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SUMÁRIO

AULA 1
Objetivo:

• Compreender os fundamentos da Economia como Ciência Social Aplicada


e cujo objeto central consiste no problema da escassez dos recursos,
diante das ilimitadas necessidades de uma sociedade crescente.

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AULA 1
Seja Bem-vindo(a)!

Prezado(a), Estudante:

É com muita alegria que apresento a você a Aula 1 da Disciplina Economia.


Viver em sociedade é um grande desafio. Diariamente, deparamos com problemas de natureza econômica
os quais incomodam a todos. Para exemplificar, podemos enumerar alguns, tais como:

• O Desemprego, que é o acidente econômico, o qual fere, profundamente, a dignidade humana.

• A Inflação, que pode ser considerado o maior imposto de uma sociedade; sobretudo, para as
camadas menos favorecidas as quais não conseguem se defender dos aumentos dos preços.

• O aumento dos Impostos, que é fonte de receita do Governo; mas, por falta de compromisso com o
dinheiro público, vive em desequilíbrio com as suas contas.

• O aumento da Taxa de Juros, que é um instrumento de política monetária do Governo; porém


desestimula o investimento e o consumo.

• A Desigualdade Social, que, no Brasil, é gritante e, a cada dia, a concentração da riqueza coloca
milhares de pessoas na pobreza absoluta.

O desenvolvimento das atividades programadas para essa Aula 1 proporcionará a você, caro(a)
Aluno(a), os fundamentos para a compreensão de alguns problemas que afligem a sociedade
contemporânea.

Vamos ao trabalho!
Professor Fábio Augusto Martins

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AULA 1
FUNDAMENTOS DA ECONOMIA
1.1-CONCEITO DE ECONOMIA E O PROBLEMA DA ESCASSEZ
A palavra Economia, etimologicamente, vem do grego oikonomia (oikos, que significa casa e nomos
normas. Aristóteles definia Economia como ”a Ciência do abastecimento, que trata da arte da aquisição”
(ROSSETTI, 1980, p.57). Pode-se dizer, então, que, na Grécia Antiga, Economia significava “a arte de
bem administrar o lar, levando-se em conta a renda familiar e os gastos efetuados, durante um período”
(SOUZA, 2003, p.15). Mas, foi com a publicação de "A riqueza das nações", do escocês Adam Smith,
no XVIII, que a Economia passa ter o status de Ciência. A leitura dessa obra, ao longo de praticamente
todo o século XIX, passa a ser obrigatória para dar início aos estudos de Economia, segundo Winston
Fritsch (Professor e Pesquisador da Universidade Católica do Rio de Janeiro e Universidade Federal do
Rio de Janeiro em 1947).

A definição proposta por Alfred Marshall, Professor de Economia de Cambridge, em sua obra Principles
of Economics (1890): “A Economia é a ciência que examina a parte da atividade individual e social
essencialmente consagrada a atingir e a utilizar as condições materiais do bem-estar” (ROSSETTI,
1980, P.59).

Uma definição contemporânea interessante: Economia é uma Ciência Social Aplicada que estuda a
relação entre os recursos que, embora se aplicam a usos alternativos, são escassos e as necessidades
ilimitadas de uma sociedade crescente.

Economia é a ciência da escassez.

Sendo assim, a Economia estuda a alocação (direção/utilização) dos recursos escassos na geração de
produtos, sejam bens tangíveis (físicos) ou intangíveis (serviços), para satisfazer às necessidades da
coletividade. Ela estuda, então, o comportamento e o funcionamento da sociedade.

O cerne (a raiz) do problema está na limitação dos recursos necessários para produzir bens e serviços
a fim de atender às necessidades e aos desejos sem limites de uma sociedade. Esse fato implica em
um processo constante de escolha, sendo que, para produzir uma maior quantidade de um produto
necessário se faz abrir mão de parte produtiva de outro.

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Você vai ao mercado com R$100,00. Lá
você terá que escolher entre comprar mais
unidades de um produto e menos de outro.

Sendo assim, a escassez é a discrepância entre as necessidades


físicas e não-físicas ou desejos das pessoas e a disponibilidade
dos meios para satisfazê-los. Constatamos, então, que a
existência terrestre é constituída de incessantes momentos de O PIB (Produto Interno Bruto) é
o somatório de toda a riqueza
escolhas. Daí se justifica a necessidade de estudar Economia
produzida, dentro das fronteiras
para melhor compreender os acontecimentos do cotidiano. geográficas de uma nação.

