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INSTITUTO DO EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL, IP

CENTRO DE EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO BARLAVENTO

Modalidade da Formação: Educação e Formação de Adultos - Nível Secundário

Área de Formação / Itinerário de


Qualificação:

Saída Nível
Profissional
Técnico Auxiliar de Saúde
QNQ
4 UC/UFCD CLC 6 – Cultura, Urbanismo e Mobilidade

Formador:
Património Cultural – A Literatura Oral Tradicional
Atente nas quadras populares de António Aleixo.

1. Há, nestas quadras de António Aleixo, um tom crítico e moralizador.

1.1 Discuta, com os seus colegas, a crítica e/ ou o valor moral implícitos em cada uma delas.

2. Faça corresponder os provérbios a seguir apresentados ao sentido de cada uma das quadras
que acabou de ler.

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3. Os trava-línguas são também parte do património cultural português. Experimente dizer
alguns destes trava-línguas, de forma rápida e sem errar.

1 4
Diz depressa: Amigo, compre uma capa parda
Um tigre, dois tigres, três tigres... Se comprar uma capa parda, paga-a.
Eu uma capa parda comprei
2 E uma capa parda paguei.
Copo, copo, giricopo,
Giricopo, copo, cá. 5
Quem não disser três vezes, O rato roeu a rolha
Copo, copo, giricopo, Da garrafa do rei da Rússia.
Giricopo, copo, cá,
Por este copo não beberá. 6
- Pardal pardo, porque palras?
3 - Palro sempre e palrarei
Esta casa está ladrilhada Porque sou o pardal pardo
Quem a ladrilharia? Palrador d’El-Rei.
O ladrilhador que a ladrilhou
Bom ladrilhador seria

Grupo II

Leia o conto tradicional Os Três Conselhos com atenção. Se necessário, consulte as notas.

OS TRÊS CONSELHOS

Um pobre rapaz tinha casado, e para arranjar a sua vida, logo ao fim do primeiro ano teve de ir servir
uns patrões muito longe. Ele era assim bom homem, e pediu ao amo que lhe fosse guardando na mão o
dinheiro das soldadas1. Ao fim de uns quatro anos já tinha um par de moedas, que lhe chegava para comprar
um eidico2, e quis voltar para casa. O patrão disse-lhe:
– Qual queres, três bons conselhos que te hão de servir para toda a vida, ou o teu dinheiro?
– Ele, o dinheiro é sangue, como diz o outro.
– Mas podem roubar-to pelo caminho e matarem-te.
– Pois então venham de lá os conselhos.
Disse-lhe o patrão:
– O primeiro conselho que te dou é que nunca te metas por atalho, podendo andar pela estrada real.
– Cá me fica para meu governo.
– O segundo, é que nunca pernoites em casa de homem velho casado com mulher nova. Agora o
terceiro vem a ser: nunca te decidas pelas primeiras aparências.
O rapaz guardou na memória os três conselhos, que representavam todas as suas soldadas; e
quando se ia embora, a dona da casa deu-lhe um bolo para o caminho, se tivesse fome; mas que era melhor
comê-lo em casa com a mulher, quando lá chegasse. Partiu o homenzinho do Senhor, e encontrou-se na
estrada com uns almocreves3 que levavam uns machos com fazendas; foram-se acompanhando e contando
2

a sua vida, e chegando lá a um ponto da estrada, disse um almocreve que cortava ali por uns atalhos, porque
poupava meia hora de caminho. O rapaz foi batendo pela estrada real, e quando ia chegando a um povoado,
viu vir o almocreve todo esbaforido sem os machos; tinham-no roubado e espancado na quelha4. Disse o
moço:
– Já me valeu o primeiro conselho.
Seguiu o seu caminho, e chegou já de noite a uma venda, onde foi beber uma pinga, e onde
tencionava pernoitar; mas quando viu o taverneiro já homem entrado, e a mulher ainda frescalhuda5, pagou
e foi andando sempre, Quando chegou à vila, ia lá um reboliço; era que a Justiça andava em busca de um
assassino que tinha fugido com a mulher do taverneiro que fora morto naquela noite. Disse o rapaz lá
consigo:
– Bem empregado dinheiro o que me levou o patrão por este conselho.
E picou o passo, para ainda naquele dia chegar a casa. E lá chegou; quando se ia aproximando da porta,
viu dentro de casa um homem, sentado ao lume com a sua mulher! A sua primeira ideia foi ir matar logo ali
a ambos. Lembrou-se do conselho, e curtiu consigo a sua dor, e entrou muito fresco pela porta dentro. A
mulher veio abraçá-lo, e disse:
– Aqui está meu irmão, que chegou hoje mesmo do Brasil. Que dia! E tu também ao fim de quatro
anos!
Abraçaram-se todos muito contentes, e quando foi a ceia para a mesa, o marido vai a partir o bolo,
e aparece-lhe dentro todo o dinheiro das suas soldadas. E por isso diz o outro, ainda há quem faça bem.

