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Avaliação Neuropsicológica

Brasília-DF.
Elaboração

Maria Rita Polo Gascón

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário

Apresentação.................................................................................................................................. 4
Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa..................................................................... 5
Introdução.................................................................................................................................... 7
Unidade I
Avaliação Neuropsicológica Infantil.......................................................................................... 11

Capítulo 1
Avaliação neuropsicológica infantil: de pré-escolares a adolescentes................. 11

Capítulo 2
Instrumentos para avaliação neuropsicológica de pré-escolares........................... 21

Capítulo 3
Instrumentos para avaliação neuropsicológica de crianças e adolescentes........ 38

Unidade iI
Avaliação Neuropsicológica De Adultos.................................................................................... 62

Capítulo 1
Avaliação neuropsicológica de adultos....................................................................... 62

Unidade iII
Avaliação Neuropsicológica Do Idoso...................................................................................... 67

Capítulo 1
Avaliação neuropsicológica dos idosos...................................................................... 67

Capítulo 2
Instrumentos para avaliação neuropsicológica de adultos e idosos....................... 74

Unidade iV
Correção e Tabelas Normativas.................................................................................................. 104

Capítulo 1
Fórmula de correção de testes cognitivos e tabelas normativas........................... 104

Unidade V

Casos Clínicos............................................................................................................................... 110

Capítulo 1

Casos clínicos................................................................................................................. 110

Referências................................................................................................................................. 132

Anexos......................................................................................................................................... 140
Apresentação

Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se


entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade.
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da
Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade


dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo


a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em


capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

6
Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

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Introdução
Os objetivos da avaliação neuropsicológica são: auxiliar o diagnóstico diferencial,
estabelecer a presença ou não de comprometimento cognitivo, nível de funcionamento
em relação ao nível ocupacional e educacional, verificar e localizar alterações sutis,
a fim de detectar possíveis disfunções ainda em estágios iniciais. Contribui para o
planejamento do tratamento e no acompanhamento da evolução do quadro em relação
aos tratamentos medicamentoso, cirúrgico e reabilitação. Difere da avaliação psicológica
por tomar como ponto de partida o cérebro e seu funcionamento.

Para a realização da avaliação neuropsicológica eficiente o examinador precisa ter em


mente alguns pressupostos:

»» Avaliação é realizada de forma quantitativa e qualitativa.

»» Visão ampliada da AN como uma investigação do perfil neuropsicológico,


com a identificação das áreas preservadas e das deficitárias, e exploração
das razões do desempenho comprometido.

»» Neuropsicologia não se limita ao uso de testes.

»» Os testes padronizados para Neuropsicologia são usados para diagnósticos


neuropsicológicos e não psicológicos.

»» Comparação do desempenho nos diferentes testes.

»» Entrevistas, questionários, escalas, observação em contexto clínico e em


situações ecológicas e instrumentos formais.

»» É aconselhável o uso de instrumentos revestidos de validade/


fidedignidade, adequados ao paciente, a sua realidade e indicação clínica,
compatíveis com sua faixa etária.

»» O profissional deve utilizar um linguajar compreensível ao paciente,


evitando o uso abusivo de termos técnicos.

»» O paciente, caso utilize algum artefato compensatório, como óculos e


aparelho de audição, deve levá-lo para a avaliação neuropsicológica.

»» O local de atendimento/consultório deve ser iluminado, arejado, livre de


estímulos distratores e confortável ao paciente.

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»» O profissional deve distinguir o nível educacional e cultural pobre de
déficits cognitivos.

»» O profissional deve, ainda, verificar se, nas 24 horas anteriores à aplicação


dos testes, ocorreu alguma situação capaz de interferir no desempenho
do paciente na avaliação, como: dormiu pouco, se alimentou bem, teve
conflitos emocionais.

»» Na correção dos instrumentos, ao conferir dados e escores em tabelas, o


profissional precisa observar atentamente que alguns deles classificam
resultados por idade, outros anos de escolaridade e alguns apresentam
escores diferentes conforme o gênero.

»» e outros profissionais, relatório da escola e observação clínica durante a


testagem.

»» O relatório elaborado pelo neuropsicólogo deve ser científico, técnico,


claro, objetivo e imparcial.

»» Após os resultados obtidos na avaliação neuropsicológica deve-se


considerar uma intervenção focada nas funções cognitivas deficitárias e
nos distúrbios psicológicos/psiquiátricos, visando à melhora da condição
do paciente e da sua qualidade de vida.

A seleção dos testes deve oferecer um panorama das funções cognitivas, favorecendo
um exame eficiente para permitir ao examinador formar um diagnóstico dos prejuízos
cognitivos, de forma que o resultado final forneça um perfil neuropsicológico do
paciente. Sendo assim, o protocolo deve abranger:

»» Atenção: seletiva, sustentada, alternada.

»» Flexibilidade cognitiva.

»» A avaliação é realizada de forma global: resultado dos testes, exames de


imagem, laudos dMemória: curto e longo prazo, verbal e visual.

»» Processos intelectuais: raciocínio, abstração, pensamento.

»» Funções visuais: percepção, discriminação.

»» Organização visuoespecial e visuoconstrutiva.

»» Linguagem (nomeação e compreensão).

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»» Habilidades acadêmicas.

»» Funções motoras: movimentos, lateralidade.

»» Avaliação do estado de humor.

Objetivos
»» Oferecer ao aluno aspectos que devem ser levados em conta na avaliação
neuropsicológica pelas etapas de desenvolvimento, da infância à velhice.

»» Listar os testes neuropsicológicos e tarefas cognitivas mais utilizadas.

»» Relacionar os testes neuropsicológicos e tarefas cognitivas com as funções


cognitivas superiores.

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11
Avaliação
Neuropsicológica Unidade I
Infantil

Capítulo 1
Avaliação neuropsicológica infantil: de
pré-escolares a adolescentes

Pressupostos importantes que devem ser levados em consideração na avaliação


neuropsicológica com enfoque na infância e adolescência:

»» A Neuropsicologia entende a participação do cérebro como um todo,


no qual as áreas são interdependentes e interrelacionadas, funcionando
comparativamente a uma orquestra, que depende da integração de seus
componentes para realizar um concerto, ou seja, é necessário que todas
as partes funcionem bem para que se possam realizar atividades de forma
funcional, se alguma parte do cérebro não estiver bem, isso trará um
impacto para o funcionamento integral deste, trazendo prejuízos para o
paciente em seu dia a dia, como um integrante de uma orquestra tocando
fora do tom, a música sairá errada. Isso se denomina sistema funcional.

»» O desenvolvimento neuropsicológico emerge quando a criança interage


com um ambiente apropriado e sócio-historicamente contextualizado.

»» Atualmente, a Neuropsicologia baseia-se na localização dinâmica de


funções, tendo por objetivo a investigação das funções corticais superiores
(Inteligência, Memória, Visuoconstrução, Visuopercepção, Atenção,
Linguagem, Velocidade de Processamento das Informações).

»» Necessária comparação do desenvolvimento cognitivo/ biopsicossocial


da criança com seus pares.

Luria, 2008, Moura-Ribeiro, 2006.

12
Avaliação Neuropsicológica Infantil│ UNIDADE I

A prática da Neuropsicologia requer o exercício de uma práxis constante na qual o


profissional deve ter formação especial para cada tipo de clientela.

A avaliação neuropsicológica infantil tem por objetivo identificar precocemente


alterações no desenvolvimento cognitivo e comportamental, e tem se tornado, nos
últimos anos, um dos exames complementares essenciais solicitados por médicos, em
especial, neurologistas, pediatras e psiquiátricas. Para esta avaliação é necessário uma
boa anamnese e a utilização de instrumentos adequados para esta finalidade (testes
neuropsicológicos e escalas para a avaliação do desenvolvimento).

A avaliação neuropsicológica infantil inicia-se com uma boa anamnese, realizada


com os pais e com quem fica mais tempo com a criança (exemplo: avós). Na
entrevista inicial é necessário investigar: dados da gestação (se foi planejada ou não,
duração, intercorrências), parto (cesárea, normal, fórceps), nota do apgar, a fase de
desenvolvimento que a criança se encontra, o tipo, a localização e a idade da ocorrência
da lesão, como a criança organiza seus objetos pessoais e material escolar, como se
comporta nas tarefas de autocuidado e higiene, como realiza as tarefas escolares
(fatores ambientais) e como vivencia o próprio processo de aprendizagem, rotinas e
regras familiares, concentração em atividades que demandam menor esforço cognitivo/
motivação, como elabora as frustrações, finalização de tarefas, padrão de relacionamento
psicossocial em todos os ambientes e expressão de emoções anamnese e funcionamento
adaptativo, medicamentos em uso, histórico de doenças e hospitalizações. A anamnese
é importantíssima para que o profissional possa fechar o caso, bem como, escolher os
instrumentos mais adequados para a avaliação de cada paciente.

Os resultados dessas escalas e testes refletem o que a criança e adolescente conseguiram


adquirir de forma eficiente ao longo do desenvolvimento, e tem o objetivo de determinar
o nível evolutivo da criança. A importância desses instrumentos reside principalmente
na prevenção e detecção precoce de distúrbios de desenvolvimento/aprendizado,
indicando de forma detalhada o ritmo de aprendizado e a qualidade, bem como, o
funcionamento cognitivo, possibilitando o conhecimento, tanto de forma qualitativa
quanto quantitativamente, das áreas cerebrais e suas interligações (sistema funcional),
visando intervenções precoces e precisas. (COSTA, AZAMBUJA, PORTUGUEZ; COSTA,
2004).

A avaliação quantitativa será obtida pelos resultados dos testes, ou seja, pela pontuação
total, bruta e depois sua adequada conversão de acordo com cada teste (importante
ver o manual de instruções de cada teste). A avaliação qualitativa refere-se ao olhar do
examinador ao examinado durante todo o processo de avaliação. Exemplo: um paciente
pode apresentar um desempenho inferior em teste de memória episódica auditiva

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UNIDADE I │ Avaliação Neuropsicológica Infantil

(exemplo teste RAVLT), mas o desempenho inferior foi ocasionado pela dificuldade
de armazenar novas informações, por dificuldade de manter a concentração durante
a leitura das palavras pelo examinador ou por ansiedade ocasionada pelo teste? A
resposta desta pergunta só poderia ser respondida se o examinador tiver observado o
paciente. Lembre-se, a clínica é soberana e a neuropsicologia não se resume à aplicação
de testes.

Quando falamos em avaliação neuropsicológica infantil podemos academicamente


divida-la em avaliação neuropsicológica de pré-escolares e escolares/adolescente.
Muitos neuropsicólogos só fazem avaliação infantil com crianças a partir de seis anos de
idade, mas é possível, sim, fazer com crianças pequenas, é o que vermos neste capítulo.

A avaliação neuropsicológica de crianças pré-escolares apresenta especificidades que


desafiam o examinador. Para atingir o objetivo de uma avaliação neuropsicológica,
que é o de realizar o diagnóstico diferencial nesta faixa etária, o neuropsicólogo deve
considerar o padrão de desenvolvimento da criança, traçar o perfil neuropsicológico da
criança, identificar funções comprometidas e as preservadas. A identificação dos pontos
fortes (funcionamento preservado) e dos pontos que precisam ser trabalhados (funções
comprometidas) possibilita o planejamento da reabilitação, bem como, intervenção
psicoeducional de acordo com o perfil cognitivo da criança. É muito importante
ressaltar que a avaliação infantil exige a constante avaliação do impacto que as relações
familiares e escolares desempenham no funcionamento cognitivo da criança, devido
ao desenvolvimento e a capacidade de neuroplasticidade (FERREIRA, COUTINHO,
MARTINS DE FREITAS, MALLOY-DINIZ; HAASE, 2010).

Os autores acima reforçam que um dos desafios para se atuar na área infantil é a
ausência de modelos cognitivos específicos para as crianças. Os modelos de correlação
estrutura-função derivados dos modelos adultos muitas vezes são ilimitados, devido aos
mecanismos de neuroplasticidade que modificam as tradicionais correlações estrutura-
função.

Neuroplasticidade é qualquer modificação no sistema nervoso que não seja periódica


e que tenha duração maior que poucos segundos. (JACOBS, 2000). O conceito
também pode ser compreendido como a capacidade de adaptação do sistema nervoso,
especialmente a dos neurônios, às mudanças nas condições do ambiente que ocorrerem
no dia a dia dos indivíduos, um conceito amplo que se estende desde a resposta a
lesões traumáticas destrutivas até a alterações mais sutis resultantes dos processos
de aprendizagem e memória (LENT, 2004). A plasticidade neural é maior durante a
infância, e declina de forma gradual, sem se extinguir na vida adulta, ocorrendo tanto
no hemisfério lesionado quanto no intacto (JOHANSSON, 2000).

14
Avaliação Neuropsicológica Infantil│ UNIDADE I

Portanto, lesões cerebrais ocorridas no início do desenvolvimento cerebral podem


beneficiar-se das conexões cerebrais que podem assumir as funções comprometidas
e não manifestar prejuízo funcional. Por outro lado, já foram descritas na literatura
a relação entre lesões muito precoces e comprometimento significativo de funções
cognitivas. Tramontana e Hooper (1988) relatam que em alguns casos, como em lesões
pré e perinatais e em síndromes genéticas, a criança nunca terá a oportunidade de
experienciar a vida sem a presença da lesão e seu desenvolvimento será marcado por
adaptações. Em casos de lesões que ocorrem mais tardiamente no desenvolvimento
é possível que os déficits sejam mais focais, uma vez que algumas funções normais já
se desenvolveram e podem compensar as funções deficitárias, portanto, quanto mais
precoce o diagnóstico, mais rapidamente pode ser iniciado um processo de reabilitação
cognitiva, aumentando a probabilidade de recuperação funcional e de promover a
plasticidade neuronal mais significativa.

A fase pré-escolar é um período significativamente relevante para o desenvolvimento


humano, em que habilidades cognitivas e psicossociais fundamentais serão
desenvolvidas, tais como: habilidades linguísticas e aritméticas, autorregulação
emocional, motricidade fina e grossa, habilidades visuoperceptivas e visuoespaciais
entre outras. É nesta fase que tantos os educadores quanto os pais começam a observar
a presença de dificuldades cognitivas e de comportamento que podem caracterizar
algum transtorno específico de desenvolvimento e aprendizado. Identificar essas
dificuldades garante que a criança não sofra tanto com estereótipos como preguiçosa
e desinteressada, o que poderia resultar em um sentimento de incapacidade e baixa
autoestima (FERREIRA, COUTINHO, MARTINS DE FREITAS, MALLOY-DINIZ;
HAASE, 2010).

A avaliação neuropsicológica de crianças em idade pré-escolar é indicada para crianças


que apresentam dificuldades nas habilidades cognitivas ou atraso do desenvolvimento
neuropsicomotor.

A avaliação neuropsicológica na criança e no adolescente é extensiva e interligada


ao processo ensino-aprendizagem, permitindo estabelecer algumas relações entre as
funções corticais superiores, como a linguagem, a atenção e a memória, e a aprendizagem
simbólica (conceitos, escrita, leitura etc.). O modelo neuropsicológico das dificuldades
de aprendizagem tem como objetivo avaliar as funções mentais superiores envolvidas
na aprendizagem simbólica, as quais estão, obviamente, correlacionadas com a
organização funcional do cérebro. Esta avaliação é importante, pois sem essa condição,
a aprendizagem não se processa normalmente, e, neste caso, podemos nos deparar com
uma disfunção ou lesão cerebral (COSTA, AZAMBUJA, PORTUGUEZ, COSTA, 2004).

15
UNIDADE I │ Avaliação Neuropsicológica Infantil

De acordo com Papalia (2006), o crescimento do cérebro antes e após o nascimento


e durante todo o período da infância é fundamental para o futuro desenvolvimento
físico, cognitivo e emocional da criança. O cérebro, ao nascimento, tem apenas 25% de
seu futuro peso adulto, atingindo cerca de 70% de seu peso final até os três anos. Aos 6
anos, ele já tem quase o tamanho de um adulto, mas o crescimento e o desenvolvimento
funcional de partes específicas do cérebro continuam durante a idade adulta. Os saltos
no crescimento cerebral, períodos de rápido crescimento e desenvolvimento coincidem
com mudanças no comportamento cognitivo (FISHER; ROSE 1994 apud, PAPALIA,
2006).

Portanto, dentro desse padrão de funcionamento cerebral observado em cada faixa


da infância, é importante que o neuropsicólogo examinador selecione testes e tarefas
cognitivas de acordo com o processo maturacional do cérebro. O examinador precisa
sempre ter em mente que o cérebro da criança ainda está em desenvolvimento, tendo
características próprias que garantem uma diferenciação e especificidade das funções.

Segundo Antunha (1987), as baterias de testes neuropsicológicos adaptados para as


crianças devem contemplar: a organização e o desenvolvimento do sistema nervoso
da criança, a variabilidade dos parâmetros de desenvolvimento entre crianças da
mesma idade, estreita ligação entre desenvolvimento físico, neurológico e a emergência
progressiva de funções corticais superiores. Estes mesmos cuidados são necessários
para a escolha dos testes que serão utilizados em uma avaliação infantil.

Antes de apresentar os instrumentos para avaliação infantil, é importante que o


examinador tenha clara a definição de dificuldade de aprendizagem e transtorno de
aprendizagem, isso porque, queixa de aprendizagem é um dos principais motivos de
procura para a avaliação neuropsicológica.

As dificuldades de aprendizagem são resultados de diversos fatores que podem interferir


na aquisição de novos conhecimentos, como fatores emocionais e psicológicos (como
ansiedade, depressão, bullying), econômicos e ambientais (como baixa renda familiar e
pais com baixo nível educacional), estratégias e metodologias pedagógicas inadequadas
(na avaliação é importante o examinador perguntar qual o tipo de metodologia aplicada
na escola e verificar se o paciente se adapta a esta metodologia), falta de hábitos de
estudo (verificar na entrevista inicial a rotina de estudos), uso de estratégias de estudo
impróprias (verificar a forma de estudar do paciente), situação de risco social (pode ser
utilizado questionário sociodemográfico como, por exemplo, ABIPEME para verificar
a classe social do paciente e sua família) e fatores neurobiológicos, como a presença de
Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade e Dificuldade Auditiva (avaliado pelo

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Avaliação Neuropsicológica Infantil│ UNIDADE I

Processamento Auditivo Central). Sendo importante que se avalie todos esses aspectos
durante o processo de avaliação neuropsicológica

Assim, quando observada uma dificuldade de aprendizagem e os fatores associados, as


intervenções com o aluno são realizadas baseadas no que está influenciando a aquisição
dos conhecimentos (seja fator interno ou externo), para que assim ele se torne apto para
adquirir as habilidades acadêmicas importantes para seu desenvolvimento cognitivo.

Já os transtornos de aprendizagem são resultantes de alterações em circuitos cerebrais


específicos (fator orgânico), prejudicando o paciente na aquisição de habilidades como
a escrita, a leitura ou o raciocínio lógico-matemático, tendo como exemplo a dislexia
e a discalculia. As pessoas com Transtornos de Aprendizagem apresentam resultados
significativamente abaixo do esperado para seu nível de desenvolvimento, escolaridade
e nível intelectual em uma das habilidades específicas descritas acima.

Estas dificuldades decorrentes dos Transtornos de Aprendizagem ocorrem desde os


estágios iniciais do desenvolvimento e não são adquiridas devido à influência de fatores
externos. Assim, a intervenção neste caso é feita diretamente nas habilidades que o
aluno tem dificuldade em adquirir, porém utilizando outras estratégias e métodos de
ensino que o ajudem a compensar as dificuldades decorrentes do Transtorno.

De acordo com o DSM-V, o transtorno específico da aprendizagem é um transtorno do


neurodesenvolvimento com uma origem biológica, sendo a base das anormalidades no
nível cognitivo a qual são associadas com as manifestações comportamentais.

Não pode: falta de oportunidade de aprender; descontinuidades educacionais resultantes


de mudanças de escola; traumatismos ou doença cerebral adquirida; comprometimento
na inteligência global; comprometimentos visuais ou auditivos não corrigidos.

O Transtorno da Leitura, alternativamente conhecido como dislexia, é um transtorno


caracterizado por problemas no reconhecimento preciso ou fluente de palavras,
problemas de decodificação e dificuldade de ortografia. Dessa forma, pode-se afirmar
que se trata de um transtorno específico das habilidades de leitura, que sob nenhuma
hipótese está relacionado à idade mental, problemas de acuidade visual ou baixo nível
de escolaridade.

O DSM-V classifica como critérios diagnósticos para o Transtorno da Leitura:

»» Leitura de palavras de forma imprecisa ou lenta e com esforço (p. ex., lê


palavras isoladas em voz alta, de forma incorreta ou lenta e hesitante,
frequentemente adivinha palavras, tem dificuldade de soletrá-las).

17
UNIDADE I │ Avaliação Neuropsicológica Infantil

»» Dificuldade para compreender o sentido do que é lido (p. ex., pode ler
o texto com precisão, mas não compreende a sequência, as relações, as
inferências ou os sentidos mais profundos do que é lido).

›› Crianças com dislexia apresentam dificuldades na aprendizagem da


leitura e da escrita consideradas muito maiores do que se esperaria
comparadas ao seu nível intelectual.

›› Na dislexia, há uma discrepância entre a capacidade intelectual da


criança e seu desempenho escolar, sendo que ela possui inteligência
dentro da normalidade, pelo menos na faixa média inferior.

›› Os fatores cognitivos dizem respeito, principalmente, às dificuldades


na memória operacional fonológica (MOF) e no processamento
fonológico.

›› As alterações do processamento fonológico manifestam-se em


várias competências de linguagem, como dificuldade de consciência
fonológica, memória fonológica, discriminação, nomeação e até
mesmo na articulação das palavras.

›› Os transtornos da escrita podem ser chamados de disgrafia (prejuízo no


padrão motor da escrita), de disortografia (dificuldade na estruturação
gramatical da linguagem) e dificuldade na produção de texto.

›› Dislexia fonológica: os indivíduos com dislexia deste tipo apresentam


dificuldade na conversão letra-som, tendo problemas na leitura oral de
pseudopalavras ou palavras pouco familiares, ou seja, a rota fonológica
de leitura encontra-se comprometida.

›› Dislexia lexical: refere-se a problemas de ordem visual, sendo


que a leitura ocorre através da rota fonológica. Os indivíduos com
dislexia deste tipo leem lentamente e com demasiado esforço, como
se estivessem vendo a palavra pela primeira vez. Ou seja, existe um
prejuízo na rota lexical.

›› Dislexia mista: o indivíduo apresenta problemas de ambos os tipos,


fonológico e lexical.

O Transtorno da Matemática, também conhecido como discalculia, não é relacionado à


ausência de habilidades matemáticas básicas, como contagem, e sim, na forma com que
a criança associa essas habilidades com o mundo que a cerca.

18
Avaliação Neuropsicológica Infantil│ UNIDADE I

A aquisição de conceitos matemáticos e outras atividades que exigem raciocínio são


afetadas neste transtorno, cuja baixa capacidade para manejar números e conceitos
matemáticos não é originada por uma lesão ou outra causa orgânica. Em geral, o
Transtorno da Matemática é encontrado em combinação com o Transtorno da Leitura
ou Transtorno da Expressão Escrita.

O Transtorno da Matemática, segundo o DSM-V, é caracterizado por:

»» Dificuldades para dominar o senso numérico, fatos numéricos ou


cálculo (p. ex., entende números, sua magnitude e relações de forma
insatisfatória; conta com os dedos para adicionar números de um dígito
em vez de lembrar o fato aritmético, como fazem os colegas; perde-se no
meio de cálculos aritméticos e pode trocar as operações).

»» Dificuldades no raciocínio (p. ex., tem grave dificuldade em aplicar


conceitos, fatos ou operações matemáticas para solucionar problemas
quantitativos).

De acordo com Butterworth (2005), a criança com discalculia pode apresentar:

»» Dificuldades na compreensão de palavras-números (um, dois…treze…


vinte..), números (1, 2…13…20…) e na relação entre elas (e.g. visualizar
números dentro de números).

»» Dificuldades no processamento visual usando as quatro operações


aritméticas básicas (e.g. cálculo mental em representação horizontal);
Dificuldades no domínio da aritmética escrita (e.g. compreender os sinais
+, -, ÷, ×).

»» Dificuldades em memorizar e sequenciar (e.g. memorizar a tabuada ou


lembrar dos passos a dar na resolução de tarefas).

»» Dificuldades na realização de operações ou cálculos com lacunas (e.g. ?


+ 4 = 10).

»» Dificuldades no processamento da linguagem (e.g. resolver situações


problemáticas que impliquem a compreensão de enunciados e o uso de
operações aritméticas em contextos realistas, particularmente usando
dinheiro e troco).

Transtorno de Expressão Escrita é considerado um transtorno apenas de ortografia ou


caligrafia, na ausência de outras dificuldades da expressão escrita, em geral, não se presta
a um diagnóstico de Transtorno da Expressão Escrita. Neste transtorno, geralmente,

19
UNIDADE I │ Avaliação Neuropsicológica Infantil

existe uma combinação de dificuldades na capacidade de compor textos escritos,


evidenciada por erros de gramática e pontuação dentro das frases, má organização
dos parágrafos, múltiplos erros ortográficos ou fraca caligrafia, na ausência de outros
prejuízos na expressão escrita.

O Transtorno da Expressão Escrita, de acordo com os critérios diagnósticos do DSM-V,


são:

»» Dificuldades para ortografar (ou escrever ortograficamente) (p. ex., pode


adicionar, omitir ou substituir vogais e consoantes).

»» Dificuldades com a expressão escrita (p. ex., comete múltiplos erros de


gramática ou pontuação nas frases; emprega organização inadequada de
parágrafos; expressão escrita das ideias sem clareza).

A capacidade das habilidades de expressão escrita encontra-se significativamente


inferior à média para a idade cronológica, capacidade intelectual e nível de escolaridade
do indivíduo.

A dificuldade na expressão escrita apresentada pelo indivíduo interfere de modo


significativo nas atividades cotidianas que requeiram habilidades de escrita, como
escrever frases gramaticalmente corretas e parágrafos organizados.

Na presença de algum déficit sensorial, as dificuldades de escrita excedem aquelas


habitualmente a ele associadas.

O problema se caracteriza por dificuldades na composição de textos, erros de gramática


e pontuação, má organização dos parágrafos, erros frequentes de ortografia e caligrafia
precária.

Motivos associados ao encaminhamento de avaliação neuropsicológica infantil e de


adolescentes:

1. Identificar disfunções cognitivas que podem acompanhar as


psicopatologias, neuropatologias e quadros clínicos infantis Ex. TDAH/
TOD/Dislexia/ Epilepsia/ Transtornos Emocionais: TAG/TAB/ Distimia,
Elucidação de Síndromes/ Retardo Mental/Quadros do Espectro Autista
etc.

2. Elucidação de possíveis comorbidades psicopatológicas primárias ou


secundárias.

3. Exclusão ou comorbidades com Retardo Mental.

20
Avaliação Neuropsicológica Infantil│ UNIDADE I

4. Estabelecimento de prioridades terapêuticas.

5. Plano de ação terapêutica.

6. Indicação de terapias paralelas.

7. Verificação das potencialidades do sujeito.

8. Monitorar a evolução e efeitos de medicação.

9. Mapeamento cerebral pré e pós-cirúrgica.

10. Programação da reabilitação.

11. Plano de ação terapêutica.

12. Plano de ação interdisciplinar.

Fuentes, D. et al 2008

21
Capítulo 2
Instrumentos para avaliação
neuropsicológica de pré-escolares

Escalas de desenvolvimento

Escala denver

É uma escala de triagem que verifica o atraso no desenvolvimento infantil, e tem sido
amplamente empregada na avaliação de crianças e situações de risco. Foi desenvolvida
por Willian K. Frankenburg, em 1967, na Universidade de Colorado, Denver, podendo
ser aplicado desde o nascimento até 6 anos de idade. Essa escala não é um teste de
inteligência, ou seja, para medir o QI (funcionamento intelectual) e não foi desenvolvida
para diagnosticar distúrbios de aprendizagem ou emocional.

A escala de Denver II tem uma estrutura de aplicação: Pessoal-social (relacionamento


com as pessoas e cuidado consigo mesmo); Motor-adaptativo (coordenação olho-mão,
manipulação de objetos pequenos e solução de problemas); Linguagem (audição e
compreensão) e Motor-grosseiro (sentar, andar, pular). Ao final da avaliação, avalia-
se também o comportamento da criança (atenção, timidez, cooperação). As provas
conciliam observação comportamental, testes comportamentais e perguntas que podem
ser respondidas pelos pais.

Material do teste: lã vermelha, chocalho do cabo fino, lápis vermelho, figuras: gato,
cachorro, pássaro e menino, sino, boneca pequena de plástico, bola de tênis, 8 blocos
coloridos, copo com boca larga, mamadeira pequena e folha de papel em branco. (esse
material é adquirido quando o profissional faz o curso, é específico para a avaliação).

Aplicação do teste: primeira coisa é perguntar a idade da criança para a mãe. Depois
traça-se uma linha vertical na idade correspondente à idade da criança a ser avaliada
(caso ela seja prematura, necessita-se fazer a correção), e verifica se ela consegue
realizar os itens que foram cortados pela linha.

Como fazer a correção da idade: Ex.: a criança avaliada, segundo a mãe, tem 1 ano e 5
meses, mas ela nasceu de 6 meses. A idade corrigida será de 1 ano e 2 meses, porque a
criança nasceu faltando 3 meses para completar os 9 meses.

22
Avaliação Neuropsicológica Infantil│ UNIDADE I

Para cada item da escala será marcado P – passou, F- falhou, NO – sem oportunidade e
R – recusa. Ao final, é realizada a interpretação da escala e informado a mãe o resultado,
sempre orientando a mãe a estimular o filho em casa para os itens que ele não respondeu
como era esperado.

Escala Bayley de desenvolvimento infantil

Figura 1.

Fonte: <http://cliapsicologia.com.br/escala-bayley-de-desenvolvimento-para-bebes-e-criancas/>.

As Escalas de Desenvolvimento Infantil de Bayley foram desenvolvidas por Nancy


Bayley e colaboradores em 1933 e revisada em 1969. É um meio abrangente de avaliar o
desenvolvimento de uma criança em estado particular, após o resultado de mais de 40
anos de pesquisa e prática clínica com crianças pequenas. O teste foi padronizado em
uma amostra de 1.262 crianças americanas com idade de dois a 30 meses, divididas em
14 grupos, no ano de 1960, e apresenta três versões: BSID I, publicada em 1969; BSID
II, publicada em 1983; e a mais atualizada BSID III, publicada em 2006. As escalas
BSID II estão reconhecidas entre as melhores escalas existentes na área de avaliação
do desenvolvimento infantil, fornecendo resultados confiáveis, válidos e precisos do
estado de desenvolvimento da criança em teste. Sua utilização como instrumento de
pesquisa tem recebido grande suporte da comunidade científica, porém seu elevado
custo e treino exigido para correta administração explicam porque sua utilização é
quase sempre exclusiva de especialistas que trabalham com crianças pequenas.

A Escala de Bayley – III é uma atualização dos dados normativos da BSID-II com
amostra contemporânea e representativa, indicada para avaliar crianças de 1 a 42
meses de idade, apresentando melhora do conteúdo dos testes, melhora da qualidade
psicométrica e, consequentemente, maior utilidade clínica.

A atual versão da Escala de Bayley está subdividida em cinco domínios: Cognição,


Linguagem (comunicação expressiva e receptiva), Motor (grosso e fino), Social-
emocional e Componente adaptativo.
23
UNIDADE I │ Avaliação Neuropsicológica Infantil

Os três primeiros domínios são observados com a criança em situação de teste e os dois
últimos são observados por meio de questionários preenchidos pelos pais ou cuidadores.
As escalas são consideradas complementares, tendo cada uma a sua importância na
avaliação da criança.

Assim, a Escala Cognitiva determina como a criança pensa, reage e aprende sobre o
mundo ao seu redor e está composta de 91 itens; a Escala de Linguagem está subdividida
em dois subtipos: Comunicação Receptiva – parte que determina como a criança
reorganiza sons e como a criança entende, fala e direciona palavras, composta de 49
itens – e a Comunicação Expressiva – parte que determina como a criança se comunica
usando sons, gestos e palavras, composta de 48 itens.

A Escala Motora está subdividida em Escala Motora Grossa e Fina. A Escala Motora
Grossa determina como a criança movimenta seu corpo em relação à gravidade,
composta de 72 itens, e a Escala Motora Fina determina como a criança usa suas mãos
e dedos para fazer algo, composta de 66 itens.

A escala permite também uma avaliação qualitativa do comportamento da criança, ou


seja, sua atenção, compreensão das orientações, desempenho frente às tarefas e regulação
emocional. Porém, a escala só pode ser aplicada por profissionais especializados e
treinados.

Trata-se de um instrumento lúdico, flexível, com excelente padrão de validade e


confiabilidade que permite a identificação precoce de problemas ou atrasos no
desenvolvimento e sinaliza a necessidade de avaliação mais aprofundada em alguma
área específica. A Escala Bayley de Desenvolvimento Infantil (Bayley III) indica os pontos
fortes, fracos e as competências do bebê ou da criança para o planejamento adequado de
uma intervenção terapêutica e acompanhamento da evolução das intervenções, sendo
fundamental para um trabalho consistente em equipe interdisciplinar. Além de permitir
um maior envolvimento dos pais durante a avaliação, o instrumento está alinhado com
a legislação norte-americana para educação especial na primeira infância http://idea.
ed.gov/, sendo uma medida válida e confiável acerca das habilidades da criança.

Escala de comportamento adaptativo de Vineland

A Vineland-II avalia o comportamento adaptativo desde o nascimento até a idade


adulta. Os conteúdos estão organizados em 4 grandes domínios que se subdividem em
11 subdomínios:

»» Comunicação - Receptiva, Expressiva e Escrita.

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Avaliação Neuropsicológica Infantil│ UNIDADE I

»» Autonomia - Pessoal, Doméstica e Comunitária.

»» Socialização - Relações Interpessoais, Lazer e Regras Sociais.

»» Função Motora - Fina e Grosseira.

Inclui ainda um índice opcional, de Comportamento mal adaptativo, que proporciona


informação mais aprofundada sobre a pessoa avaliada. Sua aplicabilidade é bastante
vasta, sendo possível avaliar o comportamento adaptativo de indivíduos com: déficit
intelectual, atraso no desenvolvimento, espectro autista, TDAH, Traumatismo Crânio
encefálico.

O tempo estimado para aplicação da escala é de 20-60 minutos. A aplicação da escala


se inicia com a idade da criança, e segue até se obter sete nãos consecutivos. Caso a
criança tenha sete nãos consecutivos em sua idade, o examinador vai voltando para
idades anteriores até que se consigam sete sins consecutivos.

Função intelectual

SON-R 2 1/2 - 7 [A] - Teste não-verbal de inteligência

(JACOB A. LAROS; PETER J. TELLEGEN)

O SON-R 2 1/2 - 7 [a] – Teste Não-Verbal de Inteligência tem por objetivo a avaliação
geral do desenvolvimento e das habilidades cognitivas, fornecendo escores que avaliam
habilidades espaciais e viso-motoras e de raciocínio abstrato e concreto, de crianças
de 2 anos e 6 meses a 7 anos e 11 meses de idade. Tempo de aplicação: em torno de 30
minutos. A correção pode ser manual ou informatizada através de software incluso no
kit, disponível para Windows 98, Me, NT, 2000, XP, Vista, Windows 7.

