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A Socialização dos Indivíduos

http://www.scribd.com/doc/64069184/a-sociologia-de-durkheim-marx-e-weber-Prof%C2%AA-Rosario

Daqui por diante a sociologia será abordada a partir de seus pensadores mais
eminentes os quais que formularam pensamentos e interpretações sobre a
sociedade desenvolvendo os estudos iniciais que serviram de bases para um dos
mais fascinantes e importantes campos do saber humano. Adotaremos três
pensadores: EMILE DURKHEIM, KARL MARX E MAX WEBER.

Passaremos agora a desenvolver estudos sobre Emile Durkheim. Para isso


esboçaremos a principio alguns elementos de sua história de vida para que
possamos entender melhor sobre os estudos desse ilustre pensador.

Émile Durkheim foi um pensador francês de família


judia que nasceu em 15 de abril de 1858, na cidade de
Épinal, localizada entre a Alsácia e a Lorena e morreu
em 1917. Formou-se em Direito e Economia, mas
dedicou toda a sua existência ao estudo da sociologia.
Seu trabalho tem inicio na reflexão e no reconhecimento
da existência de uma “Consciência Coletiva”. Ele parte
do princípio que o homem torna-se humano porque se
tornou sociável, ou seja, foi capaz de aprender hábitos e costumes característicos
de seu grupo social para poder conviver coletivamente.

Para tornar-se membro da sociedade o indivíduo precisa aprender


certas regras ou códigos. Este processo de aprendizagem,
Durkheim chamou de “Socialização”, que constitui um processo
onde vários elementos se combinam para permitir que o indivíduo
possa conviver com outros indivíduos, considerando os direitos e deveres de cada
um. Esses direitos e deveres regulam a forma de como devemos agir e nos
comportar no grupo.
O comportamento do indivíduo leva em consideração a influência dos motivos,
interesses e necessidades com que nos apresentamos em cada situação Este
conjunto de aspectos psicológicos permite-nos compreender, atribuir significado e
responder aos outros.

VOCÊ DEVE ESTAR CURIOSO


SOBRE A ORIGEM DESSE
COMPORTAMENTO TÃO
IMPORTANTE PARA SER
MEMBRO DA SOCIEDADE!

O conjunto de nossas crenças, valores e atribuição


de significados constituem uma a “Psicologia
social”. A integração a essa psicologia ocorre
quando o indivíduo apropria-se do conjunto de
conhecimentos já sistematizados e acumulados por
um determinado conjunto social, ou seja, quando aprende seus códigos, suas
normas e regras básicas de relacionamento,

O processo de socialização do indivíduo ocorre em dois estágios distintos que são


a “Socialização Primária” e a Socialização Secundária”

A socialização primária ocorre no interior da família, através dos vínculos de


afetividade e respeito. É através socialização primária que são interiorizadas
normas e valores, assim como formas de relacionamento com significados simples
relacionados aos laços afetivos predominantes no grupo e pelo sentimento de
segurança que caracteriza a união dos membros.

Na socialização secundária os significados se ampliam: podem ser


outros indivíduos, grupos, organizações, instituições. A
socialização nesse estágio, de acordo com Habermas (1990) constitui uma
"identidade coletiva"1 através da qual da continuidade ao processo através da
adoção de papeis normas e valores válidos para todos os componentes do grupo.

Todos os processos de socialização se realizam numa interação


face a face com outras pessoas. . Ao mesmo tempo, a maior
parte dos processos de socialização, tanto primária como
secundária, liga o indivíduo às estruturas da sociedade de uma
forma geral. As atitudes que o indivíduo aprende através da
socialização geralmente se relacionam com sistemas amplos de significados e
valores que se estendem muito além de sua situação imediata.

No pensamento de Chinoy (1967), a socialização transforma a matéria-prima


humana num produto social. Para ele existem duas funções básicas:

"[...] prepara o indivíduo para os papéis que há desempenhar,


fornecendo-lhe o repertório necessário de hábitos, crenças e
valores, os padrões apropriados de reação emocional e modos de
percepção, as habilidades e os conhecimentos requeridos. [...]
transmite o conteúdo de uma geração a outra, provê à sua
persistência e continuidade" (CHINOY, 1967, p. 120-121).

Como se pode ver a socialização dirige os impulsos biológicos para os canais


culturalmente padronizados. Nesse aspecto a socialização constitui na
aprendizagem de hábitos que se conformam aos costumes da sociedade.

Na sociedade atual, a família da conta apenas do processo básico, deixando a


complementação do processo para outras instituições como: a escola e os meios
de comunicação de massa.

Outras Leituras

COSTA, Cristina. Introdução à Ciência da Sociedade. São


Paulo: Moderna, 1997.
1
Durkheim define em sua obra “Divisão do Trabalho Social”, Consciência Coletiva como: O conjunto de
crenças e de sentimentos comuns entre os membros de uma mesma sociedade”
DURKHEIM. Emile. As regras do método sociológico. São Paulo: Nacional, 1963
RODRIGUES, Alberto Tozi. Sociologia da Educação. Rio de Janeiro: DP&A, 2002

Atividades 6

a) O que significa “socialização” na concepção de Durkheim?


b) O que é a “Psicologia social”?
c) O processo de socialização do indivíduo ocorre em dois estágios distintos.
d) Dscreva brevemente esses estágios.

