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Agrupamento de Escolas Dr.

Ginestal Machado
Escola Básica 1 dos Leões - Biblioteca Escolar (Pólo 3)

1. O Contexto
«Temos de repensar os princípios fundamentais nos quais baseamos a educação das nossas crianças. Há que
celebrar o dom da imaginação humana.» (1)

A sociedade contemporânea sofreu profundas alterações durante as últimas décadas. A estrutura


social modificou-se em virtude da emergência de factores como a alteração dos tempos familiares, a
integração profissional das mulheres, os estilos de vida, os espaços de comunicação, a escolarização, os
1
ritmos do trabalho, a urbanização acelerada e as condições de vida das crianças. Ao lado destes
fenómenos assistimos a uma socialização feita cada vez mais nos jovens pelas ferramentas tecnológicas,
pelo afluxo indeterminado da informação e pela presença nas redes sociais. O ecrã familiar e escolar foi-se
alterando e hoje temos múltiplas formas de comunicar. A informação trouxe-nos a ideia de proximidade do
mundo, mas os jovens têm dificuldade em usar esse contacto de forma criteriosa. Este enquadramento
coloca à escola desafios novos. As respostas do passado numa nova dimensão de sociedade serão
ineficazes e incapazes de responder às questões que a mobilidade social coloca.
As Bibliotecas Escolares à semelhança da escola têm sofrido evoluções no seu conceito, sendo hoje
necessário considerar estas como organizações sociais dedicadas ao crescimento individual dos indivíduos
e aquelas como estruturas promotoras de resultados satisfatoriamente progressivos de aprendizagem.
Numa sociedade global e aberta a diferentes perspectivas, a escola e o professor não são já a fonte
exclusiva do saber. A escola tem na verdade fortes concorrentes e não deve contestá-los, mas aproveitar
as suas possiblidades.
A Web 2.0 é uma das facetas mais visíveis da transformação das estruturas sociais e da possibilidade
que a informação coloca ao aluno para ser um construtor, um organizador de uma identidade de
conhecimento mais activo. O seu acesso interactivo, com procedimentos de registo simplificados, onde a
partilha e a interacção são acessíveis, formulam novas possibilidades. A possibilidade de interrogar, de
formar criticamente, de usar as fontes de informação, permite-nos chegar à envolvência que alguns
teóricos chamam de um novo paradigma. A Biblioteca Escolar surge assim como um espaço de
comunicação que interage com a escola no seu todo. Ela promove um conjunto de valências formativas: 1.
Organiza recursos em função das temáticas curriculares; 2. Produz instrumentos de apoio à leitura; 3.
Apoia e orienta os alunos na pesquisa; 4. Promove a formação de competências para as Literacias Digitais
e dos Media; 5. Incentiva um trabalho colaborativo com os docentes das disciplinas.

2. O Modelo de Auto-Avaliação da Biblioteca Escolar


As organizações postulam no seu funcionamento a avaliação como uma estruturação da sua
actividade, de modo a construir um funcionamento que valorize os benefícios/ganhos que aquela é capaz
de oferecer aos seus utilizadores/clientes. A recolha de dados é assim vista como uma justificação da
estratégia ensaiada pela organização. Não é um fim, mas um meio para reflectir e influenciar a acção.

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Notas
(1) Ken Robinson, «Changing Education Paradigms»

– MABE: Contextos, Liderança e Mudança de Práticas (BE/ Escola) –


Agrupamento de Escolas Dr. Ginestal Machado
Escola Básica 1 dos Leões - Biblioteca Escolar (Pólo 3)