Teófilo Braga, Contos Tradicionais do Povo Português, 1883.

NOTAS

1 soldadas – salário de criados.


2 eidico– lugar, sítio, pátio, quintal.
3 almocreves – indivíduo condutor de bestas de carga.
4 quelha – caminho estreito.
5 frescalhuda – mulher bem conservada.

Responda, de forma completa e bem estruturada, às questões que se seguem.


1. Indique a razão pela qual o pobre rapaz foi obrigado a deixar a mulher pouco tempo após o casamento.
2. Transcreva do texto a frase que transmite a ideia do rapaz acerca do dinheiro.
3. “O rapaz guardou na memória os três conselhos, que representavam todas as suas soldadas.”
3.1. Explique o significado desta frase.
4. Refira o objetivo da sugestão feita pela dona da casa ao dar um bolo ao rapaz.
5. Dê a sua opinião acerca da utilidade de cada um dos conselhos.
6. O conto termina com a expressão “(…) ainda há quem faça bem”.
6.1. Tendo em conta o que leu nesta história, justifique esta expressão.

Grupo III
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Leia com atenção o conto “O Rapaz e a Caveira”, de Lourenço Joaquim da Costa Rosário.
Responda às questões sobre o conto que acabaste de ler. Sempre que necessário, volte a lê-lo.
1. O protagonista do conto deixou a terra natal, dirigindo-se a pé para uma terra onde pudesse ganhar
dinheiro.
1.1.1. Indique as razões que levaram o rapaz a parar.
1.2. O que o surpreendeu nesta paragem?
2. O rapaz sentiu-se um privilegiado e decidiu ir até à povoação mais próxima.
2.1. Refira os motivos desta decisão.
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3. Para convencer a população de que estava a dizer a verdade, o rapaz fez uma proposta.
3.1. Explique-a.
4. O rei prometeu dar “um lugar de rei” ao rapaz.
4.1. Compreende o risco a que o monarca se expôs? Fundamente a sua resposta com um
argumento.
5. Comprovada a mentira, o rapaz é decapitado com a aprovação dos guardas, populares e rei. No entanto,
no desenlace do conto ficou comprovada a sua inocência.
5.1. Demonstre-a.
6. O narrador deste conto não participa na história, limitando-se a narrá-la.
6.1. Comprove esta afirmação com dois segmentos textuais.
6.2. Identifique as marcas linguísticas próprias de um narrador não participante.
6.3. No entanto, o narrador tem um conhecimento ilimitado do que acontece ao protagonista.
6.3.1. Transcreva um segmento textual que comprova a omnisciência do narrador.

A LÍNGUA PORTUGUESA NO MUNDO


1. Lê o seguinte texto informativo.
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A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, ou CPLP, é uma organização transnacional


