?

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Experimento n0 2: Propriedades Funcionais

1 – INTRODUÇÃO

Propriedades das substâncias são as qualidades características que


possuem. Quando estão relacionadas com a participação de substância em reações
químicas são denominadas propriedades químicas. Reações químicas são
processos que convertem substâncias em outras substâncias. Quando um grupo de
substâncias diferentes apresenta propriedades químicas semelhantes são
denominadas uma função química. Ácidos e bases são exemplos de funções
químicas.

2 – OBJETIVO

Estudo de soluções de ácidos e bases e de suas reações em solução aquosa.

3 – MATERIAIS A SEREM UTILIZADOS

 Estante com tubos de ensaio;

 Béquer de 10 mL;

 Espátula;

 Conta gotas;

 Bastão de vidro;

 Papel de tornassol;

 Proveta de 10 mL;

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 Indicadores ácido-base : fenolftaleína e alaranjado de metila;

 Soluções de: HCl, NaOH, NH3 e CH3COOH;

 Carbonatos sólidos.

4 – PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Primeiro Ensaio: Faça os testes abaixo indicados com as soluções disponíveis


(exceto os indicadores ácido-base) e anote cuidadosamente suas observações.

A – Adicione duas gotas do indicador fenolftaleína à solução e observe a cor


resultante.

B – Repita o mesmo procedimento para o alaranjado de metila.

C – Pingue, com o auxílio de um bastão de vidro, uma gota de solução sobre um


papel de tornassol. Observe a cor resultante.

Segundo Ensaio: Coloque num tubo de ensaio aproximadamente 1 mL de solução


de uma das bases. Adicione 2 gotas do indicador fenolftaleína e em seguida
adicione gota a gota a solução de um ácido até notar alguma mudança. Adicione
novamente mais base. O que se observa?

Repita o ensaio usando outros ácidos ou bases, generalize suas conclusões.

Terceiro Ensaio: Coloque 2 a 3 mL da solução a ser testada dentro de um tubo de


ensaio que contenha uma pequena quantidade de carbonato de sódio. Observe.

Repita o teste para todos os carbonatos disponíveis.

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Estudo dirigido nº 2

1) O que são ácidos e bases de Lewis segundo as visões de Arrhenius,


Bronsted-Lowry e Lewis?

2) Qual o tipo de ração química ocorre quando reagimos um ácido com uma
base? /que tipo de composto químico resulta desta reação? Escreva as
reações químicas envolvidas.

3) O que é um indicador ácido-base? Como um indicador ácido-base é útil


quando da reação de um ácido com uma base?

4) O que quer dizer “zona de viragem” de um indicador ácido-base? Dê


exemplos de indicadores ácido-base com suas respectivas zonas de viragem.

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Experimento n0 3: Determinação da Densidade de Sólidos e Líquidos

1 – INTRODUÇÃO

As propriedades dos materiais são agrupadas em químicas e físicas. As


propriedades químicas descrevem uma transformação química, tal como a interação
de uma substância com outra, ou a transformação de uma substância em outra. As
propriedades físicas não envolvem qualquer mudança na composição ou identidade
da substância, isto é, são propriedades que podem ser observadas e medidas sem
modificação de sua composição. As propriedades físicas podem ser classificadas
como extensivas ou intensivas. As propriedades extensivas são diretamente
proporcionais à quantidade de matéria da substância presente da amostra, enquanto
que as intensivas independem da quantidade de matéria. Temperatura (T), pressão
(P), cor e densidade (d) são propriedades intensivas, enquanto que massa (m) e
volume (V) são propriedades extensivas. É importante ressaltar que uma
propriedade extensiva pode ser convertida em uma propriedade intensiva de duas
maneiras : 1) dividindo-se a propriedade extensiva pela quantidade de matéria ou 2)
dividindo-se por outra propriedade extensiva - usualmente massa ou volume. Por
exemplo, a densidade, que é uma propriedade intensiva, é dada pela razão
massa/volume.

A densidade absoluta ( ) de uma substância é definida como a relação entre


a sua massa e o seu volume :

A densidade absoluta é também uma propriedade específica, isto é, cada substância


pura tem uma densidade própria, que a identifica e a diferencia das outras
substâncias.

A densidade é uma propriedade física importante e pode ser utilizada para


distinguir um material puro de um impuro (ou de ligas desse metal), pois a densidade
dos materiais que não são puros (misturas) é uma função da sua composição. Ela
também pode ser utilizada na identificação e no controle de qualidade de um
determinado produto industrial, bem como ser relacionada com a concentração de
soluções.

A densidade de um sólido pode ser determinada pesando-o cuidadosamente


e em seguida determinando seu volume. Se o sólido apresentar uma forma irregular
(o que torna impossível medir suas dimensões), o volume poderá ser determinado
utilizando um método de deslocamento. Basicamente, determina-se a massa de

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uma amostra do sólido e então transfere-se quantitativamente essa massa para um


instrumento volumétrico graduado apropriado (ex: proveta ou bureta), parcialmente
cheio com água (ou em algum líquido no qual o sólido não flutue). O sólido
deslocará um volume de líquido igual ao seu volume. Assim, ao anotar a posição do
menisco antes e depois da adição do sólido, o volume poderá ser deduzido.

A densidade dos líquidos pode ser determinada analogamente à densidade


dos sólidos, medindo-se a sua massa e determinando-se o seu volume. Entretanto,
no caso dos líquidos, uma alteração relativamente pequena na temperatura pode
afetar consideravelmente o valor da densidade, enquanto que a alteração de
pressão tem que ser relativamente alta para que o valor da densidade seja afetado.

2 – OBJETIVO

Determinar a densidade de sólidos e líquidos em laboratório e verificar sua


correlação com os valores tabelados para estes materiais.

3 – MATERIAIS A SEREM UTILIZADOS

Os materiais necessários para esse experimento são:

Balança analítica.

Uma proveta de 100,0mL.

Um béquer de 100,0mL.

Balão volumétrico de 50,0mL.

Uma pisseta.

Água destilada.

Pregos (de ferro ou de aço).

Parafusos (de latão).

Leite integral ou desnatado.

Termômetro

Tiras de papel higiênico

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4 – PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Medidas da densidade de sólidos utilizando uma proveta

Neste experimento você trabalhará com diferentes metais os quais apresentarão


diferentes formas. O objetivo é que você determine a densidade de cada amostra
utilizando uma proveta e que, posteriormente, se faça uma comparação entre os
resultados obtidos e uma tabela de densidades conhecidas.

Pese aproximadamente 50,000g de pregos (ou parafusos) e anote sua massa. Com
o auxílio de uma pisseta, coloque água destilada na proveta até aproximadamente a
metade de sua capacidade total. Ajuste o menisco e anote o volume.

Introduza o(s) prego(s) na proveta (sugestão: incline a proveta num ângulo de


aproximadamente 30° ao introduzir a amostra, para evitar o impacto entre a amostra
e o fundo da proveta e para impedir que parte da água destilada espirre para fora).

Anote o novo volume. (sugestão: anote o novo volume após bater levemente na
lateral da proveta algumas vezes para eliminar bolhas de ar que eventualmente
tenham ficado retidas na superfície da amostra).

Meça a diferença entre o volume inicial e o volume final, esta medida fornecerá o
volume da amostra.

Com os resultados obtidos acima, calcule a densidade da amostra.

Compare a densidade calculada para o prego com a Tabela 1.

Repita a operação para as demais amostras, anotando os valores encontrados para


cada uma delas na Tabela 3.

Tabela 1 - Densidades aproximadas de algumas substâncias.

Substância d/(g cm-3) Substância d/(g cm-3) Substância d/(g cm-3)

Álcool 0,79 Ouro 19,3 Porcelana 2,4

Alumínio 2,7 Ferro 7,9 Prata 10,5

Latão 8,4 Mercúrio 13,6 Aço Inoxidável 7,9

Cobre 8,9 Níquel 8,9 Água 1,0

Vidro 2,6 Platina 21,4 Estanho 7,26

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Medidas da densidade de líquidos utilizando o balão volumétrico

A determinação da densidade do leite

Por que o leite? Desde o nascimento do ser humano, o leite apresenta-se quase
indissociável de sua alimentação. A melhoria na qualidade de vida do ser humano é
ressaltada pela vital necessidade de se ter alimentos saudáveis. O leite é constituído
principalmente por água, gordura, vitaminas, proteínas, enzimas, lactose e
substâncias minerais. A Tabela 2 apresenta a composição média do leite de vaca. A
densidade do leite varia entre 1,023 g mL-1 e 1,040 g mL-1, a 15°C. O valor médio é
1,032 g mL-1. O leite com alto teor de gordura apresenta maior densidade em
relação ao leite com baixo teor de gordura.

