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1 Introdução
A freqüência cardíaca (FC) é uma variável relevante para o diagnóstico funcional, pois
contém informações que servem para determinar o nível benéfico de aplicação dos exercícios
físicos como terapêutica e avaliar de forma confiável a modulação autonômica da FC como
um fator de risco para as doenças cardiovasculares. De acordo com Negrão e Barretto (2005)
os primeiros estudos que investigaram o efeito do exercício físico regular no controle e
tratamento da pressão arterial foram realizados em meados da década de 1960 e nesta época
surgiram as primeiras evidências de redução da pressão arterial em indivíduos hipertensos que
realizavam exercício físico regular. O treinamento físico dinâmico envolvendo exercício de
resistência aeróbia reduz de modo significativo a pressão arterial de indivíduos hipertensos,
sendo observado uma redução média de 7 a 10 mmHg nas pressões tanto sistólica como
diastólica. A variabilidade da freqüência cardíaca (VFC) pode ser coletada facilmente de
forma não invasiva permitindo-se obter informações indiretas sobre a capacidade funcional e
cardiovascular do indivíduo e desta forma fornece uma confirmação ao fisioterapeuta para o
alcance de um tratamento efetivo e seguro. Os objetivos propostos pelo estudo foram estudar
a função autonômica cardíaca, por meio da variabilidade da freqüência cardíaca antes e após
fisioterapia cardiovascular; e avaliar os benefícios promovidos pela intervenção
fisioterapêutica.
2 Metodologia
1
Professora Doutora – Curso de Fisioterapia
Foram estudados dois voluntários, sedentários com idades de 50 e 58 anos, hipertensos
e hemiparéticos pós acidente vascular encefálico. Os critérios de exclusão para pesquisa
foram os seguintes: voluntários etilistas e/ou tabagistas, portadores de doenças metabólicas ou
músculo-esqueléticas, voluntários que utilizam medicamentos como beta-bloqueadores,
digitálicos e inibidores de canais de cálcio. Os procedimentos experimentais constaram de
quatro etapas que foram realizadas na Clínica Escola UniFISIO – UniEVANGÉLICA: 1ª
Etapa – Condição de repouso e teste de caminhada de 6 minutos (TC6), com registro da FC
batimento a batimento, em tempo real, visando a avaliação autonômica cardíaca inicial. 2ª
Etapa – Conscientização dos pacientes envolvidos por meio de folhetos explicativos, com os
temas educativos sobre os prejuízos causados pelo sedentarismo, pelo acidente vascular
encefálico (AVE) e pela hipertensão arterial. 3ª Etapa – Fisioterapia cardiovascular que foi
realizada 3 vezes por semana durante 3 meses, constituída por alongamentos e aquecimento
com exercícios que promoviam a mobilização das articulações; condicionamento, realizado
dentro da freqüência cardíaca de tratamento previamente estimada para cada voluntário, em
esteira elétrica e/ou bicicleta ergométrica por 20 minutos; desaquecimento que foi constituído
de exercícios no solo e técnicas de relaxamento para retorno das variáveis aos valores iniciais.
4ª Etapa – Reavaliação na condição de repouso e TC6 com registro da freqüência cardíaca
batimento a batimento, em tempo real, visando a avaliação autonômica após três meses de
intervenção.
3 Resultados e Discussão
2
Bolsista PBIC – Curso de Fisioterapia
VFC TC6 (RMSSD) 36,70 47,82 27,41 17,98
bpm= batimentos por minuto; mmHg = milimetros de mercúrio; m= metros; TC6 = teste de caminhada de seis minutos;
VFC = variabilidade da freqüência cardíaca; RMSSD = índice de variabilidade da freqüência cardíaca.
Observa-se a redução dos valores basais da FC especialmente no paciente C.A.C, por outro
lado os valores de pressão arterial (PA) e o desempenho no TC6 mostraram-se sensíveis ao
tratamento proposto. Com base nos índices de VFC (RMSSD) foi possível observar que o
paciente V.I.L apresentou melhora na modulação autonômica cardíaca após a fisioterapia
cardiovascular e o paciente C.A.C. também apresentou melhoras significativas, exceto no
TC6 onde o RMSSD apresentou-se menor após intervenção.
4 Conclusão
5 Referências Bibliografia