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NOÇÕES SOBRE DIREITO DO TRABALHO

Drª NELI ANDONINI - Procuradora Regional do Trabalho


Dr. FÁBIO AURÉLIO DA SILVA ALCURE – Procurador do Trabalho

MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

- é um dos ramos do Ministério Público da União, o qual também é integrado pelo


Ministério Público Federal, Ministério Público Militar e Ministério Público do Distrito
Federal e Territórios.

- É uma instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-


lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e
individuais indisponíveis (art. 127 da CF/88).

- entre suas principais funções institucionais está a de propor as ações necessárias


para a defesa dos direitos e interesses das crianças e adolescentes, decorrentes da
relação de trabalho e, portanto, a proteção do adolescente trabalhador, seja como
empregado, seja como aprendiz (art. 83, V, da LC 75/93).

- E os fundamentos para a proteção especial do trabalhador adolescente são de ordem


fisiológica, para que se permita o seu desenvolvimento normal sem os inconvenientes
das atividades insalubres, perigosas e penosas; de ordem cultural, para que eles
possam ter instrução adequada; moral, para que seja afastado de ambientes
prejudiciais à sua moralidade e de segurança, para que não seja exposto aos riscos de
acidente de trabalho. São de índole constitucional.
FORMA DE ATUAÇÃO:
PREVENTIVA: conscientização da sociedade, através de seminários, palestras,
audiências públicas, cartilhas, gibis, campanhas publicitárias, implementação e apoio a
projetos de aprendizagem e cursos profissionalizantes para adolescentes e seus pais,
apoio a entidades sociais de atendimento a adolescentes.
REPRESSIVA: Procedimentos Preparatórios/Inquérito Civil, Recomendações, TACs -
afastamento do trabalho, políticas públicas, cumprimento cota aprendizagem, ACPs

O DIREITO DO TRABALHO NO MUNDO

SOCIEDADE PRÉ-INDUSTRIAL - não havia direitos trabalhistas.

Escravidão - trabalhador = coisa;


Servidão - trabalhador tinha certa liberdade = ganhava proteção militar e política dos
donos da terra;
Locação de Serviços – trabalhador prestava serviços = ganhava remuneração
(apontada como precedente da relação de emprego moderna);
Locação de Obra ou empreitada – o trabalhador executava uma obra = ganhava
remuneraçao;
Corporações de Ofícios - agrupavam-se pessoas de um mesmo ofício, que obedeciam
um estatuto, o qual disciplinava as relações de trabalho e eram compostas de três
categorias:
a) os mestres - proprietários das oficinas = empregadores atuais;
b) os companheiros - trabalhadores livres - ganhavam salários dos mestres =
empregados atuais);
c) os aprendizes - menores que recebiam dos mestres ensinamentos metódicos
de um ofício ou profissão = aprendizes atuais.
SOCIEDADE INDUSTRIAL - nasce o Direito do Trabalho como fonte de proteção do
trabalhador.

SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA - Direito do Trabalho solidifica-se - forma de


regulamentação das relações de trabalho e de coordenação dos interesses entre o
capital e o trabalho.

SOCIEDADE PÓS-INDUSTRIAL - desloca-se o processo de produção da indústria


para outros setores - a tecnologia substitui o trabalho humano pelas máquinas –
há o fortalecimento do sindicalistmo e a ampliação das negociações coletivas.

O DIREITO DO TRABALHO NO BRASIL

NASCIMENTO - final de 1800 – inicio de 1900;


CAUSAS: - movimento operário instigado pelos imigrantes; - crescimento industrial
com o fim da Primeira Grande Guerra Mundial; - assinatura do Tratado de Versalhes
(1919) – propôs-se a observar normas trabalhistas.

PRIMEIRAS LEIS: proteção do trabalho de menores (1891), organização de sindicatos


rurais (1903) e urbanos (1907), férias (1925) etc.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88 - lei fundamental - direitos básicos dos trabalhadores -


arts. 5º a 11.

CLT – CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO: 01.05.1943 – Decreto-lei 5452


– consolidação das leis esparsas sobre normas trabalhistas (salário, férias,etc.).

ECA – ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: Lei 8069/90 – direitos das


crianças e adolescentes - direito à profissionalização e à proteção no trabalho (arts. 60
a 69).
NOÇÕES SOBRE DIREITO DO TRABALHO

CONTRATO DE TRABALHO

DEFINIÇÃO: é o acordo tácito ou expresso, decorrente de uma relação de emprego


(ou seja, envolvendo um empregado e um empregador) – art. 442 da CLT.
ACORDO EXPRESSO: escrito.
ACORDO TÁCITO: que não é expresso - advém da continuidade da prestação de
serviços por parte do empregado, sem oposição do empregador.
REGRA GERAL: pacto de adesão – empregado adere às cláusulas sem discussão.
NÃO PODE CONTRARIAR A LEI, DISPOSIÇÕES CONTIDAS EM CONVENÇÕES
COLETIVAS E DECISÕES DAS AUTORIDADES COMPETENTES (ART. 444 – CLT).
CARACTERÍSTICAS: - é um ajuste de duração, exige uma continuidade e envolve
prestações sucessivas; - é oneroso, pois não é gratuito; - exige a pessoalidade (do
empregado), pois é estabelecido em função de certa e específica pessoa; - trabalha-se
por conta alheia e não por conta própria; - possui obrigações contrárias e equivalentes.

FORMALIZAÇÃO: via de regra – escrito.


EXCLUSIVAMENTE ESCRITO – quando a lei determina (exemplos: contrato de
experiência; contrato por prazo determinado, trabalho temporário, contrato de atleta
profissional, o contrato de aprendiz, etc.).

PRAZO DE DURAÇÃO: prazo determinado ou indeterminado.

DIREITOS E DEVERES: a relação de emprego geral direitos e deveres para ambas as


partes – empregado e empregador:

EMPREGADO
DEFINIÇÃO – toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a
empregador, sob a dependência deste e mediante salário – CLT, Art. 3º.
DIREITOS:
- ter assegurado os direitos trabalhistas básicos (anotação em CTPS, receber salário
no prazo legal, assim como o 13º salário, férias, FGTS, vale-transporte...);
- ser tratado com respeito pelos seus superiores e sem rigor excessivo;
- receber treinamento necessário para o desempenho das atividades funcionais;
- receber os equipamentos de proteção, quando o seu uso for exigido legalmente;
- deixar de cumprir ordem injusta, que extrapola os limites do contrato, ou atentatória à
sua dignidade.

DEVERES - cumprir com suas obrigações, em especial, as ordens de seus superiores;


- respeitar os seus superiores e os colegas de trabalho;
- cumprir os horários de trabalho previamente estabelecidos;
- agir com boa-fé e fidelidade;
- cooperar (ou colaborar) com o bom desenvolvimento do empreendimento (da
empresa);
- agir com diligência, ou seja, ser cuidadoso, zeloso em qualquer ação.

