Vous êtes sur la page 1sur 17

ANÁLISE DO CANAL NERDOLOGIA: UM MODELO DE EDUTENIMENTO

NO YOUTUBE

NERDOLOGIA CHANNEL ANALYSIS: A MODEL OF EDUTAINMENT ON YOUTUBE

Luis Henrique Rocha Mendes


Centro Universitário Módulo / Curso de Pedagogia / luisrocha1123@gmail.com
Dr. Edson Pereira Gonzaga
Centro Universitário Módulo / Curso de Pedagogia / edsonpgonzaga@gmail.com
Sayllor Vinicius Oliveira Moura
Centro Universitário Módulo / Curso de Pedagogia / sayllor_@hotmail.com

Resumo

Este estudo tem como objetivo analisar o canal Nerdologia, na plataforma YouTube e
compreender sua influência na área do edutenimento e da educação online, além disso,
se estudou o método de ensino do canal, que utiliza elementos da cultura nerd como
“isca” para realizar divulgação científica. O YouTube é uma das maiores plataformas de
vídeo do mundo, inclusive na área da Educação e divulgação científica. A metodologia de
pesquisa, se baseou na análise de conteúdo de Bardin (2016) e se avalia os vídeos com
base em um questionário criado pelos autores deste estudo. Além do questionário,
realizou-se uma avaliação com observações relacionadas ao método de ensino utilizado
pelo canal. Foram analisados cinco vídeos, sendo que como critério foi escolhido o
primeiro vídeo de cada ano desde que o Nerdologia foi criado, para também analisar a
evolução do canal com o passar do tempo. Observou-se que o Nerdologia tem uma
metodologia que aproxima o aluno que o assiste da ciência, facilitando assim o acesso ao
conhecimento.

Palavras-chave: YouTube; Educação online; Edutenimento; Nerdologia

Abstract

This study aims to analyse the Nerdologia channel on the YouTube platform and to
understand its influence in the edutainment area and the online education in addition the
teaching method of the channel was studied, the fact it uses elements of the nerd culture
as "bait" to promote scientific dissemination. YouTube is one of the largest videos
platforms in the workd, including education and science outreach. The research
methodology was based on Bardin (2016) content analysis and the videos were evaluated
based on a questionnaire elaborated by the authors of this study. In addition to the
questionnaire, an evaluation based on observations related to the teaching method used
by the Nerdologia was realised. Five videos were analysed, and as criterion was chosen
the first video of each year since the channel was created to analyse the evolution of the

39 REnCiMa, v. 10, n.6, p. 39-55, 2019


channel over time. It was observed that Nerdologia has a methodology that approaches
the student who assists it and science, thus facilitating access to scientific knowledge.

Keywords: Youtube; Online Education; Edutainment; Nerdologia

Introdução

Para Pedrolo e Lindner (2018), uma das características que abrange o cotidiano é
o fato que as pessoas estão rodeadas o tempo todo por tecnologias. Com isso, segundo
os autores, os jovens de hoje estão nascendo na era digital e são conhecidos como
nativos digitais. O termo foi definido por Prensky (2001) e para o autor às pessoas que
nasceram com este aspecto devido à geração “[...] são todos “falantes nativos” da
linguagem digital dos computadores, vídeo games e internet” (PRENSKY, 2001, p.
documento eletrônico não paginado).
As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) evoluíram muito nos últimos
anos, os meios de comunicação tornaram-se muito influentes e frequentes no dia a dia
das pessoas. Segundo Oliveira (2016), o que caracteriza as chamadas Novas TICs é a
possibilidade de interação entre o criador do conteúdo e espectador a qualquer momento.
O modelo tecnológico de comunicação estudado na pesquisa é a utilização de
vídeos de entretenimento educacional. O site considerado é o YouTube, atualmente a
plataforma mais conhecida e utilizada no mundo, criada em 2005 e vendida por US$ 1,65
bilhão em outubro de 2006 para a empresa Google. Pouco mais de um ano depois era o
site de entretenimento mais popular do Reino Unido (BURGESS; GREEN, 2009).
O edutenimento, do inglês edutainment, criada a partir da metodologia adotada
pela junção das palavras education (educação) e entertainment (entretenimento) como
ciência, vem sendo discutido em âmbito internacional por diversos profissionais da
Educação. Com o uso de elementos lúdicos e divertidos, como jogos, vídeos, filmes,
seriados televisivos e de mídias em geral, aparelhos móveis e até robôs inteligentes
desenhados para se tornarem educativos. O edutainment associado ao contexto
espontâneo de aprendizagem independente do espaço acessado, é o principal foco da
pesquisa.
Com base na assertiva, se estudou o canal Nerdologia no YouTube. Pode se
observar que o canal é reconhecido na área acadêmica, pois existe uma quantidade
significativa de estudos relacionados a este. Ao ser pesquisada a palavra “Nerdologia” no
Google Scholar se encontrou 56 resultados, todos estes sendo artigos científicos que
apontam os estudos e/ou análises referentes ao canal.
Criado em 2010, o Nerdologia registrava em 28 de fevereiro de 2019 o número de
2.339.902 inscritos e, na mesma data, 211.782.194 visualizações. O canal proporciona
Educação e divulgação científica com uma linguagem simples e de fácil compreensão
para o público nerd. Na descrição do canal segue o seguinte texto: “Uma análise científica
da cultura nerd! Toda terça e quinta, às 11h”.

