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AULA 1
Objetivo:
Prezado(a), Estudante:
• A Inflação, que pode ser considerado o maior imposto de uma sociedade; sobretudo, para as
camadas menos favorecidas as quais não conseguem se defender dos aumentos dos preços.
• O aumento dos Impostos, que é fonte de receita do Governo; mas, por falta de compromisso com o
dinheiro público, vive em desequilíbrio com as suas contas.
• A Desigualdade Social, que, no Brasil, é gritante e, a cada dia, a concentração da riqueza coloca
milhares de pessoas na pobreza absoluta.
O desenvolvimento das atividades programadas para essa Aula 1 proporcionará a você, caro(a)
Aluno(a), os fundamentos para a compreensão de alguns problemas que afligem a sociedade
contemporânea.
Vamos ao trabalho!
Professor Fábio Augusto Martins
A definição proposta por Alfred Marshall, Professor de Economia de Cambridge, em sua obra Principles
of Economics (1890): “A Economia é a ciência que examina a parte da atividade individual e social
essencialmente consagrada a atingir e a utilizar as condições materiais do bem-estar” (ROSSETTI,
1980, P.59).
Uma definição contemporânea interessante: Economia é uma Ciência Social Aplicada que estuda a
relação entre os recursos que, embora se aplicam a usos alternativos, são escassos e as necessidades
ilimitadas de uma sociedade crescente.
Sendo assim, a Economia estuda a alocação (direção/utilização) dos recursos escassos na geração de
produtos, sejam bens tangíveis (físicos) ou intangíveis (serviços), para satisfazer às necessidades da
coletividade. Ela estuda, então, o comportamento e o funcionamento da sociedade.
O cerne (a raiz) do problema está na limitação dos recursos necessários para produzir bens e serviços
a fim de atender às necessidades e aos desejos sem limites de uma sociedade. Esse fato implica em
um processo constante de escolha, sendo que, para produzir uma maior quantidade de um produto
necessário se faz abrir mão de parte produtiva de outro.
CAPITAL: esse fator diz respeito ao conjunto de riqueza acumulada por uma
sociedade e utilizada na produção de novas riquezas, como: toda a infraestrutura
econômica (transporte, telecomunicações, energia); infraestrutura social
(saneamento, educação, cultura, segurança, saúde, lazer, esportes); construções
e edificações (prédios, escolas, repartições públicas, pontes, estações ferroviárias
e de metrô, prédios comerciais e residenciais, fábricas); máquinas, equipamentos,
instrumentos e ferramentas.
Diante de uma constante expansão de suas necessidades, a sociedade, sempre presa às restrições de
disponibilidade de recursos e de técnicas para a produção, tem enfrentado problemas que podem ser
definidos por meio de três questionamentos:
• O que produzir?
• Como produzir?
• Para quem produzir?
Os sistemas econômicos são compostos por esses problemas que, na visão de Antônio Delfim Neto (apud
ROSSETTI, 1980) “...não há forma de organização social que seja capaz de iludir aqueles problemas”.
Correta repartição da
produção, obtida com
vistas à justiça distribuitiva.
A constituição de um sistema
econômico ideal implica a
COMO PRODUZIR gradativa ampliação dessa O QUE PRODUZIR
Nível Tecnológico Nível Econômico
área de intercruzamento.
• Terra
• Trabalho • Famílias • Político
• Tecnologia • Empresas • Jurídico
• Empreendedorismo • Governo • Social
Por meio das atividades produtivas são gerados os produtos necessários ao atendimento da sociedade.
Mas, quais serão as melhores alternativas de produção? Há limitadas possibilidades de produção,
dada a disponibilidade de recursos à disposição da atividade econômica. Isso se dá pela escassez dos
recursos, e, por isso, torna-se relevante alcançar os limites máximos de eficiência em uma economia. A
eficiência produtiva significa operar a pleno emprego. Entretanto, o que vem a ser pleno emprego? Como
o próprio termo indica, pleno emprego diz respeito à empregabilidade total dos recursos disponíveis; a
ocupação plena dos fatores de produção. Em uma economia, qualquer nível de ociosidade dos recursos
quer dizer o seu uso parcial e não total. Isso quer dizer que quanto maior o grau de ociosidade, tanto
maior a ineficiência da economia.
A economia alcança o limite máximo da eficiência produtiva quando opera a pleno emprego.
