Vous êtes sur la page 1sur 15

EAOF - 2018

Língua Portuguesa
Aula 03

“Imagine uma nova história para sua vida e acredite nela.”


(Paulo Coelho)

MCA concursos - PAIXÃO PELO SEU FUTURO!


mcaconcursos.com
Língua Portuguesa – Prof. Wendel

TIPOLOGIA TEXTUAL
=> Texto Narrativo
 Conta como aconteceu, acontece ou acontecerá algo (real ou imaginário);
 É necessário uma introdução, um clímax e um desfecho;
 O enredo é prioridade;
 Situa o tempo e o espaço físico onde ocorrem os fatos com as personagens;
 Presença de verbos de ação, para tornar mais viva a narrativa;
 O presente e o pretérito perfeito do indicativo predominam;
 O autor adota a postura de narrador.
O Cavalo e o Burro – fábula de Monteiro Lobato
O cavalo e o burro seguiam juntos para a cidade. O cavalo contente da vida, folgando com uma carga de quatro
arrobas apenas, e o burro — coitado! Gemendo sob o peso de oito. Em certo ponto, o burro parou e disse:
— Não posso mais! Esta carga excede às minhas forças e o remédio é repartirmos o peso irmãmente, seis arrobas
para cada um.
O cavalo deu um pinote e relinchou uma gargalhada.
— Ingênuo! Quer então que eu arque com seis arrobas quando posso tão bem continuar com as quatro? Tenho cara
de tolo?
O burro gemeu:
— Egoísta, Lembre-se que se eu morrer você terá que seguir com a carga de quatro arrobas e mais a minha.
O cavalo pilheriou de novo e a coisa ficou por isso. Logo adiante, porém, o burro tropica, vem ao chão e rebenta.
Chegam os tropeiros, maldizem a sorte e sem demora arrumam com as oito arrobas do burro sobre as quatro do
cavalo egoísta. E como o cavalo refuga, dão-lhe de chicote em cima, sem dó nem piedade.
— Bem feito! Exclamou o papagaio. Quem mandou ser mais burro que o pobre burro e não compreender que o
verdadeiro egoísmo era aliviá-lo da carga em excesso? Tome! Gema dobrada agora…

=> Texto Descritivo


 Descreve como é um objeto, uma pessoa, uma paisagem, uma cena...;
 Apresenta o cheiro, a cor, as sensações como aspectos importantes;
 A finalidade da descrição é fazer ver e sentir;
 O presente do indicativo e/ou pretérito imperfeito do indicativo predominam na descrição;
 Os adjetivos estão sempre presentes no texto;
 O autor adota a postura de observador.
“Ficara sentada à mesa a ler o Diário de Notícias, no seu roupão de manhã de fazenda preta, bordado a sutache,
com largos botões de madrepérola; o cabelo louro um pouco desmanchado, com um tom seco do calor do travesseiro,
enrolava-se, torcido no alto da cabeça pequenina, de perfil bonito; a sua pele tinha a brancura tenra e láctea das louras;
com o cotovelo encostado à mesa acariciava a orelha, e, no movimento lento e suave dos seus dedos, dois anéis de rubis
miudinhos davam cintilações escarlates.” (O Primo Basílio, Eça de Queiroz)

=> Texto Dissertativo Argumentativo


 Texto objetivo;
 Convence o leitor por meio de fatos, dados estatísticos, citações, publicações...;
 O predomínio verbal é o presente do indicativo e do subjuntivo;
 O autor adota a postura de argumentador.

MERCADO DE TRABALHO: QUALIFICAÇÃO E INICIATIVA

O mercado de trabalho nunca foi uma expressão tão utilizada como agora. A preocupação por um futuro promissor,
mais do que nunca, tem sido muito percebida nos dias atuais, em que se exige muita qualificação profissional e capacidade
de iniciativa.
Ser profissional não é simplesmente atuar numa área de trabalho, ter um emprego e exercer algumas funções.
Nota-se que quem não procura melhorar naquilo que realiza, obtendo cada vez mais informações para otimizar o serviço
prestado, tem a iminência do desemprego à sua frente. Não se admite mais, então, o trabalho baseado no senso comum,
sem o mínimo de conhecimento técnico-científico que permita a esse profissional satisfazer as necessidades
contemporâneas, inclusive sendo versátil, quando preciso.
Outro elemento decisivo para a manutenção do emprego é a iniciativa. E ela está intimamente ligada ao trabalho
em equipe. Colaborar para que uma tarefa seja realizada, mesmo não sendo diretamente ligada àquilo que se faz, contribui
para o fortalecimento daquele grupo, empresa, instituição pública ou qualquer outra esfera. Eis aí um dos fatores mais
importantes para ser absorvido pelo mercado de trabalho, cuja ausência provoca um efeito contrário, de consequências
traumáticas.
Portanto, nos dias atuais, o profissional que quiser ser bem-sucedido precisa reunir uma série de características,
trabalhar em vários campos, relacionar-se bem com as pessoas e ser completamente dedicado. A situação em que se
encontra a economia não dá chances a deslizes, por menores que sejam, e cabe a todo profissional a busca incessante para
que o tal mercado de trabalho deixe de ser um monstro e passe a ser a solução.
2
www.mcaconcursos.com – WhatsApp: (21) 97260-0817 / (21) 3420-4522 (Vivo)
Língua Portuguesa – Prof. Wendel

=> Texto Dissertativo Expositivo / Informativo / Explicativo

 Texto objetivo;
 Apresentação / explicação / análise de determinado assunto;
 O predomínio verbal é o presente do indicativo e do subjuntivo;
 O autor adota a postura de expositor.
 Exemplos: reportagens, relatórios técnicos e científicos.
Crack
O benzoilmetilecgonina é preparado a partir da extração de uma substância alcaloide da planta Erythroxylon coca,
encontrada na América Central e América do Sul. Chamada popularmente de crack, tal droga é fumada em cachimbos.
Aproximadamente o crack é cinco vezes mais potente que a cocaína, sendo também relativamente mais barata e
acessível que outras drogas, ele tem sido cada vez mais utilizado, e não somente por pessoas de baixo poder aquisitivo, e
carcerários. É usado nas diversas classes sociais em vários países do mundo.
Tal substância faz com que a dopamina, responsável por provocar sensações de prazer, euforia e excitação,
permaneça por mais tempo no organismo, além de provocar sintomas paranoicos, quando se encontra em altas
concentrações.
Com pouco tempo, neurônios vão sendo destruídos, e a memória, a concentração e o autocontrole são nitidamente
prejudicados. Cerca de 30% dos usuários perdem a vida em um prazo de cinco anos. O uso constante altera o
comportamento, aumentando os riscos de se contrair AIDS e outras DSTs uma vez que debilita o sistema imunológico dos
dependentes.
A superação do vício requer ajuda profissional, vontade por parte da pessoa, e apoio da família.

=> Texto Dialogal

 Sequência de falas alternadas formando um diálogo;


 Mínimo de dois locutores;
 Não apresenta narrador;
 Exemplos: texto teatral, entrevistas.
Rosani: Alô!
Rosa: Oi! Rosani! É a Rosa! Estou desesperada. Não sei o que fazer.
Rosani: Calma! Fale devagar. O que aconteceu?
Rosa: Quando eu estava no banheiro, escovando os dentes e lavando o rosto, ouvi a campainha. Fui atender e não era
ninguém. Mas, ao olhar para o chão levei o maior susto!
Rosani: Sério! O que você viu?
Rosa: Você não vai acreditar. Era um homem caído na soleira do meu apartamento e parecia estar morto!
Rosani: Mas, estava morto mesmo?
Rosa: O pior que estava. Ao tocá-lo percebi que estava gelado.
Rosani: Você ligou para a polícia?
Rosa: Liguei para o 190 e avisei que tinha um homem morto, um cadáver, no corredor em frente à soleira do meu
apartamento.
Rosani: A polícia já veio?
Rosa: Não. O policial disse que não há previsão para chegar ao local. O pior é que estou morrendo de medo com esse
cadáver na soleira do meu apartamento.
Rosani: Calma! Eles virão, e tudo se resolverá. Você já fez o que era preciso, agora é só aguardar.
Rosa: Espero que sim! Estou ouvindo conversas no corredor, acho que é a polícia! Vou desligar! Qualquer coisa, eu te ligo
novamente. Tchau!
Rosani: Tchau!