40 REnCiMa, v. 10, n.6, p. 39-55, 2019


Desta forma, o canal utiliza elementos da chamada cultura nerd e envolve os temas
ligados a filmes, quadrinhos, super-heróis, séries e explica fenômenos científicos com
exemplificação a partir de elementos básicos.
Observou-se que durante as divulgações dos vídeos, em títulos e imagens, o canal
supõe que irá explicar os fenômenos ocorrentes, por exemplo, nos filmes e quadrinhos e
se utiliza isso como atrativo para os espectadores. A divulgação científica ocorre como
consequência da explicação. Em outras palavras, além de utilizar a ciência para explicar a
cultura nerd, usam a cultura nerd para explicar a ciência.
Desenvolveu-se neste estudo uma avaliação dos pontos positivos e negativos em
vídeos que estejam relacionados a eficiência do método de ensino e a influência social-
educativa que provoca nos espectadores no que tange ao canal como uma ferramenta
educacional.

Justificativa

No início, este estudo veio a partir do interesse de um dos autores (Mendes) em


compreender como se dão os sucessos de canais educacionais no YouTube.
Aparentemente, temas educacionais e científicos são difíceis de gerar interesse no
público jovem, porém, observando a quantidade de inscritos em canais como o
Nerdologia gerou-se uma curiosidade para compreender quais são os elementos que
auxiliam o sucesso do canal e principalmente como se dá esta metodologia de ensino tão
simples, porém, com resultados tão expansivos no comportamento educacional desse
público-alvo.
Com isso, o objetivo deste estudo é utilizar um canal que aplique conteúdos
educacionais por intermédio de elementos da cultura nerd no YouTube, para saber os
fatores positivos e negativos referentes ao método de ensino aplicado e a influência no
desempenho investigativo dos espectadores.
Pensando no uso do YouTube como veículo educativo, Freire e Shor (1986)
perceberam que é desejo antigo no inconsciente de pessoas preocupadas com a
educação dos jovens: “Raramente fomos provocados por uma reinvenção criativa da
linguagem sob nossos olhos, de um modo excitante, em que a linguagem nos obrigasse a
repensar a maneira de ver a realidade” (FREIRE; SHOR, 1986, p. 68).

Revisão literária

Segundo Falcade et al. (2011), “No mundo que enfrentamos hoje, quem não tem
conhecimento de tecnologias está um passo atrás dos que entendem e trabalham com
isso.” (FALCALDE, 2011, p.165) A tecnologia desenvolveu-se ao nível extremo e o uso
dela, incluindo a utilização de smartphones, cresceu significativamente nos últimos anos,
segundo O Estado de São Paulo (2017) dados da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo
(FGV-SP), em abril de 2017 previram que até outubro do mesmo ano, existiriam 208
milhões de smartphones no Brasil, sendo que esse crescimento se dá pela quantidade de
jovens que utilizam estes aparelhos e é com estes que os mesmos jovens acessam sites,
application (app) e redes sociais como por exemplo, o YouTube (CAPELOS, 2017).