Tabela 2 - Composição média do leite de vaca.

Constituinte Teor/(g kg-1) Variação/(g kg-1)

Água 873 855 - 887

Lactose 46 38 - 53

Gordura 39 24 - 55

Proteínas 32,5 23 - 44

Substâncias minerais 6,5 5,3 - 8,0

Ácidos orgânicos 1,8 1,3 - 2,2

Outros 1,4 -----

Em um béquer de 100,0 mL limpo e seco, coloque aproximadamente 70,0 mL de


leite. Aguarde 10 minutos para que se atinja o equilíbrio térmico à temperatura
ambiente. Com o auxílio de um termômetro de mercúrio, meça a temperatura do
leite. Anote a temperatura medida.

Pese cuidadosamente o balão volumétrico vazio e seco. Anote sua massa. Utililize
um pedaço de papel para carregar o balão volumétrico.

Coloque o leite no balão volumétrico e ajuste o menisco. Caso tenha derramado


algum leite na parte externa do balão volumétrico enxugue-o externamente com
papel higiênico. Utilize um pedaço de papel para carregar o balão volumétrico.

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Atenção: É importante tomar cuidado ao encher o balão volumétrico com o leite para
não haver formação de bolhas, pois isto acarretaria erros nos resultados.

Pese o balão volumétrico com leite. Anote a massa. Utilize um pedaço de papel
para carregar o balão volumétrico.

Repita a pesagem mais duas vezes retirando o balão volumétrico da balança a


cada pesagem. Anote a massa. Após estas pesagens meça novamente a
temperatura do leite. Anote este valor de temperatura. Atenção! Procure realizar esta
operação o mais delicada e rapidamente possível, para não sujar ou engordurar as
paredes externas do balão volumétrico e para evitar que o líquido mude de
temperatura com relação à ambiente.

A diferença entre essa massa e a massa do balão volumétrico vazio permitirá


determinar a massa de leite contida no balão volumétrico.

Complete a Tabela 4 com os dados obtidos e determine a densidade do leite.

As possíveis fontes de erros do método são:

Evaporação do líquido durante a pesagem.

Absorção de umidade ambiente na superfície do frasco durante a pesagem.

Flutuações de temperatura.

Presença de bolhas de ar.

5 – RESULTADOS OBTIDOS

Densidade de sólidos

Medidas da densidade de sólidos utilizando a proveta

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Tabela 3 - Resultados referentes à determinação da densidade de sólidos.

Amostra Massa/g V. Inicial/mL V. Final/mL V. Desloc./mL d/(g mL-1)

Ferro . . . . .

Aço Inoxidável . . . . .

Latão . . . . .

Medidas da densidade de líquidos utilizando um balão volumétrico

Tabela 4 - Resultados referentes ao leite

Grandeza Representação Resultado

Massa do balão vazio mBV .

Massa do balão com leite mBL .

Massa do leite mLeite = (mBL) - (mBV ) .

Volume do leite Vleite

Densidade do leite d Leite .

T1 antes da pesagem
Temperatura do leite .
T2 depois da pesagem

6 – TÓPICOS PARA DISCUSSÃO NO RELATÓRIO

Compare os valores calculados da densidade para sólidos e líquidos com os


valores teóricos mostrados na Tabela 1 e relatados para o leite. Em cada caso,
calcule o erro porcentual relativo em relação ao valor teórico previsto. Explique o
porquê desta diferença nos valores da densidade.

Você acha viável determinar a densidade de sólidos e líquidos utilizando as


vidrarias utilizadas?

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Estudo dirigido nº 3

1) O que são propriedades extensivas e intensivas? Exemplifique.

2) Qual é a importância de se determinar a densidade dos materiais?

3) Descreva outros métodos para se determinar a densidade de sólidos e


líquidos além dos descritos no roteiro da sua aula prática.

4) Certo líquido imiscível na água tem densidade igual a 1,200 gmL -1. Esse
líquido deve flutuar na água? Por que?

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Prática nº 4: PREPARO DE SOLUÇÕES.

INTRODUÇÃO

Uma solução é uma mistura homogênea de duas ou mais substâncias. Pode-


se dizer que solução é uma classe especial de dispersão com tamanho de partícula
inferior a 1 nanômetro. Arbitrariamente, os componentes que existirem em menor
quantidade são chamados de solutos, e o que estiver em maior quantidade solvente.
Qualquer substância que forme um sistema homogêneo com a água será
considerada uma solução aquosa. Soluções podem ser formadas por qualquer
combinação dos três estados físicos da matéria: sólido, líquido e gasoso. Porém, as
soluções são sempre constituídas de uma única fase. No cotidiano do Laboratório
Químico, predomina as soluções no estado líquido, seja de um gás, líquido ou sólido
dispersos num líquido.
As propriedades de uma solução dependem de sua composição e da
natureza dos seus componentes. A descrição quantitativa da composição de uma
solução é feita especificando-se sua Concentração segundo uma definição arbitrária
para a relação soluto-solvente. Desta forma, as relações entre as quantidades de
soluto e de solvente em uma solução, ou entre quantidades de soluto e solução,
podem ser expressas de diferentes maneiras, sendo algumas apresentadas a
seguir:
Concentração Comum (C): Estabelece a relação entre a massa de soluto e o
volume de solução. Pode ser expressa em várias unidades como, por exemplo,
g/mL, g/mL, g/cm3, g/L, Kg/L, etc.
Molaridade ou Concentração Molar (m): Representa a razão entre o número de
mols do soluto e o volume da solução.
Título ou Percentagem em Massa (τ): Razão adimensional entre a massa do
soluto e a massa da solução (soluto + solvente), usualmente representada em
porcentagem (% m/m).
Molalidade (W): Razão entre a quantidade de soluto, expressa em número de mols,
e a massa de solvente expressa em kilograma (kg).

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Fração Molar (x): Razão adimensional entre o número de mols do soluto de


interesse (ni) e o número total de mols da solução (nT).

No preparo de soluções, é muito importante minimizar os erros associados às


medidas de volumes, portanto, deve-se utilizar o balão volumétrico e a pipeta,
também preferencialmente a volumétrica. Em geral, deve-se obedecer a seguinte
sequência:

1- Medir a massa ou volume do soluto correspondente.


2- Dissolver o soluto, em um béquer, usando pequena quantidade do solvente.
3- Transferir a solução, quantitativamente, para um balão volumétrico.
4- Completar o volume com solvente.
5- Homogeneizar a solução.
6- Guardar as soluções em recipientes adequados e rotulados.

O procedimento de diluir o soluto num béquer, ao invés de diluí-lo diretamente


no balão volumétrico, justifica-se pelo fato da diluição de soluções concentradas de
ácidos ou bases (ou a dissolução de bases) ser normalmente acompanhada por um
grande desprendimento de calor (reação exotérmica), elevando assim a temperatura
da solução. Como o volume nominal dos balões volumétricos é calibrado
normalmente para 20oC, não é recomendado colocar soluções aquecidas em balões,
nem expor balões volumétricos a temperaturas elevadas (por isso, eles não devem
ser secos em estufas).
O desprendimento de calor ocasionado pela dissolução de soluções
concentradas de ácido é tão grande que somente deve-se diluí-los em água, isto é,
sempre se deve adicionar o ácido concentrado à água.
Observações:
(i) Quando se utiliza solutos sólidos trabalha-se diretamente com sua pesagem
(medida da massa).
(ii) Quando se utiliza soluções estoques concentradas (p.ex. H2SO4) obtém-se o
valor da massa da espécie de densidade conhecida mediante o seu volume
equivalente.

41
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(iii) O preparo de soluções por diluição é sempre conduzido empregando-se a


relação m1V1 = m2V2, a qual representa a conservação do número de mols antes e
após a adição de mais solvente.
(iv) Um modo simples de saber ou comprovar se uma solução é ácida, neutra ou
básica é através de indicadores, tais como: papel de tornassol ou solução alcoólica
de fenolftaleína. O papel de tornassol azul em meio ácido adquire a coloração
vermelha e o papel de tornassol vermelho em meio básico adquire a coloração azul.
A solução de fenolftaleína permanece incolor em meio ácido e em meio básico
adquire a coloração rosa.