EMPREGADOR

DEFINIÇÃO - aquele que assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços


(empresas, profissionais liberais, instituições de beneficência, associações recreativas,
instituições sem fins lucrativos) – CLT, Art. 2º.
DIREITOS:
- o empregado está sujeito ao poder de direção do empregador, devido à condição de
subordinação – art. 2º da CLT, pois:
- em geral, o empregador é o proprietário do negócio;
- sujeição às ordens do trabalho, visto que é o empregado que presta serviços e deve
obedecer às regras impostas;
- a direção do negócio incumbe ao empregador.
O PODER DE DIREÇÃO DO EMPREGADOR ABRANGE:
- poder organizacional: instituição de regras propícias ao seu negócio. O empregador
pode, por exemplo, elaborar um regulamento interno da empresa e que integra o
contrato de trabalho.
- poder disciplinar: é o poder de impor as ordens e o cumprimento destas – não é um
poder absoluto - deve ser exercido com moderação e proporcionalidade ao ato faltoso.
- poder de fiscalização: consiste no controle das atividades de seus empregados. .

DEVERES
- pagar o salário ajustado, como contrapartida pelo serviço recebido;
- proporcionar trabalho ao empregado
- objetivo do próprio contrato;
- proteção ao empregado
- respeitar as normas de segurança e higiene no trabalho;
- agir com boa-fé, dando ao empregado, condições técnicas e físicas para a execução
do trabalho;
- respeitar a dignidade do empregado, como ser humano;
- não agir com discriminação
- não estabelecer tratamento diferenciado entre os seus empregados, por motivo de
crença religiosa, raça, sexo, idade, cor, etc.

PRAZO PARA AJUIZAR AÇÃO TRABALHISTA .

PRAZO PARA MAIORES 18 ANOS - 2 anos, constados da dispensa – CLT, Art. 11.
PRAZO PARA MENORES 18 ANOS – 2 anos, contados de quando completa 18 anos
– CLT, Art. 440.

CTPS – CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL


- O registro da CTPS é obrigatório e deve ser feito pelo empregador em 48 horas do
ingresso do empregado na empresa - CLT, Art. 29.
- Constitui-se crime a ausência de registro. - Falta de anotação: comunicar: Sindicato
de Classe ou DRT-Delegacia Regional do Trabalho ou Ministério Público do Trabalho
ou ainda procurar um advogado.

DURAÇÃO DO TRABALHO
JORNADA NORMAL – 8 horas diárias. Prorrogação - máximo 2 horas diárias,
mediante acordo escrito entre empregado e empregador ou contrato coletivo de
trabalho.
INTERVALOS - Interjornadas – 11 horas consecutivas de descanso - CLT, ART. 66;
- Semanal – 24 consecutivas de descanso - CLT, Art. 67;
- Intrajornada – 1 a 2 horas para trabalho acima de 6 horas
15 minutos para trabalho de 4 a 6 horas Abaixo de 4 horas – não há

Inobservância dos intervalos e da jornada – acréscimo sobre a remuneração do


período, no mínimo, de 50% sobre a remuneração da hora normal de trabalho.

TRABALHO NOTURNO - Trabalho realizado nos seguintes horários:


a) Área urbana - das 22 h às 5 h
b) Agricultura - das 21 h às 5 h
c) Pecuária - 20 h às 4 h –

Remuneração – mínimo de 20% sobre a hora diurna, à exceção dos casos de


revezamento semanal ou quinzenal.

REMUNERAÇÃO
SALÁRIO MÍNIMO –
Definição – é a contraprestação mínima devida e paga diretamente pelo empregador a
todo empregado, fixada em lei, capaz de atender as necessidades vitais básicas do
trabalhador e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer,
vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos, que lhe
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim - CF,
Art. 7º, IV ; CLT, Art. 76.

- Forma de fixação – por lei.

PISO SALARIAL
- Definição – é um acréscimo ao salário mínimo, ou seja, é o valor mínimo que pode ser
pago em uma categoria profissional ou a determinadas profissões numa categoria
profissional. A categoria profissional é formada por empregados de diversas funções
num setor comum da atividade econômica, por exemplo, a categoria dos comerciários.
- Forma de fixação – através de Convenção Coletiva de Trabalho.

SALÁRIO MÍNIMO PROFISSIONAL


Definição - é o salário mínimo fixado para determinada profissão. Exemplo: salário de
médicos, dentistas, engenheiros, agrônomos, arquitetos, químicos.
- Forma de fixação – através de lei.

13º SALÁRIO OU GRATIFICAÇÃO DE NATAL - gratificação paga no valor de uma


remuneração mensal paga pelo empregador e efetuada da seguinte forma: 50% até o
dia 30 de novembro e o restante até 20 de dezembro.

FÉRIAS

PERÍODO AQUISITIVO ÀS FÉRIAS - após cada período de 12 meses de contrato. .


CONCESSÃO DO DIREITO – nos 12 meses subseqüentes ao vencimento do período
aquisitivo.
PERÍODO DE FÉRIAS - 12 a 30 dias, dependendo do número de faltas injustificadas
ao trabalho.
FORMA DE CONCESSÃO – em um só período ou excepcionalmente em 2 períodos,
um dos quais não poderá ser inferior a 10 dias corridos, à exceção dos menores que
não podem fracionar as férias.
MENORES DE 18 ANOS E MAIORES DE 50 ANOS – não podem parcelar os
períodos de férias. Para os menores as férias devem coincidir com suas férias
escolares.
COMUNICAÇÃO DA CONCESSÃO DE FÉRIAS – será feita por escrito, com
antecedência mínima de 30 dias, contra-recibo.
REQUISITO PARA ENTRAR EM FÉRIAS – trazer a CTPS para anotação das férias. .
ÉPOCA DAS FÉRIAS – o período que for melhor para o empregador, desde que
observado o período concessivo, exceto para adolescentes e membros de uma
mesma família que trabalhem juntos na mesma empresa.
INOBSERVÂNCIA DO PRAZO PARA CONCESSÃO DAS FÉRIAS: acarreta o
pagamento em dobro da remuneração das férias.
TRABALHO DURANTE AS FÉRIAS: é proibido o trabalho para outro empregador
durante as férias, exceto se por força de outro contrato de trabalho mantido.
REMUNERAÇÃO DAS FÉRIAS: as da data de sua concessão, acrescidos de 1/3 a
mais do que o salário normal.
ABONO DE FÉRIAS: conversão de 1/3 do período de férias em abono pecuniário
(venda de 10 dias das férias); deve ser requerido até 15 dias antes do término do
período aquisitivo.
PAGAMENTO DAS FÉRIAS: até 2 dias antes do seu início.