A RBE, seguindo um modelo das escolas inglesas propõe um modelo de auto-avaliação das Bibliotecas
Escolares. Ele baseia-se num conjunto de princípios que visam dotar as bibliotecas escolares de uma
eficácia educativa junto dos seus utilizadores, numa palavra, a escola. O modelo promove através de um
conjunto de etapas, (desafio/evidências/informação/mudanças/impacto) observar, diagnosticar e intervir
holistamente, globalmente, sobre a BE e por isso sobre a Escola. O modelo assenta na ideia estruturante
de que a melhor forma de documentar a acção de uma Biblioteca é fazer uma gestão de «desenvolvimento
de práticas sistemáticas de recolha de evidências» (2).
Ross Todd definiu os princípios que permitiriam dotar as Bibliotecas Escolares de uma comprovada 2
eficácia, caso elas programasssem a sua acção em torno do essencial numa escola, a saber, o impacto nas
aprendizagens. Questão essencial na planificação, mas também na própria justifacação existencial das
Bibliotecas Escolares. Esta visão conduz-nos a uma observação atenta para a noção de «pesquisa-acção»
(3) que promove a validação das relações que se estabelecem ou não entre o processo e o valor que
originam.
A Biblioteca Escolar descola-se de uma visão que a promovia enquanto espaço de recursos, onde se
mantinha como grande critério «a relação custo-eficiência» (4), para se afirmar como um espaço de gestão
da eficiência que promove pela qualidade dos seus serviços. O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas
Escolares apresenta-se como um instrumento, talvez mais, uma ferramenta que permite a validação da
sua acção e a justificação da sua importância numa comunidade educativa. Organizado em quatro
domínios e suportado por um conjunto de indicadores o MABE foi estruturado para ser tomado como
pretença pelos professores biliotecários, mas também pela Gestão e docentes, no sentido de identificar os
aspectos formativos da organização naquilo que lhe é mais precioso, justamente, o processo de ensino-
aprendizagem. A investigação nesta área determinou três domínios que permitem esta intersecção entre a
Biblioteca Escolar e a organização, a saber, «1- A integração na escola e no processo ensino-
aprendizagem; 2 – O acesso aos recursos; 3 – A Gestão da Biblioteca Escolar» (5).

3. MABE – Os Elementos de Afirmação


O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares, proposto pela RBE, cujos objectivos são, como
já dissemos o de vincular as Bibliotecas Escolares a um paradigma de transformação dos processos
educativos numa era digital, com recurso à informação, faz uma grande exigência às Bibliotecas, ao
Professor Biliotecário e à Escola.
Todos sabemos que o papel e a imagem do professor bibliotecário sofre o embate de questões muito
diversas que afectam o seu trabalho. Aquilo que Ross Todd enumerou como a percepção dos desafios (6).

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Notas
(2) Kebede (1999), «Performance Evaluation in Library and Information Systems of Developing Countries», in
Texto da Sessão
(3) Markless, in Texto da Sessão
(4) Cramm, in Texto da Sessão
(5) Scholastic Research, «School Libraries Work», In Texto da Sessão
(6) Ross Todd, «The 2001 IASL Conference»

– MABE: Contextos, Liderança e Mudança de Práticas (BE/ Escola) –


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Escola Básica 1 dos Leões - Biblioteca Escolar (Pólo 3)

De um ponto de vista genérico, esses desafios comportam áreas tão diversas, como o impacto das
tecnologias na Biblioteca, as dificuldades de aceitação do papel do PB e da dimensão do seu trabalho, a
falta de apoio às suas iniciativas, as dificuldades no financiamento, a construção das equipas ou o seu
estatuto como profissional da informação.
O Modelo de Auto-Avaliação pode ser uma ferramenta para ultrapassar algumas destas dificuldades.
«O modelo indica o caminho, a metodologia, a operacionalização» (7). A operacionalização aqui implicada
é sustentada por um conjunto de investigadores, podendo-se destacar Ross Todd e Carol Kuhlthau que
formularam as premissas de uma aprendizagem construtiva, realizada pelo aluno, como sujeito activo e 3
construída sobre as diferentes formas de informação que diferentes recursos oferecem.
O trabalho da Biblioteca Escolar tem de ser o de primordialmente reforçar o processo ensino-
aprendizagem e contribuir para as metas educativas da escola, combinando «aprendizagem, informação e
tecnologia» (8). O modo operandis da BE é realizar uma prática baseada em evidências (9). Ela justifica a
estratégia da construção de conhecimento e torna-se a razão da existência das Bibliotecas Escolares,
porque é pela EBP (evidence-based practice) que aquelas asseguram o seu futuro (10). Esta fusão de
informação, com tecnologia e aprendizagem é na verdade uma oportunidade e um convite para as
Bibliotecas Escolares dinamizarem uma «aprendizagem partilhada» (11), pois ao se conhecer de que forma
a BE apoia as metas educativas, torna mais visível a sua importância nuclear no seio da organização.
Evidentemente que esta nova janela de olhar o horizonte da escola e da aprendizagem, exige
competências, digamos significativas, ao Professor Bibliotecário. Tratemos primeiro das oportunidades e
depois dos requisitos do PB e da escola.

3.1. EBP (Evidence-Based practice) – Oportunidades para a BE


Na sociedade global em que se pretende dar um papel mais construtivo a cada indivíduo, a prática
baseada em evidências reforça o papel da BE em realizar junto dos seus utilizadores uma educação
criteriosa no ambiente digital, como consumidores de media e em orientá-los como sujeitos construtores,
mas críticos dos seus processos formativos. Os alunos têm alguns dilemas no uso da Web (12). Dilemas e
limitações na ligação à Informação («sobredimensão das técnicas de navegação em detrimento de
estratégias sistemáticas baseadas na análise)» (13). Dilemas na interacção com a informação, aquilo que
Carol Kukltkau definiu como «o princípio da incerteza» (14), e onde se assiste à «incapacidade de avaliar a
qualidade da informação» (15). Dificuldades igualmente ao nível da utilização da Informação, «à
disposição para a construção de respostas com base em informação limitada» (16).