=> Texto Injuntivo / Instrucional / Apelativo

 Indicam procedimentos a serem realizados;


 Sequência de comandos;
 Verbos no imperativo;
 Exemplos: receitas, manuais de instrução, regras de jogo.
Instalação: Prefira sempre os serviços da Rede de Assistência Técnica Brastemp para realizar desde a instalação até
a manutenção de seus produtos com tranquilidade e segurança.
1° passo: Veja se a tomada onde o produto será instalado tem o novo padrão plugue, segundo o INMETRO.
2° passo: Verifique se a tensão da rede elétrica no local de instalação é a mesma indicada na etiqueta do plugue da
sua lavadora.
3° passo: Nunca altere ou use o cabo de força de maneira diferente da recomendada. Se o cabo de força estiver
danificado, chame a Rede de Serviços Brastemp para substituí-lo.
4° passo: Verifique se o local de instalação possui as condições adequadas indicadas no Manual do Consumidor:-A
pressão da água para abastecimento deve corresponder a um nível de 2 a 80 m acima do nível da torneira;
3
www.mcaconcursos.com – WhatsApp: (21) 97260-0817 / (21) 3420-4522 (Vivo)
Língua Portuguesa – Prof. Wendel

=> Texto Poético

 Texto subjetivo;
 Valoriza a mensagem;
 Presença de figuras de linguagem.
POEMINHA DO CONTRA

Todos estes que aí estão


Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!
(Mario Quintana)

EXERCÍCIOS

01. Preencha os parênteses com os números correspondentes; em seguida, assinale a alternativa que indica a
correspondência correta.

1 – Narrar 2 – Argumentar 3 – Expor


4 – Descrever 5 – Prescrever

( ) Ato próprio de textos em que há a presença de conselhos e indicações de como realizar ações, com emprego
abundante de verbos no modo imperativo.
( ) Ato próprio de textos em que há a apresentação de ideias sobre determinado assunto, assim como explicações,
avaliações e reflexões. Faz-se uso de linguagem clara, objetiva e impessoal.
( ) Ato próprio de textos em que se conta um fato, fictício ou não, acontecido num determinado espaço e tempo,
envolvendo personagens e ações. A temporalidade é fator importante nesse tipo de texto.
( ) Ato próprio de textos em que retrata, de forma objetiva ou subjetiva, um lugar, uma pessoa, um objeto etc., com
abundância do uso de adjetivos. Não há relação de temporalidade.
( ) Ato próprio de textos em que há posicionamentos e exposição de ideias, cuja preocupação é a defesa de um ponto de
vista. Sua estrutura básica é: apresentação de ideia principal, argumentos e conclusão.

a) 3, 5, 1, 2, 4 b) 5, 3, 1, 4, 2
c) 4, 2, 3, 1, 5 d) 5, 3, 4, 1, 2
e) 2, 3, 1, 4, 5

02. Internet e a importância da imprensa

Este artigo não é sobre a pornografia no mundo virtual nem tampouco sobre os riscos de as redes sociais
empobrecerem o relacionamento humano. Trata de um dos aspectos mais festejados da internet: o empowerment
(“empoderamento”, fortalecimento) do cidadão proporcionado pela grande rede.
É a primeira vez na História em que todos, ou quase todos, podem exercer a sua liberdade de expressão,
escrevendo o que quiserem na internet. De forma instantânea, o que cada um publica está virtualmente acessível aos cinco
continentes. Tal fato, inimaginável décadas atrás, vem modificando as relações sociais e políticas: diversos governos caíram
em virtude da mobilização virtual, notícias antes censuradas são agora publicadas na rede, etc. Há um novo cenário
democrático mais aberto, mais participativo, mais livre.
E o que pode haver de negativo nisso tudo? A facilidade de conexão com outras pessoas tem provocado um novo
fenômeno social. Com a internet, não é mais necessário conviver (e conversar) com pessoas que pensam de forma
diferente. Com enorme facilidade, posso encontrar indivíduos “iguais” a mim, por mais minoritária que seja a minha
posição.
O risco está em que é muito fácil aderir ao seu clube” e, por comodidade, quase sem perceber, ir se encerrando
nele. Não é infrequente que dentro dos guetos, físicos ou virtuais, ocorra um processo que desemboca no fanatismo e no
extremismo.
Em razão da ausência de diálogo entre posições diversas, o ativismo na internet nem sempre tem enriquecido o
debate público. O empowerment digital é frequentemente utilizado apenas como um instrumento de pressão, o que é
legítimo democraticamente, mas, não raras vezes, cruza a linha, para se configurar como intimidação, o que já não é tão
legítimo assim...
A internet, como espaço de liberdade, não garante por si só a criação de consensos nem o estabelecimento de uma
base comum para o debate.
Evidencia-se, aqui, um ponto importante. A internet não substitui a imprensa. Pelo contrário, esse fenômeno dos
novos guetos põe em destaque o papel da imprensa no jogo democrático. Ao selecionar o que se publica, ela acaba sendo
um importante moderador do debate público. Aquilo que muitos poderiam ver como uma limitação é o que torna possível o
diálogo, ao criar um espaço de discussão num contexto de civilidade democrática, no qual o outro lado também é ouvido.

4
www.mcaconcursos.com – WhatsApp: (21) 97260-0817 / (21) 3420-4522 (Vivo)
Língua Portuguesa – Prof. Wendel

A racionalidade não dialogada é estreita, já que todos nós temos muitos condicionantes, que configuram o nosso
modo de ver o mundo. Sozinhos, nunca somos totalmente isentos, temos sempre um determinado viés. Numa época de
incertezas sobre o futuro da mídia, aí está um dos grandes diferenciais de um jornal em relação ao que simplesmente é
publicado na rede.
Imprensa e internet não são mundos paralelos: comunicam-se mutuamente, o que é benéfico a todos. No entanto,
seria um empobrecimento democrático para um país se a primeira página de um jornal fosse simplesmente o reflexo da
audiência virtual da noite anterior. Nunca foi tão necessária uma ponderação serena e coletiva do que será manchete no
dia seguinte.
O perigo da internet não está propriamente nela. O risco é considerarmos que, pelo seu sucesso, todos os outros
âmbitos devam seguir a sua mesma lógica, predominantemente quantitativa. O mundo contemporâneo, cada vez mais
intensamente marcado pelo virtual, necessita também de outros olhares, de outras cores. A internet, mesmo sendo plural,
não tem por que se tornar um monopólio. (CAVALCANTI, N. da Rocha. Jornal “O Estado de S. Paulo”)

Pelas características da organização do discurso, a respeito do texto pode-se afirmar que se trata de uma:
a) dissertação de caráter expositivo, pois explica, reflete e avalia ideias de modo objetivo, com intenção de informar ou
esclarecer.
b) narração, por reportar-se a fatos ocorridos em determinado tempo e lugar, envolvendo personagens, numa relação
temporal de anterioridade e posterioridade.
c) dissertação de caráter argumentativo, pois faz a defesa de uma tese com base em argumentos, numa progressão lógica
de ideias, com o objetivo de persuasão.
d) descrição, por retratar uma realidade do mundo objetivo a partir de caracterizações, pelo uso expressivo de adjetivos.
e) expressão injuntiva, por indicar como realizar uma ação, utilizando linguagem simples e objetiva, com verbos no modo
imperativo.

03. Sobre os tipos textuais, é correto afirmar, exceto:


a) Os tipos textuais são caracterizados por propriedades linguísticas, como vocabulário, relações lógicas, tempos verbais,
construções frasais, etc.
b) Os tipos textuais são: narração, argumentação, descrição, injunção e exposição.
c) Geralmente variam entre cinco e nove tipos.
d) Possuem um conjunto ilimitado de características, que são determinadas de acordo com o estilo do autor, conteúdo,
composição e função.
e) Os tipos de textos apresentam características intrínsecas e invariáveis, ou seja, não sofrem a influência do contexto de
nossas atividades comunicativas. De maneira predeterminada, apresentam vocabulário, relações lógicas, tempos verbais e
construções frasais que acolhem os diversos gêneros.