O SON-R 2 1/2-7 [a] é um instrumento ideal para os contextos educacional, clínico,


neuropsicológico e demais áreas, onde o propósito é fazer uma avaliação da cognição. É
a versão reduzida do SON-R 2 1⁄2 – 7, que foi publicado na Holanda em 1998.

Difere de outros testes não-verbais para crianças, na sua combinação de:

»» abordagem amigável ─ no estilo de administração e na atratividade dos


materiais;

»» pessoal ─ aplicado de acordo com a particularidade de cada criança;

»» variedade das habilidades medidas e na possibilidade de testar a


inteligência independentemente do nível de habilidade verbal.

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UNIDADE I │ Avaliação Neuropsicológica Infantil

Composto por quatro subtestes: Mosaico, Categorias, Situações e Padrões, sendo estes
direcionados para a resolução de problemas que requerem raciocínio espacial e para a
habilidade de raciocinar de forma abstrata e concreta.

O desempenho no teste depende mais da habilidade em descobrir métodos e regras e


aplicá-los a novas situações do que do conhecimento previamente adquirido. Sendo
assim, o teste SON-R 2 1⁄2 – 7 busca mensurar a denominada “inteligência fluída”,
compreendida como a habilidade de adaptação, de resolver problemas e de aprender,
ao invés da “inteligência cristalizada”, que se refere a conhecimentos adquiridos e
experiências. Entretanto, isso não quer dizer que a experiência obtida anteriormente
pela criança não influencie na sua habilidade de resolver os problemas.

Este instrumento pode servir tanto como primeira opção quanto como um segundo
teste nos casos em que decisões importantes precisam ser tomadas ou se a validade do
primeiro teste for duvidosa.

Umas das principais vantagens do SON-R 2 1/2-7 [a] é que ele permite uma avaliação
ampla do funcionamento mental da criança, sem depender de habilidades linguísticas,
através de tarefas bastante diversificadas. Isso o torna adequado também às crianças
que têm necessidades especiais na linguagem, fala ou comunicação, como por exemplo,
crianças com deficiências como surdez, autismo e transtornos de desenvolvimento
social. Além disso, o teste é adequado para imigrantes cuja primeira língua é diferente
da falada no lugar de moradia. Sendo também adequado para pesquisas internacionais
e transculturais.

O SON-R é recomendado, ainda, às crianças menos dotadas, com atrasos no


desenvolvimento cognitivo e/ou que são difíceis de testar, pois os materiais são atrativos,
as tarefas são diversificadas, diversos exemplos são fornecidos e é dada à criança a
oportunidade de ser ativa, além de ser disponibilizada ajuda nas respostas incorretas
e das regras para interrupção serem limitadas à aplicação de itens mais difíceis. Em
contrapartida, é menos apropriado para crianças portadoras de deficiências visuais ou
motoras.

As instruções para aplicação do SON-R mostram muita flexibilidade, podendo ser


dadas de forma verbal ou não-verbal. Esta decisão será adaptada de acordo com a
habilidade comunicativa, a idade ou o nível cognitivo de cada criança, permitindo que
o teste seja administrado da forma mais natural possível. As instruções devem seguir,
rigorosamente, o manual.

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Avaliação Neuropsicológica Infantil│ UNIDADE I

Material (kit)

01 Maleta de madeira.

01 Manual.

10 Cadernos subteste Padrão com cartolina amarela (descartável).

01 Caderno aplicação subteste Categorias (reutilizável).

01 Cartolina amarela para subteste Categorias (reutilizável).

01 Caixa madeira com cartões para subtestes Categorias e Situações (reutilizável).

01 Caderno aplicação para subteste Situações (reutilizável).

01 Cartolina amarela para subteste Situações (reutilizável).

01 Caderno de aplicação subteste Mosaico (reutilizável).

02 Molduras cinza subteste Mosaico (reutilizável).

01 Caixa com 3 compartimentos e tampas individuais contendo conjunto de quadrados


(8 vermelhos, 8 amarelos e 9 vermelhos/amarelos) (reutilizável).

01 Caixa madeira para itens subteste Mosaico (reutilizável).

01 CD para correção informatizada.

10 Folhas de registro.

01 Borracha.

01 Apontador.

02 Lápis.

Figura 2.

Fonte: <http://www.hogrefe.fr/produit/test-non-verbal-dintelligence-son-r-2%C2%BD-7/#.WLiFK9IrLIU>.

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UNIDADE I │ Avaliação Neuropsicológica Infantil

Stanford-binet

Binet - histórico

Primeira escala, criada em 1905, por solicitação do Ministro da Instrução Pública, com
o objetivo de estudar crianças “subnormais” no processo de aprendizagem.

Inteligência: capacidade mental de se adaptar a novos problemas.

Composta por 30 testes em dificuldades crescentes em 50 crianças normais de 3 -11


anos, leva em consideração o nível de desenvolvimento da criança.

Em 1908, a escala foi ampliada para 300 crianças de 3 -13 anos – Avalia o nível mental
(Idade mental da criança).

1911: Terceira versão da escala – inclui nível mental também do adulto.

Terman – binet forma L-M

»» 1916 Terman realizou a famosa revisão com 1000 crianças e 400 adultos
americanos.

»» QI foi utilizado pela primeira vez.

»» Passou a ser chamado Stanford Binet.

»» Mais duas novas revisões: 1937 e 1960.

»» 1937 consistia na forma L e M – 10 anos de pesquisa.

»» 1960 – única forma (L-M), sendo que eliminou itens obsoletos.

»» Atualmente nova versão do Binet.

Terman - binet

»» Abrange desde 2 anos até a idade adulta.

»» Tarefas consistem desde a manipulação simples até o raciocínio abstrato.

»» Crianças menores: exige mais discriminação perceptual, coordenação


visomotora (construção de blocos, contas etc.).

Em crianças acima de 7 anos avalia-se mais os aspectos verbais.

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Avaliação Neuropsicológica Infantil│ UNIDADE I

Divisão

É estabelecida a seguinte divisão:

»» Até os cinco anos existe uma subdivisão. Por exemplo: 2 anos e 6 meses
– devido à velocidade do desenvolvimento da criança.

»» Depois os intervalos são anuais.

»» Existe teste alternativo para cada idade, por erro do aplicador ou da


criança.

Binetograma

»» Criado em 1990 por Garrido.

»» Separa por áreas – leitura qualitativa do Stanford separado por áreas –


avaliam habilidades mais ou menos desenvolvidas.

»» São as seguintes: percepção sensorial (visual, auditiva, tátil sinestésica),


espacial (geral e gráfica), psicomotricidade (Movimentos grossos e finos),
linguagem (compreensão e expressão), memória (verbal e numérica),
aptidão numérica e raciocínio abstrato.

»» As funções aparecem várias vezes, porém com nível de expectativa para


resolução de problemas diferente. Depende do nível do desenvolvimento.

Percepção visual

»» Com dois anos a criança começa a se desenvolver no espaço que era


perceptivo e passa a ser representativo, conseguindo encaixar formas
simples formando uma figura.

»» Com quatro anos e seis meses espera-se que a criança consiga comparar
esteticamente figuras.

Percepção

»» Envolve elementos espaciais e funções visuoespaciais.

»» Esperado que crianças com cinco anos consigam formar um retângulo.

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UNIDADE I │ Avaliação Neuropsicológica Infantil

Linguagem - compreensão

»» Obedecer a comandos simples e complexos (compreensão da linguagem


e processos executivos).

»» Diferenças: Qual a diferença entre um passarinho e um cachorro?

»» Absurdos verbais: “Um homem teve gripe duas vezes. Na primeira vez ele
morreu, mas na segunda, ele sarou rapidamente”.

Linguagem - expressão

»» 2 anos ─ espera-se frases com duas palavras durante a entrevista.

»» 4 anos – solicitar para repetir frase como: Nós vamos comprar um pacote
de balas para mamãe.

»» 4 anos e seis meses – espera-se que a criança responda do que é feito uma
janela.

Memória

»» Memória episódica – “O tombo no molhado”.

»» Memória semântica: Vocabulário.

»» Memória imediata visual: 4 anos – a criança deve encontrar objetos


apresentados a ela, sem que o avaliador faça a manipulação do objeto.

»» Memória auditiva: memória para sentenças.

»» Memória imediata auditiva: dígitos.

Aptidão numérica

»» Conceitos de números básicos – cinco anos.

»» Cálculos matemáticos só vão aparecer aos 9 anos, realização de trocos,


por exemplo.

Funções executivas- binet

»» Análise contextual – envolve atenção – análise dos elementos, raciocínio


e planejamento para atingir uma meta.

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Avaliação Neuropsicológica Infantil│ UNIDADE I

»» Níveis de resolução de problemas.

»» Consciência social – capacidade de solucionar um problema “O que fazer


quando quebra algo de uma pessoa”.

»» Raciocínio Lógico – habilidade no pensamento lógico, compreensão


entre relações e julgamentos.

Características

I. De 2 a 5 anos – 1 mês.

II. De 6 a 19 – 2 meses.

III. Nível adulto – item de 2 meses cada.

IV. Idade Base – acerto de todos os itens.

V. Idade Teto – errar todos os itens.

VI. Idade Mental – idade base + meses obtidos até a idade teto.

VII. QI – cruza-se a IM com a cronológica.

VIII. Binetograma – determina escore por área.

Cálculo IM

»» 6 anos e 2 meses – 72 meses.

»» Ano IX – 6 acertos – Idade base: 48 meses.

»» Ano IV e 6 meses – 4 acertos – 4 meses.

»» Ano V – 3 acertos – 6 meses.

»» Ano VI –2 acertos – 4 meses.

»» Ano VII – 0 acertos – Teto.

»» 4 anos e 14 meses – 62 meses.

»» IX = 6 anos e 2 meses = 74 meses.

»» QI=IM/IC x 100 = 62/74 x 100 = 84.

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UNIDADE I │ Avaliação Neuropsicológica Infantil

Figura 3.

Fonte: <http://www.wpspublish.com/store/p/2951/stanford-binet-intelligence-scales-fifth-edition-sb-5>.

Memória

7 Figuras/ 7 palavras

Subteste Bateria Lourenço Filho

Permite avaliar memória episódica (relacionado ao aprendizado de novas informações)


em evocação imediata, tardia e reconhecimento, tanto para memória verbal quanto
não-verbal.

Instruções memória visual

“Eu vou mostrar algumas figuras para você, preste atenção porque depois eu pedirei
para se lembrar delas”.

Instruções memória auditiva

“Eu vou ler algumas palavras para você, preste atenção porque depois eu vou pedir para
repeti-las”

»» Repetir o procedimento: mostrar as 7 figuras em três tentativas.

»» Repetir o procedimento: ler as 7 palavras em três tentativas.

»» Anotar na folha de registro o desempenho, inclusive intrusões e


confabulações.

»» Realizar interferência: contar até 20 e de trás para frente, contar de 3 em 3.

»» Realizar evocação tardia nas duas modalidades (peça para a criança se


lembrar o que viu e o que ouviu).

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Avaliação Neuropsicológica Infantil│ UNIDADE I

»» Aplicar o reconhecimento.

»» Avaliação qualitativa sem tratamento estatístico.

»» É esperado que a criança consiga evocar pelo menos em 1 dos três ensaios
(3 visuais e 3 auditivos) uma marca de 5 figuras e 5 palavras.

»» Reconhecimento: esperado que reconheça todas as figuras.

»» Completar o gráfico na folha de registro.

Cubos de corsi

O objetivo deste teste é avaliar a memória operacional por meio do esboço visuoespacial.
É aplicado desde crianças pequenas até idosos. É feita em duas etapas: primeiro o
examinador mostrará uma sequência na ordem direta e o examinado fará igual. Na
outra etapa, o examinado terá que fazer na ordem inversa que o examinador fez. A
aplicação é similar ao subteste Dígitos do WISC-IV.

Figura 4.

Fonte: <https://www.booktoy.com.br/index.php?_route_=cubos-de-corsi-azul-8826>.

Atenção

Teste de trilhas para pré-escolares

(TREVISAN, SEABRA, 2012)

A versão para pré-escolares do Teste de Trilhas mantém o mesmo objetivo da sua


versão original, ou seja, de avaliar a flexibilidade cognitiva, porém sem demanda de
conhecimento de letras e números. O teste é composto por duas partes, sendo que
na primeira parte é apresentado apenas um tipo de estímulo e, na segunda parte, há
dois tipos de estímulos que devem ser assinalados pelos sujeitos em ordem alternada,
mantendo semelhança com a versão original do Teste de Trilhas. Assim, na condição ‘A’
do teste, é dada à criança uma folha com figuras de cinco cachorrinhos que devem ser
ligados por ordem de tamanho, iniciando com o “bebê” até o “papai”.
33
UNIDADE I │ Avaliação Neuropsicológica Infantil

Na condição ‘B’, figuras de ossos de tamanhos respectivos aos dos cachorros são
introduzidas, e a criança deve combinar os cachorrinhos com seus ossos apropriados,
na ordem de tamanho, ligando-os alternadamente. O desempenho em cada parte foi
medido em termos de sequência (número de itens ligados corretamente em sequência)
e tempo de execução. A figura abaixo ilustra uma parte da tarefa requerida na parte
B do Teste de Trilhas para pré-escolares. O Teste de Trilhas para pré-escolares é
comercializado no Brasil e evidências de sua validade e dados de normatização foram
obtidas para crianças de quatro a seis anos de idade.

Figura 5. Exemplo de tarefa requerida na parte B do TT-Pe.

Fonte: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862012000300002>.

Pontos coloridos

(RENÉ ZAZZO)

Figura 6.

Fonte: Apostila Curso de Avaliação Neuropsicológica CEPSIC – Lígia Votta.

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Avaliação Neuropsicológica Infantil│ UNIDADE I

Investiga velocidade de atenção seletiva e sustentada e controle inibitório (suprimir


uma resposta habitual em favor de uma resposta menos familiar).

É realizada em 4 etapas a, b, c e d. Tempo: 20 segundos para cada etapa (cronometrar


o tempo).

Primeiramente: checar se a criança reconhece cores e


sabe o nome das cores

Instruções fase A e C: “Quero que me diga o nome das cores. Aponte com o dedo a
direção (da esquerda para a direita) até que eu a peça para parar”.

Instruções B e D: “Agora quero que diga azul quando o círculo for vermelho e quando
o círculo for azul diga vermelho”. Checar se a criança compreendeu.

Pontuação

(RENÉ ZAZZO)

»» 0 erros ─ 3 pontos, normal.

»» 1 ou 2 erros ─ 2 pontos, normal.

»» 3 ou 4 erros ─1 ponto, dificuldade leve.

»» 5 erros ─ 0 pontos, dificuldade moderada.

Linguagem

Avaliação qualitativa da linguagem

»» Observação da fluência verbal espontânea (ritmo e prosódia); se há


mudanças durante a testagem de acordo com o estado de humor e
atividade.

»» Alterações articulatórias e fonológicas.

»» Alterações sintáticas, alterações nos tempos verbais e alterações nominais.

»» Parafasias verbais.

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UNIDADE I │ Avaliação Neuropsicológica Infantil

Teste de nomeação infantil

O Teste Infantil de Nomeação (CAPOVILLA, MONTIEL, CAPOVILLA; MACEDO,


em preparação) consiste em 60 itens com desenhos de linha com diferentes graus de
familiaridade, sendo que a tarefa consiste em dizer os nomes das figuras apresentadas
pelo examinador. O teste é composto por um caderno de aplicação com uma figura
por folha e uma folha de respostas. O caderno é manuseado pelo aplicador que anota a
resposta do participante na folha de respostas, permitindo a posterior correção.

Pode ser aplicado em crianças e adolescentes de 3 até 14 anos. É atribuído 1 ponto para
cada nomeação correta.

Teste de discriminação fonológica

O Teste de Discriminação Fonológica ou TDF (CAPOVILLA; CAPOVILLA, 2007) tem


como objetivo verificar se a criança discrimina fonologicamente palavras que diferem
em apenas um fonema. Nessa prova, é apresentado à criança um caderno de aplicação
com 23 pares de figuras cujos nomes diferem em apenas um fonema, por exemplo, as
figuras de “pato” e “gato”. O aplicador dá a instrução à criança, dizendo que ela deve
apontar a figura que ele nomear, posteriormente pronunciando o nome da figura,
devendo a criança apontar a figura correspondente. É computado um ponto para cada
resposta correta, sendo o máximo possível de 23 pontos.

Pode ser aplicado em crianças de 3 até 6 anos. É atribuído 1 ponto para cada nomeação
correta.

Teste de repetição de palavras e pseudopalavras

O Teste de Repetição de Palavras e Pseudopalavras, ou TRPP (Capovilla, no prelo),


desenvolvido com base no teste de Gathercole e Baddley (1989), avalia a memória
fonológica de curto prazo. Nesse instrumento o aplicador pronuncia para a criança
sequências com de 2 a 6 palavras, com intervalo de um segundo entre elas, sendo a
tarefa da criança repetir as palavras na mesma sequência. Há duas sequências para
cada comprimento, ou seja, duas sequências com duas palavras, duas sequências com
três palavras e assim por diante. Posteriormente, são apresentadas sequências com
pseudopalavras. Também há duas sequências para cada comprimento, variando de
duas a seis pseudopalavras por sequência. Todas as palavras e as pseudopalavras são
dissílabas, com estrutura silábica consoante-vogal. É computado um ponto para cada
sequência repetida corretamente.

36
Avaliação Neuropsicológica Infantil│ UNIDADE I

Pode ser aplicado em crianças e adolescentes de 3 até 14 anos. É atribuído 1 ponto para
cada item pronunciado corretamente.

Função executiva

Torre de Londres

O teste Torre de Londres (TOL) avalia a capacidade de decisão estratégica e de resolução


de problemas em crianças de 4 a 13 anos. Baseia-se na utilização de um instrumento
(incluso na caixa) que é constituído por três cavilhas de comprimentos diferentes,
em que são amarradas três bolas (uma vermelha, uma verde e azul): a pessoa deve
mover estas bolinhas em um determinado número de movimentos de modo a obter a
configuração indicada pelo examinador.

O teste foi aplicado para um total de 1.772 indivíduos, e é útil nos casos em que se
queira avaliar se a criança tem determinadas funções executivas, fundamentais tanto
na vida diária, como em uma série de aprendizagens complexas (preparação do plano
de execução de uma tarefa, na solução de problemas matemáticos, por exemplo etc.).
Graças à sua simplicidade de aplicação e à confiabilidade da avaliação, a Torre de
Londres é um dos instrumentos mais utilizados atualmente nos vários cenários clínicos
e experimentais.

Figura 7.

Fonte: <http://www.estrategiajogos.com.br/testes-neuropsicolgicos>.

Habilidades acadêmicas

Métodos horizontes (Neda Lian Branco Martins)

Verificar a disponibilidade da criança para enfrentar o processo de alfabetização.

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UNIDADE I │ Avaliação Neuropsicológica Infantil

Público-alvo

Crianças com idade de 5 a 8 anos.

Aplicação

Individual, sem limite de tempo.

Descrição

É composto por exercícios que disponibilizam uma avaliação global do sujeito, incluindo
exercícios de Motricidade Fina, Motricidade Geral, Motricidade Específica, Nível de
Percepção e Discriminação, Universo Conceitual e Vivencial, Equilíbrio Estático e
Dinâmico, Ritmo de Trabalho, Oscilação da Atenção e Concentração, Universo Vivencial,
Nível de Independência, Nível de Linguagem, Nível de Reconhecimento das Cores,
Domínio dos Verbos e das Circunstâncias, Conhecimento das Formas, e Capacidade
de relacionar quantidades. A correção é realizada pelo total de acertos em cada um dos
exercícios, pela avaliação quantitativa e qualitativa.

OBS: Pode ser utilizado também em crianças maiores de 8 anos que não conseguem
ler e escrever. O resultado irá auxiliar no processo de intervenção psicopedagógica e
estimulação cognitiva.

38
Capítulo 3
Instrumentos para avaliação
neuropsicológica de crianças e
adolescentes

Inteligência
Os testes de inteligência medem, primeiramente, habilidades essenciais ao desempenho
acadêmico.

WISC-IV

Figura 8.

Fonte: <http://www.pearsonclinical.com/psychology/products/100000310/wechsler-intelligence-scale-for-children-fourth-edition-
wisc-iv.html>.

A Escala Wechsler de Inteligência para Crianças – 4ª Edição (WISC-IV), considerada


padrão ouro internacional para quantificação das habilidades intelectuais, é um
instrumento clínico de aplicação individual que tem como objetivo avaliar a capacidade
intelectual das crianças e o processo de resolução de problemas. Faixa etária: 6 anos
e 0 meses a 16 anos e 11 meses . É composto por 15 subtestes, sendo 10 principais
e 5 suplementares, e dispõe de quatro índices, a saber: Índice de Compreensão
Verbal, Índice de Organização Perceptual, Índice de Memória Operacional e Índice de
Velocidade de Processamento, além do QI Total.

39
UNIDADE I │ Avaliação Neuropsicológica Infantil

Caso o paciente apresente dificuldade de se expressar verbalmente, podemos utilizar os


seguintes testes:

Raven matrizes coloridas

O teste Raven avalia a capacidade edutiva do fator g da capacidade mental. O objetivo


é descobrir as relações que existem entre as figuras e imaginar qual das oito figuras
apresentadas completaria o sistema. Pode ser usado em crianças de 5 a 11 anos.

Escala de maturidade mental colúmbia

Fornece uma estimativa da capacidade de raciocínio geral de crianças (3 anos e 6 meses


a 9 anos e 11 meses). Avalia, especialmente, capacidades que são importantes para o
sucesso na escola, principalmente as capacidades para discernir as relações entre os
vários tipos de símbolos.

Função executiva

Torre de Hanói

Objetiva investigar alguns aspectos das funções executivas e mnésticas, planejamento


prático, criação de estratégias importantes para a eficácia da resolução dos problemas,
controle inibitório motor e velocidade motora, raciocínio lógico e antecipação
estratégica, memória implícita procedural, atenção sustentada voltada à ação prática,
internalização de instruções e memória operacional verbal e memória operacional não-
verbal.

Instruções

É passar essas argolas (o examinador demonstra na própria torre) da esquerda para


direita em menos tempo com menos movimentos, se utilizando de algumas regras. As
maiores peças sempre embaixo (na base) e as menores na ponta da torre (o examinador
mostra para o participante).

Não pode:

»» colocar argolas maiores em cima das menores;

»» pegar duas argolas ao mesmo tempo;

40
Avaliação Neuropsicológica Infantil│ UNIDADE I

»» colocar qualquer argola fora dos pinos da torre para movimentar uma
determinada argola.

Lembre-se: toda vez que você tirar uma argola da torre conta-se um movimento.

Procedimento e Avaliação Qualitativa/Matemática

»» O examinador deve acionar o cronômetro e assim fornecer o comando de


início.

»» Anotar todos os movimentos e performance qualitativa.

»» Observar: se a criança se utiliza de raciocínio lógico.

»» Se ela consegue antecipar estratégias ou apenas movimenta as peças sem


objetivo.

»» Se ela perde estratégias já adquiridas associadas a déficit na sustentação


da atenção.

»» Se ela persevera em movimentos (persiste em repetir uma estratégia


equivocada).

»» Qualidade da destreza motora.

»» No livro Avaliação Neuropsicológica (MALLOY-DINIZ, FUENTES,


MATTOS, ABREU e colaboradores, 2010) tem um capítulo sobre o teste
e tabela infantil.

Avaliação através de Estimativa matemática

Espera-se:

»» 7 movimentos para 3 peças.

»» 15 movimentos com 4 peças.

»» Em média: de um a dois segundos por movimentos (com 4 peças).

»» Pode-se mostrar a performance do paciente através de tabela ou gráfico


com duas grandezas (tempo e número de movimentos).

41
UNIDADE I │ Avaliação Neuropsicológica Infantil

Controlled Oral Word Association – “FAS”

Avaliação da fluência verbal fonética:

»» Instruções: “Quero que me diga quantas palavras você se lembra com a


letra F”. Mesma instrução para as letras A e S.

»» Regra: não vale nomes próprios e sufixos. Ex. comer, comendo, comido;
casa, casinha, casarão etc.

»» Se o sujeito permanecer mais de 15 segundos sem falar, o incentive.

»» Registrar as palavras na ordem que são produzidas.

»» Se a criança falar palavras homônimas após o término do tempo, indagar


o significado. Ex.: manga (fruta) e manga (de camisa). Seres místicos são
aceitos. Ex. unicórnio.

»» Gírias e estrangeirismos que fazem parte da língua são aceitos. Ex.


lasagna, gnhocci, abajour.

Fluência semântica: animais

Avalia fluência semântica/categórica. É uma tarefa mais simples que o FAS. Caso o
examinado não tenha aprendido a ler e escrever, ele não conseguirá fazer o FAS, aplique
somente os animais.

Instruções: “Quero que me diga o maior número de animais que você lembrar”:

»» O examinador deve registrar na ordem que a criança emitir.

»» Não são aceitas as categorias, e sim o nome dos animais.

»» Nomes de animais extintos, imaginários ou mágicos (míticos) são aceitos,


mas nomes próprios como Fido, Rex e Bob não.

»» Escores. Soma de todos os animais aceitos.

42
Avaliação Neuropsicológica Infantil│ UNIDADE I

Semelhanças- WISC III

Avalia Abstração de Conceitos Verbais

Instruções: “Eu vou dizer duas palavras e quero que você responda o que elas têm em
comum. Por exemplo: se eu perguntar - o que o vermelho e o azul têm em comum, você
dirá que ambos são cores”.

»» Anotar as respostas literais na folha de registro.

»» Verificar o nível de abstração conceitual: essencial (são frutas) e funcional


(são de comer).

»» Analisar cada item segundo o manual.

»» Somar a pontuação bruta.

»» Transformar em ponderada na tabela correspondente à idade.

Atenção

Trail making test infantil

»» Investiga: atenção dividida/ alternância de foco, velocidade de


processamento (parte A) e flexibilidade mental/ memória operacional e
atenção alternada parte B.

»» Demanda busca visual e resposta motora rápida.

»» “Manter respostas sob controle quando a tarefa é prática, segurando o


ritmo”.

»» Versão intermediária 4 a 14 anos (Spreen 3), versão adulta 15 a 89 anos.

Instruções: “Desenhe o quão rápido conseguir. Não tire o lápis do papel”.

O examinador deve apontar o número 1 e rastrear até o no 2. Se ela cometer um erro,


aponte e explique. Pegue a mão da criança e guie o percurso.

»» Na aplicação, se a criança errar, faça rapidamente um sinal no local do


erro na folha de registro, mas não pare o cronômetro.

43
UNIDADE I │ Avaliação Neuropsicológica Infantil

Correção:

»» Verificar o tempo de execução e número de erros.

»» Atenção: quanto mais tempo gasto na execução, pior será a performance


– percentuais mais baixos. T score (mais baixo) e Z score (negativo)

»» Tabela de conversão para T e Z score na pag. 27 do Spreen 2ª edição.

»» Tabela de correção pag. 666 do Spreen 3ª edição. Normas para crianças.

Stroop color (Victória)

»» Medida de velocidade cognitiva (sustentação atencional), controle


inibitório e flexibilidade mental (cartões 2 e 3).

»» Facilidade com que uma pessoa pode manter um objetivo em mente e


suprimir uma resposta habitual em favor de uma resposta menos familiar.

»» Sensível a interferências de adultos mais velhos nas primeiras 40


pastilhas.

»» Instruções Cartão 1: “Fale o nome das cores o quão rápido quanto for
possível. Inicie da esquerda para a direita”.

»» Instruções Cartões 2 e 3: “Fale o nome das cores e não leia o que está
escrito”.

»» É comum no relatório aparecer somente o resultado do cartão 3, que é o


cartão que avalia atenção seletiva.

»» Como no Trail, quanto mais tempo o sujeito gastar na execução da tarefa,


pior será a performance. Percentuais mais baixos = Z score (negativo).

Procurar símbolos - WISC-IV

»» Comparação de símbolos com outros, envolvendo decisões rápidas


(velocidade de processamento).

»» Movimento semelhante ao que se faz na leitura: o símbolo a ser encontrado


está no lado esquerdo da folha e os de comparação estão à direita.

»» Envolve foco e a capacidade de seleção e sustentação atencional associada


à persistência motora.

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Avaliação Neuropsicológica Infantil│ UNIDADE I

Aplicação:

»» Idades de 6-7 anos: protocolo parte A, 8-16 anos, protocolo parte B.

»» Lápis sem borracha.

»» Cronometrar: tempo de execução: 120 segundos (2 minutos!!!).

»» Certifique-se de que a criança sabe sim/não ou enumere 1-2 sobre o


protocolo para que ela se guie.

Instruções (Manual): “Olhe estas figuras. Esta figura está neste grupo de símbolos,
veja esta figura é igual a esta outra (apontar), por isso eu irei marcar “sim”. Agora
olhe estas figuras, esta figura não está neste grupo de símbolos, então eu irei marcar
“não”.

»» Deixar a criança fazer os 2 itens de exemplo e reorientá-la caso necessário.

»» Instruí-la para iniciar/ parar após seu comando.

Correção:

»» Utilizar o crivo de correção que se encontra junto ao manual.

»» Calcular o número de acertos (brutos) e depois verificar a pontuação


ponderada de acordo com a faixa etária nas tabelas do manual do WISC-
IV.

»» Caso a criança tenha algum comprometimento motor, utilize uma régua


para separar cada item e peça para que ela diga verbalmente sim ou não.

Teste D2

Tarefa de discriminação de detalhes, para a avaliação da atenção concentrada visual


e - em sentido mais amplo – da capacidade de concentração.

Possibilidade de avaliar a rapidez, exatidão, qualidade da atenção e flutuação no


desempenho, que podem indicar distúrbios na atenção e qualidade do trabalho.

Aplicação:

»» Apresentar a folha e mostrar que ao lado da palavra “exemplos” há 3


letras “d” pequenas, acompanhadas de traços.

45
UNIDADE I │ Avaliação Neuropsicológica Infantil

»» Explicar que uma letra “d” tem 2 traços acima, o segundo “d” tem 2 traços
abaixo e o terceiro “d” tem 1 traço acima e 1 abaixo, que somados também
são 2 traços.

»» Dizer: “Você deve riscar cada “d” acompanhado por 2 traços. Risque
agora os exemplos.”

»» “Risque cada “d” com 2 traços da linha e exercícios. Todos os outros sinais
não devem ser riscados. Um “p” nunca deve ser riscado, não importa
quanto sinais ele tenha”.

»» Orientar o examinado que ele deve riscar da esquerda para a direita.


Informar que a cada 20 segundos ele deverá mudar de linha de acordo
com o comando “Pare, próxima linha” que será emitido pelo examinador.

»» Acentue a frase “trabalhe o mais rápido que puder e sem erros”.

Correção:

»» Erros do tipo 1 (omissão) e tipo 2 (assinalar errado).

»» RB: Resultado bruto.

»» TE: Total de erros.

»» E%: Porcentagem de erros.

»» RL: Resultado líquido.

»» AO: Amplitude de oscilação.

Páginas 29 a 33 do manual do teste esclarecem sobre normas de correção. Tabelas:


páginas 87 a 94, de acordo com a faixa etária e nível de escolaridade.

Funções visuo-percepto- motoras espaciais e


construtivas

Envolvem série de habilidades relacionadas:

»» Perceber adequadamente o estímulo (precisão).

»» Processamento visual (lógica).

»» Analisá-lo e integrá-lo mentalmente.

46
Avaliação Neuropsicológica Infantil│ UNIDADE I

»» Capacidade de gestalt (figura e fundo).

»» Transformar a imagem mental em ato motor (esquemas mentais X


construção - gráfica ou motora apraxias).

»» Discriminação de formas, estímulos auditivos, táteis (agnosias).

»» Análise de proporcionalidade dos estímulos.

Figuras complexas de Rey

Teste de Cópia e de Reprodução de Memória de Figuras Geométricas Complexas de


Rey.

»» Autor: André Rey.

»» Procedência: Centre de Psychologie Appliquée (Paris) em 1942.

»» Revisão técnica (tradução): Teresinha Rey (Suíca) e Lúcia Cristina Fleury


Franco.

»» Adaptação Brasileira: Margareth da Silva Oliveira. Casa do Psicólogo,


1998/1999.

»» Objetivo: Avaliar a habilidade vísuo–percepto-motora e memória


episódica vísuo-percepto-espacial gráfica (adaptação Lígia Votta).

Padronização Brasileira:

»» Amostra composta por 362 sujeitos de ambos os sexos do RS, com idades
entre 4 a 15 anos e adultos (18 a 52 anos).

»» Manual inclui tabelas.

»» Frequência de tipo de cópia relacionado com faixas etárias.

»» Riqueza e exatidão de cópias (A e B).

»» Riqueza e exatidão da reprodução da memória (A e B).

»» Tempos de cópia relacionando com percentis (A e B).

47
UNIDADE I │ Avaliação Neuropsicológica Infantil

A Compendium of Neuropsychological Tests

»» Spreen 3 ed.(2006) consta figuras de Rey, Taylor e outras versões de figura


geométrica complexa, critérios de pontuação (mais rígidos por Taylor) e
tabelas normativas (de 6 a 70 anos ou mais) para cópia e evocação 30
minutos.

Manual padronização brasileira- cópia e evocação


3 minutos

»» Consta modelos de protocolos para correção e respectivos escores.

»» Figuras Complexas de Rey.

»» Fig. A 9 anos e adultos.

»» Figuras Complexas de Rey.

»» Fig. B 4 a 8 anos.

»» CÓPIA- Instruções (Fig. A e B).

“Eis aqui um desenho: você irá copiá-lo nesta folha; não é necessário fazer uma cópia
exata, no entanto, é preciso prestar atenção nas proporções porque depois eu pedirei
para você lembrar e, sobretudo, não esquecer nada. Não é necessário ter pressa. Comece
com este lápis”. – instruções para figuras A e B

Permitir que a criança execute a cópia percebendo a montagem da armação e lhe dê


lápis de cores diferentes quando observar mudanças estruturais de cópia. Trabalhar
com 6 diferentes cores. Cronometrar o tempo de execução.

Após pequena pausa (não ultrapassar 3 minutos) – em outra folha.

“Agora, gostaria que você fizesse nesta folha o mesmo desenho que acabou de fazer, de
memória”.

Entregue um lápis. Mas caso o sujeito queira usar outras cores, pode ser retomada a
técnica.

Para avaliação de memória visual tardia pedimos ao examinado que desenhe a mesma
figura (sem olhar novamente) e utilizamos a tabela americana para 30 minutos. É
comum que o examinado se lembre mais na memória de 30 minutos do que na de 3
minutos. A informação visual se consolida com o tempo.

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Avaliação Neuropsicológica Infantil│ UNIDADE I

Importante: se o examinado tiver um desempenho baixo na cópia da figura


(visuoconstrução) ele pode ir mal nas evocações que irão avaliar a memória. Portanto,
o comprometimento está em visuoconstrução e não necessariamente em memória.
Nesses casos, aplique outro teste para avaliar a memória visual, como por exemplo, 7
figuras e 7 palavras já descrito nesta apostila.

Hooper – VOT

Utilizado para medir a habilidade do sujeito para integrar estímulos visuais.

»» 30 figuras fragmentadas de objetos desenhados de forma simples e


rearranjados cada um em quadros de papel cartão branco de medida
(10x10 cm) fixados um a um em um bloco espiral.

»» Tais estímulos visuais são apresentados em graus de dificuldades


crescentes, os quais devem ser organizados mentalmente através da
discriminação visual e devidamente nomeados.

O Manual enfatiza que a análise qualitativa das respostas é importante!!

