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Avaliação final dos trabalhos efectuados nesta

formação
Optei por realizar esta avaliação final da minha participação nesta formação,
construindo um texto onde reflicta sobre os assuntos abordados dando, deste modo,
sobre eles uma visão holística. Recorri, para isso, a informações vindas desta e de
anteriores formações, nas quais participei.
A capacidade de demonstração do impacto que as Bibliotecas Escolares têm na
aprendizagem, está a tornar-se cada vez mais importante. A escola pode tomar a
iniciativa de promover a avaliação da sua biblioteca por variadas razões, entre as quais
se contam: identificação de áreas cujo melhoramento pode ser efectuado como resultado
de avaliações prévias; exame de novas iniciativas entretanto introduzidas; investigação
de uma área em que se não tem a completa certeza sobre a qualidade existente na
biblioteca; resposta a emanações governamentais.
A auto-avaliação visa o melhoramento da Biblioteca demonstrando a sua
contribuição e impacto no ensino e aprendizagem, pelo desenvolvimento das
competências leitora e literacias.
As bibliotecas, transformadas em Centros de Recurso e Documentação Escolar,
desenvolvem a competência de informação em que a colaboração dos ensinantes, dos
documentalistas, a constituição de colecções, os programas de estudo, o agenciamento
dos seus espaços é pensada num contexto de promoção e valorização da aquisição de
conhecimentos.
O modelo de auto-avaliação, gera-se no inglês, cujo sucesso na gestão escolar é
evidenciada no conhecido, pelo qual a avaliação é efectuada através de questões-chave,
sendo cada uma dividida em factores (strands).
Identificam-se um conjunto de áreas em cada factor a que se chama indicadores
e constitui-se um booklet.
A orgânica da avaliação consubstancia-se através do percurso auto avaliativo por
passos, através dos quais se descrevem as características da Biblioteca/ Centro de
Recursos em vários níveis de prestação: excelente, bom, intermédio e a necessitar de
melhoramento.
Esta avaliação prolonga-se no tempo e permite, com o enfoque nos alunos e
professores utilizadores e na própria biblioteca, o levantamento de evidências,
utilizando uma metodologia de inquérito ou de observação de comportamentos,
devidamente registados. Quando o enfoque reside na própria BE, a metodologia reside
mais nos documentos e planificações de actividades.
As observações dividem-se em vários cenários, através dos quais se utilizam
indicadores que recorrem, para sua contextualização, a alguns tipos de evidências. A
aferição destes indicadores permite a classificação da Biblioteca/Centro de Recursos de
Aprendizagem em vários níveis de performance.
Estas questões radiografam a necessidade de construção e aplicação de recursos
de avaliação que permitam a avaliação das actividades de promoção da leitura e da
pesquisa autónoma por parte dos alunos. A sua implementação no terreno fará,
certamente, concluir da necessidade de articulação colaborativa entre os vários ciclos do
Agrupamento de modo a rever a política de gestão de colecções, os documentos em
suportes diversificados ao dispor dos alunos, a prática efectiva da BE no sentido de
promover a leitura e, para isso, a disponibilização de documentos e meios e, por último,
a utilização de estratégias de pesquisa cuja competência atravessa as diversas áreas
curriculares.
Nesta espécie de apanhado da estrutura do modelo, da sua forma de ser aplicado
e trabalhado pelas escolas, na área da leitura e literacia, para avaliar este domínio, os
subdomínios (strands) dados, que se nos oferece dizer sobre os indicadores escolhidos,
as evidências propostas, os instrumentos de recolha? Qual parece que seria o resultado
de aplicar um instrumento desta natureza (com ou sem adaptações) nas nossas escolas?
Como havemos de avaliar os resultados do trabalho da biblioteca na área das
competências de leitura e de informação, na óptica para que aponta este modelo de
avaliação, muito centrado na capacidade da BE influenciar a qualidade do ensino e da
educação fornecidos pela escola?
Há, para isso, que fazer algum tipo de enquadramento em relação às noções de leitura e
literacia.
Vou começar pela de literacia, cujo uso corrente pretende significar que ou se
sabe ler funcionalmente ou se sabe apenas decifrar sem se atingirem os objectivos
comunicacionais que a leitura implica. O conceito de literacia remete, mais do que para
o processo de aprendizagem, para o seu produto, para os seus efeitos. Entende-se como
capacidade de compreender e usar todas as formas e tipos de material escrito requeridos
pela sociedade e usado pelos indivíduos que a integram (SIM-SIM, 1989); ultrapassa,
de longe a mera capacidade de descodificação em que assenta a dicotomia alfabetizado/
não alfabetizado.
No que respeita à leitura, a escola é, muitas vezes, um lugar difícil para a sua
aprendizagem, quando se centra sobretudo nos seus mecanismos de descodificação,
criando, porque não procura as linhas do sentido, mais dificuldades do que prazer em
alguns alunos incapazes de se libertarem da decifração oral.
A biblioteca está, talvez, no caminho de se transformar na biblioteca que a
escola necessita. E a evolução será tanto mais rápida quanto mais rapidamente um novo
conceito de escola passar a ser vivido. Essa biblioteca será o fulcro da dinamização da
leitura e, no seu projecto, terão de estar integradas não só as iniciativas mas também a
divulgação e o estímulo à resposta a iniciativas de outras escolas e de entidades diversas
que, muitas vezes, se perdem ou têm um aproveitamento menor porque a escola as
ignora.
A transformação da BE, na perspectiva de uma melhor utilização pelos alunos e
pelos professores, exige alterações profundas. De nada vale a riqueza de um património
se ele não estiver ao serviço de um projecto.
E tudo é importante: características dos espaços, horário de funcionamento,
serviços disponíveis, equipa de responsáveis e de pessoal de apoio, integração dos
alunos e dos professores no projecto – biblioteca/ centro de recursos.
Numa escala mais baixa, parece-me que, louvando-se o trabalho de muitas
equipas de BE, há realidades em que esta avaliação não se enquadraria visto que muitas
bibliotecas ainda continuam a ser entendidas como locais onde os alunos e alguns
professores vão utilizar os equipamentos tecnológicos para jogar, abrir emails, usar o
Messenger, remetendo-se os outros materiais de consulta para as estantes onde, de
forma lastimosa, teimam em não sair.
Por isso, parece-me que a organização da escola, como um todo, deve ser
perspectivada em termos de exigência, dedicação e de profissionalismo, de modo a que
esta avaliação importada vá encontrar um processo já efectivamente no terreno, para
que, como é seu objectivo, promova melhoramentos ou avalie pela qualidade já
alcançada, de modo a projectar o futuro.

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