41 REnCiMa, v. 10, n.6, p. 39-55, 2019


Para basear a revisão literária ao se discorrer especificamente do YouTube, se
fundamentou este estudo nas ideias apresentadas por Burgess e Green (2009). Segundo
os autores, o YouTube é considerado “[...] o maior aglutinador de mídia de massa da
internet no início do século 21” (BURGESS; GREEN, 2009, p. 9). Os dados revelados
pelo YouTube confirmam esta informação: a plataforma tem mais de um bilhão de
usuários; um bilhão de horas assistidas por dia; versões locais do site em 88 países e em
76 línguas diferentes; e alcança principalmente pessoas de 18 a 34 anos de idade
(YOUTUBE, 2019, documento eletrônico não paginado)
Inicialmente o site era para muitos uma plataforma para compartilhamento de
vídeos pessoais e caseiros na internet, porém, a popularidade de alguns vídeos de
entretenimento combinada com a possibilidade de divulgação de conteúdos de empresas
de mídia agradou ao grande público e fez com que o site não fosse apenas uma pequena
e rápida onda da internet, mas atualmente o maior divulgador de vídeos sejam caseiros
ou profissionais (BURGESS; GREEN, 2009).
A empresa é, para os autores, um metanegócio. Caracteriza-se não como um
produtor de conteúdo, mas como um divulgador de outros produtores que posteriormente
beneficiam-se social e financeiramente por intermédio da plataforma. “Dessa mesma
maneira, o YouTube desempenha uma função para os produtores de vídeo, atraindo a
atenção para o conteúdo ao mesmo tempo em que oferece uma participação em dinheiro
nas vendas de anúncios no site” (BURGESS; GREEN, 2009, p. 21).
De fato, a internet tem sido muito utilizada por todos para estudos, conhecimento e
formação de conceitos. Segundo Quintanilha (2017), grande parte das pessoas que
nasceram depois dos anos 1990 iniciaram suas vidas com meios tecnológicos de
comunicação e produtividade como celulares, computadores, tablets, smartphones e
outras ferramentas que surgiram a menos de três decênios.
Com base nessa realidade, o estudo realizado por Quitanilha (2017) em Salvador,
na Bahia, constatou que 100% dos estudantes de ensino superior participantes da
pesquisa utilizam a internet, enquanto que, destes, apenas 1,1% utilizam-na com uma
frequência baixa: 80% utilizam o YouTube com uma frequência média ou alta.
Percebe-se a facilidade de acesso às informações e às colocações propostas por
Santos (2017) que se referem as redes sociais como meios de troca de informação, ideias
e materiais, com um enorme potencial de gerar engajamento em questões políticas e
culturais. Os espectadores ao utilizarem a internet como ferramenta de novos
conhecimentos, estes automaticamente acabam por adquirir um perfil educativo-social. O
Youtube, é um exemplo claro de que participantes (espectadores e criadores dos
conteúdos) são envolvidos por seus gostos pessoais, compartilhando e interagindo com
vídeos relacionados a seus interesses, como arte, política e ciências.
O canal Nerdologia é um exemplo desse tipo de relacionamento: um canal de
divulgação científica focado em discutir questões relacionadas às ciências e tecnologia.
Entretanto, é possível identificar um público pertencente à rede social Canal Nerdologia e
que, devido a metodologia aplicada para a divulgação de informações, acabam por
instigar o conhecimento de quem assiste, influenciando o espírito investigativo de quem
assiste.

42 REnCiMa, v. 10, n.6, p. 39-55, 2019


Realizando uma análise bibliográfica de elementos relacionados à comunicação
como forma de entretenimento e Educação ao mesmo tempo, se identificou termos
específicos relacionados a área. Um desses termos é o T-learning, que nada mais é do
que o acesso a objetos educacionais e ao mesmo tempo midiáticos, sendo eles TV ou
internet, conforme Américo (2007), que defende a ideia de que:

“[...] um objeto educacional desenvolvido para T-Learning deve integrar


plataformas diversas, como Internet (Internet Portocol ou IP), TV Digital
(Digital Television ou TVD), Dispositivos Móveis (Mobile) como celulares,
PDAs (Personal Digital Assistants) e SmartPhones (os “celulares
inteligentes”, com maior capacidade de processamento), entre outros, além
de levar em consideração os estudos propostos em EaD (e-learning)”
(AMÉRICO, 2007, p. 8).

O termo começou a ser utilizado para realização de modelos educativos por


intermédio de meios de comunicação. Para Américo (2007), Educação formal é
institucional é hierárquica; educação não formal é menos burocrática, mas ainda assim
estimulada intencionalmente; e educação informal é existente fora do sistema formal e
não formal de ensino e é incidental. É interessante destacar que o autor define outro
modelo de ensino diferente dos citados, o edutenimento. Aparentemente,se pode cogitar
a possibilidade de utilizar o edutenimento como modelo de realização de vídeos do
YouTube. Desta forma, se observa que a internet é utilizada a favor da promulgação do
conhecimento, mas de que maneira os vídeos devem ser planejados e executados para
atrair uma geração em que a atenção dura em torno de sete a oito minutos?
Existem vários modelos eficientes e eficazes para estimular os alunos, o
Nerdologia, canal estudado nesta pesquisa, utiliza elementos da cultura nerd para explicar
conteúdos científicos e acadêmicos. Para Costa (2016), no canal Nerdologia:

“[...]o termo “nerd” é entendido não em seu sentido depreciativo, mas no


que se configurou como todo um universo de temas, filmes, quadrinhos e
demais manifestações culturais com os quais se identificam as pessoas
consideradas nerds, geralmente interessadas em tecnologia e
consideradas inteligentes.” (COSTA, 2016, p. 87).