Fatos Sociais
A todos os conjuntos de procedimentos dos indivíduos dentro da sociedade
Durkheim chamou de “Fatos Sociais”, e que vieram a se constituir no objeto de
estudo da Sociologia.

O que é um "fato social"?

Nas palavras do próprio Durkheim

"É fato social toda a maneira de fazer, fixada ou não,


suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção
exterior; ou ainda, toda a maneira de fazer que é
geral na extensão de uma sociedade dada e, ao
mesmo tempo, possui uma existência própria,
independente de suas manifestações individuais"
(Durkheim, 1999, p. 13).

Os Fatos Sociais, na concepção de Durkheim atende a três características:

Características dos Fatos Sociais:

1ª caracteristica 2ª característica São fatos 3ª característica


exercem forças
Coercitividade Generalidade São fatos
São fatos
Exterioridade
sobre os indivíduos,independentes
que
da vontade
desenvolvem
fazendo com que eles dos indivíduos,
regras
sãovalidas
regras
obedeçam as regras para
sociais
todos
dotadas
os
indivíduos
de existência
de
sociais, para que não seja exterior
uma aos
sociedade.
punido. indivíduos.
Essas características englobam tudo o que as pessoas sentem,
pensam ou fazem independente de suas vontades individuais, e
são comportamentos estabelecidos pela sociedade. Isso Não foi
algo imposto especificamente a alguém, é algo que já estava
estabelecido e que não dá margem à escolhas.

Mais explicações sobre as características dos Fatos Sociais

A primeira característica, Coerção Social é mais evidente quando ocorrem


punições aos indivíduos que ignoram as leis criadas para o convívio social. A não
obediência a essas leis pode trazer sanções previstas para cada situação de
desobediência e ocorrem de duas formas:. Legais ou Espontâneas.

Legais Sanções prescritas sob a forma de leis onde são


definidas as infrações e as punições previstas.
Exemplo: Furto e prisão

Sanções ocorridas no interior dos grupos sociais


Espontâneas decorridas de condutas não adequadas aos valores
estabelecidos.
Exemplo: Más maneiras; etiqueta social
A segunda característica, Generalidade se evidencia quando se percebe que há
comportamentos desenvolvidos pelos grupos sociais de forma
coletiva, ou seja, que ocorrem de forma igual com todos os indivíduos
ou com grande parte deles. Exemplo: Educação formal; forma de
habitação e alguns sentimentos.

A terceira característica, Exterioridade se evidencia pelo fato de que as regras de


convívio social são anteriores ao nascimento do indivíduo e são incorporadas por
ele independente de sua vontade essas regras são absorvidas pelo individuo de
forma compulsória e independe dele. Se as regras de condutas não forem
respeitadas ocorrem a exclusão social ou a marginalização .

Exemplo: Crimes contra a vida e ao patrimônio.

Outras Leituras:

FORACCHI, M.M.; MARTINS, J.S.. Sociologia e sociedade: leituras de


introdução à sociologia. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos,
1978. p. 193-214, 281-298.
FERRARI, Alfonso. Fundamentos de Sociologia. São Paulo: McHill do
Brasil, 1983
DICIONÁRIO DE SOCIOLOGIA, Guia prático da linguagem
sociológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1997

Atividade 07
a) O que são “Fatos Sociais”?
b) Relacione e descreva as características dos Fatos Sociais.
c) Descreva “Sanções Legais” e “Sanções Espontâneas”

Instituição Social
A sociologia de Durkheim adquire maior consistência quando publica seu livro “As
regras do método sociológico”. Nessa obra ele define uma metodologia de estudo
totalmente herdada, como já foi dito, das Ciências Naturais. Apesar disso, esse
fato envolve a Sociologia de uma perspectiva de seriedade e, apesar dos prós e
contras, coloca o assunto em debate na comunidade científica e cria uma nova
ciência. Os esforços de Durkheim foram desenvolvidos no sentido de revelar as
leis que regem o comportamento social, ou seja, o que comanda os fatos sociais.
Em seus estudos, ele concluiu que os fatos sociais atingem toda a sociedade, o
que só é possível se admitirmos que a sociedade é um todo integrado. Se tudo na
sociedade está relacionado, qualquer alteração afeta toda a sociedade, o que quer
dizer que anomalia em algum setor da sociedade, seus efeitos se farão sentir, de
alguma forma, em toda a sociedade.

A partir desse pressuposto Durkheim desenvolve dois dos seus principais


conceitos: Instituição Social e Anomia.

A instituição social é um InstituiçãoAusência


Social de normas. Aplica-se
Anomia
mecanismo de proteção da tanto à sociedade como a
sociedade, é o conjunto de pessoas: significa estado de
regras e procedimentos desorganização social ou
padronizados socialmente, pessoal ocasionado pela
reconhecidos, aceitos e ausência ou aparente ausência
sancionados pela sociedade, de normas que regulam os
cuja importância estratégica é procedimentos dos indivíduos
manter a organização do em sociedade. A obediência a
grupo e satisfazer as essas regras promovem uma
necessidades dos indivíduos convivência harmônica entre as
que dele participam. As pessoas, enquanto que ao
instituições são, portanto contrario provocaria o estado de
conservadoras por essência, “Anomia”, que enfraquece a
quer seja família, escola, integração dos indivíduos
governo, polícia ou qualquer deixando-os sem saber qual
outra, elas agem fazendo força norma seguir e isso provoca
contra as mudanças, pela uma série de anomalias na
manutenção da ordem. sociedade deixando ela à deriva.
As instituições Sociais são de grande importância para Durkheim. Essa
importância era porque, segundo ele, o ser humano necessita se sentir seguro,
protegido e respaldado, e as Instituições poderiam proporcionar isso.