que visa o reforço da amizade mútua e da cooperação entre os seus países membros. Criada a 17 de
julho de 1996 é uma instituição com autonomia financeira e jurídica, englobando os seguintes países
de língua oficial portuguesa: Angola, Cabo Verde, Guiné- -Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe,
Portugal, Brasil, Timor-Leste e Guiné Equatorial.
A CPLP tem como objetivos a harmonia política e diplomática entre os seus estados-membros,
a cooperação entre as nações constituintes em todos os domínios, o desenvolvimento de projetos de
promoção e divulgação da língua portuguesa.
Todos os estados-membros gozam de igualdade e reciprocidade de tratamento no seio da CPLP,
mantendo as suas identidades nacionais e respeitando o princípio da não-ingerência em assuntos de
cada um dos países, bem como a sua integridade territorial. A paz, democracia, direitos humanos,
justiça social e estado de direito são os objetivos a que se votam os membros da CPLP de acordo com
os princípios por que se regem, com vista à promoção do desenvolvimento e da cooperação mútua.
Os fundos pelos quais se rege o Secretariado Executivo (principal órgão executivo, com
incumbência de aplicar as decisões dos órgãos deliberativos) da CPLP provêm das contribuições dos
estados-membros, além de um fundo especial e de outras contribuições voluntárias de instituições
públicas e privadas.
“Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)”. In Infopédia [Em linha]. http://www.infopedia.pt/
$comunidade-dos-paises-de-lingua-portuguesa. Porto: Porto Editora, 2003-2015 [Consult. 2015-02-04]

1.1. Atenta no mapa e completa a legenda com os países da CPLP, tendo em conta as informações
apresentadas no texto.

1. _______________________

2. _______________________

3. _______________________

4. _______________________

5. _______________________

6. _______________________

7. _______________________

8. _______________________

9. ______________________

2. Atendendo à geografia do português no mundo, lê os seguintes excertos e identifica a variedade a que


correspondem (europeia, brasileira, africana).

Texto A: _____________ Texto B: _____________ Texto C: _____________

Texto A
Carnaval da vitória é o porco mais bonito do mundo. Meu pai que lhe trouxe no sétimo andar onde a comissão
de moradores é reacionária porque não quer porcos no prédio […].
Primeiro o nome dele era só carnaval. Depois que a gente ganhou a vitória contra o inimigo o nome ficou carnaval
da vitória. O inimigo é um fiscal fantoche ladrão de porcos que lhe denunciámos no prédio onde ele ficou na
vergonha. Carnaval da vitória é o porco mais bom do mundo porque quando veio na nossa escola a camarada
professora deu borla.
RUI, Manuel, 2005. Quem me dera ser onda. 8.ª ed. Lisboa: Cotovia (p. 37) (1.ª ed.: 1982)
6
Texto B
Sob a Lua, num velho trapiche1 abandonado, as crianças dormem.
Antigamente aqui era o mar. Nas grandes e negras pedras dos alicerces do trapiche as ondas ora se rebentavam
fragorosas, ora vinham se bater mansamente. A água passava por baixo da ponte sob a qual muitas crianças
repousam agora, iluminadas por uma réstia amarela de lua. Desta ponte saíram inúmeros veleiros carregados,
alguns eram enormes e pintados de estranhas cores, para a aventura das travessias marítimas. Aqui vinham encher
os porões e atracavam nessa ponte de tábuas hoje comidas. Antigamente diante do trapiche se estendia o mistério
do mar oceano, as noites diante dele eram de um verde-escuro, quase negras, daquela cor misteriosa que é a cor do
mar à noite.

AMADO, Jorge, 1990. Capitães da Areia. Lisboa: Europa-América (p. 29) (1.ª ed.: 1983)

1. armazém junto do cais para guardar géneros de embarque.

Texto C
A Bombaim contávamos chegar na noite seguinte. Chegar a meio da noite a uma cidade que não se conhece
pode torná-la mais estranha ainda. As primeiras pessoas avistadas, as primeiras palavras ouvidas, o ar leve ou
pesado, a brisa, caso a haja, carregada de ruídos próximos ou longínquos, que não se sabe de onde vêm e intrigam
mais por isso, tudo adquire uma importância inusual. Num misto de curiosidade e de cansaço, adivinho em vez de
ver, a fadiga alerta-me os sentidos, os ouvidos tornam-se mais atentos, as narinas mais sensíveis, reparo melhor em
cada ser, em cada som ou cheiro, sem saber se fico mais consciente de mim
mesmo ou se o espírito do lugar toma conta de mim e me dissolvo nele.
FARIA, Almeida, 2012. Murmúrio do Mundo – A Índia Revisitada. Lisboa: Tinta-da-China (p. 20)

2.1. Tendo em conta que o uso do pronome apresenta diferenças nestas variedades,
identifica nos textos as passagens que concretizam essas especificidades.

