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CONTRATO DE TRABALHO
EMPREGADO
DEFINIÇÃO – toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a
empregador, sob a dependência deste e mediante salário – CLT, Art. 3º.
DIREITOS:
- ter assegurado os direitos trabalhistas básicos (anotação em CTPS, receber salário
no prazo legal, assim como o 13º salário, férias, FGTS, vale-transporte...);
- ser tratado com respeito pelos seus superiores e sem rigor excessivo;
- receber treinamento necessário para o desempenho das atividades funcionais;
- receber os equipamentos de proteção, quando o seu uso for exigido legalmente;
- deixar de cumprir ordem injusta, que extrapola os limites do contrato, ou atentatória à
sua dignidade.
EMPREGADOR
DEVERES
- pagar o salário ajustado, como contrapartida pelo serviço recebido;
- proporcionar trabalho ao empregado
- objetivo do próprio contrato;
- proteção ao empregado
- respeitar as normas de segurança e higiene no trabalho;
- agir com boa-fé, dando ao empregado, condições técnicas e físicas para a execução
do trabalho;
- respeitar a dignidade do empregado, como ser humano;
- não agir com discriminação
- não estabelecer tratamento diferenciado entre os seus empregados, por motivo de
crença religiosa, raça, sexo, idade, cor, etc.
PRAZO PARA MAIORES 18 ANOS - 2 anos, constados da dispensa – CLT, Art. 11.
PRAZO PARA MENORES 18 ANOS – 2 anos, contados de quando completa 18 anos
– CLT, Art. 440.
DURAÇÃO DO TRABALHO
JORNADA NORMAL – 8 horas diárias. Prorrogação - máximo 2 horas diárias,
mediante acordo escrito entre empregado e empregador ou contrato coletivo de
trabalho.
INTERVALOS - Interjornadas – 11 horas consecutivas de descanso - CLT, ART. 66;
- Semanal – 24 consecutivas de descanso - CLT, Art. 67;
- Intrajornada – 1 a 2 horas para trabalho acima de 6 horas
15 minutos para trabalho de 4 a 6 horas Abaixo de 4 horas – não há
REMUNERAÇÃO
SALÁRIO MÍNIMO –
Definição – é a contraprestação mínima devida e paga diretamente pelo empregador a
todo empregado, fixada em lei, capaz de atender as necessidades vitais básicas do
trabalhador e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer,
vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos, que lhe
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim - CF,
Art. 7º, IV ; CLT, Art. 76.
PISO SALARIAL
- Definição – é um acréscimo ao salário mínimo, ou seja, é o valor mínimo que pode ser
pago em uma categoria profissional ou a determinadas profissões numa categoria
profissional. A categoria profissional é formada por empregados de diversas funções
num setor comum da atividade econômica, por exemplo, a categoria dos comerciários.
- Forma de fixação – através de Convenção Coletiva de Trabalho.
FÉRIAS
FALTAS AO TRABALHO
FALTAS JUSTIFICADAS
– aquelas em que o empregado pode faltar, sem prejuízo do salário:
- até 2 dias consecutivos em caso de falecimento do cônjuge, ascendente,
descendente, irmão ou pessoa que declarada em sua CTPS viva sob sua dependência
econômica.
- Até 3 dias consecutivos em virtude de casamento.
- 5 dias em caso de nascimento de filho, no decorrer da primeira semana
- licença paternidade.
- 1 dia em cada 12 meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue.
- Até 2 dias consecutivos ou não para fins de alistamento eleitoral.
- Para prestar o serviço militar.
- Para prestar vestibular.
- Para comparecimento em juízo.
DISCRIMINAÇÃO
CONSTITUIÇÃO FEDERAL: princípio e direito fundamental
- a promoção do bem de todos e a igualdade entre os todos os cidadãos (arts. 3º, IV e
5º, caput).
Proíbe:
- preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação (religião, origem, opção sexual, etc.) – CF, Art. 3º, IV.
- diferença de salários, de exercício de funções e de critérios de admissão por motivo
de sexo, idade, cor ou estado civil – CF - Art. 7º, XXX;
- distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais
respectivos (Art. 7º, XXXII);
- qualquer discriminação no tocante a salários e critérios de admissão do trabalhador
portador de deficiência (Art. 7º, XXXI).
INCLUSÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA - CF (Art. 7º, XXXI e Art. 37, VIII –
estabelece os princípios da não discriminação em empresas privadas e órgãos
públicos:
Cota para os cargos e empregos públicos, para pessoas com deficiência;
Lei 8213/91 estabelece cotas para empresas com 100 ou mais empregados,
obrigando-as a ter em seus quadros pessoas com deficiência ou reabilitadas pelo
INSS, da seguinte forma:
I - até 200 empregados - 2%
II - de 201 a 500 - 3%
III - de 501 a 1.000 - 4%
IV - de 1.000 a IV - 5%
- Principais vítimas – mulheres em geral, pessoas com idade mais avançadas, pessoas
em situação de estabilidade provisória – gestantes, membros de Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes (CIPA), dirigentes sindicais e pessoas que recebem auxílio
doença do INSS, homossexuais, portadores de HIV ou doenças graves, mães solteiras,
negros de ambos os sexos.
- Exemplos: gritar, xingar, apelidar, contar piadas para denegrir, ridicularizar e humilhar,
isolar a pessoa no corredor ou em sala sem mobiliário, ordenar a realização de tarefas
impossíveis ou incompatíveis com a capacitação profissional , sonegar informações
indispensáveis ao desempenho das funções, repetir críticas ou comentários
improcedentes ou que subestime os esforços do empregado.
INCUMBÊNCIAS DO EMPREGADOR:
- adotar medidas individuais e coletivas para a proteção e segurança dos
trabalhadores;
- informar e treinar os trabalhadores sobre os riscos das operações que irão
desenvolver no seu trabalho;
- cumprir todas as normas de segurança, higiene e medicina do trabalho.
INCUMBÊNCIAS DO TRABALHADOR:
- observar as normas de medicina, higiene e segurança do trabalho;
- observar as ordens de serviço elaboradas pelo empregador;
- utilizar os EPIs (equipamento de proteção individual) fornecidos pelo empregador, sob
pena de ser dispensado por justa causa.
INCUMBÊNCIA DO EMPREGADOR:
- fornecer os EPIs necessários, adequados aos riscos de cada atividade, gratuitamente
e com CA (Certificado de Aprovação pelo Ministério do Trabalho);
- treinar o trabalhador sobre o uso correto, guarda e conservação do equipamento;
- exigir e fiscalizar seu uso;
- substituir os equipamentos danificados imediatamente;
- responsabilizar-se pela higienização e manutenção.
INCUMBÊNCIA DO TRABALHADOR
- utilizar os EPIs fornecidos pelo empregador;
- responsabilizar-se pela sua guarda e conservação;
- comunicar ao empregador qualquer alteração no equipamento;
- Exemplos: protetores auriculares, óculos de proteção, máscaras, luvas, aventais,
botinas, cinto de segurança, capacetes, etc.
TRABALHO PENOSO – aquele que exige maior esforço físico. Para mulheres e
adolescentes menores de 18 anos é proibido o emprego de força muscular superior a
20 kg para trabalho contínuo e 25 kg para trabalho ocasional – CLT, Art. 390. .
anos, exceto na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos (CF, Art. 7º, XXXIII, CLT,
Art. 403, ECA, Art. 60).
- Trabalho Proibido para adolescentes menores de 18 anos:
a) insalubre; b) perigoso; c) penoso; d) em horário noturno; e) realizado em locais
prejudiciais à sua formação e ao desenvolvimento físico, psíquico, moral e social; f)
realizado em horários e locais que não permitam a freqüência à escola (CF, Art. 7º,
XXXIII, CLT, Art. 403, parágrafo único, Art. 405, I e II, ECA, Art. 67, I, II e III );
- Prazo para ajuizar ação trabalhista - 2 anos, após completar 18 anos (CLT, Art.
440);
- Salário - não há diferença de salário em decorrência da idade (CF, Art. 7º, XXX).
ESTÁGIO
APRENDIZAGEM
LEI n. 10097/00 alterou vários dispositivos da CLT em relação à Aprendizagem
Metódica de um Ofício.
“Art. 1º, III – R$ 620,46 (seiscentos e vinte reais e quarenta e seis centavos) para os
Trabalhadores de Serviços Administrativos, correspondentes ao Grande Grupo Ocupacional 4
da Classificação Brasileira de Ocupações”
EXTINÇÃO DO CONTRATO:
- ocorre no final do contrato;
- ao completar 24 anos;
- a pedido do aprendiz;
- antecipadamente nas seguintes condições:
a) desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz;
b) falta disciplinar grave (Art. 482, CLT);
c) ausência injustificada à escola que implique a perda do ano letivo.