Para esse autor, os elementos da cultura nerd e a popularização da mesma têm


sido mais aparentes nos últimos anos graças em grande parte a aparição significativa da
tecnologia na vida cotidiana das pessoas, considerando que na cultura nerd é muito
recorrente ao apreço por novas tecnologias.

Metodologia

Pesquisa e análise de natureza básica e qualitativa com o intuito de compreender


pontos negativos e positivos nos vídeos do canal Nerdologia, analisando a metodologia
de ensino e a influência que realiza nos espectadores.
O canal Nerdologia apresenta conteúdos científicos e educacionais a partir de
elementos da chamada cultura nerd, na qual é comum a presença de personagens
fictícios de super-heróis de quadrinhos e séries de televisão e desenvolvem os vídeos

43 REnCiMa, v. 10, n.6, p. 39-55, 2019


com exemplos populares para explicação.
Para a seleção dos conteúdos do canal que seria avaliado, se considera o
interesse de compreender a evolução do mesmo além da metodologia de ensino e dos
motivos que levaram a grande quantidade de visualizações diárias. Para isso, selecionou-
se o primeiro vídeo de cada ano desde 2014 (Tabela 1)

Tabela 1 - Lista de vídeos acompanhados pelo estudo

POSSESSÃO, ABDUÇÃO OU PARALISIA DO SONO?


884.841 visualizações
Publicado em 2 de jan. de 2014
Tempo de vídeo: 4m35s

Inversão dos polos magnéticos


699.428 visualizações
Publicado em 8 de jan. de 2015
Tempo de vídeo: 6m27s

A Força
655.929 visualizações
Publicado em 7 de jan. de 2016
Tempo de vídeo: 7m15s

Ano Novo
233.473 visualizações
Publicado em 10 de jan. de 2017
Tempo de vídeo: 9m38s

Winston Churchill
268.318 visualizações
Publicado em 2 de jan. de 2018
Tempo de vídeo: 8m30s

Fonte - Canal Nerdologia. Disponível em: https://www.youtube.com/user/nerdologia.


Acesso em: 17 ago. 2018.
A técnica para o levantamento de dados foi a Análise de Conteúdo (AC), na qual
“[...] funda-se na frequência e aparição de determinados elementos da mensagem [...]”
(BARDIN, 2016 p. 144). Desenvolveu-se uma ficha de avaliação para levantar os pontos

44 REnCiMa, v. 10, n.6, p. 39-55, 2019


positivos e negativos de cada vídeo (Tabela 2). Cada pergunta terá sua resposta e esta
será aplicada em uma das duas classificações: positivo ou negativo. Para determinar em
qual classificação cada resposta se encaixa, se considerou dois fatores: 1) a influencia
positiva ou negativa sobre o desenvolvimento do canal; 2) a influencia positiva ou
negativa sobre o espectador tanto na sua aprendizagem quanto na sua formação ética.
O próprio YouTube tem uma plataforma chamada de YouTube Creator, que serve
para novos criadores de conteúdos que têm as pretensões de iniciarem novos canais.
Para esta pesquisa, o YouTube Creator foi utilizado como base para desenvolver uma
Ficha de Avaliação que será preenchida pelo pesquisador enquanto assiste aos vídeos do
canal.

Tabela 2 - Ficha de avaliação dos vídeos estudados.


Ficha de avaliação Classificação

Perguntas Positivo Negativo

1 - A linguagem do vídeo fala diretamente com o


público alvo do canal?

2 - O conteúdo do vídeo oferece, além do


entretenimento, conhecimento teórico?

3 - O conteúdo é preciso e não foge dos objetivos


apresentados na introdução do vídeo?

4 - O conteúdo é apresentado com entusiasmo?

5 - O conteúdo é útil aos espectadores?

6 - O canal é organizado por temas para que seja


facilmente utilizado pelos espectadores?

7 - O canal apresenta as fontes que foram buscadas


para apresentar o conteúdo?

8 - O vídeo apresenta imagens, sons ou pequenos


vídeos para ilustrar o conteúdo?

9 - O vídeo contém anedotas?

10 - O canal dá a oportunidade de interação com o


público?