FICHA INFORMATIVA – VARIEDADES DO PORTUGUÊS


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Exercícios

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AS MIGRAÇÕES
Os diferentes tipos de fluxos migratórios.

Em Portugal, o fluxo migratório tem vindo a diminuir nos últimos anos, reduziu-se em cerca de seis
mil imigrantes, caindo de 34 mil em 2004 para 28 mil em 2005. Tal diminuição dos fluxos migratórios com
destino a Portugal, é motivada pelo pouco crescimento económico do país, o que origina a diminuição
significativa de vistos de trabalho concedidos por Portugal, de 12.800 em 2004 para 7.800 em 2005. Por
outro lado, têm aumentado os vistos temporários de permanência no país e os concedidos aos estudantes,
que aumentaram em 2005 para um total de 8.350. Do total dos 432 mil estrangeiros registados a viver em
Portugal em 2005 a maioria era oriunda do Brasil (70,4 mil), seguido de Cabo Verde (69,6 mil), Ucrânia (44,9
mil), Angola (34,6 mil), Guiné-Bissau (25,2 mil), Reino Unido (19 mil) e Espanha (16,4 mil). O nível de
imigração ilegal na Europa representa cerca de um por cento da população. Os principais fluxos de imigrantes
que chegaram à Europa em 2005 resultaram dos países do centro e do Leste da Europa, devido à escassez
de empregos indiferenciados nesses países fez com que estes migrassem para sul, para a Península Ibérica,
onde existiam grandes necessidades de mão-de-obra para a construção civil e agricultura nos dois países
ibéricos. A maioria desses imigrantes estava dividida em dois grupos, os eslavos: Ucranianos, Russos e
Búlgaros, e os latinos de leste: Romenos e Moldavos. Um dos maiores grupos e que se fixou nas regiões de
Lisboa, Setúbal, Faro e Porto são os Ucranianos, e ninguém sabe ao certo o seu número total. No entanto, o
número de imigrantes legais é de cerca de 70%, sendo este número muitas vezes inferior à realidade. O
grupo é de tal forma numeroso que fez com que a Ucrânia de país distante e desconhecido passasse a
familiar e que a maioria dos imigrantes de leste seja vista pelos portugueses como "ucranianos”.
Em dados oficiais de 2009, viviam em Portugal perto de 500 mil emigrantes, o que representava cerca
de 5% da população total do país. As maiores comunidades de imigrantes que representam 90% dos
imigrantes em território português, são oriundas de Brasil (17%), Cabo Verde (14%), Ucrânia (9%), Angola
(8%), Guiné-Bissau (6%), Reino Unido (6%), Roménia (5%), Espanha (5%), Alemanha (4%), Moldávia (4%), São
Tomé e Príncipe (4%), China (3%), França (3%) e Rússia (2%), entre outros que representam os restantes
10%.
http://pt.wikipedia.org (Adaptado)

O conceito de imigração refere-se às pessoas que se mudam para um outro país. É o ato de entrada
de um país para outro, de pessoas com visto permanente ou temporário e com a intenção de trabalhar ou
de residir. A imigração em geral dá-se por iniciativa pessoal, para buscar melhores condições sociais e
financeiras.
A emigração é o ato de saída voluntária de deixar o país onde se nasceu e reside para se estabelecer
num país estrangeiro.
As transferências de população dentro das mesmas fronteiras políticas, são migrações internas;
chamando-se de êxodo rural ou êxodo urbano. As internacionais; são migrações externas; podendo ser
intracontinentais ou intercontinentais.
Em geral, as migrações têm partido das áreas de alta pressão demográfica para as de menor pressão
demográfica. As regiões que contam com um número excessivo de habitantes, em comparação com os
recursos existentes, caracterizam-se como áreas de expulsão de contingentes demográficos, enquanto as de
menor pressão demográfica e possuidoras de maiores recursos denominam-se áreas de atração.
Ao aumentar a população, ou diminuírem os recursos, a migração serve de instrumento para
restabelecer o equilíbrio.
Fluxos migratórios são o deslocamento da população em carácter definitivo ou temporário, podem
ser voluntários ou forçados e ainda podem ser migrações legais ou clandestinas, motivados por fatores
sazonais sociais ou económicos.
A Transumância é a migração ou deslocamento de uma zona rural para outra, pode ser periódica ou
sazonal, é realizada por um determinado período ou épocas do ano. Como no caso dos pastores que
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permanecem, durante o inverno, na planície e nos vales, com os seus rebanhos e no verão, deslocam-se para
as encostas montanhosas, muito característico em regiões da Europa, Ásia e África, ou como é a migração
dos docentes, que na sua maioria, são colocados, (muitas vezes sem grande vontade) quase todos os anos
letivos em escolas diferentes e por vezes, longe das suas residências.