04. Analise os fragmentos a seguir e assinale a alternativa que indique as tipologias textuais às quais eles pertencem:

Texto 1
“Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar,
encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se na calçada, ainda úmida de chuva, e descansou na
pedra o cachimbo. Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os
lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque (...)”. (Dalton Trevisan – Uma
vela para Dario).

Texto 2
“Era um homem alto, robusto, muito forte, que caminhava lentamente, como se precisasse fazer esforço para movimentar
seu corpo gigantesco. Tinha, em contrapartida, uma cara de menino, que a expressão alegre acentuava ainda mais.”

Texto 3 Novas tecnologias


Atualmente, prevalece na mídia um discurso de exaltação das novas tecnologias, principalmente aquelas ligadas às
atividades de telecomunicações. Expressões frequentes como “o futuro já chegou”, “maravilhas tecnológicas” e “conexão
total com o mundo” “fetichizam” novos produtos, transformando-os em objetos do desejo, de consumo obrigatório. Por
esse motivo carregamos hoje nos bolsos, bolsas e mochilas o “futuro” tão festejado.
Todavia, não podemos reduzir-nos a meras vítimas de um aparelho midiático perverso, ou de um aparelho
capitalista controlador. Há perversão, certamente, e controle, sem sombra de dúvida. Entretanto, desenvolvemos uma
relação simbiótica de dependência mútua com os veículos de comunicação, que se estreita a cada imagem compartilhada e
a cada dossiê pessoal transformado em objeto público de entretenimento.
Não mais como aqueles acorrentados na caverna de Platão, somos livres para nos aprisionar, por espontânea
vontade, a esta relação sadomasoquista com as estruturas midiáticas, na qual tanto controlamos quanto somos controlados.
(SAMPAIO, A. S. A microfísica do espetáculo)

5
www.mcaconcursos.com – WhatsApp: (21) 97260-0817 / (21) 3420-4522 (Vivo)
Língua Portuguesa – Prof. Wendel

Texto 4 Modo de preparo:


Bata no liquidificador primeiro a cenoura com os ovos e o óleo, acrescente o açúcar e bata por 5 minutos;
Depois, numa tigela ou na batedeira, coloque o restante dos ingredientes, misturando tudo, menos o fermento;
Esse é misturado lentamente com uma colher;

Asse em forno preaquecido (180° C) por 40 minutos.


a) narração – descrição – dissertação – prescrição.
b) descrição – narração – dissertação – prescrição.
c) dissertação – prescrição – descrição – narração.
d) prescrição – descrição – dissertação – narração.
05. O trecho que segue foi extraído do conto “Lâmpadas e Ventiladores”, de Humberto de Campos:

A tarde estava quente, abafada, ameaçando tempestade. Na sala da sorveteria onde tomávamos chá, os
ventiladores ronronavam, como gatos, refrescando o ambiente. Lufadas ardentes, fortes, brutais, varreram, lá fora, o
asfalto da Avenida. O céu escureceu, de repente, e um trovão estalou, rolando pelo céu. Nesse momento, as lâmpadas do
salão, abertas àquela hora, apagaram-se todas, ao mesmo tempo em que, dependendo da mesma corrente elétrica, os
ventiladores foram, pouco a pouco, diminuindo a marcha, até que pararam, de todo, como aves que acabam de chegar de
um grande voo.

Sobre a tipologia textual dessa passagem do conto, pode-se dizer a organização predominante é
a) argumentativa
b) descritiva
c) expositiva
d) narrativa
e) poética

06. O sumiço do pen drive


Houve época em que a força bruta era poder. Houve uma época em que a riqueza era poder. Hoje, informação é
poder. Quanto mais somos informados [...], mais poderosos somos, ao menos teoricamente.
Daí esta avalanche, este tsunami de informações. A cotação do dólar, a taxa de inflação, o número de casos de
determinada doença, candidatos dos vários partidos, a escalação de times de futebol – nomes e números em profusão, que
nos chegam por jornais, revistas, livros, filmes, noticiários de rádio, internet, e que tratamos de armazenar em nossa
mente.
Aí surge o problema: para armazenar a informação, a natureza nos deu um cérebro, que é a sede da memória. E
nessa memória queremos enfiar o máximo possível de informações. Diferente da memória do computador, porém, a nossa é
governada por fatores que nada têm a ver com a informática.
O estado de nossas células cerebrais, as nossas emoções; tudo isso pode representar uma limitação para nossa
capacidade de lembrar. [...]
Felizmente a tecnologia tem vindo em nosso auxílio. Primeiro foi o computador propriamente dito, com sua
memória cada vez maior; depois, vieram os dispositivos de armazenamento, os CDs, os pen drives. Coisa incrível, o pen
drive: um pequeno objeto no qual cabe uma existência, ou pelo menos uma importante parte dela. Para quem, como eu,
viaja bastante e tem de trabalhar em aviões ou em hotéis, é um recurso precioso. [...]
[...] ao chegar ao aeroporto, meti a mão no bolso para dali retirar o pen drive. Mas não encontrei pen drive algum.
Encontrei um buraco, verdade que pequeno, mas de tamanho suficiente para dar passagem (ou para dar a liberdade?) ao
pen drive que tinha caído por ali. Um transtorno, portanto. Perguntei no aeroporto, entrei em contato com o táxi que me
trouxera, liguei para casa: nada. O pen drive tinha mesmo sumido.
O buraco da camisa era, portanto, um buraco negro, aqueles orifícios do universo em que toda a energia é sugada e
some. [...] De repente eu me dava conta de como nossa existência é frágil, de como somos governados pelo acaso e pelo
imprevisto. Nenhuma queixa contra o pen drive, que veio para ficar; aliás, meu palpite é que, no dia do Juízo Final, cada
um de nós vai inserir o pen drive de sua vida no Grande Computador Celestial. Virtudes e pecados serão instantaneamente
cotejados, e o destino final, Céu ou Inferno, decidido de imediato. Pergunta: o que acontecerá com aqueles que, por causa
de um buraco na camisa, perderam o pen drive? (SCLIAR, Moacyr. O sumiço do pen drive)
O autor da crônica apresenta seu ponto de vista a partir de situações partilhadas com os leitores. A marca linguística que
revela essas situações comuns ao narrador e aos leitores é o emprego de
a) primeira pessoa do plural.
b) tempo passado dos verbos.
c) informalidade no uso do vocabulário.
c) adjetivação de natureza descritiva.
d) pontuação livre nos parágrafos.

6
www.mcaconcursos.com – WhatsApp: (21) 97260-0817 / (21) 3420-4522 (Vivo)
Língua Portuguesa – Prof. Wendel

07. Qual a tipologia textual do trecho apresentado abaixo?


Dona Julieta chamou os filhos mais novos para uma conversa séria. Era uma manhã de domingo, o dia estava claro e
ensolarado. Pediu a eles que compreendessem a situação do pai, que não tinha no momento condição de colocá-los em uma
escola melhor.

a) dissertação subjetiva
b) descrição
c) narração com alguns traços descritivos
d) dissertação objetiva com alguns traços descritivos
e) narração com alguns traços dissertativos

08. Marque o texto com características narrativas.


a) O ideal é que todos colaborem. Caso contrário, o Brasil continuará sem rumo.
b) Rodrigo e Juliana estavam na sala, quando ocorreu a explosão.
c) Ela tem olhos azuis e cabelos louros. Não parece brasileira.
d) Minha casa tem dois andares. Os quartos ficam na parte de cima.
e) A inteligência humana deve ser usada para o bem.

09. Marque a afirmação correta em relação ao texto abaixo:


“Senti tocar-me no ombro; era Lobo Neves. Encaramo-nos alguns instantes, mudos, inconsoláveis. Indaguei de Virgília,
depois ficamos a conversar uma meia hora. No fim desse tempo, vieram trazer-lhe uma carta; ele leu-a, empalideceu muito
e fechou-a com a mão trêmula.”
(Machado de Assis, in Memórias Póstumas de Brás Cubas)

a) É texto dissertativo com alguns elementos descritivos.


b) Não se trata de texto narrativo, pois não há personagens.
c) É um texto descritivo, com alguns elementos narrativos.
d) O texto não apresenta personagem-narrador.
e) Trata-se de uma narração, sem nenhum traço dissertativo.