DIA 12 DE JUNHO:
ONDE DENUNCIAR?
1. SINDICATO DE TRABALHADORES DA RESPECTIVA CATEGORIA;
2. MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO - Fone: (44) 3226-1484 – Av. Centenário,
116 (prolongamento da Av. Mauá), pessoalmente ou pelo site,
www.prt9.mpt.gov.br;
3. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (GRTE) – Fones: (44) 3901-4339,
3901-4341 e 3901-4342; Fax: (44) 3901-4301 – Rua Neo Alves Martins, 1124.
4. ADVOGADO DE SUA CONFIANÇA.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
LEGISLAÇÃO CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 - CF
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: IV -
promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.
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Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
Constituição;
Art. 6o São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência
aos desamparados, na forma desta Constituição.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem
à melhoria de sua condição social:
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos
termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros
direitos;
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III - fundo de garantia do tempo de serviço;
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas
necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação,
saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes
periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para
qualquer fim;
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração
variável;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da
aposentadoria;
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,
excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos
termos da lei;
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante
acordo ou convenção coletiva de trabalho;
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de
revezamento, salvo negociação coletiva;
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por
cento à do normal;
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o
salário normal;
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de
cento e vinte dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos
termos da lei;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias,
nos termos da lei;
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene
e segurança;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas,
na forma da lei;
XXIV - aposentadoria;
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até seis anos
de idade em creches e pré-escolas;
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo
prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois
anos após a extinção do contrato de trabalho;
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de
admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão
do trabalhador portador de deficiência;
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os
profissionais respectivos;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de
qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a
partir de quatorze anos;
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício
permanente e o trabalhador avulso.
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os
direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem como a
sua integração à previdência social.
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Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao
adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
§ 3º. O direito à proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:
I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado o disposto
no artigo 7º, XXXIII;
II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;
III - garantia de acesso do trabalhador adolescente à escola;
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Art. 402. Considera-se menor para os efeitos desta Consolidação o trabalhador de
quatorze até dezoito anos.
Parágrafo único. O trabalho do menor reger-se-á pelas disposições do presente
capítulo, exceto no serviço em oficinas em que trabalhem exclusivamente pessoas da
família do menor e esteja este sob a direção do pai, mãe ou tutor, observado,
entretanto, o disposto nos artigos 404, 405 e na Seção II.
Art. 403. É proibido qualquer trabalho a menores de dezesseis anos de idade, salvo na
condição de aprendiz, a partir dos quatorze anos.
Parágrafo único. O trabalho do menor não poderá ser realizado em locais prejudiciais
à sua formação, ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social e em horários
e locais que não permitam a freqüência à escola.
Art. 404. Ao menor de 18 anos é vedado o trabalho noturno, considerado este o que for
executado no período compreendido entre as 22 (vinte e duas) e as 5 (cinco) horas.
Art. 405. Ao menor não será permitido o trabalho:
I - nos locais e serviços perigosos ou insalubres, constantes de quadro para esse fim
aprovado pela Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho;
II - em locais ou serviços prejudiciais à sua moralidade.
§ 2º. O trabalho exercido nas ruas, praças e outros logradouros dependerá de prévia
autorização do Juiz de Menores, ao qual cabe verificar se a ocupação é indispensável
à sua própria subsistência ou à de seus pais, avós ou irmãos e se dessa ocupação não
poderá advir prejuízo à sua formação moral.
§ 3º. Considera-se prejudicial à moralidade do menor o trabalho:
a) prestado de qualquer modo, em teatros de revista, cinemas, boates, cassinos,
cabarés, dancings e estabelecimentos análogos;
b) em empresas circenses, em funções de acrobata, saltimbanco, ginasta e outras
semelhantes;
c) de produção, composição, entrega ou venda de escritos, impressos, cartazes,
desenhos, gravuras, pinturas, emblemas, imagens e quaisquer outros objetos que
possam, a juízo da autoridade competente, prejudicar sua formação moral;
d) consistente na venda, a varejo, de bebidas alcoólicas.
§ 4º. Nas localidades em que existir, oficialmente reconhecidas, instituições destinadas
ao amparo dos menores jornaleiros, só aos que se encontrem sob o patrocínio dessas
entidades será outorgada a autorização do trabalho a que alude o § 2º.
§ 5º. Aplica-se ao menor o disposto no artigo 390 e seu parágrafo único.
