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Milanez
DOMÍNIO EUKARYA
REINO PROTISTA
Hemitrichia serpula
FILO ACRASIOMYCOTA
mixomicetos celulares; acrasiomicetos
Número de espécies
No mundo: 12
No Brasil: 0
Estimadas no estado de São Paulo: ?
Conhecidas no estado de São Paulo: 0
FILO
DICTYOSTELIOMYCOTA
mixomicetos celulares; dictiosteliomicetos
Número de espécies
No mundo: 46
No Brasil: 0
Estimadas no estado de São Paulo: ?
Conhecidas no estado de São Paulo: 0
FILO MYXOMYCOTA
mixomicetos acelulares ou plasmodiais; mixomicetos
Número de espécies
No mundo: 720
No Brasil: 175
Estimadas no estado de São Paulo: ?
Conhecidas no estado de São Paulo: 124
Instituto de Botânica,
Caixa Postal 4.005, 01061-970 São Paulo, SP
1. Introdução
Os mixomicetos, atualmente inclusos em outro reino Proctotista, ainda continuam a ser estudados pelos
micólogos, muito mais por tradição do que por afinidade com os verdadeiros fungos. A importância econômica
do grupo é pequena, mas torna-se relevante academicamente, constituindo-se em excelente material de estudo
para os pesquisadores de várias áreas, principalmente para a pesquisa do ciclo mitótico, morfogênese, mudanças
químicas que interferem na reprodução, movimento do protoplasma, entre outros. São cosmopolitas e saprobióticos,
vivendo em vários tipos de substratos. São visíveis na natureza, por meio de seus esporocarpos ou plasmódios A
fase vegetativa é formada por um protoplasma multinucleado sem paredes, denominado plasmódio. Este pode
dar origem ao esclerócio (estrutura de resistência) ou esporocarpo (esporângio, plasmodiocarpo ou etálio), que
contém no seu interior esporos. Liberados no meio ambiente, os esporos germinam, dando origem a mixamebas
ou células flageladas (flagelos tipo chicote). Estas fundem-se aos pares, dando origem ao zigoto, e este, ao
plasmódio. Isto acontece nas formas heterotálicas, porém o homotalismo também está presente. São cosmopolitas
e têm sido encontrados em todas as latitudes onde há substrato adequado: madeira e folhas em decomposição ou
outro substrato orgânico.
2. Estado do conhecimento
Menos de 25% do número total de espécies de Myxomycetes foram relatados para o país. Isto se deve
principalmente a deficiências de coletas e de recursos humanos dedicados ao estudo desse grupo de organismos.
Cerca de 70% das espécies mencionadas para o país já foram reportadas para o estado de São Paulo. Segundo
Hochgesand & Gottsberger (1996), os estudos no estado são poucos e muitos deles datam do início do século
XX. Os referidos autores, relacionam os trabalhos publicados sobre mixomicetos no estado de São Paulo. A
partir da década de 70, os estudos foram retomados, com os trabalhos de Farr (1974), Cavalcanti (1978, tese de
mestrado com mixomicetos do cerrado de Emas, Piraçununga), Maimoni-Rodella & Gottsberger (1980), Cavalcanti
et al. (1985), Gottsberger (1968, 1971), Gottsberger & Nannenga-Bremerkam (1971), Hochgesand & Gottsberger
(1989) and Hochgesand et al. (1989). Putzke (1996) apresentou uma revisão bibliográfica dos mixomicetos brasileiros,
referindo-se aos trabalhos publicados entre 1876 e 1996, relacionando 175 táxons específicos, distribuídos em 12
famílias e 32 gêneros. O autor apresenta chaves para a identificação até espécie, tendo compilado toda a literatura
publicada no período acima citado. Um trabalho taxonômico, em língua portuguesa, dos gêneros incluídos nesse
filo foi realizado por Teixeira (1971).
As principais coleções brasileiras localizam-se na Universidade Federal de Pernambuco PE; na UNESP de
Botucatu, no Instituto de Botânica em São Paulo e na Universidade de Santa Cruz do Sul, RS
Um único pesquisador no estado de São Paulo trabalha no campo, Dra. Rita Sindônia Cássia. Maimoni-
Rodella, do Departamento de Botânica, Instituto de Biociências da UNESP, campus de Botucatu, SP.