No tocante a “Anomia”, destaca que, uma sociedade sem regras claras, sem
valores, sem limites leva o ser humano ao desespero. Essa afirmação leva,
Durkheim a outros estudos baseados nas conseqüências da Anomia e
percorreram os campos da criminalidade, do suicídio e da religião.

Na concepção de Durkheim a “anomia” constituía uma ameaça para a sociedade,


e a sociologia constituía um excelente instrumento para entender o processo de
anomia e combatê-lo. Nesse contexto, o sociólogo teria um importante papel no
sentido de desvendar os sentidos ocultos no interior dos processos sociais para
que fosse possível conduzi-la de forma mais harmônica.

Essa preocupação com a sociedade leva a Durkheim a elaborar um dos mais


importantes trabalhos da literatura sociológica, sua obra: “A divisão do Trabalho
Social”. Nessa obra ele descreve a necessidade de se estabelecer uma
solidariedade orgânica entre os membros da sociedade. A solução estaria em
encarar a sociedade e como um organismo biológico, onde cada órgão teria uma
função específica e dependeria dos outros
para sobreviver. Nesse organismo cada
membro exercer uma função, caracterizada
de na “divisão do trabalho”, onde ele seria
regido por um sistema de direitos e
deveres.
Outras Leituras:
______Da divisão do Trabalho Social, in Os Pensadores. São Paulo, Abril Cultural,
1978.
BERGER, Peter (). "A Sociologia como forma de consciência", Perspectiva
Sociológica, Petrópolis, Ed. Vozes. 1972
BERGER, P. e Berger, B. "O que é uma instituição social" e Socialização: como
ser membro de um grupo" São Paulo: Livros Técnicos e Científicos, 1997.

Atividade 08
a) Conceitue “Instituições Sociais” e de exemplos.
b) O qe é “anomia”?

A Consciência Coletiva
Apesar de cada indivíduo possuir uma forma própria de se comportar, a sociedade
estabelece padronizações de conduta e pensamento que envolve todo o grupo e
isso foi denominado de “Consciência Coletiva” 2. Com base nessa consciência a
sociologia pode desenvolver um estudo das sociedades, através do que se passou
a chamar de “Morfologia Social”3.

Para entender melhor a sociedade Durkheim avalia a sua trajetória a partir do ele
chamou de “horda”4. Nessa trajetória a sociedade iria encontrar dois outros
estágios: “Solidariedade Mecânica e Solidariedade Orgânica”

A solidariedade entre os indivíduos varia segundo o grau de modernidade da


sociedade, a norma moral tende a tornar-se norma jurídica, pois é preciso definir,
numa sociedade moderna, regras de cooperação e troca de serviços entre os que
participam do trabalho coletivo.

2
Consciência Coletiva significa “conjunto de crenças e dos sentimentos comuns à média dos membros de
uma mesma sociedade”(Durkheim, 1973)
3
A Morfologia Social é uma “classificação das espécies sociais com nas ciência biológicas (Costa, 1997)
4
“horda”, na concepção de Durkheim significa a forma mais simples de organização social e semelhantes a
átomos.
Solidariedade Mecânica Solidariedade Orgânica

Predominante nas sociedades pré- Tipo de solidariedade predominante na


capitalista, onde os indivíduos de sociedade capitalista, onde as pessoas
identificavam por meio da família, se relacionam pela divisão social do
da religião, da tradição e dos trabalho.
costumes.

O estagio da Humanidade denominado por Durkheim de Solidariedade Mecânica


caracteriza-se por relações mais simples e de regras morais não havendo
praticamente divisão de trabalho, somente a divisão sexual do trabalho, não existe
ainda a propriedade privada nem a diferenciação entre as pessoas.

Quando em um grupo ocorre pouca divisão do trabalho, ocorre um tipo de


solidariedade que se baseia na semelhança entre as pessoas

Para entender melhor a Solidariedade Mecânica,


imaginemos uma tribo indígena onde as tarefas são
simplificadas na manutenção da sobrevivência de
seus membros e, praticamente todas as pessoas,
fazem a mesma coisa.

A divisão básica observada nessas sociedades, além do destaque do chefe da


tribo e do curandeiro, é a divisão de tarefas entre homens e mulheres. Nesse
caso as pessoas estão juntas porque assemelham-se.
A sociedade moderna está repleta de novos postos de trabalho em função de uma
imensidão de áreas que foram surgindo com a evolução da humanidade. Nessa
nova sociedade as pessoas juntam-se para desenvolver atividades solidárias que
não se caracterizam por suas semelhanças, mas sim por suas diferenças. Por
conta disso Durkheim desenvolve o conceito de Solidariedade Orgânica.

