Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
RESUMO
ABSTRACT
1
1-INTRODUÇÃO
De acordo com Ferreira apud Marcelino (2006) “Organização e meio ambiente são
indissociáveis: Toda organização se insere num meio ambiente de onde provem os
recursos utilizados para o processamento de sua atividade”.
O mesmo autor Silva (2012) destaca que nos últimos anos verificou-se um
crescimento acentuado no número de automóveis, principalmente os carros populares,
incentivados, em grande parte, por políticas fiscais de incentivo à indústria
automobilística. Como consequência deste crescimento, verifica-se o crescimento do
setor de revenda de combustíveis.
“a questão ambiental ganha cada vez mais importância no dia-a-dia dos postos
revendedores, que precisam atender às exigências da Resolução do Conselho Nacional
de Meio Ambiente CONAMA nº. 273/2000 e de legislações estaduais específicas. Dessa
forma, não estão apenas evitando multas e outras punições, mas também fazendo sua
parte na preservação do meio ambiente e evitando gastos futuros com problemas de
passivo ambiental”.
3
resíduos, as empresas desse segmento estariam contribuindo, efetivamente, para o
controle e preservação ambiental. Para assim, cumprir os quesitos estabelecidos pela
legislação para se iniciar o processo de licenciamento ambiental.
Para Barros (2006) o petróleo é a maior fonte de energia fóssil. Além de ser o mais
importante e indispensável dos combustíveis fosseis. No Brasil o setor de transportes,
depende basicamente de combustíveis fósseis e biocombustíveis para manter o ciclo
econômico do país. O órgão regulador das atividades que integram a indústria do petróleo
e gás natural e a dos biocombustíveis no Brasil é a Agência Nacional do Petróleo, Gás
Natural e Biocombustível (ANP).
f) lavagens de veículos;
4
g) operação da loja de conveniência / escritórios.
Santos (2005), indica que “Os principais resíduos gerados nessas atividades
consistem em vapores de combustíveis, flanelas e estopas contaminadas, efluentes
líquidos, como águas oleosas, filtros usados, óleo queimado, lodo toxico das caixas
separadoras de água e óleo e embalagens de lubrificantes.
5
O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis –
IBAMA (2007) afirma que o Licenciamento Ambiental deve agir preventivamente sobre a
proteção do bem comum do povo e compatibilizar sua preservação com o
desenvolvimento econômico-social. Ambos, essenciais para a sociedade, são direitos
constitucionais.
Em dezenove de Dezembro de 1997, o CONAMA elaborou a resolução nº 237 que
dispõe sobre a revisão do sistema nacional de licenciamento, regulamentando os
aspectos de licenciamento estabelecidos através da Política Nacional de Meio Ambiente
prevendo assim as listagens das atividades passíveis de licenciamento ambiental no país
e deu competência aos órgãos estaduais e municipais para definir detalhamentos e
complementações necessárias, levando em consideração as especificidades, os riscos
ambientais, o porte e outras características do empreendimento ou atividade.
Conforme a Resolução CONAMA nº 237 o licenciamento ambiental compreende
três fases que irão discutir a viabilidade ambiental do empreendimento através dos
estudos apresentados. As três fases são:
• Licença Prévia - LP: concedida na fase de projetos aprovando sua localização e
concepção, aprovando a viabilidade ambiental da atividade e estabelecendo as
exigências e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua
implantação;
• Licença de Instalação - LI: autoriza a instalação do empreendimento com as
especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados na Licença
Prévia - LP, incluindo medidas de controle ambiental e demais condicionantes
para a fase de operação;
• Licença de Operação - LO: autoriza a operação da atividade, após a verificação do
efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de
controle ambiental e condicionantes a serem cumpridas durante a vigência da LO.
Quando o empreendimento já iniciou suas atividades, tem-se um licenciamento
corretivo. Se a empresa está se instalando ou já se instalou, mas não iniciou sua
operação, tem-se a licença de instalação de natureza corretiva – LIC. Para
empreendimentos que já estão em funcionamento, tem-se a licença de operação de
natureza corretiva – LOC (SEMAD, 2012).
