E ela concebeu do Espírito Santo. Ave, Maria.. Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a vossa Palavra. Ave, Maria.. E o Verbo se fez carne. E habitou entre nós. Ave,, Maria.. Rogai por nós, santa Mãe de Deus. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Oremos: Infundi, Senhor, vos rogamos, a vossa graça em nossos corações, para que nós, conhecendo pela anunciação do anjo a encarnação de Jesus Cristo, vosso Filho, por sua Paixão e morte de cruz, cheguemos à glória da Ressurreição, pelo mesmo Cristo nosso Senhor. Amém. A SAMARITANA
1. Jesus no poço de Sicar
1. Chegou pois Jesus a uma cidade de Samaria, que se chama Sicar: junto de uma propriedade que Jacó deu a seu filho José. Ora, estava ali o poço de Jacó. Jesus, cansado do caminho, estava sentado assim na borda da cisterna. Era pela sexta hora do dia (Jo 4,5). Esta narrativa resumo o ardente zelo das almas, em que se abrasa o coração do divino Salvador. É o bom Pastor em busca da ovelha perdida! Jesus para no poço e está cansado... Jesus cansado por salvar almas, e nós muitas vezes queremos salvar a nossa no descanso, na indolência, na inação? Cansado está ele também por ti, diz Santo Ambrósio, porque há muito que te procura". 2. Nesta ocasião veio uma mulher de Samaria tirar água. Feliz Samaritana, que foste encontrar o teu Salvador! Não foi acaso este encontro, mas muito determinado pela Misericórdia e Providência divina. Oh! Quantas ocasiões semelhantes nos são oferecidas de encontrar Jesus, e as desprezamos, infelizmente! 3. Disse-lhe Jesus: dá-me de beber. A sede de Jesus não era tanto de fadiga, como da conversão desta alma. Mas esta mulher samaritana disse-lhe: Como, sendo tu Judeu, me pedes de beber, a mim que sou mulher Samaritana? pois os judeus não comunicam com os Samaritanos. Mal sabia ela que falava com aquele que em breve havia de reunir o Samaritano com o Judeu, e o Judeu e o Samaritano com o Gentio, e formar de todos os povos da terra um só povo fiel. Não serei, como esta mulher, tão duro para com Jesus que lhe nego o que me pede e que tão facilmente lhe posso dar? 2. Da água da vida Respondeu-lhe Jesus: Se conhecesses o dom de Deus e quem é que te diz: dá-me de beber! tu lhe pedirias e ele te daria a água viva. 1. Jesus passou por alto a descortesia da mulher e levou-a a pensamentos mais sérios, despertando nela a curiosidade de uma água superior. Se conhecêssemos o dom que nos faz Jesus quando nos pede algum sacrifício, nada lhe recusaríamos, pois pelo menor sacrifício nos dará a água viva do seu amor, da sua graça e da vida eterna! 2. Ela não sabia quem era o que lhe pedia água; eu sei que é Deus que pede a guarda dos seus mandamentos, a mortificação de meus sentidos, o cumprimento de meus deveres, e terei a insensatez de lhe negar tão pequenos sacrifícios? Disse-lhe a mulher: Nem tens com que tirar, e o poço é fundo; onde pois tens a água viva Porventura és tu maior que nosso pai Jacó, que nos deu esta cisterna, e ele mesmo bebeu dela, seus filhos e seus rebanhos? Estas dificuldades e desculpas, que a Samaritana apresenta, são imagem dos pretextos frívolos que alegam os pecadores, dos obstáculos que se preparam a si mesmos para obviar aos toques da graça e aos remorsos da consciência. Jesus deixou correr a comparação que a Samaritana fez entre ele e Jacó, para não a indispor, e responde indiretamente, explicando a diferença entre a água do poço de Jacó e a que Ele promete. Quem beber desta água terá ainda sede; mas quem beber da água que eu dou, não terá mais sede; pois a água que darei tornar-se-á nele uma fonte de água que corre para a vida eterna. Quão difícil é ao homem carnal compreender as coisas de Deus! Não imagina que possa haver bens superiores aos dos sentidos. Ainda que a Samaritana não compreendesse todas as palavras de Cristo, todavia começou a entrever através delas um mistério de que deseja um esclarecimento. Isto foi bastante para desejar ardentemente esta preciosa água; e pediu-lha. Senhor, lhe diz ela, dai-me desta água, a fim de que não tenha mais sede, nem venha mais por ela aqui. Pede-lhe esta água viva, mas cuja virtude desconhece. Guia-a na petição o interesse e comodidade. Nós conhecemos melhor esta água divina, que é a graça do Espirito Santo; desejemo-la, e peçamo-la, não para nos isentar das necessidades da vida, mas para nos purificar dos pecados para extinguir o ardor das paixões, para nos tirar a sede dos prazeres e dos bens do mundo. 3. Jesus revela-se à Samaritana Disse-lhe: Vai, chama teu marido e volta aqui. Respondeu-lhe a mulher: Não tenho marido. Jesus vai-se insinuando na alma da Samaritana, levando-a manifestar seu coração e confessar sua má vida. Assim se foi dispondo para receber a água da vida da graça. Enquanto não confessarmos nossas culpas e lançarmos do coração toda a peçonha do pecado, não receberemos a água da divina graça! Jesus vai-se assenhorando da alma de sua discípula e descobre-lhe as desordens de sua vida. Tens razão, disse-lhe Jesus, em dizer que não tens marido, porque tiveste cinco, e agora o que tens não é teu: nisto falaste verdade. Tal revelação surpreendeu a pobre Samaritana, que se viu diante de um profeta. Senhor, vejo que sois profeta. A água da divina graça começava já a espalhar-se-lhe pela alma. Já se confessa pecadora, já se mostra arrependida. Está quase convertida. A Samaritana reconheceu em Jesus um profeta, mas ele deu-se-lhe a conhecer como Messias. Assim se foi aclarando nesta alma a luz da verdade, nesse dialogo apologético que teve com Jesus. Por fim, confessou a fé no Messias: Eu sei que o Messias, isto é, Cristo, virá e quando ele vier nos declarará todas estas coisas. Disse-lhe Jesus: Eu o sou. Eu que falo contigo. Ó palavra admirável! Jesus também nada dirige a nós: estejamos atentos! E ele fala, ele diz-nos que é ele que fala e não outro, e não queremos reconhecer a sua voz!