“Vou te mostrar algumas figuras que estão cortadas como um quebra cabeça e você terá
que juntá-las na sua mente e me dizer o que as mesmas formam”.

Correção:

Escore é obtido através da soma do número de respostas corretas e parcialmente


corretas.

Completar figuras - WISC III

Avaliação da visuopercepção.

»» “apresentar algumas figuras, em cada uma está faltando uma parte


importante. Olhe atentamente o que está faltando. Que parte importante
está faltando?”

»» 6 anos ou crianças maiores com suspeita de deficiência mental: iniciar


pelo ítem 1.

»» 7 a 9 anos: item do exemplo seguido pelo item 3.

»» 10 a 16 anos: item exemplo seguido pelo item 6.

49
UNIDADE I │ Avaliação Neuropsicológica Infantil

»» Cronometrar o tempo: 20 segs para cada item.

»» Interrupção: 9 erros consecutivos.

»» Pontuar com 1 ou 0 se a criança nomear ou apontar correta ou


incorretamente.

»» Verificar a pontuação ponderada.

»» Presente em todas as escalas, variando os itens e o limite de tempo.

»» Envolve reconhecimento de material pictório, sendo sensível a erros


perceptivos.

»» O estímulo deve ser reconhecido, usando subsídios da memória remota e


organizar o material evocado, estabelecendo relações.

»» Indício de pensamento concreto: WISC.

»» Falta o resto do braço.

»» Falta a outra metade.

»» Existem itens que requerem inferências cognitivas mais elevadas Ex.


jarro – que podem levar a respostas concretas.

»» Apesar de ser solicitada a resposta verbal, são aceitas respostas não-


verbais com indicações precisas ou explicações.

»» Atitudes negativistas levam à queda de escores por insistência que nada


falta.

»» Ansiedade castração pode levar a respostas corporais (falta braço, corpo


etc...).

Arranjo de figuras WISC III

Instruções:

»» “Estas figuras contam uma história. Elas estão numa ordem errada.
Coloque-as na ordem correta para formar uma história com início, meio
e fim”.

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Avaliação Neuropsicológica Infantil│ UNIDADE I

»» Solicitar para a criança que conte o que entendeu da história, mesmo


quando ela errar. Observar qualitativamente as histórias: se erra por
déficit atencional, sequências corretas e interpretação errada, lógicas
absurdas etc.

»» Analisar cada item segundo o manual.

»» Somar a pontuação bruta.

»» Transformar em ponderada na tabela correspondente à idade.

»» Requer capacidade para organizar e integrar lógica e sequencialmente


estímulos complexos.

»» Compreensão da significação de uma situação interpessoal, antecipando


consequência, num certo âmbito social.

»» Percepção visual adequada das figuras, antecipar seu segmento e


organizá-las, usando relações de causa e efeito.

»» Capacidade de pensamento sequencial.

»» Habilidade de relacionar eventos.

»» Estabelecer prioridades e ordenar atividades cronologicamente.

»» Sutilezas de humor presentes em algumas sequências de eventos.

»» Perceber corretamente – atenção a detalhes.

»» Desatenção, problemas visuais e perceptivos levam ao fracasso.

»» Comparar com o resultado de completar figuras (os dois ↓ transtornos


visuais).

»» Só arranjos ↓ - sequenciação temporal.

»» Resultados ↓ com histórias coerentes – atenção.

»» Descuido com detalhes – hemisfério esquerdo.

»» Dificuldade de captação do humor – hemisfério direito.

»» Considerações sobre inteligência social.

»» Intelectualmente deficientes – troca apenas alguns cartões de lugar.

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UNIDADE I │ Avaliação Neuropsicológica Infantil

»» Resultados comparados com cubos – inteligência não-verbal.

»» Observar nas histórias se há confusão conceitual, distorção perceptual ou


problemas de juízo e raciocínio.

»» Traços antissociais.

»» Depressão.

»» Problemas no teste de realidade (psicóticos).

»» Traços obsessivos.

»» Ansiedade.

Cubos WISC IV

»» Modelos 1 e 2 (consta no manual).

»» Modelos 3 a 12 - livro de estímulos.

»» 6 - 7 anos e suspeita de deficiência mental ─ iniciar pelo item 1.

»» 8 a 16 anos - modelo 3.

»» Suspender após 2 erros consecutivos.

»» Se a criança acertar o modelo 3 prossiga, se errar realize a segunda


tentativa. Pontue com 2 os outros itens.

Instruções: “Veja estes cubos. Os dois são iguais. Em alguns lados eles são vermelhos,
em outros são brancos e em outros são metade vermelhos e metade brancos. Vou
colocá-los juntos para fazer alguma coisa com eles. Olhe. Agora você junta os seus
para que fiquem iguais aos meus”.

O examinador deve fazer o modelo 1 e 2 na frente da criança. Peça para ela também
fazer.

Correção:

»» O item é considerado errado se tiver uma rotação de 30 graus ou mais, ou


cores invertidas.

»» Itens com 2 tentativas - 1 ponto.

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Avaliação Neuropsicológica Infantil│ UNIDADE I

»» Item realizado em apenas uma tentativa é correto e recebe pontos de


acordo com o tempo estipulado na folha do protocolo.

»» Somar pontuação bruta e ir para a tabela de conversão para pontos


ponderados de acordo com a idade.

Armar objetos - WISC III

»» Início: 6 a 16 anos iniciar pelo item 1.

»» Não interromper: aplicar todos os itens.

»» O examinador deve utilizar o anteparo como guia para a apresentação


correta das peças.

»» Anote o tempo exato que a criança leva para arrumar o quebra-cabeça.


Considerando que há pontos por arranjos parciais, anote no protocolo o
número de junções corretas completadas dentro do tempo limite. Caso
falte pouco para terminar, não a interrompa (pontue parcialmente).
Ajude somente no item 1.

»» Instruções: “Agora vou pedir para que monte alguns quebra-cabeças”. Se


você juntar essas peças elas vão formar uma menina. Avise-me quando
tiver terminado. Se não conseguir demonstre.

»» Para arranjos parciais, multiplique o número correto de junções por 1


ou ½ conforme indicado no protocolo. Para itens 2 e 5 arredondar para
cima antes de obter a pontuação total.

»» Para arranjos perfeitos - pontos bônus - ver protocolo.

»» Processamento visual.

Velocidade de processamento das informações

Códigos WISC IV

Parte A- 6-7 anos Folha de resposta específica.

Parte B- 8 -16 anos Folha de resposta específica (aplicar independente da idade mental).

“Olhe estes quadrados divididos. Veja que cada um tem um número na parte de cima
(aponte com o dedo) e na parte de baixo tem um sinal específico (apontar). Agora olhe

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UNIDADE I │ Avaliação Neuropsicológica Infantil

aqui onde vemos os quadros com os números na parte de cima, mas vazios na parte de
baixo. Você deve colocar nos quadros vazios os sinais correspondentes, como este”.

»» Interromper após 120 segundos (2 minutos!!).

»» Importante: Instruir a criança para não pular nenhum, fazer na ordem


sequencial e que caso ela erre, passe por cima.

Correção:

»» Utilizar o crivo de correção que se encontra junto ao manual.

»» Calcular número de acertos (brutos) e depois verificar a pontuação


ponderada de acordo com a faixa etária nas tabelas do manual do WISC-
IV.

»» Qualitativamente: observar se a criança inverte sinais (dificuldade


visuoperceptiva? Grafo-motora?), omissões (pular quadrados-sinais de
impulsividade ou desatenção?), qualidade da produção em si.

Habilidades acadêmicas

Aritmética

Memória de Trabalho Verbal/ Atenção/ Capacidade de Cálculo Mental/ Metodologia


de Ensino/ Abstração.

»» É solicitado ao sujeito que solucione mentalmente os problemas


aritméticos a serem lidos pelo examinador.

»» O sujeito deve responder oralmente, o mais rapidamente possível (o teste


é cronometrado - cada problema tem seu tempo-limite).

»» Item de início varia com a idade: 6-7 anos - item 1, 8-9 anos - item 8, 10-
13 anos - item 10 e 14-16 anos - item 13.

»» Caso o sujeito não acerte alguns dos 2 primeiros itens, aplique os itens
em ordem inversa, até que ele obtenha resposta correta em 2 questões
consecutivas.

»» Critério de interrupção (3 erros consecutivos).

»» Se o sujeito possui dificuldades visuais ou de leitura, pode-se ler os itens


19 a 24 para ele.

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Avaliação Neuropsicológica Infantil│ UNIDADE I

Informação WISC IV

Memória Semântica e Conteúdos aprendidos na escola.

Instruções: “Ler em voz alta cada questão exatamente como está escrita”.

»» Se a criança não for clara, dizer: “Explique o que você quer dizer” ou “Fale
mais sobre isto”.

»» Interromper após 8 erros consecutivos.

»» Correção: somar pontuação bruta e converter em pontos ponderados na


tabela com idade correspondente.

Vocabulário WISC IV

Avalia a memória semântica e inteligência cristalizada.

»» Instruções “Eu vou dizer algumas palavras. Escute com atenção e


responda o que significa cada palavra”.

»» Se a resposta não for clara, dizer “fale-me mais sobre isto”.

»» Anotar as respostas literais na folha de registro.

»» Analisar cada item segundo o manual.

»» Somar pontuação bruta.

»» Transformar em ponderada na tabela correspondente à idade.

Ditado e cópia de palavras

Para as crianças com hipótese de dislexia.

»» Palavras regulares e irregulares.

»» Palavras e não palavras (sem significado), Capovilla, 2004.

»» Verificar erros e comparar com revisão de literatura.

Solicitação de Redação.

Solicitar que a criança elabore um pequeno texto escrito com tema prévio fornecido pelo
examinado. Se a criança se recusar, não forçar, apenas a estimule e diga a importância
da atividade.

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UNIDADE I │ Avaliação Neuropsicológica Infantil

Teste de desempenho escolar (Lilian Milnitsky Stein)

O TDE é um instrumento que busca oferecer de forma objetiva uma avaliação das
capacidades fundamentais para o desempenho escolar, mais especificamente da escrita,
aritmética e leitura. Indica, de uma maneira abrangente, quais as áreas da aprendizagem
escolar que estão preservadas ou prejudicadas no examinando. A faixa etária abrange
a avaliação de escolares de 1ª a 6ª séries do Ensino Fundamental, ainda que possa ser
utilizado com algumas reservas, para a 7ª e 8ª séries.

Prova de aritmética (SEABRA, MONTINELLI, CAPOVILLA)

Prova composta de 5 subtestes:

1. Subteste de leitura e escrita de números.

2. Subteste maior-menor.

3. Subteste de cálculos montados: 4 de adição, 4 de subtração, 4 de


multiplicação e 4 de divisão.

4. Subteste de Cálculos orais.

5. 4 de adição, 4 de subtração, 4 de multiplicação e 4 de divisão.

6. Subteste de problemas por escrito.

7. 4 problemas que devem ser lidos e solucionados.

Pode ser aplicado em crianças de 6 a 11 anos.

Para a correção de todos os testes padronizados por Seabra e Capovilla, você deve somar
o ponto bruto (número de acertos), converter em pontuação padrão e posteriormente
ver a classificação. Para cada teste existe uma tabela correspondente.

Memória

Ravlt- Rey Auditory Verbal Learning Test

Avalia memória episódica de evocação imediata, pós-interferência, tardia e


reconhecimento. Pode ser usado em examinandos de 6 a 85 anos.

Instruções: “Eu vou ler algumas palavras. Preste atenção porque depois eu vou pedir
que você as repita. Não precisa ser em ordem. Eu repetirei a lista durante 5 vezes.

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Avaliação Neuropsicológica Infantil│ UNIDADE I

Repetir a instrução cinco vezes, antes da leitura de cada lista e não esquecer de dizer a
partir da 2 lista: repita as palavras que você conseguir se lembrar em qualquer ordem,
inclusive as que você já me disse.

Depois vou ler uma segunda lista e pedirei novamente pra que você a repita.

Posteriormente, pedirei pra você lembrar da primeira lista e depois de um tempo pedirei
para que você lembre novamente”.

Procedimento:

»» Anotar as repostas na folha de registro, marcar as repetições em cada


lista.

»» Na evocação pós-interferência, atenção: o examinador não deve ler a lista


A novamente.

»» Registrar as intrusões e confabulações.

»» Observar automonitoramento mnéstico (se a criança se lembra que já


disse tal palavra), anotar o desempenho total na folha e verificar se a
criança ou adolescente confunde as duas listas.

»» Verificar o efeito de interferência pró e retroativa.

»» Proativa: efeito que exerce a primeira aprendizagem sobre a segunda.

»» Retroativa: efeito que exerce a segunda aprendizagem sobre a primeira.

Correção:

»» Somar as palavras evocadas de cada lista.


»» Soma total das palavras evocadas nas cinco listas (score bruto de
estocagem).
»» Somar o número de palavras evocadas na lista B (score bruto de
interferência).
»» Somar o número de palavras evocadas da lista pós-interferência.
»» Somar as palavras evocadas da evocação tardia.
»» Somar as palavras reconhecidas na folha de reconhecimento e anotar na
folha de registro.
Verificar na tabela correspondente a idade e o sexo.

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UNIDADE I │ Avaliação Neuropsicológica Infantil

Linguagem

Token test

Usado para avaliar a compreensão de comandos verbais de complexidade crescente.

A versão original consiste em um conjunto de 20 peças diferentes a partir da combinação


de duas formas geométricas (círculo e retângulo), dois tamanhos diferentes (pequeno e
grande) e cinco cores distintas (branco, azul, verde, amarelo e vermelho).

Este teste pode ser administrado a crianças e adultos, e possui versões longas e curtas.

Em comparação com outras provas, o Teste Token apresenta como vantagens:

»» Rapidez.

»» Facilidade de aplicação.

»» Mensuração do desenvolvimento linguístico em relação à idade e ao nível


escolar.

»» As instruções das partes A e B podem ser repetidas 1 X.

»» Nenhuma outra instrução pode ser repetida nos itens seguintes.

»» Paciente deve ser estimulado a responder parcialmente caso se mostre


resistente. Devendo-se pontuar com o bônus.

»» Se ele pedir para repetir, diga “Faça o que lembrar”.

»» Verificar se ele reconhece formas geométricas e cores antes de iniciar o


teste.

»» Não é necessário correções para a idade e nível educacional, deve-se


acompanhar as tabelas conforme manual ou tabela para crianças e
adultos nas páginas 475 e 476 do Spreen 2ª edição.

»» Resultado máximo 163 pontos.

»» Apresente as peças na ordem mostrada na figura 11.2 Spreen - pag. 472.

»» Pronuncie devagar as instruções contidas na folha de aplicação.

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Avaliação Neuropsicológica Infantil│ UNIDADE I

Boston Naming Test

A habilidade de nomear em tarefas de confrontação visual é um processo complexo


que envolve reconhecimento de elementos visuais (linhas, barras, pontos e curvas), a
representação visual complexa de um objeto, e permite seu reconhecimento.

A imagem dispara a representação mental, a partir de nosso conhecimento e diversas


experiências, de acordo com o objeto representado em nosso sistema semântico, assim
como sua enunciação por formas disponíveis em nossa língua. Os modelos cognitivos
reconhecem a existência de componentes semânticos e fonético fonológicos no processo
de nomeação (HILLIS, 2001; SCHEUER et al., 2004).

Dificuldades em nomeação, além de estarem relacionadas a problemas de leitura em


crianças no início da alfabetização, também têm um valor preditivo para identificar
crianças de risco para problemas de leitura.

Instruções: “Vou te mostrar uma série de figuras e quero que você as nomeie. Caso não
souber eu te fornecerei pistas”.

Para crianças com queixa de dificuldade na aprendizagem e linguagem, iniciar pelo


item 1 – inicia-se aos 5 anos.

Adultos e adolescentes sem queixa de linguagem: iniciar pelo item 30 e, caso haja algum
erro até o item “36”, aplicar o item 29 e seguir inversamente até o sujeito obter 8 (oito)
acertos consecutivos para, em seguida, continuar progressivamente e interromper após
6 (seis) erros consecutivos.

Mostrar a figura ao paciente, se ele não conseguir nomear oferecer, após 20 segundos,
pista semântica – pré-estabelecida, ainda não conseguindo oferecer novamente após
20 segundos pista fonêmica.

Encerrar após 06 erros consecutivos.

Tabela Spreen 2ª edição pag. 436 a 438.

Avaliação de sintomas depressivos, ansiedade,


estresse, habilidade social, atenção e
hiperatividade e de comportamento

1. CDI- Child Depression Inventory (GOUVEIA et al., 1995) – avalia


a presença e a severidade de sintomas depressivos em crianças e
adolescentes. Composto por 27 itens que são autorreferidos, indicados
para crianças de 7 a 17 anos. Tem duração prevista de 5 minutos.

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UNIDADE I │ Avaliação Neuropsicológica Infantil

2. MASC – Escala Multi Dimensional de Ansiedade para Crianças (NUNES,


2004) – instrumento para identificar sintomas de ansiedade em crianças.
É uma escala de autoavaliação a ser preenchida pela criança, indicando a
frequência que vivencia a ansiedade no seu dia a dia. Contém 39 perguntas
que podem ser dividas em 10 categorias: sintomas físicos, tensão/
relaxamento, somático/autonômico, evitar danos, perfeccionismo,
enfrentamento da ansiedade, ansiedade social, humilhação, desempenho
em público, ansiedade de separação. Duração prevista de 5 minutos.

3. Escala de Stress Infantil (ESI) (LIPP; LUCARELLI, 1998) – estresse


infantil – Possui 35 itens em escala likert de 0 a 4 pontos, que são
agrupados em quatro fatores: reações físicas, reações psicológicas, reações
psicológicas com componentes depressivo e reações psicofisiológicas.
Indicado para crianças de 6 a 14 anos de idade, o tempo de administração
é de aproximadamente 7 minutos.

4. Inventário de Habilidades Sociais (ZILDA A. P. DEL PRETTE; LUCAS


CORDEIRO FREITAS; MARINA BANDEIRA; ALMIR DEL PRETTE):
O Inventário de Habilidades Sociais, Problemas de Comportamento
e Competência Acadêmica (SSRS), permite mapear estas três áreas do
comportamento em crianças do 1o a 5o ano do Ensino Fundamental (6
a 13 anos). Pode ser utilizado como instrumento de rastreio que, com
base nas respostas dos pais, professores e da própria criança, permite
avaliar o repertório de habilidades sociais e indicadores de problemas de
comportamento e de competência acadêmica das crianças.

5. O SNAP-IV (MATOS et al 206) é composto pela descrição de 18 sintomas do


TDAH, entre sintomas de desatenção (9 primeiros itens) e hiperatividade/
impulsividade (itens 10 a 18), os quais devem ser pontuados por pais e/
ou professores em uma escala de quatro níveis de gravidade. Os autores
acima indicam que os itens 19 a 26 do questionário também são úteis
ao diagnóstico do Transtorno de Oposição e Desafio (TOD). No site da
Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), este questionário está
disponível para impressão, caso os pais desejem levá-lo aos professores,
para que estes o preencham (ABDA, 2015). No entanto, de acordo com
a ABDA, este questionário serve apenas como ponto de partida para
levantamento de alguns dos possíveis sintomas primários de TDAH, já
que muitos dos sintomas relacionados no questionário podem também
estar associados a outras comorbidades correlatas ao TDAH, ou a outras
condições clínicas e psicológicas (ABDA, 2015). O diagnóstico correto e

60
Avaliação Neuropsicológica Infantil│ UNIDADE I

preciso do TDAH só pode ser feito através de uma longa anamnese com
um profissional médico especializado, seja ele psiquiatra, neurologista ou
neuropediatra (ABDA, 2015).

6. ETDAH-AD - Escala de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade


(Edyleine Bellini Peroni Benzcik) Auxilia no processo diagnóstico do
TDAH, com a possibilidade de distinguir a apresentação do transtorno,
a intensidade e o nível de prejuízo existente (leve, moderado ou grave).
Avalia adolescentes e adultos com idade compreendida entre 12 e
87 anos. A aplicação é individual ou coletiva. É necessária apenas a
utilização de uma caneta para preenchimento do Livro de Aplicação. A
escala é autoadministrável (o próprio avaliando a responde) e o tempo de
aplicação é livre. A ETDAH-AD é composta por cinco fatores: Desatenção:
Relaciona-se às habilidades atencionais, persistência, organização e
ritmo no desempenho das tarefas; Impulsividade: Está relacionado ao
déficit no sistema inibitório e baixo autocontrole; Aspectos Emocionais:
Avalia a presença de dificuldades emocionais, relacionadas com um
humor deprimido, sensação de fracasso, dentre outras; Autorregulação
da Atenção, da Motivação e da Ação: Capacidade de manter a organização
e planejamento; Hiperatividade: Refere-se ao comportamento agitado,
afobado e instável. Possui normas em percentis, obtidas em uma amostra
de 641 pessoas, de ambos os sexos, de seis cidades do interior de São
Paulo e da capital paulista, cujas escolaridades variaram entre o ensino
fundamental II e o ensino superior completo.

7. Child Behavior Checklist (CBCL): O CBCL é parte de um sistema de


avaliações desenvolvido por Achenbach e Rescorla (2001) que avalia os
comportamentos infantis por faixa etária. Existem duas versões: uma
para crianças de 1 a 5 anos e outra para crianças e adolescentes de 6 a
18 anos. Em ambos os instrumentos, o informante deverá ser os pais ou
cuidadores. A primeira versão é composta de 99 sentenças que deverão ser
avaliadas pelo respondente como não verdadeira - tanto quanto se sabe;
um pouco verdadeira ou algumas vezes verdadeira; ou muito verdadeira
ou frequentemente verdadeira, o que corresponde, respectivamente, a 0,
1 e 2 pontos na escala.

A versão para crianças e adolescentes de 6 a 18 anos é composta por 138 sentenças, nas
quais 118 referem-se a problemas de comportamento e 20 à competência social. Esta
escala é composta por 20 itens que incluem atividades da criança, como brincadeiras,
jogos e tarefa; participação em grupos; relacionamento com familiares e amigos;

61
UNIDADE I │ Avaliação Neuropsicológica Infantil

independência para brincar e desempenho escolar. Na maior parte destes itens, é


solicitado que os pais comparem o comportamento de seus filhos com o de outras
crianças da mesma idade, nos quesitos desempenho e tempo despendido em cada
atividade, assinalando como abaixo da média, dentro da média ou acima da média.
O instrumento avalia as síndromes de reatividade emocional, ansiedade/depressão,
queixas somáticas, problemas de atenção, comportamento agressivo e problemas de
sono (comuns à versão para crianças de 1 a 5 anos) e problemas sociais, problemas de
pensamento e violação de regras. A partir dos escores obtidos nessas escalas, a criança
ou adolescente pode ser incluído nas faixas clínica, limítrofe ou normal, em relação ao
seu funcionamento global e nos perfis internalizante e externalizante. Para inclusão
no perfil internalizante, são considerados os itens isolamento, queixas somáticas,
ansiedade/depressão, e para inclusão no perfil externalizante, os itens avaliados são
violação de regras e comportamento agressivo.

Bateria neuropsicológica estruturada

Neupsilin infantil – instrumento de avaliação


neuropsicológica infantil – vetor editora

Descrição: Trata-se de um instrumento neuropsicológico breve que avalia


componentes de oito funções neuropsicológicas, por meio de 26 subtestes: orientação,
atenção, percepção visual, memórias (de trabalho, episódica, semântica), habilidades
aritméticas, linguagem oral e escrita, habilidades visuoconstrutivas e funções executivas.
O NEUPSILIN-Inf permite aos profissionais dimensionarem não só a avaliação e o
diagnóstico, mas também o prognóstico e o delineamento terapêutico.

Objetivo: Identificar e caracterizar o perfil de funcionamento de processos


neuropsicológicos visando à descrição cognitiva associada a diagnósticos em transtornos
do neurodesenvolvimento, em geral, e da aprendizagem, em particular, quando aliado
ao resultado de outros instrumentos e demais procedimentos no processo de avaliação
neuropsicológica.

Público-alvo: Crianças do primeiro ao sexto ano escolar do Ensino Fundamental


(considerando anos de estudo formal), com idades entre 6 e 12 anos e 11 meses.

Aplicação: Individual, sem limite de tempo, sendo que a maioria das aplicações leva
em média 50 minutos.

62
Avaliação
Neuropsicológica Unidade iI
De Adultos

Capítulo 1
Avaliação neuropsicológica de adultos

A faixa etária adulta tem seu início entre 16 e 21 anos e seu término entre 60 e 65
anos, podendo apresentar variações de acordo com o contexto regional e cultural do
indivíduo. Para Oliveira (2004), a fase adulta se distingue dos demais ciclos da vida,
porque é nesta fase em que os indivíduos se relacionam amorosamente e sexualmente,
casam-se, divorciam-se, formam famílias, começam a trabalhar, desenvolvem projetos
pessoais e coletivos.

De acordo com Zanini (2010), o adulto está exposto a uma carga laboral, ao abuso de
drogas, a alterações hormonais, a doenças sexualmente transmissíveis, a acidentes de
trânsitos (o Brasil é um dos países em que mais se tem acidentes de trânsito) de modo
distinto das pessoas integrantes das demais faixas etárias. É esperado que nesta fase
o paciente tenha recebido um nível de instrução compatível com sua idade, o que, na
prática clínica, nem sempre se encontra, principalmente na rede pública de saúde.

De acordo com Luria (1990), quando inseridos em situações de aprendizagem, os


adultos pouco escolarizados tendem a apresentar um modo de pensamento baseado na
experiência individual e nas relações concretas observadas na vida cotidiana, ao passo
que aqueles com maior grau de instrução operam de forma desvinculada das situações
concretas, de modo abstrato e descontextualizado. Desta forma, Zanini (2010) reforça
que o desenvolvimento cognitivo do adulto relaciona-se com ambientes educacionais
favoráveis, inteligência fluída e cristalizada, pensamento lógico, abstrato, assimilação
rápida de novos conteúdos e conhecimentos anteriormente registrados, tendo,
provavelmente, maior capacidade de reflexão sobre o conhecimento e seus próprios
processos de aprendizado.

Exatamente por essa questão que o neuropsicólogo deve perguntar ao paciente quantos
anos estudou, verificando inclusive se teve repetições, se o estudo foi por supletivo,
se realizou ensino superior verificar em qual área, por exemplo, esperamos que o
engenheiro apresente um bom desempenho em inteligência fluida e raciocínio lógico, e
63
UNIDADE II │ Avaliação Neuropsicológica De Adultos

quem fez o curso de letras tenha um bom desempenho em inteligência cristalizada. Caso
o desempenho não seja o esperado, de acordo com a formação, possa ser um indicativo
de comprometimento.

Por outro lado, um paciente com baixa escolaridade tende a apresentar um modo de
pensamento baseado na experiência individual e nas relações concretas observadas
na vida cotidiana, e muitas vezes o desempenho nos testes e tarefas cognitivas esteja
relacionado à baixa escolaridade e ou a pouca exposição à determinada habilidade e
não necessariamente relacionado a um comprometimento cognitivo. Essas informações
devem ser colhidas pelo examinador na anamnese, que pode ser realizada somente com
o paciente ou com familiares, dependendo do grau de comprometimento cognitivo do
paciente.

Katzaman (1993) relata a associação entre baixo nível educacional e maior risco de
desenvolver quadros neurocognitivos em sua forma mais grave, como as demências.
Portanto, quanto menor o nível de escolaridade maior será a probabilidade de o
paciente apresentar um quadro demencial. Ademais, a capacidade de reserva cerebral
de uma pessoa é determinada, em grande parte, durante o desenvolvimento do SNC,
ou seja, na vida fetal e durante os primeiros anos de vida. Nessas fases, o cérebro
está mais suscetível e vulnerável à influência de riscos ambientais mais comumente
associados ao baixo nível educacional, como nutrição inadequada, escassa estimulação
neuropsicomotora, maior exposição a condições precárias de vida, fatores que
prejudicariam o seu desenvolvimento refletindo na vida adulta em pior performance
cognitiva (ARDILA et al, 2000).

Na anamnese, o neuropsicólogo deve coletar informações a respeito do histórico da


vida acadêmica e escolar, dados psicoemocionais, psicossociais, atividades de lazer,
medicamentos em uso, dados médicos, desenvolvimento neuropsicomotor, avaliação das
alterações comportamentais, sono, alimentação, dominância manual, funcionamento
pré-mórbido, uso de drogas ilícitas, atividades de vida diária, habilidades relevantes
afetadas pelo evento e antecedentes familiares.

Zanini (2010) ressalta que a avaliação neuropsicológica do adulto é complexa e pede


cuidado e atenção, porque nesta faixa etária é esperado, teoricamente, que o indivíduo
seja sadio, fora do “grupo de risco”, dos distúrbios da senescência ou daqueles comuns
na infância.

Assim como nas crianças, no adulto também pode ocorrer a plasticidade cerebral.
De acordo com Kandratavicus et al (2007), a neurogênese em cérebros adultos pode
indicar uma plasticidade cerebral ainda presente em idades avançadas, o que pode ser
relevante para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas no tratamento de doenças
neurodegenerativas e de lesões cerebrais.

64
Avaliação Neuropsicológica De Adultos │ UNIDADE II

A Avaliação Neuropsicológica, obrigatoriamente, deve incluir: anamnese/entrevista


com o paciente e com o cuidador. Importante coletar os seguintes dados: idade,
sexo, anos de escolaridade e histórico de vida no âmbito profissional (verificar se a
aprendizagem formal é precária para que se possa distingui-la de prejuízo cognitivo
decorrente de alguma enfermidade), aspectos psicoemocionais (depressão, ansiedade,
estresse, características da personalidade), ocupacional (com que o paciente trabalha
ou trabalhava), médico (histórico do processo de saúde/doença), aspectos psicossociais,
antecedentes familiares, comorbidades, desenvolvimento neuropsicomotor, medicações
em uso, uso atual ou anterior de drogas ilícitas, autonomia nas atividades básicas e
instrumentais, alimentação, sono e habilidades relevantes afetadas após evento
(enfermidade ou acidente). Perguntar quem foi o profissional que encaminhou e por
qual motivo.

Por essa particularidade, o neuropsicólogo deve observar durante o processo de


avaliação: o comportamento do paciente, suas reações, alterações de humor e
personalidade, clareza na fala e nas ideias, apresentação/cuidado pessoal, orientação
em tempo e espaço.

As principais demandas para avaliação neuropsicológica em adultos são: casos de


meningoencefalites e de intoxicações, déficit cognitivo associado ao consumo abusivo
de álcool (demência Wernike Korsakoff) e de drogas, deficiência mental, transtorno
de déficit de atenção, avaliação de formas residuais de transtornos do aprendizado e
traumatismo crânioencefálicos.

Portanto, para a avaliação do adulto devemos ter claro alguns conceitos em relação
ao uso de substâncias, já que muitas vezes o consumo é alto nesta faixa etária. De
acordo com Aliane, Lourenço e Ronzani (2006), o abuso de álcool atinge cerca de 10 a
15% dos adultos no Ocidente, além de ser a substância psicoativa mais consumida no
mundo todo. Dados epidemiológicos divulgados sobre o consumo de drogas no Brasil
caracterizam o uso abusivo de álcool como um grave problema de saúde pública (DÉA,
SANTOS, ITAKURA; OLIC, 2004). Entre os prejuízos globais relacionados ao abuso e
à dependência de álcool encontram-se: mortes violentas, exposição a comportamentos
de risco, déficits cognitivo-comportamentais, déficits emocionais e violência (PEUKER,
FOGAÇA; BIZARRO, 2006). Diante destas informações e do uso comum de bebidas
alcoólicas em nosso país, é importante que o examinador faça perguntas e aplicações
de questionários que permitam uma diferenciação entre uso, abuso (ou uso nocivo) e
a dependência do álcool. O uso pode ser caracterizado como esporádico/episódico ou
para a experimentação, para isso é importante verificar a frequência e a quantidade de
ingestão de bebidas alcoólicas pelo paciente. O uso nocivo (ou abuso) acorre quando
o consumo de álcool já está ocasionando algum prejuízo ao indivíduo (de ordem
psicológica, biológica ou social), essa informação deve ser coletada na entrevista inicial

65
UNIDADE II │ Avaliação Neuropsicológica De Adultos

por perguntas diretas ou uso de escalas. Já a síndrome de dependência do álcool é


caracterizada pela necessidade do beber (o indivíduo tem como prioridade a ingestão
alcoólica em detrimento de outras atividades de sua vida), diminuição do repertório,
aumento da tolerância ao álcool, consumo sem controle (associado a problemas sérios
para a vida do paciente, com repercussão negativa em sua vida pessoal, social, familiar
e profissional), sintomas de abstinência e alívio ou evitação dos sintomas da abstinência
pelo aumento da ingestão da bebida (EDWARD; colaboradores, 1999; GIGLIOTTI;
BESSA, 2004). Para avaliação sobre uso e abuso podemos utilizar o instrumento
ASSIST, que será descrito posteriormente.

O álcool é considerado um depressor do sistema nervoso central porque em doses


moderadas e altas deprime os sistemas neurais. Pequenas doses podem ocasionar
dificuldades motoras, tempo maior de reação aos estímulos e decréscimos na memória;
sendo que esses prejuízos são reversíveis quando em sobriedade. Contudo, o uso
prolongado ou em grandes quantidades tem potencial para gerar danos permanentes no
tecido cerebral, resultando em prejuízos que persistem mesmo após um longo período
de abstinência (National Institute of Health, 2004). O aumento da concentração de
álcool no sangue torna os efeitos da intoxicação mais intensos, podendo afetar a função
do cerebelo, provocando desequilíbrio, dificuldades de coordenação e articulação da
fala. O uso crônico do álcool pode ocasionar danos cerebrais como a Síndrome de
Wernicke-Korsakoff: transtorno caracterizado por significativa perda de memória,
déficits motores e sensoriais, demência, profunda amnésia para eventos recentes e
passados, desorientação no tempo e espaço, ausência de insight.

Em alcoolistas, os déficits neuropsicológicos mais comumente encontrados são prejuízos


na memória prospectiva de curta e longa duração, atenção, capacidade de abstração e
de resolução de problemas (RATTI, BO, GIARDINI; SORAGNA, 2002; HEFFERNAN,
MOSS; LING, 2002; NOEL; colaboradores, 2005). Estudos realizados com técnicas
de neuroimagem em dependentes de álcool evidenciaram que, em muitos casos, esses
pacientes apresentam atrofia cerebral, bem como prejuízos cognitivos (diagnosticados
através de testagem neuropsicológica). Em alguns casos, uma parcela desses prejuízos
pode ser revertida com o tempo de abstinência (MOSELHY, GEORGIOU; KAHN, 1999)

Outra substância em seu uso está aumentando progressivamente a cada ano, é a cocaína.
Em uma pesquisa envolvendo as 107 maiores cidades do país constatou-se que 7,2%
dos participantes de sexo masculino, com idade entre 25 e 34 anos, já haviam feito uso
de cocaína/crack (GALDURÓZ, NOTO, NAPPO; CARLINI, 2005). A dependência de
cocaína pode levar o paciente a ter prejuízos na tomada de decisões sobre situações e
sua vida, devido alteração no córtex pré-frontal pelo uso prolongado, fator este que pode
contribuir na manutenção da adição e no uso recorrente desta substância (Bechara e
colaboradores, 2001). O uso prolongado de cocaína pode ocasionar também alterações

66
Avaliação Neuropsicológica De Adultos │ UNIDADE II

na morfologia nos dendritos e nos espinhos dendríticos de neurônios que, inclusive,


se estendem por muitos meses após o início da abstinência e encontram-se associados
aos mecanismos de motivação, recompensa e aprendizado (ROBINSON; KOLB, 2004).