A idéia de Solidariedade Orgânica aparece na obra “Da divisão do trabalho


social” escrita em 1893. Segundo este clássico, o desenvolvimento da sociedade
gera um novo tipo de solidariedade não mais baseado na semelhança entre os
componentes (solidariedade mecânica), mas na complementação de partes
diversificadas onde os indivíduos interagem para complementar um objetivo geral
e de interesse de todos, ou seja, encontro de interesses que se complementam,
dando origem a uma nova organização social, onde tem como princípio a
diversidade de papéis sociais.

A passagem da solidariedade mecânica para a solidariedade orgânica significa,


no entender de Durkheim, uma evolução social, uma transformação na essência
da sociedade. Esse fato permite uma avaliação das sociedades, tornando
possível defini-las "inferiores" ou "superiores".

A Solidariedade Orgânica esta intimamente ligada ao advento do capitalismo e,


mais precisamente ao desenvolvimento da produção e a simplificação dos postos
de trabalho. Nessa perspectiva, os indivíduos se relacionam de forma solidária,
mas desprovida de afetividade e com o objetivo de realização de uma tarefa onde
se combinam as atividades individuais para a realização de todo o processo.

Para ilustra melhor podemos


considerar uma linha de
produção de automóveis onde
cada indivíduo tem uma tarefa
específica que, combinada com
as tarefas dos demais, o
automóvel será construído.
Como se pode vê, a vida em sociedade
causa uma dependência mútua onde
cada indivíduo depende do outro para suprir, necessidades ou para complementar
suas atividades. Viver na sociedade significa depender de energia elétrica,
supermercados, escolas, segurança pública etc. Em todas essa áreas encontram-
se pessoas desempenhando tarefas que irão proporcionar bem estar para outras
pessoas. O que se conclui é que cada pessoa depende de outros que estão a sua
volta Nesse nosso encontro, vimos
como é importante aprender
as regras existentes na
sociedade para que
possamos usa-las no
convívio com outros
indivíduos.

Outras Leituras:

RODRIGUES, Alberto Tosi. Sociologia da Educação. Ed.


DP&ª Rio de Janeiro, 2002

ROUSEAU, Jean Jacques. O Contrato Social e outros


escritos. São Paulo: Cultrix, 1980.

LOPES, Juarez Rubens Brandão. Desenvolvimento e mudança social. São Paulo:


Nacional, 1970.
Parsons, Talcott. Introdução ao pensamento sociológico / Emile Durkheim, Max
Weber, Karl Marx. São Paulo: Centauro, 2004.

Atividade 09

a) Defina “Consciência Coletiva”


b) Defina Solidariedade Mecânica.
c) Defina Solidariedade Orgânica.

Materialismo Histórico

Apos o contato com a Sociologia de Durkheim agora passaremos a tratar da


Sociologia de outro importante pensador desse campo, Carl Marx. Como já é de
praxe, Vamos conhecer um pouco desse grande pensador.
Karl Marx foi um pensador alemão que
transitou por três área: Economista, filosofia e
sociologia. Ele nasceu em Trier em 5 de Maio
de 1818 e morreu em Londres a 14 de Março
de 1883. Estudou na universidade de Berlim,
principalmente a filosofia hegeliana, e formou-
se em Iena, em 1841, com a tese Sobre as
diferenças da filosofia da natureza de
Demócrito e de Epicuro. Em 1842 assumiu a
chefia da redação do Jornal Renano em
Colônia. Em 1843, mudou-se para Paris,
editando em 1844 o primeiro volume dos Anais
Germânico-Franceses, órgão principal dos
hegelianos da esquerda.
Em 1844, conheceu em Paris Friedrich
Engels com quem iria desenvolver seus
estudos e uma relação por toda a vida. Juntos
publicaram O Manifesto Comunista, primeiro
esboço da teoria revolucionária que, mais
tarde, seria chamada marxista.

A sociologia que encontraremos em Marx é o que se pode chamar de Sociologia


engajada, ou seja é uma interpretação científica da história da humanidade e uma
tentativa de dar um novo ruma para ela. Os estudos sociológicos de Marx a partir
da sociedade industrial identificam o que ele denominou de “Classes Sociais 5”.

As classes, no ponto de vista marxista significam um sistema de relações onde a


existência de uma pressupõe a existência da outra, numa relação desigual e em
eterno disputa, caracterizada pela luta de classe.

5
As classes, no ponto de vista marxista significam um sistema de relações onde a existência de
um grupamento solidário pressupõe a existência da outro, numa relação desigual e em eterno
disputa, caracterizada pela luta de classe.
Em seus estudos Marx identifica um elemento comum na trajetória da humanidade
que é o “conflito Social”. Para Marx, “a história da humanidade é a história da luta
de classes”. Para ele a luta de classe constituiu um motor para a humanidade
porque é através dela que o homem transforma o seu modelo de sociedade
quando já não mais lhe serve.

Você esta achando


isso muito confuso?
Relaxe um pouco que
eu vou explicar.

Para entender melhor a sociedade capitalista Marx, juntamente com seu parceiro
de estudo Engels, resolveu desvendar como a história humana funciona. Para isso
analisaram a trajetória da humanidade desde os seus primórdios até seus dias
atuais e verificaram que em todas as suas etapas os homens desenvolviam
relações entre eles mesmos e com a natureza e nessas relações sempre houve a
um elemento muito importante que é o “trabalho humano”. É através do trabalho
que o homem modifica a e controla a natureza colocando esta a seus serviços.
Para que isso ocorra, ele desenvolve instrumentos e técnicas de trabalho cada vez
melhores como extensão de seu corpo. Isso não ocorre individualmente, ou seja,
os homens se relacionam para desenvolver trabalhos e isso ocorreu de forma
diferente em diferentes épocas.