FALTAS AO TRABALHO

FALTAS JUSTIFICADAS
– aquelas em que o empregado pode faltar, sem prejuízo do salário:
- até 2 dias consecutivos em caso de falecimento do cônjuge, ascendente,
descendente, irmão ou pessoa que declarada em sua CTPS viva sob sua dependência
econômica.
- Até 3 dias consecutivos em virtude de casamento.
- 5 dias em caso de nascimento de filho, no decorrer da primeira semana
- licença paternidade.
- 1 dia em cada 12 meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue.
- Até 2 dias consecutivos ou não para fins de alistamento eleitoral.
- Para prestar o serviço militar.
- Para prestar vestibular.
- Para comparecimento em juízo.

FALTAS INJUSTIFICADAS – podem ocasionar ausência de pagamento do repouso


semanal remunerado e a sua persistência pode ocasionar a dispensa por justa causa,
por desídia – CLT Art. 482, “e”

ATRASOS AO SERVIÇO - podem gerar ausência de pagamento do repouso semanal


remunerado e a sua persistência pode ocasionar a dispensa por justa causa, por
desídia – CLT Art. 482, “e”

ROMPIMENTO DO CONTRATO DE TRABALHO


SEM JUSTA CAUSA - PELO EMPREGADOR - o empregador pode dispensar o
empregado sem justa causa, exceto no caso do empregado ter uma garantia de
emprego (dirigente sindical, membro da CIPA, acidentado do trabalho e gestante).

COM JUSTA CAUSA - PELO EMPREGADOR - o empregador pode dispensar o


empregado por justa causa, nos termos do art. 482 da CLT, nas seguintes condições:
improbidade (furto, fraude, etc); negociação habitual sem permissão do empregador;
condenação definitiva criminal do empregado em que não tenha ocorrido a suspensão
da pena; desídia (impontualidade, ausências injustificadas, produção imperfeita,
negligência, etc.); incontinência de conduta (mau procedimento que afete a
moralidade); embriaguez habitual ou em serviço; violação de segredo da empresa;
abandono do emprego; agressões físicas ou verbais praticadas no serviço contra o
empregador ou qualquer outra pessoa; prática constante de jogos de azar; atos
atentatórios contra a segurança nacional.
COM JUSTA CAUSA - PELO EMPREGADO - o empregado pode considerar rescindido
o contrato de trabalho, por justa causa do empregador, nas seguintes condições:
exigência de serviços superiores às suas forças, contrários a lei e aos bons costumes
ou diferentes do contratato; for tratado com rigor excessivo; correr risco; não cumprir o
empregador o que consta no contrato; atos contra a honra e boa fama do empregado e
membros de sua família; ofensas físicas e redução do trabalho que afetem
sensivelmente os salários.

AVISO PRÉVIO - comunicação de término do contrato feita pelo empregador ao


empregado e vice-versa.

DISCRIMINAÇÃO
CONSTITUIÇÃO FEDERAL: princípio e direito fundamental
- a promoção do bem de todos e a igualdade entre os todos os cidadãos (arts. 3º, IV e
5º, caput).
Proíbe:
- preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação (religião, origem, opção sexual, etc.) – CF, Art. 3º, IV.
- diferença de salários, de exercício de funções e de critérios de admissão por motivo
de sexo, idade, cor ou estado civil – CF - Art. 7º, XXX;
- distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais
respectivos (Art. 7º, XXXII);
- qualquer discriminação no tocante a salários e critérios de admissão do trabalhador
portador de deficiência (Art. 7º, XXXI).

LEIS INFRACONSTITUCIONAIS: diversas leis proibem práticas discriminatórias na


admissão, manutenção e dispensa do empregado.

PRÁTICAS DISCRIMINATÓRIAS: Exemplos: não contratar trabalhador porque é negro


ou amarelo, menor de 21 anos ou maior de 45, japonês, alemão ou índio, somente
homens para determinado trabalho, quem ajuizou ação trabalhista ou serviu de
testemunha em ações trabalhistas, pessoa com deficiência, etc.

INCLUSÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA - CF (Art. 7º, XXXI e Art. 37, VIII –
estabelece os princípios da não discriminação em empresas privadas e órgãos
públicos:
Cota para os cargos e empregos públicos, para pessoas com deficiência;
Lei 8213/91 estabelece cotas para empresas com 100 ou mais empregados,
obrigando-as a ter em seus quadros pessoas com deficiência ou reabilitadas pelo
INSS, da seguinte forma:
I - até 200 empregados - 2%
II - de 201 a 500 - 3%
III - de 501 a 1.000 - 4%
IV - de 1.000 a IV - 5%

A discriminação constitui crime inafiançável. Negar emprego ou trabalho, ou


ainda acesso a cargo público, por motivo derivado de sua deficiência, sem justa
causa, constitui crime punível com reclusão de 1 a 4 anos e multa.

ASSÉDIO MORAL – é toda ação repetitiva ou sistematizada, que objetiva afetar a


dignidade da pessoa, criar ambiente humilhante, degradante, desestabilizador e hostil.

- Quem pratica - o empregador contra o empregado como forma de dominação e abuso


da autoridade inerente às suas funções, os colegas de mesmo nível hierárquico,
subordinados em relação ao chefe.

- Principais vítimas – mulheres em geral, pessoas com idade mais avançadas, pessoas
em situação de estabilidade provisória – gestantes, membros de Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes (CIPA), dirigentes sindicais e pessoas que recebem auxílio
doença do INSS, homossexuais, portadores de HIV ou doenças graves, mães solteiras,
negros de ambos os sexos.
- Exemplos: gritar, xingar, apelidar, contar piadas para denegrir, ridicularizar e humilhar,
isolar a pessoa no corredor ou em sala sem mobiliário, ordenar a realização de tarefas
impossíveis ou incompatíveis com a capacitação profissional , sonegar informações
indispensáveis ao desempenho das funções, repetir críticas ou comentários
improcedentes ou que subestime os esforços do empregado.

- Conseqüências para o trabalhador: danos a integridade física, psíquica e auto-


estima do trabalhador; dificuldade de concentração, desequilíbrio emocional, crises de
choro freqüentes, dores generalizadas, palpitações e tremores, sentimento de
inutilidade, insônia ou sonolência excessiva, depressão, dor de cabeça, etc.

- Conseqüências para o assediador: embora o assédio moral não caracterize crime,


pode acarretar indenização por dano material, moral ou à imagem, a caracterização da
ruptura contratual de dispensa por justa causa do empregador (art. 483, da CLT) e até
responder pelo crime de calúnia e difamação.
- Provas da Agressão: testemunhas, gravações das agressões e xingamentos,
documentos, etc. - Estratégias de Defesa: anotar detalhes das humilhações (dia, mês,
ano, hora, local, nome do agressor e testemunhas), pedir ajuda no trabalho e fora da
empresa, denunciar o agressor.

MEIO AMBIENTE DO TRABALHO

RESPONSABILIDADE POR UM MEIO AMBIENTE DO TRABALHO SAUDÁVEL: Aos


empregadores e trabalhadores.

INCUMBÊNCIAS DO EMPREGADOR:
- adotar medidas individuais e coletivas para a proteção e segurança dos
trabalhadores;
- informar e treinar os trabalhadores sobre os riscos das operações que irão
desenvolver no seu trabalho;
- cumprir todas as normas de segurança, higiene e medicina do trabalho.