OBJETIVOS
Aprender a preparar soluções aquosas básicas e ácidas a partir de
substâncias sólidas, líquidas ou soluções concentradas (soluções estoque),
empregando-se as técnicas básicas de pesagem e de volumetria. Determinar
qualitativamente o pH de soluções.

MATERIAIS E REAGENTES
Balança; béquer de 100 mL (2); bastão de vidro (1); balão volumétrico de 25 mL (1);
de 100 mL (1) e de 250 mL (1); pipeta graduada de 5,0 mL (1); pêra (1); espátula;
frasco para armazenar a solução (2); tubo de ensaio (2); papel indicador de pH;
papel de tornassol azul e vermelho; hidróxido de sódio PA; ácido clorídrico
concentrado (d=1,18 g/mL; 36% m/m); solução alcoólica de fenolftaleína 1% m/v.

PROCEDIMENTO
a) Preparação de 250 mL de 0,10 mol/L de NaOH:
1. Calcule a massa de hidróxido de sódio necessária para preparar a solução.
2. Determine a massa diretamente num béquer, utilizando balança analítica.
3. Dissolva a massa determinada utilizando aproximadamente 30 mL de água
destilada no béquer. Observe que a dissolução do NaOH é exotérmica.
4. Espere a solução atingir a temperatura ambiente e transfira, quantitativamente,
para o balão volumétrico de 250 mL.
5. Adicione água até que o volume da solução atinja a marca de calibração do balão.
6. Agite a solução para homogeneizar invertendo-se o balão volumétrico (bem
tampado) várias vezes.

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7. Transfira a solução para um frasco e rotule-o com etiqueta.

b) Observação qualitativa do pH:


1. Transfira uma pequena quantidade (~ 5mL) da solução de NaOH para um béquer.
2. Mergulhe a ponta de um papel de tornassol azul na solução. Observe e anote o
resultado.
3. Repita o procedimento utilizando um papel indicador universal. Neste caso, estime
o valor do pH por comparação com o padrão fornecido.
4. Adicione 2 gotas da solução alcoólica de fenolftaleína e verifique se houve
mudança de cor.

c) Preparação de 100 mL de solução 0,10 mol/L de HCl:


1. Utilizando-se dos dados contidos no rótulo, calcule o volume de ácido clorídrico
concentrado necessário para preparar 100,00 mL de solução 0,10 mol/L.
2. Com auxílio de uma pipeta, adicione o volume medido em um béquer de 100 mL,
contendo aproximadamente 50 mL H2O destilada.
3. Espere a solução atingir a temperatura ambiente e transfira, quantitativamente,
para o balão volumétrico de 100 mL.
4. Adicione água até que o volume da solução atinja a marca de calibração do balão.
5. Agite a solução para homogeneizar invertendo-se o balão volumétrico (bem
tampado) várias vezes.
6. Transfira a solução para um frasco e rotule-o com etiqueta.
• CUIDADO: A solução comercial de ácido clorídrico concentrado desprende
vapores altamente tóxicos. Portanto, não retire o frasco da capela de exaustão. Leve
o seu material de trabalho com cuidado até a capela e trabalhe sempre com o
exaustor ligado.

d) Observação qualitativa do pH:


1. Transfira uma pequena quantidade (~ 5 mL) da solução de HCl para um béquer.
2. Mergulhe a ponta de um papel de tornassol azul na solução. Observe e anote o
resultado.
3. Repita o procedimento utilizando um papel indicador universal. Neste caso, estime
o valor do pH por comparação com o padrão fornecido.
4. Adicione 2 gotas da solução alcoólica de fenolftaleína e verifique se houve

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mudança de cor.

e) Preparação de 25 mL de solução 0,01 mol/L de NaOH:


1. Calcule o volume da solução de NaOH 0,1 mol/L necessário para preparar 25 mL
de solução 0,01 mol/L de NaOH.
2. Transfira o volume determinado para um balão de 25 mL.
3. Adicione água até que o volume da solução atinja a marca de calibração do balão.
4. Agite a solução para homogeneizar invertendo-se o balão volumétrico (bem
tampado) várias vezes.
5. Transfira a solução para um frasco e rotule-o com etiqueta

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Prática nº 5: TITULANDO UMA SOLUÇÃO.

1. INTRODUÇÃO.

Uma solução é uma mistura homogênea de duas ou mais substâncias. As


concentrações das soluções podem ser expressas de diversas maneiras, tais
como: Normalidade, molaridade, molalidade, título e etc (recordar estes
conceitos). Ao preparar-se uma solução, tem-se a necessidade de determinar
sua concentração a partir de uma solução de concentração já conhecida (solução
padrão). A operação química do processo é chamada de TITULAÇÃO. A
titulação consiste em determinar o número de mols ou de concentrações
desconhecidos através da medida de volumes, fazendo reagir uma solução de
concentração conhecida (padrão) com a amostra, cuja concentração ou número
de mols deseja-se determinar. Para que o número de mols desconhecido possa
ser determinado é preciso ser possível reconhecer em que ponto a reação
termina e saber exatamente o volume da solução padrão que foi utilizado. Se
conhecermos a concentração molar (mol L-1) da solução padrão, sabemos que
um volume (V) dessa solução contém um número de mols do reagente em
questão igual a M x V (1). Pela equação (1) pode-se então determinar o número
de mols da amostra, cuja concentração ou número de mols é desconhecido, e
assim, o objetivo terá sido atingido. Para uma reação de neutralização (ácido-
base) que envolve a relação estequiométrica molar de 1:1 entre os reagentes, o
ponto final da reação, é caracterizado pelo número de mols da solução
desconhecida sendo igual ao número de mols da solução de concentração
conhecida. No caso da amostra analisada ser uma solução, sabendo-se o
volume dessa solução que reagiu, pode-se agora calcular sua concentração, pois
já se sabe o número de mols que esse volume contém.
É possível também determinar, pela equação (1), a concentração desconhecida
de uma solução fazendo-se reagir um volume conhecido dessa solução com um
certo número de mols de outro reagente, conhecido como Padrão Primário (item
2.1). Sabendo-se o número de mols utilizado do Padrão Primário para a completa
neutralização entre os reagentes e considerando-se o volume medido até a
completa neutralização, dar-se-á o valor da concentração desconhecida dessa
solução.

2.1. Padrões Primários.

Substâncias como o HCl e o NaOH são relativamente instáveis. O HCl é


um gás e soluções aquosas concentradas costumam perder quantidades
consideráveis de HCl, sendo a concentração variável com o tempo; o NaOH é
higroscópico (absorve água do ar) e reage também com o CO 2 do ar formando
carbonato. Por isso, ao preparar soluções dessas substâncias, não se sabe

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exatamente qual a sua concentração, pois não se sabe exatamente quanto do


que dissolvemos era a substância em questão.
Outras substâncias como o carbonato de sódio, permanganato e biftalato de
potássio são muito estáveis e mantêm-se puras por longos períodos, além de
terem a vantagem de apresentarem alta massa molar e serem comerciáveis.
Neste caso essas substâncias são chamadas de padrões primários. Pode-se
pesar quantidades bem determinadas dessas substâncias e usá-las como
padrões para determinar as concentrações das soluções de HCl e de NaOH com
bastante exatidão.

2.2. Determinação do ponto final da reação.

Algumas reações (por exemplo, uma reação de solução de permanganato


de potássio com alguma solução redutora) ocorrem com mudanças de cor bem
visíveis, e podendo assim saber quando a reação terminou. Várias reações,
porém, não envolvem nenhuma mudança de cor perceptível; nesses casos, tem-
se que adicionar um reagente auxiliar chamado INDICADOR que muda de
coloração no momento em que a reação termina (ver Tabela 1).
A análise volumétrica pode ser feita de várias maneiras diferentes e é mais
fácil estudar exemplos do que discutir generalizadamente. Porém, em todos os
casos é necessário que as substâncias que vão reagir entre si reajam
quantitativamente e rapidamente.

2.3. A titulação de uma solução de ácido forte com solução de base forte.

Considerar que se tem uma solução de hidróxido de sódio de


concentração desconhecida, mas que se sabe que é aproximadamente
0,1mol L-1 e dispõe-se de uma solução de ácido clorídrico de concentração
conhecida com precisão, por exemplo 0,1037 mol dm -3. Pode-se medir
exatamente 20,00 cm3 da solução de NaOH com uma pipeta volumétrica e
coloca-se em um erlenmeyer; em seguida, carrega-se uma bureta (ajustando o
zero da escala) com a solução de HCl, conforme o esquema mostrado na Figura
1. Em seguida, deixa-se a solução da bureta escoar lentamente para dentro do
erlenmeyer que contém a solução de NaOH. Conforme as soluções entram entre
si em contato, vai ocorrendo instantaneamente a reação:

NaOH + HCl  NaCl + H2O

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Figura 1. Esquema de vidraria para titulação.

