Um projeto de Estado: O Antigo Sistema Colonial Revisitado

Dermeval Marins de Freitas

Doutorando em História pelo PPGHIS-UFRRJ

Este artigo tem como objetivo analisar as transformações operadas no Estado Português
a partir do reinado de D. José V, concentrando-se na análise do consulado Pombalino o qual
reorientou tanto a estrutura do Estado Imperial quanto a política desenvolvida pelo mesmo.
Nosso foco objetiva compreender as mudanças realizadas por Sebastião de Melo e Souza
(Marques de Pombal) quanto a política da Coroa com relação ao seu vasto império ultramarino,
em especial a América Portuguesa. Compreende-se que tal reordenamento representa o
momento em que foi estruturado um verdadeiro projeto colonial por parte da coroa portuguesa.
Esse projeto político e econômico é o que consideramos como Antigo Sistema Colonial.
Utilizaremos como aporte teórico as reflexões desenvolvidas sobre o Estado no livro de Jessop
Bob “El Estado: presente, passado e futuro” em especial o capítulo 3.
Debate Historiográfico: do Antigo Sistema Colonial ao Antigo Regime nos
Trópicos
Sem desenvolver uma reflexão extensa da historiografia com relação ao período colonial
iremos nos centrar no trabalho de Fernando Novais “Portugal e Brasil na crise do Antigo
Sistema Colonial”, de Antonio Manuel Hespanha “As Vésperas do Leviatã” e dos trabalhos
desenvolvidos no Brasil a partir do referencial teórico de Hespanha.
O Estado a partir do Enfoque Estratégico-Relacional
Breve esboço da teoria do Estado desenvolvido por Jessop Bob, considerando as seis
dimensões pelas quais se pode estudar o Estado. Será realizado uma maior atenção as dimensões
essenciais para se pensar o Antigo Sistema Colonial como projeto de Estado. Nesse sentido
iremos nos deter nas relações entre a base social do Estado, o projeto de Estado e visão
hegemônica.
O projeto e suas dificuldades de realização
Nesta parte analisaremos as políticas coloniais desenvolvidas por Pombal e o seu
desenvolvimento nas diferentes regiões da América portuguesa, percebendo que o fracasso e o
sucesso de suas políticas dependiam do grau de comprometimento dos potentados locais ao
projeto colonial.
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