Além do uso dessa substância, outra enfermidade que ocasiona prejuízos cognitivos
é o traumatismo crânio encefálico (TCE). O TCE atinge em sua maioria homens na
idade de 15-24 anos, sendo muitas vezes ocasionados por acidentes automobilísticos,
quedas de lugares altos e/ou por armas de fogo ou brancas (como facas). A extensão do
prejuízo cognitivo irá depender do tamanho e local da lesão, por isso em um processo
de avaliação neuropsicológica de pacientes que sofreram TCE, verifique se o paciente
tem exame de imagem e ou laudo médico, para que você consiga verificar a extensão e o
local da lesão. Geralmente, os pacientes vítimas de TCE apresentam déficits em relação
à interação com o meio em que vivem, capacidade de realizar tarefas cotidianas de forma
efetiva (como comer, trabalhar, pagar contas, tomar as medicações, tomar banho),
flexibilidade cognitiva, memória, atenção, planejamento e inibição prejudicando de
forma significativa sua vida social e laboral (ANDERSON; KNIGHT, 2010). Portanto,
em um processo de avaliação neuropsicológica verifique de preferência com um familiar
as habilidades e capacidades do paciente antes e depois do trauma, bem como, aplique
uma escala de atividade de vida diária.

Outro fator que pode ocasionar dificuldades cognitivas nesta faixa etária é o estresse.
Podemos encontrar estresse em todas as áreas de desenvolvimento, mas nesta faixa o
risco pode ser maior devido ao acúmulo de funções: entrada no mercado de trabalho,
cargas horárias extensas de trabalho, contas a pagar, família, filhos e vida social. De
acordo com Marilda Lipp, uma das principais dificuldades cognitivas observada em
pacientes estressados é o resgate de memória (o paciente esquece número de telefone,
esquece-se de compromissos, onde está a chave do carro e etc.) e quanto mais nervosa
fica, mais difícil será a recuperação da informação. Devido à grande pressão de tarefas
exigidas nos trabalhos, esta tem sido uma queixa recorrente nos consultórios. Muitos
pacientes relatam que têm apresentado queixa de memória e prejuízos principalmente
em suas atividades profissionais. Por isso, durante uma avaliação, sempre verifique em
que situações as queixas do paciente podem ser observadas. A dificuldade de memória
está relacionada ao trabalho ou é observada também em outras esferas da vida?
Importante nesses casos, além da anamnese, deve-se aplicar questionário de estresse
de bournout, ansiedade e depressão.

Os instrumentos que podem ser utilizados serão apresentados após o texto de avaliação
neuropsicológica do idoso, já que muitos testes podem ser utilizados em ambas as faixas
etárias.

67
Avaliação
Neuropsicológica Unidade iII
Do Idoso

Capítulo 1
Avaliação neuropsicológica dos idosos

O envelhecimento é um processo por meio do qual indivíduos adultos saudáveis


adquirem vulnerabilidade exponencialmente aumentada para doenças e morte. Nesta
faixa etária é observada uma redução da incidência de doenças e morte por doenças
infecto-contagiosas e ou por traumatismo crânioencefálicos e aumento da incidência e
morte por doenças crônico-degenerativas típicas de idades mais avançadas (SANTOS,
2006). Uma das principais consequências do crescimento dessa parcela da população é
o aumento da prevalência das demências, especialmente da doença de Alzheimer (DA)
(CHARCHAT-FICHMAN, 2005).

Demência é considerada uma Síndrome em que há comprometimento (em muitos casos,


incluindo a memória) de natureza usualmente crônica, e de intensidade suficiente para
interferir no desempenho das atividades de vida diária. A avaliação neuropsicológica
constituiu um elemento importante para o diagnóstico etiológico das demências.

Os estudos epidemiológicos apontam uma prevalência de demências em idosos que


varia de 1 a 2% nos indivíduos na faixa dos 60 a 65 anos, 20% na faixa dos 80-90 anos
e 40% aos 91 anos ou mais (ALMEIDA, 2000; SAVONITTI, 2000).

Tipos de demência
Alzheimer

»» Demência degenerativa.

»» Sua causa é a degeneração dos neurônios(as células cerebrais) decorrente


do depósito de duas proteínas anômalas entre as células e dentro delas: a
proteína beta-amiloide e a proteína tau.

68
Avaliação Neuropsicológica Do Idoso │ UNIDADE III

»» Clinicamente é caracterizada pela perda lentamente progressiva da


memória, associada ao comprometimento das funções de orientação no
tempo e no espaço, linguagem etc.

»» Com a evolução da doença, além da perda das capacidades intelectuais,


é frequente observar alterações de comportamento como depressão,
agitação psicomotora, agressividade e outros transtornos do afeto.

»» As alucinações visuais e auditivas não são incomuns conforme a doença


avança.

»» A duração média de vida do paciente com Alzheimer é de 5 a 9 anos, mas


muitos vão bem além disso.

»» As infecções intercorrentes colaboram para acelerar a doença e,


eventualmente, causam o problema que termina a vida.

»» Até o momento não existem tratamentos curativos para o Alzheimer, mas


há várias medicações que diminuem os sintomas e até a progressão da
moléstia.

Vascular

»» A doença vascular cerebral pode levar a um declínio cognitivo por vários


mecanismos.

»» Se uma pessoa tem um único AVCI grande o suficiente ou que seja


localizado em um ponto estratégico do cérebro, isso já é o bastante para
causar uma Demência Vascular.

»» Essa forma de demência é chamada de Demência por Infarto Cerebral


Único ou Estratégico.

»» Com o passar do tempo, o controle motor também é perdido e o paciente


tem dificuldade ou perda da capacidade de se locomover, perdendo
também o controle da urina e fezes.

»» Alguns pacientes têm vários AVC’s, destruindo diferentes áreas cerebrais e


resultando na interrupção de várias conexões cruciais para o desempenho
cognitivo

»» Isso é o que chamamos de Demência Multi-infarto.

69
UNIDADE III │ Avaliação Neuropsicológica Do Idoso

»» Ter tido um AVC prévio continua sendo o principal fator de risco para o
acontecimento de novos AVC’s.

»» Outro mecanismo implicado no declínio cognitivo é a doença de pequenos


vasos.

»» Pacientes hipertensos, diabéticos, obesos e com problemas de colesterol


são especialmente sujeitos à degeneração dos pequenos vasos cerebrais
que levam também a um quadro demencial.

»» Como nesse caso são artérias muito finas que vão se fechando aos poucos,
o indivíduo não tem os sintomas de um AVC típico.

»» À medida que as lesões da substância branca do cérebro ocorrem, elas


vão se somando até que se manifestem como perda de memória, atenção,
concentração etc.

»» Esse é o panorama da Demência Vascular causada pela Degeneração


Vascular Isquêmica Subcortical.

»» O importante é que o tratamento correto dos fatores de risco – diabetes,


hipertensão e colesterol – pode evitar o surgimento dessa demência.

Corpos de Lewy

»» Segunda maior causa de doença degenerativa.

»» Pode ser confundida com doença de Parkinson.

»» Se manifesta com rigidez no corpo e lentidão motora, tal qual ao


Parkinson, porém sem responder bem à medicação.

»» Esses pacientes também apresentam, com muita frequência, alucinações


visuais estruturadas e costumam ver crianças, anões ou duendes.

»» Outro sintoma interessante desse tipo de demência é um distúrbio de


sono característico no qual o paciente sonha que está lutando e se debate
durante a noite, correndo ou dando socos, podendo até mesmo atingir
o(a) companheiro(a) ou cair da cama.

»» A característica principal é uma lentidão do pensamento, com rigidez


mental, dificuldade de abstração e incapacidade para planejar e executar
tarefas complexas.

»» O comprometimento da memória ocorre um pouco mais tardiamente.

70
Avaliação Neuropsicológica Do Idoso │ UNIDADE III

Hidrocefalia de Pressão Normal

»» Quando a produção e drenagem do líquido cefalorraquidiano não


ocorre adequadamente, pode haver um acúmulo de líquido no cérebro
denominado de Hidrocefalia.

»» O quadro clínico da hidrocefalia de pressão normal(HPN) é


classicamente descrito por uma tríade composta de: declínio cognitivo
progressivo(demência), dificuldade à marcha e incontinência urinária.

»» O distúrbio cognitivo é também de característica “subcortical”. A marcha


é feita com pequenos passos, o paciente tem dificuldade para fazer meia-
volta, apoiando-se sobre um único pé como um pivô.

»» Quando a incontinência ou o distúrbio de marcha aparecem primeiro, a


resposta ao tratamento é melhor.

»» O indicado nesses casos é uma cirurgia para a colocação de uma válvula


com a finalidade de drenar o excesso de líquor e diminuir a pressão no
cérebro.

»» Essa é uma das poucas demências potencialmente reversíveis e seu


diagnóstico e tratamento correto é fundamental.

Frontotemporal

»» É uma doença degenerativa do Sistema Nervoso Central que acomete as


regiões anteriores do cérebro, e que se caracteriza, principalmente, por
alterações do comportamento.

»» Déficits de memória e de linguagem também podem ocorrer, assim como


distúrbios motores.

»» Inicia antes dos 60 anos.

»» Os primeiros sintomas são:

1. Desinibição (cumprimentar pessoas estranhas na rua, andar sem


roupa pela casa, falar coisas impróprias na frente de estranhos).

2. Apatia (falta de iniciativa para iniciar uma tarefa, falta de interesse).

3. Comer de modo pouco educado, colocando muita comida na boca, o


que pode até dificultar a mastigação.

71
UNIDADE III │ Avaliação Neuropsicológica Do Idoso

4. Preferência por alimentos doces.

5. Atos motores repetitivos (abrir e fechar gavetas, ouvir a mesma música


repetidas vezes).

6. Colecionar objetos inúteis (por exemplo, lixo).

7. Impulsividade (agir sem medir as consequências).

8. Dificuldade em planejar e/ou organizar e/ou executar determinada


tarefa.

TIPOS DE DEMÊNCIA FUNÇÕES ALTERADAS (MARCADORES) TESTES


Doença de Alzheimer Memória Episódica RAVLT, HVLT
Demência Vascular Funções Executivas, atenção e memória Fluência Verbal, Wisconsin, Trail Making, AC, Stroop,
operacional Dígitos
Demência Semântica Linguagem Teste de Nomeação de Boston, Fluência Verbal,
Vocabulários
Demência Frontotemporal Controle executivo e da impulsividade Stroop
Demência por corpúsculos de Lewy Oscilação Cognitiva em diferentes provas, em Dígitos, Stroop, Trail Making A e B
particular, em provas de atenção

Fonte: Yassuda M.S, Flaks M.K. Pereira F.S., Forlenza O.V. Avaliação Neuropsicológica de Idosos: Demência. In: Avaliação
Neruropsicológica Malloy Diniz L.F., Fuentes D., Mattos P., Abreu N. e colaboradores, Artmed, 2010

Comprometimento cognitivo leve

O termo Comprometimento Cognitivo Leve (CCL) (tradução do inglês Mild Cognitive


Impairment) foi criado para representar estágios intermediários entre inídviduos
normais e aqueles que já apresentam síndrome demencial como, por exemplo, Doença
de Alzheimer (DA) (PETERSEN, 1995, MATTOS E JÚNIOR, 2010). Na definição atual,
para um paciente ser diagnosticado com CCL, este precisa apresentar comprometimento
em um ou mais domínios em relação ao esperado para a idade, porém sem apresentar
os critérios para demência (PETERSEN et al, 1999).

Os critérios diagnósticos para CCL, definidos em consenso, são: (MATTOS; JÚNIOR,


2010; WINBLAD et al, 2004):

»» Paciente não dementado, porém não normal.

»» Evidências de deterioriaração cognitiva para a idade, demonstradas por


testes cognitivos e/ou por queixas sujetivas de declínio pelo paciente
e/ou informante em conjunto com déficits cognitivos objetivamente
demonstrados em testes.

»» Atividades de vida diária preservadas ou com comprometimento mínimo.

72
Avaliação Neuropsicológica Do Idoso │ UNIDADE III

É importante esclarecer que indivíduos com CCL nem sempre evoluem para a síndrome
demencial, podendo apresentar melhora do quadro cognitivo, isso porque o CCL pode
estar relacionado a quadros estáveis ou ainda melhora do quadro clínico como doenças
metabólicas, traumatismo craniano e psiquiátricos, como a depressão (WINBLAD et
al, 2004).

O conceito de CCL é heterogêneo, sendo classificado em alguns subtipos:

»» CCL – A amnéstico domínio único: comprometimento significativo


apenas da memória.

»» CCL – A amnéstico múltiplos domínios: comprometimento significativo


da memória e ao menos outra função cognitiva (como, por exemplo, a
linguagem).

»» CCL não aminnéstico domínio único: comprometimento significativo de


apenas uma função que não a memória.

»» CCL não amnéstico múltiplos domínios: comprometimento significativo


de mais de uma função que não a memória (função executiva e linguagem,
por exemplo).

A discriminação dos tipos de CCL depende de uma avaliação neuropsicólogica, não


sendo possível uma distinção com exame breve ou informal. (MATTOS; Júnior, 2010).
Pettersen et al (2011) desenvolveram a hipótese de que os principais tipos de CCL teriam
prognósticos diferentes: CCL amnéstico com comprotimento de um único domínio
pode ser preditor de DA, ao passo que CCL de múltiplos domínios pode predizer tanto
DA como demência vascular; CCL não amnéstico pode ser preditor de demência fronto-
temporal, demência por corpos de Lewy ou episódios depressivos (PETTERSEN et al,
2004).

Portanto, um diagnóstico de CCL pode indicar que o indíviduo acometido apresente


maiores chances de conversão para DA e outros processos degenerativos do que aqueles
sem esta condição. Para a taxa de conversão de CCL-A para DA, estudos longitudinais
apontam uma taxa de conversão de 10% a 15% ao ano, enquanto pessoas saudáveis
evoluem em uma taxa de 1% a 2% ao ano. (PETERSEN et al, 2001).

Depressão

A presença do quadro depressivo representa um desafio para a avaliação neuropsicológica


(AN) em todas as faixas etárias sendo, algumas vezes, a AN indicada para diagnóstico

73
UNIDADE III │ Avaliação Neuropsicológica Do Idoso

diferencial entre alterações neurológicas e/ou do desenvolvimento e alterações


cognitivas decorrentes da depressão.

Especificamente no caso de idosos, os sintomas depressivos podem ser a expressão


inicial de demência em casos de depressão de início tardio e pode ser observada em
90% dos casos dos pacientes com diagnóstico de demência. O exame neuropsicológico
pode fornecer pistas importantes na distinção entre comprometimento secundário a
uma perda de habilidade (demência), e secundário a quadro depressivo, associado ou
não à demência. (WRIGHT, 2007).

Pacientes com quadro de humor depressivo podem apresentar alterações nas seguintes
funções cognitivas superiores: atenção, memória, velocidade de processamento das
informações, fluência verbal, linguagem (nomeação), função executiva e habilidades
visuoespaciais (GANGULI, 2006).

No quadro a seguir, seguem algumas diferenças que podem ocorrer na avaliação


neuropsicológica que auxilia o neuropsicólogo no diagnóstico diferencial.

Pacientes com Comprometimento Cognitivo Pacientes com Depressão


Déficits tendem a ser mais graves e claramente Desempenho comprometido em tarefas que exigem mais esforço
expressivos
Esforço significativo na execução das tarefas propostas, Quando estimulados, melhoram seus escores (ao contrário dos
tendo, apesar disto, comprometimento frente ao esperado pacientes com alterações cognitivas)
Perda de material apresentado ao longo do tempo Queixas de memória (frequentemente) discrepantes em testes
neuropsicológicos
Não apresenta ganhos significativos em tarefas de Apresenta ganhos significativos em tarefas de reconhecimento
reconhecimento em relação ao resgate tardio
Não fornece respostas tipo falso-positivo
Início Insidioso Início agudo
Sintomas geralmente de longa duração Sintomas de curta duração
Justificativa dos erros cometidos Respostas do tipo “não sei”
Flutuação de humor e comportamento Humor deprimido
Minimização dos déficits pelo paciente (Hiper) valorização dos déficits
Déficits Cognitivos estáveis Flutuação dos déficits cognitivos
Fonte: Tabela realizada pela autora (MARIA RITA POLO GASCÓN).

74
Capítulo 2
Instrumentos para avaliação
neuropsicológica de adultos e idosos

Inteligência

Escala de inteligência Weschsler para adultos –


Waisiii

Um dos mais importantes testes para avaliação clínica de capacidade intelectual de


adultos na faixa etária entre 16 e 89 anos, composto por vários subtestes. Esta 1ª edição
brasileira foi adaptada pela Dra. Elizabeth do Nascimento e aprovada pela Psychological
Corporation e pelo Conselho Federal de Psicologia. É um teste imprescindível para
avaliações psicológicas e neuropsicológicas, sendo indicado, particularmente, para
avaliação de adolescentes (com idades acima de 16 anos) e adultos, nos contextos
clínico, educacional e de pesquisa.

Na prática clínica e em pesquisas, é comum a utilização de dois subtestes (geralmente


vocabulário e raciocínio matricial) para a mensuração do QI estimado. Este formato
pode ser utilizado em casos onde a mensuração do Quoeficiente Intelectual não seja
solicitado.

Para obtenção do QI estimado é necessária a correção dos subtestes, conversão para


ponto ponderado segundo tabelas do Manual e posteriormente correlacionar os dados
com a tabela do artigo Dyadic Short Forms of the Wechsler Adult Intelligence Scale III.

Quoeficiente de inteligência estimado

Subteste do WAIS-III raciocínio matricial da escala


Weschsler de inteligência para adultos

Faz parte da escala Wechsler de inteligência e avalia uma das facetas do funcionamento
executivo do raciocínio não verbal, através de quatro tarefas: completar padrões,
classificação, analogia e raciocínio serial. Consiste em pranchas com séries de
padrões incompletas, em que o examinando deve identificar a parte faltante entre
seis alternativas, sendo apenas uma correta. A pontuação varia de 0 para resposta
incorreta e 1 para resposta correta, totalizando o maior escore bruto possível de 26.
(NASCIMENTO, 2012)

75
UNIDADE III │ Avaliação Neuropsicológica Do Idoso

Subteste vocabulário da escala Wechsler de inteligência


para adultos - Wais-III

A escala Wechsler de inteligência é um instrumento psicométrico com primeira versão


desenvolvida por David Wechsler nos Estados Unidos em 1939. Desde então, sofreu
várias adaptações dando origem a versões mais recentes adaptadas para a população
brasileira (NASCIMENTO; FIGUEIREDO, 2002b). O subteste vocabulário avalia a
compreensão, linguagem expressiva e memória semântica, consiste em 33 palavras
apresentadas em ordem crescente de dificuldade. Cada palavra vem precedida da
pergunta “O que é....?”, o sujeito deve defini-las da forma que desejar e cada resposta
recebe escore de 0 a 2, sendo 0 para respostas incorretas, 1 para respostas específicas e
2 para conceitos gerais.

Teste não-verbal de inteligência (vetor editora)

Teste não-verbal de inteligência é uma categoria dentro dos testes de inteligência.


Os testes de inteligência são estudados desde 1905 com Binet. E com o passar do
tempo foram sendo estudados os específicos testes de inteligência, entre eles o teste
não-verbal de inteligência. O teste de inteligência não-verbal avalia o fator g
de inteligência, que é definido pela capacidade do indivíduo em utilizar os recursos
presentes na resolução de problemas.

Existem atualmente diversos tipos de teste não-verbal de inteligência. O teste


não-verbal de inteligência geralmente é constituído por imagens e, ao final, por
meio dos acertos, erros e omissões são verificadas a pontuação e classificação da pessoa.
A aplicação do teste não-verbal de inteligência é realizada com tempo limite, em
indivíduos de ambos os sexos e de idade e escolaridade diferentes. A correção do teste
pode ser feita manualmente por meio do crivo de correção ou pela plataforma on-line.

Os principais tipos de testes não-verbais de inteligência disponíveis no mercado são:


Teste não-verbal de inteligência R-1, Teste não-verbal de Inteligência G-36,
Teste não-verbal de Inteligência G-38, Teste não-verbal de Inteligência R-1
forma B. Todos os tipos de teste de inteligência citados foram aprovados pelo Conselho
Federal de Psicologia.

Teste R1 de inteligência não verbal

O teste R-1 - Teste não verbal de inteligência é um teste não-verbal que avalia
o fator geral de inteligência, definido como um fator constante em todo o tipo de
atividade intelectual. O Livro de exercícios do teste R-1 - Teste não-verbal de
inteligência contém 40 itens com figuras incompletas que devem ser respondidos em

76
Avaliação Neuropsicológica Do Idoso │ UNIDADE III

tempo determinado. A tarefa do candidato consiste em identificar qual das alternativas


completa corretamente a figura.

O teste R-1 - Teste não-verbal de inteligência pode ser aplicado de forma individual
ou coletiva, em indivíduos com idade mínima de 18 anos e com escolaridade a partir do
ensino fundamental incompleto. A correção pode ser feita pelo crivo ou pela plataforma
on-line. As tabelas normativas do teste R-1 - Teste não-verbal de inteligência
foram feitas considerando as diversas regiões do Brasil, incluindo São Paulo, Paraná,
Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Recife e Amazonas. O teste é
vendido pela Vetor Editora.

Teste G36

O teste G-36 é um instrumento de inteligência não-verbal que avalia o fator geral de


inteligência. É composto por um Livro de exercícios com 36 figuras, com uma parte
faltando, a qual deve ser completada com uma das seis alternativas apresentadas. A
avaliação é realizada de forma quantitativa e qualitativa.

Na avaliação quantitativa considera-se o total de acertos do avaliado. Para a avaliação


qualitativa devem-se analisar os tipos de erros cometidos no teste. A correção pode ser
realizada de forma manual com os crivos de correção ou pela plataforma de correção
on-line.

O teste G-36 pode ser aplicado de forma individual ou coletiva, em indivíduos com
idade a partir de 17 anos e com escolaridade a partir do ensino médio, sendo considerado
um instrumento de fácil aplicação e correção. O teste é vendido pela Vetor Editora.

Teste G 38

O teste G-38 é um instrumento não-verbal de inteligência que avalia o fator geral


de inteligência, comum a todas as habilidades. Para a aplicação utiliza-se um livro de
exercícios com 38 figuras com uma parte faltando, devendo ser completada com uma
das seis possibilidades de respostas apresentadas.

A avaliação é realizada em duas partes: uma quantitativa e outra qualitativa. Na


avaliação quantitativa soma-se o total de acertos do avaliado. Para a avaliação qualitativa
consideram-se os tipos de erros que foram cometidos no teste.

A correção pode ser realizada de forma manual, com o uso dos crivos para a análise dos
acertos e erros, ou também por meio da plataforma de correção on-line. A aplicação
pode ser realizada de forma individual ou coletiva, em indivíduos com idade mínima de

77
UNIDADE III │ Avaliação Neuropsicológica Do Idoso

18 anos, e com escolaridade a partir do ensino médio, sendo um instrumento de fácil


aplicação e correção. O teste é vendido pela Vetor Editora.

ASI - Escala Wechsler abreviada de inteligência

A WASI é um instrumento breve de avaliação da inteligência, aplicável a crianças de 6


anos a idosos de 89 anos de idade. Fornece informações sobre os QIs Total, de Execução
e Verbal a partir de quatro subtestes (Vocabulário, Cubos, Semelhanças e Raciocínio
Matricial), em um curto espaço de tempo. A escala ainda fornece a possibilidade de
avaliação do QI Total com apenas dois subtestes (Vocabulário e Raciocínio Matricial). A
escala é também associada à Escala de Inteligência Wechsler para Crianças – Terceira
Edição e à Escala de Inteligência Wechsler para Adultos – Terceira Edição e fornece
tabelas para estimativa de faixas de escore de QIT nas escalas WISC-III e WAIS-III. É
vendida pela casa do psicólogo (PEARSON).

Muitos profissionais preferem aplicar o WASI ao invés do WISC e WAIS por ser
mais curto que os outros dois testes e por fornecer o resultado do funcionamento
intelectual sem utilizar muito tempo para a aplicação. Outro fator considerado é o
valor do investimento, com este teste você pode utilizar desde crianças a idosos. Outros
profissionais preferem utilizar as baterias de inteligência WISC e WAIS por serem mais
completas e poderem oferecer informações adicionais à inteligência. Mas a escolha dos
instrumentos é sempre uma característica pessoal do examinador.

Memória

Aprendizagem verbal e memória de longo prazo

Hopkings Verbal Learning Test HVLT

É composto por uma lista de 12 palavras apresentadas oralmente em 3 tentativas, as


quais o sujeito deve repetir imediatamente após cada tentativa, evocar após um período
de 25 minutos e, após isso, reconhecer entre outras palavras.

Descrição do Teste

»» Teste que avalia aprendizagem de novas informações, memória episódica


de evocação imediata e de reconhecimento no plano verbal.

»» Contêm 12 palavras que são lidas por três vezes.

78
Avaliação Neuropsicológica Do Idoso │ UNIDADE III

»» Ler as palavras na velocidade de aproximadamente uma palavra a cada


dois segundos.

»» Anotar as respostas incluindo repetições e intrusões.

Dizer:

Evocação 1:

“Vou ler uma lista de palavras para você. Escute cuidadosamente, porque
quando eu terminar gostaria que você pudesse repetir ou se lembrar o
máximo possível de palavras desta lista. Você pode me dizer as palavras
em qualquer ordem. Alguma dúvida? Pronto.

»» Quando o paciente sinalizar que não se recorda de mais nenhuma palavra,


dizer:

Evocação 2:

Agora vamos tentar novamente. Eu irei ler a mesma lista de palavras.


Escute cuidadosamente e diga novamente todas a palavras que você puder
relembrar em qualquer ordem, incluindo aquelas que você disse na vez
anterior.

»» Quando o paciente sinalizar que não se recorda de mais nenhuma palavra,


dizer:

Evocação 3:

Agora vamos tentar novamente. Eu irei ler a mesma lista de palavras.


Escute cuidadosamente e diga novamente todas as palavras que você puder
relembrar em qualquer ordem, incluindo aquelas que você disse na vez
anterior.

»» Anotar todas as palavras ditas corretamente nas três evocações (retirar


palavras repetidas e intrusões – palavras que não foram ditas pelo
examinador).

»» Após as três evocações, avisar:

Tente não esquecer destas palavras, pois irei perguntar mais tarde por esta
lista de palavras.

»» No intervalo de 25 a 30 minutos (NÃO PASSAR DESTE TEMPO, POIS


SENÃO O PACIENTE SERÁ PREJUDICADO), solicitar a evocação tardia
e a lista de reconhecimento.

79
UNIDADE III │ Avaliação Neuropsicológica Do Idoso

›› Dizer:

Você se lembra daquela lista de palavras que pedi que você me repetisse
três vezes? Gostaria que você me dissesse todas as palavras que puder
relembrar e em qualquer ordem. Alguma dúvida? Pronto?

»» Anotar as respostas, incluindo repetições e intrusões.

»» Após a evocação tardia, realizar a lista de reconhecimento.

»» Somar todas as palavras ditas corretamente.

Dizer:

Agora eu vou ler uma lista de palavras e quero que você me diga se a palavra
estava ou não entre aquelas que te disse anteriormente.

»» Anotar a resposta do examinando ao lado de cada palavra da lista.

»» Identificar quando houver false alarms (falso positivo) no reconhecimento.


Quando a resposta correta deveria ser não e o examinando responde sim.

»» A pontuação final dos reconhecimentos deverá ser subtraída dos falsos


reconhecimentos. Ex.: 12-3=9 o número bruto será 9 e não as 12 que
ele acertou. Lembre-se que nesta etapa o que quero verificar é se ele
discrimina as palavras que o examinador falou, se ele disse uma que não
foi dita, ou se o paciente não se recorda que não havia falado, ou seja, não
discrimina essa diante das outras.

›› Tabelinha de dica para falso positivo:

›› S e o examinando diz sim – acerto.

›› N e o examinando diz sim – falso.

›› S e o examinando diz não – erro.

›› Para a pontuação, consideram-se somente acertos e falsos positivos.

›› Acerto – Falso Positivo = Número Bruto.

Este teste difere do que será apresentado a seguir (RAVLT), pelo número de palavras
contidas (12 em vez de 15), pela quantidade de repetições na evocação imediata que o
examinador fará (3 em vez de 2), não tem lista de interferência e só pode ser utilizado
em pessoas com idade igual ou superior a 18 anos.

80
Avaliação Neuropsicológica Do Idoso │ UNIDADE III

Para pacientes idosos ou pacientes adultos muito comprometidos, muitos


neuropsicológos preferem utilizar o HVLT devido à estrutura do próprio teste.

Rey Auditory Learning Test (RAVLT)

Este teste avalia uma grande diversidade de funções: memória episódica auditiva-
verbal de curto e longo prazo, curva de aprendizagem, estratégias de aprendizagem,
interferência proativa, presença de confabulação de confusão em processos de
memória, retenção de informações, e as diferenças entre a aprendizagem, recuperação
e reconhecimento. O examinador lê uma lista de 15 palavras não relacionadas repetidas
ao longo de cinco ensaios diferentes e pede para o examinando repetir as palavras que
conseguir se lembrar, em qualquer ordem. Outra lista de 15 palavras não relacionadas
é lida para o examinando (lista de interferência – o objetivo desta lista é verificar se
diante de algum estímulo que distrai o paciente perde informações previamente
aprendidas) é e solicitado que este repita as palavras que conseguir se lembrar, em
qualquer ordem. Em seguida, é solicitado ao examinando que volte a repetir (as palavras
que se lembrar) da lista original de 15 palavras (lista pós interferência – aqui será
verificado se o paciente diante de um estímulo distrator (lista de interferência) perdeu
as informações previamente apresentadas) e, em seguida, novamente após 30 minutos
(a solicitação que o paciente repita de forma espontânea após 30 minutos é a evocação
tardia, onde será verificado o quanto de informação o paciente conseguiu armazenar).
Posteriormente, é lida para o examinando uma lista de 60 palavras, onde é solicitado que
reconheça as 15 palavras da lista original. (o reconhecimento é uma forma de resgate
com pistas, será verificado se diante de pistas o paciente se recorda do que aprendeu,
isto é importante para pensarmos em estratégias no dia a dia, para que o paciente se
recorde de informações, caso ele não consiga evocar (lembrar) espontaneamente, ou
seja, sem ajuda e dicas).

Instruções para aplicação do teste:

Evocação 1:

“Vou ler uma lista de palavras para você. Escute cuidadosamente, porque
quando eu terminar gostaria que você pudesse repetir ou se lembrar o
máximo possível de palavras desta lista. Você pode me dizer as palavras
em qualquer ordem. Alguma dúvida? Pronto.

»» Quando o paciente sinalizar que não se recorda de mais nenhuma palavra,


dizer:

81
UNIDADE III │ Avaliação Neuropsicológica Do Idoso

Evocação 2, 3, 4 e 5:

Agora vamos tentar novamente. Eu irei ler a mesma lista de palavras.


Escute cuidadosamente e diga novamente todas a palavras que você puder
relembrar em qualquer ordem, incluindo aquelas que você disse na vez
anterior.

»» Quando o paciente sinalizar que não se recorda de mais nenhuma palavra,


passe para a próxima evocação.

Evocação Lista B – Interferência:

“Vou ler uma lista de palavras para você. Escute cuidadosamente, porque
quando eu terminar gostaria que você pudesse repetir ou se lembrar o
máximo possível de palavras desta lista. Você pode me dizer as palavras
em qualquer ordem. Alguma dúvida? Pronto.

»» Quando o paciente sinalizar que não se recorda de mais nenhuma palavra,


passe para a próxima evocação.

Evocação Lista Pós - Interferência:

“Agora eu gostaria que você me dissesse a maior quantidade de palavras


que você se lembrar daquela primeira lista que te falei. Alguma dúvida?
Pronto.

Obs.: não repetir mais a lista. O paciente deve dizer espontaneamente o que se lembra.

»» Quando o paciente sinalizar que não se recorda de mais nenhuma palavra,


passe para a próxima evocação que será a tardia (após 30 minutos).

Tente não se esquecer destas palavras, pois irei perguntar mais tarde por
esta lista de palavras.

»» No intervalo de 25 a 30 minutos, solicitar a evocação tardia e a lista de


reconhecimento.

Dizer:

Você se lembra daquela lista de palavras que pedi que você me repetisse
cinco vezes? Gostaria que você me dissesse todas as palavras que puder
relembrar e em qualquer ordem. Alguma dúvida? Pronto?

»» Anotar as respostas incluindo repetições e intrusões.

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Avaliação Neuropsicológica Do Idoso │ UNIDADE III

»» Após e evocação tardia, realizar a lista de reconhecimento.

»» Somar todas as palavras ditas corretamente.

Dizer:

Agora eu vou ler uma lista de palavras e quero que você me diga se a palavra
estava ou não entre aquelas da primeira lista (a que eu repeti cinco vezes)
que te disse anteriormente.

»» Anotar a resposta do examinando ao lado de cada palavra da lista.

»» Identificar quando houver false alarms (falso positivo) no reconhecimento.


Quando a resposta correta deveria ser não e o examinando responde sim.

»» A pontuação final dos reconhecimentos deverá ser subtraída dos falsos


reconhecimentos. Ex.: 15-16=0 o número bruto será 9 e não 15.

Tabelinha de dica para falso positivo:

»» S e o examinando diz sim – acerto.

»» N e o examinando diz sim – falso.

»» S e o examinando diz não – erro.

»» Para a pontuação, consideram-se somente acertos e falsos positivos.

»» Acerto – Falso Positivo = Número Bruto.

Memória visual

Brief Visuospatial Memory test – Revised (BVMT-R)

Teste que avalia a aprendizagem de novas informações, memória episódica de evocação


imediata, tardia e de reconhecimento no plano visuoespacial. Contém 06 figuras que
são apresentadas por três vezes por 10 segundos cada vez. Após 25 minutos é solicitado
que o paciente reproduza de memória em uma folha sulfite branca as seis figuras que
lhe foram mostradas anteriormente (evocação tardia). Após esta etapa, é mostrado
ao paciente 12 figuras e solicitado que diga ao examinador quais das figuras foram
mostradas anteriormente (reconhecimento).

A apresentação das figuras três vezes consecutivas é memória episódica (aquisição


de informação nova por repetição). Para o cálculo deve somar a pontuação das três

83
UNIDADE III │ Avaliação Neuropsicológica Do Idoso

vezes em que foi apresentado. Depois de vinte e cinco minutos é a evocação tardia (será
verificado o quanto de informação visual o paciente conseguiu armazenar). A parte em
que se mostra as 12 imagens é a memória de reconhecimento (verificar se diante de um
estímulo o paciente consegue lembrar o que foi apresentado). Das 12 somente 6 são
corretas.

Instruções para aplicação do teste:

Evocação 1:

Dizer:

“Vou apresentar a você uma folha com 6 figuras. Veja cuidadosamente,


porque após 10 segundos irei retirá-la. Agora irei mostrar-lhe a folha, e
quando eu retirar você irá procurar desenhar cada figura exatamente como
é, e no local que está na folha. Alguma dúvida? Pronto? (mostrar a primeira
vez).

»» Assim que o examinando terminar, dizer:

Evocação 2:

Vou apresentar a você uma folha com 6 figuras. Veja cuidadosamente,


porque após 10 segundos irei retirá-la. Agora irei mostrar-lhe a folha, e
quando eu retirar você irá procurar desenhar cada figura exatamente como
é, e no local que está na folha. Alguma dúvida? Pronto? (mostrar a segunda
vez).