INCUMBÊNCIAS DO TRABALHADOR:
- observar as normas de medicina, higiene e segurança do trabalho;
- observar as ordens de serviço elaboradas pelo empregador;
- utilizar os EPIs (equipamento de proteção individual) fornecidos pelo empregador, sob
pena de ser dispensado por justa causa.

EPIs – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

INCUMBÊNCIA DO EMPREGADOR:
- fornecer os EPIs necessários, adequados aos riscos de cada atividade, gratuitamente
e com CA (Certificado de Aprovação pelo Ministério do Trabalho);
- treinar o trabalhador sobre o uso correto, guarda e conservação do equipamento;
- exigir e fiscalizar seu uso;
- substituir os equipamentos danificados imediatamente;
- responsabilizar-se pela higienização e manutenção.

INCUMBÊNCIA DO TRABALHADOR
- utilizar os EPIs fornecidos pelo empregador;
- responsabilizar-se pela sua guarda e conservação;
- comunicar ao empregador qualquer alteração no equipamento;
- Exemplos: protetores auriculares, óculos de proteção, máscaras, luvas, aventais,
botinas, cinto de segurança, capacetes, etc.

EPCs – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA


DEFINIÇÃO: dispositivos para prevenir e/ou minimizar acidentes e doenças
relacionadas ao trabalho.
EXEMPLOS: extintores de incêndio, guarda-corpos, exaustores, enclausuramentos
acústicos de máquinas e equipamentos que emitem ruídos, pisos antiderrapantes,
purificadores de ar, cortinas para cabines de solda;
TRABALHO INSALUBRE – expõe o trabalhador a agentes nocivos à saúde, acima
dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade e do agente.
Exemplo: trabalho com solda, ruído excessivo, poeira excessiva, etc. – CLT, Art. 189 e
NR 15.

ADICIONAL DE INSALUBRIDADE – adicional de 10, 20 ou 40% sobre o salário


mínimo, pago a quem trabalha em condições insalubres – CLT, Art. 192.

TRABALHO PERICULOSO – implica contato com inflamáveis, explosivos, energia


elétrica de alta tensão – CLT, Art. 193 e NR 16, Lei 7369/85, Decreto 93412/86.

Exemplo: trabalho em posto de gasolina, fábrica de fogos de artifícios, fábrica de


explosivos, etc.

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE – adicional de 30% sobre o salário básico pago a


quem trabalha em condições perigosas – CLT, Art. 193.

TRABALHO PENOSO – aquele que exige maior esforço físico. Para mulheres e
adolescentes menores de 18 anos é proibido o emprego de força muscular superior a
20 kg para trabalho contínuo e 25 kg para trabalho ocasional – CLT, Art. 390. .

EXAMES MÉDICOS – é obrigatória a realização de exames médicos admissionais,


periódicos, de retorno, de mudança de função e demissionais, pagos pelo empregador
– CLT, Art. 168.

CIPA – COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES


Comissão composta por trabalhadores escolhidos em eleição e outros indicados pelo
empregador, que tem por finalidade a prevenção de acidentes e doenças relacionadas
ao trabalho. Os membros eleitos gozam de estabilidade no emprego desde o registro
da candidatura até 1 ano após o final do mandato, podendo ser reeleitos uma vez. .
CAT – COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO
Formulário que deve ser preenchido pelo empregador em caso de acidente de trabalho
e doença profissional, no prazo de 24 horas após o acidente. Caso a empresa não
preencha a CAT, o próprio trabalhador, seu dependente, médico, sindicato ou
autoridade pública pode preenchê-la.

TIPOS DE ACIDENTE DE TRABALHO


- Acidente Típico – ocorrido no exercício do trabalho – dentro ou fora da empresa;
- Acidente de Trajeto – ocorrido no caminho do trabalhador de sua residência ao local
de trabalho e retorno.
- Doença Profissional ou do trabalho – adquirida pelo trabalhador como decorrência da
atividade desenvolvida no ambiente de trabalho.

DIREITOS TRABALHISTAS DECORRENTES DO ACIDENTE DE TRABALHO –


- Estabilidade Provisória – garantia de manutenção do emprego pelo prazo de 12
meses, contado do reinício das atividades, quando há afastamento superior a 15 dias.
- Rescisão Indireta – quando o empregador descumpre as normas de proteção à
segurança e saúde do trabalhador;
- Indenização - indenização por danos materiais e morais.
- Responsabilidade Criminal – o empregador poderá responder pelos crimes de lesão
corporal e homicídio.

SINDICATOS São órgãos de representação e defesa das categorias patronais e de


trabalhadores.

TRABALHO DO ADOLESCENTE - Idade Mínima para o trabalho – 16

anos, exceto na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos (CF, Art. 7º, XXXIII, CLT,
Art. 403, ECA, Art. 60).
- Trabalho Proibido para adolescentes menores de 18 anos:
a) insalubre; b) perigoso; c) penoso; d) em horário noturno; e) realizado em locais
prejudiciais à sua formação e ao desenvolvimento físico, psíquico, moral e social; f)
realizado em horários e locais que não permitam a freqüência à escola (CF, Art. 7º,
XXXIII, CLT, Art. 403, parágrafo único, Art. 405, I e II, ECA, Art. 67, I, II e III );

- Recibo de pagamento - o adolescente pode firmar os recibos de pagamento, sem a


assistência dos seus pais, exceto o de quitação na rescisão do contrato (CLT, Art.
439);

- Prazo para ajuizar ação trabalhista - 2 anos, após completar 18 anos (CLT, Art.
440);

- Carteira de Trabalho - registro em CTPS e no Livro de Registro de Empregados (CLT,


arts. 29 e 41);

- Salário - não há diferença de salário em decorrência da idade (CF, Art. 7º, XXX).

- Obrigações da empresa - possibilitar a freqüência às aulas, zelar no ambiente de


trabalho pelos bons costumes, decência pública e regras de higiene e medicina do
trabalho, (CLT, 425, 426 e 427).

- Obrigações do adolescente - as mesmas obrigações de todo o trabalhador, à exceção


das restrições legais descritas neste tópico.

CONVENÇÃO 182 e RECOMENDAÇÃO 190 OIT


- Piores Formas Trabalho Infantil e Ação Imediata para sua Eliminação – (texto
aprovado Dec.Leg. 178, de 15.12.99 e promulgado Decreto 3.597, de 12.09.02).
- Art. 3º, “d” – trabalho prejudicial a saúde, segurança ou moral das crianças.
- Art. 6º - todo membro deve elaborar e implementar programas para eliminar, como
medida prioritária, as piores formas de trabalho infantil.
- Art. 7º, “c” – assegurar acesso ensino básico e profissional.
LISTA TIP – PIORES FORMAS TRABALHO INFANTIL
Decreto 6481/2008 – regulamento os artigos 3º, alínea “d” e 4º da Convenção 182 OIT.
94 ATIVIDADES PROIBIDAS AO ADOLESCENTE.