11 - Qual é a aprovação dos vídeos? (porcentagens


de “curtidas”)

12 - Existe interação nos comentários dos vídeos?

Fonte - PRÓPRIA DOS AUTORES.

45 REnCiMa, v. 10, n.6, p. 39-55, 2019


Resultados e discussão

Além do preenchimento da ficha de avaliação, com o auxílio dos dados da mesma


foi realizado uma análise de detalhes e apontamentos de cada vídeo registrada em
formato de texto dissertativo, a saber: “Possessão, abdução ou paralisia do sono” (Tabela
3; Figura 1), “Inversão dos polos magnéticos” (Tabela 4; Figura 2), “A Força” (Tabela 5;
Figura 3), “Ano novo” (Tabela 6; Figura 4) e Winston Churchill (Tabela 7; Figura 5).
Severino (2007) afirma que a AC é uma compreensão crítica das comunicações, na qual
devem ser observados os conteúdos, expressões e enunciados para a compreensão da
mensagem passada pelo discurso. Este discurso pode ser oral, escrito, em imagens ou
gestos.

Tabela 3 - Ficha de avaliação do vídeo Possessão, abdução ou paralisia do sono.


Ficha de avaliação Classificação

Perguntas Positivo Negativo

1 - A linguagem do vídeo é a mesma do público alvo


X
do canal?

2 - O conteúdo do vídeo oferece, além do


X
entretenimento, conhecimento teórico?

3 - O conteúdo é preciso e não foge dos objetivos


X
apresentados na introdução do vídeo?

4 - O conteúdo é apresentado com entusiasmo? X

5 - O vídeo apresenta as fontes que foram buscadas


X
para apresentar o conteúdo?

6 - O vídeo apresenta imagens, sons ou pequenos


X
vídeos para ilustrar o conteúdo?

7 - O vídeo contém anedotas? X

8 - O canal dá a oportunidade de interação com o


X
público?

Fonte - DADOS DA PESQUISA

Observações sobre a metodologia do vídeo:


● A música de fundo desperta o sentido de medo no espectador.
● Utilizam-se imagens de filmes como “Atividade Paranormal” e “Jogos Mortais” e do
seriado mexicano “Chaves”. Além de pinturas antigas relacionadas ao tema para
ilustrar o que está sendo dito verbalmente.

46 REnCiMa, v. 10, n.6, p. 39-55, 2019


● São explicadas expressões técnicas como a fase R.E.M. (Rapid Eye Moviment) do
sono, a utilização de neurotransmissores e o contexto histórico das crenças sobre
paralisia do sono que envolve possessão e/ou abdução para detalhar melhor os
motivos da paralisia do sono.
Figura 1 - Possessão, abdução ou paralisia do sono?

Fonte - Canal Nerdologia Disponível em: https://youtu.be/VZrQODHklJk. Acesso em: 22


out. 2018.

Tabela 4 - Ficha de avaliação do vídeo Inversão dos polos magnéticos.


Ficha de avaliação Classificação

Perguntas Positivo Negativo

1 - A linguagem do vídeo é a mesma do público alvo


X
do canal?

2 - O conteúdo do vídeo oferece, além do


X
entretenimento, conhecimento teórico?

3 - O conteúdo é preciso e não foge dos objetivos


X
apresentados na introdução do vídeo?

4 - O conteúdo é apresentado com entusiasmo? X

5 - O vídeo apresenta as fontes que foram buscadas


X
para apresentar o conteúdo?

6 - O vídeo apresenta imagens, sons ou pequenos


X
vídeos para ilustrar o conteúdo?

7 - O vídeo contém anedotas? X

8 - O canal dá a oportunidade de interação com o


X
público?

Fonte - DADOS DA PESQUISA

47 REnCiMa, v. 10, n.6, p. 39-55, 2019


Observações sobre a metodologia do vídeo:
● A música de fundo do vídeo desperta um sentimento de bravura.
● O vídeo explica primeiramente a fusão atômica que ocorre no sol para explicar a
função do campo magnético para a terra. Logo após, o apresentador, aparece na
Universidade Federal de Santa Catarina para mostrar um telescópio capaz de
observar como a radiação das explosões solares chega à terra.
● O telescópio é mostrado em vídeo, porém, observamos que não existe um
detalhamento de imagens na universidade, apenas alguns segundos do
apresentador explicando qual a função do telescópio.
● Para explicar a orientação dos pólos magnéticos que os animais utilizam, o
apresentador utiliza exemplos simples que também servem de anedotas, como
pesquisadores que descobriram em 2014 que cachorros preferem defecar
orientados para o norte.
● No decorrer do vídeo, vários outros do mesmo canal e de outros são citados, além
de livros como recomendação.
● Durante todo o vídeo, são mostrados desenhos da cultura “nerd”. Dentre estes
estão personagens de desenhos ou animes como X-Man, Cavaleiro do Zodíaco e
Dragon Ball Z.