O enfoque econômico se divide em dois aspectos. Os microeconômicos dizem respeito à análise de


caráter individual dos agentes econômicos, isto é, das famílias, das empresas e do governo; e, como
eles se interagem. Os aspectos macroeconômicos estão relacionados aos agregados, ou seja, ao
conjunto da economia.

Ao analisar a produção de uma empresa, o


foco é microeconômico. Na análise do PIB, o
enfoque é macroeconômico.

1.2-O SISTEMA ECONÔMICO: UMA VISÃO DE CONJUNTO


Os sistemas econômicos são constituídos ao longo do tempo. São organizados, historicamente, por meio
das relações dos agentes econômicos, ao empregarem seus escassos recursos em atender aos anseios
da coletividade. Os consumidores, os produtores, bem como os administradores da coisa pública, dentro
de um contexto institucionalizado de disciplina e de controle, são levados a interagirem via produção,
distribuição e uso dos produtos gerados. Um sistema econômico é “a forma na qual uma sociedade está
organizada em termos políticos, econômicos e sociais para desenvolver as atividades econômicas de
produção, troca e consumo de bens e serviços” (PASSOS e NOGAMI, 2012).

Para a produção de bananas a aviões, são necessários uma gama de recursos, que embora escassos,
prestam-se ao uso alternativo na produção de bens e serviços. Quanto à classificação, os recursos ou
fatores de produção podem ser agrupados em:

RECURSOS NATURAIS: é o conjunto dos elementos da natureza utilizados no


processo produtivo, como o solo, os minerais, as águas, a fauna e a flora, bem
como o vento e o sol. Esses recursos naturais constituem o fator terra.

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RECURSOS HUMANOS: o fator trabalho é constituído por uma parcela da população
total de uma sociedade: aquela que é economicamente mobilizável. Esta se divide
em população economicamente ativa, constituída por empregadores, empregados e
autônomos; e, a população economicamente inativa, que mesmo apta ao exercício
produtivo se encontra ociosa e se divide em dois tipos de desempregados: os
voluntários e os involuntários. Os primeiros podem ser os que vivem de renda; ou,
por opção, não exercem atividade econômica; contudo, os segundos são aqueles
que estão, efetivamente, à procura de emprego; e, muitas vezes, não o encontram.

CAPITAL: esse fator diz respeito ao conjunto de riqueza acumulada por uma
sociedade e utilizada na produção de novas riquezas, como: toda a infraestrutura
econômica (transporte, telecomunicações, energia); infraestrutura social
(saneamento, educação, cultura, segurança, saúde, lazer, esportes); construções
e edificações (prédios, escolas, repartições públicas, pontes, estações ferroviárias
e de metrô, prédios comerciais e residenciais, fábricas); máquinas, equipamentos,
instrumentos e ferramentas.

TECNOLOGIA: a capacidade tecnológica diz respeito ao conjunto de conhecimentos


e habilidades para dar sustentação ao processo produtivo. Está relacionada ao
saber fazer, ao como fazer. Esta capacidade está diretamente ligada ao processo de
capacitação para P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), C&T (Ciência e Tecnologia)
para o desenvolvimento e a implantação de projetos inovadores.

EMPREENDEDORISMO: está no esforço destinado a orientar os processos de


produção, distribuição e comercialização dos bens e serviços. Não adianta termos as
melhores reservas naturais, uma intensa mobilização das pessoas para o trabalho,
uma boa disponibilidade de capital, bem como, um padrão tecnológico bem definido
e empregado na produção, se não existir a capacidade para gerenciá-los. O fim é
promover a combinação mais eficiente para o atendimento às necessidades e aos
desejos inestimáveis da sociedade.

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Capítulo 2 do livro Introdução à economia – Rossetti, 17ª ed.

Diante de uma constante expansão de suas necessidades, a sociedade, sempre presa às restrições de
disponibilidade de recursos e de técnicas para a produção, tem enfrentado problemas que podem ser
definidos por meio de três questionamentos:

• O que produzir?
• Como produzir?
• Para quem produzir?