Milho
750 730 680 600 450 300 150 0
(Toneladas)
Celulares
0 50 100 150 200 230 250 265
(Milhares)
Há quatro pontos, de grande relevância, destacáveis na Figura 3. Primeiro, todo ponto em torno da curva
representa o pleno emprego, isto é, a empregabilidade máxima dada a disponibilidade de recursos no
momento. Se há o pleno emprego, o oposto pode ser considerado o segundo ponto importante: o pleno
desemprego, em que a empregabilidade dos fatores de produção é nula. Entre os dois extremos, temos
o terceiro ponto a destacar: a ociosidade, sendo maior o grau quanto mais distante do pleno emprego e
menor o grau, quanto mais próximo desse estiver. O quarto e último ponto em destaque é o considerado
impossível, já que se encontra além das possibilidades de produção, dada a disponibilidade de recursos.
Tomando como base os dados da Tabela 1, você vai observar, no gráfico, Figura 3, que, ao destinar
(alocar) todos os recursos para a produção de milho, você terá um ponto no limite do gráfico, em torno
da curva, representando 750 toneladas produzidas de milho e 0 de celulares. Isso quer dizer que, dada
a disponibilidade de recursos e a economia operando a pleno emprego, o máximo de produção de milho
será 750 toneladas. Ao contrário, se você direcionar todos os recursos para produzir celulares, terá, no
máximo, 265 mil celulares e 0 toneladas de milho. Entre esses dois pontos extremos de pleno emprego,
você terá os mais variados pontos, representando as combinações possíveis de produção dos dois
Isso não quer dizer que você nunca terá condições de aumentar a produção de celulares, mantendo
inalterada a produção de milho. Para isso acontecer só há uma maneira: aumentar a disponibilidade de
recursos de produção. Mas como?
Quando há um aumento na dotação de recursos de produção, ocorre uma expansão das fronteiras
de produção; isto é, ocorre um deslocamento, para a direita da curva de possibilidade de produção.
Sendo assim, há um novo patamar de pleno emprego. A Figura 4 ilustra, graficamente, essa ocorrência,
tomando como base, no caso retratado na Figura 3.
Mas pode acontecer, também, uma redução da fronteira de produção resultante de uma redução da
disponibilidade dos recursos de produção. Os flagelos naturais, como os terremotos, os tsunamis, bem
como, aqueles oriundos dos desmandos dos homens por meio dos conflitos bélicos, podem, também,
danificar o processo; e, com isso, reduzir as disponibilidades de recursos produtivos. Quando um
terremoto deixa danos estruturais como danificações às edificações de um país, há perda de fatores
produtivos, reduzindo assim, a disponibilidade desses recursos naquela economia. Os conflitos bélicos,
resultantes da insanidade de alguns homens de poder, levam à destruição de infraestrutura econômica;
e, assim, reduzem a disponibilidade de produção dos países afetados pela destruição.
Os inúmeros conflitos armados já registrados pela História, que mesmo no mundo contemporâneo nos
remete aos tempos de barbárie, leva à destruição de grande magnitude. A destruição de uma variedade
enorme de recursos reduz a infraestrutura produtiva, bem como reduz a população, economicamente,
mobilizável por meio de milhares de mortos.
As epidemias podem promover uma devastadora mortandade; o que implicaria na redução vertiginosa da
população economicamente ativa, por exemplo. Parece absurdo, mas consta na História da Humanidade
verdadeiras catástrofes por meio de pestes que mataram centenas de milhares de pessoas, em todo o
mundo.
Um fato mais recente esteve centrado no tsunami, ocorrido na Indonésia, em dezembro de 2004,
que matou mais de 200 mil pessoas, em 13 países. São fatos que, além de reduzirem a população
economicamente mobilizável, provocou imensurável destruição de infraestruturas econômicas.
500
400
300
200
100
X
0 20 40 60 80 100 120 140
Figura 5: Deslocamento das Fronteiras de Produção
Fonte: Adaptado (ROSSETTI, 1997, p.219)
Como já foi dito anteriormente, a escassez dos recursos incorre em um processo de escolha para a
destinação dos fatores de produção a fim de atender aos anseios de uma sociedade, com necessidades
infinitas. Essa questão diz respeito à eficácia alocativa, isto é, ao direcionamento dos recursos para a
produção de que necessita a sociedade.
Se a eficiência produtiva está relacionada aos meios de produção, a eficácia alocativa diz respeito aos
fins a que se destinam os recursos disponíveis.