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Notas
(7) Texto da Sessão
(8) Ross Todd, in «Jornal da Biblioteca Escolar»
(9) Ross Todd, in «Jornal da Biblioteca Escolar»
(10); (11); (12); (13) - Ross Todd,,«The 2001 IASL Conference»
(14) Carol Kuhlthau,«68 TH IFLA Council and General Conference»
(15); (16) Ross Todd, «The 2001 IASL Conference»; «68 TH IFLA Council and General Conference»

– MABE: Contextos, Liderança e Mudança de Práticas (BE/ Escola) –


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Perante estas dificuldades o PB tem a oportunidade de na sua Biblioteca traçar um plano de acção que
comprove que a prática da BE faz a diferença, traz ganhos, mais-valias formativas. No fundo contribui para
uma coesão social pelas oportunidades de satisfação pessoal com que compromete os seus utilizadores.
Assim, a EBP contribui para a função essencial da Biblioteca e da Escola. O EBP sustenta-se, de acordo
com a investigação feita (17), num conjunto de princípios de aprendizagem construídos numa faceta
colaborativa. Esse conjunto vasto de princípios (18) «definem as funções e papéis da equipa da biblioteca
na mudança para o trabalho de construção de conhecimento (...) são a base de desenvolvimento do
programa de bibliotecas para toda a escola» e constituem «uma base em torno do qual as evidências 4
podem ser recolhidas para mostrar a força do programa das bibliotecas» (19).

3.2 – O Professor Bibliotecário – Liderança e Mudança


O quadro que temos vindo a descrever, como suporte de uma construção do conhecimento pelos
alunos que permita «o desenvolvimento de significado e compreensão» (20), suportados num conjunto de
evidências, visando a transformação de práticas verificáveis em resultados de aprendizagem significativos
e recompensadores, exige muito do Professor Bibliotecário.
O PB necessita de conhecer muito bem o modelo, para poder moblizar a Biblioteca e a sua equipa
para auma acção diferenciadora e contextualizada à escola. Exige uma motivação individual e uma
vontade, uma disponibilidade para uma aprendizagem permanente. Exige a capacidade de implementar
uma metodologia e de a tornar sedutora à Gestão, aos órgões pedagógicos, criando para isso instrumentos
e materiais de divulgação. Exige uma aproximação aos professores e um conjunto de competências de
primeira instância.
A saber, ter uma boa capacidade comunicativa, ser alguém que na Escola é reconhecido pelo seu
profissionalismo, pela sua dedicação e ter uma capacidade de olhar para a floresta sem perder muitas
árvores.
O trabalho em equipa, colaborativo, adaptado às circunstâncias, promotor de oportunidades e de
pensamento estratégico, verificando quais as prioridades, sempre com a preocupação de sistematizar
dados, são componentes essenciais que se exigem ao PB para uma Biblioteca do século XXI.
O PB necessita de planear a sua acção de modo a consagrar como o mais importante do seu trabalho
a construção do «acto capacitador nos indivíduos» (21), de modo a atingir a tranformação exigida a uma
liderança que busca enquadrar a visão, o estímulo e o fortalecimento pela intersecção com uma
aprendizagem que se deseja partilhada. Para se chegar a este nível de habilidade na transformação de
processos, importa demonstar «uma liderança determinada, (...) estratégica (...) colaborativa e criativa
(...) recreativa (...) renovável e sustentável» (22).

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Notas
(17) Ross Todd, «68TH IFLA Council and General Conference»
(18) Ross Todd, «The 2001 IASL Conference»
(19) Ross Todd, «The 2001 IASL Conference»
(20) Ross Todd, «The 2001 IASL Conference»
(21) Ross Todd, «68TH IFLA Council and General Conference»
(22) Ross Todd, «The 2001 IASL Conference»

– MABE: Contextos, Liderança e Mudança de Práticas (BE/ Escola) –


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Existem naturalemente factores críticos. O PB intervém pouco naquilo que se pode chamar a
investigação educacional a nível local. A construção de uma comunidade de aprendizagem é dificultada
pela ideia de que os problemas locais são pouco representativos, que a recolha de evidências é difícil e não
é reconhecida integralmente no seu valor estratégico, ou que entre a Biblioteca e a aprendizagem dos
alunos há uma distância, um distanciamento difícil de integrar. E naturalmente a formação. É ela que
permite a reflexão desejável (23) nos processos e nas oportunidades que as tecnologias promovem. Há
assim um campo imenso de crecimento para que os Professores Bibliotecários assumam os desafios como
oportunidades de crescimento e de validação da sua função estratégica na escola. (24). 5