10. Dificilmente, em uma ciência-arte como a Psicologia-Psiquiatria, há algo que se possa asseverar com 100% de
certeza. Isso porque há áreas bastante interpretativas, sujeitas a leituras diversas, a depender do observador e do
observado. Porém, existe um fato na Psicologia-Psiquiatria forense que é 100% de certeza e não está sujeito a
interpretação ou a dissimulação por parte de quem está a ser examinado. E revela, objetivamente, dados do psiquismo da
pessoa ou, em outras palavras, mostra características comportamentais indissimuláveis, claras e objetivas. O que pode ser
tão exato, em matéria de Psicologia-Psiquiatria, que não admite variáveis? Resposta: todos os crimes, sem exceção, são
como fotografias exatas e em cores do comportamento do indivíduo. E como o psiquismo é responsável pelo modo de agir,
por conseguinte , tem os em todos os crimes, obrigatoriamente e sempre, elementos objetivos da mente de quem os
praticou.
Por exemplo, o delito foi cometido com multiplicidade de golpes, com ferocidade na execução, não houve
ocultação de cadáver, não se verifica cúmplice, premeditação etc. Registre-se que esses dados já aconteceram. Portanto,
são insimuláveis, 100% objetivos. Basta juntar essas características comportamentais que teremos algo do psiquismo de
quem o praticou. Nesse caso específico, infere-se que a pessoa é explosiva, impulsiva e sem freios, provável portadora de
algum transtorno ligado à disritmia psicocerebral, algum estreitamento de consciência, no qual o sentimento invadiu o
pensamento e determinou a conduta.
Em outro exemplo, temos homicídio praticado com um só golpe, premeditado, com ocultação de cadáver, concurso
de cúmplice etc. Nesse caso, os dados apontam para o lado do criminoso comum, que entendia o que fazia.
Claro que não é possível, apenas pela morfologia do crime, saber-se tudo do diagnóstico do criminoso. Mas, por
outro lado, é na maneira como o delito foi praticado que se encontram características 100% seguras da mente de quem o
praticou, a evidenciar fatos, tal qual a imagem fotográfica revela-nos exatamente algo, seja muito ou pouco, do momento
em que foi registrada. Em suma, a forma como as coisas foram feitas revela muito da pessoa que as fez.

Na argumentação desenvolvida, a expressão “Claro que...”(§4) tem como fim introduzir:


a) justificativa ou explicação de ponto de vista anterior.
b) conclusão relativa a argumentos apresentados anteriormente.
c) concessão a ponto de vista divergente da tese defendida.
d) ponto de vista alternativo ementado para a mesma conclusão do texto.
e) argumento em favor da tese que está sendo defendida.

11. A química do amor


Embora seja agradável pensar que seguimos o coração, a verdade é que a ciência tem explicações menos poéticas
para as demandas românticas. Saiba como ela explica as questões amorosas, resultado de mecanismos puramente
fisiológicos, que envolvem hormônios e receptores cerebrais. E por que nada disso vai importar quando você estiver
apaixonado.
7
www.mcaconcursos.com – WhatsApp: (21) 97260-0817 / (21) 3420-4522 (Vivo)
Língua Portuguesa – Prof. Wendel

“Os homens devem saber que do cérebro, e só do cérebro, derivam prazer, alegria, riso e divertimento, assim como
tristeza, pena, dor e medo”.
A frase foi dita por Hipócrates (460-377 a.C.) há milhares de anos, mas continua certeira. Significa que aquele amor
envolto em corações flutuantes, que foi incessantemente idealizado por escritores, poetas e cineastas não é bem do jeito
que eles pintam. Esqueça o cupido, a sorte ou mesmo a união sublime e inexplicável de almas. “Nada é tão ao acaso, nem
tão romântico”, diz Carmita Abdo, psiquiatra coordenadora do Projeto Sexualidade (ProSex) do Instituto de Psiquiatria do
Hospital das Clínicas de São Paulo.
O amor nada mais é do que o resultado de uma complexa cadeia de reações químicas do cérebro, e existe com o
intuito único de propagar a nossa espécie. Em outras palavras, amamos porque somos o resultado de um processo evolutivo
bem sucedido: ao entrarmos em uma relação estável, as chances de criarmos com sucesso nossos descendentes são muito
maiores.[...]

Com base nas ideias principais do texto, é correto afirmar que ele é predominantemente
a) injuntivo b) narrativo
c) descritivo d) dialogal-conversacional
e) dissertativo-argumentativo

12. Jogos Olímpicos Rio 2016 deixarão lições para a segurança corporativa (*Alejandro Raposo)
O projeto de segurança da informação desenvolvido para os Jogos Olímpicos Rio 2016 é, certamente, o mais
complexo já implantado na América Latina nos últimos tempos. Primeiramente, porque tem um portfólio de produtos
extremamente amplo, que de ve ser integrado a diversas tecnologias de diferentes marcas e aspectos. Em segundo lugar,
pela sua visibilidade, já que atende o maior evento esportivo do mundo, com uma expectativa de 4,8 bilhões de
espectadores, segundo seus organizadores.
Todos os projetos de segurança da informação abrangem basicamente três premissas: processos, soluções de
segurança e pessoas. A diferença é que os Jogos Olímpicos Rio 2016 têm o tamanho de uma cidade inteligente. Para se ter
uma ideia, o time envolvido nas operações será de 136,5 mil pessoas, entre funcionários diretos, indiretos e voluntários,
cada um com um nível de permissão e uma dinâmica de trabalho diferentes. Além disso, será preciso atender milhares de
atletas, profissionais de mídia e agentes de delegações que circularão durante o evento.
Como não poderia deixar de ser, a expectativa de ataques no País também é gigante, por isso, a preocupação com a
segurança cibernética deve ser redobrada em todas as organizações do Brasil e não somente nas entidades envolvidas com a
organização dos Jogos. O Internet Security ThreatReport 2015 (ISTR 2015), produzido pela Symantec, mostra uma média de
quase um milhão de malwares criados por dia em todo o mundo, proporção que deve seguir crescendo exponencialmente,
graças ao processo de sofisticação do cibercrime – com ataques cada vez mais direcionados e assertivos – e à aceleração da
digitalização, especialmente na América Latina.
Dados do relatório A Nova Revolução Digital, feito pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe
(Cepal), mostram que a penetração da Internet na região mais do que duplicou entre 2006 e 2014, com crescimento
passando de 20,7% para 50,1% ao ano. O cenário é semelhante para dispositivos móveis. Entre 2010 e 2013, o número de
celulares conectados à Internet na região aumentou, em média, 77% ao ano; em 2014, já somavam 200 milhões. Em 2020,
esse número deve ultrapassar os 600 milhões, o que deixará a América Latina atrás somente da Ásia, de acordo com o
documento A Economia Móvel - América Latina 2014, produzido pelo GroupeSpeciale Mobile Association (GSMA), entidade
que reúne operadoras de telefonia móvel de todo o mundo. Esse crescimento traz, a reboque, um imenso número de novos
usuários pouco habituados ao cenário digital, que são vítimas em potencial para ameaças virtuais, inclusive de ataques
simples de engenharia social, como spam e alternativas rudimentares.
O aprendizado com esse projeto do Rio 2016, com certeza, levará ao aprimoramento das práticas de mercado, pois
as ações do Comitê Olímpico Internacional (COI) e do Comitê Organizador Rio 2016 na área de segurança da informação são
extremamente bem formuladas, com técnicas e metodologias avançadas. Os processos ocorrem dentro de um padrão e uma
sequência que devem ser respeitados, a fim de atingir o objetivo final sem grandes intempéries. Os diversos fabricantes
fornecedores trabalham de forma totalmente integrada e com base em parceria mútua, pois a combinação perfeita das
soluções determinará o resultado do projeto. Por fim, a criação do ambiente para a disputa dos jogos deve deixar legados
para a cidade -sede sob todos os pontos de vista. O objetivo é muito claro: criar um evento no qual todos possam apreciar
os jogos e uma estrutura que, de tão eficiente, ninguém veja.