Segundo a SEMAD (2012), no estado de Minas Gerais o licenciamento ambiental
é de competência do Conselho Estadual de Política Ambiental – COPAM que é um
6
conselho normativo e deliberativo, formado por um Plenário composto por Conselheiros
que representam os mais diversos segmentos do Governo e da Sociedade Civil.
A SEMAD (2012) afirma que junto ao COPAM atuam as Superintendências
Regionais de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SUPRAMS -, que
representa a Fundação Estadual de Meio Ambiente – FEAM -, o Instituto Mineiro de
Gestão das Águas – IGAM – e o Instituto Estadual de Florestas - IEF são órgãos técnicos
executivos responsáveis pela elaboração de pareceres técnicos e jurídicos que irão
fornecer subsídios para as decisões sobre o licenciamento ambiental, averbação de
reserva legal, concessão de outorgas de direito de uso de recursos hídricos.
Esses órgãos seccionais verificam se o tipo de empreendimentos e o local de sua
instalação estão de acordo com as normas existentes estaduais e federais, para isso
promovem audiências públicas sobre o projeto e procedem na avaliação dos seus
impactos ambientais. Todas as informações administrativas e pareceres técnicos e
jurídicos são incorporados aos processos que são submetidos à apreciação das Câmaras
Especialização do COPAM para deliberarem sobre a concessão da licença ambiental
componente (SILVA,2012).
De acordo com Bortoluzzi (2004) a discussão das partes no processo de
licenciamento ambiental leva á construção de um pacto na fase de Licença Prévia quando
são definidas as condições de viabilidade ambiental. Estas condições são chamadas de
condicionantes. As condicionantes são geralmente de restrições com vistas redução de
impactos negativos - medidas mitigadoras - ou de compensação para impactos negativos
não mitigáveis ou de mitigação insuficiente ou ainda no caso de haver necessidade de
promover os impactos positivos - medidas compensatórias
A Deliberação Normativa do COPAM, nº 74, ou DN 74, como é popularmente
conhecida, é uma deliberação específica criada em setembro de 2004 para estabelecer
critérios na classificação, segundo o porte e potencial poluidor, de empreendimentos e
atividades modificadoras do meio ambiente passiveis de autorização ambiental ou de
licenciamento ambiental no nível estadual e determina normas para indenização dos
custos de análise.
Ainda segundo a DN-74 para a classificação de empreendimentos passíveis de
licenciamento ambiental segundo suas atividades desenvolvidas conforme o porte e
potencial poluidor são classificados em:
• Classe 1 - Pequeno porte e pequeno ou médio potencial poluidor;
7
• Classe 2 - Médio porte e pequeno potencial poluidor;
• Classe 3 - Pequeno porte e grande potencial poluidor ou médio porte e médio
potencial poluidor;
• Classe 4 - Grande porte e pequeno potencial poluidor;
• Classe 5 - Grande porte e médio potencial poluidor ou médio porte e grande
potencial poluidor;
• Classe 6 - Grande porte e grande potencial poluidor.
Constituindo com a mesma deliberação (DN-74-COPAM) as atividades em que a
regularização ambiental é obrigatória são: Atividades Minerarias, Atividades Industriais
(Indústria Metalúrgica), Atividades Industriais (Indústria Química), Atividades Industriais
(Indústria Alimentícia), Atividades de Infra-Estrutura, Serviços e Comércio Atacadista e
Atividades Agrossilvipastoris.
Assim o processo de licenciamento ambiental segue critérios pré-estabelecidos
por órgãos ambientais competentes. Eles são os responsáveis pela elaboração de
normas e diretrizes que estabelecem análise dos estudos realizados, pela aprovação de
projetos. Para isso foi estruturado devidas classes de órgãos ambientais divididos por
área de atuação e unidos pelo Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídrico –
SISEMA.