Ao tomar conhecimento desses elementos Marx resolveu denomina-los de Forças


Produtivas, Relações de Produção e Modo de Produção. Isso facilitou o estudo da
história da humanidade e uma melhor compreensão do comportamento das
sociedades.

Marx estudou todo esse processo e esses estudos foram denominados de


“Materialismo Histórico”6. Segundo esse estudo o materialismo histórico é, de
acordo com Marx, o "fio condutor" de todos os estudos subseqüentes. Os
conceitos básicos do Materialismo Histórico constituem uma explicação científica
da História, vista até então como uma simples narração de fatos históricos. Ele
revolucionou a maneira de se interpretar a ação dos homens na História, abrindo
ao conheci mento, uma nova ciência e aos homens uma nova visão do mundo.

Materialismo
Histórico
Forças Relações de Modo de
Produtivas Produção Produção

São os É a maneira É a maneira


elementos que como os como as
se combinam, homens se forças
contribuindo organizam produtivas se
para o para a organizam e
6 desenvolviment realização da se que pretende
Na teoria marxista, o materialismo histórico constitui uma interpretação científica
o do
interpretar processo
a história produção.
das sociedades humanas, em todas as épocas, desenvolvem
através dos fatos materiais,
essencialmente econômicos e técnicos.
de produção. dentro dessa
Ex: a terra, as Ex: Escravismo relação de
técnicas, Feudalismo trabalho
instrumentos e Capitalismo Ex. Capitalista
as &
Operário
matérias-primas
Através do Materialismo Histórico Marx pode entender a essência de uma
sociedade. Para ele a chave desse entendimento esta na a forma como a
produção social de bens está organizada e essa forma engloba as forças
produtivas e as relações de produção que resultam num modo de produção.

As forças produtivas são compostas de elementos como terra, as técnicas de


produção, as ferramentas de trabalho, as matérias-primas e o maquinário. Ou
seja, as forças que contribuem para o incremento da produção.

As relações de produção referem-se ao modo com que os homens se organizam


para realizar a produção. A forma atual é a capitalistas, mas como exemplo
podemos citar também a escravista e a cooperativa.

O Modo de Produção é resultado direto da forma de organização da produção e


das relações que os indivíduos criam para realizar a produção

Vamos usar como exemplo o Modo de Produção capitalista. Nesse Modo de


Produção, donos dos meios de produção (máquinas, ferramentas, etc.), são os
que detêm o poder do capital (dinheiro) e o proletariado, constituído por aqueles
que possui apenas suas forças de trabalho. Essas duas classes estabelecem
entre si a relação social de trabalho desigual em que aquele que detêm o poder do
capital se apresenta de forma superior a aquele que apenas tem a força de seu
trabalho.
Outras Leituras:

HABERMAS, J. Para a reconstrução do materialismo histórico. São


Paulo: Brasiliense, 1990.
LOWY, Michael. As Aventuras de Karl Marx contra o Barão de
Munchausen: marxismo e positivismo na sociologia do conhecimento.
São Paulo: Editora Busca Vida, 1988.
DICIONÁRIO DO PENSAMENTO MARXISTA. Rio de Janeiro. Jorge
Zahar, 1988.

Atividade 10

a) Defina “Classes Sociais” do ponto de vista de Marx.


b) Explique a frase de Marx “a história da humanidade é a história da
luta de classes”.
c) O que compõe as “Forças Produtivas”?
d) Como se caracterizam as “Relações de Produção”?

A História das Sociedades e o Conflito Social

Na relação em que há dominantes e dominados, é lógico que vai haver um conflito


permanente já que todo dominado vislumbra sair dessa condição. É justamente
esse fato que cria as condições para a luta de classe e, conseqüentemente uma
revolução social mais ampla para mudar essas relações.

Podemos dizer que cada modo de produção é criado, se desenvolve por algum
tempo mas chega um dia em que ele não serve mais para toda a sociedade e
precisa ser substituído.

Vamos ver o que a história nos


mostra, a partir da concepção
Marxista denominada
de”Materialismo Histórico”.
A história do homem, segundo Marx, se desenvolve através da
passagem de um Modo de Produção a outro. Ao longo da história
da humanidade Marx identificou três estágios que vemos a
seguir:

M o d o d e P ro d u ç ã o

E s c r a v is t a F euda l C a p ita lis t a

M o d o d e p ro d u ç ã o M o d o d e p ro d u ç ã o M odo de
d e fin id o p e la típ ic o d e p ro d u ç ã o e m q u e
s e r v id ã o h u m a n a , s o c ie d a d e s o tr a b a lh a d o r é
o n d e c o n s id e r a a a g r á r ia s , r e d u z id o a u m a
p e s s o a fís ic a p r e d o m in a n te n a m e r c a d o r ia , à
c o m o p r o p r ie d a d e id a d e m é d ia , m e d id a q u e
a tra v é s d e u m a c a r a c te r iz a d a p e la v e n d e s u a fo rç a
r e la ç ã o d e fo r ç a s e r v id ã o d o d e tr a b a lh o p a r a
tr a b a lh a d o r a o o c a p ita lis ta e m
p r o p r ie tá r io d a tro c a d e u m
te rra (fe u d o ). s a lá r io .
Após esgotada as possibilidades do Modo de Produção capitalista o estagio
seguinte, Marx será caracterizado pelo Modo de Produção socialista, ou seja, as
relações caracterizadas pela igualdade entre os indivíduos.