»» Assim que o examinando terminar, dizer:

Evocação 3:

Vou apresentar a você uma folha com 6 figuras. Veja cuidadosamente,


porque após 10 segundos irei retirá-la. Agora irei mostrar-lhe a folha, e
quando eu retirar você irá procurar desenhar cada figura exatamente como
é, e no local que está na folha. Alguma dúvida? Pronto? (mostrar a primeira
vez).

»» Assim que o examinando terminar, dizer:

Tente não esquecer destas figuras, pois irei solicitar mais tarde que desenhe
novamente.

No intervalo de 25 a 30 minutos, solicitar a evocação tardia e, em seguida, a lista de


reconhecimento com 12 figuras intercaladas entre as já apresentadas.

84
Avaliação Neuropsicológica Do Idoso │ UNIDADE III

Dizer:

Você se lembra daquelas figuras que pedi que você me desenhasse três
vezes? Gostaria que você as desenhasse novamente, exatamente como ela
era e no local onde estavam na folha. Alguma dúvida? Pronto?

»» Após o examinando terminar, dizer:

Agora eu vou mostrar algumas figuras e quero que você me diga se a figura
estava ou não entre aquelas que te mostrei anteriormente.

»» Anotar a resposta do examinando.

»» Pontuação: considerar cada figura certa 1 ponto(forma) e para 1 ponto


para a localização.

»» A pontuação total por evocação é de 12 pontos.

»» Para a evocação imediata, somar as três evocações (máximo de pontuação:


36), e para tardia somar cada figura correta: máximo 12 pontos.

»» Na lista de reconhecimento, considerar 1 ponto para cada acerto.

Figura complexa de Rey

A Figura Complexa de Rey consiste em uma figura geométrica complexa composta


por um retângulo grande, bissetores horizontais e verticais, duas diagonais, e detalhes
geométricos adicionais interna e externamente ao retângulo grande. É uma medida
bastante conhecida de construção visuoespacial e memória não-verbal.

Avalia a capacidade de Percepção Visual e Memória Imediata e Tardia, mediante a cópia


da figura e posteriormente a recordação de memória (3 e 30 minutos) da mesma figura.
O examinador mostra ao examinando um desenho e solicita que ele o copie em uma
folha sulfite, orientando que não é necessário fazer uma cópia exata, mas no entanto,
é preciso prestar atenção às proporções e, sobretudo, não esquecer de nada. Depois de
3 a 30 minutos, é solicitado ao examinando que desenhe o que conseguir lembrar da
figura. A cópia avalia a capacidade de visuoconstrução (planejamento e organização
de informações visuais) e o desenho de 3 a 30 minutos avalia a memória visual de
evocação imediata e tardia.

O manual da Figura Complexa de Rey, vendido no Brasil pela editora Casa do Psicólogo,
tem somente dados normativos para a cópia e memória de 3 minutos. Para correção

85
UNIDADE III │ Avaliação Neuropsicológica Do Idoso

da memória de 30 minutos é utilizada a tabela americana contida no Compêndio de


Neuropsicologia (SPREEN).

Tem sido observado que os pacientes conseguem um melhor desempenho e consolidação


da informação após passagem do tempo, portanto, é muito importante que se aplique
a de 30 minutos.

Memória Visual de Rostos (MVR)

Importante ferramenta, conhecida internacionalmente, de avaliação da memória, que


tem por objetivo avaliar a capacidade do indivíduo em memorizar rostos e informações
associadas a eles (nomes e sobrenomes, profissão, localização etc.). Pode ser aplicado
sob a forma individual ou coletiva, em pessoas com idades de 18 a 80 anos. Utilização nos
contextos de avaliação neuropsicológica, educacional, organizacional, avaliação para
trânsito, porte de armas, entre outras, quando se faz necessário avaliar a capacidade
do indivíduo de recordar detalhes após eventos distratores. É especialmente indicado
para avaliação de funções que envolvem segurança, como policiais, segurança privada,
serviços de portaria etc. Tem correção computadorizada, é vendida pela casa do
psicológico (PEARSON). Adaptada para o Brasil por: Irene F. Almeida de Sá Leme,
Milena de Oliveira Rossetti, Silvia Verônica Pacanaro e Ivan Sant’ Ana Rabelo.

Memória de curto prazo e memória operacional


(WAIS –III)

»» Dígitos em ordem direta ou spam de dígitos: avalia o subsistema fonológico


da memória operacional (na ordem direta). Sequências crescentes de
dígitos são apresentadas oralmente na velocidade de um por segundo.
Ao fim de cada sequência, os sujeitos devem repeti-la na ordem direta.
O teste termina quando ocorrem erros em duas sequências de mesmo
número de dígitos. O escore é o número de dígitos contidos na sequência
máxima repetida corretamente.

»» Dígitos de ordem inversa: sequências de dígitos são apresentadas


oralmente na velocidade de um por segundo. Ao final de cada sequência,
os sujeitos devem repeti-la na ordem inversa. O teste termina quando
ocorrem erros em duas sequências de mesmo número de dígitos. O
escore é o número de dígitos contidos na sequência máxima repetida
corretamente.

86
Avaliação Neuropsicológica Do Idoso │ UNIDADE III

»» Cada item contém duas tentativas, sendo que cada tentativa apresenta a
mesma quantidade de dígitos, porém com números diferentes.

»» Aplicar a Ordem Inversa sempre que o examinando tenha obtido uma


pontuação de 0 (zero).

»» Aplicar ambas as tentativas de cada item, mesmo se o examinando acertar


a tentativa 1.

»» Não é permitido repetir a série de números, mesmo se o examinando


solicitar.

»» Ler os dígitos em média de um dígito por segundo, baixando a inflexão de


sua voz levemente no último dígito da sequência.

»» Depois de cada sequência, fazer uma pausa para permitir que o


examinando responda.

»» Quando se aplica o dígito, é importante fazer o span de dígitos: Para fazer


esse cálculo você precisa contar até quantos dígitos o paciente conseguiu
fazer na ordem direta (ex.: falou corretamente a sequência de até 6
dígitos) e quantos ele falou corretamente na ordem inversa (ex: falou
corretamente a sequência de até 4 dígitos). A conta e Ordem Direta menos
Ordem Inversa: 6-4=2. É esperado um span de dígitos de até 3, mais do
que isso pode indicar uma dificuldade de manipulação de informação e
flexibilidade cognitiva.

»» As instruções para aplicação e tabelas de correção estão contidas no


manual do teste.

Tepic- M: teste pictório de memória

O TEPIC-M – Teste Pictórico de Memória é um teste pictórico de memória


visual que avalia a memória de curto prazo, definida como a capacidade de o indivíduo
recuperar uma informação em um curto período de tempo. Os estímulos do TEPIC-M
– Teste Pictórico de Memória são figurais, compostos por substantivos concretos. A
tarefa do candidato consiste em, após um período de tempo diante das figuras dispersas
no cartão, escrever o maior número de desenhos e detalhes que se lembrar.

O TEPIC-M – Teste Pictórico de Memória pode ser aplicado em jovens e adultos,


entre 17 e 97 anos, de forma individual ou coletiva. A correção é feita de acordo com
o número de figuras memorizadas. As tabelas normativas do TEPIC-M – Teste

87
UNIDADE III │ Avaliação Neuropsicológica Do Idoso

Pictórico de Memória foram feitas levando em consideração idade, gênero e


escolaridade e, desde 2014, abrangem os estados de São Paulo, Minas Gerias e Mato
Grosso do Sul. O teste é vendido pela Vetor Editora.

Atenção

Atenção Seletiva e Inibição: Stroop Teste Versão Victoria

A versão Victória utiliza-se de três tarefas com 24 itens cada. É composto de três cartões
contendo seis linhas com quatro itens: o primeiro composto de tarjetas coloridas (verde,
rosa, azul e marrom); o segundo constituído por palavras neutras escritas com as cores
das tarjetas e o terceiro com os nomes das cores escritos em cores conflitantes com o
da impressão. Solicita-se ao sujeito que a cada cartão apresentado seja verbalizada as
cores impressas de cada cartão o mais rápido possível. Começa-se a contar o tempo logo
após as instruções e registra-se o tempo que o sujeito leva para ler cada um dos cartões.
Tempo de aplicação: 5 minutos.

O sujeito é avaliado segundo a rapidez com que ele executa a tarefa e a quantidade de
erros apresentados. O efeito da interferência é determinado pelo cálculo de tempo extra
requerido para nomear as cores (da impressão) em comparação ao tempo requerido
para nomear as cores na primeira tarefa controle-cores das tarjetas.

Instrução para aplicação do teste:

»» Aqui eu tenho 3 cartões (os 3 encontram-se agrupados nas mãos do


examinador).

»» Cada cartão desses corresponde a uma tarefa e eu vou apresentá-los a


você, um de cada vez.

Cartão 1: Neste cartão você deve nomear (ou dizer) as cores dos retângulos,
através da linha, da esquerda para a direita, sem pular nenhum, o mais
rápido possível (então mostrar e cronometrar).

Cartão 2: Neste cartão, você deve nomear (ou dizer) as cores das impressões,
ignorando ler os nomes das palavras. Também em sequência da linha, sem
pular, da esquerda para a direita, o mais rápido possível (então mostrar o
cartão e cronometrar).

Cartão 3: Neste cartão, você deve nomear (ou dizer) as cores das impressões,
ignorando ler os nomes das cores. Também em sequência da linha, sem

88
Avaliação Neuropsicológica Do Idoso │ UNIDADE III

pular, da esquerda para a direita, o mais rápido possível (então mostrar o


cartão e cronometrar).

Pontuação: Anotar o tempo, em segundos, utilizado pelo examinando, em cada


cartão. Para análise qualitativa é importante anotar a quantidade de erros cometidos
pelo paciente em cada cartão.

Atenção Sustentada e Alternada: Trail Making Test (Partes A e B)

Acessa a capacidade de manutenção do engajamento mental, o rastreamento visual,


a destreza motora e a memória operacional (MAGILA; CARAMELLI, 2000). O teste
consiste em ligar letras na ordem em que aparecem no alfabeto (trilhas A - atenção
sustentada); ou letras a números, seguindo também a sequência em que aparecem no
alfabeto, por exemplo, 1-A-2-B e assim por diante (trilhas B – atenção alternada).

Instruções para aplicação:

Forma A

Iniciar pelo exemplo.

Eu gostaria que você conectasse (ou ligasse) estes números, sem tirar o
lápis do papel, do menor para o maior, assim (ligar 1 ao 2) entendeu? Agora
eu gostaria que você continuasse até o número 8. Alguma dúvida? Pronto?

Observar se o examinando passa o lápis pelo círculo, caso não, o corrija imediatamente,
fazendo-o voltar para o número anterior.

Fazer o mesmo, caso o examinando erre na ordem dos números.

Forma B

Iniciar pelo exemplo.

Esta tarefa é um pouco diferente da anterior, eu gostaria que você


conectasse (ou ligasse) estes números e letras em ordem crescente e em
ordem alfabética, sem tirar o lápis do papel, assim (ligar 1 A ao 2 B) entendeu?
Agora eu gostaria que você continuasse até o fim. Alguma dúvida? Pronto?

Observar se o examinando passa o lápis pelo círculo, caso não, o corrija imediatamente,
fazendo-o voltar para o número anterior.

Fazer o mesmo, caso o examinando erre na ordem dos números.

89
UNIDADE III │ Avaliação Neuropsicológica Do Idoso

Pontuação: Anotar o tempo, em segundos, utilizado pelo examinando em cada forma.

Observação: O examinador precisa estar muito atento na aplicação do teste, pois se não
perceber que o paciente errou e o deixar continuar, o teste será invalidado.

Atenção Concentrada: Teste AC

O teste Atenção Concentrada AC tem por objetivo avaliar a capacidade do sujeito em


manter a sua atenção concentrada no trabalho durante um período determinado. Pode
ser utilizado em adolescentes e adultos desde analfabetos até o nível superior. Tempo
de aplicação: 5 minutos.

O teste de Atenção Concentrada AC destina-se a medir a rapidez e a exatidão na execução


de uma tarefa simples, de natureza perceptiva, sem recorrer às funções intelectuais. É
composto por material elaborado com um único símbolo - ponta de flecha. O sujeito
deverá localizar entre todos os símbolos da folha os 03 apresentados como modelo,
devendo fazer o cancelamento destes rapidamente pelas linhas da folha de aplicação.

A correção é realizada pelo total de acertos, pela avaliação quantitativa e qualitativa.


Existem estudos de precisão, validade e tabelas em percentis para o público-alvo de
acordo com sua escolaridade e idade.

Para a correção é necessário contar o total de acertos menos a quantidade somada de


erros e omissões. Com o valor bruto, ir na tabela contida no manual para conversão em
percentil.

Bateria Psicológica para Avaliação da Atenção


(BPA)

A Bateria Psicológica para Avaliação da Atenção (BPA) tem como objetivo realizar uma
avaliação da capacidade geral de atenção, assim como uma avaliação individualizada
de tipos de atenção específicos, quais sejam, Atenção Concentrada, Atenção Dividida
e Atenção Alternada. Pode ser utilizada em pessoas com idades variando entre 6 e 82
anos, de ambos os sexos e com diferentes níveis de escolaridade.

A aplicação pode ser individual ou coletiva. Há um tempo específico para cada teste que
compõe a BPA, mas no geral, o tempo total de aplicação da bateria não excede os 20
minutos, sendo 2 minutos para responder o teste de Atenção Concentrada, 4 minutos
para o de Atenção Dividida e 2 minutos e 30 segundos para o Atenção Alternada. A
sequência de aplicação deve seguir a ordem utilizada para a construção da BPA, ou seja,
primeiro deve ser aplicado o Atenção Concentrada, depois o Atenção Dividida e, por
fim, o Atenção Alternada.

90
Avaliação Neuropsicológica Do Idoso │ UNIDADE III

EASV – Escala de Atenção Seletiva

A Escala de Atenção Seletiva Visual (EASV) avalia a capacidade do indivíduo de


selecionar estímulos visuais identificando regularidades entre o modelo apresentado e
os estímulos disponíveis para a seleção. Possibilita uma avaliação mais refinada, pois
propõe avaliar a atenção seletiva a partir da localização espacial do objeto. É destinado
a pessoas com idades entre 18 e 70 anos, de ambos os sexos, com nível de escolaridade
entre ensino fundamental incompleto e pós-graduação. O teste também possui
normas para avaliação psicológica para obtenção de CNH. A aplicação pode ocorrer
de forma individual ou coletiva. O tempo para a resolução dos itens do teste, depois
de explicados os exemplos, é de 9 minutos. Todo o processo de aplicação da EASV
dura aproximadamente 25 minutos. Apresenta correção informatizada. É vendida pela
Casa do Psicólogo (PEARSON). Autor: Fermino Fernandes Sisto e Nelinar Ribeiro de
Castro.

Função executiva

Fluência Verbal Fonológica: FAS

A prova de fluência verbal fornece informações acerca da capacidade de armazenamento


do sistema de memória semântica, da habilidade de recuperar a informação guardada
na memória e do processamento das funções executivas, especialmente, aquelas através
da capacidade de organizar o pensamento e as estratégias utilizadas para a busca de
palavras. O teste de fluência verbal envolve a geração do maior número de palavras
possíveis em período de tempo fixado. Existe o teste de fluência fonológica com a
evocação de palavras que começam com uma certa letra, normalmente F, A ou S e a
fluência por categoria ou semântica com a geração de palavras de certa classe semântica
como, por exemplo, categoria “animal”. Estudos realizados com neuroimagem têm
demonstrado que um bom desempenho nas tarefas de fluência verbal semântica e
fonológica depende, respectivamente, mais do lobo temporal e frontal. As diferenças
são atribuídas às diversas estratégias usadas durante estas tarefas.

Fluência Verbal Semântica ou Categórica: Animais – Solicita-se que o indivíduo fale o


maior número de animais que conseguir em 1 minuto.

Instruções para aplicação:

Dizer:

“Eu irei falar uma letra do alfabeto. Gostaria que você me falasse o máximo
de palavras com esta letra, o mais rápido que puder. Por exemplo, se eu

91
UNIDADE III │ Avaliação Neuropsicológica Do Idoso

disser a letra C, você dirá, casa, cebola, cachorro... mas não pode usar
nomes próprios, como: Camila, Canadá. Também não pode usar palavras
derivadas como casa e caseiro. Será uma ou outra. Alguma dúvida?
Podemos começar?”

»» 1 minuto com a letra F.

»» 1 minuto com a letra A.

»» 1 minuto com a letra S.

Pontuação:

»» Considerar 1 ponto para cada palavra correta no período de 1 minuto.

»» Anotar todos os nomes em um papel.

»» Somar os pontos de cada letra (F A S).

Fluência Verbal Categórica:

»» Imediatamente após administrado a fluência verbal nominal, dizer:

Agora, diga-me todos os nomes de animais que conseguir lembrar, só


não vale me dizer o masculino e feminino do mesmo animal, vou dar um
exemplo com nomes próprios: Cláudio e Cláudia.

»» Considerar 1 ponto para cada nome de animal.

»» É correto se o paciente falar cavalo e égua, pois foneticamente são


diferentes.

Wisconsin (versão Nelson)

O teste de Classificação de Cartas de Wisconsin é frequentemente utilizado na avaliação


neuropsicológica como uma medida de funcionamento executivo.

Instruções:

“Este teste é pouco comum porque eu não posso dizer muito sobre como
fazê-lo. Eu quero que você combine cada uma das cartas nestes conjuntos (o
examinador aponta para os conjuntos de cartas de resposta) com uma destas quatro
cartas chaves (o examinador aponta para cada uma das cartas chave, iniciando com
o triângulo vermelho) de acordo com determinadas regras, porém o ponto
principal do teste é que eu não posso informar o que cada regra é. Eu quero

92
Avaliação Neuropsicológica Do Idoso │ UNIDADE III

que você tente diferentes regras e a cada eu direi se você está certo ou errado.
Você deve sempre retirar a carta superior do conjunto e colocá-la abaixo
da carta chave que considerar que combina. Se você estiver errado, deixe a
carta no lugar em que a colocou e tente obter a próxima carta correta. Não
há tempo limite neste teste. Tente encontrar a primeira regra.”

Cartas Versão Nelson

2,3,8,9,10,11,13,14,15,20,24,25,26,36,39,42,45,50,55,56,57e 64.

Qualquer regra inicialmente escolhida pelo examinando será pontuada como correta.
Após seis respostas corretas consecutivas no princípio de classificação escolhido
inicialmente, o examinador instruí o examinando:

Agora eu vou trocar a regra. Utilize uma regra diferente para classificar as cartas.

Após acertar as 6 figuras, dizer: “Agora eu vou trocar a regra. Utilize uma regra diferente
para classificar as cartas”.

As regras podem ser: Forma, Cor, Número, Outro.

Se após a conclusão da terceira categoria, o examinando perguntar se é permitido


utilizar uma regra que já tenha sido utilizada, ou faz uma declaração para o efeito de
que todas as possíveis regras tenham sido esgotadas, dizer:

Encontre uma regra diferente para a regra que você utilizou por último.

A correção é realizada pela quantidade de categorias que o paciente conseguiu fazer:

»» 1 categoria: Percentil < 1.

»» 2 categorias: Percentil <5.

»» 3 categorias: Percentil 10.

»» 4 categorias: Percentil 30.

»» 5 categorias: Percentil 50.

»» 6 categorias: Percentil 75.

FDT - TESTE DOS CINCO DÍGITOS (MANUEL SEDÓ, JONAS JARDIM DE


PAULA; LEANDRO F. MALLOY-DINIZ)

93
UNIDADE III │ Avaliação Neuropsicológica Do Idoso

O Teste dos Cinco Dígitos – FDT tem por objetivo medir a velocidade de processamento,
a atenção e subcomponentes das funções executivas (controle inibitório e flexibilidade
cognitiva). Pode ser usado em crianças, a partir dos 06 anos de idade, adolescentes
adultos e idosos, até 92 anos.

O Teste dos Cinco Dígitos – FDT é um instrumento que permite avaliar de forma breve
e simples a velocidade de processamento cognitivo, a capacidade de focar e reorientar
a atenção e a capacidade de lidar com interferências.

Por se tratar de um instrumento não-verbal (baseado em signos quase universais e


num vocabulário de nível pré-escolar), pode examinar com muito mais facilidade as
funções cognitivas numa grande diversidade de indivíduos: não só nos casos habituais,
mas também nos que possuam um nível de educação muito diferente (incluindo os
indivíduos analfabetos) e nos casos com um mínimo de conhecimento do idioma. Utiliza
estímulos pouco sensíveis às diferenças sociais e não envolve motricidade fina, sendo
possível seu uso em diferentes grupos etários, inclusive, em indivíduos com condições
atípicas de desenvolvimento ou psiquiátricos.

O FDT é um teste multilíngue de funções executivas, baseado em conhecimentos


linguísticos mínimos: a leitura dos dígitos de 1 a 5 e a contagem de quantidades de 1 a
5. Utiliza estas cinco quantidades como simples unidades cognitivas recorrentes dentro
de tarefas de dificuldade crescente; o que permite medir a velocidade e a eficiência
mental do indivíduo, além de identificar imediatamente a diminuição na velocidade e na
eficiência, característica dos indivíduos com transtornos neurológicos ou psiquiátricos.

Composto por quatro partes: Leitura, Contagem, Escolha e Alternância. As duas


primeiras medem processos simples e automáticos, enquanto as duas últimas medem
processos mais complexos que requerem um controle mental ativo.

Permite, assim, descrever a velocidade e a eficiência do processamento cognitivo, a


constância da atenção focada, a automatização progressiva da tarefa e a capacidade
de mobilizar um esforço mental adicional quando as séries apresentam dificuldade
crescente e exigem concentração muito maior.

Desde seu desenvolvimento, tem sido utilizado por pesquisadores em diferentes países,
sendo particularmente útil na:

»» detecção de problemas de linguagem, aprendizagem e memória


operacional em crianças e adolescentes;

»» detecção de problemas neurocognitivos em jovens e adultos;

94
Avaliação Neuropsicológica Do Idoso │ UNIDADE III

»» detecção de comprometimento cognitivo leve e no desenvolvimento de


demências em populações senescentes analfabetas;

»» seleção de pessoal, detectando a capacidade estabelecida para o esforço


e a persistência, ou como parte do treinamento e da reabilitação em
situações convencionais de trabalho;

»» a correção e as tabelas estão contidas no manual do teste.

Velocidade de processamento das informações

Códigos : Subteste da Escala Wechsler de Inteligência para Adultos – Wais III

Neste subteste, o examinando deve copiar símbolos simples que estão associados
com números. Usando uma chave, o examinando desenha símbolos sob o número
correspondente. A pontuação é determinada pelo número de símbolos escritos
corretamente, dentro do tempo limite de 120 segundos. O objetivo é medir a velocidade
de informação (tempo requerido para processar as informações), memória de curto
prazo, aprendizado, percepção visual, coordenação motora e visual, amplitude
visual, atenção e motivação. Avalia o tempo que o cérebro requer para processar uma
informação.

É atribuído um ponto para cada item realizado de forma correta pelo paciente. As
tabelas para conversão do ponto bruto (soma dos itens corretos) em pontos brutos e
posteriormente em percentis estão contidas no manual do teste.

Velocidade motora

Grooved Peg Board Test

O teste é constituído por uma placa de metal com uma matriz de 25 buracos posicionados
aleatoriamente e bastonetes de ferro com ranhuras. Cada bastonete deve ser rodado para
coincidir com o buraco, antes de poderem ser inseridos. É solicitado ao examinando que
coloque os bastonetes nos buracos com a mão dominante e posteriormente com a mão
não dominante o mais rápido possível. O objetivo é avaliar a coordenação e velocidade
visomotora, portanto, este teste requer integração sensório-motor e um alto nível de
processamento motor. É considerada uma tarefa motora complexa diante de outras,
como o Finger Tapping Test, e é mais sensível à velocidade psicomotora. (HEATON,
GRANT; MATTHEUS, 1986)

95
UNIDADE III │ Avaliação Neuropsicológica Do Idoso

A pontuação é obtida pelo tempo que o paciente precisou para executar o teste com
cada mão (dominante e não dominante). Para correção, será utilizada a fórmula do z
score (explicação no final da apostila).

Linguagem

Boston Naming Test

Avalia a capacidade de nomeação por confrontação visual. O paciente deve nomear 60


ilustrações mostradas pelo examinador. A explicação mais detalhada do teste encontra-
se em testes de avaliação infantil.

Instruções:

“Eu vou lhe mostrar uma figura e gostaria que você me dissesse qual o
nome dela”.

Caso o paciente não acerte, o examinador lhe dá uma pista semântica. Exemplo: a figura
era uma casa e o paciente não acertou ou não se lembra: a pista semântica é: é um tipo
de construção. Se mesmo assim não se lembrar, o examinador dará uma pista fonética:
começa com Ca.

É atribuído 1 ponto para cada item falado correto espontaneamente ou com pista
semântica pelo paciente. Os acertos com pista fonética não são pontuados.

Habilidades visuoespaciais

Teste da figura complexa de Rey

A cópia da figura avalia a capacidade de visuoconstrução (planejamento e organização


de estímulos visuais. A explicação mais detalhada do teste encontra-se em testes de
avaliação infantil.

Cubos – Wais III

O paciente deve fazer montagens com cubos formados por parte brancas e vermelhas.
Avalia raciocínio, organização perceptual e habilidades visuoespaciais.

As instruções para aplicação, pontuação e tabela para conversão de pontuação estão


contidas no manual do teste.

96
Avaliação Neuropsicológica Do Idoso │ UNIDADE III

Completar figuras – Wais III

O paciente deve identificar as partes que faltam em figuras apresentadas pelo


examinador. Este subteste avalia a discriminação visual.

As instruções para aplicação, pontuação e tabela para conversão de pontuação estão


contidas no manual do teste.

Testes de rastreio cognitivo

Testes de rastreio são utilizados para verificar a possibilidade de alteração cognitiva.


São realizados no início da avaliação, como um item do processo de avaliação
neuropsicológica. Não se pode utilizar somente teste de rastreio para conclusão de um
processo neuropsicológico.

Teste de desenho do relógio

É solicitado que o paciente desenhe um relógio completo (com números, ponteiros


e limite da caixa) marcando um determinado horário dado pelo examinador. Avalia
de forma simples e rápida as habilidades visuoespacias/construtivas e as funções
executivas. Há várias formas de correção.

Mini exame do estado mental

Foi criado por Folstien e Mchugh (1975) e inclui itens variados que, com rapidez,
possibilitam examinar orientação temporal, espacial, memória, atenção, cálculo,
linguagem, praxias e habilidades construtivas.

Para cada item existe uma pontuação. A pontuação é feita pela soma de acertos em cada
item.

Ponto de corte sugestivo de comprometimento cognitivo:

»» Menor de 18 pontos para analfabetos.

»» Menor de 21 pontos para pessoas com 1 a 3 anos de escolaridade.

»» 21-24 pontos para pessoas com 4 a 7 anos de escolaridade.

»» Menor de 26 pontos para pessoas com mais de 7 anos de escolaridade.

97
UNIDADE III │ Avaliação Neuropsicológica Do Idoso

Exame cognitivo de addenbrooke- revisado

Foi adaptado para a população brasileira por Amaral Carvalho e Caramelli (2007)
para a detecção da demência em estágio inicial, principalmente para diferenciação de
Demência de Alzheimer e demência Frontotemporal. Avalia cinco domínios: orientação
e atenção, memória, fluência verbal, linguagem e habilidade visuoespacial.

Escala para avaliação de demência de mattis

É composta por 36 itens, distribuídos em cinco subescalas: Atenção (8 itens, total de


37 pontos), Iniciação e Perseveração (11 itens, total de 37 pontos), Construção (6 itens,
total de 6 pontos), Conceituação (6 itens, total de 39 pontos) e Memória (5 itens, total
de 25 pontos). A soma das cinco subescalas proporciona um total que representa o grau
de comprometimento cognitivo e/ou da gravidade do quadro demencial.

Ponto de corte 122 pontos. Pacientes com pontuações menores de 122 apresentaram
um quadro sugestivo de demência.

Escala moca (avaliação cognitiva monteal)

Foi desenvolvida para ser um instrumento breve de rastreio de comprometimento


cognitivo leve. Avalia os seguintes domínios: atenção e concentração, função executiva,
memória, linguagem, habilidades visuoconstrutivas, conceituação, cálculo e orientação.
O tempo de aplicação é de aproximadamente 10 minutos. O escore total é de 30 pontos,
sendo o escore de 26 ou mais considerado normal.

Bateria de Avaliação Frontal (FAB)

A Bateria de Avaliação Frontal (FAB) é um instrumento novo de avaliação neurocognitiva


que tem se mostrado útil para rastreamento de problemas nas funções executivas,
associadas ao funcionamento do córtex frontal do cérebro humano. A FAB já foi utilizada
em pacientes com vários distúrbios frontais conhecidos, bem como em dependentes
químicos em recuperação.

Forma de aplicação

A administração da FAB leva cerca de 10 minutos. A bateria compreende seis subtestes


que avaliam a formação de conceitos (abstração), fluência verbal (flexibilidade mental),
programação motora, suscetibilidade à interferência (tendência à distração), controle
inibitório e autonomia. São eles:

98
Avaliação Neuropsicológica Do Idoso │ UNIDADE III

1. Semelhanças: consiste em perguntas a respeito das semelhanças entre


elementos aparentemente diferentes. É considerada uma medida da
capacidade de abstração. O examinador pergunta “De que modo X e Y
são semelhantes?”, considerando X e Y os elementos contidos na folha
de respostas. Cada acerto representa um ponto e são consideradas as
respostas mais completas como corretas (ex.: banana e laranja são frutas;
mesa e cadeira são móveis; tulipa, rosa e margarida são flores), totalizando
o máximo de três pontos. Se, na pergunta inicial (banana e laranja), o
paciente falhar totalmente, respondendo que “não são parecidas”, ou
se houver falha parcial, e responder que “ambas têm casca” ou “são
amarelas”, o examinador deverá ajudar o paciente, dizendo “banana e
laranja são...”. De qualquer forma, o paciente não receberá ponto neste
item. O examinador não poderá ajudar mais o paciente nos dois itens
seguintes.

2. Fluência verbal (flexibilidade cognitiva): a pessoa deve falar quantas


palavras conseguir, começando com a letra S, no período de um minuto. O
examinador dará as seguintes instruções: “Diga o máximo de palavras que
conseguir começando com a letra S, quaisquer palavras, exceto variações
de verbos e nomes próprios”. Se o paciente não responder nos primeiros
cinco segundos, o examinador poderá dar um exemplo que estimule o
indivíduo a iniciar a verbalização das palavras. Se o paciente ficar em
silêncio por 10 segundos, estimular novamente, dizendo: “qualquer
palavra que comece com a letra S”. As palavras são registradas na folha de
respostas e, ao final, são somadas e agrupadas de acordo com a categoria
de acertos. Para até três palavras corretas, o paciente não recebe pontos
(zero). Se o paciente acertar de três a cinco palavras, recebe um ponto, e
de seis a nove, dois pontos. Acima de nove palavras verbalizadas em um
minuto, o paciente receberá a pontuação máxima, três pontos.

3. Séries motoras: as funções motoras também estão relacionadas aos


lobos frontais. O examinador, sentado na frente do paciente, pede que
o examinado olhe com atenção a sequência motora “punho-palma-lado
(PPL)”, realizada somente com a mão esquerda. Então, solicita que o
paciente realize este movimento, só que com a mão direita, inicialmente
acompanhando o examinador e, logo depois, sozinho. A pontuação é
fornecida de acordo com o número de sequências realizadas corretamente
(PPL), com ou sem a ajuda do examinador. Se o paciente não consegue
acompanhar o examinador em três sequências consecutivas, não recebe
pontos. Se acompanha o examinador nas três sequências iniciais, mas

99
UNIDADE III │ Avaliação Neuropsicológica Do Idoso

falha ao realizar os movimentos sozinho, recebe um ponto. Agora,


se consegue acompanhar pelo menos três sequências sem a ajuda do
examinador, recebe dois pontos, e se atinge seis ou mais sequências
(PPL) sozinho, recebe três pontos (pontuação máxima).

4. Instruções conflitantes: o paciente deve emitir uma resposta motora logo


após a emissão de um estímulo sonoro produzido pelo examinador, que
contrasta com o comportamento inicial. É uma tarefa em que as ordens
verbais entram em conflito com a estimulação sensorial, induzindo a
distração na execução da tarefa. Primeiramente, o examinador explica ao
paciente que ele deve bater na mesa duas vezes, quando ouvir uma batida.
É então efetuado o exemplo e o paciente é requisitado a acompanhar,
de acordo com a regra explicada. Logo após, insere-se a nova regra,
indicando que o paciente deve bater apenas uma vez, caso ouça duas
batidas na mesa. Após a compreensão dos exemplos, o paciente deverá
acompanhar as regras de forma misturada, o examinador irá mesclar
uma batida com duas, na seguinte sequência: 1-1-2-1-2-2-2-1-1-2. Para
o registro das informações, o paciente não recebe ponto se fizer como
o examinador (ex.: para uma batida, responde com uma batida). Um
ponto será fornecido para aqueles pacientes que exibirem mais que dois
erros. Caso apresente de um a dois erros, recebe dois pontos, enquanto
três pontos são dados a quem não apresenta sequer um erro durante o
exercício.

5. Controle inibitório (Go - No Go): tarefa similar à anterior, porém a


ordem dos movimentos se modifica. O paciente, nesta fase, deve inibir
o que aprendeu previamente, controlando a tendência de repetir o
comportamento. A tarefa consiste em o paciente bater uma vez na mesa,
quando ouvir uma batida. Após o exemplo, deve deixar de bater quando
ouvir duas batidas. Após o acompanhamento dos dois exemplos, o
paciente deverá acompanhar a mesma sequência anterior: 1-1-2-1-2-2-
2-1-1-2.

Na pontuação, o paciente não recebe ponto se acompanhar o padrão


anterior por quatro vezes seguidas. Um ponto é dado para o paciente que
apresenta dois erros ou mais, e dois pontos vão para quem exibe de um
a dois erros. A pontuação máxima é dada a quem não apresenta erros
durante a tarefa.

100
Avaliação Neuropsicológica Do Idoso │ UNIDADE III

6. Preensão manual (Autonomia): o examinador se posiciona na frente


do paciente e pede que ele não segure suas mãos. O paciente, que
se encontra com as palmas das mãos viradas para cima, deve inibir a
tendência observada em pacientes frontais, que acabam apertando
espontaneamente a mão do examinador. Quanto mais o paciente se
mostrar dependente de pistas ambientais, mais prejudicado pode estar
o funcionamento de seus lobos frontais. Se o paciente pega as mãos do
examinador, é orientado a não fazê-lo novamente, e então o exercício é
repetido. O paciente não recebe ponto se pega nas mãos do examinador
mesmo após a segunda instrução. Se pega apenas na primeira tentativa,
recebe um ponto. Se, ao sentir as mãos do examinador, hesita (ex.: mexe
as mãos) e fica na dúvida entre pegar ou não, recebe dois e, se não pega,
recebe a pontuação máxima (três pontos).

Pontuação total

Conforme exposto, cada um dos subtestes equivale a, no máximo, três pontos. Somados,
o seis subtestes totalizarão 18 pontos, que se referem à pontuação máxima possível
obtida na FAB, escores menores de 15 pontos podem indicar comprometimento na
região frontal.