Tabela 1. Indicadores ácido-base e intervalos de valores de pH de transição.

Indicadores Intervalo de pH de transição (a 18oC)

azul de timol 1,2 - 2,8

tropeolina 1,3 - 3,2

amarelo de metila 2,9 - 4,0

alaranjado de metila 3,1 - 4,4

azul de bromofenol 3,0 - 4,6

verde de bromocresol 4,0 - 5,6

vermelho de metila 4,4 - 6,2

p-nitrofenol 5,0 - 7,0

púrpura de bromocresol 5,2 - 6,8

azul de bromotimol 6,0 - 7,6

vermelho de fenol 6,4 - 8,0

vermelho de cresol 7,2 - 8,8

azul de timol 8,0 - 9,6

fenolftaleína 8,0 - 10,0

timolftaleína 9,4 - 10,6

nitramina 11,0 - 13,0

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O erlenmeyer continha inicialmente uma solução fortemente básica. Com


a adição de ácido, a solução vai tornando-se menos básica e, no momento em
que toda base reage, essa solução torna-se neutra. A adição de mais uma gota
da solução ácida fará com que a solução do erlenmeyer fique ácida. Juntando-se
à solução do erlenmeyer, antes de começar a acrescentar ácido, uma pequena
quantidade de indicador (fenolftaleína, por exemplo), a solução tornara-se
avermelhada, e quando ocorrer a neutralização ficará incolor. Sabe-se, assim,
pela mudança de cor, quando a reação terminou; basta fechar a torneira da
bureta nesse momento e ler o volume de solução de HCl que foi usado. Pela
equação química, sabe-se que 1 mol de HCl reage com 1 mol de NaOH;
conhecendo o volume e a concentração da solução de HCl, sabe-se quantos
mols de HCl reagiram, e este tem que ser o mesmo número de mols de NaOH
que havia na solução básica; como sabe-se seu volume (20,00 cm3), pode-se
calcular sua concentração pela equação:

CHCl x Va = CNaOH x Vb (2), onde:

CHCl= concentração de ácido, CNaOH = concentração de base,


Va= volume de ácido usado, Vb= volume de base adicionada.

2. OBJETIVO.

Praticar e familiarizar-se com as técnicas de volumetria; padronizar


soluções a partir do processo de titulação de neutralização.

3. OPERAÇÃO DO EQUIPAMENTO VOLUMÉTRICO.

A maneira correta de operar uma bureta é aquela de modo a segurar a


torneira com a mão esquerda (Figura 2), enquanto que o erlenmeyer contendo
solução (a que está sendo titulada) deve ser segurado com a mão direita,
mantendo a ponta do bico da bureta no interior da boca do erlenmeyer, e
evitando contatos físicos entre si. É necessário agitar o erlenmeyer com
movimentos rotativos durante toda a titulação para uma perfeita homogeneização
da solução.
A operação da bureta pode ser bem mais difícil do que imagina-se. É
necessário que se tenha controle sobre a torneira, podendo abrir ou fechar total
ou parcialmente o momento em que desejar. Qualquer atraso ou erro numa
dessas operações pode arruinar uma titulação. Pessoas canhotas (ou
esquerdas) podem inverter as mãos para fazer uma titulação, mas não é muito
aconselhável que o faça: para trocar as mãos é necessário virar a bureta (para
que a torneira fique do outro lado), com o que a escala da bureta ficará voltada
para trás, exigindo que a bureta seja desvirada para ler a escala. O canhoto
provavelmente achará mais fácil treinar para conseguir fazer a titulação da
maneira descrita do que ficar virando a bureta para lá e para cá (sem contar que

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em algumas operações temos que ler a escala ao mesmo tempo em que


operamos a torneira da bureta).

Figura 2. Manuseio correto da bureta.

4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

4.1. Material e Reagente.

1 suporte universal

2 garras metálicas

2 béqueres de 100 mL

1 pipeta volumétrica de 10,00 mL

1 bureta de 25,00 mL

1 pisseta

solução de ácido clorídrico (HCl) 0,1 mol L-1

solução de hidróxido de sódio (NaOH) aproximadamente 0,1 mol L-1

fenolftaleína

água destilada

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4.1. Determinação da concentração de uma solução de NaOH.

A padronização permite a correção da concentração de uma solução


utilizando um padrão primário ou secundário, a técnica utilizada é a titulação.
Lavar a bureta de 25,00 mL duas a três vezes com porções de 3 mL da
solução de ácido clorídrico (HCl) de concentração aproximadamente 0,1mol mL
(verificar a concentração exata desta solução que já foi padronizada).
Encher a bureta com esta solução e ajustar o volume a zero.

Transferir 10 mL da solução de NaOH, que se quer determinar a sua


concentração, para dois erlenmeyers limpos e secos.
Adicionar duas ou três gotas do indicador fenolftaleína e homogenize as
soluções.
Titular lentamente cada solução, com agitação constante, até a viragem do
indicador de rosa a incolor. Durante o procedimento da titulação, no caso do
titulante ficar aderido às paredes do erlenmeyer, lave-as com pequenas
quantidades de água. Anotar os volumes de HCl utilizados para as titulações.
Calcule a concentração exata da solução de NaOH, através da média aritmética
dos valores de concentração obtidos.

INSTRUÇÕES PARA ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO.

O relatório deverá ser redigido de acordo com a forma e normas


estabelecidas. Todos os cálculos realizados devem ser mostrados.

1) Quando da preparação das soluções de NaOH e HCl todos os cálculos foram


feitos para que ambas as soluções apresentassem uma concentração de 0,1 molL -1.
Porém, as concentrações destas soluções não são exatamente iguais às desejadas.
Quais os fatores que podem ter causado esta variação, entre a concentração teórica
e a experimental?

3) As medidas obtidas nas duas titulações foram exatas e/ou precisas?

4) Você poderia utilizar outro indicador para determinar o ponto final da titulação?
Qual seria?

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

1. Constantino, M.G; Donate, P.M.; Apostila de Fundamentos de Química


Experimental, Departamento de Química, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras
de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2002.

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2. Gravel, J.P.; Hall G.; Madras S.;Stratton J.; Laboratory Experiments in Basic
Modern Chemistry: Determination of acetic acid in vinegar, 3ª Edição, Canadá,
McGraw-Hill, 1979.

Estudo dirigido nº 5

1) No que se baseia uma titulação? Qual é o papel do indicador durante uma


titulação?

2) Qual é o formato de uma curva de titulação de uma solução de base forte


com um ácido forte?

3) Como a escolha incorreta de um indicador pode interferer em uma titulação?

4) Por que as soluções de HCl e NaOH devem ser padronizadas antes de serem
utilizadas na determinação da concentração de uma baseou de um ácido de
concentração desconhecida?

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Prática nº 6: DETERMINAÇÃO DA solução padrão, sabemos que um


volume (V) dessa solução contém
CONCENTRAÇÃO DE ÁCIDO
um número de mols do reagente
ACÉTICO NO VINAGRE em questão igual a M x V (1). Pela
equação (1) pode-se então
determinar o número de mols da
1. OBJETIVO. amostra, cuja concentração ou
número de mols é desconhecido, e
Praticar e familiarizar-se assim, o objetivo terá sido atingido.
com as técnicas de volumetria; Para uma reação de neutralização
padronizar soluções a partir do (ácido-base) que envolve a relação
processo de titulação de estequiométrica molar de 1:1 entre
neutralização. os reagentes, o ponto final da
reação, é caracterizado pelo
número de mols da solução
2. INTRODUÇÃO. desconhecida sendo igual ao
número de mols da solução de
Uma solução é uma mistura concentração conhecida. No caso
homogênea de duas ou mais da amostra analisada ser uma
substâncias. As concentrações das solução, sabendo-se o volume
soluções podem ser expressas de dessa solução que reagiu, pode-se
diversas maneiras, tais como: agora calcular sua concentração,
Normalidade, molaridade, pois já se sabe o número de mols
molalidade, título e etc (recordar que esse volume contém.
estes conceitos). Ao preparar-se É possível também determinar,
uma solução, tem-se a pela equação (1), a concentração
necessidade de determinar sua desconhecida de uma solução
concentração a partir de uma fazendo-se reagir um volume
solução de concentração já conhecido dessa solução com um
conhecida (solução padrão). A certo número de mols de outro
operação química do processo é reagente, conhecido como Padrão
chamada de TITULAÇÃO. A Primário (item 2.1). Sabendo-se o
titulação consiste em determinar o número de mols utilizado do
número de mols ou de Padrão Primário para a completa
concentrações desconhecidos neutralização entre os reagentes e
através da medida de volumes, considerando-se o volume medido
fazendo reagir uma solução de até a completa neutralização, dar-
concentração conhecida (padrão) se-á o valor da concentração
com a amostra, cuja concentração desconhecida dessa solução.
ou número de mols deseja-se
determinar. Para que o número de 2.1. Padrões Primários.
mols desconhecido possa ser
determinado é preciso ser possível Substâncias como o HCl e o
reconhecer em que ponto a reação NaOH são relativamente instáveis.
termina e saber exatamente o O HCl é um gás e soluções
volume da solução padrão que foi aquosas concentradas costumam
utilizado. Se conhecermos a perder quantidades consideráveis
concentração molar (mol dm3) da de HCl, sendo a concentração