O texto organiza-se a partir de uma tipologia predominantemente


a) descritiva, porque apresenta soluções para possíveis problemas decorrentes do projeto de segurança da informação para
os Jogos Olímpicos Rio 2016.
b) narrativa, porque relata fatos ocorridos durante o processo de organização do projeto de segurança para os Jogos
Olímpicos Rio 2016.
c) explicativa, porque testa as premissas do projeto de segurança da informação para os Jogos Olímpicos Rio 2016.
d) argumentativa, porque apresenta ideias que justificam um ponto de vista acerca do projeto de segurança da informação
para os Jogos Olímpicos Rio 2016.

8
www.mcaconcursos.com – WhatsApp: (21) 97260-0817 / (21) 3420-4522 (Vivo)
Língua Portuguesa – Prof. Wendel

13. 1938 – Angico – Os caçadores de cangaceiros


Para despistar, os cangaceiros imitam ruídos e pegadas de bichos e usam falsas solas com o calcanhar no bico. Mas,
quem sabe, sabe; e um bom rastreador reconhece os rumos do passo humano através dessa moribunda vegetação: pelo que
vê, galhinho quebrado ou pedra fora do lugar, e pelo olfato. Os cangaceiros são loucos por perfume. Derramam no corpo
litros de perfumes, e essa fraqueza os delata.
Perseguindo pegadas e aromas, os rastreadores chegam ao esconderijo do chefe Lampião; e atrás deles, a tropa. Os
soldados se aproximam tanto, que escutam Lampião discutindo com sua mulher. Maria Bonita o amaldiçoa, enquanto fuma
um cigarro atrás do outro, sentada numa pedra na entrada da gruta, e ele responde tristemente lá do fundo. Os soldados
armam as metralhadoras e esperam a ordem de disparar. (GALENO, Eduardo, O século do vento)

Sobre a estrutura do tipo textual narrativo, o clímax da narrativa em “Os caçadores de cangaceiros” está no enunciado:
a) “Os cangaceiros são loucos por perfume.”
b) “Os soldados armam as metralhadoras e esperam a ordem de disparar.”
c) “Maria Bonita o amaldiçoa, enquanto fuma um cigarro atrás do outro.”
d) “Os soldados se aproximam tanto, que escutam Lampião discutindo com sua mulher.”
e) “Perseguindo pegadas e aromas, os rastreadores chegam ao esconderijo do chefe Lampião.”

14. [...] Mas se ao quati fosse de súbito revelado o mistério de sua verdadeira natureza? Tremo ao pensar no fatal acaso que
fizesse esse quati inesperadamente defrontar-se com outro quati, e nele reconhecer-se, ao pensar nesse instante em que
ele ia sentir o mais feliz pudor que nos é dado: eu... nós... Bem sei, ele teria direito, quando soubesse, de massacrar o
homem com o ódio pelo que de pior um ser pode fazer a outro ser – adulterar-lhe a essência a fim de usá-lo. Eu sou pelo
bicho, tomo o partido das vítimas do amor ruim. Mas imploro ao quati que perdoe ao homem, e que o perdoe com muito
amor. Antes de abandoná-lo, é claro. [...]

Dadas as afirmativas sobre o fragmento textual,

I. Nesse fragmento, o quati está sendo personificado e isso, simbolicamente, pode representar um ser humano em crise de
identidade, por viver forçadamente contra a sua natureza.
II. O uso da linguagem conotativa prevalece no texto, visto que o objetivo do narrador é contar uma história sobre o quati
de tal forma que o leitor se identifique com a condição do bicho.
III. Os elementos: o personagem quati que participa dos fatos e a pessoa em que o narrador conta os fatos podem justificar
o fragmento textual ser narrativo.
IV. Em: “... adulterar-lhe a essência a fim de usá-lo...” e “Antes de abandoná-lo, é claro”, os pronomes pessoais oblíquos,
em destaque, nas duas ocorrências, fazem referência ao substantivo “homem”.

verifica-se que estão corretas apenas


a) I e II b) I e III c) II e IV d) III e IV e) I, II e III

15. O auxiliar administrativo é um profissional fundamental para o funcionamento de praticamente qualquer


organização. Sua função é apoiar a rotina administrativa e as atividades de controle e gestão financeira das empresas,
organizando o fluxo de correspondências, contas e documentos, operando equipamentos e programas necessários ao
funcionamento do escritório, entre outras atividades.
Atenção ao detalhe, dinamismo, discrição, bom relacionamento, responsabilidade, confiabilidade, boa noção de
administração do tempo, facilidade com números, bom humor e capacidade de lidar com pessoas (público interno e
externo) são algumas das características buscadas em um bom auxiliar administrativo ou assistente administrativo. [...]

Ao observar a função comunicativa, o conteúdo e a composição textual, é correto afirmar que a tipologia desse fragmento é
a) injuntiva, por utilizar linguagem direta, objetiva e simples.
b) descritiva, porque dar ao leitor uma grande riqueza de detalhes.
c) expositiva, porque se limita a apresentar uma determinada situação.
d) narrativa, por haver uma relação de anterioridade e posterioridade.
e) dissertativa, por apresentar posicionamentos pessoais e exposição de ideias.

16. Os hábitos alimentares estão entre os principais traços culturais de um povo. Era de se esperar, portanto, que
houvesse alguma menção sobre o assunto no primeiro contato entre os portugueses e os nativos, conforme relatado na
Carta de Pero Vaz de Caminha. De fato, Caminha escreve a respeito da reação de dois jovens nativos que foram até a
caravela de Cabral e que experimentaram alimentos oferecidos pelos portugueses:
Deram-lhe[s] de comer: pão e peixe cozido, confeitos, bolos, mel e figos passados. Não quiseram comer quase nada
de tudo aquilo. E se provavam alguma coisa, logo a cuspiam com nojo. Trouxeram-lhes vinho numa taça, mas apenas
haviam provado o sabor, imediatamente demonstraram não gostar e não mais quiseram. Trouxeram-lhes água num jarro.
Não beberam. Apenas bochechavam, lavando as bocas, e logo lançavam fora.

9
www.mcaconcursos.com – WhatsApp: (21) 97260-0817 / (21) 3420-4522 (Vivo)
Língua Portuguesa – Prof. Wendel

A partir da leitura do fragmento, são feitas as seguintes afirmativas:


I. No fragmento, ao dar destaque as reações dos nativos frente à comida e a bebida oferecidas, Caminha registra o
comportamento diferenciado deles quanto aos itens básicos da alimentação de um europeu.
II. No fragmento, percebe-se a antipatia de Caminha pelos nativos, o que se confirma na leitura do restante da carta
quanto a outros aspectos dos indígenas, como sua aparência física.
III. O predomínio de verbos de ação, numa sequência de eventos interligados cronologicamente, confere um teor narrativo
ao texto.

Está(ão) correta(s)
a) apenas I. b) apenas II. c) apenas II e III.
d) apenas I e III. e) I, II e III.

17. Sua fala era uma vibração de amor, que alvoroçava os corações, o olhar como luz de lâmpada encantada, que
fascina e desvaira; o sorriso era um lampejo de volúpia, que fazia sonhar com as delícias do Éden.
Era enfim o tipo o mais esmerado da beleza sensual, mas habitado por uma alma virgem, cândida e sensível. Era
uma estátua de Vênus animada por um espírito angélico.
Ainda que Eugênio não conhecesse e amasse Margarida desde a infância, ainda que a visse então pela primeira vez,
era impossível que toda a virtude e austeridade daquele cenobita em botão não se prostrasse vencido diante daquela
deslumbrante visão.
Margarida estava vestida de cor-de-rosa com muita graça e simplicidade; tinha por único enfeite na cabeça um
simples botão de rosa. Eugênio esteve por muito tempo mudo e entregue a um indizível acanhamento diante da
companheira de sua infância, como se se achasse em presença de uma alta e poderosa princesa. (GUIMARÃES, Bernardo)

Considerando-se a organização do texto, é correto afirmar que ele é fundamentalmente


a) narrativo, pois relata o relacionamento amoroso entre os personagens Margarida e Eugênio.
b) dissertativo, pois apresenta a defesa do ponto de vista de Eugênio sobre a personagem Margarida.
c) injuntivo, pois tem a intenção de instruir o leitor acerca das características da personagem.
d) informativo, pois fornece dados sobre a personagem Margarida de forma clara e objetiva.
e) descritivo, pois produz um retrato verbal subjetivo ao enumerar as características de Margarida.