Marx distingue as etapas da histórica humana a partir de sua estrutura econômica,


falando destes quatro modos de produção. Cada um deles se caracteriza por
determinado tipo de relações entre os homens na produção da riqueza. O modo
de produção antigo caracteriza-se pela escravidão; o modo de produção feudal,
pela servidão; o modo de produção burguês, pelo trabalho assalariado. O estagio
seguinte, preconizado por Marx, deverá se caracterizar por uma distribuição de
renda justa e equilibrada.

Após o socialismo uma fase superior se desenvolveria: o comunismo. O Estado


desapareceria definitivamente, pois seu único papel é manter o proletariado
passivo e perpetuar sua exploração. A distinção de classes também deixaria de
existir, todos seriam socialmente iguais e homens não mais se subordinariam a homens. A
sociedade seria baseada no bem coletivo dos meios de produção, com todas as pessoas
sendo absolutamente livres e finalmente podendo viver pacificamente e com
prosperidade.

Através do Materialismo Histórico pode-se perceber que a história de todas as sociedades


existentes até hoje é a história das lutas de classe. Homem livre e escravo, patrício e
plebeu, barão e servo, mestre de corporação e companheiro, ou seja, opressores e
oprimidos, em oposição constante.

Isso representa uma guerra sempre presente nas relações que eclode num determinado
momento quando todas as possibilidades de convívio foram esgotadas e o conflito
desemboca em uma revolução que transforma a sociedade inteira, ou a destrói
completamente

O Materialismo Histórico de Marx pressupõe certas leis imutáveis à medida que avança
de um estágio a outro. Cada estágio caracteriza-se por lutas que conduzem a um estágio
superior de desenvolvimento.

Um dado importante é que um Modo de Produção jamais desaparece antes que estejam
desenvolvidas todas as forças produtivas que possa conter, e as relações de produção
novas e superiores não tomam jamais seu lugar antes que as condições materiais de
existência dessas relações tenham sido gestadas no próprio seio da velha sociedade.

Outro dado importante é que as revoluções são expressão de uma necessidade histórica,
elas não acontecem por acaso. A humanidade só põe em curso uma solução para um
problema quando as condições materiais para resolvê-lo existem ou estão em vias de
existir.

Outras Leituras:

OLIVEIRA, Percio Santos de. Introdução à Sociologia. Editora Ática. São Paulo.
DAHRENDORF, Ralf. As classes e seus conflitos na sociedade industrial. Brasília: Ed. Universidade de
Brasília, 1982
LÖVY, Michael – Ideologias e ciência social. Elementos para uma análise marxista. S. Paulo: Editora
Cortez, 1985
MARX, Karl. Formações Econômicas pré-capitalistas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1975
______. Manifesto do Partido Comunista, in Cartas Filosóficas e outros escritos. São Paulo: Grijalbo,
1977.

Atividade 11

a) Defina “Modo de Produção”.


b) Quais os modos de produção identificados por Marx?
c) O que é “Materialismo Histórico”?

A Sociologia de Max Weber

Enquanto Durkheim falava que para que haja o convívio social é preciso que o
individuo aprenda algumas regras e que todos dependem uns dos outros e Marx
que a história das sociedades foi marcada pelo conflito social e a luta de classes,
um outro autor adquire grande relevância por seus estudos da sociedade, Max
Weber que via o desenvolvimento da sociedade com um certo pessimismo,
afirmando que o avanço social promovia o aprisionamento do ser e o fim da
possibilidade de desenvolver o seu talento conforme veremos a seguir.
Sociólogo alemão, Max Weber nasceu em Erfurt, Turíngia,
e 21 de abril de 1864 e morreu e Munique a 14 de junho
de 1930. Weber estudou direito nas universidades de
Heidelberg, Göttingen e Berlim, adquirindo competência
profissional em história, economia e filosofia. Em 1893,
iniciou, em Berlim, sua carreira universitária como docente
de economia política. No ano seguinte, foi nomeado
professor de economia na universidade de Freiburg im
Breisgau; em 1895, professor catedrático em Heidelberg.

A sociologia de Max Weber é um pouco mais complexa ma vamos tentar


simplifica-la. Diferente dos dois autores que acabamos de estudar que viam a
sociedade como um bloco, um conjunto, Weber vai centrar sua atenção no
indivíduo. Para percorrer o pensamento de Weber temos que partir da célula
mater de sua sociologia que é a “Ação Social 7”

Antes de tratar desse conceito é preciso tratar de algumas considerações básicas


sobre a Sociologia de Max Weber. A diferença entre a ciências naturais e as
ciências humanas é que as primeiras procuram explicar as relações de causa
entre os fenômenos, enquanto que as ciências humanas se empenham em
compreender processos da experiência humana que são vivos, mutáveis, que
precisam ser interpretados para que se extraia deles o seu sentido. Com base
nisso Weber desenvolve seus estudos com a utilização do método da
compreensão aos fatos humanos sociais. Sua sociologia caracteriza-se por utilizar
os fundamentos de uma sociologia compreensiva ou interpretativa.