Figura 2 - Inversão dos polos magnéticos.

Fonte: Canal Nerdologia https://youtu.be/ZJCBM1SZ-FY. Acesso em: 22 out. 2018.

48 REnCiMa, v. 10, n.6, p. 39-55, 2019


Tabela 5 - Ficha de avaliação do vídeo A Força.
Ficha de avaliação Classificação

Perguntas Positivo Negativo

1 - A linguagem do vídeo é a mesma do público alvo


X
do canal?

2 - O conteúdo do vídeo oferece, além do


X
entretenimento, conhecimento teórico?

3 - O conteúdo é preciso e não foge dos objetivos


X
apresentados na introdução do vídeo?

4 - O conteúdo é apresentado com entusiasmo? X

5 - O vídeo apresenta as fontes que foram buscadas


X
para apresentar o conteúdo?

6 - O vídeo apresenta imagens, sons ou pequenos


X
vídeos para ilustrar o conteúdo?

7 - O vídeo contém anedotas? X

8 - O canal dá a oportunidade de interação com o


X
público?

Fonte - DADOS DA PESQUISA

Observações sobre a metodologia de ensino do vídeo:


● Todo o conteúdo teórico do vídeo é para explicar como “A Força” funcionaria se
existisse fora do universo criado para o filme Star Wars.
● Imagens do filme Star Wars são frequentes durante o vídeo.
● No decorrer do vídeo, vários outros do mesmo canal são citados e referenciados.
Além de livros como recomendação.
● Para exemplificar e trazer para o universo da pessoa que o assiste, o apresentador
usa uma metáfora dos Midi-Chlorians com as mitocôndrias presentes nas células
animais.
● Ele utiliza este elemento para explicar matéria escura, gravidade e conexões
sinápticas e etc. de forma simples e muito lúdica.

49 REnCiMa, v. 10, n.6, p. 39-55, 2019


Figura 3 - A Força.

Fonte - Canal Nerdologia. Disponível em: https://youtu.be/eKNxhebmGzI. Acesso em: 22


out. 2018.

Tabela 6: Ficha de avaliação do vídeo Ano Novo.


Ficha de avaliação Classificação

Perguntas Positivo Negativo

1 - A linguagem do vídeo é a mesma do público alvo


X
do canal?

2 - O conteúdo do vídeo oferece, além do


X
entretenimento, conhecimento teórico?

3 - O conteúdo é preciso e não foge dos objetivos


X
apresentados na introdução do vídeo?

4 - O conteúdo é apresentado com entusiasmo? X

5 - O vídeo apresenta as fontes que foram buscadas


X
para apresentar o conteúdo?

6 - O vídeo apresenta imagens, sons ou pequenos


X
vídeos para ilustrar o conteúdo?

7 - O vídeo contém anedotas? X

8 - O canal dá a oportunidade de interação com o


X
público?

Fonte - DADOS DA PESQUISA

Observações sobre a metodologia de ensino do vídeo:


● O apresentador realiza a seguinte fala na abertura do vídeo: “Um feliz 2017 caso
você esteja nesse ano que talvez tenha começado”. Podemos analisar que a

50 REnCiMa, v. 10, n.6, p. 39-55, 2019


utilização destas palavras pode ter a pretensão de aplicar um questionamento
inicial no espectador.
● Ao afirmar sobre as superstições relacionadas às cores das roupas que as pessoas
normalmente utilizam no período de mudança de ano o vídeo realiza uma possível
anedota com a imagem de uma cueca amarela.
● Em alguns momentos específicos do vídeo, são utilizadas algumas palavras
formais e técnicas como: parâmetros científicos positivados; secularismo; e
proeminência acadêmica. Isso pode ser considerado como um dificultador da
aplicação do método de ensino.
● O filme “Êxodo: deuses e reis” de 2014 é apresentado como exemplo de utilização
de nomenclatura (BCE - Before Common Era).
● O vídeo apresenta muitos exemplos de calendários de várias culturas diferentes,
apresentando variados objetivos para a utilização do calendário.
● É citada a data estelar do filme Jornada nas estrelas como um exemplo de
calendário.

Figura 4 - Ano Novo.

Fonte - Canal Nerdologia. Disponível em: https://youtu.be/9uCA35L40C4. Acesso em: 22


out. 2018.