3.3 A Escola – Novas Apostas


A Escola é a grande justificação para a existência de Professores Bibliotecários. A Escola e os seus
utilizadores. Os alunos, mas também os professores pela influência que podem ter na criação de novas
possibilidades em tornar os sujeitos portadores de uma capacidade crítica e transformadora.
A palavra não tem muito boa reputação, mas para a Escola assumir esta mudança prospectiva é
necessário que a BE faça o «marketing» da sua utilidade, promova actividades colaborativas que sejam
avaliadas como positivas. A escola necessita de ver o modelo e a prática baseada em evidências como um
instrumento que valida em determinados campos a avaliação que a própria Escola faz.
O contacto, o diálogo, a presença assertiva nos órgãos pedagógicos será determinante. O PB pode
aqui dar o seu contributo para uma visão educativa que estimule mais a criatividade dos que ali estudam e
trabalham.
Existem dificuldades que no curto prazo não irão desaparecer. As equipas são em algumas escolas
inexistentes. Há professores que esperam da Biblioteca actividades, ocupação de um espaço do horário,
mantendo uma atitude passiva. Há em alguns poucas práticas colaborativas. Há ainda quem pense ser
possível leccionar uma área do conhecimento dispensando a Biblioteca Escolar. Basicamente porque o
modelo educativo assentou durante décadas na certeza das respostas, não na dúvida, não no
questionamento. A implementação de Literacias de Leitura, de Informação e as Digitais vão aproximando
lentamente os mais resistentes, para uma alteração do modo de encarar o processo de aprender. É preciso
este esforço, este caminhar para se poder contribuir para uma ideia de escola diferente.
A sociedade contemporânea mudou, com processos complexos: demografia em queda no chamado
mundo ociedental, crises financeiras do capitalismo mundial, globalização acelerada e instituições em perda
de identidade. A escola necessita de aproveitar as transformações tecnógicas, para fazer dos indivíduos,
sujeitos críticos aos modos e processos que vivem.
Uma escola amarrada a uma ideia de passado, com uma estrutura hierarquizada, dirigida para a
obtenção de diplomas e para a «habilidade académica» perde todas as potencialidades da criatividade e das
diferentes e dinâmicas expressões da inteligência ( 25).

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Notas
(23) Ross Todd, in «Jornal da Biblioteca Escolar»
(24) Ross Todd, «The 2001 IASL Conference»
(25) Ken Robinson, «Changing Education Paradigms»

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Escola Básica 1 dos Leões - Biblioteca Escolar (Pólo 3)

Segundo a Unesco, nos próximos trinta anos, irá estudar mais gente através do sistema formal educativo
no mundo, do que desde o princípio da História. É indispensável dar forma e capacitar expressivamente a
imaginação como forma de aceder ao real, ao seu conhecimento e transformação.
A Biblioteca Escolar tem a oportunidade de numa realidade, onde se mantém uma normalização
educativa, onde a individualidade ainda é um luxo no sistema educativo, de iniciar um caminho longo, difícil,
mas motivante de contribuir para uma escola que responda melhor à vocação individual, à criatividade de
cada um. Um pouco na ideia de Agostinho da Silva, de cultivar o valor individual de cada um. A escola deve
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promover a oportunidade de cada um poder construir o seu conhecimento.
As respostas antigas num mundo com um ecrã definido, organizado para uma industrialização em larga
escala e para um mundo laboral onde os certificados justificavam um posto de trabalho estão em clara
decadência e perderem o sentido que tiveram estruturalmente durante décadas.
Os princípios culturais que edificaram este tipo de sistema educativo mudaram e só com uma
diferenciação individual, tornando os sujeitos activos e criadores de ideias, a escola poderá traçar a
quadratura do círculo. (26)
Ela é complexa. Tentar enquadrar uma educação que sustente uma sociedade para a incerteza do século
XXI e que numa globalização, numa imensa Torre de Babel, consiga manter uma identidade cultural, em cada
criança, em cada comunidade.
É este o desafio da Escola e da Biblioteca Escolar. Contribuir para uma ideia nova, onde o conhecimento
construído seja uma oportunidade pessoal e um contributo transformador da sociedade.

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Notas
(26) Ken Robinson, «Changing Education Paradigms»

– MABE: Contextos, Liderança e Mudança de Práticas (BE/ Escola) –

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