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variável com o tempo; o NaOH é todos os casos é necessário que


higroscópico (absorve água do ar) as substâncias que vão reagir
e reage também com o CO2 do ar entre si reajam quantitativamente e
formando carbonato. Por isso, ao rapidamente.
preparar soluções dessas
substâncias, não se sabe
exatamente qual a sua Tabela 1. Indicadores ácido-base e
concentração, pois não sabe-se intervalos de valores de pH de
exatamente quanto do que transição.
dissolvemos era a substância em
questão. Intervalo de pH
Outras substâncias como o Indicadores de transição (a
carbonato de sódio, permanganato 18oC)
e biftalato de potássio são muito
estáveis e mantêm-se puras por azul de timol 1,2 - 2,8
longos períodos, além de terem a
vantagem de apresentarem alta tropeolina 1,3 - 3,2
massa molar e serem
comerciáveis. Neste caso essas amarelo de metila 2,9 - 4,0
substâncias são chamadas de
padrões primários. Pode-se pesar alaranjado de
3,1 - 4,4
quantidades bem determinadas metila
dessas substâncias e usá-las como
padrões para determinar as azul de bromofenol 3,0 - 4,6
concentrações das soluções de
HCl e de NaOH com bastante verde de
4,0 - 5,6
exatidão. bromocresol

2.2. Determinação do ponto final vermelho de metila 4,4 - 6,2


da reação.
p-nitrofenol 5,0 - 7,0
Algumas reações (por
exemplo, uma reação de solução púrpura de
5,2 - 6,8
de permanganato de potássio com bromocresol
alguma solução redutora) ocorrem
com mudanças de cor bem azul de bromotimol 6,0 - 7,6
visíveis, e podendo assim saber
vermelho de fenol 6,4 - 8,0
quando a reação terminou. Várias
reações, porém, não envolvem vermelho de cresol 7,2 - 8,8
nenhuma mudança de cor
perceptível; nesses casos, tem-se azul de timol 8,0 - 9,6
que adicionar um reagente auxiliar
chamado INDICADOR que muda fenolftaleína 8,0 - 10,0
de coloração no momento em que
a reação termina (ver Tabela 1). timolftaleína 9,4 - 10,6
A análise volumétrica pode
ser feita de várias maneiras nitramina 11,0 - 13,0
diferentes e é mais fácil estudar
exemplos do que discutir
generalizadamente. Porém, em

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Exemplo 1: solução de ácido acrescentar ácido, uma pequena


forte com solução de base forte. quantidade de indicador
Considerar que se tem uma (fenolftaleína por exemplo), a
solução de hidróxido de sódio de solução tornara-se avermelhada, e
concentração desconhecida, mas quando ocorrer a neutralização
que se sabe que é ficará incolor. Sabe-se, assim, pela
aproximadamente 0,1 mol dm-3 e mudança de cor, quando a reação
dispõe-se de uma solução de ácido terminou; basta fechar a torneira
clorídrico de concentração da bureta nesse momento e ler o
conhecida com precisão, por volume de solução de HCl que foi
exemplo 0,1037 mol dm-3. Pode-se usado. Pela equação química,
medir exatamente 20,00 cm3 da sabe-se que 1 mol de HCl reage
solução de NaOH com uma pipeta com 1 mol de NaOH; conhecendo
volumétrica e coloca-se em um o volume e a concentração da
erlenmeyer; em seguida, carrega- solução de HCl, sabe-se quantos
se uma bureta (ajustando o zero da mols de HCl reagiram, e este tem
escala) com a solução de HCl, que ser o mesmo número de mols
conforme o esquema mostrado na de NaOH que havia na solução
Figura 1. Em seguida, deixa-se a básica; como sabe-se seu volume
solução da bureta escoar (20,00 cm3), pode-se calcular sua
lentamente para dentro do concentração pela equação:
erlenmeyer que contém a solução
de NaOH. Conforme as soluções CHCl x Va = CNaOH x Vb (2), onde:
entram entre si em contato, vai
ocorrendo instantaneamente a CHCl= concentração de ácido,
reação: CNaOH = concentração de base,
Va= volume de ácido usado, Vb=
NaOH + HCl  NaCl + H2O volume de base adicionada.

Exemplo 2: solução de ácido


forte com solução de base fraca:
Nos casos em que o ácido é forte e
a base é fraca, ou vice-versa, o
processo é similar, mas é
necessário tomar cuidado com a
escolha dos indicadores. Devido ao
fenômeno da hidrólise, uma
Figura 1. Esquema de vidraria para solução de cloreto de amônio
titulação. (NH4Cl) apresenta pH ácido, e uma
O erlenmeyer continha solução de acetato de sódio
inicialmente uma solução (NaAc), pH básico. Assim, deve-se
fortemente básica. Com a adição escolher o indicador correto (para
de ácido, a solução vai tornando-se cada caso) para que o ponto de
menos básica e, no momento em viragem seja determinado
que toda base reage, essa solução corretamente.
torna-se neutra. A adição de mais Considerar que se queira titular
uma gota da solução ácida fará uma solução de amônia (NH3) com
com que a solução do erlenmeyer a solução de HCl 0,1037 mol dm-3.
fique ácida. Juntando-se à solução A titulação pode ser feita
do erlenmeyer, antes de começar a normalmente, mas é preciso

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escolher um indicador que vire em 3. OPERAÇÃO DO


meio ácido, porque a solução EQUIPAMENTO VOLUMÉTRICO.
estará levemente ácida no
momento em que ocorrer a A maneira correta de operar
neutralização. Nesses casos, usa- uma bureta é aquela de modo a
se, mais comumente, alaranjado segurar a torneira com a mão
de metila. Neste caso, o iindicador esquerda (Figura 2), enquanto que
fenolftaleína não serviria, porque o o erlenmeyer contendo solução (a
ponto de viragem ocorre em meio que está sendo titulada), deve ser
básico. segurado com a mão direita,
mantendo a ponta do bico da
2.3. Titulação Reversa. Em certos bureta no interior da boca do
casos, temos que adotar erlenmeyer, e evitando contatos
procedimentos um pouco físicos entre si. É necessário agitar
complicados para realizar uma o erlenmeyer com movimentos
titulação. Suponha que se tem uma rotativos durante toda a titulação
amostra de um mineral que se para uma perfeita homogeneização
sabe que contém apenas da solução.
carbonato de cálcio (CaCO3) e
sílica; o problema é determinar a
porcentagem de CaCO3.
Naturalmente sabe-se que CaCO3
pode reagir com ácidos, enquanto
a sílica não reage com os ácidos
comuns (HCl, H2SO4 ). Neste caso,
não bastaria pegar uma quantidade
bem determinada da amostra e
titular com o HCl 0,1037 mol dm-3.
A razão principal é que o CaCO3
não é solúvel em água. Sendo ele
insolúvel, sua reação com o HCl
seria muito lenta. Tudo fica muito
mais simples pegando-se a tal
quantidade bem determinada da Figura 2. Manuseio correto da
amostra e tratá-la com uma bureta.
quantidade bem conhecida de HCl
0,1037 mol dm-3, mas que seja em A operação da bureta pode ser
excesso (digamos que adiciona-se bem mais difícil do que imagina-se. É
o dobro da quantidade que precisa- necessário que se tenha controle
se de HCl). A reação não será sobre a torneira, podendo abrir ou
muito lenta agora. Quando a fechar total ou parcialmente o
reação terminar titula-se o HCl que momento em que desejar. Qualquer
sobrou sem reagir com o CaCO3 atraso ou erro numa dessas
com uma solução de NaOH 0,1103 operações pode arruinar uma
mol dm-3, por exemplo. Sabendo titulação. Pessoas canhotas (ou
exatamente quanto de HCl sobrou esquerdas) podem inverter as mãos
e exatamente quanto tinha-se para fazer uma titulação, mas não é
colocado, determina-se o quanto muito aconselhável que o faça: para
reagiu pela diferença. trocar as mãos é necessário virar a
bureta (para que a torneira fique do

