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Romanceros cinemáticos.

A marca dos lábios,


encanto liba tormento,
e nada diz, sei
que pensa e não sabe,
as memórias escritas,
do rosto que sente,
o encontro a um dia
escuro, tão perto
que longe fica na chuva,
acorda os sentidos
na sombra do regaço
das últimas tentações,
em condição de não ter,
amargo distante,
por fim no dia fugaz,
que tomara de impropério,
o ficar os assentos
em cor na matéria,
mais que nova via,
não guarda das palavras
aberto ainda a pairar
d’outono, os navios
a passar, o que não fica
mais sangue e cor
de oceano em espuma
da maré vazia,
fico o sal e as nuvens
da borrasca, lado
a lado ao corpo,
esse olhar que lembrara,
fundo dia que chega
o instante, (quem te)
imagem, oscila
entre a manhã
e a tarde afasta
desde que toca, chamado
estas figuras, e tu,
corpos cegos, repete
essa voz quando
a vida consente,
o teu, por vezes,
sombras qualquer fim
da manhã logo
o frio aceso e cala,
as ruínas de cada faz
a sombra, líquido
traço, corpo
a corpo enquanto
conquista a liberdade
e o carrega no peito
em fogo, a tarde
não estava a tempo,
(ou era eu),
que correra o sangue,
a protesto das palavras
na boca e o sabor
dos mundos, fazia,
nada o é, ouve,
por vez sopra
do rumor que sente,
o instante que fere,
à queima das palavras
no mais livre,
outros céus abertos
cimos da terra,
e a liberdade ao longe,
pântanos do dia,
perto feito
o acaso da noite,
canto ao fim
do dia, mais liga,
mais avança, basta.

Como o fazer lacónico ao grande alvorecer da guarda, sombras ao amanhecer, véus, o


tecer das sílabas, a composição de dentro, o nome, as línguas, o fogo, os cantos da voz,
o grito aceso, outra vez o dia, alto.

(Do mais ocaso até vindo em rápida sucessão, do qualquer fim).

II

O gesto num minuto,


sentira a presença,
ao cair aberto que chama
o olhar a fundo,
não pensa em voz
soar sobre a folha
os restos da matéria
a cada palavra,
mais próximo, termos
que faz e toma
do que é simples
ritmos dum verbo,
e a forma é dizer,
rios dum prazer,
que corre o petrificado
momento em não pensar,
corrido, manifesto ponto,
cedo a noite cai
numa fisionomia fechada,
não tanto a chuva
mas passos na pedra,
récitas do som
perto, raiada promessa
vão, lentamente, desfolhar
livros na noite em voz
soltas as sensações
da luz ida, nomes
e palavras ao acaso,
e não fica mais
desse encanto, os corpos
e os dias assim,
maneiras da profusão
lançada mantos
na curvatura da pele,
as ondas a desvanecer
e a música quase perto,
no silêncio em terra firme,
tecido desse rumor,
passo imóvel,
todos mundos e luas
mais vivo as ondas
leve, a vista agitada,
as folhas caídas,
nas margens da espera,
onde as tantas palavras
queira a manhã
não tarde e mais cantos,
manifesto e palavras
loucas, rastos
do mal tirado à sombra
em qualquer lugar,
nu, raios e a cor
dessas terras pisadas,
no ar das noites que corre
e toma de mais o canto
que alcança os braços
do rubor e a face da pele
em saber das mãos,
em parecer do som
nas palavras, fulgor
em cada, sítios ao acaso,
o gesto elegante,
as cordas a soluçar,
as curvaturas da lava,
as lavras da terra,
e o principio de tudo.

III

Era elevação
a toda entrega
que a lei confirma,
e a vida grita
e firma a beleza,
ébria de ser,
em todas razões,
perante ao tempo,
a idade em triunfo
entra o amor
nos olhos cegos,
é diferente
a paisagem no olhar
da acolhedora elegia,
raias do poder,
admirável passo
transposto, sorriso
por muitas eras,
(dizia uma vez),
nos dias das águas,
as fontes agora,
chega o tempo
de todos os meios
rejubilar,
à entrada do vazio,
maneira de hoje
e afim de um processo,
os novos outros lados,
indiferente
espelho que marca,
disposto presente,
em terra queimada
que fica desse engano,
opção dos rios,
a entrada que não escolhe,
espalhadas
margens da violência
pois não tem fim,
estranho momento
deixa ao chamar
da rendição doce,
intenso abandono
em vão da vista,
inexistente,
forma tomada,
concerto à chegada,
e os dias são curtos
agora, hábito
da razão deixa
entregue a fúria
aos presentes corpos,
os cabelos violeta,
esqueço-me
dos rios passados,
não há condição,
primeira elegia,
e as visões do fogo
reflectem vazio,
preenche o corpo
o consolo que repousa,
interlúdio,
mas nunca o fim,
não há fim,
desta estranheza,
junta o tempo,
das inscritas dúvidas,
levanta, alimenta,
joga as perguntas
nas razões de ver assim,
considera o fazer,
(meu fogo, teu vazio),
no tempo que toma,
terror e paixão,
estende o respirar
em fôlego, idade
de indiferença,
quanto mais menos
estranha a vida,
maneiras
que não desses combates
necessário é,
não dizer o fogo,
apressado,
por dentro chegam
luzes pálidas,
acondicionadas,
saber estar aqui,
inatingíveis
esfacelados corpos,
esquecem também,
tão estranhamente,
chega e parte
nos incinerados dias,
reposta idade,
já idos os corpos,
amados que ecoam,
os rios passados,
e apesar das palavras,
não deixam lugar
ao acreditar desse dia,
avassalador,
chama que cresce,
faz-se estranho,
esse vazio processo.

Nuno Rocha010

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