Causas de ordem social e cultural que podem levar às migrações.

As causas são motivadas por difíceis condições socioculturais a que as pessoas foram sujeitas nos
seus países de origem, tais como de subsistência e de pobreza, económicas; inexistência ou esgotamento de
recursos naturais; perseguições políticas ou religiosas, étnicas ou raciais bem como fenómenos naturais
desfavoráveis; terramotos, secas prolongadas ou erupções vulcânicas, mas também por razões de ordem da
educação, da cultura, da investigação científica ou turística.
Mesmo que uma boa parte possua elevadas qualificações profissionais e académicas, nesses países
recém-convertidos ao capitalismo, estes estimulam esporadicamente a movimentação de pessoas para
áreas ou países que não as de origem, na esperança de encontrarem melhores condições de existência.
Económicas: Provavelmente deverá ser a causa fundamental que leva as pessoas a migrarem, quase
sempre resultante da diferença de desenvolvimento socioeconómico entre países ou entre regiões. Quase
sempre, nestes casos, os indivíduos migram porque querem assegurar noutros locais um melhor nível de
vida, onde os salários são mais elevados, as condições de trabalho menos pesadas, onde a assistência social
é mais eficaz, enfim, vão para onde pensam ir encontrar uma vida mais agradável, o que, nem sempre
acontece. Por exemplo, ir trabalhar para a Alemanha, pois dum modo geral, os salários lá, são mais elevados.

Naturais: Dum modo geral, este motivo de migrações, leva a que sejam migrações forçadas, pois
devido a causas naturais (cheias, terramotos, secas, vulcões...) a vida e a sobrevivência das pessoas ficam
em risco, pelo que se veem forçadas a abandonar os seus locais de residência
Culturais: Poucos consideram este motivo uma causa de migração, contudo, há muitas pessoas que
se deslocam, normalmente temporariamente, para outros locais, apenas com uma finalidade cultural, ou de
enriquecimento de conhecimentos. Por exemplo, ir a outro país tirar um curso de pós-graduação, ou um
doutoramento, ter de sair do local de residência porque a universidade ou faculdade onde um estudante
conseguiu entrar se situa muito longe de casa.
Políticas: São dum modo geral migrações externas, que devido a mudanças nos governos de países,
alguns habitantes se veem forçados (mas nem sempre) a saírem desse país. Por exemplo, quando se deu a
independência de alguns países africanos, muitos dos seus habitantes tiveram de sair deles e ir para outros
países; aconteceu com os portugueses em Angola, Moçambique, Guiné, mas também com franceses em
Marrocos, Argélia, Indochina, ou com ingleses na ex-Rodésia,
Religiosas: Há muitas migrações, muitas delas externas, cujo único objetivo é a deslocação a um
determinado centro de fé, de acordo com a religião de cada indivíduo. Como exemplo podem-se citar as
peregrinações a Fátima, Santiago de Compostela (Espanha), Lourdes (França), Meca (Arábia), entre muitos
outros espalhados pelo mundo. Aliás, a título de curiosidade, a religião muçulmana obriga cada um dos seus
crentes a deslocarem-se pelo menos uma vez na vida, a Meca, ao túmulo do profeta.
Étnicas: Esta palavra, muitas vezes confundida com racismo, tem mais a ver com diferenças entre
culturas e povos, podendo ou não ser da mesma raça. Por exemplo, na II Guerra Mundial, havia muitos
judeus na Alemanha e, para Hitler, eles constituíam um povo inferior, pelo que tentou exterminá-los,
contudo, eles eram ambos (alemães e judeus) de raça branca. Também recentemente, na ex-Jugoslávia,
muitos povos se viram forçados a emigra apenas por pertencerem a outra cultura.
Turísticas: São as que se efetuam normalmente, pela maioria das pessoas, em determinadas épocas
(ou estações) do ano, que por isso mesmo, também são uma forma de migrações sazonais. São aquelas
deslocações que se efetuam no período das férias de Verão, Natal, Páscoa, entre outras.
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De que forma as migrações contribuem para uma maior diversidade cultural