18. A Carta de Pero Vaz de Caminha é o primeiro relato sobre a terra que viria a ser chamada de Brasil. Ali, percebe-se não
apenas a curiosidade do europeu pelo nativo, mas também seu pasmo diante da exuberância da natureza da nova terra,
que, hoje em dia, já se encontra degradada em muitos dos locais avistados por Caminha.

Tendo isso em vista, leia o fragmento a seguir.

Esta terra, Senhor, parece-me que, da ponta que mais contra o sul vimos, até outra ponta que contra o norte vem,
de que nós deste ponto temos vista, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas por costa. Tem, ao
longo do mar, em algumas partes, grandes barreiras, algumas vermelhas, outras brancas; e a terra por cima é toda chã e
muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta é tudo praia redonda, muito chã e muito formosa.
Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque a estender d’olhos não podíamos ver senão terra com
arvoredos, que nos parecia muito longa.
Nela até agora não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem o vimos.
Porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e temperados como os de Entre-Douro e Minho, porque neste tempo
de agora os achávamos como os de lá.
As águas são muitas e infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo aproveitá-la, tudo dará nela, por causa
das águas que tem.

Esse fragmento apresenta-se como um texto


a) descritivo, uma vez que Caminha ocupa-se em dar um retrato objetivo da terra descoberta, abordando suas
características físicas e potencialidades de exploração.
b) narrativo, pois a “Carta” é, basicamente, uma narração da viagem de Pedro Álvares Cabral e sua frota até o Brasil,
relatando, numa sucessão de eventos, tudo o que ocorreu desde a chegada dos portugueses até sua partida.
c) argumentativo, pois Caminha está preocupado em apresentar elementos que justifiquem a exploração da terra
descoberta, os quais se pautam pela confiabilidade e abrangência de suas observações.
d) lírico, uma vez que a apresentação hiperbólica da terra por Caminha mostra a subjetividade de seu relato, carregado de
emotividade, o que confere à “Carta” seu caráter especificamente literário.
e) narrativo-argumentativo, pois a apresentação sequencial dos elementos físicos da terra descoberta serve para dar
suporte à ideia defendida por Caminha de exploração do novo território.

10
www.mcaconcursos.com – WhatsApp: (21) 97260-0817 / (21) 3420-4522 (Vivo)
Língua Portuguesa – Prof. Wendel

19. Leia o poema “Elegia de agosto”, de Manuel Bandeira.

A nação elegeu-o seu Presidente


Certo de que jamais ele a decepcionaria.
De fato,
Durante seis meses,
O eleito governou com honestidade,
Com desvelo,
Com bravura.
Mas um dia,
De repente,
Lhe deu a louca
E ele renunciou.

Renunciou sem ouvir ninguém.


Renunciou sacrificando o seu país e os seus amigos.
Renunciou carismaticamente, falando nos pobres e
humildes que é tão difícil ajudar.
Explicou: “Não nasci presidente.
Nasci com a minha consciência.
Quero ficar em paz com a minha consciência.”

Agora vai viajar.


Vai viajar longamente no exterior.
Está em paz com a sua consciência.
Ouviram bem?

ESTÁ EM PAZ COM A SUA CONSCIÊNCIA

E que se danem os pobres e humildes que é tão difícil ajudar.

Com base no poema, afirma-se:


I. Os versos abordam uma temática prosaica, de aparente simplicidade, muito presente na totalidade da obra de Manuel
Bandeira.
II. Uma certa melancolia, associada ao sentimento de conformismo diante da realidade, é perceptível ao longo do poema.
III. O poema apresenta um traço narrativo, trazendo, inclusive, uma fala registrada em discurso direto.
IV. As marcas de oralidade e a presença de adjetivos evidenciam o lirismo exacerbado que caracteriza o sentimento de
mundo do poeta.

A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são


a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas. e) I, II e III.

20. São Paulo, 10 de março de 1867.


Estamos em plena quaresma.
A população paulista azafama-se a preparar-se para a lavagem geral das consciências nas águas lustrais do
confessionário e do jejum.
A cambuquira* e o bacalhau afidalgam-se no mercado.
A carne, mísera condenada pelos santos concílios, fica reduzida aos pouquíssimos dentes acatólicos da população, e
desce quase a zero na pauta dos preços.
O que não sobe nem desce na escala dos fatos normais é a vilania, a usura, o egoísmo, a estatística dos crimes e o
montão de fatos vergonhosos, perversos, ruins e feios que precedem todas as contrições oficiais do confessionário, e que
depois delas continuam com imperturbável regularidade.
É o caso de desejar-se mais obras e menos palavras.
E se não, de que é que serve o jejum, as macerações, o arrependimento, a contrição e quejandas religiosidades?
O que é a religião sem o aperfeiçoamento moral da consciência?
O que vale a perturbação das funções gastronômicas do estômago sem consciência livre, ilustrada, honesta e
virtuosa?
Seja como for, o fato é que a quaresma toma as rédeas do governo social, e tudo entristece, e tudo esfria com o
exercício de seus místicos preceitos de silêncio e meditação.
De que é que vale a meditação por ofício, a meditação hipócrita e obrigada, que consiste unicamente na aparência?
Pois o que é que constitui a virtude? É a forma ou é o fundo? É a intenção do ato, ou sua feição ostensiva?
Neste sentido, aconselhamos aos bons leitores que comutem sem o menor escrúpulo os jejuns, as confissões e rezas
em boas e santas ações, em esmolas aos pobres.
11
www.mcaconcursos.com – WhatsApp: (21) 97260-0817 / (21) 3420-4522 (Vivo)
Língua Portuguesa – Prof. Wendel

Pelo seu tema e desenvolvimento argumentativo, o texto pode ser classificado como
a) crítico b) lírico c) narrativo d) histórico e) épico.

21. O TRAPICHE
Sob a lua, num velho trapiche abandonado, as crianças dormem.
Antigamente aqui era o mar. Nas grandes e negras pedras dos alicerces do trapiche as ondas ora se rebentavam
fragorosas, ora vinham se bater mansamente. A água passava por baixo da ponte sob a qual muitas crianças repousam
agora, iluminadas por uma réstia amarela de lua. Desta ponte saíram inúmeros veleiros carregados, alguns eram enormes e
pintados de estranhas cores, para a aventura das travessias marítimas. Aqui vinham encher os porões e atracavam nesta
ponte de tábuas, hoje comidas. Antigamente diante do trapiche se estendia o mistério do mar oceano, as noites diante dele
eram de um verde escuro, quase negras, daquela cor misteriosa que é a cor do mar à noite.
Hoje a noite é alva em frente ao trapiche. É que na sua frente se estende agora o areal do cais do porto. Por baixo
da ponte não há mais rumor de ondas. A areia invadiu tudo, fez o mar recuar de muitos metros. Aos poucos, lentamente, a
areia foi conquistando a frente do trapiche. Não mais atracaram na sua ponte os veleiros que iam partir carregados. Não
mais trabalharam ali os negros musculosos que vieram da escravatura. Não mais cantou na velha ponte uma canção um
marinheiro nostálgico. A areia se estendeu muito alva em frente ao trapiche. E nunca mais encheram de fardos, de sacos,
de caixões, o imenso casarão. Ficou abandonado em meio ao areal, mancha negra na brancura do cais. (AMADO, Jorge)

Em relação aos tempos verbais presentes no fragmento, o narrador emprega


a) o pretérito perfeito e o presente, tempos básicos da narração, para simular a presença do leitor na realidade degradante
do trapiche.
b) o pretérito imperfeito e o presente nos trechos narrativos, para construir uma imagem decadente do trapiche.
c) o pretérito perfeito e o presente, tempos básicos da descrição, para relatar o processo contínuo, do passado até o
presente, de invasão da areia no trapiche.
d) o pretérito imperfeito e o presente nos trechos descritivos, para construir duas imagens do trapiche contrastantes entre
si.