International dementia HIV scale (IDHS) – Sacktor e


colaboradores 2005

Escala desenvolvida para avaliação de alteração cognitiva em pacientes portadores de HIV.

Registro de memória: Mencionar 4 palavras que os pacientes deverão recordar (cão,


chapéu, feijão, vermelho).

Apresentar cada palavra em 1 segundo.

Depois, peça para o paciente repetir as 4 palavras que você acabou de mencionar.

Repita as palavras que o paciente não lembrou imediatamente.

Explique ao paciente que você perguntará por essas palavras alguns minutos depois.

1. Rapidez motora: solicite que o paciente bata os dois primeiros dedos


da mão não dominante de forma tão ampla e rápida como seja possível.
Pontuação:

›› 4 = 15 em 5 segundos.

101
UNIDADE III │ Avaliação Neuropsicológica Do Idoso

›› 3 = 11-14 em 5 segundos.

›› 2 = 7-10 em 5 segundos.

›› 1 = 3-6 em 5 segundos.

›› 0 = 0-2 em 5 segundos.

2. Rapidez psicomotora: o paciente deverá realizar os seguintes


movimentos com a mão não dominante tão rápido como seja possível:

›› 1) Apertar a mão em punho sobre uma superfície plana.

›› 2) Colocar a mão sobre uma superfície plana com a palma para baixo.

›› 3) Colocar a mão perpendicular à superfície plana sobre o lado do


quinto dedo. Demonstrar e solicitar que o paciente pratique duas vezes
esses movimentos.

›› Memória: pergunte as 4 palavras que você disse no início do teste. 1


ponto para cada palavra dita espontaneamente e 0,5 ponto para cada
palavra dita após pista semântica: animal (cão), acessório (chapéu),
cor (vermelho), alimento (feijão).

Interpretação

O escore final consiste na somatória dos itens 1-3. O máximo escore possível é de 12
pontos.

Pacientes com pontuações menores ou iguais a 10 devem ser considerados para


investigação de HAND (desordens neurocognitivas associadas ao HIV/AIDS).

Avaliação da funcionalidade

Um aspecto particular na avaliação neuropsicológica de idosos diz respeito à


funcionalidade. A avaliação funcional é de extrema importância, pois demarca a
fronteira entre o envelhecimento cognitivo normal e patológico.

Escala de Lawton (Lawton, Brody, 1969)

É um instrumento de rápida e fácil aplicação, o qual avalia a capacidade de telefonar,


viajar, fazer compras, preparar refeições, fazer trabalhos manuais domésticos, lavar

102
Avaliação Neuropsicológica Do Idoso │ UNIDADE III

e passar roupas, tomar remédios e cuidar das finanças, sendo seu resultado expresso
através de três possibilidades: independência, dependência parcial (necessidade de
algum auxílio na execução das tarefas) e dependência completa. Estudos indicam, no
entanto, que fatores sociodemográficos, como idade, sexo, arranjo familiar e educação
podem exercer influência sobre a capacidade funcional.

Escala de Pfeffer

A escala de Pfeffer, composta por dez itens, evidencia a funcionalidade através do


grau de independência para realização das atividades instrumentais de vida diária. O
escore mínimo é 0 e o máximo é 30. Quanto mais pontos, maior é a dependência do
paciente, sendo considerada a presença de prejuízo funcional a partir de um escore de
3. A aplicação desta escala é realizada com familiar ou cuidador do paciente.

Escalas para avaliação do estado de humor

Inventário Beck de depressão

O Inventário Beck de Depressão, conhecido como BDI (BECK et al.,1961/1988), é


provavelmente a medida de autoavaliação de depressão mais amplamente usada
tanto em pesquisa como em clínica (DUNN et al., 1993), tendo sido traduzido para
vários idiomas e validado em diferentes países. A escala original consiste de 21 itens,
incluindo sintomas e atitudes cuja intensidade varia de 0 a 3. Os itens referem-se à
tristeza, pessimismo, sensação de fracasso, falta de satisfação, sensação de culpa,
sensação de punição, autodepreciação, autoacusações, ideias suicidas, crises de choro,
irritabilidade, retração social, indecisão, distorção da imagem corporal, inibição para
o trabalho, distúrbio do sono, fadiga, perda de apetite, perda de peso, preocupação
somática, diminuição de libido.

Escala de depressão e ansiedade hospitalar (HAD)


A Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS) possui 14 itens, dos quais sete
são voltados para a avaliação da ansiedade (HADS-A) e sete para a depressão (HADS-D).
Cada um dos seus itens pode ser pontuado de zero a três, compondo uma pontuação
máxima de 21 pontos para cada escala, adotados os pontos de cortes apontados por
Zigmond e Snaith recomendados para ambas as subescalas:

»» HAD-ansiedade: sem ansiedade de 0 a 8, com ansiedade igual ou acima 9.

»» HAD-depressão: sem depressão de 0 a 8, com depressão igual ou acima 9.

103
UNIDADE III │ Avaliação Neuropsicológica Do Idoso

Escala de depressão geriátrica

A escala é composta de 15 itens onde o paciente responde a cada questão com sim ou
não. Cada item em que o paciente respondeu sim vale 1 ponto. Escores igual ou maior
que 5 indicam presença de sintomas depressivos em idosos.

104
Correção
e Tabelas Unidade iV
Normativas

Capítulo 1
Fórmula de correção de testes
cognitivos e tabelas normativas

Neste capítulo vocês encontrarão como corrigir alguns testes citados anteriormente. As
tabelas de testes normativos para o Brasil, publicados em revistas acadêmicas, estão em
material complementar no final desta apostila. Testes que são vendidos pelas editoras
Pearson e Vetor (as tabelas) estão contidos no manual do instrumento.

Para muitos dos testes neuropsicológicos, como RAVLT, HVLT, Trail Making A e B,
Stroop – descritos nesta apostila) existe uma forma de correção:

Z = dados brutos (obtidos pelo paciente) - média (tabela do teste)


Desvio Padrão

Exemplo: Uma paciente com 41 anos e 8 anos de escolaridade obteve 19 pontos


em evocação imediata no teste HVLT. Para obtermos o desempenho neste, e
consequentemente, como ela foi em memória episódica de evocação imediata
(aprendizado de novas informações), aplicamos a fórmula acima:

Z= 19 – 22, 83 (média obtida na tabela normativa)


= - 0,48
7,86 (desvio padrão obtido na tabela)

Com esse resultado, você deve olhar na tabela colorida abaixo. Zscore -0,4, corresponde
ao percentil 34. Classificação Média.

Um cuidado que se deve ter é em testes que o resultado bruto envolve tempo (como:
Trail Making A e B, Stroop e Grooved). Nestes casos, você deve aplicar a fórmula do
zscore, mas inverter o sinal no final da operação.

Exemplo: Um paciente de 31 anos, 14 anos de escolaridade utilizou 92 segundos para


executar o teste trail making B (atenção alternada).

105
UNIDADE IV │Correção e Tabelas Normativas

Z= 92 – 55,49 (média obtida na tabela normativa)


= 2 (com inversão -2)
18,1 (desvio padrão obtido na tabela)

Por que devo inverter o sinal? O paciente utilizou mais tempo que a média de pessoas
com a mesma idade e anos de escolaridade, portanto seu desempenho é inferior. -2
equivale a um percentil de 2, classificação deficitária (funcionamento alterado). Se não
invertermos o paciente teria um percentil de 98, classificação superior (funcionamento
preservado). E não se esqueça de converter o tempo sempre para segundos, antes de
fazer o cálculo. Guarde bem esta tabela colorida, você a usará muito em sua prática.

QI %ile SD Z-score T-score Clas


145 >99.9 4 90 MtS
145 99.9 3 80 MtS
135 99 2,5 75 S
131 98 2 70 S
129 97 1,9 69 S
127 96 1,7 67 S
125 95 1,6 66 S
122 93 1,5 65 S
121 92 1,4 64 S
119 90 1,3 63 MS
118 88 1,2 62 MS
116 86 1,1 61 MS
115 84 1 60 MS
114 82 0,9 59 MS
112 79 0,8 58 MS
111 76 0,7 57 MS
109 73 0,6 56 M
108 69 0,5 55 M
106 66 0,4 54 M
105 62 0,3 53 M
103 58 0,2 52 M
102 54 0,1 51 M
100 50 0 50 M
99 46 -0,1 49 M
97 42 -0,2 48 M
96 38 -0,3 47 M
94 34 -0,4 46 M
93 31 -0,5 45 M
91 27 -0,6 44 M
90 24 -0,7 43 MI
88 21 -0,8 42 MI
86 18 -0,9 41 MI
85 16 -1 40 MI
84 14 -1,1 39 MI
82 12 -1,2 38 MI
81 10 -1,3 37 MI
79 8 -1,4 36 L

106
Correção e Tabelas Normativas │ UNIDADE IV

78 7 -1,5 35 L
75 5 -1,6 34 L
74 4 -1,7 33 L
73 4 -1,8 32 L
72 3 -1,9 31 L
70 2 -2 30 D
69 2 -2,1 29 D
64 1 -2,2 27 D
62 0,8 -2,3 26 D
62 0,6 -2,5 25 D
61 0,5 -2,6 24 D
60 0,4 -2,7 23 D
59 0,3 -2,8 22 D
57 0,2 -2,9 21 D
55 0,1 -3 20 D

Tabelas Coloridas: Fonte: Spreen, O e Strauss, E (2006). A Compendium of Neuropsychological Tests: Administration, Norms
and Commentary. 3r d Ed. Oxford University Press

Outra Tabela colorida que você utilizará bastante será a de conversão dos pontos
ponderados do WAIS e WISC em percentil.

Exemplo: Um paciente de 32 anos obteve 74 pontos nos códigos. Você deve ir até a
tabela do manual e converter o ponto bruto em ponderado. De acordo com a tabela
normativa de amostra brasileira, o ponto ponderado do paciente é 13.

Com este valor você vai à tabela abaixo e olha na coluna “ponderado” para encontrar
o percentil e a classificação. Neste caso, o percentil do paciente é de 84, classificação
média superior.

Tabela colorida

Conversion of Standard Deviations and T-Scores into Percentiles Ranks.

Ponderado %ile Clas


17 99 MtS
16 98 MtS
15 95 S
14 91 S
13 84 MS
12 75 MS
11 63 M
10 50 M
9 37 M
8 24 MI
7 16 MI
6 9 L

107
UNIDADE IV │Correção e Tabelas Normativas

5 5 L
4 2 D
3 1 D
2 0,4 D
1 0,1 D
1 0,1 D

Legenda: D (deficitário – dificuldade grave), L (limítrofe – dificuldade moderada), MI (média inferior – dificuldade leve),
M (média – funcionamento preservado), MS (média superior – funcionamento preservado), S (superior – funcionamento
preservado), MTS (muito superior- funcionamento preservado).

Tabelas Coloridas: Fonte: Spreen, O e Strauss, E (2006). A Compendium of Neuropsychological Tests: Administration, Norms
and Commentary. 3r d Ed. Oxford University Press

Determinar QI estimado

Na prática clínica, muitas vezes não aplicamos o WAIS inteiro para obtenção do QI,
e sim a aplicação de dois subtestes para obtenção do QI estimado. Para obter o QI
estimado, aplicamos um teste verbal e um de execução. As 4 formas possíveis são:
Informação e Raciocínio Matricial, Informação e Cubos, Vocabulário e Raciocínio
Matricial e Informação e Cubos. A forma mais utilizada é Vocabulários e Raciocínio
Matricial.

Para obter o QI, temos que obter primeiro a soma dos ponderados de cada subteste.

Exemplo: Uma paciente de 45 anos obteve 52 pontos em Vocabulário e 11 pontos no


Raciocínio Matricial.

Primeira etapa é ir na tabela do WAIS III e converter ponto bruto em ponderado.

Vocabulário: 52 pontos – ponderado de 15.

Raciocínio Matricial: 11 pontos – ponderado de 11.

Total: 15 + 11 = 26

Com este resultado você deve olhar na tabela abaixo a primeira coluna (sumo of age-
scaled socres) e olhar na linha e na coluna (V/MR). QI estimado é de 109. Depois de
achar o QI vá na tabela colorida e encontre o percentil e classificação: percentil 73,
classificação média.

Escala Mattis

A tabela é sobre a Escala Mattis, é uma escala de rastreio para Demência. Como uma
escala de rastreio, esta tem um ponto de corte. Você pode simplesmente somar todos
os itens aplicados e verificar se o paciente está abaixo do ponto de corte (sugestivo de

108
Correção e Tabelas Normativas │ UNIDADE IV

demência) ou acima do ponto de corte (funcionamento preservado). Mas você também


pode detalhar cada item que compõe a escala, verificando o desempenho do paciente
em cada função avaliada.

Para isso, você deve olhar a tabela correspondente à idade e à escolaridade do paciente
que está sendo submetido à avaliação neuropsicológica. Você pode olhar o resultado
bruto e olhar à esquerda o percentil correspondente, ou verificar a média e o desvio
padrão no final de cada função e fazer o cálculo do Zscore e, posteriormente, encontrar
o percentil e a classificação na tabela colorida.

FAS e animais

Nos anexos, segue a tabela dos testes de fluência verbal FAS e Animais para a população
idosa. Para obtenção do percentil, utilizar a fórmula do S zscore e posteriormente o
percentil e classificação na tabela colorida. As tabelas normativas para crianças,
adolescentes e adultos estão no Compêndio de Neuropsicologia do Spreen.

Para calcular o zscore, utilize a linha total de animais.

Ravlt

O teste Rey Auditory Verbal Learning Test avalia memória episódica auditiva verbal.
Para obtenção do desempenho do paciente você deve aplicar a fórmula do Zscore e,
posteriormente, ir à tabela colorida verificar o percentil e a classificação.

Para cálculo da memória de evocação imediata, ir à linha Sum (soma das cinco trilhas
de palavras), lista interferência ir à linha B1, evocação pós-interferência ir à linha A6,
evocação tardia ir à linha A7 e reconhecimento na linha recognition.

Nos anexos, apresento três tabelas (dividas por idade, dividida por idade e escolaridade
e outra para população idosa), alguns testes têm mais de uma tabela normativa. Todas
estão corretas, cabe ao profissional escolher qual prefere usar.

Recomendo que sempre que possível escolha a tabela que apresente divisão de idade e
escolaridade, já que esses são dois fatores que interferem no funcionamento cerebral.

HVLT (Hopkins Verbal Leraning Test) e BVMT (Brief


Visuospatial Memory)

Avalia memória episódica auditiva e visual. Para obtenção do desempenho, faça o


cálculo do zscore e, posteriormente, vá à tabela colorida para encontrar percentil

109
UNIDADE IV │Correção e Tabelas Normativas

e classificação. Para evocação imediata vá na coluna immediate, tardia (delayed) e


reconhecimento (recognition).

Trail Making Test e Stroop Test

O Trail Making Test A (TMTA) avalia atenção sustentada e Trail Making B (TMTB)
avalia atenção alternada. O Stroop (STC) avalia atenção alternada. Para obtenção
do desempenho vá à linha idade e na coluna escolaridade encontre a média e desvio
padrão. Faça a fórmula do zscore e, posteriormente, vá à tabela colorida para encontrar
percentil e classificação.

Boston Naming Test

O Boston Naming Test é um teste que avalia a linguagem, especificamente a nomeação.


Para obtenção do desempenho primeiro some a pontuação de acertos do teste,
posteriormente vá na linha da idade e na coluna de escolaridade e encontre a média
(mean) e desvio padrão (SD) e faça o cálculo do zscore, depois vá à tabela colorida para
encontrar o percentil e a classificação.

A primeira tabela refere-se a dados sobre o Boston original (versão americana) e a


segunda adaptada (versão brasileira). Para escolher a tabela verifique qual versão você
utilizou na aplicação.

110
Casos Clínicos Unidade V

Capítulo 1
Casos clínicos

Neste capítulo seguem alguns exemplos de caso clínico. Os dados referentes aos nomes,
idade e dados pessoais foram modificados para a proteção dos pacientes.

Caso 1 – avaliação infantil


Paciente do sexo masculino, 10 anos, encaminhado para avaliação neuropsicológica
devido suspeita de Déficit de Atenção e Hiperatividade.

Durante a entrevista inicial com os pais, foi observado que o desenvolvimento


neuropsicomotor do paciente foi dentro do esperado. O paciente apresenta
comportamento disperso na sala de aula, apresentando dificuldade de acompanhar as
matérias e baixo rendimento nas provas escolares.

Os pais referem que o filho é hiperativo, impulsivo, não conseguindo ficar muito tempo
em uma única atividade. Não consegue ficar parado em uma filha, seu quarto e suas
coisas pessoais estão sempre bagunçadas. Vive esquecendo material escolar e objetos
pessoais nos lugares. Estes comportamentos são observados em vários ambientes e não
só na escola.

É uma criança muito sociável e tem muitos amigos tanto na escola quanto no prédio em
que mora. O pai também apresenta diagnóstico de Déficit de atenção e hiperatividade.

Atitudes durante as tarefas

O paciente durante as tarefas apresentou-se receptivo e colaborativo. Executou os testes


com dedicação, empenho e facilidade. Foi observado um comportamento disperso e de
agitação psicomotora durante a avaliação.

111
UNIDADE V │ Casos Clínicos

Avaliação neuropsicológica

O processo de avaliação neuropsicológica foi dividido em dois momentos: as primeiras


sessões sem o uso da Ritalina e a última com o paciente medicado, sendo solicitado que
refizesse alguns testes nos quais obteve desempenho inferior.

Funções intelectuais

Paciente apresentou um funcionamento intelectual dentro da faixa Média Inferior –


dificuldade leve (QI= 86, percentil 23) sem o uso da ritalina, e após a reaplicação de
alguns testes com o paciente medicado seu funcionamento intelectual ficou dentro da
faixa Média – funcionamento preservado (QI= 108, percentil 66).

O instrumento utilizado foi o WISC-IV – Escala Wechsler de Inteligência para Crianças.


É composto por 15 subtestes e 4 índices: Compreensão Verbal, Organização Perceptual,
Memória Operacional e de Trabalho e Velocidade de Processamento.

Figura 9.

Fonte: própria autora (Maria Rita Polo Gascón)

Subtestes de compreensão verbal (percentil: 33 –


classificação média)

1. Semelhanças: O objetivo é medir o raciocínio verbal e a formação de


conceitos. Envolve compreensão oral, memória, capacidade de distinguir
o essencial do não essencial e a forma de se expressar verbalmente.
O desempenho do paciente neste foi: Média – Percentil 50 –
Funcionamento Preservado.

2. Vocabulário: O objetivo é medir o conhecimento de palavras, a formação


de conceitos verbais, nível de conhecimento, habilidade de aprendizado,

112
Casos Clínicos │ UNIDADE V

memória de longo prazo e nível de desenvolvimento linguístico. Outras


habilidades que podem ser manifestadas durante esse subteste: percepção
auditiva e compreensão, conceituação verbal, pensamento abstrato e
expressão verbal. O desempenho do paciente foi: Média – Percentil
63 - Funcionamento preservado.

3. Compreensão: Mede raciocínio verbal e conceituação, compreensão


verbal e expressão, habilidade para avaliar e utilizar experiências
anteriores e habilidade para transmitir informações de ordem prática.
Envolve, ainda, conhecimentos de padrões de comportamento,
julgamento, maturidade e bom senso. O desempenho do paciente foi:
Média Superior – Percentil 75 - Funcionamento Preservado.

4. Informação: O objetivo é medir a capacidade de adquirir, reter e


recuperar conhecimentos factuais. Envolve inteligência, memória de
longo prazo e capacidade de reter e recuperar informações adquiridas na
escola e no ambiente em que vive. O desempenho do paciente foi: Média
– Percentil 63 - Funcionamento Preservado.

5. Raciocínio com Palavras: O objetivo é medir o raciocínio verbal,


compreensão verbal, habilidade de raciocínio analógico e geral, abstrações
verbais, conhecimentos dos assuntos, capacidade de integrar-se e
sintetizar vários tipos de informação e criação de conceitos alternativos. O
desempenho do paciente foi: Média – Percentil 37 -Funcionamento
Preservado

Subtestes de organização perceptual (percentil: 18


– média inferior)

1. Cubos: O objetivo é medir a habilidade de analisar e sintetizar estímulos


visuais abstratos. Envolve, também, a criação de conceitos não verbais,
percepção visual e organização, processamento simultâneo, coordenação
visual e motora, aprendizado e habilidade de separar figura e fundo.
O desempenho do paciente foi: Média Inferior – Percentil 16 –
Dificuldade Leve. O desempenho do paciente foi o mesmo com e sem
o uso da Ritalina.

2. Conceitos Figurativos: Mede nível de abstração e habilidade de


raciocinar, fazendo montagens conforme uma classe específica. O
desempenho do paciente foi: Média – Percentil 50 – Funcionamento
Preservado.

113
UNIDADE V │ Casos Clínicos

1. Raciocínio Matricial: O objetivo é avaliar inteligência fluída - habilidade de


resolução de problemas. O desempenho do paciente foi: Limítrofe – Percentil
9 – Dificuldade Moderada (sem o uso da Ritalina) e Médio Inferior –
Dificuldade Leve - Percentil 24 (com o uso da Ritalina).

2. Completar Figuras: O objetivo é medir a percepção visual e a organização,


concentração e reconhecimento visual de detalhes essenciais dos diferentes
objetos. O desempenho do paciente foi: Limítrofe – Percentil 5 – Dificuldade
Moderada (sem o uso da Ritalina) e Média – Funcionamento
Preservado - Percentil 63 (com o uso da Ritalina).

Figura 10.

Fonte: própria autora (Maria Rita Polo Gascón)

Subtestes de memória operacional (percentil: 27,


classificação: média)

1. Dígitos: O objetivo é medir a memória auditiva de curto prazo,


sequenciamento, atenção e concentração. Dígitos de Ordem Direta
envolvem especificamente aprendizagem por memorização, atenção,
codificação e processamento auditivo. Dígitos de Ordem Inversa envolvem
memória operacional, transformação de informações, agilidade mental e
imagens visuais e espaciais. O desempenho do paciente foi: Ordem Direta:
7, Ordem Indireta: 6, Span de Dígitos: 0. O desempenho do paciente foi:
Média – Percentil 37- Funcionamento Preservado. O paciente
obteve o mesmo desempenho com e sem o uso da medicação.

114
Casos Clínicos │ UNIDADE V

2. Sequência de Números e Letras: Este subteste envolve


sequenciamento, agilidade mental, atenção, memória auditiva de curto
prazo, imagens visuais e espaciais e velocidade de processamento.
O desempenho do paciente foi: Média Inferior – Percentil 24 –
Dificuldade Leve (sem a medicação) e desempenho Médio –
Percentil 37 – Funcionamento Preservado (com a medicação).

3. Aritmética: Envolve agilidade mental, concentração, atenção, memória


de curto prazo e longo prazo e habilidade de raciocínio numérico. O
desempenho do paciente foi: Limítrofe – Percentil 5 – Dificuldade
Moderada e desempenho Médio Inferior – Dificuldade Leve -
Percentil 24 – (com a medicação).

Figura 11.

Fonte: própria autora (Maria Rita Polo Gascón)

Subtestes de velocidade de processamento


(percentil: 9, classificação: limítrofe)

1. Código: O objetivo é medir a velocidade de informação (tempo requerido


para processar as informações), memória de curto prazo, aprendizado,
percepção visual, coordenação motora e visual, amplitude visual, atenção
e motivação. O desempenho do paciente foi: Deficitário – Percentil 1
– Dificuldade Grave (sem a medicação) e desempenho Médio –
Funcionamento Preservado – Percentil 50 (com a medicação).

115
UNIDADE V │ Casos Clínicos

2. Procurar Símbolos: Mede a velocidade de processamento, memória


visual de curto prazo, coordenação visual e motora, flexibilidade cognitiva,
discriminação visual e concentração. O desempenho do paciente foi:
Média – Percentil 50 - Funcionamento Preservado.

3. Cancelamento: O objetivo é medir a velocidade de processamento,


atenção visual seletiva, vigilância ou negligência visual. O desempenho
do paciente foi: Limítrofe – Percentil 9 – Dificuldade Moderada
(sem o uso da medicação) e desempenho na faixa Média Inferior
– Dificuldade Leve – Percentil 16 (com o uso da medicação).

Figura 12.

Fonte: própria autora (Maria Rita Polo Gascón).

Memória

Apresentou desempenho na faixa média (funcionamento preservado, percentil


37) em memória operacional e de trabalho - função associada à estocagem das
informações, flexibilidade mental, atenção ativa e passiva e processamento de novas
informações quando analisamos o conjunto de testes utilizados para esta função
cognitiva.

Em prova de memória episódica (habilidade de aprendizado de novas informações)


auditiva de evocação imediata apresentou desempenho na faixa média inferior
(dificuldade leve, percentil 18) quanto ao automonitoramento mnéstico,
apresentando desempenho abaixo da média em estocagem das informações, com
curva crescente de aprendizagem e sem perdas das informações aprendidas após

116
Casos Clínicos │ UNIDADE V

exposição a distratores, apresentando desempenho na faixa média (funcionamento


preservado, percentil 42). E desempenho também na faixa média (funcionamento
preservado, percentil 34) em memória tardia (evocação das palavras aprendidas
após 25 minutos) e na prova de reconhecimento das palavras ditas anteriormente
(percentil 50).

Em memória visual, o paciente apresentou desempenho na faixa média (funcionamento


preservado, percentil 50) em evocação imediata e desempenho na faixa média
superior (funcionamento preservado, percentil 76) em reconhecimento.

O paciente obteve desempenhos similares quando avaliado com e sem a medicação.

Praxia e visuoconstrução

Os termos praxia e visuoconstrução designam uma esfera complexa do funcionamento


humano, a da capacidade de realizar atos voluntários no plano prático. Uma variedade
de atividades depende dessas capacidades, desde o ato de se vestir, escovar os dentes,
até a realização de tarefas mais complicadas como construir um modelo tridimensional.
Em outras palavras, praxia e visuoconstrução se referem às habilidades que permitem
executar ações voltadas a um fim no plano concreto, por meio da atividade motora.

Os comportamentos práxicos ou visuoconstrutivos são muitos e variáveis, envolvendo


diferentes processos neuropsicológicos. A capacidade para desempenhar essas atividades
requerem algumas condições: percepção visual, raciocínio espacial, habilidade para
formular planos ou metas, comportamento motor e capacidade de monitorar o próprio
desempenho.

A avaliação da habilidade de praxia e visuoconstrução foi realizada a partir de atividades


gráficas e construtivas.

»» Atividade Gráfica – Cópia: Figura de Rey: Este teste consiste na


cópia de uma figura complexa da melhor forma possível e mantendo o
maior número de detalhes possível. O paciente obteve um desempenho
na faixa Deficitária (dificuldade grave) – Percentil: < 0.1 (com e
sem a medicação).

»» Atividade Construtiva – Cubos (WISC-IV): Construção com cubos


de figuras tridimensionais a partir de modelos bidimensionais. O paciente
obteve um desempenho na faixa: Média Inferior (dificuldade leve)
– Percentil: 16 (com e sem a medicação).

117
UNIDADE V │ Casos Clínicos

»» Atividade Gráfica – Cópia : Teste de Gestáltico de Bender: Este


teste consiste na cópia de nove figuras sem significado com diferentes
formas, ângulos e níveis de dificuldade. O desempenho do paciente neste
teste foi: Limítrofe (dificuldade moderada) – Percentil: 3. A
resistência do paciente a este tipo de atividade, em minha opinião, foi o
que mais lhe prejudicou.

Atividades visuoperceptivas:

» Completar Figuras (WISC-V): Em todos os itens deste teste, a criança deverá


apontar ou indicar com palavras o que está faltando nas figuras que lhe foram
apresentadas, dentro de um limite preestabelecido de tempo. O desempenho do
paciente foi na faixa: Limítrofe (dificuldade moderada) – Percentil: 5 (sem
a medicação) e desempenho Médio (funcionamento preservado) –
Percentil 63 (com a medicação).

» Hooper Visual Organization Test: É um instrumento de rastreamento de


30 itens que mede a capacidade de organização visual. Trata-se de desenhos de
objetos simples que foram cortados em pedaços e rearranjados, como em um
quebra-cabeça. A tarefa do examinando é nomear o que cada objeto seria se os
pedaços fossem colocados juntos. Desempenho bem sucedido nessa tarefa depende
de habilidades analíticas visual primário, a capacidade de integrar ou sintetizar
pedaços fragmentados de um objeto em uma gestalt, e a capacidade de rotular
objetos verbalmente ou por escrito. O paciente obteve um desempenho na faixa:
Média Superior (funcionamento preservado) – Percentil: 90.

Linguagem

O conceito de linguagem é definido pelo uso de um meio organizado de combinar as


palavras a fim de se comunicar, embora a comunicação não se constitua unicamente
num processo verbal. As formas não-verbais, como gestos ou desenhos também são
capazes de transmitir ideias e sentimentos.

Durante a avaliação, o paciente se mostrou receptivo, com boa expressão verbal e sem
erros fonológicos. Apresentou desempenho na faixa Média Superior (percentil
88, funcionamento preservado) na capacidade de nomeação e funcionamento
preservado na compreensão de comandos verbais.

Em teste que avaliou a memória de curto prazo fonológica por meio de uma tarefa de
repetição de palavras e pseudopalavras, o paciente apresentou uma pontuação total

118
Casos Clínicos │ UNIDADE V

padrão de 128, classificação alta (funcionamento preservado), sendo que obteve


pontuação de 110 em repetição de palavras e 109 na repetição de pseudopalavras,
classificação média (funcionamento preservado).

Atenção

Em teste que avaliou a capacidade de seletividade (capacidade de selecionar estímulo


relevante e ignorar os estímulos irrelevantes), sustentação (capacidade de manter
e sustentar a atenção seletiva sobre o estímulo por um longo período de tempo,
mantendo uma resposta contínua e consistente) e alternância (capacidade de alternar
o foco entre duas ou mais tarefas, substituindo o estímulo alvo da atenção para outro)
o paciente apresentou uma pontuação total padrão de 105 (classificação média
– funcionamento preservado). Analisando o teste por partes, o paciente obteve
as seguintes pontuações e classificações: Sustentação (113, Média), Seletividade (104,
Média) e Alternância (83, Baixa).

Em teste que avaliou atenção seletiva (capacidade de ignorar um estímulo em detrimento


de outro), apresentou desempenho na faixa deficitária (dificuldade grave,
percentil <0.1) sem a medicação e desempenho na faixa deficitária (dificuldade
grave, percentil 3), com medicação. Apesar de ainda manter-se na faixa deficitária,
o paciente errou menos quando medicado.

Apresentou desempenho na faixa média superior (funcionamento preservado,


percentil 79) em atenção sustentada (habilidade de manter uma reposta estável
durante uma atividade intensa e repetitiva, ou seja, de manter o foco em uma tarefa
por um período de tempo contínuo sem se distrair) sem medicação e desempenho na
faixa superior (funcionamento preservado, percentil 93) com a medicação.
Em relação à atenção alternada (capacidade de alternar o foco), o paciente obteve
desempenho na faixa média inferior (percentil 12, dificuldade leve), sem a
medicação e desempenho na faixa média superior (funcionamento preservado,
percentil 79) com a medicação.

O paciente apresentou desempenho na faixa limítrofe (dificuldade moderada,


percentil 7) em atenção concentrada (habilidade de se concentrar em uma coisa
enquanto excluímos outras coisas à nossa volta), com oscilação no ritmo de execução
da tarefa e com vários erros do tipo omissão e incorretos, quando não estava medicado.
Em uso da medicação seu desempenho foi muito superior (funcionamento
preservado, percentil 99), sem oscilação de ritmo na execução da tarefa e com
pouquíssimos erros.

119
UNIDADE V │ Casos Clínicos

Figura 13.

Fonte: própria autora (Maria Rita Polo Gascón)

Função executiva e velocidade de processamento


das informações

Em relação à função executiva (conjunto de habilidades que, de forma integrada,


possibilita ao indivíduo direcionar comportamentos a objetivos), o paciente apresentou
desempenho médio (funcionamento preservado, percentil 73) em teste que
avaliou raciocínio abstrato e capacidade de gerar estratégias de solução de problemas,
em resposta a condições de estimulação mutáveis. Apesar do desempenho preservado,
foi possível observar que o paciente não se beneficiou dos feedbacks oferecidos pela
examinadora, se perdendo algumas vezes durante a execução do teste.

Em teste que avaliou a capacidade de fluência verbal, foi observado um desempenho na


faixa média inferior (funcionamento preservado, percentil 24) na produção
de palavras com determinadas letras e desempenho na faixa média inferior
(funcionamento preservado, percentil 16) em fluência verbal categórica. A
ansiedade com o tempo prejudicou o paciente nesta tarefa.

O paciente apresentou desempenho na faixa deficitário (dificuldade grave,


percentil 1) sem a medicação em relação à velocidade de processamento das
informações (tempo requerido para processar estímulos apresentados) e desempenho
na faixa média (funcionamento preservado, percentil 1) com a medicação.

120
Casos Clínicos │ UNIDADE V

Habilidades acadêmicas

O paciente apresentou desempenho na faixa média (funcionamento preservado,


percentil 63) nas prova de vocabulário – conhecimento dos significados das palavras
e informações (que avalia conhecimento aprendizado na escola).

Em teste oral de aritmética (problemas matemáticos) o paciente apresentou desempenho


na faixa limítrofe (dificuldade moderada, percentil 5) sem a medicação
e desempenho na faixa média inferior (dificuldade leve, percentil 1) com a
medicação.

No teste de ditado que incluía palavras regulares, irregurregulares e pseudopalavras, o


paciente apresentou uma frequência de erros de 0,2%, considerado uma porcentagem
dentro dos padrões normais para a idade.

Sua leitura é fluída, com entonação, sem erros fonológicos e com ritmo adequado.

Em relação à aritmética, o paciente obteve pontuação padrão de 72, classificação


baixa. Analisando o teste separadamente, o paciente obteve pontuação padrão 108,
classificação: Média em Processamento Numérico (compreensão e produção de símbolos
e números), (leitura, escrita e contagem de números e recuperação de fatos numéricos)
e pontuação padrão de 81, classificação baixa em Cálculo (processamento dos símbolos
matemáticos operacionais e execução de cálculos). O paciente obteve um desempenho
inferior em cálculo, pois disse que não sabia realizar contas de multiplicação e divisão.
As operações de adição e subtração foram realizadas corretamente.

Psicoafetivo

Foi utilizado o teste HTP (abreviação do inglês House, Tree, Person – em português:
casa, árvore, pessoa), é uma técnica projetiva gráfica cujas características de traçado,
forma, cor, plasticidade etc. revelarão aspectos profundos da personalidade do sujeito.

Após análise dos desenhos do teste HTP, foi possível observar as seguintes características:
facilidade de interação com o meio ambiente, bom relacionamento social, facilidade de
comunicação, segurança em relação a si, mas insegurança em relação ao desempenho
acadêmico e sentimentos de adequação social.

121
UNIDADE V │ Casos Clínicos

Escala de transtorno de déficit de atenção e


hiperatividade (SNAP)

Foi solicitado que os pais e a professora respondessem ao questionário pensando em


seu filho com e sem o uso da ritalina.

Sem a medicação os pais e a professora assinalaram a coluna bastante ou demais nos


seguintes itens: não consegue prestar atenção a detalhes ou comete erros por descuido
nos trabalhos de casa ou tarefas, parece não estar ouvindo quando se fala com ele, não
segue as instruções até o fim e não termina deveres da escola, tem dificuldade para
organizar tarefas e atividades, evita, não gosta ou se envolve contra vontade em tarefas
que exigem esforço mental prolongado, perde coisas necessárias para atividades,
distrai-se com estímulos externos, é esquecido no dia a dia, mexe com as mãos ou os
pés ou se remexe na cadeira, sai do lugar na sala de aula ou em outras situações em que
isto é inapropriado, não para ou frequentemente está a “mil por hora”, fala em excesso,
responde as perguntas de forma precipitada antes delas terem sido terminadas, tem
dificuldade em esperar sua vez e interrompe os outros ou se intromete.