“Existe um acordo geral entre grandes antropólogos de renome mundial que defendem a teoria de
que o primeiro ser humano surgiu aqui na Europa, há aproximadamente dois milhões de anos atrás. E por
conseguinte desde então temo-nos espalhado por todo o mundo, e com grande sucesso porque
conseguimos chegar até aos dias de hoje adaptando-nos às diferentes condições, como por exemplo, as
mudanças climáticas. Nas muitas sociedades que apareceram espalhadas pelo planeta diferem muito ou
pouco umas das outras, e muitas dessas diferenças persistem até hoje.”
As diferenças culturais mais evidentes existentes entre os povos, são a língua, a roupa ou as tradições.
Existem também diferenças significativas na forma como as sociedades se organizam na sua conceção
partilhada da moral e dos bons costumes e na maneira como interagem no seu ambiente. Por analogia com
a biodiversidade, que é considerada essencial para a sobrevivência da vida na Terra. É possível argumentar
que a diversidade cultural pode ser vital para a sobrevivência da humanidade e que a preservação das
culturas indígenas por exemplo pode ser tão importante para a humanidade como a conservação das
espécies e dos ecossistemas para a vida em geral.
Cada pessoa que imigra ou emigra do seu local de origem para outro, quer dentro do seu próprio
país, quer para outro, mesmo que seja para o lado do mundo oposto ao local onde nasceu, leva sempre
consigo a sua verdadeira identidade. Quer seja ao nível social, político ou religioso, os seus hábitos, tradições
e crenças acompanham-nos. Dificilmente um Católico se converte ao Islamismo, ou ao Judaísmo, ou
Hinduísmo, ou ao Budismo. Assim acaba por levar a sua cultura para outros povos e fazem conhecer os seus
costumes.
Temos os exemplos atuais de que tanto se tem falado. “As maravilhas Portuguesas espalhadas pelo
mundo” são um sinal evidente e inequívoco das diferenças culturais e da partilha de cultura riquíssima entre
os povos. Muitas dessas partilhas subsistem até aos dias de hoje, para grande orgulho de todos nós que
somos portugueses.
Cá em Portugal, falando de Brasileiros residentes, que trouxeram muito da sua cultura no que diz
respeito por exemplo, às famosíssimas telenovelas onde todos os seus enredos com todas as suas tradições
e modos de vida, passando pelo modo de pronunciar o português, como pelos gostos gastronómicos;
picanha, feijão preto, farofa, banana frita, coco, entre outros, culturais; ginásios e health-clubs para prática
de “Esport”, todos os desportos associados ao mar, (divórcios também), entre outros. Fomos muitíssimo
influenciados pela cultura brasileira sendo já certamente indissociável da nossa própria cultura à qual muitos
de nós certamente já nos rendemos.
Da nossa própria diversidade cultural podemos falar como regionalismo, do nosso típico Vinho do
Porto, o Queijo da serra da Estrela, do Galo de Barcelos, os Fados tradicionais, ou os Ranchos do Minho,
entre outras, tão apreciados e conhecidos em todo o mundo. Passando também mais propriamente aqui na
zona do Porto, a troca dos “B-Bês” pelos “V-Vês” no modo de prenunciar a língua portuguesa.

