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Preço e produtividade não são únicos critérios de escolha do sistema de fôrma: conta também número de
reutilizações, compatibilidade com escoramentos, peso e despesas extras por danos
De tempos para cá, a necessidade de maior controle tecnológico dos materiais e a busca pela redução de
perdas e prazos fez com que a construção civil prestasse mais atenção às fôrmas e escoramentos, que em
obras prediais chegam a representar 45% dos custos da estrutura. Hoje, além das soluções tradicionais,
executadas in loco, o mercado oferece uma série de sistemas industrializados, em sua maioria baseados em
tecnologia européia, e que empregam aço e alumínio para o arcabouço estrutural e compensado de madeira
e plástico. Escolher o sistema mais adequado é um desafio para o construtor, afinal as variáveis vão do
orçamento ao perfil da obra.
A análise de fatores técnicos, como a compatibilidade com o projeto estrutural, também é imprescindível. As
fôrmas metálicas têm como principal vantagem a maior precisão geométrica e, conseqüentemente, se
adaptam melhor a peças estruturais com dimensões uniformes. "Por essa razão, esses sistemas são mais
enrijecidos e exigem uma dose maior de planejamento. Enquanto isso, as soluções que empregam chapas
de madeira são mais flexíveis e permitem que se façam alguns ajustes em obra", acredita o arquiteto
Salvador Benevides, diretor da Projeto Engenharia e membro do Comitê de Tecnologia e Qualidade do
SindusCon-SP. A utilização de cabaças plásticas, por sua vez, não se justifica em lajes não-ortogonais e de
vãos reduzidos. "O plástico diminui a rigidez da peça, porém exige uniformidade de medidas", explica o
calculista Sérgio Vieira.
Assim, deve ser observada a existência de interferências como desníveis entre áreas, divisões de cômodos,
shafts, alturas e larguras das janelas. Da mesma maneira deve ser considerada a existência de embutidos
(tubulações, ferros de espera, pinos, tirantes) que exigem a abertura de orifícios na fôrma.
Segundo explica o engenheiro Marcelo Correa, diretor técnico da SH Fôrmas, essas interferências
comprometem, e muito, o desempenho do sistema, sobretudo do ponto de vista econômico. A existência de
vigas a mais, utilizadas para o enrijecimento da estrutura, combater deformações lentas e até mesmo para
facilitar o acabamento sobre as esquadrias, chega a representar 30% de todo o gasto efetuado com fôrmas
em uma obra. "Pilares que recebem vigas exigem uma fôrma convencional e, por isso, precisam de cinco
vezes mais mão-de-obra, em função das bocas que são abertas em cada uso", conta. "Os sistemas de lajes
também têm seu uso prejudicado pela interferência de vigas, pois em cada encontro de viga e laje é
necessário um arremate." Ainda de acordo com o engenheiro, a produtividade dos sistemas de fôrmas de
lajes em obras totalmente planas chega a ser o dobro do que em lajes com viga de bordo e o quádruplo em
obras reticuladas com vigas.
Quanto aos escoramentos, a principal interferência diz respeito à base de apoio. Em alguns casos o terreno
pode ser irregular ou inclinado, o que complica a sua montagem. "Estruturas em balanço também
apresentam uma dificuldade a mais e pés-direitos muito altos exigem um projeto de escoramento mais
elaborado", complementa Araki.
Logística e custos
Como a maior parte das fôrmas industrializadas é alugada, e não vendida, o custo das soluções disponíveis
normalmente é diretamente proporcional ao prazo de utilização. Assim, comparar o preço dos sistemas é
uma tarefa complexa, que não pode contemplar apenas o custo, mas também o fator tempo e a quantidade
de reusos.
Com folgas, o que permite maior reaproveitamento é o metálico. Enquanto um painel de madeira pode ser
reutilizado de dez a 15 vezes, o metálico pode ser reutilizado de 50 a 70 vezes, em alguns casos, até 100
vezes. Não é à toa que o preço desse tipo de solução chega a ser dez vezes superior ao equivalente em
madeira. Em contrapartida, as fôrmas de madeira são de fácil confecção e de farta mão-de-obra disponível,
não exigem equipamentos especiais (solda, esmeril etc.) e, dependendo da disponibilidade do material no
local, podem ser uma opção muito econômica.
Some-se a tudo isso a necessidade de mão-de-obra. Segundo observa o consultor Eduardo Araki, para
equipamentos industrializados alugados, a incidência efetiva de mão-de-obra, incluindo transporte, carga e
descarga, estocagem, montagem e desmontagem no campo, gira em torno de 2 a 4 Hh/m². No caso das
soluções produzidas in loco esse índice sobe para até 20 Hh/m².
No caso dos conjuntos modulares, a diminuição de procedimentos de corte de madeira reduz o risco
potencial de acidentes. Já os escoramentos metálicos mais espaçados desobstruem os acessos, permitindo
melhor fluxo nas áreas de trabalho.