Com a medicação todos estes comportamentos foram assinalados como nem um


pouco ou só um pouco.

Conclusão

Os resultados da avaliação atual indicam que o paciente mantém funcionamento


preservado nas seguintes funções: memória operacional, memória episódica auditiva
de evocação pós-interferência, tardia e de reconhecimento, organização visual,
linguagem (nomeação e compreensão verbal), atenção sustentada, função executiva,
habilidades acadêmicas (vocabulário e informações aprendidas na escola), memória
visual, memória de curto prazo fonológica;

»» Desempenho Médio-Inferior (dificuldade leve) em: funcionamento


intelectual, memória episódica de evocação imediata, praxia construtiva,
fluência verbal fonética e categórica, aritmética (cálculos).

»» Desempenho Limítrofe (dificuldade moderada) em:


visuopercepção, habilidades acadêmicas (prova oral de matemática),
atenção concentrada.

»» Desempenho Deficitário (dificuldade grave) em: visuoconstrução,


atenção seletiva, velocidade de processamento das informações.

122
Casos Clínicos │ UNIDADE V

De acordo com a anamnese feita com a mãe e o resultado dos testes aplicados, minha
hipótese diagnóstica, no momento atual, é que o paciente apresenta sintomas de
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade.

Foi possível observar que o paciente apresentou melhoras cognitivas significativas com
o uso da medicação nas seguintes funções: atenção, velocidade de processamento das
informações, visuopercepção e funcionamento intelectual. Aparentemente, a memória
não possui influência direta com a dificuldade atencional, especificamente neste caso.

Habilidades a serem trabalhadas: análise e síntese de estímulos visuais abstratos,


coordenação visual e motora, separação de figura e fundo, organização de estímulos
visuais e auditivos, cálculos (multiplicação e divisão).

Recomendações

» Avaliação médica.

» Seguimento com a psicopedagoga.

» Nova avaliação a critério médico ou da psicopedagoga.

Caso clínico 2 – avaliação de adulto

Paciente, 46 anos, 15 anos de escolaridade, encaminhado pelo psiquiatra para avaliação


do funcionamento cognitivo. Em entrevista inicial o paciente refere que desde o final
do ano passado (2016) observou dificuldades de memória. Relata que sempre teve
facilidade de memorização e recordação de informação, mas que, nos últimos meses,
percebeu uma lentidão neste processo, conseguindo evocar a informação um tempo
depois.

Realizou tratamento para Hepatite C, tendo sucesso terapêutico somente no quarto


tratamento, que foi finalizado em maio de 2016. Foi aposentado após diagnóstico
de fibrose hepática. Iniciou, por recomendação do psiquiatra, um tratamento com
antidepressivo, cinco dias antes da avaliação.

Atitude durante as tarefas

O paciente durante a aplicação dos testes apresentou-se receptivo, colaborativo,


mostrando se ansioso e preocupado com seu desempenho em alguns testes,
principalmente os de memória.

123
UNIDADE V │ Casos Clínicos

Escala de humor

De acordo com as respostas obtidas na escala de Depressão e Ansiedade Hospitalar,


o paciente apresenta sintomas significativos de ansiedade, mas não de depressão. Os
principais sintomas foram: tensão, preocupação, sensação de medo como se algo ruim
fosse acontecer, dificuldade em relaxar e inquietação.

Escala de atividades de vida diária

O paciente apresenta-se independente para as atividades básicas e instrumentais.

Avaliação neuropsicológica

Funções intelectuais

Paciente apresentou funcionamento intelectual estimado, dentro da faixa Média –


funcionamento preservado (QI= 107, percentil 69). Apresentou desempenho na faixa
Média (funcionamento preservado, percentil 63) em inteligência cristalizada que se
refere à recuperação de conhecimentos adquiridos durante a vida e desempenho na
faixa Média Superior (funcionamento preservado, percentil 84) em inteligência
fluída, ou seja, a habilidade de resolução de problemas simples, sobretudo problemas
novos. Inclui o raciocínio lógico e a formação de conceitos.

Memória

Apresentou desempenho na faixa Média (funcionamento preservado, percentil 37) em


memória operacional e de trabalho - função associada à estocagem das informações,
flexibilidade mental, atenção ativa e passiva e processamento de novas informações.

Em prova de memória episódica auditiva, relacionada ao aprendizado de novas


informações, o paciente apresentou desempenho na faixa Média Inferior (dificuldade
leve, percentil 16) em evocação imediata referente ao automonitoramento mnéstico,
apresentando desempenho na faixa média inferior (dificuldade leve) em estocagem das
informações, com curva oscilante de aprendizagem.

Apresentou perda das informações previamente apresentadas após interferência -


distratores (desempenho na faixa Média Inferior – dificuldade leve, percentil 10) e
desempenho na faixa Limítrofe (dificuldade moderada, percentil 8) em memória
tardia.

124
Casos Clínicos │ UNIDADE V

Em relação à memória auditiva de reconhecimento (capacidade discriminar as


informações aprendidas anteriormente), o paciente apresentou um desempenho na
faixa Média Inferior (dificuldade leve, percentil 16).

Em relação à memória episódica visual, o paciente apresentou desempenho na faixa


Média Superior (funcionamento preservado, percentil 76) em evocação imediata
(com curva crescente de aprendizagem), desempenho na faixa Média (funcionamento
preservado, percentil 50) em evocação tardia e reconhecimento dos estímulos visuais
apresentados. Na memorização de figura complexa, o paciente apresentou desempenho
na faixa Superior (funcionamento preservado, percentil 96).

Linguagem

Apresentou fala fluente, discurso coerente, sem erros fonológicos e desempenho na


faixa Média (funcionamento preservado, percentil 42) em nomeação e desempenho na
faixa Média Inferior (dificuldade leve, percentil 12) em compreensão de comandos
verbais, executando somente partes dos comandos solicitados. O que prejudicou o
paciente neste teste foi a ansiedade e não a dificuldade de compreensão dos comandos.

Visuo- construção, praxia e visuopercepção

O paciente apresentou desempenho na faixa Média (funcionamento preservado,


percentil 58) em relação à habilidade de executar, por meio de atividade motora, ações
direcionadas a um fim no plano concreto. Em desempenho na também faixa Média
(funcionamento preservado, percentil 63) em relação à capacidade de visuopercepção
(habilidade de percepção visual de detalhes essenciais).

Atenção

O paciente apresentou desempenho na faixa Superior (funcionamento preservado,


percentil 95) em atenção sustentada (habilidade de manter uma reposta estável
durante uma atividade intensa e repetitiva, ou seja, de manter o foco em uma tarefa por
um período de tempo contínuo sem se distrair), desempenho Médio (funcionamento
preservado, percentil 66) em atenção dividida (capacidade de alternar o foco e prestar
atenção em duas coisas ao mesmo tempo) e desempenho na faixa Média Superior
(funcionamento preservado, percentil 79) em atenção seletiva (capacidade de ignorar
um estímulo em detrimento de outro).

125
UNIDADE V │ Casos Clínicos

Velocidade de processamento das informações

O paciente apresentou desempenho na faixa Média (funcionamento preservado,


percentil 63) em relação à velocidade de processamento das informações (tempo
requerido para processar estímulos apresentados).

Função executiva

Em relação à função executiva (conjunto de habilidades, que de forma integrada,


possibilitam ao indivíduo direcionar comportamentos a objetivos), o paciente apresentou
desempenho na faixa Média Superior (funcionamento preservado, percentil 75), em
teste que avaliou raciocínio abstrato e capacidade de gerar estratégias de solução de
problemas, em resposta a condições de estimulações mutáveis.

Em teste que avaliou a capacidade de fluência verbal, foi observado um desempenho


na faixa Média Inferior (dificuldade leve, percentil 16) na produção de palavras com
determinadas letras – fluência verbal fonética e desempenho Médio (funcionamento
preservado, percentil 34) em fluência verbal categórica. A ansiedade e a pressão pelo
tempo prejudicaram o paciente neste teste.

Velocidade motora

Em teste que avaliou rapidez motora e rastreio visual o paciente apresentou desempenho
na faixa Média (funcionamento preservado), percentil 42 com a mão dominante e
percentil 62 com a mão não dominante.

Conclusão

Os resultados da avaliação atual indicam que o paciente mantém funcionamento


preservado nas seguintes funções: funcionamento intelectual estimado, inteligência
cristalizada e fluida, memória operacional e de trabalho, memória visual de evocação
imediata, tardia e reconhecimento, visuoconstrução, praxia, visuopercepção, linguagem
(nomeação), atenção (sustentada, alternada e seletiva), função executiva, fluência
verbal categórica, rapidez motora e rastreio visual de ambas as mãos.

»» Desempenho Médio-Inferior (dificuldade leve): memória


episódica auditiva de evocação imediata, pós-interferência e tardia,
linguagem (compreensão de comandos verbais), fluência verbal fonética.

»» Desempenho Limítrofe (dificuldade moderada): memória


episódica auditiva de evocação tardia.

126
Casos Clínicos │ UNIDADE V

De acordo com a avaliação neuropsicológica atual, foi possível observar que o paciente
apresentou prejuízos cognitivos, principalmente, em memória (principalmente
relacionado ao aprendizado de novas informações), compreensão das informações e
fluência verbal fonética. Minha hipótese é que estas alterações estão relacionadas a um
quadro de ansiedade, que pode resultar em uma situação de estresse toda vez que o
paciente precisar evocar uma informação, principalmente se for a um curto prazo de
tempo.

O transtorno de ansiedade é caracterizado por uma preocupação excessiva ou


expectativa apreensiva e é acompanhada pelos seguintes sintomas: inquietação,
fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular e perturbação do
sono. A reação mais evidente à ansiedade é a resposta psicológica à condição, ou seja,
o estresse. O estresse e a ansiedade podem afetar áreas do cérebro que influenciam,
além da atenção, a memória de curto e longo prazo e a produção química, o que pode
resultar num desequilíbrio. O estresse pode ativar continuamente o sistema nervoso,
que, por sua vez, pode influenciar outros sistemas do corpo, desencadeando reações
físicas, desgaste corporal fadiga e outros sintomas.

Recomendo avaliação médica, psicoterapia e nova reavaliação a critério médico.

Caso clínico: avaliação idoso

Paciente 70 anos, 5 anos de escolaridade, viúva a 10 anos, 2 filhos. Foi encaminhada


pelo médico neurologista devido à queixa de dificuldade de memória. A paciente
compareceu ao atendimento de avaliação neuropsicológica acompanhada por um de
seus filhos. De acordo com o filho, a mãe faz a mesma pergunta várias vezes, não se
recordando que havia feito a pergunta pouco tempo antes. A família observa esses
sintomas há aproximadamente 7 meses.

A paciente mora sozinha, faz atividades físicas três vezes por semana, faz compras
e pagamentos sozinha e coloca lembrete na geladeira para conseguir se lembrar dos
horários das medicações. Apresentou quadro depressivo há 1 ano.

A paciente faz tratamento para Hipertensão e Diabetes.

Medicações em uso: Fluoexetina, Enalapril, Metformina.

Atitude durante as tarefas

A paciente, durante a aplicação dos testes, apresentou-se receptiva, colaborativa na


execução das tarefas propostas.

127
UNIDADE V │ Casos Clínicos

Questionário de atividades funcionais – Pfeffer

O questionário foi respondido pela filha e pela paciente. De acordo com as respostas a
paciente apresenta independência para todas as atividades questionadas.

O total de pontos foi 30 de 30.

Interpretação: funcionamento preservado

Testes de rastreio cognitivo

Escala de Avaliação para casos de Demência – Mattis

A paciente obteve as seguintes pontuações nos itens que compõe a escala:

»» Atenção: 37 de 37.

»» Iniciação e Perseveração: 37 de 37.

»» Conceituação: 35 de 39.

»» Construção: 06 de 06.

»» Memória: 21 de 25.

Total: 124 de 144 (Ponto de Corte Sugerido: 122).

Interpretação: funcionamento preservado

Escala de Avaliação para Comprometimento Cognitivo Leve – MoCA-B.

A paciente obteve as seguintes pontuações nos itens que compõe a escala:

»» Funções Executivas: 01 de 01.

»» Fluência: 01 de 02.

»» Orientação: 06 de 06.

»» Cálculo: 01 de 03.

»» Abstração: 03 de 03.

»» Evocação Tardia: 0 de 05.

»» Percepção Visual: 02 de 03.

128
Casos Clínicos │ UNIDADE V

»» Nomeação: 04 de 04.

»» Atenção: 03 de 03.

Total: 22 de 30 (Ponto de Corte Sugerido: 26):

Interpretação: Funcionamento Cognitivo Comprometido

Avaliação neuropsicológica

Funções intelectuais

A Paciente apresentou um funcionamento intelectual estimado, dentro da faixa Média


– funcionamento preservado (QI= 104, percentil 62). Apresentou desempenho
na faixa média superior (funcionamento preservado, percentil 84) em inteligência
cristalizada, relacionada à recuperação de conhecimentos que a pessoa adquiriu
durante a vida e desempenho na faixa média (funcionamento preservado, percentil
63) em inteligência fluída, associada à capacidade da resolver problemas, sobretudo
problemas novos, inclui o raciocínio lógico e a formação de conceitos.

Memória

Apresentou desempenho na faixa média superior (funcionamento preservado,


percentil 84) em memória operacional e de trabalho - função associada à estocagem
das informações, flexibilidade mental, atenção ativa e passiva e processamento de
novas informações.

Em prova de memória episódica auditiva de evocação imediata (habilidade de


aprendizado de novas informações) apresentou desempenho na faixa Média Inferior
(dificuldade leve, percentil 24) quanto ao automonitoramento mnéstico, sem curva
crescente de aprendizagem, sem perdas significantes das informações previamente
apresentadas após passagem de tempo. Apresentou desempenho na faixa deficitária
(dificuldade grave, percentil 0,6) em memória tardia (evocação das palavras
aprendidas após 25 minutos) não se recordando de nenhuma palavra dita anteriormente
e desempenho na faixa limítrofe (dificuldade moderada, percentil 7) em prova
de memória auditiva de reconhecimento.

Em relação à memória episódica visual, a paciente apresentou desempenho na faixa


Média inferior (dificuldade leve) em evocação imediata (com curva crescente de
aprendizagem), tardia (percentis: 14 e 16, respectivamente). Beneficiou-se de

129
UNIDADE V │ Casos Clínicos

pistas visuais, obtendo um desempenho na faixa média superior (funcionamento


preservado, percentil 73) em memória visual de reconhecimento.

Velocidade de processamento das informações

A paciente apresentou desempenho na faixa média (funcionamento preservado,


percentil 63) em relação à velocidade de processamento das informações (tempo
requerido para processar estímulos apresentados).

Praxia, visuoconstrução e visuopercepção

Os termos praxia e visuoconstrução designam uma esfera complexa do funcionamento


humano, a da capacidade de realizar atos voluntários no plano prático. Uma variedade
de atividades depende dessas capacidades, desde o ato de se vestir, escovar os dentes,
até a realização de tarefas mais complicadas como construir um modelo tridimensional.
Em outras palavras, praxia e visuoconstrução se referem às habilidades que permitem
executar ações voltadas a um fim no plano concreto, por meio da atividade motora.

Os comportamentos práxicos ou visuoconstrutivos são muitos e variáveis, envolvendo


diferentes processos neuropsicológicos. A capacidade para desempenhar essas atividades
requerem algumas condições: percepção visual, raciocínio espacial, habilidade para
formular planos ou metas, comportamento motor e capacidade de monitorar o próprio
desempenho.

»» A avaliação da habilidade de praxia e visuopercepção foi realizada a partir


de atividade gráfica e construtiva:

»» Atividade Gráfica – Cópia: Figuras Geométricas Matiis: este


teste consiste na cópia de figuras geométricas. A paciente obteve um
desempenho na faixa Média Superior (funcionamento preservado) –
Percentil: 90.

»» Atividade Construtiva – Desenho do Relógio: a paciente conseguiu


desenhar um relógio com todos os números e ponteiros, marcando
corretamente a hora. Funcionamento Preservado.

Atividade visuoperceptiva

Completar Figuras (Wais III): em todos os itens deste teste a paciente teve que
apontar ou indicar com palavras o que estava faltando nas figuras que lhe foram
apresentadas, dentro de um limite preestabelecido de tempo. O desempenho da paciente
foi na faixa: Superior (funcionamento preservado) – Percentil: 91.

130
Casos Clínicos │ UNIDADE V

Linguagem

O conceito de linguagem é definido pelo uso de um meio organizado de combinar as


palavras a fim de se comunicar, embora a comunicação não se constitua unicamente
num processo verbal. As formas não-verbais, como gestos ou desenhos, também são
capazes de transmitir ideias e sentimentos.

Durante a avaliação, a paciente se mostrou receptiva, com expressão verbal satisfatória,


discurso coerente e sem erros fonológicos. Em relação à capacidade de nomeação, a
paciente apresentou um desempenho na faixa Muito superior (funcionamento
preservado, percentil 98) e desempenho na faixa Média (funcionamento
preservado, percentil 69) em compreensão de comandos verbais.

Atenção

A paciente apresentou desempenho na faixa Média Inferior (dificuldade leve, percentil


20) em atenção concentrada (habilidade de se concentrar em uma coisa enquanto
excluímos outras coisas à nossa volta). Foram observados muitos erros de omissão na
execução do teste.

Em relação à atenção sustentada (habilidade de manter uma reposta estável durante


uma atividade intensa e repetitiva, ou seja, de manter o foco em uma tarefa por um
período de tempo contínuo sem se distrair), a paciente apresentou um desempenho
na faixa média superior (funcionamento preservado, percentil 79),
desempenho também na faixa Média Superior (funcionamento preservado,
percentil 88) em atenção alternada (capacidade de alternar o foco e prestar atenção
em duas coisas ao mesmo tempo) e desempenho na faixa Média (funcionamento
preservado, percentil 58) em atenção seletiva (capacidade de ignorar um estímulo
em detrimento de outro).

Função executiva

Em relação à função executiva (conjunto de habilidades que, de forma integrada,


possibilita ao indivíduo direcionar comportamentos a objetivos), a paciente apresentou
desempenho médio superior (funcionamento preservado, percentil 75) em
teste que avaliou raciocínio abstrato e capacidade de gerar estratégias de solução de
problemas, em resposta a condições de estimulações mutáveis.

Em teste que avaliou a capacidade de fluência verbal, foi observado um desempenho


na faixa superior (funcionamento preservado, percentil 93) na produção de

131
UNIDADE V │ Casos Clínicos

palavras com determinadas letras, e desempenho na faixa média (funcionamento


preservado, percentil 66) em fluência verbal categórica.

Velocidade motora

Em relação à habilidade de rapidez motora, rastreio visual e destreza manual a paciente


apresentou os seguintes desempenhos: Mão Dominante: Desempenho Médio Inferior
(percentil 16, dificuldade leve) e Mão Não Dominante: Desempenho Médio Inferior
(percentil 14, dificuldade leve). Foi observado um leve tremor nas mãos da paciente
durante a execução do teste. Provavelmente o tremor influenciou no resultado.

Escala de humor

De acordo com a escala autorreferida de humor, a paciente não apresenta sintomas


significativos de ansiedade e depressão.

Conclusão

Os resultados da avaliação atual indicam que a paciente mantém funcionamento


preservado nas seguintes funções: inteligência cristalizada e fluída, funcionamento
intelectual, memória operacional e de trabalho, memória visual de reconhecimento,
visuoconstrução, praxia, visuopercepção, velocidade de processamento da informação,
atenção, linguagem, função executiva, fluência verbal fonética e categórica.

»» Desempenho Médio-Inferior (dificuldade leve) em: memória


episódica auditiva de evocação imediata, memória episódica visual de
evocação imediata e tardia, atenção concentrada, velocidade motora.

»» Desempenho Limítrofe (dificuldade moderada): memória


episódica auditiva de reconhecimento.

»» Desempenho Deficitário (dificuldade grave): memória episódica


auditiva de evocação imediata.

De acordo com a avaliação neuropsicológica atual, minha hipótese diagnóstica é de


Comprometimento Cognitivo Leve Amnéstico único Domínio (memória), pois a
paciente apresenta as seguintes características: paciente não dementada, mas não
normal; evidências de deterioração cognitiva para a idade demonstrada por testes
cognitivos e por queixas subjetivas de declínio pela paciente e familiar e atividades de
vida diária minimamente comprometidas.

Recomendação: Avaliação Médica e Treino Cognitivo.

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140
Anexos

Tabelas normativas
Mattis Dementia Rating Scale (DRS)

Normative data for the Brazilian middle-age and elderly populations

Dement Neuropsychol 2013 December;7(4):374-379

Table:. Percentiles for subjects with 1-4 years of schooling and 50 to 60 years of age
(n=16).

Percentile Attention I/P Construction Conceptualization Memory Total


1 33 28 6 27 19 125
5 33 28 6 27 19 125
10 33.7 30.1 6 29.8 19 126.4
25 34.25 32 6 34 21.25 130.2
50 35 35 6 37 24 134
75 36 36 6 37 24.75 137.7
90 36 37 6 39 25 138.3
Mean 35 34 6 35.6 22.87 133.7
SD 0.93 2.6 0 3.24 2.125 4.38

Table: Percentiles for subjects with 1-4 years of schooling and 61 to 70 years of age
(n=57).

Percentile Attention I/P Construction Conceptualization Memory Total


1 29 19 0 16 14 95
5 29 24 3.55 25 17.65 104
10 31 29 4 27 20 117
25 33 31 5 29 21 124
50 34.5 35 6 32.5 23 129
75 36 36.25 6 36 24 135.25
90 36.9 37 6 38 25 138
Mean 34.1 33.36 5.36 32.26 22.58 127.9
SD 2.02 3.949 1.12 4.54 2.37 9.77

141
anexos

Table: Percentiles for subjects with 1-4 years of schooling and 71 to 80 years of age
(n=107).

Percentile Attention I/P Construction Conceptualization Memory Total


1 27 21 1 17 17 101
5 31.7 25.85 3 22 19 108.85
10 33 27 3.7 24.7 20 117
25 34 30 5 29.25 22 123
50 35 33 6 32 23 129
75 36 36 6 35 25 134
90 37 37 6 37 25 138
Mean 34.82 32.75 5.46 31.79 23 127.8
SD 1.81 3.66 1.1 4.6 1.90 8.88

Tables 6 to 15

Table 6. Percentiles for subjects with 1-4 years of schooling and 81 years of age (n=34).

Percentile Attention I/P Construction Conceptualization Memory Total


1 30 27 2 16 15 97
5 30.45 27.9 2.9 18.25 15.9 102.4
10 31.9 29 4 21.9 18.8 113.5
25 34 32 6 29 21 124
50 35 34 6 33.5 23 131.5
75 36 36.7 6 37 24.75 135
90 36 37 6 38 25 139
Mean 34.46 33.7 5.68 32.25 22.28 128.39
SD 1.64 2.97 0.90 5.9 2.66 10.31

Table 7. Percentiles for subjects with 5-12 years of schooling and 50 to 60 years of age
(n=18).

Percentile Attention I/P Construction Conceptualization Memory Total


1 34 32 4 30 22 127
5 34 32 4 30 22 127
10 34 32.9 5.8 30.9 22.9 130.6
25 35 33.75 6 34.50 23 134
50 36 36 6 37 24 138
75 36.25 37 6 38 25 139.25
90 37 37 6 39 25 142
Mean 35.72 35.44 5.89 36 24 137
SD 0.96 1.76 0.47 2.9 0.84 3.9

142
anexos

Table 8. Percentiles for subjects with 5-12 years of schooling and 61 to 70 years of age
(n=80).

Percentile Attention I/P Construction Conceptualization Memory Total


1 31 28 5 34 14 117
5 33 32 5 30 20 129
10 33 33 5 31 21 129
25 34 35 6 34 23 133
50 36 37 6 36 24 136
75 37 37 6 37 25 140
90 37 37 6 38 25 142
Mean 35.39 35.61 5.87 35.33 23.69 135.99
SD 1.42 1.91 0.33 2.90 1.83 4.70

Table 9. Percentiles for subjects with 5-12 years of schooling and 71 to 80 years of age
(n=63).

Percentile Attention I/P Construction Conceptualization Memory Total


1 30 20 4 23 12 98
5 32 25.2 5 28.2 18.4 116.4
10 33 29.4 5.4 30 20 125.4
25 35 33 6 31 22 129
50 36 35 6 36 24 134
75 37 37 6 37 24 138
90 37 37 6 39 25 141
Mean 35.48 33.98 5.89 34.51 22.92 132.77
SD 1.54 3.65 0.36 3.62 2.41 7.83

Table 10. Percentiles for subjects with 5-12 years of schooling and over 81 years of age
(n=15).

Percentile Attention I/P Construction Conceptualization Memory Total


1 31 26 6 23 30 125
5 31 26 6 28.2 30 125
10 32.2 28.4 6 30 30.6 126.2
25 34 31 6 31 34 130
50 36 35 6 36 37 132
75 36 36 6 37 38 137
90 36 36 6 39 39 140.8
Mean 35 33.67 6 34.51 35.73 133
SD 1.54 3.06 0 3.62 2.94 4.69

143
anexos

Table 11. Percentiles for subjects with more than 13 years of schooling and 50 to 60
years of age (n=23).

Percentile Attention I/P Construction Conceptualization Memory Total


1 34 35 6 31 20 134
5 34 35.2 6 31.6 20.40 134.40
10 34.40 36.40 6 35.2 22 136.8
25 36 37 6 37 23 139
50 36 37 6 39 24 141
75 37 37 6 39 25 143
90 37 37 6 39 25 143.6
Mean 36.26 36.87 6 37.83 23.65 140.61
SD 0.96 0.46 0 1.92 1.26 2.46

Table 12. Percentiles for subjects with more than 13 years of schooling and 61 to 70
years of age (n=37).

Percentile Attention I/P Construction Conceptualization Memory Total


1 33 32 2 31 19 132
5 34.8 33.8 4.7 32.8 21.7 132.9
10 35.0 34 5 34 23 134.6
25 36 35.50 6 37 24 139
50 36 37 6 38 24 140
75 37 37 6 39 25 142
90 37 37 6 39 25 144
Mean 36.24 36.24 5.81 37.38 24.11 139.78
SD 0.92 1.23 0.70 1.98 1.15 3.23

Table 13. Percentiles for subjects with more than 13 years of schooling and 71 to 80
years of age (n=41).

Percentile Attention I/P Construction Conceptualization Memory Total


1 33 33 5 25 20 123
5 34 33.1 5 27.2 20 124.4
10 34.2 34 5.2 30 21 131
25 35 36 6 36.5 23 137.5
50 36 37 6 38 25 140
75 37 37 6 39 25 142
90 37 37 6 39 25 143
Mean 35.88 36.32 5.90 36.61 23.83 138.54
SD 1.00 1.19 0.30 3.48 1.56 5.13

144
anexos

Table 14. Percentiles for subjects with more than 13 years of schooling and over 81
years of age (n=11).

Percentile Attention I/P Construction Conceptualization Memory Total


1 34 31 5 33 19 129
5 34 31 5 33 19 129
10 34 31.2 5.2 33.2 19.2 129.4
25 35 33 6 36 22 132
50 36 36 6 37 24 137
75 36 37 6 38 25 139
90 37 37 6 38.8 25 140.8
Mean 35.64 34.82 5.82 36.64 23.09 136
SD 1.03 2.18 0.60 1.74 2.02 3.89

Table 15. Percentiles for iliterats on the DRS subscales and total score (n=25).

Percentile Attention I/P Construction Conceptualization Memory Total


1 20 22 0 15 7 74
5 22.4 22 0 15.6 7.9 76.7
10 28 22 0.6 19 10.6 83.6
25 29 23.5 1 20.5 13.5 91.5
50 31 28 2 23 16 103
75 34 32 4 29 18.5 111
90 35 33.8 4.4 30.4 23 126.4

Normative data for healthy elderly on the

phonemic verbal fluency task – FAS

Dementia & Neuropsychologia 2009 March;3(1):55-60

Thais Helena Machado, Helenice Charchat Fichman, Etelvina Lucas Santos,Viviane


Amaral Carvalho, Patrícia Paes Fialho, Anne Marise Koenig, Conceição Santos
Fernandes, Roberto Alves Lourenço, Emylucy Martins de Paiva Paradela, Paulo
Caramelli

Table: FAS scores and percentile distribution for three age groups and four levels of
education.

60-69 years
n=135
Education 1-3 4-7 8-11 12 or more
n=14 n=31 n=36 n=54
Mean 18.29 26.13 31.92 38.72
SD 8.99 7.07 10.75 10.55

145
anexos

Median 16.50 28.00 31.50 36.50


Percentile
5 5.00 14.00 17.00 22.00
25 23.50 31.00
13.00
20.00
75 24.00 31.00 38.00 47.00
95 33.00 35.00 49.00 61.00
99 33.00 40.00 63.00 63.00
70-79 years
n=160
Education 1-3 4-7 8-11 12 or more
n=38 n=57 n=32 n=33
Mean 18.32 25.95 28.75 32.03
SD 8.84 8.75 9.29 12.31
Median 16.00 26.00 28.00 32.00
Percentile
5 6.00 13.00 16.00 12.00
25 13.00 20.00 21.00 26.00
75 24.00 31.00 34.00 38.00
95 35.00 43.00 46.00 60.00
99 40.00 46.00 47.00 63.00
80 years or more
n=50
Education 1-3 4-7 8-11 12 or more
n=14 n=20 n=11 n=5
Mean 20.64 26.15 28.91 34.00
SD 9.19 8.21 9.90 11.51
Median 18.50 26.50 28.00 37.00
Percentile
5 7.00 15.00 18.00 22.00
25 16.00 19.00 20.00 22.00
75 26.00 32.00 33.00 42.00
95 45.00 41.50 49.00 47.00
99 45.00 44.00 49.00 47.00

Categoria animais

Fluência Verbal e Variáveis Sociodemográficas no Processo

de Envelhecimento: Um Estudo Epidemiológico

Thaís Bento Lima da Silva, Mônica Sanches Yassuda*, Vanessa Valente


Guimarães

& Alex Antônio Florindo

146
anexos

Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil

Psicologia: Reflexão e Crítica, 2011:24 (4), 739-746.

Tabela: Médias e Desvios-padrão para as Variáveis do Teste de Fluência Verbal


segundo Faixa Etária, Distrito de Ermelino Matarazzo, Zona Leste do Município de São
Paulo.

60-69 anos 70 anos ou mais


(n=217) (n=166)
Variável M DP± M DP± p*
Intervalo 1 5.29 1.90 4.73 1.67 0.003
Intervalo 2 2.59 1.48 2.45 1.49 0.312
Intervalo 3 1.90 1.37 1.69 1.29 0.174
Intervalo 4 1.60 1.47 1.55 1.40 0.869
Total de animais 11.58 3.82 10.50 3.67 0.005
Número de 3.00 1.05 2.87 1.00 0.182
categorias
Número de grupos 1.58 0.93 1.45 0.85 0.186
Mudanças de 3.99 2.30 3.58 2.43 0.018
categoria

*Teste U Mann-Whitney.

Tabela: Médias e Desvios-padrão para as Variáveis do Teste de Fluência Verbal


segundo Escolaridade, Distrito de Ermelino Matarazzo, Zona Leste do Município de
São Paulo.

0-4 anos 5 anos ou mais


(n=280) (n=103)
Variável M DP± M DP± p*
Intervalo 1 4.93 1.83 5.38 1.77 0.027
Intervalo 2 2.46 1.49 2.73 1.43 0.146
Intervalo 3 1.77 1.28 1.91 1.50 0.687
Intervalo 4 1.49 1.38 1.81 1.56 0.097
Total de animais 10.73 3.69 12.14 3.88 0.006
Número de 2.83 0.97 3.26 1.11 0.001
categorias
Número de grupos 1.51 0.88 1.57 0.95 0.666
Mudanças de 3.56 2.26 4.51 2.52 0.001
categoria

*Teste U Mann-Whitney.

147
anexos

Category fluency test: effects of age, gender and


education on total scores,clustering and switching
in Brazilian Portuguese-speaking subjects

Influences on the category fluency test Brazilian Journal of Medical and Biological
Research (2004) 37: 1771-1777

S.M.D. Brucki Departamento de Neurologia, Hospital Santa Marcelina, São Paulo, SP,
Brasil

and M.S.G. Rocha

Table: Comparison between male and female subjects in the verbal fluency mess-ures.

Famales Males
Mean (SD) Median Mean (SD) Median
Verbal fluency (total) 13.5 (3.73) 13 14.0 (4.76) 14
Interval 1 5.87 (1.79) 6 5.69 (1.94) 6
Interval 2 3.14 (1.42) 3 3.62 (1.79)* 4
Interval 3 2.51 (1.51) 2 2.57 (1.76) 2
Interval 4 1.97 (1.34) 2 2.10 (1.60) 2
Cluster 1.81 (0.92) 2 1.84 (0.96) 2
Category 3.18 (0.98) 3 3.13 (1.11) 3
Switching 4.70 (2.42) 5 4.56 (2.69) 4

*P< 0.05 compared to females for interval 2 (Student t-test).

Table: Effect of education on the scores anchieved in the verbal fluency measures.

1-4 years of 5-8 years of 9-11 years more than


schooling schooling of schooling 11 years of
schooling

Illiterates Group 1 Group 2 Group 3 Group 4 F (4.249) P value

Total 12.1 (3.0) 12.3 (3.1) 14.0 (3.8) 16.7 (4.2) 17.8 (6.6) 15.98 <0.00001
Interval 1 5.4 (1.5) 5.3 (1.6) 6.0 (2.1) 6.8 (1.8) 6.5 (1.9) 6.46 0.00006
Interval 2 2.8 (1.4) 3.1 (1.4) 3.4 (1.6) 3.7 (1.8) 4.3 (2.1) 3.58 0.0014
Interval 3 2.3 (1.3) 2.2 (1.4) 2.4 (1.5) 3.5 (1.7) 3.8 (2.0) 8.30 <0.00001
Interval 4 1.7 (1.2) 1.7 (1.3) 2.1 (1.4) 2.6 (1.5) 3.1 (1.9) 6.33 0.00007
Number of 1.7 (0.7) 1.7 (0.8) 1.8 (1.1) 1.8 (0.9) 2.2 (1.4) 1.13 0.3411
clusters
Number of 2.8 (0.8) 2.9 (0.9) 3.2 (0.8) 3.9 (1.1) 3.9 (1.2) 11.68 <0.00001
categories
Number of 3.6 (2.1) 4.0 (2.3) 4.7 (2.2) 6.1 (2.2) 7.0 (3.4) 11.77 <0.00001
switching

148
anexos

The Rey Auditory Verbal Learning Test: normative


data for the Brazilian population and analysis of the
influence of demographic variables

Psychology & Neuroscience, 2010, 3, 1, 85 - 91

Sabrina S. Magalhães and Amer C. Hamdan

Table: RAVLT performance by age group.