Os sistemas econômicos são compostos por esses problemas que, na visão de Antônio Delfim Neto (apud
ROSSETTI, 1980) “...não há forma de organização social que seja capaz de iludir aqueles problemas”.

Em primeira instância, os sistemas econômicos enfrentam o problema fundamental da decisão do que


produzir e quanto produzir, dada a disponibilidade dos escassos recursos. Almeja-se o pleno emprego
dos fatores de produção e a melhor escolha na alocação dos meios de produção. Logo em seguida,
a questão passa a ser como produzir, ou seja, por meio do conhecimento adquirido, qual deve ser a
tecnologia utilizada no processo produtivo. O que implica na escolha das melhores técnicas a serem
utilizadas com o fim de satisfazer às necessidades e aos desejos da sociedade. E, por fim, a decisão
gira em torno do para quem produzir; o que deve pressupor que os limites do bem-estar individual e
da coletividade sejam alcançados. É a busca incessante do uso dos melhores meios para tornar a
distribuição mais eficiente da produção obtida (Figura 1).

PARA QUEM PRODUZIR


Nível Social

Correta repartição da
produção, obtida com
vistas à justiça distribuitiva.

A constituição de um sistema
econômico ideal implica a
COMO PRODUZIR gradativa ampliação dessa O QUE PRODUZIR
Nível Tecnológico Nível Econômico
área de intercruzamento.

Combinação eficiente Adoção de opções que


e ótima alocação satisfaçam plenamente
às necessidades coletivas.
dos recursos.

Figura 1: A relação dos problemas econômicos fundamentais

Fonte: Adaptado (ROSSETTI, 1980)

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Os principais elementos (Figura 2) em que se constituem os sistemas econômicos são:

a) Um estoque de recursos ou fatores de produção.


b) Um quadro de agentes econômicos interativos.
c) Um complexo de instituições.

Apesar de serem necessários Instituições Jurídicas, Políticas e Sociais a promoverem mecanismos


institucionais para o controle e a disciplina; agentes econômicos – FAMÍLIAS, EMPRESAS E GOVERNO
– serem levados, por meio do emprego de seus recursos, a interagirem via produção, distribuição e
comércio; o elemento base para qualquer sistema econômico está no estoque que possui dos fatores
de produção. São esses recursos que, embora limitados, prestam-se ao uso alternativo para a produção
de bens de consumo e de capital. Os primeiros atendem, diretamente, às necessidades humanas, que
constituem a razão de ser a força motivacional da atividade econômica. No entanto, os segundos são
destinados à geração de novos bens e, que, consequentemente, vão contribuir para a satisfação da
sociedade.

Os principais elementos constitutivos de um sistema econômico

Estoque de Fatores Agentes Econômicos Complexos


de Produção Institucionais

• Terra
• Trabalho • Famílias • Político
• Tecnologia • Empresas • Jurídico
• Empreendedorismo • Governo • Social

Figura 2: Elementos Constitutivos do Sistema Econômico

Fonte: Adaptado (ROSSETTI, 1997, p.159)

O elemento base do Sistema Econômico


é o estoque de fatores de produção.

1.3-FRONTEIRAS DAS POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO


Todos os dias, uma quantidade, extraordinariamente, grande de recursos são mobilizados para a
produção de bens e serviços pelas empresas, dos três setores de atividade econômica. As Atividades
Primárias são aquelas destinadas ao manejo direto dos recursos naturais: lavouras, produção animal

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e extração vegetal. As Atividades Secundárias dizem respeito à transformação por meio da indústria
extrativa mineral, da construção e das atividades industriais em geral. As Atividades Terciárias estão
relacionadas aos serviços de toda ordem, como o comércio, a intermediação financeira, o transporte, a
comunicação e outros serviços.

Por meio das atividades produtivas são gerados os produtos necessários ao atendimento da sociedade.
Mas, quais serão as melhores alternativas de produção? Há limitadas possibilidades de produção,
dada a disponibilidade de recursos à disposição da atividade econômica. Isso se dá pela escassez dos
recursos, e, por isso, torna-se relevante alcançar os limites máximos de eficiência em uma economia. A
eficiência produtiva significa operar a pleno emprego. Entretanto, o que vem a ser pleno emprego? Como
o próprio termo indica, pleno emprego diz respeito à empregabilidade total dos recursos disponíveis; a
ocupação plena dos fatores de produção. Em uma economia, qualquer nível de ociosidade dos recursos
quer dizer o seu uso parcial e não total. Isso quer dizer que quanto maior o grau de ociosidade, tanto
maior a ineficiência da economia.