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outro lado), com o que a escala da mL da solução de hidróxido de sódio


bureta ficará voltada para trás, (NaOH) padronizado anteriormente.
exigindo que a bureta seja desvirada Encher a bureta com esta solução e
para ler a escala. O canhoto ajustar o volume a zero.
provavelmente achará mais fácil Utilizando uma pipeta
treinar para conseguir fazer a titulação volumétrica pipete 10,00 mL de
da maneira descrita do que ficar vinagre e transfira para um balão
virando a bureta para lá e para cá volumétrico de 100,00 mL. Completar
(sem contar que em algumas o volume do balão contendo a
operações temos que ler a escala ao solução, ajustar o menisco e
mesmo tempo em que operamos a homogenizá-la.
torneira da bureta). Utilizando uma pipeta
volumétrica, pipete exatamente 10,0
4. PROCEDIMENTO mL da solução do balão e coloque em
EXPERIMENTAL um erlenmeyer de 250 mL. Em
seguida adicione de 2 a 3 gotas de
4.1. Material e Reagente. fenolftaleína. Agite a solução para
homogeneizá-la.
1 suporte universal Titular lentamente, com
agitação constante, até a viragem do
2 garras metálicas indicador de incolor a rosa. Durante o
procedimento da titulação, no caso do
1 erlenmeyer de 250 mL titulante ficar aderido às paredes do
erlenmeyer, lave-as com pequenas
3 béqueres de 100 mL
quantidades de água Anotar o volume
2 pipeta volumétrica de 10,00 mL de NaOH utilizado para a titulação.
Calcule a concentração de ácido
1 balão volumétrico de 10,00 mL acético no vinagre.

1 bureta de 25,00 mL REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA.

1 pisseta 1. Constantino, M.G; Donate, P.M.;


Apostila de Fundamentos de Química
solução de hidróxido de sódio (NaOH) Experimental, Departamento de
0,1 mol L-1 Química, Faculdade de Filosofia
Ciências e Letras de Ribeirão Preto,
ácido acético Universidade de São Paulo, Ribeirão
Preto, 2002.
fenolftaleína
2. Gravel, J.P.; Hall G.; Madras
água destilada S.;Stratton J.; Laboratory Experiments
in Basic Modern Chemistry.

4.2. Determinação da
concentração de ácido acético
no vinagre.

Lavar a bureta de 25,00 mL,


duas a três vezes com porções de 3

56
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Apostila de Fundamentos de Química

Estudo dirigido nº 6

1) Qual o formaato de uma curva


de titulação de uma solução de
ácido fraco com uma base
forte?

2) Discuta as diferenças
observadas na curva de
titulação observada na titulação
de uma solução de um acido
frqaco com uma base forte em
relação à curva obtida para a
titulação de uma solução de um
ácido forte com uma base
forte? Explicite as diferenças
observadas.

3) Por que na titulação realizada


nestqa aula prática o pH do
ponto de equivalência não é 7?

4) Como a escolha incorreta de


um indicador pode interferer
emu ma titulação?

57
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Apostila de Fundamentos de Química

Prática nº 7: ESTEQUIOMETRIA sendo, se havia alguma perda de


massa, essa não era mensurável.
Essa observação é a origem do
1. OBJETIVO.
conceito popular de que "na natureza
Através de uma reação de nada se destrói, tudo se transforma”.
precipitação, será observada e
comprovada a lei das transformações Vejamos abaixo uma aplicação
químicas (Lei da Conservação das dessa lei. Considere a reação:
Massas de Lavoisier). Com base nesta
lei, realizar-se-á cálculos tomando
como base a equação balanceada da
reação e comparar-se-á os dados 4Fe(s) + 3O2(g)  2Fe2O3(s),
experimentais com dados teóricos.

2. INTRODUÇÃO. De acordo com a Lei de


Lavoisier, a massa de 4 átomos ou
mols de ferro mais a massa de 3 mols
ou moléculas de oxigênio será igual à
Estequiometria significa "medir massa de 2 mols ou unidades de óxido
os constituintes elementares". A de ferro. Isso significa que, havendo
estequiometria constitui-se na base uma quantidade adicional de qualquer
para o estudo quantitativo das reações um dos reagentes (um excesso) além
e substâncias químicas. É possível, de da proporção estequiométrica, este
posse de uma equação balanceada e excesso não reagirá. Por exemplo, se
representativa de uma reação química, 5 mol de átomos de ferro e 3 mols de
prever-se com extrema precisão as moléculas de oxigênio estiverem
quantidades de cada produto gerado, presentes no início da reação anterior,
ou ainda, determinar as quantidades somente 4 mols de átomos de ferro
necessárias de reagentes de modo a reagirão, deixando ao final 1 mol de
produzir determinada quantidade de átomos sem reagir. Diz-se que o ferro
produtos. Por fim, é possível calcular encontra-se em excesso. Tendo-se a
os rendimentos dos produtos e a massa de oxigênio e de ferro que vão
eficiência geral do processo químico. reagir, pode-se prever exatamente a
Dois conceitos norteiam os massa que sobrará de ferro sem reagir
cálculos estequiométricos. O primeiro ao "final" da reação.
deles foi introduzido por A. L. Lavoisier
em 1774, conhecido hoje como a Lei
da Conservação de Massa de 3. PARTE EXPERIMENTAL.
Lavoisier. Trabalhando principalmente
com balanças, Lavoisier verificou que
a massa dos reagentes numa reação 3.1. Parte I - Comprovação da Lei de
química era a mesma massa Lavoisier.
encontrada nos produtos. Assim

58
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Apostila de Fundamentos de Química

3.2. Materiais e Reagentes Determine a massa dos 10,00 mL


de solução de BaCl2 transferida
para o béquer 1 através da
equação:
1 balança analítica

1 espátula msçBaCl2 = m1 – mbéquer1=


2 béqueres de 100 cm3

2 pipetas volumétricas de 10,00 cm3 Novamente com a pipeta


volumétrica, transfira 10,00 cm3 de
1 bastão de vidro. solução de Na2CO3 1,5 mol L-1 para o
béquer 2. Determine novamente a
cloreto de bário (BaCl2) 1,0 mol dm-3
massa do sistema béquer + solução
carbonato de sódio (Na2CO3) 1,5 mol de Na2CO3, obtendo-se:
dm-3.
m2 =
1 pisseta

água destilada Determine a massa dos 10,00


3
cm de solução de Na2CO3 transferida
para o béquer 2 através da equação:
Procedimento e Observação.
msç Na2CO3 = m2  mbéquer2

Numere dois béqueres de 100 Transfira agora todo o conteúdo


cm3 limpos e secos e em seguida do béquer 1 (solução de BaCl2) para o
determine a massa de cada um deles. béquer 2 (solução de Na2CO3). De
Anotar os valores das massas imediato observar-se-á a formação de
respectivamente: precipitado branco e fino, que é o
carbonato de bário (BaCO3), segundo
mbéquer1 =
a equação abaixo:
mbéquer2 =

BaCl2 (aq) + Na2CO3 (aq) 


Com auxílio de pipeta BaCO3 (s) + 2 NaCl (aq)
volumétrica, transfira 10,00 cm3 da
solução de BaCl2 1,0 mol L-1 para o
béquer 1. Determine a massa do Após uma leve agitação,
sistema béquer + solução de BaCl2, determine a massa do béquer
obtendo-se: contendo a mistura e calcule a massa
de solução dos produtos contida pela
equação:
mprodutos = msç – mbéquer2 =
m1 =

59
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Apostila de Fundamentos de Química

Analise as massas obtidas para 1. Russel, J. B., Química Geral; vol. 1,


os béquers 1 e 2 (antes da reação). 2ª Ed., São Paulo; Makron Books,
Calcule o erro relativo pela fórmula 1: (1994), p. 16 a 17 e 74 a 79.