ESTÁGIO

DEFINIÇÃO: Lei 6494/77 - é a complementação da formação educacional exercida de


forma prática na empresa ou órgão público, não gerando vínculo de emprego, exceto
se for desvirtuado (CLT, Art. 9º)
REQUISITOS DE VALIDADE DO ESTÁGIO:
- formalização de um Termo de Compromisso entre o estudante e a parte concedente;
- interveniência obrigatória da instituição de ensino;
- compatibilidade entre as matérias teóricas do curso freqüentado pelo estagiário e as
atividades práticas exercidas por ele na empresa ou órgão público;
- compatibilidade entre o horário de atividade do estágio e o horário escolar (parte
teórica);
- duração não inferior a um semestre letivo;
- seguro de acidentes pessoais;
- remuneração - bolsa, ou outra forma de contraprestação que venha a ser acordada.
Poderá ser realizado sem remuneração.

APRENDIZAGEM
LEI n. 10097/00 alterou vários dispositivos da CLT em relação à Aprendizagem
Metódica de um Ofício.

DEFINIÇÃO: aprendizagem metódica de um ofício é a formação técnico-profissional,


caracterizada por atividades teóricas e práticas, metodicamente organizadas em
tarefas de complexidade progressiva e desenvolvidas no ambiente de trabalho (Art.
428-CLT).

QUEM PODE SER APRENDIZ: adolescentes de 14 a 18 anos e jovens de 18 a 24


anos (CLT, Art. 403).

ENTIDADES QUE PODEM REALIZAR A APRENDIZAGEM: Sistema “S” (SENAC,


SENAI, SENAR, SENAT E SESCOOP), Escolas Técnicas de Educação e Entidades
sem fins lucrativos de assistência ao adolescente e à educação profissional,
registrados no CMDCA - Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente
(Art. 430, CLT).

TIPO DE CONTRATO: contrato a prazo determinado (Art. 431, CLT).

DURAÇÃO DO CONTRATO: máximo de 2 anos (ART. 428, CLT);

SALÁRIO: no mínimo, o salário mínimo hora, englobando as atividades teóricas e


práticas (CLT, Art. 428, § 2º). Se houver no Estado piso regional ou Convenção
Coletiva de Trabalho (CCT) ou Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), adotar-se-á o valor
maior, proporcional a jornada de trabalho. Ou seja, no mínimo, o salário mínimo hora,
salvo condição mais favorável, englobando as atividades teóricas e práticas (CLT, Art. 428, §
2º).

Instrução Normativa nº. 75 do M.T.E.


Art. 5º Ao empregado aprendiz é garantido o salário mínimo hora, considerado para tal fim:
I - o valor do salário mínimo nacional;
II - o valor do salário mínimo regional fixado em lei;
III - o piso da categoria previsto em instrumento normativo, quando houver previsão de
aplicabilidade ao aprendiz;
IV - o valor pago por liberalidade do empregador.
§ 1º Em qualquer hipótese, será preservada a condição mais benéfica ao aprendiz.
CONDIÇÃO MAIS FAVORÁVEL

- Art. 17, § único, Decreto 5.598/2005:

“Entende-se por condição mais favorável aquela fixada no contrato de aprendizagem ou


prevista em convenção ou acordo coletivo de trabalho, onde se especifique o salário mais
favorável ao aprendiz, bem como o piso regional de que trata a Lei Complementar no 103, de
14 de julho de 2000”.

PISO REGIONAL DO PARANÁ – LEI 16.099/2009.

Instituiu valor maior que o salário mínimo nacional.

“Art. 1º, III – R$ 620,46 (seiscentos e vinte reais e quarenta e seis centavos) para os
Trabalhadores de Serviços Administrativos, correspondentes ao Grande Grupo Ocupacional 4
da Classificação Brasileira de Ocupações”

OBRIGAÇÃO DAS EMPRESAS DE MÉDIO E GRANDE PORTE: contratar


adolescentes aprendizes observada a cota de 5% a 15% dos trabalhadores, cuja
função demande formação profissional (Art. 429, CLT).

JORNADA DE TRABALHO: até 6 horas para adolescentes que estão cursando o


ensino fundamental e até 8 horas para os que já concluíram, desde que computadas as
horas destinadas a aprendizagem teórica (Art. 432, CLT).

EXTINÇÃO DO CONTRATO:
- ocorre no final do contrato;
- ao completar 24 anos;
- a pedido do aprendiz;
- antecipadamente nas seguintes condições:
a) desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz;
b) falta disciplinar grave (Art. 482, CLT);
c) ausência injustificada à escola que implique a perda do ano letivo.

* DESEMPENHO INSUFICIENTE OU INADAPTAÇÃO: INDISPENSÁVEL LAUDO


EMITIDO PELA ENTIDADE FORMADORA CONCORDANDO COM A DISPENSA

REQUISITOS DE VALIDADE DO CONTRATO:


- matrícula e freqüência à escola.
- inscrição em programa de aprendizagem desenvolvida sob a orientação de entidade
qualificada em formação técnico-profissional ou entidade sem fins lucrativos.

HORAS EXTRAS E COMPENSAÇÃO DE JORNADA: proibida aos aprendizes (CLT,


Art. 432).

DIREITOS DO ADOLESCENTE APRENDIZ


- receber formação técnico-profissional metódica, compatível com seu desenvolvimento
físico, moral e psicológico.
- todos os demais direitos trabalhistas e previdenciários aplicáveis aos trabalhadores.

OBRIGAÇÕES DOS ADOLESCENTES APRENDIZES


- executar com zelo e diligência as tarefas necessárias ao aprendizado, de caráter
teórico e prático;
- cumprir com obrigações inerentes a todo o trabalhador, tais como: assiduidade,
pontualidade, obediência as ordens hierárquicas, utilização de equipamentos de
proteção individual quando cabível, etc.

ATRIBUIÇÕES CMDCA – art. 1º, Resolução 74, do CONANDA


- registro e fiscalização das entidades sem fins lucrativos que procedam assistência e
educação profissional a adolescentes.
- Comunicar o registro ao Conselho Tutelar e a unidade do Ministério do Trabalho.
- Registrar os Programas de Aprendizagem.
- Mapear as ESFLs e enviar cópia ao M.T.E.
ATRIBUIÇÕES CONSELHO TUTELAR – art. 3º, Resolução 74, do CONANDA
- Fiscalizar os programas desenvolvidos pelas entidades.
- Comunicar a unidade do M.T.E. as irregularidades encontradas.

PROJETOS APRENDIZAGEM MARINGÁ - ENTIDADES


- Auxiliar Administrativo Aprendiz;
- Auxiliar Bancário Aprendiz;
- Aprendiz em Serviço de Supermercado;
- Auxiliar Administrativo Aprendiz e Vendas;
- Auxiliar Administrativo e de Produção Industrial;
- Jovem Aprendiz Cooperativo;
- Aprendiz em Serviços Operacionais;
- Aprendiz Administrativo Órgãos Públicos – BB e CEF;
- Aprendiz Administrativos Órgãos Públicos – Justiça Federal;
- Confecção Industrial.