Diante do conflito de segurança e bem-estar, qual deve ser priorizado? Devemos priorizar o consumo ou
o investimento? O bem-estar no presente ou um maior bem-estar no futuro? Para que fim deve-se alocar
os recursos disponíveis? É um dilema! Devemos priorizar a segurança ou o bem-estar, o consumo ou o
investimento? São perguntas cujas respostas incorrem em custos de oportunidade, os chamados custos
implícitos.
Em se tratando de custos, há aqueles que os contadores contabilizam porque são explícitos. Como
é o caso do custo com a faculdade de um estudante: mensalidade, material necessário para a aula,
combustível para os que vão de carro, a passagem de ônibus para os que vão de transporte coletivo,
o lanche que o estudante faz no intervalo das aulas, etc. Esses são custos explícitos e fáceis de
serem percebidos. Porém, há outros que não são contabilizados, por serem implícitos. No exemplo do
estudante, há outros custos que são implícitos e que devem ser levados em consideração. Tudo aquilo
que ele deixou de fazer em função da escolha que fez. Por exemplo: os Cursos que o estudante deixou
de realizar em função da escolha que fez; o fato de ter deixado de trabalhar um período para estudar; por
ter deixado de sair com os amigos para estudar; de trocar o celular para pagar a mensalidade do Curso.
Perceba no fluxograma:
CUSTOS
CUSTOS DE
(contabilizados e fáceis de serem
percebidos) EXPLÍCITOS OPORTUNIDADES
Combustível ou passagem de
transporte público
Cursos que deixou de realizar em função
da escolha que fez
Alimentação
O custo de oportunidade é igual a todas as alternativas que abrimos mão por uma escolha feita. Por isso
que incorrem as consequências. Aquele seu amigo que escolheu não estudar, vai colher os ônus, ou
seja, as consequências futuras da não escolha em se qualificar, em agregar novos conhecimentos. Por
outro lado, você que escolheu aprimorar seus conhecimentos, qualificando-se por meio desse Curso,
colherá os frutos de sua escolha como consequência. Sendo assim, você precisa dedicar aos estudos,
já que escolheu por ele para se aprimorar.
Dessa forma, as escolhas que uma sociedade faz incorrem em custos de oportunidades. Cada real
aplicado em uma obra pública não essencial envolve evidentes custos de oportunidade, por não ter sido
aplicado em Saúde, Educação, Moradia para a população. Atender mais às necessidades militares tem
como custo de oportunidade menos atendimento às necessidades civis. Isso quer dizer que qualquer
escolha resulta em perdas. As fronteiras de produção evidenciam, claramente, essa situação que remete
ao uso alternativo dos recursos em disponibilidade para a produção de bens.
O exemplo mencionado, anteriormente, de você ir ao mercado com R$100,00 a fazer compras, requer
escolhas. O fato de você querer mais de um determinado produto faz com que deixe de comprar certa
quantidade de outro. Isso ocorre porque você e, salvo algumas exceções, tem restrições orçamentárias.
Como há restrições nos orçamentos dos agentes econômicos, esses entram em processo de escolhas
para priorizar a destinação dos recursos a fim de atender o fim almejado.
Alguns conceitos relevantes foram evidenciados nessa Aula I e que serão a base para a sua compreensão
das Aulas sequenciais. A eficiência produtiva está relacionada aos meios de produção, enquanto a
eficácia alocativa diz respeito aos fins pelos quais perpassam um processo de escolha.
Assim, podemos concluir que não é inteligente alocarmos recursos para fins não essenciais se, ainda,
não atendemos às exigências mínimas de uma sociedade em termos de suas necessidades básicas.
DICA
MENDES, Judas Tadeu Grassi. Economia: fundamentos e aplicações. São Paulo: Prentice
Hall, 2004. Disponível em
http://uniaraxa.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788587918802
MOCHÓN, Francisco. Princípios de economia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
Disponível em http://uniaraxa.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788576050827/
pages/_5
PASSOS, Carlos Roberto Martins, NOGAMI, Otto. Princípios de Economia. 6ª ed. São
Paulo: Cengage Learning, 2012.
ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à Economia. 8ª ed. São Paulo: Atlas, 1980.
ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à Economia. 17ª ed. São Paulo: Atlas, 1997.
SOUZA, Nali de Jesus de. Curso de Economia. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.