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Muitas foram as teorias que tentaram explicar qual é o conceito de ação.

Dentre eles, podem-se destacar, resumidamente:

a) Teorias imanentistas/civilistas: ação corresponde ao direito de pedir em juízo


aquilo que nos é devido. Por outras palavras, tais teorias enxergavam a ação
como um capítulo do direito material. Só há ação se há também o direito. Não
se podia explicar um pedido julgado improcedente ou o pedido declaratório de
inexistência do direito.

b) Teorias concretas: neste ponto podemos começar a visualizar um início de


separação entre o direito material e o direito de ação, na medida em que estas
teorias enxergavam a ação como um direito concreto, ou seja, autônomo, no
sentido de que não necessariamente tem por base um direito subjetivo
ameaçado/violado.

Aqui temos ainda a célebre polêmica entre Muther e Windsheid. Muther separou
por conteúdo, o direito próprio e o direito de ação. Nesse passo, há o direito à
tutela jurídica do estado, dirigido em face deste e o direito à eliminação da lesão,
dirigido em face do adversário. Apesar de Windscheid ter polemizado a tese de
Muther, acabou concordando com ela.

Apesar do início da separação das noções de direito material e direito de ação,


para tais teorias a tutela jurisdicional devera conter-se numa sentença favorável,
ou seja, ainda anão se pode falar na existência de ação quando um dado pedido
é julgado improcedente.

c) Teoria da ação como direito potestativo: a ação seria entendida como um


direito autônomo, como enuncia a doutrina alemã, desde Wacth. Mas não se
dirige contra o Estado e sim contra o adversário, ou melhor, em relação ao
adversário. O titular do direito pode produzir em seu favor o direito de funcionar
a atividade jurisdicional em relação ao adversário, sem que este possa obter
aquele efeito.

É um direito tendente à produção de um efeito jurídico em favor de um sujeito,


com a sujeição do outro, que nada pode fazer e deve se submeter à sua
produção (direito potestativo).

Cuida-se do poder jurídico de realizar o exercício da atuação jurisdicional e da


vontade da lei.

c) Teoria da ação como direito abstrato: a distinção entre ação e o direito material
não era suficiente. Quando uma sentença, ainda que justa, nega o direito do
autor, ou, se dá à alguém um direito que não se detém, não podemos afirmar
que não existiu ação.
O Direito de ação independe da efetiva existência do direito material invocado.
Exige-se apenas que o autor faça referência a um interesse seu, protegido em
abstrato pelo direito.

Enrico Tulio Liebman afirmou que a existência da ação está condicionada ao


preenchimento de algumas condições. Ausentes tais condições o autor é
carecedor de ação.

Modernamente, diz-se que o direito de ação, constitucionalmente garantido


(princípio da inafastabilidade da jurisdição – art. 5º, XXXV), consiste o direito a
um julgamento de mérito. Mais do que isso, afirma-se ainda que este direito é
dinâmico e não estático (exercido ao longo de todo o procedimento e não apenas
durante o impulso inicial de demandar. Diz-se ainda que o réu também detém
direito de ação (consistente na prolação de uma sentença que julgue
improcedente o pedido formulado pelo autor).

A chamada teoria eclética (Leibman) também considera a ação como um direito


abstrato, ela se diferencia, todavia, das teorias concretas por considerar a
existência de uma categoria estranha ao mérito da causa (as condições da
ação).

Por fim, temos que o direito de ação não é um direito subjetivo, na medida em
que entre o seu titular e o Estado não existe um conflito de interesses, elemento
essencial para a caracterização do direito subjetivo.

As condições da ação podem ser compreendidas como sendo um legítimo filtro,


que serve a evitar o ajuizamento de demandas nitidamente inviáveis de serem
processadas e julgadas pelo Estado-Juiz.

Predomina em nosso ordenamento a teoria da asserção, segundo a qual a


presença das condições da ação deve ser analisada in status assertionis, ou
seja, em estado de asserção, à luz das afirmações feitas pelo autor na petição
inicial. Assim, se à luz do que foi afirmado pela parte demandante as condições
estiverem presentes, o caso é de processamento da demanda com julgamento
final de mérito. Se, por outro lado, o juiz constata a ausência das condições
apenas com base na narração inicial do autor, o caso é de extinção do processo
sem resolução do mérito pela falta das condições da ação.

As condições são interesse de agir e legitimidade.

A legitimidade “ad causam” consiste na relação de pertinência subjetiva entre o


titular do direito material discutido e a sua qualidade de parte. Deve figurar como
parte aquele que titulariza a relação jurídica material. Esta é a regra (legitimidade
ordinária), a qual comporta hipóteses excepcionais, onde essa pertinência não
se verifica (legitimidade extraordinária ou substituição processual). Este
fenômeno somente ocorre quando a lei autorizar.
A legitimidade para a causa não se confunde com a capacidade. Capacidade é
a aptidão para algo, e no processo civil temos duas: a capacidade de ser parte
(que todos detêm) e a capacidade de estar em juízo (ou capacidade processual
ou legitimidade ad processum) que só a detém os civilmente capazes. Se uma
parte não tem capacidade processual, haverá necessidade de suprimento, mas
tal circunstância não altera a sua legitimidade.

A legitimidade extraordinária (ou substituição processual) também não se


confunde com a sucessão processual, fenômeno no qual uma parte sucede à
outra em um dos polos da relação processual, em razão de alteração na
titularidade do direito material, como, por exemplo pode ocorrer em uma cessão
de crédito, ocorrida no curso de uma demanda.

Já o interesse de agir consiste no binômio necessidade-utilidade, sendo que


alguns autores destacam ainda a adequação. É dizer, se não necessária a
propositura da demanda, ou se não há utilidade no provimento jurisdicional
almejado, não há falar em interesse de agir.

Por fim temos os elementos identificadores das ações, os quais têm por
finalidade, como nome sugere, a identificação das demandas. É assim, por
exemplo, que se constata a existência de litispendência, de conexão, coisa
julgada, e assim por diante: do cotejo dos elementos identificadores.

São eles, partes, causa de pedir e pedido.

O conceito de parte é puramente processual. Parte é quem pede e em face de


quem se pede ou, por outras palavras, autor e réu. Daí se conclui que não se
cuida, necessariamente, do titular do direito dito ameaçado/violado.

Já a causa de pedir consiste nos fatos e fundamentos jurídicos do pedido. Com


efeito, o juiz não está adstrito aos fundamentos jurídicos apesentados pela parte.
Se o enquadramento for feito erroneamente, nada impede que o juiz faça a
correta adequação. Trata-se da adoção, no nosso sistema, da teoria da
substanciação da causa de pedir. Podemos afirmar, portanto, que a parte
formula ao juiz uma proposta de enquadramento jurídico dos fatos narrados. Daí
porque se afirma da mihi factum dabo tibi jus: me dê os fatos e eu te darei o
direito, ou juris novit cúria: o juiz conhece o direito.

Por fim, quando ao pedido, consiste na providência jurisdicional almejada


(pedido imediato) e no bem da vida pretendido (pedido mediato).

De regra, o pedido formulado deve ser certo e determinado (arts. 322 e 324),
embora a lei permita a formulação de pedido genérico em alguns casos (art. 324,
parágrafo 1º, I, II e III).

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