- N.º de Turmas: 40 - Em andamento: 11


- Início: 05.04.03
- N.º Aprendizes inicial: 1.385 Em formação: 444
- N.º Aprendizes formados: 558
- N.º aprendizes contratados antes término projeto: 166
- N.º aprendizes desligados por inadaptação/pedido demissão/justa causa: 216
- N.º aprendizes contratados pela empresa quando formados: 131 (4 aprendizes da
APAE aguardando contratação pela empresa)
- N.º aprendizes contratados por outras empresas logo após formados: 45

TERMOS DE COOPERAÇÃO TÉCNICA (APRENDIZAGEM): -


- CESUMAR, UNIPAR, FACULDADE MARINGÁ,
- LAR ESCOLA DA CRIANÇA DE MARINGÁ.
- ENCONTRO FRATERNO LINS DE VASCONCELLOS.
- APAE MARINGÁ.
- SENAC, SENAI, SENAT, SENAR E SESCOOP

OUTRAS ENTIDADES REALIZAM APRENDIZAGEM:


- CESOMAR – CENTRO SOCIAL MARISTA
- FUNDAÇÃO ISIS BRUDER
- TEMM
- GUARDA-MIRIM DE PARANAVAÍ
- RAINHA DA PAZ – CIANORTE
- CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL - PARANACITY

NÚMEROS DO TRABALHO INFANTIL


NO MUNDO
- 250.000.000 de crianças e adolescentes.
NO BRASIL
- TOTAL 2.500.842 crianças e adolescentes entre 5 e 15 anos.
NO PARANÁ
- TOTAL 317.855 crianças e adolescentes.
- 75.701 de 5 a 13 anos.
- 242.154 de 14 a 17 anos.

PREJUÍZOS DECORRENTES DO TRABALHO INFANTIL


- Maior suscetibilidade a substâncias químicas e radiações.
- Menos resistência à infecções.
- Má formação psíquica, física, moral e educacional.
- Drogadização.
- Prostituição.
- Acidentes de trabalho incapacitantes e fatais.
- Abuso sexual, gravidez indesejada e de alto risco.
PREJUÍZOS DECORRENTES DO TRABALHO PRECOCE:
Doenças tais como:
- Deformidades ósseas (coluna, fêmur).
- Hérnia inguinal e escrotal.
- Ler / Dort.
- Dor de cabeça, fadiga crônica e muscular.
- Tontura, ansiedade, gastrite, tremores, úlceras de estômago e intestino.
- Distúrbios do sono e apetite.

ART. 227, “CAPUT” DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988: “é dever da família,


da sociedade e do estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o
direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a
salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão.”

POLÍTICAS PÚBLICAS: Art. 4º ECA - É dever da família, da comunidade, da sociedade em


geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas.

DIA 12 DE JUNHO:

- DIA MUNDIAL DO COMBATE AO TRABALHO INFANTIL – Instituído pela OIT –


Organização Internacional do Trabalho em 2002.

- DIA NACIONAL DE COMBATE AO TRABALHO INFANTIL – Instituído pela Lei


11.542, de 12.11.2007.
ATIVIDADES REALIZADAS PELOS MUNICÍPIOS: passeatas; palestras; concurso de
cartazes acerca do tema, com premiação de uma bicicleta ao vencedor, além de ser o
cartaz transformado em outdoor na cidade; cartazes; adesivos em carros;
apresentações artísticas e culturais; conselheiros tutelares visitando famílias
entregando panfletos; exposição da música “Criança não trabalha”, de Arnaldo
Antunes; exposição de fotos nas ruas; exibição do filme “Crianças invisíveis”; reuniões
com conselheiros sobre a contribuição que cada um pode dar ao combate do trabalho
infantil.

CARTA DE PRINCÍPIOS DE MARINGÁ – 26.06.08


“.....Considerando que às empresas incumbe zelar pelos ditames da justiça social,
reduzir as desigualdades regionais e sociais, zelar pela busca do pleno emprego e
assegurar a todos existência digna, nos termos do art. 170 da Constituição Federal;

AS EMPRESAS DE MARINGÁ QUE ESTA CARTA DE PRINCÍPIOS SUBSCREVEM,


EM ATENDIMENTO À SUA FUNÇÃO E RESPONSABILIDADE SOCIAL,
COMPROMETEM-SE A: (10 obrigações).”

O QUE FAZER P/ERRADICAR O TRABALHO INFANTIL


Cobrar jurídica e politicamente do Poder Público sua cota parte.
- Sensibilizar, mobilizar e cobrar da Sociedade sua cota parte.
- Denunciar qualquer exploração ao trabalho da criança e do adolescente e encaminhar
aos órgãos competentes.
- Incentivar o avanço da aprendizagem como meio legal e eficaz de profissionalização.
- Ampliar o PETI-Programa de Erradicação do Trabalho Infantil.
- Inserir a criança em programas governamentais e projetos sociais.
- Oportunizar o ingresso e permanência em escola de qualidade.
- Propiciar qualificação profissional e renda às famílias.
- Mudar mentalidades, quanto aos mitos do trabalho infantil.
- Denunciar toda forma de exploração do trabalho infantil
- Contribuir para o FIA-FUNDO DA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA, destinando parte do
IR para investimento em projetos sociais de entidades cadastradas o CMDCA .

Pessoas físicas podem destinar até 6% do Imposto de Renda devido.


Pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real podem destinar até 1% do Imposto de
Renda devido.

ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL:


PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS ao CNJ - (no exercício das atribuições constitucionais
que lhe foram conferidas pelo art. 103-B parágrafo quarto, I e II da CF/88),
PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS ao CNMP pelo MPT - no exercício das atribuições que
lhe foram conferidas pelo art. 130-A, §2º, I e II da CF/88)
OBJETIVO: vedar autorizações judiciais para o trabalho de adolescentes que
ainda não atingiram a idade mínima de 16 anos.

RESPONSABILIDADE NA ERRADICAÇÃO [art. 227, CF]


FAMÍLIA, SOCIEDADE, ESTADO, OU SEJA, TODOS NÓS!!

