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COMUNICADO

A agitação política criada pelo Presidente do Governo Regional dos


Açores a propósito da compensação remuneratória a uma parte dos
funcionários públicos da Região está a prejudicar a Autonomia, a sua
afirmação e credibilidade.
O PSD, desde o inicio de todo este processo, manifestou a sua posição política
com toda a clareza e sentido de responsabilidade institucional em defesa da
Autonomia e dos açorianos.
Perante as enormes dificuldades porque passam os açorianos, as suas famílias
e empresas, o PSD entendeu essencial apresentar medidas concretas,
eficazes e limpas de quaisquer dúvidas de legalidade que, de facto,
atenuassem os penosos efeitos da crise que a governação socialista impôs aos
portugueses.
Por isso, entre um conjunto alargado de propostas, com tal objectivo,
apresentadas na Assembleia Legislativa, o PSD propôs a diminuição em 30
por cento das taxas de IRS até ao quarto escalão de rendimentos, de
acordo com as possibilidades de adaptação do sistema fiscal nacional à
Região, atribuídas pela Lei de Finanças Regionais.
O PSD queria, assim, compensar e proteger todos os açorianos
independentemente das profissões e entidades patronais.
O PS votou contra e quis, apenas, beneficiar uma parte dos funcionários
públicos açorianos.
A partir deste ataque que o PS fez aos açorianos e à justiça com que todos
devem ser tratados, Carlos César, que se vê cada vez mais isolado e sem
saída, tem feito um exercício de demagogia e confusão que, em respeito pela
verdade e pelos superiores interesses da Autonomia, deve ser esclarecido.

Em primeiro lugar, o único actor político que dividiu cidadãos, pondo uns
contra os outros, foi exactamente Carlos César que quis implementar uma
medida que só protege uma parte pequena dos açorianos, esquecendo
todos os outros que vêm os seus rendimentos baixar ora com a diminuição de

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salários, ora com a diminuição de prestações sociais, ora com o genérico
aumento de impostos que afecta todos.

Em segundo lugar, é preciso não esquecer os muitos outros açorianos que


aguardam há vários anos a respectiva valorização e compensação salarial
que, não tendo existido, vêm a sua situação de discriminação negativa
ainda mais acentuada com a medida sectária e parcelar defendida por Carlos
César. São os casos dos agentes de forças de segurança, e outros
funcionários do Estado que não recebem qualquer complemento de
remuneração, são os técnicos superiores das IPSS, entre outros.

Em terceiro lugar, é claramente abusivo e revelador de má-fé confundir-se a


remuneração compensatória em causa com outros suplementos salariais
ou sociais em vigor.
De facto, situações bem diferentes e com distintos fundamentos políticos são
as formas que a Região Autónoma dos Açores tem encontrado para atenuar os
custos da insularidade constitucional e legalmente consagradas.
Na realidade, quer a remuneração compensatória para todos os funcionários
públicos da Região desde 1997, incluindo os da administração local, quer o
complemento ao Abono de Familia Regional, quer o complemento de reforma
aos idosos dos Açores, existem, exactamente, como forma constitucional e
legal de reconhecer as especificidades próprias de se viver nestas ilhas e de
fazer com que, nessa medida, quem tenha esta residência não possa ser
prejudicado em relação aos cidadãos do resto do país.
Tudo isto continua e deve continuar a existir e a distinguir positiva e
legitimamente os açorianos.
Coisa bem diferente é a tentativa de compensar uns e esquecer os outros
apenas e só para “fazer parecer” que César é diferente de Sócrates!
Com isso, Carlos César dá um péssimo exemplo de credibilidade política e de
solidariedade, sobretudo, para com os outros funcionários regionais não
abrangidos pela medida e por todos os demais açorianos que sentem na pele

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os efeitos da austeridade, desde logo, pelos aumentos dos impostos que tocam
a todos.
Com esta situação, Carlos César põe açorianos contra açorianos e dá
oportunidade aos centralistas e às desconfianças de Lisboa para atacar a
Autonomia a quem, deste modo, o próprio Presidente do Governo presta
um péssimo serviço.
Na verdade, não é dividindo os açorianos que se defende a Autonomia.
No fundo, não é compensando uns e esquecendo os outros que se é mais
açoriano ou que se defende os interesses da Região.
Na realidade, por muito que se afirme o contrário, com este tipo de postura
está, apenas, a fragilizar-se a Autonomia.

Por tudo isto, o PSD não pode deixar de lamentar que se instrumentalize a
Autonomia e os seus órgãos para meros exercícios de afirmação pessoal
que só prejudicam os Açores e os açorianos.

Com efeito, a personificação que Carlos César auto-promoveu nesta questão


vai ao ponto de tentar confundir as críticas que lhe foram pessoalmente
dirigidas a pretensos ataques à Autonomia.

Carlos César não é a Autonomia. É o Presidente do Governo Regional dos


Açores que, pelo facto de o ser, não está imune à crítica.

No caso concreto, as criticas que lhe têm sido feitas assentam apenas e
justamente na injustiça da medida que quer implementar.

No fundo, como diz o nosso Povo, “Carlos César deu o pau para as colheres!”

O PSD, com o sentido de responsabilidade democrática e autonómica que


sempre afirma em todas as suas posições, apela á contenção e sensatez
do Presidente do Governo e à necessidade de colocar à frente de
quaisquer necessidades de afirmação pessoal e politica os superiores

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interesses dos Açores e os legítimos direitos dos açorianos que devem
ser, todos eles, tratados de forma justa e sem discriminações.

O PSD recomenda, ainda, ao Presidente do Governo Regional dos Açores que,


em vez de inventar factos políticos e situações de distracção política, se
centre na efectiva resolução dos imensos problemas e das dolorosas
dificuldades por que passam muitos açorianos.

Da nossa parte, continuaremos a pugnar pela efectiva melhoria das condições


de vida das pessoas sem entrar em jogos políticos que, descredibilizando a
actividade pública e pondo em causa a Autonomia, apenas retiram tempo e
energia para fazer aquilo que, de facto, tem de ser feito.

Ponta Delgada, 10 de Dezembro de 2010.

A Comissão Política Regional

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