A economia alcança o limite máximo da eficiência produtiva quando opera a pleno emprego.

Para o melhor entendimento sobre os problemas atinentes ao atendimento às necessidades e aos


desejos da sociedade, por meio dos recursos limitados, será necessário utilizar o instrumento gráfico.
Para isso, vamos simplificar, reduzindo a totalidade de bens da economia em apenas dois produtos
(Milho e Celulares). A Tabela 1 representa as alternativas para a alocação (direcionamento) dos recursos
disponíveis para a produção de milho, em toneladas, e/ou celulares, em milhares de unidades.
Tabela 1: Possibilidades de produção de milho e/ou de celulares.

Quantidade Possibilidade de Combinações de Quantidade


Bens Máxima de Produção de Milho e Celulares Máxima de
Milho Celulares

Milho
750 730 680 600 450 300 150 0
(Toneladas)

Celulares
0 50 100 150 200 230 250 265
(Milhares)

Tabela 1: Fonte: Adaptado (GREMAUD, et al. p. 12 2004)

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Ao unirmos os pontos de combinações de produção de milho e/ou de celulares, traçamos a curva de
possibilidades de produção, como é também chamada a fronteira de produção. Essa curva representa
a disponibilidade de produção para a produção de milho e/ou celulares. Dada a escassez dos recursos
de produção, não haverá condições de produzirmos muito de tudo. Sempre que quisermos aumentar a
produção de milho, deveremos abrir mão de uma parcela de produção de celulares e vice-versa. A Figura
3 demonstra, graficamente, a fronteira de produção ou a curva de possibilidades de produção para milho
e celulares, com base nos dados da Tabela 1.

Pleno Emprego Pleno Desemprego Ociosidade Impossível

Figura 3: Fronteira de Possibilidades de Produção para Milho e Celulares

Fonte: Adaptado (GREMAUD, et al. p.12, 2004)

Há quatro pontos, de grande relevância, destacáveis na Figura 3. Primeiro, todo ponto em torno da curva
representa o pleno emprego, isto é, a empregabilidade máxima dada a disponibilidade de recursos no
momento. Se há o pleno emprego, o oposto pode ser considerado o segundo ponto importante: o pleno
desemprego, em que a empregabilidade dos fatores de produção é nula. Entre os dois extremos, temos
o terceiro ponto a destacar: a ociosidade, sendo maior o grau quanto mais distante do pleno emprego e
menor o grau, quanto mais próximo desse estiver. O quarto e último ponto em destaque é o considerado
impossível, já que se encontra além das possibilidades de produção, dada a disponibilidade de recursos.

Tomando como base os dados da Tabela 1, você vai observar, no gráfico, Figura 3, que, ao destinar
(alocar) todos os recursos para a produção de milho, você terá um ponto no limite do gráfico, em torno
da curva, representando 750 toneladas produzidas de milho e 0 de celulares. Isso quer dizer que, dada
a disponibilidade de recursos e a economia operando a pleno emprego, o máximo de produção de milho
será 750 toneladas. Ao contrário, se você direcionar todos os recursos para produzir celulares, terá, no
máximo, 265 mil celulares e 0 toneladas de milho. Entre esses dois pontos extremos de pleno emprego,
você terá os mais variados pontos, representando as combinações possíveis de produção dos dois

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produtos, com a empregabilidade máxima dos fatores disponíveis. O ponto amarelo em destaque, no
gráfico, representa a economia, operando a pleno emprego em que se produz 600 toneladas de milho
e 150 mil celulares. Não se esqueça que para aumentar a produção de celulares será necessário abrir
mão de parte da produção de milho ou vice-versa. Por isso que o ponto rosa, além da curva, representa
o impossível, que é aumentar a produção de 150 mil para 200 mil celulares, mantendo inalterada a
produção de 600 toneladas de milho. Esse ponto é impossível, porque não há disponibilidade de recursos
para atender a essa combinação de produção. No momento, para aumentar em 50 mil a produção de
celulares, será necessário abrir mão de 150 toneladas de milho.