2. Feltre, R., Fundamentos da


Erro = (mprodutos 
Química; vol. Único, 1ª Ed.; São
mreagentes)/mreagentes x 100 Paulo, Ed. Moderna Ltda., (1990), p.
133 a 136.

Fórmula 1: Erro relativo.

Estudo dirigido nº 7

INSTRUÇÕES PARA ELABORAÇÃO


DO RELATÓRIO. 1) Como é o enunciado da Lei da
conservação das massas de
Lavoisier?

2) Como a utilização da reação de


a)Com relação à comprovação da precipitação a ser realizada
Lei de Lavoisier, o valor do erro durante a aula pr´tica pode ser
obtido pela fórmula (1) é útil para a comprovação desta
significativo? A que se deve os lei?
possíveis erros de resultado na
comparação entre as massas dos
3) Qual é a importância da lei da
reagentes e os produtos?
conservação das massas de
b) Quais as massas de BaCl2 e Lavoisier para a realização de
Na2CO3 utilizados no experimento
cálculos estequiométricos?
para a síntese do BaCO3?
Utilizando a estequiometria da
reação, calcule a massa de BaCO3 4) O que é estequiometria?
que deve ser formada no final da
reação. Cuidado, pois pode haver
reagente em excesso. 5) No que se constitui a
c) Qual reagente está em excesso estequiometria? O que é
na reação? Justifique através de possível prever-se de posse de
cálculos. uma equação balanceada e
representativa de uma reação
química?
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA.

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Apostila de Fundamentos de Química

Prática nº 8: CARACTERIZAÇÃO DE
ELEMENTOS (TESTES DE CHAMA)

1. OBJETIVO.

Identificação de alguns metais


alcalinos e alcalinos terrosos pela cor
emitida na chama de um bico de gás.

2. INTRODUÇÃO.
Figura 1. Esboço mostrando as
transições eletrônicas entre diferentes
As cores características da luz níveis de energia. Cada transição
emitida pelas soluções contendo corresponde a um fóton de energia
metais alcalinos (Li, Na, K) e alcalinos característica.
terrosos (Be, Mg, Sr, Ca, Ba), quando
são evaporadas na chama de um bico Os elétrons de um átomo só
de gás (bico de Bunsen), são usadas podem ocupar posições “discretas” de
como testes qualitativo para identificar energia, não podendo possuir energia
a presença destes elementos numa de magnitude intermediária. Quando
amostra. um elétron “retorna” de um nível de
energia superior para um nível inferior,
Nesses testes, um fio de niquel- uma determinada quantidade de
cromo (Ni-Cr) ou de platina (Pt) é energia é liberada. Esta energia, que
imerso numa solução aquosa faz parte do espectro de emissão do
contendo o íon do metal alcalino a ser elemento, é emitida em forma de luz
determinado e levado à chama de um com uma determinada freqüência () e
bico de gás. A água e os íons contidos dizemos que esta luz corresponde a
na solução evaporam-se na chama um fóton. Para cada transição
devido às altas temperaturas. Nessa eletrônica, um único fóton específico é
evaporação, elétrons dos íons associado. A energia de tal fóton pode
metálicos, já na forma de átomos, são ser calculada através da equação de
promovidos de níveis energéticos mais Planck:
baixos para níveis energéticos mais
altos (níveis excitados) (Figura 1). A
posterior transição desses elétrons
E = h ou E =
dos estados excitados para níveis de
hc/.................................(1)
menor energia, é acompanhada de
emissão de luz característica de cada
átomo.

55
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Apostila de Fundamentos de Química

onde: componente metálico é reduzido ao


estado elementar ou fundamental
E = conteúdo de energia; (número de oxidação = 0). Através
h = constante de Planck deste processo, é produzido no interior
(6,62x10-34 J.s); da chama uma “solução gasosa” ou
“plasma” contendo um percentual
 = freqüência (ciclos . s-1); elevado de partículas monoatômicas.
Para um conjunto de átomos isolados
 = comprimentos de onda. nestas condições, obtém-se então, um
conjunto de fótons diferentes,
correspondentes às várias transições
J. Balmer demonstrou em 1885 eletrônicas possíveis (ver figura 2).
que o nº de onda (v) de qualquer linha
do espectro visível do hidrogênio
atômico poderia ser obtido pela
M X- M X-
+ +
MX
simples relação empírica: solução névoa sólido

vaporização

excitação
M*(gás) M(gás) + X(gás) MX
2 térmica
v = R[(1/2 )- dissociação gás
2
(1/n )]................................................(2)
emissão da chama
h
onde:
R = constante de Rydberg;
n = os números inteiros 3,4,5,...
Figura 2. Processos envolvidos na
Substituindo-se os valores de n, excitação eletrônica.
pode-se obter uma série de linhas,
caracterizadas por luzes, cujos os
comprimentos de onda encontram-se
na região visível do espectro Como a maior probabilidade é
eletromagnético. do elétron de cada átomo retornar ao
mesmo nível que ocupava antes da
excitação, por ser este a posição mais
O espectro de emissão de um estável, resulta que, para cada
elemento compreende, então, em um elemento, temos uma grande
conjunto de fótons característicos na incidência de fótons, numa
região do visível. Junto com estes, determinada cor de luz, o que explica
a coloração característica de cada
também são emitidos fótons na região
elemento.
do ultra-violeta e do infra-vermelho do Na realidade, a cor
espectro eletromagnético, os quais, característica de cada elemento será
porém, só podem ser detectados um conjunto de linhas emitidas,
usando-se um filme apropriado. preponderantemente numa dada faixa
do espectro eletromagnético. Cada
Quando uma amostra da substância é linha, por sua vez, corresponde a um
volatilizada na chama de um bico de conjunto de fótons de um dado
gás, uma quantidade substancial do comprimento de onda e só com o

55
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Apostila de Fundamentos de Química

auxílio de um aparelho de altíssima Tabela 1. Espectro contínuo das


resolução poder-se-ia determinar em radiações eletromagnéticas na região
que região de cada faixa localizam-se do visível.
os picos de emissão característica de
cada elemento. Intervalo de Cor observada
A olho nú, o máximo que se comprimento de
pode fazer é escolher em qual faixa de onda (nm)*
cor característica (ver Tabela 1), se
supõe, que os fótons estejam sendo 400 – 465 Violeta
emitidos. Usando-se a equação de
Planck, pode-se, então, determinar as 465 – 482 Azul
energias correspondentes aos fótons 482 – 487 Azul-esverdeado
escolhidos.
487 – 493 Turqueza

493 – 498 Verde-azulado


2.2. Procedimento geral para
observação da chama. 498 – 530 Verde

530 – 559 Verde-amarelado

Para garantir a formação do 559 – 571 Amarelo-verde


“plasma” a partir dos íons metálicos
contidos na amostra, é necessário que 571 – 576 Amarelo-esverdeado
os ânions se volatilizem na chama 576 – 580 Amarelo
com a conseqüente redução do íon
metálico ao estado atômico. Para isto, 580 – 587 Laranja-amarelado
deve-se primeiro mergulhar o fio de Ni-
587 – 597 Alaranjado
Cr (ou Pt) numa solução de HCl (ácido
clorídrico) concentrado, pois os 597 – 617 Laranja-avermelhado
cloretos são substâncias muito
voláteis. A seguir, deve-se mergulhar o 617 – 780 Vermelho
fio na amostra e levá-lo à zona de
(*) 1 nm = 10-9 m = 10-7 cm = 10-3  =
fusão no bico de gás. É necessário
10 Å
também fazer a limpeza do fio entre
um teste e outro, a fim de que a cor de
um metal não venha a mascarar a cor
característica de outro. Para isto, 3. PROCEDIMENTO
deve-se mergulhar o fio na solução de EXPERIMENTAL.
HCl concentrado, levá-lo a seguir à
3.1.Material e Reagente.
chama e repetir esta operação até que
o fio, perfeitamente limpo, não mais 1 bico de Bunsen
transmita coloração à chama.
1 béquer de 50 mL

1 fio de Ni-Cr

55
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Apostila de Fundamentos de Química

HCl conc. 2. Companion, A. I., Ligação Química,


Ed. Edgard Blücher.
soluções aquosas saturadas de KCl;
BaNO3; CaCl2; NaCl, Sr(NO3)2, 3. Edwing, G. W., Métodos
CuSO4. Instrumentais de Análise Química, Vol.
I, Ed. Edgard Blücher.
caixa de fósforo
4. Owheiler, O. A., Química Analítica
Quantitativa, Vol. 3, Ed. Livros
Mergulhar o fio de Ni-Cr no Técnicos e Científicos S.A.
ácido concentrado e a seguir levá-lo à
chama em combustão completa do
bico de Bunsen . Mergulhar o fio de Ni- Estudo dirigido nº 8
Cr em uma das soluções saturadas e
levá-lo à chama do bico de Bunsen 1) Para que servem as cores
novamente. Observar as cores e características da luz emitida
anotar num quadro de resultados. pelas soluções contendo metais
Repitir os itens anteriores até que se alcalinos e alcalinos terrosos
tenha utilizado todas as soluções quando são evaporados na
propostas nesta prática. chama de um bico de gás?