O Sistema Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SISEMA é formado
pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD,
pelos Conselhos Estaduais de Política Ambiental – COPAM e de Recursos Hídricos –
CERH e pelos órgãos vinculados: Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM
responsável pela qualidade ambiental no estado no que corresponde Instituto Estadual de
Florestas – IEF e Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM (SEMAD, 2012).
As Superintendências Regionais de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável – SUPRAM - representam a descentralização da administração ambiental do
Estado. Foram criadas nove superintendências em cidades pólos para favorecer
construção de agendas regionais e facilitar o atendimento ao empreendedor (SEMAD,
2012). A cidade de Governador Valadares é atendida pela SUPRAM Leste Mineiro que
fica sediada neste mesma cidade.
As SUPRAM têm por finalidade planejar, supervisionar, orientar e executar as
atividades relativas à política estadual de proteção do meio ambiente e de gerenciamento
8
dos recursos hídricos formuladas e desenvolvidas pela SEMAD, dentro de suas áreas de
abrangência territorial (SEMAD, 2012).
2- METODOLOGIA
10
1. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Figura 01
12
Figura 02: Adaptações na estrutura do posto (CONAMA 273/2000)
ITEM ADAPTAÇÃO DA EMPRESA EM ESTUDO
São necessárias em todos os postos de combustíveis para sua atividade e passam por
Bombas de
manutenções constantemente para evitar possíveis vazamentos de
Abastecimento
combustíveis.Novas bombas foram instaladas durante a reforma.
Câmara de
A empresa possui as câmaras de contenção que atendem as normas da ABNT e a
Contenção
Resolução do CONAMA n.º 273/2000. As câmaras de contenção são dispositivos
dos tanques,
confeccionados em material impermeável e permitem a total retenção de eventuais
bombas e
vazamentos, evitando que o produto atinja o solo.
filtros
13
De acordo com a Deliberação Normativa COPAM nº 108/2007 as instalações de
sistema de abastecimento aéreo de combustíveis (SAAC) com capacidade total de
armazenagem menor ou igual a 15 m3 (quinze metros cúbicos), destinadas
exclusivamente ao abastecimento do detentor das instalações, são dispensadas do
licenciamento ambiental.
O posto em questão encontra-se em área urbana da cidade de Governador
Valadares, sendo assim não se faz necessária a apresentação da Averbação de Reserva
Legal. De acordo com o Código Florestal, toda atividade instalada em área rural deve ter
20% (vinte por cento) de sua área total destinada a assegurar a preservação da
biodiversidade e dos recursos naturais.
Em relação aos recursos hídricos utilizados pelo empreendimento, o mesmo faz
uso de água proveniente de poço-artesiano já regularizado. Foi formalizado anteriormente
processo para a obtenção de portaria de outorga junto à SUPRAM Leste Mineiro e a
devida portaria já foi publicada, devendo ser anexado uma copia ao processo de Licença
de Operação Corretiva – LOC uma cópia desta portaria.
Após análise do FCE , foi gerado o Formulário de Orientação Básica – FOB, onde
consta a classe em que o empreendimento foi enquadrado, o tipo de licenciamento a ser
obtido, a relação dos documentos a serem protocolados, os custos de análise do
processo pelo órgão ambiental e o prazo para protocolo dos estudos ambientais.
Como o posto possui uma capacidade de armazenamento de 240 m3, o mesmo se
enquadrou na classe 5 de acordo com a Deliberação Normativa COPAM nº 74/2004. No
FOB foram exigidos os seguintes documentos:
• FCE – Formulário de Caracterização do Empreendimento;
• FOB – Formulário de Orientação Básica;
• Procuração que comprove o vínculo entre a pessoa que assinou o FCE e a
empresa;
• Requerimento de Licença de Operação Corretiva, conforme modelo existente no
site da SEMAD;
• Coordenadas Geográficas de um ponto central do empreendimento;
• Declaração original da Prefeitura Municipal, informando que o uso e a ocupação
do solo estão em conformidade com as leis e regulamentos municipais;
• Recibo de pagamento do DAE – trata-se da taxa dos custos de análise do
processo;
14
• Cópia digital dos documentos a serem formalizados, juntamente com declaração
atestando que confere com o original entregue, sendo que a cópia de cada
documento deve estar salva em formato PDF;
• Publicação original e cópia do requerimento de licença em periódico local ou
regional de grande circulação. Esta publicação deve ser elaborada conforme
Deliberação Normativa nº 13/95;
• Recibo de pagamento do emolumento – trata-se da taxa de geração do FOB;
• RCA – Relatório de Controle Ambiental com respectiva Anotação de
Responsabilidade Técnica – ART conforme Termo de Referência existente no site
da SEMAD;
• PCA – Plano de Controle Ambiental com respectiva Anotação de
Responsabilidade Técnica – ART conforme Termo de Referência existente no site
da SEMAD.