Para aumentar a produção de um bem deverá


abrir mão de parte produtiva de outro.

Isso não quer dizer que você nunca terá condições de aumentar a produção de celulares, mantendo
inalterada a produção de milho. Para isso acontecer só há uma maneira: aumentar a disponibilidade de
recursos de produção. Mas como?

• Qualificando melhor a mão-de-obra.


• Melhorando a tecnologia.
• Descobrindo novas fontes de recursos naturais.
• Formando novos empreendedores.
• Destinando mais recursos para acumulação de bens de capital.

Quando há um aumento na dotação de recursos de produção, ocorre uma expansão das fronteiras
de produção; isto é, ocorre um deslocamento, para a direita da curva de possibilidade de produção.
Sendo assim, há um novo patamar de pleno emprego. A Figura 4 ilustra, graficamente, essa ocorrência,
tomando como base, no caso retratado na Figura 3.

Pleno Emprego Pleno Desemprego Ociosidade Novo Pleno

Figura 4: Nova fronteira de possibilidades de produção para milho e celulares


Fonte: Adaptado (GREMAUD, et al. p. 12, 2004; ROSSETTI, p.218,1997)

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Ao melhorar a disponibilidade de recursos, a fronteira de produção se desloca para a direita,
graficamente representada pela curva preta, estabelecendo um novo patamar de eficiência produtiva.
O que anteriormente era considerado um ponto de combinação de produção, entre milho e celulares, o
impossível passa a ser perfeitamente possível. Assim, as possibilidades de produção aumentaram, em
decorrência de uma melhor dotação de recursos disponíveis para a produção de milho e celulares.

Mas pode acontecer, também, uma redução da fronteira de produção resultante de uma redução da
disponibilidade dos recursos de produção. Os flagelos naturais, como os terremotos, os tsunamis, bem
como, aqueles oriundos dos desmandos dos homens por meio dos conflitos bélicos, podem, também,
danificar o processo; e, com isso, reduzir as disponibilidades de recursos produtivos. Quando um
terremoto deixa danos estruturais como danificações às edificações de um país, há perda de fatores
produtivos, reduzindo assim, a disponibilidade desses recursos naquela economia. Os conflitos bélicos,
resultantes da insanidade de alguns homens de poder, levam à destruição de infraestrutura econômica;
e, assim, reduzem a disponibilidade de produção dos países afetados pela destruição.

A destruição do Japão, na Segunda


Grande Guerra, provocada pelas bombas,
reduziram os recursos disponíveis por lá.

Os inúmeros conflitos armados já registrados pela História, que mesmo no mundo contemporâneo nos
remete aos tempos de barbárie, leva à destruição de grande magnitude. A destruição de uma variedade
enorme de recursos reduz a infraestrutura produtiva, bem como reduz a população, economicamente,
mobilizável por meio de milhares de mortos.

As epidemias podem promover uma devastadora mortandade; o que implicaria na redução vertiginosa da
população economicamente ativa, por exemplo. Parece absurdo, mas consta na História da Humanidade
verdadeiras catástrofes por meio de pestes que mataram centenas de milhares de pessoas, em todo o
mundo.

Um fato mais recente esteve centrado no tsunami, ocorrido na Indonésia, em dezembro de 2004,
que matou mais de 200 mil pessoas, em 13 países. São fatos que, além de reduzirem a população
economicamente mobilizável, provocou imensurável destruição de infraestruturas econômicas.

A Figura 5 ilustra, graficamente, os dois deslocamentos possíveis da curva de possibilidades de produção.


Para a esquerda, resultante da redução da fronteira de produção. Para a direita, graças à expansão
da disponibilidade de recursos, promovendo um deslocamento positivo da curva de possibilidade de
produção. Esse último, resultante do crescimento da população economicamente mobilizável, das
inovações tecnológicas, das descobertas de novas reservas minerais, bem como de uma melhor
qualificação da mão-de-obra existente.