Ao contrário de Durkheim, Weber não pensa que a sociedade em geral e todas as


suas regras tenha que se opor e se distinguir dos indivíduos como uma realidade

7
Para Weber, a ação social seria a conduta humana provida de significado para o próprio agente
da conduta.
exterior a eles, mas que as normas sociais se concretizam exatamente quando se
manifestam em cada indivíduo sob a forma de motivação.

Voltando a “Ação Social”, Weber distingue quatro tipos que orientam o sujeito:

2
1 Ação racional com relação
A ação racional com a um valor como um
relação a um objetivo, indivíduo que prefere
como, por exemplo, a de morrer a abandonar
um engenheiro que determinada atitude, onde
constrói uma estrada, o que se busca não é um
onde a racionalidade é resultado externo ao
medida pelos sujeito mas a fidelidade a
conhecimentos técnicos uma convicção.
do indivíduo visando
alcançar uma meta.

4
3 Ação tradicional que é
Ação afetiva, que é aquela motivada pelos costumes,
definida pela reação tradições, hábitos,
emocional do sujeito crenças, quando o
quando submetido a indivíduo age movido pela
determinadas obediência a hábitos
circunstâncias. fortemente enraizados em
sua vida.

Outras Leituras

JASPER, Karl. Método e visão do mundo em Weber. Rio de Janeiro: Livros


técnicos e científicos, 1977.
WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Pioneira,
1967.

Atividade 12

a) Comente sobre as diferenças entre Durkheim, Marx e Max Weber.


b) Defina “Ação Social” em Max Weber.
c) Quais os quatro tipos de ação social?

O Indivíduo e sua relação com a Sociedade

Segundo Weber toda ação do indivíduo leva em consideração os outros no


momento de se efetivar. A ação do indivíduo tanto é influenciada pelas estruturas
sociais como suas ações influenciaram as estruturas ao longo do tempo. Dois
níveis de ações são apresentados por Weber: ação em comunidade e ação em
sociedade.

Ação em comunidade é aquela que leva em consideração a reação do outro no


momento em que esta preste a agir. Um exemplo disso é quando acenamos para
uma pessoa esperamos que ela acene de volta ou quando cumprimentamos com
um bom dia ou boa noite esperamos a retribuição da saudação. Essa expectativa
é gerada porque agimos racionalmente e contamos com que o outro também haja.
Isso da uma segurança maior para o convívio em sociedade já que podemos
calcular com maior ou menor probabilidade a reação do outro com respeito as
nossas ações. Ao contrario, se não pudéssemos ter um mínimo de certeza sobre a
reação dos outros viveríamos inseguros e isso inibiria por completo nossa ações
porque não saberíamos ao certo o que elas poderiam desencadear.

A expectativa com relação à reação dos outros a determinadas ações esta


relacionada ao conjunto de valores desenvolvidos nos determinados segmentos
da sociedade. Esses valores determinam e regulamentam as ações do indivíduo e
são relativos, considerando o grupo social e sob que bases morais esta
sustentado.
Ação em sociedade decorre das regulamentações sociais vigentes e que foram
criadas para reger os procedimentos no convívio e inibir outros que são
considerados inaceitáveis socialmente. Essa regulamentação orienta para ações
adequadas prevê sanções para aquelas que não são adequadas no convívio
social. Se o indivíduo não atenta contra um membro de sua família, não é
necessariamente porque ele tem relações afetivas, mas porque o sistema prevê
punições severas para essa ato que é do com condenável pela sociedade.

A ação em sociedade leva em consideração de que a regulamentação foi criada


com a expectativa de que as pessoas aceitem como única alternativa para o
convívio e segam os preceitos contidos na normatização. Ou
seja, a norma proíbe determinadas ações e tenta garantir o
seu cumprimento através das punições previstas para aquele
ato. Nesse contexto, o indivíduo calcula que é muito melhor
seguir a norma e esperar que outros façam o mesmo, isto é,
tenham a mesma atitude racional. As regras atuam, segundo
Rodrigues (2002) como uma “condensação de expectativas
recíprocas”. As leis promovem uma certa harmonização das
relações sociais e tornam o universo social organizado. Isso, segundo Weber
significa “ordem social”.

A diferença básica entre a ação em Comunidade e a Ação em sociedade é que, a


primeira esta baseada na “convenção”, onde a regulamentação é garantida pela
desaprovação social às ações inaceitáveis. Já a segunda baseia-se no “Direito”,
onde a regulamentação é garantida pelo aparato coercitivo contido nas punições e
nos instrumentos para efetivá-las.

Se você resolver agir em dissonância no que diz respeito a moda atual, você só
terá a desaprovação de seu circulo de amizade, ou pode ser que sua namorada
ou namorado não queira ser vista(o) com você em publico. Mas se você
desrespeitar as leis de transito e for apanhado por isso, terá que pagar pesadas
multas e se não pagá-las poderá ter seu carro apreendido.

O indivíduo que levar em consideração, tanto as


normas “convencionais”, quanto às normas legais,
estará adquirindo um título de sócio que lhe dará direitos e
obrigações e isso proporcionará a cada membro desse “clube” uma certa
segurança individual, amparada pela certeza de que os outros não violarão seus
direitos porque esperam que você faça o mesmo.