22. Um sarau é o bocado mais delicioso que temos, de telhado abaixo. Em um sarau todo o mundo tem que fazer. O
diplomata ajusta, com um copo de champagne na mão, os mais intrincados negócios; todos murmuram, e não há quem
deixe de ser murmurado. O velho lembra-se dos minuetes e das cantigas do seu tempo, e o moço goza todos os regalos da
sua época; as moças são no sarau como as estrelas no céu; estão no seu elemento: aqui uma, cantando suave cavatina,
eleva-se vaidosa nas asas dos aplausos, por entre os quais surde, às vezes, um bravíssimo inopinado, que solta de lá da sala
do jogo o parceiro que acaba de ganhar sua partida no écarté, mesmo na ocasião em que a moça se espicha
completamente, desafinando um sustenido; daí a pouco vão outras, pelos braços de seus pares, se deslizando pela sala e
marchando em seu passeio, mais a compasso que qualquer de nossos batalhões da Guarda Nacional, ao mesmo tempo que
conversam sempre sobre objetos inocentes que movem olhaduras e risadinhas apreciáveis. Outras criticam de uma
gorducha vovó, que ensaca nos bolsos meia bandeja de doces que veio para o chá, e que ela leva aos pequenos que, diz,
lhe ficaram em casa. Ali vê-se um ataviado dandy que dirige mil finezas a uma senhora idosa, tendo os olhos pregados na
sinhá, que senta-se ao lado. Finalmente, no sarau não é essencial ter cabeça nem boca, porque, para alguns é regra,
durante ele, pensar pelos pés e falar pelos olhos.
E o mais é que nós estamos num sarau. Inúmeros batéis conduziram da corte para a ilha de... senhoras e senhores,
recomendáveis por caráter e qualidades; alegre, numerosa e escolhida sociedade enche a grande casa, que brilha e mostra
em toda a parte borbulhar o prazer e o bom gosto.
Entre todas essas elegantes e agradáveis moças, que com aturado empenho se esforçam para ver qual delas vence
em graças, encantos e donaires, certo sobrepuja a travessa Moreninha, princesa daquela festa.

A forma como se dá a construção do texto revela que ele é predominantemente


a) dissertativo, com o objetivo de analisar criticamente o que é um sarau.
b) descritivo, com o objetivo de mostrar o sarau como uma festa fútil e sem atrativos.
c) narrativo, com o objetivo de contar fatos inusitados ocorridos em um sarau.
d) descritivo, com o objetivo de apresentar as características de um sarau.
e) dissertativo, com o objetivo de relatar as experiências humanas em um sarau.

23. A poesia prometida


Fui colega de faculdade, na década de 1980, do poeta Eucanaã Ferraz. Fizemos o curso de Letras na Universidade
Federal do Rio de Janeiro, e, depois, nunca mais nos encontramos pessoalmente. Duas ou três cartas, dois ou três e-mails.
E mais nada.
Quando leio seus poemas, a imagem e a voz de Eucanaã reaparecem bem nítidas para mim. Trinta anos de distância
não são nada quando a palavra poética está presente.
Esta é uma das promessas que a literatura (e a poesia em especial) cumpre: vencer tempo e espaço, reapresentar o
ausente, renovar o momento passado, recuperar palavras e encontros.
Toda leitura educadora é um encontro, e todo encontro é dialógico. E todo diálogo em leitura requer aprendizado:
ver de novo e ouvir de novo. Talvez, quando os alunos se queixam da poesia, ou quando nós, professores, pouco espaço

12
www.mcaconcursos.com – WhatsApp: (21) 97260-0817 / (21) 3420-4522 (Vivo)
Língua Portuguesa – Prof. Wendel

concedemos a ela em nosso dia a dia – talvez isto seja consequência de urna grande falha educacional. Uma falha que nos
leva a só aceitar a poesia na medida em que a pudermos explicar.
Mas a poesia não existe para ser explicada. Existe para nos ensinar a ver de novo e a ouvir de novo. Só isso. E isso é
tudo. (...) (Gabriel Perissé. Revista Educação)

Em relação ao primeiro parágrafo, o texto apresenta:


a) Procedimento narrativo em que o estado de espírito e a emoção do narrador estão ausentes.
b) Estilo poético com clareza da função dos recursos textuais e uso de modalizadores explícitos.
c) Texto essencialmente informativo em defesa de um ponto de vista sobre a questão abordada.
d) Forma composicional] narrativa com ênfase no poder simbólico de construções metafóricas.
e) Estratégia narrativa com predominância de fluxo temporal e discursivo, desenvolvido em primeira pessoa.

24. O romance “Primeira manhã”, de Dalcídio Jurandir, é o sexto volume da série do Extremo-Norte. Alfredo,
personagem central da trama romanesca, protagoniza acontecimentos que lhe ferem profundamente a adolescência como
aluno do primeiro ano do Liceu. Leia, a seguir, um fragmento da obra:
“[...] Agora a aula de desenho. Alfredo imagina-se sobre cubos, paisagens, as rosadas meninas do Cícero Câmara;
lembrou-se: o professor Chiquinho, à sombra das ginjeiras carregadas, desenhando caligrafia, a abrir majestosas letras
góticas. Ia, de sua parte, desenhar agora aquelas três árvores doutro lado do rio, ao pé da armação da draga, com um
esbraseante tapuru sobre a ferrugem? Riscar um peixe uéua, um jandiá, oito horas da noite mordendo a isca? Ou a pixuneira
lilás, e o rosto de Andreza, só uns traços, boiando do fundo, a gritar: passou por baixo de minha perna um sucuriju, foi, um
deste tamanho, mas sou curada de cobra. E Alfredo toma um susto: invadindo a sala, um galego gorducho, bigodudinho,
com uma pressa irritada, o bagulho amarelo, a bater a régua na mesa contra trinta e dois inimigos. – Menino! Menino!
Silêncio na cocheira! A aula toda acuava-se, como se esvaziassem as carteiras, logo avançando, muda, a flechá-lo de ofensa
e ódio. E o buldogue desceu para saber, com ferocidade e triunfo, quem não trazia papel de desenho, os materiais, os
materiais. Quem não tivesse, fora quanto antes, fora quanto antes. Não tinha mas mas. Rua. Alfredo levantou-se, quis
explicar. – Rua! Rua! Desentulhe a pocilga.”

A discussão promovida pela obra de Dalcídio Jurandir, evidenciada no fragmento transcrito, está resumida corretamente
em:
a) privilegiam-se o foco narrativo e a ação dos personagens, o que permite o entrelaçamento entre o espaço da cidade
grande, o ambiente do Ginásio e o tempo das lembranças de Alfredo.
b) agrupam-se acontecimentos que demonstram a concretização dos sonhos de Alfredo, narrador-personagem,
evidenciando-se as vantagens que o Ginásio pode acrescentar ao seu conhecimento do mundo.
c) descreve-se a primeira manhã de Alfredo, narrador-personagem, exatamente no momento em que o professor de
desenho entra na sala de aula do Ginásio, visivelmente irritado. Ao assustar-se com as atitudes do professor, Alfredo
mergulha nas lembranças do rosto de Andreza, contornado pelas referências do mundo marajoara.
d) critica-se a dura realidade da escola brasileira representada no enredo (contextualizado nos meados de 1920), no
momento em que a ficção denuncia o clima de ofensas e hostilidade a que os alunos são submetidos quando convocados,
pelo professor de desenho, a fazer silêncio e a se retirar da sala de aula.
e) narram-se as mudanças que ocorrem na vida do menino Alfredo que, no contexto do romance, passa a ser visto, pela
mãe, pelos parentes e conhecidos, já como rapaz que estuda na cidade grande.