ONDE DENUNCIAR?
1. SINDICATO DE TRABALHADORES DA RESPECTIVA CATEGORIA;
2. MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO - Fone: (44) 3226-1484 – Av. Centenário,
116 (prolongamento da Av. Mauá), pessoalmente ou pelo site,
www.prt9.mpt.gov.br;
3. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (GRTE) – Fones: (44) 3901-4339,
3901-4341 e 3901-4342; Fax: (44) 3901-4301 – Rua Neo Alves Martins, 1124.
4. ADVOGADO DE SUA CONFIANÇA.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
LEGISLAÇÃO CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 - CF
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: IV -
promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.
............................................................................................................................. ...............
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
Constituição;
Art. 6o São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência
aos desamparados, na forma desta Constituição.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem
à melhoria de sua condição social:
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos
termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros
direitos;
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III - fundo de garantia do tempo de serviço;
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas
necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação,
saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes
periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para
qualquer fim;
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração
variável;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da
aposentadoria;
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,
excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos
termos da lei;
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante
acordo ou convenção coletiva de trabalho;
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de
revezamento, salvo negociação coletiva;
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por
cento à do normal;
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o
salário normal;
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de
cento e vinte dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos
termos da lei;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias,
nos termos da lei;
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene
e segurança;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas,
na forma da lei;
XXIV - aposentadoria;
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até seis anos
de idade em creches e pré-escolas;
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo
prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois
anos após a extinção do contrato de trabalho;
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de
admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão
do trabalhador portador de deficiência;
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os
profissionais respectivos;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de
qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a
partir de quatorze anos;
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício
permanente e o trabalhador avulso.
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os
direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem como a
sua integração à previdência social.
.................................................................................................................... ........................
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao
adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
§ 3º. O direito à proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:
I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado o disposto
no artigo 7º, XXXIII;
II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;
III - garantia de acesso do trabalhador adolescente à escola;

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE –


ECA
Capítulo V
Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na
condição de aprendiz. (Vide Constituição Federal)
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por legislação especial,
sem prejuízo do disposto nesta Lei.
Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-profissional ministrada
segundo as diretrizes e bases da legislação de educação em vigor.
Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos seguintes princípios:
I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino regular;
II - atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente;
III - horário especial para o exercício das atividades.
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada bolsa de
aprendizagem.
Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são assegurados os direitos
trabalhistas e previdenciários.
Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho protegido.
Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de
escola técnica, assistido em entidade governamental ou não-governamental, é vedado
trabalho:
I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia
seguinte;
II - perigoso, insalubre ou penoso;
III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico,
psíquico, moral e social;
IV - realizado em horários e locais que não permitam a freqüência à escola.
............................................................................................................................. ...............
Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à proteção no trabalho,
observados os seguintes aspectos, entre outros:
I - respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento;
II - capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.

CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO - CLT


Art. 390. Ao empregador é vedado empregar a mulher em serviço que demande o
emprego de força muscular superior a 20 (vinte) quilos, para o trabalho contínuo, ou 25
(vinte e cinco) quilos, para o trabalho ocasional.
Parágrafo único. Não está compreendida na determinação deste artigo a remoção de
material feita por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, de carros de mão ou
quaisquer aparelhos mecânicos.