As principais causas que conduzem à emigração, à imigração ou às migrações internas

Em Portugal, as migrações são condicionadas pela desertificação das Aldeias e Vilas do interior do
norte ao sul de Portugal, muito por culpa dos fracos acessos e incentivos estatais para que qualquer empresa
se estabeleça nesses locais, e pelas dificuldades económicas e financeiras, que se vai vivendo em todo o
mundo. As populações estão muito envelhecidas, porque as gerações pouco ou nada se renovam com uma
baixa taxa de natalidade. Ora estas pessoas de idade apegaram-se muito ao local onde foram nascidas e
criadas, muitas vezes herdando pedaços de terra a que se dedicam a lavrar pequenas lavouras, para daí
tirarem o seu sustento, porque não tem outro meio de rendimento. Os poucos casais novos que existem por
lá ao resolverem constituir família, aventuram-se a começar uma vida nova longe das aldeias, nas grandes
cidades do litoral onde existem mais fábricas, mais comércio onde a possibilidade de arranjar um emprego
é maior, e mais possibilidades de ter uma vida mais confortável através de um emprego proporcionando à
sua geração melhores condições de vida.
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Questionário
1. Refira os países de origem dos estrangeiros que vivem em Portugal.

2. Diga o que entende por migração.

3. Explicite a diferença entre um emigrante e um imigrante.

4. Qual a diferença entre uma área atrativa e uma área repulsiva?

5. Apresente e explique três causas que podem levar às migrações.

6. Dê a sua opinião quanto ao tratamento que os estrangeiros têm na nossa sociedade.

7. Dê a sua opinião sobre a importância, ou não, da diversidade cultural que está associada
aos fluxos migratórios.

8. Refira os aspetos negativos e os aspetos positivos que os fluxos migratórios podem ter.

9. Enumere um caso do seu quotidiano em que conviva com pessoas de outras culturas e dê
a sua opinião quanto ao tratamento que essas pessoas têm na nossa sociedade.

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Os processos de migração e seus impactos na configuração do urbanismo e da mobilidade


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Dois Mundos Demográficos Distintos (1950-2000)


Em traços gerais verifica-se que, no mundo desenvolvido, o controle da natalidade e a consequente
diminuição da taxa de natalidade são uma regra. Pelo contrário, no terceiro mundo, verifica-se um
decréscimo acentuado da taxa de mortalidade desde finais da Segunda Guerra Mundial, graças à ciência e
técnicas ocidentais, aí introduzidas. Enquanto isso, a taxa de fecundidade permanecia idêntica, com taxas
de crescimento anual na ordem dos 2%-3%. Apesar de alguns reajustamentos ocorridos desde a década de
70, a taxa de crescimento, nos países terceiro mundistas mantém-se entre 1,2 e 1,8%.
Nos últimos cinquenta anos assistiu-se a uma alteração radical dos comportamentos demográficos
decisiva na diferenciação entre o mundo desenvolvido e nos países em vias de desenvolvimento. Essa
diferenciação é particularmente notória no que diz respeito à taxa de natalidade, verificando-se aquilo que
os estudiosos da população chamam a "desnatalização da Europa". Entre os anos 50 e o final do século XX,
a taxa de natalidade decresceu de forma drástica e dramática. Atualmente, no velho continente a
substituição de gerações deixou de ser possível e a população envelhece progressivamente, com a exceção
da Irlanda.
A substituição das gerações exige uma taxa de natalidade de 2,1 nascimentos por cada 1000
habitantes em cada ano. Ora, ela é inferior na maior parte dos países (1,4 na União Europeia em 1997).
Entre as causas avançadas para a explicação deste fenómeno, aponta-se o trabalho das mulheres, a
diminuição muito acentuada em diversos casos da fecundidade, a quebra do número de casamentos, bem
como o aumento do número de divórcios.
Se, até ao século XVIII a Europa era o continente proporcionalmente mais povoado e o grande
alimentador da população dos restantes, através da emigração, agora os terrenos estão totalmente
invertidos no advento do século XXI e as consequências desta situação são ainda imprevisíveis, não deixando,
contudo, de ser debatidas e estudadas pelos cientistas. Em acentuada perda demográfica, enfrentando o
envelhecimento dos seus habitantes, a Europa é ainda confrontada com outros problemas. Contrariamente
ao que sucedeu ao longo da História, a Europa não vê partir os seus filhos. Hoje, recebe grandes contingentes
de imigrantes provenientes do terceiro mundo e das nações onde ocorrem transformações económicas e
sociais difíceis (africanos, asiáticos e latino americanos até há pouco quase em exclusivo e, desde as
alterações políticas no leste europeu, ucranianos, moldavos e romenos, entre outros, em número crescente).
Esta imigração, feita quase sempre em condições precárias é acompanhada por fenómenos delicados como
a difícil integração destes trabalhadores, e muitas vezes em consequência disso, fenómenos de
marginalidade, delinquência e prostituição geradores de clivagens e de atitudes xenófobas e racistas de
parte a parte.
As causas da desnatalização da Europa e da alteração dos comportamentos demográficos remontam
a épocas mais recuadas. Desde o final do século XIX o neomalthusianismo proclamava o controlo dos
nascimentos como uma forma de emancipação da mulher. Após o fim da Primeira Guerra Mundial, algumas
obras como Married Love (1918) de Marie Stopes, que encorajava uma maternidade desejada, e do
economista Keynes, que apontava como um dos motivos do crescente desemprego a superabundância da
população, chamaram a atenção para o problema do controle dos nascimentos.
Estas teorias foram perfilhadas por muitas mulheres. O mundo feminino, no período entre as duas
guerras mundiais tinha adquirido, em grande parte dos países ocidentais, um novo estatuto, que lhes
permitia: exercer o direito de voto e aceder a profissões de nível superior tradicionalmente reservadas aos
homens o que acarretou a mutação da imagem da mulher, até então vista como a encarregada dos filhos e
a dona de casa.
No início do século XX a moda simplificou as vestes femininas adaptadas às suas novas funções e ao
seu novo ritmo de vida. Ao mesmo tempo que evoluía a moda evoluíam também os costumes. As mulheres
mais emancipadas passavam a adotar comportamentos considerados masculinos. Passavam a fumar, a
ingerir bebidas alcoólicas e a libertar-se sexualmente.
Contudo, a moda e os novos hábitos sociais eram ainda uma mera ilusão de liberdade, porque a
mulher continuava a estar num plano secundário face ao homem. Por esse motivo intensificaram-se e
multiplicaram-se os movimentos pela emancipação feminina nos EUA e na Europa.
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O despontar da emancipação feminina e os novos costumes tiveram de imediato repercussões a nível