Devem ser observadas, por exemplo, as normas para fixação, escoramento e atirantamento para evitar
deformações durante a concretagem. Além disso, como a velocidade de lançamento do concreto define a
pressão lateral sobre a fôrma, a concretagem deve ser muito bem controlada. Da mesma maneira, o uso de
vibradores deve ser cuidadoso para evitar o contato com o painel e danificá-lo. Também é importante exigir
do fornecedor um projeto detalhado que facilite o entendimento dos montadores, bem como o treinamento
da mão-de-obra do canteiro, para que a produtividade do sistema atinja os índices esperados com total
segurança.
Outro item a ser observado é a disponibilidade do equipamento. "Grandes volumes devem ser contratados
em empresas que possam garantir o fornecimento para que não haja atraso na execução", salienta Marcelo
Correa. "A disponibilidade de atendimento técnico próximo à obra, assim como o fornecimento de projetos
de execução detalhados, pode fazer diferença", continua.
Concreform/SH Fôrmas
Aplicação: Paredes e pilares
Componentes: Chassi de aço galvanizado, conformado com perfil
especial e forrado com compensado de madeira. O painel básico de 75
cm x 270 cm se modula nas larguras de 0,45 m, 0,60 m e 0,75 m e
nas alturas de 1,2 m e 2,7 m
Peso: Menos de 30 kg/m²
Montagem: A junção é obtida com grampos de alinhamento, que
unem
e alinham os painéis simultaneamente, dispensando a operação de
alinhamento com perfis. Para inserir faixas de até 15 cm de madeira
são utilizados
grampos reguláveis
Produtividade: 0,3 Hh/m²
Cargas admissíveis: Até 60 t/m²
Reaproveitamento: 60 vezes
Transporte: Manual ou mecânico
Custo/m²: R$ 30/mês (locação)
Hand e Form/Rohr
Aluma/Mills
Locguel
Aplicação: Paredes, principalmente, e pilares
Componentes: Painéis de compensado plastificado de 12 mm com
molduras de aço. As dimensões variam de 0,20 a 0,80 m na largura por
1,20 m no comprimento
Peso: Cerca de 35 kg/m²
Montagem: Os painéis são fixados com clipes metálicos
Produtividade: 1,2 Hh/m²
Cargas admissíveis: Até 7 t/m²
Reaproveitamento: Indeterminado
Transporte: Manual
Custo/m²: De acordo com a obra
Vario/Peri
Dokaflex 1-2-4
Orma/Ulma
Aplicação: Paredes, muros, grades, pilares, caixa d'água,
reservatórios, tanques, grandes blocos de fundação, barragens, entre
outras
Componentes: O sistema conta com estrutura metálica em aço AE
275 B, acabamento com pintura eletrostática a pó amarela em epóxi,
com contato em chapa compensada plastificada de 18 mm.É composto
por painéis de diversas dimensões, com alturas básicas de 2,70 m e
1,20 m, além de grapas de união, chapas de compensado, escoras
metálicas de aprumo, tirantes de travamentos, entre outros
Peso: 55 kg/m²
Montagem: A montagem efetua-se em forma de vela de moinho que
diminui, conforme aumenta a dimensão das faces dos pilares, até
completar a dimensão máxima que oferecem os painéis. A grapa
regulável é o principal elemento de união, utilizado para a formação de conjuntos de painéis, garantindo a
estanqueidade entre eles. A grapa também é o elemento de alinhamento
Produtividade: Entre 4 m²/Hh e 9 m²/Hh
Cargas admissíveis: De 60 kN/m² a 80 kN/m²
Reaproveitamento: Até 100 vezes, sem troca do contato
Transporte: Mecanizado: gruas ou guindastes
Custo/m²: Normalmente os contratos de locação variam entre R$ 0,85/ m² x dia
e R$ 1,80/m² x dia
SL 2000/Mills
Pashal
Topec/SH Fôrmas
Aplicação: Lajes
Componentes: Painéis de 1,0 m x 2,0 m de chassi de alumínio forrado
com compensado plastificado e escoras
Peso: 12 kg/m²
Montagem: Um dos lados do painel é apoiado sobre a escora que
funciona como uma dobradiça, permitindo sua colocação no nível da laje.
A outra extremidade é conduzida por um bastão até atingir o mesmo nível
do lado oposto, complementando a montagem da fôrma. Roscas nas
escoras possibilitam o seu nivelamento milimétrico. O sistema prevê,
ainda, um perfil no final da laje para a emenda da viga com as fôrmas, na
modulação necessária
Produtividade: 0,3 Hh/m²
Cargas admissíveis: 0,725 t/m²
Reaproveitamento: 50 vezes
Transporte: Manual ou mecânico
Custo/m²: R$ 17/mês (locação)
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