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3. Metas
Um projeto de estudo do grupo no estado de São Paulo deverá conter um forte enfoque na formação de
recursos humanos, pois apenas uma pessoa está atualmente trabalhando em taxonomia de mixomicetos. Deverá
contemplar também coletas intensivas em áreas carentes. Bibliografia e herbários para depósito dos materiais
coletados não constituem problema.
REINO PROTISTA
FILO
PLASMODIOPHOROMYCOTA
plasmodioforomiceto
Número de espécies
No mundo: 29
No Brasil: 4
Estimadas no estado de São Paulo: ?
Conhecidas no estado de São Paulo: 3
1. Introdução
Este pequeno grupo de organismos endoparasitas possui apenas 26 espécies distribuídas em 10 gêneros
dentro da única família e ordem (Dylewski, 1990; Hawksworth et al, 1995). Alguns de dois flagelos lisos de
diferentes comprimentos. possuem importância econômica pois parasitam plantas superiores causando doenças,
como a Plasmodiophora brassicae e Spongospora subterranea Outros atacam oomicetos, causando sempre hipertrofia
dos tecidos, ex. Woronina polycystis. São caracterizados pela divisão nuclear cruciforme, a presença de uma fase
multinucleada desprovida de paredes que ocupa as células do hospedeiro e a presença A fase multinucleada que
lembra um plasmódio, no entanto dele difere pela incapacidade de fagocitar, pela ausência de movimentos de
fluxos citoplasmáticos e ocupar células dos hospedeiros. A infecção do hospedeiro é iniciada pelo zoósporo
primário encistado na parede da célula hospedeira que lança o seu conteúdo nela. Divisões mitóticas cruciformes
ocorrem e o protoplasto aumenta e se transforma no plasmódio esporangial primário. Ele desenvolve-se, até
atingir condições de formar zoosporângios, que podem estar isolados ou agregados, formando soros. Zoósporos
secundários são formados dentro dos zoosporângios e liberados para fora do hospedeiro ou para outras células
deste. A germinação dos zoósporos secundários resulta, no hospedeiro, no plasmódio secundário. Nesse momento,
os tecidos do hospedeiro estão hipertrofiados. O plasmódio secundário forma esporos de resistência, após
sofrer divisões meióticas; estes podem estar isolados, mas geralmente aparecem agrupados - os esporossoros.
Estes, por sua vez, são liberados quando os tecidos do hospedeiros estão mortos e se desintegram. Podem ficar
dormentes até oito anos (Alexopoulos et al., 1996). Quando germinam, dão origem aos zoósporos primários. Na
maior parte dos relatos, os fitopatologistas estão envolvidos com a descrição de doenças causadas por esses
organismos. Há um trabalho em língua portuguesa sobre os gêneros desse filo (Teixeira, 1970).
2. Estado do conhecimento
No estado de São Paulo não há qualquer especialista trabalhando com esse grupo de organismos. Há
quatro relatos publicados sobre três espécies de plasmodioforomicetos, sendo que dois foram feitos por
fitopatologistas e dois por micólogos. A preservação de material pode ser feita por herborização das raízes dos
hospedeiros (exsicatas) ou por preservação em soluções preservantes.
3. Metas
4. Bibliografia
Alexopoulos, C.J., Mims, thC.W. & Blackwell, M. 1996. Introductory Mycology. New York, John Wiley &
Sons, Inc. x + 869p. (4 . Edit.)
Bononi, V.L.R., Trufem, S.F.B. & Grandi, R.A.P. 1981. Fungos macroscópicos do Parque Estadual das
Fontes do Ipiranga, São Paulo, Brasil, depositados no herbário do Instituto de Botânica. Rickia, 9: 37-53.
Cavalcanti, W.N.L.H. 1974. Mixomicetos corticícolas do cerrado de Emas (Piraçununga-Estado de São Paulo).
Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo.
Dylewski, D.P. 1990. Phylum Plasmodiophoromycota.. In Margulis, L., Corliss, J., Melkonian, M. & Chapman,
C.J. eds. Handbook of Protoctista. Boston, Jones & Bartlett Publs., 399-416.
Farr, M.L. 1974. An illustrated key to the Myxomycetes to the Myxomycetes of South America, with special
reference to Brazil. Rickia, 3: 45-88.