Tabela 7 - Ficha de avaliação do vídeo Winston Churchill.


Ficha de avaliação Classificação

Perguntas Positivo Negativo

1 - A linguagem do vídeo é a mesma do público alvo


X
do canal?

2 - O conteúdo do vídeo oferece, além do


X
entretenimento, conhecimento teórico?

3 - O conteúdo é preciso e não foge dos objetivos X

51 REnCiMa, v. 10, n.6, p. 39-55, 2019


apresentados na introdução do vídeo?

4 - O conteúdo é apresentado com entusiasmo? X

5 - O vídeo apresenta as fontes que foram buscadas


X
para apresentar o conteúdo?

6 - O vídeo apresenta imagens, sons ou pequenos


X
vídeos para ilustrar o conteúdo?

7 - O vídeo contém anedotas? X

8 - O canal dá a oportunidade de interação com o


X
público?

Fonte - DADOS DA PESQUISA

Observações sobre a metodologia de ensino do vídeo:


● Algumas gírias e termos populares da cultura nerd são escritos no vídeo para
facilitar a compreensão do espectador.
● O filme “O discurso do rei” é referenciado para citar a Crise da Abdicação ocorrida
na Inglaterra em 1936.
● A música “Aces High” da banda Iron Maiden é citada para exemplificar um dos
discursos de Winston Churchill.
Figura 5 - Winston Churchill.

Fonte - Canal Nerdologia. Disponível em: https://youtu.be/13Tos1JN_2Q. Acesso em: 22


out. 2018.

Procurou-se analisar o questionário e o contexto dos vídeos como uma média


global, com a finalidade de definir as características que classificam o canal como
edutenimento. Todos os vídeos assistidos possuem em comum a linguagem com um
público-alvo já preestabelecido; além do entretenimento, exibem conhecimento teórico; as
fontes que foram buscadas para apresentar o conteúdo e contêm imagens, sons ou
pequenos vídeos para ilustrar o conteúdo. Geralmente o canal apresenta os vídeos com

52 REnCiMa, v. 10, n.6, p. 39-55, 2019


entusiasmo e dá a oportunidade de interação com o público. Durante a análise dos
vídeos, o locutor raramente apresenta anedotas.

Considerações

Com a análise realizada nos vídeos se observou que o canal Nerdologia tem os
elementos da cultura “nerd” não apenas como identitários, mas também e principalmente
como ferramentas facilitadoras do ensino. O diálogo com um público cujos interesses são
outros, como histórias em quadrinhos, cinema, jogos e anedotas que são utilizadas com
estes elementos, tem, dentre outros, o objetivo de trazer o espectador mais perto de
conceitos científicos e elementos técnicos que podem ser considerados complexos em
uma explicação mais teórica, despertando assim o espírito investigativo.
O edutenimento obviamente não é unicamente responsável pelo desenvolvimento
educacional integral do indivíduo, mas atua como complemento à Educação conforme as
demais citadas durante o aporte teórico. Os vídeos citados do Canal Nerdologia como
ferramenta educativa e que influencia no comportamento científico do internauta que
acompanha o trabalho deste, desenvolve interesse significativo em compreender
cientificamente os fenômenos tratados em HQs, filmes, desenhos, animes, etc. e introduz
determinados assuntos para que o espectador fique por dentro do que está sendo tratado.
Percebe-se também que o tempo de vídeo foi crescente durante os anos. Esse fato
chama a atenção para um detalhe importante: o canal utiliza um tempo que se pode
considerar relativamente curto para explicação de termos complexos, por exemplo, como
a inversão dos pólos magnéticos. Desta forma, considera-se que é uma boa ferramenta
para pautar informações que, durante a pesquisa individual por parte do espectador sobre
a descrição, dar continuidade no entendimento de como comparar forças por meio de
unidades de medida, por exemplo. Tudo isso por meio da atração audiovisual de
informações que o vídeo traz sobre determinados assuntos e como consequência
expandir o conhecimento.
Outra função constatada foi a de que o canal realiza muito bem a divulgação
científica, assuntos que muitas vezes os alunos da Educação formal não possuem
entendimento ou sequer noção na sala de aula e que, por iniciativa própria, ao assistir os
vídeos educativos do canal, despertam interesse e dão iniciativa à pesquisa.