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Y

500

400

300

200

100

X
0 20 40 60 80 100 120 140
Figura 5: Deslocamento das Fronteiras de Produção
Fonte: Adaptado (ROSSETTI, 1997, p.219)

Como já foi dito anteriormente, a escassez dos recursos incorre em um processo de escolha para a
destinação dos fatores de produção a fim de atender aos anseios de uma sociedade, com necessidades
infinitas. Essa questão diz respeito à eficácia alocativa, isto é, ao direcionamento dos recursos para a
produção de que necessita a sociedade.

Se a eficiência produtiva está relacionada aos meios de produção, a eficácia alocativa diz respeito aos
fins a que se destinam os recursos disponíveis.

A eficácia alocativa visa a priorizar o destino dos recursos para atender às


necessidades essenciais.

A eficácia se traduz em um processo de escolha. O economista e filósofo, Eduardo Gianetti, Professor da


UNICAMP, chama atenção para o fato que “na aventura que é a existência, apostas têm de ser feitas; e,
proteger de todo o risco sem jamais apostar, é, talvez, a pior aposta possível; o que importa é saber até
que ponto vale a pena antecipar ou retardar valores no tempo”. Você, a todo instante, é chamado a fazer
escolhas. Estudar ou ir ao futebol? Trabalhar ou ir ao shopping? A eficácia diz respeito à definição de
prioridades para a destinação dos recursos. Você está preocupado em curtir o presente ou em preparar
o futuro? Todas as escolhas envolvem comparações entre valores presentes e valores futuros; e, todas
têm consequências.

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O preço da impaciência e o prêmio da espera diz respeito ao fenômeno dos juros, que estão presentes
todas as vezes que fazemos escolhas. Quando antecipamos valores no tempo, os juros são o preço
da impaciência. Queremos um bem-estar hoje em prejuízo do bem-estar de amanhã. Mas, quando
prorrogamos os valores para o futuro, como em uma aplicação financeira, os juros são o prêmio da
espera.

Diante do conflito de segurança e bem-estar, qual deve ser priorizado? Devemos priorizar o consumo ou
o investimento? O bem-estar no presente ou um maior bem-estar no futuro? Para que fim deve-se alocar
os recursos disponíveis? É um dilema! Devemos priorizar a segurança ou o bem-estar, o consumo ou o
investimento? São perguntas cujas respostas incorrem em custos de oportunidade, os chamados custos
implícitos.

Em se tratando de custos, há aqueles que os contadores contabilizam porque são explícitos. Como
é o caso do custo com a faculdade de um estudante: mensalidade, material necessário para a aula,
combustível para os que vão de carro, a passagem de ônibus para os que vão de transporte coletivo,
o lanche que o estudante faz no intervalo das aulas, etc. Esses são custos explícitos e fáceis de
serem percebidos. Porém, há outros que não são contabilizados, por serem implícitos. No exemplo do
estudante, há outros custos que são implícitos e que devem ser levados em consideração. Tudo aquilo
que ele deixou de fazer em função da escolha que fez. Por exemplo: os Cursos que o estudante deixou
de realizar em função da escolha que fez; o fato de ter deixado de trabalhar um período para estudar; por
ter deixado de sair com os amigos para estudar; de trocar o celular para pagar a mensalidade do Curso.
Perceba no fluxograma:

CUSTOS

EXEMPLO DOS CUSTOS


DE UM ESTUDANTE
COM A FACULDADE:

CUSTOS DE
(contabilizados e fáceis de serem
percebidos) EXPLÍCITOS OPORTUNIDADES

Mensalidade (não contabilizados e correspondem a tudo


IMPLÍCITOS aquilo que se deixa de fazer em função da
Material escolha que fez)

Combustível ou passagem de
transporte público
Cursos que deixou de realizar em função
da escolha que fez
Alimentação

Deixou de trabalhar um período ou de


sair com os amigos ou de trocar o
celular para estudar

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Sendo assim, o estudante sacrifica algumas necessidades e desejos em função da escolha de outras.
Isso é o que, nós, economistas, chamamos de custo de oportunidade. Todo aluno que escolheu estudar
Economia, por exemplo, tem seu custo de oportunidade no sacrifício que faz em vez de ganhar dinheiro
trabalhando. O que está em questão é o direcionamento dos recursos disponíveis.