............................................................................................................................................
Art. 402. Considera-se menor para os efeitos desta Consolidação o trabalhador de
quatorze até dezoito anos.
Parágrafo único. O trabalho do menor reger-se-á pelas disposições do presente
capítulo, exceto no serviço em oficinas em que trabalhem exclusivamente pessoas da
família do menor e esteja este sob a direção do pai, mãe ou tutor, observado,
entretanto, o disposto nos artigos 404, 405 e na Seção II.
Art. 403. É proibido qualquer trabalho a menores de dezesseis anos de idade, salvo na
condição de aprendiz, a partir dos quatorze anos.
Parágrafo único. O trabalho do menor não poderá ser realizado em locais prejudiciais
à sua formação, ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social e em horários
e locais que não permitam a freqüência à escola.
Art. 404. Ao menor de 18 anos é vedado o trabalho noturno, considerado este o que for
executado no período compreendido entre as 22 (vinte e duas) e as 5 (cinco) horas.
Art. 405. Ao menor não será permitido o trabalho:
I - nos locais e serviços perigosos ou insalubres, constantes de quadro para esse fim
aprovado pela Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho;
II - em locais ou serviços prejudiciais à sua moralidade.
§ 2º. O trabalho exercido nas ruas, praças e outros logradouros dependerá de prévia
autorização do Juiz de Menores, ao qual cabe verificar se a ocupação é indispensável
à sua própria subsistência ou à de seus pais, avós ou irmãos e se dessa ocupação não
poderá advir prejuízo à sua formação moral.
§ 3º. Considera-se prejudicial à moralidade do menor o trabalho:
a) prestado de qualquer modo, em teatros de revista, cinemas, boates, cassinos,
cabarés, dancings e estabelecimentos análogos;
b) em empresas circenses, em funções de acrobata, saltimbanco, ginasta e outras
semelhantes;
c) de produção, composição, entrega ou venda de escritos, impressos, cartazes,
desenhos, gravuras, pinturas, emblemas, imagens e quaisquer outros objetos que
possam, a juízo da autoridade competente, prejudicar sua formação moral;
d) consistente na venda, a varejo, de bebidas alcoólicas.
§ 4º. Nas localidades em que existir, oficialmente reconhecidas, instituições destinadas
ao amparo dos menores jornaleiros, só aos que se encontrem sob o patrocínio dessas
entidades será outorgada a autorização do trabalho a que alude o § 2º.
§ 5º. Aplica-se ao menor o disposto no artigo 390 e seu parágrafo único.
Art. 406. O Juiz de Menores poderá autorizar ao menor o trabalho a que se referem as
letras a e b do § 3º do artigo 405:
I - desde que a representação tenha fim educativo ou a peça de que participe não
possa ser prejudicial à sua formação moral;
II - desde que se certifique ser a ocupação do menor indispensável à própria
subsistência ou à de seus pais, avós ou irmãos e não advir nenhum prejuízo à sua
formação moral.
Art. 407. Verificado pela autoridade competente que o trabalho executado pelo menor
é prejudicial à sua saúde, ao seu desenvolvimento físico ou à sua moralidade, poderá
ela obrigá-lo a abandonar o serviço, devendo a respectiva empresa, quando for o caso,
proporcionar ao menor todas as facilidades para mudar de funções.
Parágrafo único. Quando a empresa não tomar as medidas possíveis e
recomendadas pela autoridade competente para que o menor mude de função,
configurar-se-á a rescisão do contrato de trabalho, na forma do artigo 483.
Art. 408. Ao responsável legal do menor é facultado pleitear a extinção do contrato de
trabalho, desde que o serviço possa acarretar para ele prejuízo de ordem física ou
moral. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 229, de 28.02.1967)
Art. 409. Para maior segurança do trabalho e garantia da saúde dos menores, a
autoridade fiscalizadora poderá proibir-lhes o gozo dos períodos de repouso nos locais
de trabalho.
Art. 410. O Ministro do Trabalho poderá derrogar qualquer proibição decorrente do
quadro a que se refere o inciso I do artigo 405 quando se certificar haver desaparecido,
parcial ou totalmente, o caráter perigoso ou insalubre, que determinou a proibição.
Art. 411. A duração do trabalho do menor regular-se-á pelas disposições legais
relativas à duração do trabalho em geral, com as restrições estabelecidas neste
capítulo.
Art. 412. Após cada período de trabalho efetivo, quer contínuo, quer dividido em dois
turnos, haverá um intervalo de repouso, não inferior a onze horas.
Art. 413. É vedado prorrogar a duração normal diária do trabalho do menor, salvo:
I - até mais 2 (duas) horas, independentemente de acréscimo salarial, mediante
convenção ou acordo coletivo nos termos do Título VI desta Consolidação, desde que o
excesso de horas em um dia seja compensado pela diminuição em outro, de modo a
ser observado o limite máximo de 48 (quarenta e oito) horas semanais ou outro inferior
legalmente fixado; Nota: Ver artigo 7º, XIII, da Constituição Federal, que altera, para 44
(quarenta e quatro) horas semanais, o limite da carga horária.
II - excepcionalmente, por motivo de força maior, até o máximo de 12 (doze) horas,
com acréscimo salarial de, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) sobre a hora
normal e desde que o trabalho do menor seja imprescindível ao funcionamento do
estabelecimento.
Art. 414. Quando o menor de 18 anos for empregado em mais de um estabelecimento,
as horas de trabalho em cada um serão totalizadas.
Art. 424. É dever dos responsáveis legais de menores, pais, mães, ou tutores, afastá-
los de empregos que diminuam consideravelmente o seu tempo de estudo, reduzam o
tempo de repouso necessário à sua saúde e constituição física ou prejudiquem a sua
educação moral.
Art. 425. Os empregadores de menores de 18 anos são obrigados a velar pela
observância, nos seus estabelecimentos ou empresas, dos bons costumes e da
decência pública, bem como das normas de segurança e medicina do trabalho.
Art. 426. É dever do empregador, na hipótese do artigo 407, proporcionar ao menor
todas as facilidades para mudar de serviço.
Art. 427. O empregador, cuja empresa ou estabelecimento ocupar menores, será
obrigado a conceder-lhes o tempo que for necessário para a freqüência às aulas.
Parágrafo único. Os estabelecimentos situados em lugar onde a escola estiver a
maior distância que dois quilômetros e que ocuparem, permanentemente, mais de trinta
menores analfabetos, de 14 (quatorze) a 18 (dezoito) anos, serão obrigados a manter
local apropriado em que lhes seja ministrada a instrução primária.
Art. 428. Contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado por
escrito e por prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao
maior de quatorze e menor de dezoito anos, inscrito em programa de aprendizagem,
formação técnico-profissional metódica, compatível com o seu desenvolvimento físico,
moral e psicológico, e o aprendiz, a executar, com zelo e diligência, as tarefas
necessárias a essa formação.
§ 1º A validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na Carteira de
Trabalho e Previdência Social, matrícula e freqüência do aprendiz à escola, caso não
haja concluído o ensino fundamental, e inscrição em programa de aprendizagem
desenvolvido sob a orientação de entidade qualificada em formação técnico-
profissional metódica.
§ 2º Ao menor aprendiz, salvo condição mais favorável, será garantido o salário mínimo
hora.
§ 3º O contrato de aprendizagem não poderá ser estipulado por mais de dois anos.
§ 4º A formação técnico-profissional a que se refere o caput deste artigo caracteriza-se
por atividades teóricas e práticas, metodicamente organizadas em tarefas de
complexidade progressiva desenvolvidas no ambiente de trabalho.
Art. 429. Os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e
matricular nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem número de aprendizes
equivalente a cinco por cento, no mínimo, e quinze por cento, no máximo, dos
trabalhadores existentes em cada estabelecimento, cujas funções demandem formação
profissional.
Art. 430. Na hipótese de os Serviços Nacionais de Aprendizagem não oferecerem
cursos ou vagas suficientes para atender à demanda dos estabelecimentos, esta
poderá ser suprida por outras entidades qualificadas em formação técnico-profissional
metódica, a saber:
I - Escolas Técnicas de Educação; Doutrina Vinculada
II - entidades sem fins lucrativos, que tenham por objetivo a assistência ao adolescente
e à educação profissional, registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e
do Adolescente.
§ 1º As entidades mencionadas neste artigo deverão contar com estrutura adequada
ao desenvolvimento dos programas de aprendizagem, de forma a manter a qualidade
do processo de ensino, bem como acompanhar e avaliar os resultados.
§ 2º Aos aprendizes que concluírem os cursos de aprendizagem, com aproveitamento,
será concedido certificado de qualificação profissional.
§ 3º O Ministério do Trabalho e Emprego fixará normas para avaliação da competência
das entidades mencionadas no inciso II deste artigo.
Art. 431. A contratação do aprendiz poderá ser efetivada pela empresa onde se
realizará a aprendizagem ou pelas entidades mencionadas no inciso II do artigo 430,
caso em que não gera vínculo de emprego com a empresa tomadora dos serviços.
Parágrafo único. Aos candidatos rejeitados pela seleção profissional deverá ser dada,
tanto quanto possível, orientação profissional para ingresso em atividade mais
adequada às qualidades e aptidões que tiverem demonstrado.
Art. 432. A duração do trabalho do aprendiz não excederá de seis horas diárias, sendo
vedadas a prorrogação e a compensação de jornada.
§ 1º O limite previsto neste artigo poderá ser de até oito horas diárias para os
aprendizes que já tiverem completado o ensino fundamental, se nelas forem
computadas as horas destinadas à aprendizagem teórica.
Doutrina Vinculada
Art. 433. O contrato de aprendizagem extinguir-se-á no seu termo ou quando o
aprendiz completar dezoito anos, ou ainda antecipadamente nas seguintes hipóteses:
Art. 434. Os infratores das disposições deste capítulo ficam sujeitos à multa de valor
igual a 30 vezes o valor de referência regional, aplicada tantas vezes quantos forem os
menores empregados em desacordo com a lei, não podendo, todavia, a soma das
multas exceder a 150 vezes o valor de referência, salvo no caso de reincidência, em
que este total poderá ser elevado ao dobro.
Art. 435. Fica sujeita à multa de valor igual a 30 (trinta) vezes o valor-de-referência
regional e ao pagamento da emissão de nova via a empresa que fizer na Carteira de
Trabalho e Previdência Social do menor anotação não prevista em lei.
Art. 438. São competentes para impor as penalidades previstas neste capítulo os
Delegados Regionais do Trabalho ou os funcionários por eles designados para tal fim.
Parágrafo único. O processo, na verificação das infrações, bem como na aplicação e
cobrança das multas, será o previsto no título "Do Processo de Multas Administrativas",
observadas as disposições deste artigo.
Art. 439. É lícito ao menor firmar recibo pelo pagamento dos salários. Tratando-se,
porém, de rescisão do contrato de trabalho, é vedado ao menor de 18 anos dar, sem
assistência dos seus responsáveis legais, quitação ao empregador pelo recebimento
da indenização que lhe for devida.
Art. 440. Contra os menores de 18 anos não corre nenhum prazo de prescrição.
Art. 441. O quadro a que se refere o item I do artigo 405 será revisto bienalmente.
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