Outras Leituras

COHN G. Crítica e resignação: fundamentos da teoria de Max Weber. São


Paulo:T. A. de Queiroz. 1979.
COLLIOT-THÉLÈNE, Catherine, Max Weber e a História. São Paulo: Brasiliense,
1995.
FREUND, Julien. Sociologia de Max Weber. Rio de Janeiro: Forense, 1987.
WEBER, M. Economia e Sociedade; Fundamentos da Sociologia Compreensiva.
Brasília: Ed. da UNB, 1991.

Atividade 13

a) Explique a diferença entra “Ação em comunidade” E “Ação em


Sociedade”.
b) De exemplo de “Ação em Comunidade” e “Ação em Sociedade”.

O Estado e as Ações dos Indivíduos

Com a intensificação das regras motivada pelo crescimento da sociedade, o


Estado adquire o papel de regulamentador das ações. Isso dá um certo domínio
sobre os indivíduos já que é ele que tem o aparato coercitivo para garantir o
cumprimento da lei e esse poder foi dado pelos próprios indivíduos através de um
“Contrato Social8”. Isso foi possível através de um consenso onde se criaram
regras para a vida em sociedade e o Estado para exercer o domínio geral e o
poder de coação consentido pelo povo. O que é importante ressaltar é que o papel
de domínio e coação foi delegado ao Estado com única forma raciona para
garantir a harmonia das relações entre os indivíduos. Todo esse processo é tido,
na concepção de Weber como um processo de “Racionalização 9”

Como esse camarada


pensa difícil. Espero que
você tenha captado a
essência dele.

8
O contrato Social consistiu em um consentimento unânime do homens em renunciar às suas vontades
particulares em favor de toda a sociedade, sendo a lei a expressão da vontade geral e garantida pelo Estado.
9
O conceito de Racionalização em Weber diz respeito ao processo de evolução da sociedade e das formas de
estabelecimento do convívio social.
Formas de Dominação

A história da humanidade para Weber, diferente de Marx, é um processo de


crescente racionalização e essa racionalização passa pela dominação. Em sua
concepção há três tipos de dominação: dominação tradicional, dominação
carismática e dominação racional legal.

Dominação tradicional
Dominação carismática
Dominação em que a
obediência é parte de Dominação racional legal
Dominação que se caracteriza
comportamento adquirido pela admiração das qualidades do
através de costumes, que se líder Essas qualidades podem ser Dominação que é exercida através
transformam em hábitos e da submissão de um grupo de os
tanto dons sobrenaturais quanto a
se enraízam na cultura da indivíduos a um conjunto de regras
coragem e a inteligência Como
sociedade. Um exemplo que são aceitas por todos sob pena
exemplo podemos citar as
clássico é o da família de sanções penais. Essas regras
atuações religiosas de profetas,
patriarcal: onde a obediência determinam todos os procedimentos
que apenas através de suas
dos filhos constitui uma das atuações em sociedade. Como
habilidades conseguiam
relação de fidelidade exemplo considera-se um contrato
arregimentar um grande número
estabelecida e respeitada. estabelecido entre um empregado e
de seguidores.
um empregado, onde o empregado
submete-se as regras contratuais.

Outras Leituras:

PIERUCCI, Antonio Flavio. O desencantamento do mundo: todos os passos do conceito em Max


Weber. São Paulo: Editora 34, 2003.
WEBER, M. Ciência e política – duas vocações. (Trad. L. Hegenberg e O. S. da Mota). São Paulo:
Cultrix, 1993.
JASPERS, K. Método e visão de mundo em Weber. (Trad. G. Cohn), In: Cohn, G. Sociologia: para
ler os clássicos. Rio de Janeiro: Livros técnicos e científicos Editora, 1977.
COLLIOT-THÉLÈNE, C. Max Weber e a história. São Paulo: Brasiliense, 1995.
http://www.culturabrasil.pro.br/weber.htm
WEBER, M. A objetividade do conhecimento nas ciências sociais. São Paulo: Ática, 1991.

Atividade 14

a) Qual o papel do Estado na sociedade moderna?


b) O que possibilitou a harmonia no convívio social?
c) Quais os três tipos de dominação na concepção de Weber e
quais as suas definições?
Atividade geral da Unidade

Desenvolva um texto com base nos conteúdos dados e nas leituras propostas nesta unidade,
Dando conta da sociologia dos três autores aqui apresentados.

Resumo da Unidade

Como foi visto através dos pensadores relacionados, a sociologia constitui uma importante
ferramenta científica para a compreensão do fenômeno social. Na seqüência podemos verificar
como Durkheim trata a sociologia como um importante instrumento de compreensão da sociedade
e de regulamentação dela. Já Marx apresenta uma reconstrução da trajetória da humanidade
através de um estudo científico dos modos de produção até o advento do capitalismo. Enquanto
Durkheim e Carl Marx, que tratavam a sociedade como um bloco, Max Weber irá centrar seus
estudos no indivíduo através da ação social, analisando esta em comunidade e em sociedade,
mostrando suas principais diferença.
Espera-se que com os elementos aqui apresentados se possa contribuir para uma
instrumentalização do aluno no processo de construção do conhecimento que irá acompanha-lo
em toda a trajetória acadêmica.

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