17-34 years 35-49 years 50-64 years 65-85 years


Mean (SD) Mean (SD) Mean (SD) Mean (SD)
A1 7.2 (2.1) 7.0 (1.8) 6.8 (2.3) 5.2 (2.0)
A2 9.8 (2.3) 9.4 (2.3) 8.7 (2.4) 6.7 (2.2)
A3 11.5 (2.2) 10.9 (2.5) 9.9 (2.4) 7.9 (2.3)
A4 12.7 (1.9) 11.9 (2.3) 11.0 (2.2) 8.9 (2.4)
A5 12.8 (2.0) 12.5 (2.1) 11.7 (2.3) 9.4 (2.6)
B1 6.8 (2.2) 6.5 (2.4) 6.3 (2.2) 4.8 (2.2)
A6 11.3 (2.5) 10.5 (2.7) 9.7 (2.7) 6.8 (2.8)
A7 11.6 (2.7) 10.8 (2.6) 9.8 (2.6) 7.1 (3.0)
Sum 53.9 (8.7) 51.7 (9.1) 48.2 (10.1) 38.1 (9.8)
Recognition 14.3 (1.1) 13.7 (1.7) 13.7 (1.8) 12.2 (2.5)

Table: RAVLT performance by age group and education level.

17-34 years 35-49 years 50-64 years 65-85 years


Mean (SD) Mean (SD) Mean (SD) Mean (SD)
≤11 years ≥12 ≤11 years ≥12 ≤11 ≥12 ≤11 years ≥12
(n=43) (n=42) (n=44)
years years years (n=64) years years
(n=12) (n=28) (n=56) (n=13)
A1 7.0(1.9) 7.3(2.7) 6.4(1.7) 7.9(1.8) 6.4(2.5) 7.3(2.0) 4.6(1.2) 7.2(2.3)
A2 9.8(2.3) 9.9(2.1) 9.1(2.3) 9.9(2.3) 8.3(2.4) 9.2(2.3) 6.2(1.9) 8.4(2.2)
A3 11.5(2.3) 11.7(1.8) 10.3(2.5) 11.7(2.3) 9.6(2.7) 10.2(2.0) 7.3(1.9) 9.7(2.6)
A4 12.6(1.9) 12.7(1.9) 11.4(2.5) 12.5(1.7) 10.6(2.3) 11.4(2.1) 8.5(2.1) 10.2(2.7)
A5 12.7(1.9) 13.1(2.3) 12.3(2.2) 13.0(1.8) 11.2(2.6) 12.4(1.8) 8.9(2.3) 10.9(2.9)
B1 6.6(1.9) 7.3(3.1) 6.2(2.3) 7.0(2.5) 5.7(2.3) 6.8(2.0) 4.2(1.5) 6.9(2.7)
A6 11.3(2.5) 11.2(2.6) 10.2(2.3) 11.0(3.2) 9.1(2.8) 10.3(2.6) 6.4(2.6) 8.2(3.1)
A7 11.6(2.7) 12.0(2.8) 10.6(2.4) 11.1(2.9) 9.5(2.7) 10.0(2.6) 6.5(2.6) 9.1(3.4)
Sum 53.6(8.6) 55.0(9.5) 49.5(9.0) 54.9(8.5) 46.1(10.9) 50.5(8.6) 35.6(7.7) 46.6(11.6)
Recognition 14.4(1.0) 13.9(1.4) 13.5(1.8) 14.1(1.4) 13.4(2.0) 14.0(1.5) 11.4(2.6) 13.1(1.7)

149
anexos

The Rey Auditory-Verbal Learning Test: applicability for the Brazilian


elderly population Teste de aprendizagem auditivo-verbal de Rey:
aplicabilidade na população idosa brasileira

Leandro Fernandes Malloy-Diniz,1 Viviani Antunes Parreira Lasmar,1 Lenice de Sena


Rabelo Gazinelli,1 Daniel Fuentes,1,2 João Vinícius Salgado

Table: Performance for diferente measures on RAVLT according to age bracket.

Age 60-64 years 65-69 years


Item Total Male Female Total Male Female
Mean (SD) Mean (SD) Mean (SD) Mean (SD) Mean (SD) Mean (SD)
A1 5.8 6.6 6.0 5.6 6.0 6.0
(1.1) (1.2) (1.1) (1.5) (1.6) (1.6)
A2 7.8 7.6 7.9 8.2 8.7 8.7
(1.6) (1.2) (1.7) (1.8) (1.7) (1.7)
A3 9.5 9.0 10.0 9.4 9.9 9.9
(1.7) (1.4) (1.8) (1.7) (1.7) (1.7)
A4 10.7 10.2 11.3 10.3 10.8 10.8
(1.6) (1.6) (1.4) (1.7) (1.4) (1.4)
A5 12.0 11.8 12.2 11.5 12.0 12.0
(1.4) (1.6) (1.2) (2.0) (1.9) (1.9)
B1 4.6 4.6 4.7 4.7 5.0 5.0
(0.7) (0.7) (0.7) (1.4) (1.4) (1.4)
A6 10.9 10.7 11.1 9.9 10.6 10.6
(1.7) (1.7) (1.6) (2.3) (2.0) (2.0)
A7 10.2 9.8 10.6 9.7 10.5 10.5
(2.1) (1.7) (2.4) (2.5) (2.5) (2.5)
ITP 0.8 0.9 0.8 0.9 0.8 0.9
(0.2) (0.2) (0.2) (0.2) (0.2) (0.2)
ITR 0.9 0.9 0.9 0.9 0.8 0.9
(0.1) (0.1) (0.1) (0.1) (0.1) (0.1)
VE 0.9 0.9 1.0 1.0 1.0 1.0
(0.1) (0.1) (0.2) (0.2) (0.2) (0.1)
∑A1A5 45.7 44.2 47.3 45.0 43.1 47.5
(5.7) (5.5) (5.5) (7.4) (7.4) (6.8)
REC 11.3 10.8 11.9 10.5 9.6 11.6
(2.8) (2.5) (3.1) (3.0) (3.1) (2.5)
LOT 16.9 16.4 17.5 17.0 16.7 17.5
(3.8) (4.3) (3.1) (5.7) (5.3) (6.2)
Age 70-74 years 75-79 years
Item Total Male Female Total Male Female
Mean (SD) Mean (SD) Mean (SD) Mean (SD) Mean (SD) Mean (SD)
A1 5.5 5.0 6.1 4.8 4.9 4.8
(1.5) (1.1) (1.7) (0.6) (0.4) (0.7)

150
anexos

A2 7.5 7.4 7.6 6.1 6.3 5.9


(1.3) (1.0) (1.7) (0.7) (0.7) (0.7)
A3 8.5 7.8 9.4 6.9 7.0 6.9
(1.5) (1.1) (1.3) (0.8) (0.8) (0.8)
A4 10.3 10.0 10.7 8.0 8.0 8.0
(1.8) (1.1) (2.3) (0.7) (0.7) (0.7)
A5 10.7 10.1 10.7 10.6 10.7 10.5
(1.6) (1.5) (1.6) (1.1) (1.0) (1.1)
B1 4.5 4.4 11.3 3.9 4.1 3.7
(1.8) (1.2) (1.6) (0.8) (0.6) (3.8)
A6 9.3 9.2 9.5 8.5 8.4 8.6
(1.9) (1.9) (1.9) (0.6) (0.5) (0.6)
A7 8.7 8.2 9.2 7.9 7.9 7.9
(1.8) (1.6) (2.0) (0.5) (0.5) (0.5)
ITP 0.9 0.9 0.8 0.8 0.8 0.8
(0.4) (0.4) (0.4) (0.2) (0.1) (0.3)
ITR 0.9 0.9 0.8 0.8 0.8 0.8
(0.2) (0.2) (0.2) (0.1) (0.1) (0.1)
VE 0.9 0.9 1.0 0.9 0.9 0.9
(0.2) (0.1) (0.2) (0.1) (0.1) (0.1)
∑A1A5 42.5 40.3 45.0 36.4 36.8 36.1
(5.8) (3.2) (6.9) (2.1) (1.8) (2.3)
REC 8.0 7.2 9.0 6.8 7.5 6.2
(4.0) (4.7) (2.8) (2.1) (2.8) (0.7)
LOT 14.9 15.3 14.5 12.2 12.5 12.0
(5.1) (4.4) (5.9) (2.6) (2.3) (3.0)
Age 80-84 years 85-89 years
Item Total Male Female Total Male Female
Mean (SD) Mean (SD) Mean (SD) Mean (SD) Mean (SD) Mean (SD)
A1 4.1 3.5 4.9 4.4 4.1 4.5
(1.3) (0.5) (1.5) (1.4) (1.1) (1.6)
A2 5.8 5.5 6.1 6.0 6.1 6.0
(1.1) (0.7) (1.4) (1.7) (1.6) (1.8)
A3 6.7 6.5 6.9 6.6 6.6 6.5
(1.8) (2.0) (1.5) (1.4) (1.5) (1.5)
A4 8.2 8.5 7.9 7.5 7.6 7.4
(1.6) (1.4) (1.8) (1.5) (1.8) (1.4)
A5 9.7 9.4 10.1 9.9 9.5 10.1
(1.7) (1.7) (1.5) (2.1) (1.5) (1.7)
B1 2.9 2.8 3.0 3.7 3.8 3.6
(1.7) (1.6) (1.9) (1.6) (2.6) (3.9)
A6 8.7 8.2 9.2 7.4 7.4 7.5
(2.0) (1.4) (2.5) (2.2) (1.9) (2.4)
A7 7.3 7.2 7.3 6.4 6.1 6.6
(2.1) (1.8) (2.6) (2.0) (2.2) (2.0)

151
anexos

ITP 0.7 0.8 0.6 0.9 0.9 0.9


(0.4) (0.5) (0.3) (0.3) (0.5) (0.2)
ITR 0.9 0.9 0.9 0.7 0.8 0.7
(0.2) (0.1) (0.2) (0.2) (0.2) (0.2)
VE 0.8 0.9 0.8 0.9 0.8 0.9
(0.1) (0.1) (0.1) (0.2) (0.2) (0.2)
∑A1A5 34.5 33.3 35.9 34.4 34.0 34.6
(5.4) (4.7) (6.1) (6.5) (5.4) (6.8)
REC 5.8 5.5 6.1 4.8 2.3 6.2
(4.2) (4.4) (4.3) (4.7) (4.2) (3.9)
LOT 14.0 16.0 11.4 12.4 13.4 11.9
(5.1) (5.5) (3.3) (5.3) (3.7) (6.1)

ITP. Proactive interference, ITR. Retroactive interference, REC. Recognition, ∑A1A5


Sum of words from A1 trough A5, VE. Forgetfu speed.

Applicability of the Rey Auditory--Verbal Learning


Test to an adult sample in Brazil

O Teste de Aprendizagem Auditivo--Verbal de Rey: aplicabilidade para


uma amostra

De adultos brasileiros

João Vinícius Salgado,1,2,4 LeandroFernandes Malloy--‐Diniz,3,4,5,6 Suzana Silva


Costa Abrantes,6 Lafaiete Moreira,5,6 Carlos Guilherme Schlottfeldt,4,6 Wanderlane
Guimarães,7 Djeane Marcely Ugoline Freitas,7 Juliana Oliveira,7 Daniel Fuentes6,8

Table: Performance for diferente measures on RAVLT according to age bracket.

20-24 years old 25-29 years old


Female Male Total Female Male Total
(n=19) (n=19) (n=38) (n=19) (n=19) (n=38)
M S M S M S M S M S M S
D D D D D D
A1 7.3 1.6 6.6 1.7 6.9 1.7 5.9 1.6 6.5 1.7 6.2 1.6
A2 9.3 2.9 8.9 2.0 9.1 2.5 8.8 2.3 8.7 1.7 8.8 2.0
10 10 10 10
A3 11.7 1.6 4 2.3 11.1 2.0 3 2.1 4 2.1 4 2.1
12 12
A4 2 1.8 11.7 2.2 0 2.0 11.6 2.1 11.4 2.3 11.5 2.1
13 12 12 12 12 12
A5 2 1.9 5 2.0 8 1.9 9 1.6 5 1.3 7 1.5
12 10

152
anexos

A6 2 2.4 11.1 2.7 11.7 2.6 11.9 1.9 6 1.6 11.3 1.8
10 10
A7 11.8 2.0 8 2.8 11.3 2.5 11.8 1.4 5 1.5 11.2 1.5
B 6.2 1.8 6.5 1.5 6.3 1.6 5.6 1.2 5.1 0.9 5.4 1.1
ITP 0.9 0.3 1.0 0.3 1.0 0.3 1.0 0.3 0.9 0.3 0.9 0.3
ITR 0.9 0.1 0.9 0.1 0.9 0.1 0.9 0.2 0.9 0.1 0.9 0.2
VE 1.0 0.1 1.0 0.1 1.0 0.1 1.0 0.2 1.0 0.1 1.0 0.1
17 17 17 20 17 18
LOT 3 7.3 3 7.8 3 7.5 0 5.5 1 4.8 6 5.3
REC 13 13 13 13 13 13
C 7 1.5 1 2.0 4 1.7 7 1.4 1 1.8 4 1.6

30-34 years old 35-44 years old


Female Male Total Female Male Total
(n=19) (n=19) (n=38) (n=19) (n=19) (n=38)
M S M S M S M S M S M S
D D D D D D
A1 5.9 1.6 6.0 1.6 6.0 1.6 6.2 1.5 6.0 1.4 6.1 1.4
A2 9.2 1.7 9.0 1.9 9.1 1.8 8.9 1.8 8.8 1.4 8.9 1.7
10 10 10 10 10 10
A3 9 1.5 1 1.7 5 1.6 5 2.1 8 1.4 6 1.9
12 12 12 12
A4 1 1.9 11.5 2.0 11.8 2.0 0 1.9 0 1.8 0 1.9
12 13 12 13 13 13
A5 6 2.2 2 1.4 9 1.8 0 1.5 0 1.5 0 1.5
12 12
A6 11.9 1.9 3 1.5 1 1.7 11.8 1.8 11.0 1.7 11.5 1.8
10 10 10
A7 11.7 1.3 11.2 1.3 11.5 1.4 7 1.3 7 1.9 7 1.6
B 5.5 1.3 5.4 1.1 5.4 1.2 5.0 1.0 5.1 1.0 5.1 1.0
ITP 1.0 0.3 0.9 0.3 1.0 0.3 0.8 0.3 0.9 0.3 0.9 0.3
ITR 1.0 0.1 0.9 0.1 1.0 0.1 0.9 0.1 0.9 0.1 0.9 0.1
VE 1.0 0.1 0.9 0.1 1.0 0.1 0.9 0.1 1.0 0.2 0.9 0.2
21 19 20 19 20 19
LOT 0 7.0 8 5.7 4 6.3 4 5.9 8 5.0 9 5.6
REC 12 13 13 12 12 12
C 9 2.1 3 1.1 1 1.7 8 2.0 6 1.8 8 1.9/

45-54 years old 55-60 years old


Female Male Total Female Male Total
(n=19) (n=19) (n=38) (n=19) (n=19) (n=38)
M S M S M S M S M S M S
D D D D D D
A1 5.8 2.1 6.2 1.7 5.9 2.0 6.8 2.0 7.4 2.2 7.1 2.1
10

153
anexos

A2 8.5 2.6 7.7 2.4 8.2 2.5 9.5 2.6 0 1.8 9.8 2.2
10 10
A3 2 3.0 8.9 2.1 9.8 2.8 7 2.6 11.6 1.7 11.1 2.2
10 12
A4 11.1 3.3 8 1.7 11.0 2.8 11.6 2.5 2 0.9 11.9 1.9
12 12 12 12 12
A5 1 2.8 11.7 3.0 0 2.8 9 2.1 7 1.8 8 1.9
10 10
A6 8 2.8 9.7 2.4 4 2.7 11.8 2.0 11.8 2.6 11.8 2.2
10 12
A7 9.8 2.7 0 1.7 9.8 2.4 11.4 2.1 0 3.1 11.7 2.6
B 5.1 1.4 5.1 2.0 5.1 1.6 5.1 1.3 6.3 1.5 5.6 1.5
ITP 1.0 0.3 0.8 0.3 0.9 0.3 0.8 0.2 0.9 0.3 0.8 0.3
ITR 0.9 0.2 0.8 0.1 0.9 0.2 0.9 0.1 0.9 0.2 0.9 0.2
VE 0.9 0.1 1.1 0.2 1.0 0.2 1.0 0.1 1.0 0.1 1.0 0.1
18 14 17 17 16 17
LOT 9 7.9 1 7.5 2 7.9 4 5.9 8 7.9 1 6.8
REC 12 12 13 14 13
C 2 1.9 1.9 2.5 1 2.1 6 1.6 0 1.3 8 1.4

A1: retrieval of words presented in a list of 15 substantives. A2 to A5: consecutive


presentations of the same list presented in A1 each them followed by a testo f spontaneous
retrival. B: retrieval of words inclued in the interference list of 15 new substantives. A6:
retrieval of words of list A without Reading it again. LOT (Learning Over Trials): learning
curve of the words during attempts A1 to A5 calculated by using the following formula:
total sum of A1 to A5-(5Xa1). A7: retrieval of the words from list A (attempt A7) without
Reading this list, after 20 minutes interval, ITP (Proactive Interference=B1/A1). ITR
(Retroactive Interference =A6/A5). VE (Forgetting Speed=A7/A6). REC (Recognition
Memory): correct answers in recogniton list (when the individual correctly identifies
that the word belong/ does not belong to list A)-35(total distracting words).

Hopkins verbal learning test-revised and brief


visuospatial memory test-revised: preliminary
normative data for the Brazilian population (HVLT/
BVMT-R)

Eliane Correa Miotto, Kenia Repiso Campanholo, Melissa Machado Rodrigues,


Valéria Trunkl Serrao, Mara C S de Lucia, Milberto Scaff

Arq Neuropsiquiatr 2012;70(12):960-966

Table. Normative for Hopkins verbal learning test-revised and brief visuospatial
memory test-revised stratified by age and education in a Brazilian sample.

154
anexos

Age (years) 18 to 20
Years of education 1-4(N10) 5-8(N5)
Immediate Delayed Recognition Immediate Delayed Recognition
HVLT-R mean 17.6 6.3 10.7 20.80 7.20 10.40
SD 4.72 2.21 2.67 2.59 4.44 2.07
BVMT-R mean 12.2 5.1 4.8 28.00 10.20 5.80
SD 8.27 3.87 1.87 10.98 4.02 0.45
Age (years) 18 to 20
Years of education 9-11(N15) 12-17(N7)
Immediate Delayed Recognition Immediate Delayed Recognition
HVLT-R mean 26.80 9.87 11.53 27.57 9.43 11.57
SD 4.25 1.96 0.74 4.08 1.62 0.79
BVMT-R mean 27.27 10.87 5.80 30.86 12.00 5.86
SD 5.90 1.81 0.56 3.02 1.88 0.38

Age (years) 21 to 30
Years of education 0-4(N55) 5-8(N53)
Immediate Delayed Recognition Immediate Delayed Recognition
HVLT-R mean 18.56 6.51 10.44 21.60 7.87 10.55
SD 4.91 2.64 2.11 4.52 1.74 1.62
BVMT-R mean 17.47 7.33 5.31 23.72 9.51 5.64
SD 10.21 4.01 1.2 7.22 2.41 0.68
Age (years) 21 to 30
Years of education 9-11(N31) 12-17(N74)
Immediate Delayed Recognition Immediate Delayed Recognition
HVLT-R mean 23.90 8.10 10.77 28.00 10.27 11.38
SD 3.11 1.92 1.31 3.58 1.75 1.22
BVMT-R mean 22.06 10.23 5.52 20.84 11.03 5.85
SD 8.85 6.28 0.89 5.58 1.69 1.69

Age (years) 31 to 40
Years of education 0-4(N34) 5-8(N34)
Immediate Delayed Recognition Immediate Delayed Recognition
HVLT-R mean 19.82 6.91 10.59 22.79 7.47 10.91
SD 4.24 2.31 1.48 4.37 2.14 1.24
BVMT-R mean 16.29 7.00 5.50 20.09 7.62 5.74
SD 8.35 3.19 1.08 8.71 3.34 0.67
Age (years) 31 to 40
Years of education 9-11(N23) 12-17(N53)
Immediate Delayed Recognition Immediate Delayed Recognition
HVLT-R mean 22.00 7.70 10.13 26.79 9.92 11.70
SD 3.87 2.55 1.98 3.88 1.77 2.43
BVMT-R mean 23.39 9.00 5.52 27.74 11.00 6.00
SD 6.46 2.28 1.31 6.28 1.49 0.76

155
anexos

Age (years) 41 to 50
Years of education 0-4(N50) 5-8(N29)
Immediate Delayed Recognition Immediate Delayed Recognition
HVLT-R mean 17.76 5.84 9.58 22.83 7.86 9.79
SD 4.86 2.23 2.47 5.61 3.06 2.55
BVMT-R mean 13.22 5.36 5.16 19.28 8.00 5.21
SD 7.90 3.29 1.08 9.29 3.64 1.08
Age (years) 41 to 50
Years of education 9-11(N36) 12-17(N52)
Immediate Delayed Recognition Immediate Delayed Recognition
HVLT-R mean 23.64 8.83 11.17 26.83 9.56 11.38
SD 4.00 2.04 1.28 5.66 1.87 1.07
BVMT-R mean 23.28 9.14 5.86 27.44 10.46 5.83
SD 8.77 2.99 0.54 6.56 2.28 0.47

Age (years) 41 to 50
Years of education 0-4(N50) 5-8(N29)
Immediate Delayed Recognition Immediate Delayed Recognition
HVLT-R mean 17.76 5.84 9.58 22.83 7.86 9.79
SD 4.86 2.23 2.47 5.61 3.06 2.55
BVMT-R mean 13.22 5.36 5.16 19.28 8.00 5.21
SD 7.90 3.29 1.08 9.29 3.64 1.08
Age (years) 41 to 50
Years of education 9-11(N36) 12-17(N52)
Immediate Delayed Recognition Immediate Delayed Recognition
HVLT-R mean 23.64 8.83 11.17 26.83 9.56 11.38
SD 4.00 2.04 1.28 5.66 1.87 1.07
BVMT-R mean 23.28 9.14 5.86 27.44 10.46 5.83
SD 8.77 2.99 0.54 6.56 2.28 0.47
Age (years) 51 to 60
Years of education 0-4(N40) 5-8(N15)
Immediate Delayed Recognition Immediate Delayed Recognition
HVLT-R mean 18.83 5.90 10.33 22.87 7.27 10.27
SD 4.47 2.58 1.91 5.76 3.10 1.33
BVMT-R mean 12.30 5.08 4.95 16.73 7.60 4.87
SD 7.75 3.16 1.54 7.46 3.44 1.06
Age (years) 51 to 60
Years of education 9-11(N29) 12-17(N52)
Immediate Delayed Recognition Immediate Delayed Recognition
HVLT-R mean 23.17 8.59 11.14 24.40 8.48 10.65
SD 4.74 2.15 1.09 4.58 2.60 1.82
BVMT-R mean 17.86 7.62 5.41 23.88 9.52 5.65
SD 8.85 3.20 1.09 7.16 2.54 0.59

156
anexos

Age (years) 61 to 70
Years of education 0-4(N80) 5-8(N70)
Immediate Delayed Recognition Immediate Delayed Recognition
HVLT-R mean 19.00 6.28 9.30 21.49 7.10 9.81
SD 5.16 2.52 2.42 4.52 2.15 2.42
BVMT-R mean 15.71 6.13 4.89 18.39 7.30 7.30
SD 9.61 3.81 1.48 8.23 3.23 1.32
Age (years) 61 to 70
Years of education 9-11(N29) 12-17(N91)
Immediate Delayed Recognition Immediate Delayed Recognition
HVLT-R mean 24.97 8.72 11.34 25.44 9.15 10.64
SD 4.35 1.96 1.14 5.42 2.62 1.66
BVMT-R mean 21.83 8.07 5.86 23.14 9.29 5.81
SD 7.52 2.87 0.44 6.72 2.88 1.37

Age (years) 71 to 80
Years of education 0-4(N51) 5-8(N15)
Immediate Delayed Recognition Immediate Delayed Recognition
HVLT-R mean 18.96 6.25 9.61 19.93 7.53 9.53
SD 13.97 2.41 2.43 4.95 1.68 2.10
BVMT-R mean 14.29 6.00 5.08 18.00 8.47 6.13
SD 7.79 3.11 1.41 7.92 3.20 1.73
Age (years) 71 to 80
Years of education 9-11(N13) 12-17(N27)
Immediate Delayed Recognition Immediate Delayed Recognition
HVLT-R mean 22.62 8.77 10.31 24.04 8.07 10.30
SD 3.12 1.79 1.75 4.42 2.25 1.68
BVMT-R mean 21.00 7.92 5.38 20.00 7.26 5.33
SD 7.63 3.52 0.77 8.70 8.70 1.00
Age (years) > 80
Years of education 0-4(N15) 5-8(N4)
Immediate Delayed Recognition Immediate Delayed Recognition
HVLT-R mean 18.53 6.13 8.73 19.00 6.75 8.50
SD 4.34 2.67 3.10 5.80 3.30 2.38
BVMT-R mean 10.60 4.56 5.17 14.50 5.00 5.15
SD 6.91 3.05 1.10 4.73 1.41 0.50
Age (years) >80
Years of education 9-11(N7) 12-17(N9)
Immediate Delayed Recognition Immediate Delayed Recognition
HVLT-R mean 19.20 6.86 9.57 20.33 7.00 10.00
SD 6.16 3.44 1.62 0.83 4.64 2.12
BVMT-R mean 15.14 5.57 5.43 11.67 2.67 5.56
SD 4.91 2.82 1.13 2.35 7.50 2.24

157
anexos

Performance of an adult Brazilian sample on the


Trail Making Test and Stroop Test

Kenia Repiso Campanholo, Marcos Antunes Romão, Melissa de Almeida Rodrigues


Machado, Valéria Trunkl Serrao,Denise Gonçalves Cunha Coutinho, Gláucia Rosana
Guerra Benute, Eliane Correa Miotto, Mara Cristina Souza de Lucia. Dement
Neuropsychol 2014 March;8(1):00-00

Table. Means and Standard Deviation for TMT and ST scores (seconds) according to
age and years of education.

Age group Education (years)


0-4 5-8
N M SD N M SD
18-29 40 38.06 20.9 49 37.73 15.2
30-39 22 49.96 12.0 36 40.25 16.1
40-49 11 62.65 20.4 33 54.16 23.9
TMTA
50-59 10 52.40 36.8 19 43.54 19.0
60-69 31 63.42 26.9 22 54.84 16.1
>70 35 75.66 30.9 18 55.78 9.2
18-29 40 98.06 50.8 48 83.44 39.3
30-39 19 125.68 45.9 35 113.57 37.3
40-49 10 149.30 66.2 29 105.48 52.3
TMTB
50-59 9 88.67 48.4 18 86.35 34.9
60-69 31 173.03 67.3 21 138.14 51.2
>70 34 191.65 57.0 17 143.18 53.0
18-29 40 16.95 6.2 49 16.16 5.3
30-39 23 20.70 6.7 36 15.53 4.1
40-49 13 22.48 5.3 34 19.12 6.3
STA
50-59 10 22.60 6.2 19 18.25 6.4
60-69 31 21.03 6.5 23 18.05 5.9
>70 35 22.66 5.9 16 21.50 7.8
18-29 40 19.68 7.6 49 19.69 5.9
30-39 23 25.60 6.6 36 18.78 4.2
40-49 13 28.54 8.8 34 22.63 5.1
STB
50-59 10 30.40 4.8 19 23.40 7.3
60-69 31 26.77 6.5 23 25.48 7.6
>70 35 30.09 8.3 16 28.50 9.6
18-29 40 27.61 9.8 49 32.06 11.9
30-39 23 36.13 10.8 36 32.56 11.5
40-49 13 37.62 12.4 34 34.06 8.4
STC
50-59 10 45.40 7.7 19 34.46 9.3
60-69 31 40.16 13.0 23 39.93 10.3
>70 35 53.43 19.6 16 49.21 21.7

TMTA: trall making test part B; STA: stroop test car A; STB: stroop test card B; STC:
stroop test card C.

158
anexos

Table. Means and Standard Deviation for TMT and ST scores (seconds) according to
age and years of education.

Age group Education (years)


9-12 >13
N M SD N M SD
18-29 61 34.57 9.1 170 29.63 9.1
30-39 60 35.36 10.7 129 30.92 11.6
40-49 52 34.71 11.8 69 30.81 9.6
TMTA
50-59 41 37.00 10.1 48 37.46 11.0
60-69 25 44.20 13.9 29 40.59 11.8
>70 11 59.09 16.8 8 44.75 12.8
18-29 58 70.90 27.5 170 56.97 20.8
30-39 59 69.58 26.3 127 55.49 18.1
40-49 51 73.76 32.5 67 64.42 21.6
TMTB
50-59 41 79.69 26.2 48 76.58 24.0
60-69 25 100.84 43.7 29 91.14 30.0
>70 10 130.30 41.3 8 94.50 18.1
18-29 61 13.11 2.7 170 12.93 2.4
30-39 60 14.34 3.7 129 13.35 2.9
40-49 52 14.14 2.7 69 14.77 3.6
STA
50-59 41 15.55 5.5 48 15.23 3.5
60-69 25 16.74 4.6 29 15.91 3.1
>70 11 20.69 5.1 8 17.70 5.0
18-29 61 15.89 4.0 171 14.19 2.5
30-39 60 17.91 5.7 129 14.76 3.1
40-49 52 15.94 3.5 69 17.05 3.9
STB
50-59 41 19.54 7.4 48 18.10 3.8
60-69 25 21.59 4.4 29 18.86 2.7
>70 11 28.18 7.1 8 22.08 7.0
18-29 61 22.02 6.1 171 20.40 4.7
30-39 60 27.68 8.7 129 21.90 5.5
40-49 52 25.67 5.2 69 25.99 7.3
STC
50-59 41 31.76 11.1 48 27.54 7.5
60-69 25 37.71 9.9 29 31.12 8.2
>70 11 44.27 13.8 8 39.37 15.4=

TMTA: trall making test part B; STA: stroop test car A; STB: stroop test card B; STC:
stroop test card C.

Desenvolvimento de uma versão adaptada do


Boston Naming Test para a língua portuguesa

Eliane C. Miotto, João Sato, Mara C. S. Lucia, Cândida H. P. Camargo, Milberto Scaff.

Table. Means and Standard Deviations for the original ad adapted BNT total scores
according to age and years of education.

159
anexos

Original Boston
Education (years)
Age group None 1 to 6 7 to 9
(years) Mean SD N Mean SD N Mean SD N
Less 27.4 6.1 5 33.3 8.7 36 - - -
Than 10
10 to 15 - - - 38.0 9.4 77 30.2 15.9 11
15 to 19 - - - 39.9 9.6 24 38.1 10.6 25
20 to 24 - - - 24.5 15.7 13 32.9 14.3 9
25 to 34 - - - 23.4 16.1 39 44.2 7.0 12
35 to 44 - - - 33.0 10.8 25 41.3 8.3 21
45 to 54 - - - 19.2 18.4 50 43.0 9.3 20
55 to 64 31.0 - 1 37.6 12.1 55 48.9 3.4 16
65 to 74 34.0 9.9 2 34.0 8.6 41 39.3 5.1 16
75+ 30.0 - 1 28.4 11.2 10 37.0 6.9 3
All 29.6 6.2 9 32.0 14.1 370 40.3 10.4 133
Original Boston
Education (years)
Age group 10 to 12 13+ All
(years) Mean SD N Mean SD N Mean SD N
Less - - - - - - 32.6 8.6 41
Than 10
10 to 15 - - - - - - 37.0 10.6 88
15 to 19 48.1 3.9 16 - - - 41.5 9.9 65
20 to 24 46.3 10.0 8 48.1 10.4 20 38.9 16.0 50
25 to 34 47.3 8.0 16 51.2 8.5 33 39.0 17.2 100
35 to 44 51.5 7.3 13 54.9 4.5 30 45.0 12.0 89
45 to 54 51.6 6.6 10 52.6 4.6 18 35.5 20.5 98
55 to 64 51.8 2.9 9 50.9 5.3 22 43.4 11.3 102
65 to 74 49.2 5.2 6 53.4 4.5 24 41.2 10.8 95
75+ 47.0 1.4 2 - - - 32.4 11.2 11
All 49.2 6.6 80 52.0 6.9 147 39.3 14.3 739

Adapted Boston
Education (years)
Age group None 1 to 6 7 to 9
(years) Mean SD N Mean SD N Mean SD N
Less 25.6 4.2 5 36.7 13.3 36 - - -
Than 10
10 to 15 - - - 43.4 13.7 77 26.9 23.8 11
15 to 19 - - - 46.9 9.2 24 43.2 15.5 25
20 to 24 - - - 29.5 21.2 13 28.8 22.7 9
25 to 34 - - - 28.2 19.9 39 52.3 5.0 12
35 to 44 - - - 32.5 17.9 25 49.5 11.8 21
45 to 54 - - - 35.0 19.9 50 50.3 13.8 20
55 to 64 29.0 - 1 47.9 9.7 55 57.3 2.3 16
65 to 74 40.5 14.8 2 42.5 10.4 41 49.0 4.6 16

160
anexos

75+ 42.0 - 1 37.7 12.8 10 40.7 9.3 3


All 31.1 9.6 9 39.5 16.1 370 46.3 15.6 133
Adapted Boston

Age group 10 to 12 13+ All


(years) Mean SD N Mean SD N Mean SD N
Less - - - - - - 35.4 13.0 41
Than 10
10 to 15 - - - - - - 41.6 15.9 88
15 to 19 55.8 2.5 16 - - - 47.8 12.1 65
20 to 24 50.8 14.5 8 53.1 12.9 20 42.2 20.6 50
25 to 34 51.4 12.3 16 56.0 8.1 33 44.2 19.0 100
35 to 44 56.6 4.1 13 57.6 2.5 30 48.5 15.3 89
45 to 54 57.1 2.6 10 56.9 3.2 18 44.4 18.4 98
55 to 64 57.2 1.5 9 55.9 4.1 22 51.7 8.9 102
65 to 74 54.8 3.1 6 57.7 2.3 24 48.6 10.0 95
75+ 55.5 0.7 2 - - - 40.8 12.2 11
All 54.8 7.7 80 56.3 6.6 147 45.6 15.6 739

Estimated Full Scale IQ Scores From V/BD, I/BD, V/MR,


and I/MR Dyad Age-Scaled Score Sums
Sum of Age-Scaled V/BD I/BD V/MR I/MR
Scores
2 48 47 49 48
3 51 50 51 51
4 53 53 54 54
5 56 56 56 56
6 59 58 59 59
7 62 61 61 61
8 64 64 64 64
9 67 67 66 67
10 70 70 69 69
11 72 73 71 72
12 75 76 74 74
13 78 78 76 77
14 81 81 79 80
15 83 84 81 82
16 86 87 84 85
17 89 90 86 87
18 91 93 89 90
19 94 95 92 93
20 97 98 94 95
21 100 101 97 98
22 102 104 99 100
23 105 107 102 103
24 108 110 104 106

161
anexos

25 110 113 107 108


26 113 115 109 111
27 116 118 112 113
28 119 121 114 116
29 121 124 117 119
30 124 127 119 121
31 127 130 122 124
32 129 132 124 126
33 132 135 127 129
34 135 138 130 132
35 138 141 132 134
36 140 144 135 137
37 143 147 137 139
38 146 150 140 142

NOTE: V/BD=Vocabulary/ Block Design; I/BD=Information/Block Design; V/MR=


Vocabulary/Matrix Reasoning; I/MR=Information/Matrix Reasoning.The italieized
scores in the table were not derived from actual data. Thus the full Scale IQ estimates
outside of these boundaries are suspect.

162

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