Referências

AMÉRICO, Marcos. A Produção de Conteúdos Audiovisuais Educacionais Interativos para


TV Digital. XXX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. 2007, Bauru.
Anal… Bauru: UNESP. 2007. p. 1-15. Disponível em:
http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2007/resumos/R0813-1.pdf. Acesso em: 20
set. 2019.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo. Edições 70, 2012.
BURGESS, Jean; GREEN, Joshua. YouTube e a Revolução Digital: Como o maior
fenômeno da cultura participativa transformou a mídia e a sociedade. São Paulo. Aleph,

53 REnCiMa, v. 10, n.6, p. 39-55, 2019


2009.
CAPELAS, Bruno. Até o fim de 2017, Brasil terá um smartphone por habitante, diz FGV. O
Estado de São Paulo, São Paulo. OESP 2017, documento eletrônico não paginado.
Disponível em: https://link.estadao.com.br/noticias/gadget,ate-o-fim-de-2017-brasil-tera-
um-smartphone-por-habitante-diz-pesquisa-da-fgv,70001744407. Acesso em: 22 out.
2018.
COSTA, Verônica Soares da. Contribuições e limites do paradigma praxiológico para os
estudos da comunicação pública da ciência: uma análise do canal Nerdologia. Revista
científica de comunicação social do Centro Universitário de Belo Horizonte. Belo
Horizonte. v. 9, nº 1 . 2016. Disponível em:
https://revistas.unibh.br/ecom/article/view/1906/1044 Acesso em: 22 set. 2019.
FALCADE, Laís; FALCADE, Andressa; LEMOS, Ana Paula Rodrigues Kuhls;
SCHNEIDER, Márcia M. B. A inclusão da informática no ensino básico: um relato de
experiência docente. Revista de Ensino de Ciências e Matemática (REnCiMa), v. 2, n.
2, p. 155-166, jul/dez 2011. Disponível em:
http://revistapos.cruzeirodosul.edu.br/index.php/rencima/article/view/63 Acesso em: 21
set. 2019.
FREIRE, Paulo; SHOR, Ira. Medo e ousadia: o cotidiano do professor. Trad.: Adriana/
Lopes. 2 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.
Nerdologia. 2010. Disponível em: https://www.youtube.com/user/nerdologia/about. Acesso
em: 22 de outubro de 2018
OLIVEIRA, Priscila Patricia Moura. O YOUTUBE COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA.
Simpósio Internacional de Educação a Distância. São Carlos, 2016. Anais… São
Carlos: UFSCAR. 2016. p. 1-14. Disponível em: http://www.sied-
enped2016.ead.ufscar.br/ojs/index.php/2016/article/view/1063 Acesso em: 21 set. 2019.
PEDROLO, Caroline Rufino; LIDNER, Edson Luiz. Um estudo de caso sobre a concepção
e aplicação de um objeto de aprendizagem digital sobre a temática alimentação em
alunos do ensino médio. Revista de Ensino de Ciências e Matemática (REnCiMa), v. 9,
n.4, p. 219-234, 2018 Disponível em:
http://revistapos.cruzeirodosul.edu.br/index.php/rencima/article/view/1714 Acesso em: 21
set. 2019.
PRENSKY, Marc. Nativos Digitais, Imigrantes Digitais. NCB University Press, Vol. 9 No.
5, out. 2001. Disponível em:
http://crisgorete.pbworks.com/w/file/fetch/58325978/Nativos.pdf Acesso em: 22 set. 2019.
QUINTANILHA, Luiz Fernando. Inovação pedagógica universitária mediada pelo
Facebook e YouTube: uma experiência de ensino-aprendizagem direcionado à geração-Z.
Educar em Revista, Curitiba, Brasil, n. 65, p. 249-263, jul./set. 2017. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-
40602017000300249&script=sci_abstract&tlng=pt Acesso em: 21 set. 2019.
SANTOS, Rodrigo Costa dos. Vozes (Des)conectadas: Uma Análise do Uso dos
Recursos de Engajamento nas Práticas Discursivas no Canal Nerdologia. Hipertextus.
Rio de Janeiro, v. 17, n. 32, p. 1-15, novembro 2017. Dispnóvel em:

54 REnCiMa, v. 10, n.6, p. 39-55, 2019


https://www.academia.edu/35844748/Vozes_des_conectadas_Uma_An%C3%A1lise_Do_
Uso_Dos_Recursos_De_Engajamento_Nas_Pr%C3%A1ticas_Discursivas_No_Canal_Ne
rdologia Acesso em: 21 set. 2019.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia de Trabalho Científico. Ed. 24. São Paulo.
Cortez Editora. p, 2016.
YouTube para a imprensa. 2019. Disponível em: https://www.youtube.com/intl/pt-
BR/about/press/ Acesso em: 21 set. 2019.

55 REnCiMa, v. 10, n.6, p. 39-55, 2019

Vous aimerez peut-être aussi