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Artigo publicado na revista Developer’s Magazine número 78, Fevereiro de 2003
sistema – onde seja possível diferenciar transações e interações com o usuário. Desta forma, casos de uso
de nível muito alto (business modelling do sistema) ou muito baixo (casos de uso atômicos, descrevendo
o sistema a nível de interações do usuário com a interface) não demonstram-se adequados para a medição.
Diversos artigos têm sido escritos, nos últimos anos, discutindo o nível de decomposição ideal dos casos
de uso para a aplicação da técnica. Esta é a principal falha da metodologia com relação à métrica por
Pontos de Função: na maioria dos casos, caberá aos analistas decidir a granularidade ideal dos Casos de
Uso utilizados para a medição.
Os passos necessários para a geração da estimativa são descritos a seguir.
O cálculo do UUCW é realizado como no cálculo de peso dos atores: somam-se os produtos da
quantidade de casos de uso classificados em cada tipo pelo peso nominal do tipo em questão.
Uma outra maneira de se calcular o peso dos casos de uso do sistema é levar em consideração o
número de classes envolvidas no processo, como mostrado na tabela 3. O cálculo, neste caso, é realizado
da mesma forma que na abordagem anterior, e pode ser aplicado quando já for possível antever as
entidades envolvidas em um dado processo.
Uma terceira forma, sugerida por Banerjee para substituir as duas técnicas citadas anteriormente,
utiliza uma regra de comparação simples. A regra é aplicada a cada Caso de Uso do sistema, e os valores
são somados para se obter o UUCW total. Esta fórmula é mais rápida e menos precisa que as duas outras
abordagens, mas apresenta resultados rapidamente:
1. Se o caso de uso for considerado simples - isto é, conter uma interface com usuário simplificada
e utilizar apenas uma entidade em um banco de dados - caso de uso é considerado fácil e tem
peso 5.
2. Se o caso de uso envolve uma interface mais trabalhada e utiliza-se de duas ou mais entidades de
banco de dados, ele é definido como médio e recebe um peso 10.
3. Se o caso de uso envolver 3 ou mais entidades em um banco de dados e contiver uma interface
mais complexa, este recebe um peso de 15.
O peso total não ajustado (Unadjusted Use Case Points) é calculado pelo somatório entre os pesos de
atores e casos de uso:
Para calcular o fator de complexidade técnica do sistema (seu Technical Complexity Factor, ou
TCF), utilizamos a tabela 4.
O valor TFactor é obtido pelo somatório dos níveis de influência atribuídos a cada fator (T1 a
T13) multiplicados pelo seu peso correspondente.
No caso dos Fatores Ambientais, o nível de influência indica o nível de disponibilidade de cada
recurso no decorrer do projeto: desta forma, determinar que um dado fator tem nível de influência alta
(isto é, atribuir a ele o valor 5) significa dizer que este fator está presente no projeto como um todo e
influencia seu desenvolvimento. Da mesma forma, atribuir um valor de influência zero (nenhuma
influência) a um fator indica que o mesmo não está presente no processo de desenvolvimento.
A título de ilustração podemos dizer que, um grau de influência mínimo (0) atribuído ao fator E3
indica uma equipe com total desconhecimento de Orientação a Objetos - enquanto que o grau máximo (5)
indica a disponibilidade de uma equipe experiente neste paradigma de desenvolvimento.
Onde o valor de EFactor é dado pela soma dos produtos entre o peso de cada fator (E1 a E8) e
seu grau de influência atribuído, como no cálculo da variável TFactor, abordada anteriormente.
Note que a maioria dos fatores ambientais tendem a diminuir o valor em Pontos de Caso de Uso
do sistema: isto reflete o ganho de velocidade proporcionado pelos diversos fatores ambientais descritos
na tabela, quando os mesmos encontram-se disponíveis.
O somatório indica a quantidade sugerida de horas por ponto de caso de uso a ser adotada no projeto,
sendo a média sugerida de:
Neste último caso, os autores da técnica sugerem que o projeto seja revisto: talvez haja a necessidade
de treinamento de pessoal, adequação de tecnologia ou revisão de requisitos, para garantir um melhor
aproveitamento de recursos e redução no cronograma previsto.
Conclusões
Uma vantagem evidente da métrica por Casos de Uso sobre a técnica de Pontos de Função é que ela
demonstra resultados muito mais cedo, no ciclo de desenvolvimento. Além disso, a técnica utiliza-se de
um tipo de documento essencial em metodologias dirigidas por caso de uso (Use Case Driven), como o
RUP, de forma que é possível calcular prontamente mudanças nas estimativas do sistema a cada pequena
alteração de requisitos, apenas refazendo alguns cálculos. Apesar dos ganhos, a técnica apresenta
problemas evidentes – como as diferenças visíveis de estimativa lançadas por analistas diferentes,
baseando-se na visão pessoal de cada um quanto ao nível de granularidade dos Casos de Uso analisados.
De uma forma ou de outra, a metodologia de medição por Pontos de Caso de Uso é uma técnica
interessante para equipes que carecem de uma métrica formal de lançamento de estimativas ou que não
conseguiram bons resultados utilizando-se de outros mecanismos de estimativa. Sem dúvida, vale a pena
tentar.
Referências
Karner, G. Metrics for Objectory. Diploma thesis, University of Linköping, Suécia. Dezembro, 1993.
Smith, John. The Estimation of Effort Based on Use Cases. Rational Software. Cupertino, Outubro,
1999.
Schneider, Geri, Winters, Jason. Applying Use Cases: A Practical Guide, 2/e, Addison Wesley
Professional, 2001.