O Relatório de Controle Ambiental- RCA é um laudo onde é feita a caracterização
do empreendimento identificando os aspectos ambientais decorrentes deste tipo de
atividade, incluindo os equipamentos instalados e os recursos naturais passíveis de
impacto.
O Plano de Controle Ambiental- PCA apresenta as medidas a serem adotadas
para a prevenção e redução significativa de emissões de cargas poluidoras para o ar, a
água e o solo, sendo inserido dentro deste os seguintes documentos.
• Teste de Estanqueidade;
• Investigação de Passivo Ambiental, conforme DN COPAM nº 108/2007;
• Projeto com ART da Caixa Separadora de Água e Óleo;
• Contrato com empresa licenciada para destinação final adequada dos resíduos
perigosos (classe 1);
• Laudo de medição de ruído;
• Certificado de treinamento dos funcionários para segurança, meio ambiente e
brigada de incêndio;
• Plano de Atendimento a Emergência;
• Notas fiscais dos equipamentos ecológicos instalados;
• Alvará de Vistoria do Corpo de Bombeiros;
15
Cabe Ressaltar que cada documento listado acima é um estudo realizado por
profissionais de diversas áreas.
A SUPRAM analisou os estudos e a documentação apresentados e realizou
vistoria técnica ao empreendimento.
Assim que providenciados todos os documentos listados no FOB o processo foi
formalizado por meio de protocolo na SUPRAM Leste Mineiro. Posteriormente foi
realizada uma vistoria no posto por três analistas ambientais da SUPRAM Leste Mineiro,
sendo eles dois engenheiros florestais e um biólogo, onde estes verificaram se todas as
instalações e equipamentos do posto estão de acordo com as exigências ambientais.
Segundo Sorato (2008), a equipe técnica realiza a vistoria baseada nos padrões
definidos pela Deliberação CONAMA 273/2000.
Quando necessário a SUPRAM solicita informações complementares, com prazo
de até cento e vinte dias para entrega destas, podendo ser prorrogável por igual período
(SEMAD,2012).
Os analistas da SUPRAM elaboraram um parecer único com observações técnicas
e jurídicas, onde constam também as condicionantes da Licença. Este parecer foi enviado
ao Conselho para votação na Reunião Ordinária da Unidade Regional Colegiada Leste
Mineiro do Conselho Estadual de Política Ambiental – COPAM, que ocorre uma vez ao
mês.
Segundo a SEMAD (2012), os conselheiros são representantes de organizações
distintas sendo elas governamentais, entidades civis, comunidade acadêmica e científica
e poder público. Os conselheiros analisaram o parecer único elaborado e a maioria esteve
de acordo com o relatório da SUPRAM e a licença de operação corretiva foi deferida. Os
conselheiros poderão também alterar ou acrescentar condicionantes desde que a maioria
dos mesmos estejam de acordo.
16
• Análise semestral dos efluentes oleosos na entrada e saída da caixa separadora
de água e óleo;
• Destinação final adequada aos resíduos sólidos perigosos;
• Destinação para reciclagem dos resíduos recicláveis.
2. CONSIDERAÇÕES FINAIS
17
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
18
FUNDAÇÃO ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE - FEAM. portal meioambiente.mg.
Disponivel em: <http://www.feam.br/>. Acesso em: 03 Julho 2012.
19