O custo de oportunidade é igual a todas as alternativas que abrimos mão por uma escolha feita. Por isso
que incorrem as consequências. Aquele seu amigo que escolheu não estudar, vai colher os ônus, ou
seja, as consequências futuras da não escolha em se qualificar, em agregar novos conhecimentos. Por
outro lado, você que escolheu aprimorar seus conhecimentos, qualificando-se por meio desse Curso,
colherá os frutos de sua escolha como consequência. Sendo assim, você precisa dedicar aos estudos,
já que escolheu por ele para se aprimorar.

Dessa forma, as escolhas que uma sociedade faz incorrem em custos de oportunidades. Cada real
aplicado em uma obra pública não essencial envolve evidentes custos de oportunidade, por não ter sido
aplicado em Saúde, Educação, Moradia para a população. Atender mais às necessidades militares tem
como custo de oportunidade menos atendimento às necessidades civis. Isso quer dizer que qualquer
escolha resulta em perdas. As fronteiras de produção evidenciam, claramente, essa situação que remete
ao uso alternativo dos recursos em disponibilidade para a produção de bens.

Capítulo 1 do Introdução à Economia: princípios e ferramentas (O’Sullivan, Sheffrin e


Nishijima, 2004).

O exemplo mencionado, anteriormente, de você ir ao mercado com R$100,00 a fazer compras, requer
escolhas. O fato de você querer mais de um determinado produto faz com que deixe de comprar certa
quantidade de outro. Isso ocorre porque você e, salvo algumas exceções, tem restrições orçamentárias.
Como há restrições nos orçamentos dos agentes econômicos, esses entram em processo de escolhas
para priorizar a destinação dos recursos a fim de atender o fim almejado.

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CONCLUSÃO
Você teve a oportunidade de tomar conhecimento sobre alguns dos principais fundamentos da Economia.
O objeto central da Ciência Econômica está fundamentado na lei da escassez, o que justifica a base
de todos os conflitos existentes no âmbito da relação entre recursos para o fim produtivo dos bens e
serviços e as necessidades da sociedade. A Economia consiste em uma Ciência Social pelo fato de
estudar o comportamento do homem e seu bem-estar.

Alguns conceitos relevantes foram evidenciados nessa Aula I e que serão a base para a sua compreensão
das Aulas sequenciais. A eficiência produtiva está relacionada aos meios de produção, enquanto a
eficácia alocativa diz respeito aos fins pelos quais perpassam um processo de escolha.

Assim, podemos concluir que não é inteligente alocarmos recursos para fins não essenciais se, ainda,
não atendemos às exigências mínimas de uma sociedade em termos de suas necessidades básicas.

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ATENÇÃO!

Chegamos ao final desta Aula!


Esperamos que seu aprendizado tenha sido eficaz. Assim, após absorção de todo
o conhecimento transmitido, entre no Portal UNIARAXÁ Virtual para realizar os
Testes On-line. Para isso, no Portal, acesse a “TRILHA” e, em seguida, clique no
ícone “AVALIAÇÃO CONTINUADA”.

DICA

Antes de responder tais testes, revise o conteúdo deste Livro-Texto


e assista à Videoaula correspondente.

Até a próxima Aula.

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REFERÊNCIAS
GREMAUD, Amaury Patrick, et al. Manual de economia. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

MENDES, Judas Tadeu Grassi. Economia: fundamentos e aplicações. São Paulo: Prentice
Hall, 2004. Disponível em
http://uniaraxa.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788587918802

MOCHÓN, Francisco. Princípios de economia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
Disponível em http://uniaraxa.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788576050827/
pages/_5

O’SULLIVAN, Arthur; SHEFFRIN, Steven. Introdução à economia: princípios e


ferramentas. São Paulo: Prentice Hall, 2004. Disponível em: http://uniaraxa.bv3.digitalpages.
com.br/users/publications/9788587918840/pages/_5

PASSOS, Carlos Roberto Martins, NOGAMI, Otto. Princípios de Economia. 6ª ed. São
Paulo: Cengage Learning, 2012.

ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à Economia. 8ª ed. São Paulo: Atlas, 1980.

ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à Economia. 17ª ed. São Paulo: Atlas, 1997.

SOUZA, Nali de Jesus de. Curso de Economia. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.

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CONTATO:

3669.2008 • 3669.2017 • 3669.2028


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