Art. 406. O Juiz de Menores poderá autorizar ao menor o trabalho a que se referem as
letras a e b do § 3º do artigo 405:
I - desde que a representação tenha fim educativo ou a peça de que participe não
possa ser prejudicial à sua formação moral;
II - desde que se certifique ser a ocupação do menor indispensável à própria
subsistência ou à de seus pais, avós ou irmãos e não advir nenhum prejuízo à sua
formação moral.
Art. 407. Verificado pela autoridade competente que o trabalho executado pelo menor
é prejudicial à sua saúde, ao seu desenvolvimento físico ou à sua moralidade, poderá
ela obrigá-lo a abandonar o serviço, devendo a respectiva empresa, quando for o caso,
proporcionar ao menor todas as facilidades para mudar de funções.
Parágrafo único. Quando a empresa não tomar as medidas possíveis e
recomendadas pela autoridade competente para que o menor mude de função,
configurar-se-á a rescisão do contrato de trabalho, na forma do artigo 483.
Art. 408. Ao responsável legal do menor é facultado pleitear a extinção do contrato de
trabalho, desde que o serviço possa acarretar para ele prejuízo de ordem física ou
moral. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 229, de 28.02.1967)
Art. 409. Para maior segurança do trabalho e garantia da saúde dos menores, a
autoridade fiscalizadora poderá proibir-lhes o gozo dos períodos de repouso nos locais
de trabalho.
Art. 410. O Ministro do Trabalho poderá derrogar qualquer proibição decorrente do
quadro a que se refere o inciso I do artigo 405 quando se certificar haver desaparecido,
parcial ou totalmente, o caráter perigoso ou insalubre, que determinou a proibição.
Art. 411. A duração do trabalho do menor regular-se-á pelas disposições legais
relativas à duração do trabalho em geral, com as restrições estabelecidas neste
capítulo.
Art. 412. Após cada período de trabalho efetivo, quer contínuo, quer dividido em dois
turnos, haverá um intervalo de repouso, não inferior a onze horas.
Art. 413. É vedado prorrogar a duração normal diária do trabalho do menor, salvo:
I - até mais 2 (duas) horas, independentemente de acréscimo salarial, mediante
convenção ou acordo coletivo nos termos do Título VI desta Consolidação, desde que o
excesso de horas em um dia seja compensado pela diminuição em outro, de modo a
ser observado o limite máximo de 48 (quarenta e oito) horas semanais ou outro inferior
legalmente fixado; Nota: Ver artigo 7º, XIII, da Constituição Federal, que altera, para 44
(quarenta e quatro) horas semanais, o limite da carga horária.
II - excepcionalmente, por motivo de força maior, até o máximo de 12 (doze) horas,
com acréscimo salarial de, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) sobre a hora
normal e desde que o trabalho do menor seja imprescindível ao funcionamento do
estabelecimento.
Art. 414. Quando o menor de 18 anos for empregado em mais de um estabelecimento,
as horas de trabalho em cada um serão totalizadas.
Art. 424. É dever dos responsáveis legais de menores, pais, mães, ou tutores, afastá-
los de empregos que diminuam consideravelmente o seu tempo de estudo, reduzam o
tempo de repouso necessário à sua saúde e constituição física ou prejudiquem a sua
educação moral.
Art. 425. Os empregadores de menores de 18 anos são obrigados a velar pela
observância, nos seus estabelecimentos ou empresas, dos bons costumes e da
decência pública, bem como das normas de segurança e medicina do trabalho.
Art. 426. É dever do empregador, na hipótese do artigo 407, proporcionar ao menor
todas as facilidades para mudar de serviço.
Art. 427. O empregador, cuja empresa ou estabelecimento ocupar menores, será
obrigado a conceder-lhes o tempo que for necessário para a freqüência às aulas.
Parágrafo único. Os estabelecimentos situados em lugar onde a escola estiver a
maior distância que dois quilômetros e que ocuparem, permanentemente, mais de trinta
menores analfabetos, de 14 (quatorze) a 18 (dezoito) anos, serão obrigados a manter
local apropriado em que lhes seja ministrada a instrução primária.
Art. 428. Contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado por
escrito e por prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao
maior de quatorze e menor de dezoito anos, inscrito em programa de aprendizagem,
formação técnico-profissional metódica, compatível com o seu desenvolvimento físico,
moral e psicológico, e o aprendiz, a executar, com zelo e diligência, as tarefas
necessárias a essa formação.