demográfico. A guerra interrompeu o ritmo de crescimento da Europa e fez baixar o número de casamentos.
Estes recuperaram em tempo de paz, mas não houve um aumento significativo da natalidade, pelo contrário
ela tende a baixar.
Esta desnatalidade estará relacionada com a morte na guerra de muitos homens em idade de
procriar, mas sobretudo terá a ver com a expansão da contraceção. O uso de métodos contracetivos, por
sua vez, deve-se à descristianização das sociedades, à perda de influência das igrejas, ao alargamento do
período escolar e à incerteza do futuro, encarado com algum medo.
A diminuição da natalidade conduziu inevitavelmente ao envelhecimento da população europeia,
onde se insere o caso português, apesar do país estar muito atrasado em relação aos estados intervenientes
na guerra.
Nos Estados autoritários foram lançadas com sucesso campanhas natalistas. Na Alemanha, por
exemplo a taxa de natalidade passou de 14, 7 em 1933 para 20,4 em 1939. Muitos outros países também
adotaram políticas natalistas que tiveram resultados positivos na década de 40.
No período de pós-guerra mudam os comportamentos demográficos. Ao contrário do que
acontecera anteriormente, o casamento é mais precoce, mas a taxa de natalidade diminui. Em termos gerais,
as mulheres que tiveram filhos enquanto jovens evitam propositadamente tê-los mais tarde, recorrendo
para isso aos métodos anticoncecionais. Os meios rurais e as classes com mais posses económicas
permanecem mais fecundos do que os meios urbanos, onde as mulheres trabalham fora de casa e nalguns
casos são celibatárias. A laicização progressiva da sociedade foi determinante na alteração de
comportamentos demográficos e sexuais, porque muitos casais deixaram de se sentir constrangidos pela
religião e aderiram ao planeamento familiar.

Responda às seguintes questões:

1. Aponte razões para a baixa taxa de natalidade verificada na Europa.


2. Na sua opinião, qual a influência que a taxa de natalidade pode ter nos fluxos migratórios?
3. De que modo está a ser feita a substituição das gerações na Europa?
4. Quais as razões para as dificuldades na integração dos emigrantes?
5. Num mínimo de 200 palavras, comente o mapa abaixo apresentado, tendo em conta o texto
analisado anteriormente.

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