2) No que se constitui o espectro


INSTRUÇÕES PARA ELABORAÇÃO de raias de um determinado
DO RELATÓRIO. metal alcalino/alcalino terroso?
No que isto implica na teoria
Descreva os fenômenos
atômica proposta por Bohr?
responsáveis pelo aparecimento da
cor característica quando os sais
estudados são levados à chama?

Qual a explicação que se dá


para as diferenças nas cores
características dos vários sais
estudados?
Escreva as equações químicas
que representam as prováveis reações
de oxi-redução ocorridas na chama?

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

1. Vogel, A. I., Química Analítica


Qualitativa, Ed. Mestre Jou, São
Paulo, 1978.

55
Experimento n0 9: Reações Ilustrativas de Equilíbrio Químico

1 – INTRODUÇÃO

Todas as reações químicas podem ser consideradas reversíveis, embora em


alguns casos, o grau de reversibilidade seja muito pequeno. Um exemplo de um
sistema reversível, seria a reação de ácido acético com a água.

Colocando-se ácido acético (HOAc) em água ocorre uma reação com


produção de íons hidroxônio (H3O+) e acetato (AcO-), conforme representado na
equação (1).

HOAc (aq) + H2O H3O+ (aq) + AcO-(aq) (1)

À medida que as concentrações de H3O+ e AcO- aumentam, estas reagem


entre si para formar HOAc e H2O, conforme representado na equação (2).

H3O+ (aq) + AcO-(aq) HOAc (aq) + H2O (2)

A velocidade de uma reação geralmente aumenta, se as concentrações dos


reagentes aumentam, e diminui, se as concentrações dos reagentes diminuem.
Com isso, podemos concluir que a velocidade da reação (1) diminui devido ao
consumo de HOAc e H2O, enquanto que a velocidade da reação (2) aumenta, em
decorrência do aumento das concentrações de AcO- e H3O+.

Quando as velocidades das reações (1) e (2) se tornam iguais, dizemos que
o sistema está em equilíbrio dinâmico, e representamos os sistemas pela equação.

HOAc (aq) + H2O H3O+ (aq) + AcO-(aq)

55
Embora as reações (1) e (2) estejam ocorrendo, elas o fazem com a mesma
velocidade e, como resultado, as concentrações de todas as espécies permanecem
constantes. A este equilíbrio podemos associar uma constante K que é denominada
constante de equilíbrio da reação.

H3O+ AcO-
K =
HOAc

Esta equação é a condição de equilíbrio para a reação.

Se desejarmos obter, com bom rendimento, o produto de uma reação


reversível, é essencial que o equilíbrio esteja ou seja deslocado no sentido da
formação da substância desejada. Em muitos casos, devido à próprias
características do (s) produto (s), a reação ocorre de maneira em que os reagentes
se transformem quase completamente em produtos. Tal se dá, por exemplo, quando
o produto for um eletrólito muito pouco dissociado. Nos casos em que temos no
estado de equilíbrio concentrações apreciáveis, é possível, muitas vezes, variando
adequadamente as condições, deslocar o equilíbrio no sentido desejado. Por
exemplo, se um dos produtos não poderá ocorrer e os reagentes serão
transformados quase completamente em produtos.

A composição de uma mistura no equilíbrio em geral, depende das


quantidades de reagentes que são inicialmente misturados. Somente a temperatura
afeta o valor da constante de equilíbrio. No entanto, uma mudança de volume, ou
adição ou remoção de uma das substâncias envolvidas na reação, pode variar a
composição da mistura, sem, no entanto, modificar a valor da constante de
equilíbrio. O princípio de Le Chatelier é uma generalização relativa ao
comportamento de sistemas em equilíbrio: “quando se altera um sistema
inicialmente em equilíbrio, pela variação de quaisquer dos fatores que o
determinam, o sistema tende a se ajustar por si mesmo, de maneira a reduzir a um
mínimo esta alteração”.

55
2 – OBJETIVO

Estudar o equilíbrio de algumas reações observando o princípio de Le


Chatelier.

3 – MATERIAIS A SEREM UTILIZADOS

 Estante com tubos de ensaio;

 Solução de K2CrO4 1molL-1

 Solução de HCl 6molL-1

 Solução de NaOH 6molL-1

 Solução de BaCl2 1molL-1

 Solução de NH3 0,1molL-1

 fenolftaleína

 Solução de NH4Cl 6molL-1

 Béquer de 10 mL;

 Conta gotas;

4 – PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

a) Estudos do Equilíbrio Cromato-dicromato:

No laboratório, muitas vezes, reações de equilíbrio podem ser estudadas


quanto a predominância do(s) reagente(s) ou do(s) produto(s), observando
mudanças de cor ou aparecimento de precipitado. Por exemplo, em solução
aquosa, os íons cromato CrO42-, amarelo, podem ser convertidos em íons dicromato
Cr2O72- (alaranjado) ou vice-versa, variando o pH da solução, pois a extensão em
que ocorre esta reação depende da concentração de íons H +.

2 CrO42-(aq) + 2H+(aq) Cr2O72-(aq) + H2O

55
Adicionando ou retirando íons H+, o equilíbrio se desloca para a direita ou
para a esquerda, respectivamente, o que pode ser constatado através de mudanças
de coloração.

A equação acima, também permite explicar o efeito do pH sobre o equilíbrio


do cromato de bário, com uma solução saturada de íons.

BaCrO4 (s) Ba2+(aq) 2-


+ CrO4 (aq)

a.1. Procedimento

Adicione a um tubo de ensaio 2mL de K2CrO4 1 molL-1. Acrescente a esta


solução 5 gotas de HCl 6molL-1. Agite e observe. Em seguida, adicione 8 gotas de
solução de NaOH 6 molL-1, com agitação, até ocorrer alguma mudança. Adicione
novamente HCl (10 gotas).

Em um tubo de ensaio adicione 2 mL de K2CrO4 1 molL-1, e algumas gotas de


solução de BaCl2 1 molL-1. Adicione a seguir HCl 6molL-1, até o precipitado
dissolver; anote a cor da solução.

b) Estudo do Equilíbrio de uma base fraca:

Outra aplicação importante do princípio de Le Chatelier é o estudo das


reações envolvendo o chamado efeito do íon comum. Por exemplo, numa solução
de hidróxido de amônio (também chamada solução de amônia) existe o equilíbrio:

NH3 (aq) + H2O NH4+ (aq) + OH-(aq)

A adição do NH4Cl, (NH4)2SO4 ou qualquer outro sal de amônio solúvel,


aumentará a concentração de NH4+. Consequentemente, o equilíbrio se deslocará

55
para e esquerda e a concentração de íons OH- diminuirá. O íon NH4+, por ser comum
ao hidróxido de amônio e ao sal de amônio adicionado, é chamado de íon comum.

b.1. Procedimento

Tome dois tubos de ensaio e adicione a cada um deles 2 mL de solução 0,1


molL-1 de NH3 e uma gota de fenolftaleína. A um deles adicione com agitação,
várias gotas de NH4Cl 6 molL-1. Ao outro, adicione HCl 6 molL-1 (3 gotas).

5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 – “Prática de Química Geral 1” – Instituto de Química – UNICAMP – Campinas,


SP.

2 – M. J. Slenko e R. A. Plane, “Química”. Companhia Editora Nacional, São Paulo


(1972), p. 265-283.

3 – B. H. Mahan, “Química – Um Curso Universitário”, Editora Edgard Blucher, São


Paulo (1972), p. 126-187.

Estudo dirigido nº9

1) O que diz o princípio de Le Chatelier?

2) Qual é a lei do equilíbrio químico?

3) Como é definida a lei do equilíbrio químico?

55

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