§ 1º A validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na Carteira de
Trabalho e Previdência Social, matrícula e freqüência do aprendiz à escola, caso não
haja concluído o ensino fundamental, e inscrição em programa de aprendizagem
desenvolvido sob a orientação de entidade qualificada em formação técnico-
profissional metódica.
§ 2º Ao menor aprendiz, salvo condição mais favorável, será garantido o salário mínimo
hora.
§ 3º O contrato de aprendizagem não poderá ser estipulado por mais de dois anos.
§ 4º A formação técnico-profissional a que se refere o caput deste artigo caracteriza-se
por atividades teóricas e práticas, metodicamente organizadas em tarefas de
complexidade progressiva desenvolvidas no ambiente de trabalho.
Art. 429. Os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e
matricular nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem número de aprendizes
equivalente a cinco por cento, no mínimo, e quinze por cento, no máximo, dos
trabalhadores existentes em cada estabelecimento, cujas funções demandem formação
profissional.
Art. 430. Na hipótese de os Serviços Nacionais de Aprendizagem não oferecerem
cursos ou vagas suficientes para atender à demanda dos estabelecimentos, esta
poderá ser suprida por outras entidades qualificadas em formação técnico-profissional
metódica, a saber:
I - Escolas Técnicas de Educação; Doutrina Vinculada
II - entidades sem fins lucrativos, que tenham por objetivo a assistência ao adolescente
e à educação profissional, registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e
do Adolescente.
§ 1º As entidades mencionadas neste artigo deverão contar com estrutura adequada
ao desenvolvimento dos programas de aprendizagem, de forma a manter a qualidade
do processo de ensino, bem como acompanhar e avaliar os resultados.
§ 2º Aos aprendizes que concluírem os cursos de aprendizagem, com aproveitamento,
será concedido certificado de qualificação profissional.
§ 3º O Ministério do Trabalho e Emprego fixará normas para avaliação da competência
das entidades mencionadas no inciso II deste artigo.
Art. 431. A contratação do aprendiz poderá ser efetivada pela empresa onde se
realizará a aprendizagem ou pelas entidades mencionadas no inciso II do artigo 430,
caso em que não gera vínculo de emprego com a empresa tomadora dos serviços.
Parágrafo único. Aos candidatos rejeitados pela seleção profissional deverá ser dada,
tanto quanto possível, orientação profissional para ingresso em atividade mais
adequada às qualidades e aptidões que tiverem demonstrado.
Art. 432. A duração do trabalho do aprendiz não excederá de seis horas diárias, sendo
vedadas a prorrogação e a compensação de jornada.
§ 1º O limite previsto neste artigo poderá ser de até oito horas diárias para os
aprendizes que já tiverem completado o ensino fundamental, se nelas forem
computadas as horas destinadas à aprendizagem teórica.
Doutrina Vinculada
Art. 433. O contrato de aprendizagem extinguir-se-á no seu termo ou quando o
aprendiz completar dezoito anos, ou ainda antecipadamente nas seguintes hipóteses:
Art. 434. Os infratores das disposições deste capítulo ficam sujeitos à multa de valor
igual a 30 vezes o valor de referência regional, aplicada tantas vezes quantos forem os
menores empregados em desacordo com a lei, não podendo, todavia, a soma das
multas exceder a 150 vezes o valor de referência, salvo no caso de reincidência, em
que este total poderá ser elevado ao dobro.
Art. 435. Fica sujeita à multa de valor igual a 30 (trinta) vezes o valor-de-referência
regional e ao pagamento da emissão de nova via a empresa que fizer na Carteira de
Trabalho e Previdência Social do menor anotação não prevista em lei.
Art. 438. São competentes para impor as penalidades previstas neste capítulo os
Delegados Regionais do Trabalho ou os funcionários por eles designados para tal fim.
Parágrafo único. O processo, na verificação das infrações, bem como na aplicação e
cobrança das multas, será o previsto no título "Do Processo de Multas Administrativas",
observadas as disposições deste artigo.
Art. 439. É lícito ao menor firmar recibo pelo pagamento dos salários. Tratando-se,
porém, de rescisão do contrato de trabalho, é vedado ao menor de 18 anos dar, sem
assistência dos seus responsáveis legais, quitação ao empregador pelo recebimento
da indenização que lhe for devida.
Art. 440. Contra os menores de 18 anos não corre nenhum prazo de prescrição.
Art. 441. O quadro a que se refere o item I do artigo 405 será revisto bienalmente.
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