25. Alfabetização, língua escrita e norma culta


Vivemos numa sociedade tradicionalmente pouco letrada. Nesse sentido, bastaria lembrar que temos ainda por
volta de 15% de analfabetos na população adulta e que, entre os alfabetizados, calcula-se que apenas 25% podem ser
considerados alfabetizados funcionais, isto é, só esta pequena parcela é capaz de ler e compreender textos medianamente
complexos. Como consequência e apesar da expansão da alfabetização no último século, é ainda apenas uma minoria que
efetivamente domina a expressão escrita.
Não há dúvida de que, se queremos alcançar níveis avançados de desenvolvimento, temos de romper essa limitação
decorrente de nossa história econômica, social e cultural – que, por séculos, mantém concentrados a riqueza material e o
acesso aos bens da cultura escrita nas mãos de poucos.
Para isso, é indispensável diagnosticar as muitas causas dessa situação e, em consequência, encontrar formas de
enfrentá-la adequada e eficazmente. Andaremos, porém, mal se nem sequer conseguirmos distinguir, com um mínimo de
precisão, norma culta de expressão escrita.
O uso inflacionado da expressão norma culta pode ter facilitado a vida e o discurso de algumas pessoas, mas pouco
ou nada tem contribuído para fazermos avançar nossa cultura linguística. Continuamos uma sociedade perdida em confusão
em matéria de língua: temos dificuldades para reconhecer nossa cara linguística, para delimitar nossa(s) norma(s) culta(s)
efetiva(s) e, por consequência, para dar referências consistentes e seguras aos falantes em geral e ao ensino de português
em particular.
Parece, então, evidente que é preciso começar a desatar estes nós, buscando desenvolver uma gestão mais
adequada das nossas questões linguísticas por meio, inclusive, de um debate público franco e desapaixonado.
Essas questões linguísticas não são, claro, de pequena monta. Há toda uma história a ser revista, há todo um
imaginário a ser questionado, há toda uma gama de valores e discursos a ser criticada, há todo o desafio de construir uma
cultura linguística positiva que faça frente à danosa cultura do erro, que ainda embaraça nossos caminhos. (...)
13
www.mcaconcursos.com – WhatsApp: (21) 97260-0817 / (21) 3420-4522 (Vivo)
Língua Portuguesa – Prof. Wendel

Entendemos que o debate ganhará substância se começarmos por dar precisão à expressão norma culta. Continuar a
confundi-la com gramática em qualquer um de seus dois sentidos (conceitos ou preceitos), com norma-padrão ou com
expressão escrita apenas continuará escamoteando os problemas que estão aí a nos desafiar, quer na compreensão da nossa
realidade linguística, quer na proposição de caminhos para o ensino do português.

O texto, com base em seu desenvolvimento global, poderia ser reconhecido como um texto:
a) injuntivo, no qual são dadas instruções acerca de como usar certas gramáticas.
b) descritivo, a partir de uma cena objetiva, em que têm prioridade a observação e a análise.
c) narrativo, em que certo personagem fala de suas experiências linguísticas.
d) literário, cuja função principal seria produzir nos possíveis leitores um efeito estético.
e) de divulgação científica, em que determinados princípios são discutidos e aprofundados.

26. Assinale o trecho com características dissertativas.


a) Era um homem alto, escuro, vestindo paletó cinza-claro.
b) Encontrei os dois amigos numa pracinha perto daqui.
c) Os ajudantes levaram a mesa para o palco.
d) Nossa rua sempre foi escura, com muitas árvores nas duas calçadas.
e) É importante manter o equilíbrio, pois só assim conseguimos resolver os problemas.

27. Assinale a afirmativa errada.


a) Na dissertação, o centro é a ideia.
b) No discurso direto é empregado um verbo de elocução.
c) Há três tipos de discurso: direto, indireto e indireto livre
d) O texto descritivo está centrado no objeto.
e) O personagem-narrador leva o verbo normalmente à terceira pessoa.

28.

A tira – assim como histórias em quadrinhos, cartuns, charges etc. – mescla linguagem verbal e imagem para atingir os seus
objetivos comunicativos. Em relação à tipologia textual, a tira caracteriza-se por ser uma:
a) narração b) instrução c) exposição d) argumentação

29.

O gênero textual tirinha tem como características:

1. Interação entre a linguagem escrita e a linguagem visual.


2. Tem como objetivo tornar seus leitores competentes, críticos e capazes de transformar e modificar a realidade em que
se inserem.
3. Não permite que o leitor faça qualquer análise social ou política sobre os fatos apresentados.
4. Predominância da linguagem figurada, ou seja, geralmente utiliza-se de metáforas e termos literários.
5. Linguagem objetiva e clara, utilizando recursos que estimulam o receptor, levando-o a desenvolver a criticidade.

14
www.mcaconcursos.com – WhatsApp: (21) 97260-0817 / (21) 3420-4522 (Vivo)
Língua Portuguesa – Prof. Wendel

a) Apenas 5 está correta.


b) 1, 2 e 5 estão corretas.
c) apenas 1 e 5 estão corretas.
d) apenas 3 e 4 estão corretas.
e) todas as alternativas estão corretas.

30. [...] não podia tirar os olhos daquela criatura de quatorze anos, alta, forte e cheia, apertada em um vestido de chita,
meio desbotado. Os cabelos grossos, feitos em duas tranças, com as pontas atadas uma à outra, à moda do tempo, desciam-
lhes pelas costas. Morena, olhos claros e grandes, nariz reto e comprido, tinha a boca fina e o queixo largo. As mãos, a
despeito de alguns ofícios rudes, eram curadas com amor; não cheiravam a sabões finos nem águas de toucador, mas com
água de poço e sabão comum, trazia-as sem mácula. Calçava sapatos de duraque, rasos e velhos, a que ela mesma dera
alguns pontos. [...] ASSIS, Machado de. Dom Casmurro.

A respeito da tipologia textual, o fragmento é


a) descritivo e indicia, por meio do retrato físico, a situação de uma personagem de condição modesta.
b) descritivo e traça o perfil psicológico da personagem na direção de ambiguidade que a caracteriza.
c) narrativo e lança aos leitores detalhes da personagem sob perspectiva cronológica.
d) dissertativo e denuncia, por meio dos próprios acontecimentos apresentados, a classe social e o caráter da personagem.
e) narrativo e retrata, em breves traços, que a personagem funciona como mobilizadora do poder de sedução.

31. Desaparecidos
No Brasil não existem dados oficiais que determinem a quantidade de crianças e adolescentes desaparecidos
anualmente; contudo, dos casos registrados, um percentual de 10 a 15% permanecem sem solução por um longo período de
tempo, e, às vezes, jamais são resolvidos. Visando a dar visibilidade a essa problemática, a Secretária Especial de Direitos
Humanos, desde 2002, constituiu uma rede nacional de identificação e localização de crianças e adolescentes
desaparecidos, com o objetivo de criar e articular serviços especializados de atendimento ao público e coordenar um
esforço coletivo e de âmbito nacional para busca e localização dos desaparecidos. Hoje temos cadastrados no site da
ReDesap 1.247 casos de crianças e adolescentes desaparecidos no País. Desde a sua criação já foram solucionados 725
casos, sendo que se constatou que umas das causas mais comuns de desaparecimento é a fuga do lar por conflito familiar.
(...).

O texto é, predominantemente,
a) narrativo b) argumentativo c) injuntivo
d) expositivo e) dialogado

32. A sua vez


Você já é grandinho o suficiente para saber que brincadeira é para a vida toda
Boa parte das brincadeiras infantis são um ensaio para a vida adulta. Criança brinca de ser mãe, pai, cozinheiro,
motorista, polícia, ladrão (e isso, você sabe, não implica nenhum tipo de propensão ao crime). E, ah, quando não há
ninguém por perto, brinca de médico também. É uma forma de viver todas as vidas possíveis antes de fazer uma escolha ou
descoberta. Talvez seja por isso que a gente pare de brincar aos poucos – como se tudo isso perdesse o sentido quando
viramos adultos de verdade. E tudo agora é para valer. Mas será que parar de brincar é, de fato, uma decisão madura?
Atividades de recreação e lazer estimulam o imaginário e a criatividade, facilitam a socialização e nos ajudam a
combater o estresse. Mas, se tudo isso for o objetivo, perde a graça, deixa de ser brincadeira. Vira mais uma atividade
produtiva a cumprir na agenda. Você só brinca de verdade (ainda que de mentirinha) pelo prazer de brincar. E só. Como
escreveu Rubem Alves, quem brinca não quer chegar a lugar nenhum – já chegou. (QUINTANILHA, Leandro)

Quanto à tipologia, o texto classifica-se como


a) injuntivo
b) narrativo
c) descritivo
d) expositivo
e) argumentativo

GABARITO – TIPOLOGIA TEXTUAL

01-B 02-C 03-E 04-A 05-B 06-A 07-C 08-B


09-E 10-C 11-E 12-D 13-B 14-E 15-E 16-D
17-E 18-A 19-C 20-A 21-C 22-D 23-E 24-D
25-E 26-E 27-E 28-A 29-B 30-A 31-D 32-E

15
www.mcaconcursos.com – WhatsApp: (21) 97260-0817 / (21) 3420-4522 (Vivo)

Vous aimerez peut-être aussi