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Atualização em

Cálcio + Vitamina D3
+ Vitamina K2-7

Inovando para o seu bem-estar.

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Sumário

Importância das vitaminas e do cálcio na cardiologia ........................................... 3

Absorção e metabolismo da vitamina K .................................................................. 4

Proteínas dependentes de vitamina K ...................................................................... 5

Dosagem das vitaminas K1 e K2-7 ............................................................................. 6

Vitamina K2-7 e sistema ósseo ................................................................................ 6

Vitamina K2-7 e vitamina D3: essenciais para a saúde cardiovascular ......................... 7

Referências ............................................................................................................ 9

Suplementação com cálcio, vitamina D3 e vitamina K2-7: otimizando a saúde óssea ... 11

Introdução ............................................................................................................... 11

Vitamina K2-7 na osteoporose da pós-menopausa ....................................................... 14

Vitamina K2-7 e bisfosfonatos ..................................................................................... 15

Vitamina K2-7 em perda óssea induzida por corticoides ............................................... 15

Vitamina K2-7 no tratamento da osteoporose da anorexia ......................................... 16

Referências .............................................................................................................. 17

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Atualização em Cálcio + Vitamina D3 + Vitamina K2-7

Importância das vitaminas


e do cálcio na cardiologia
Dikran Armaganijan
CRM-SP: 15.730
Doutor em Cardiologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Diretor da Divisão Clínica do Instituto Dante Pazzaneze de Cardiologia. Professor do programa de
pós-graduação da USP/IDPC em Medicina/Tecnologia e Intervenção em Cardiologia.

As vitaminas são substâncias orgânicas pre- e arroz. Tubérculos e bulbos, tais como batata,
sentes em pequena quantidade nos alimentos rabanete e cebola, contêm traços de vitamina
e participam como cofatores em várias reações K e, entre as raízes, somente a cenoura con-
metabólicas controladas por enzimas e coenzi- tém teor maior ou igual a 8,3 µg/100 g. Frutas
mas. A vitamina K é uma família de substâncias cítricas contêm baixos teores, exceto kiwi, aba-
lipossolúveis, com estruturas semelhantes entre cate, ameixa seca, figo, amora silvestre e uvas.
si, diferindo apenas na composição da cadeia Sucos de frutas não são fontes de vitamina K e
lateral alifática ligada ao anel de naftoquinona alimentos cozidos e processados contêm mo-
metilada. Essas vitaminas são classificadas em derada ou elevada quantidade de vitamina K.
quatro tipos: filoquinona, di-hidrofiloquinona Derivados do tomate que contêm salsa, óleos
(dK), menaquinona e menadiona; apenas a filo- ou ingredientes como ervas em sua composi-
quinona e a menaquinona são naturais. ção possuem maiores teores de vitamina K que
A filoquinona, ou vitamina K1, é uma molécu- os demais. Folhas de chá e grãos de café pos-
la composta por uma única cadeia lateral alifáti- suem quantidades significativas de filoquinona.
ca. Na natureza, ela está presente em vegetais, Por causa da forte ligação da filoquinona ao
hortaliças e óleos vegetais. Aproximadamente cloroplasto da membrana, apenas 10% a 20%
100 mL de leite contêm 1 µg, e 100 g de hor- da vitamina K1 derivada dos vegetais entra na
taliças contêm 400 µg de vitamina K. Sopas e circulação sanguínea. A ingestão concomitante
carnes são fontes pobres e, dependendo dos de alimentos contendo gordura aumenta a ab-
ingredientes utilizados na preparação, como sorção da vitamina K.
queijos e carnes processadas, esses pratos A dK resulta da hidrogenação comercial de
podem ter seus teores de vitamina K eleva- óleos comestíveis.
dos. Peixes, cereais e grãos contêm pequenas As menaquinonas ou vitamina K2, sintetiza-
quantidades de vitamina K e seu teor pode das por bactérias, têm várias formas molecu-
ser elevado com adição de óleos. A farinha de lares e diferem entre si quanto à estrutura de
aveia crua contém maior concentração de vita- suas cadeias laterais denominadas isoprenoi-
mina K1 do que a farinha de aveia cozida, pães des1. O tamanho e a lipofilicidade dessas ca-

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deias laterais influenciam a biodisponibilidade advindos da dieta. Após a absorção, via ente-
e a distribuição das menaquinonas no organis- rócitos, as micelas mistas são incorporadas em
mo. Essas vitaminas são designadas pela sigla novos quilomícrons ricos em apo A e apo B-48.
MK-n, na qual “n” representa o número de resí- Na corrente sanguínea, os quilomícrons adquirem
duos isoprenoides. As menaquinonas naturais a apo C e a apo E a partir do HDL e nos tecidos
contêm de 4 a 13 cadeias isoprenoides (MK-4 periféricos perdem uma quantidade significativa
a MK-13). Na natureza, a vitamina K2 é sin- de triglicérides, através do LDL. Os triglicérides
tetizada por bactérias e apenas a MK-4 pode constituem os maiores transportadores de vitami-
advir de alimentos contendo filoquinona ou a na K, transportando, aproximadamente, 83% da
partir da menadiona ou vitamina K3 ingerida filoquinona plasmática.
sob a forma sintética. Alimentos com pequenas A biodisponibilidade plasmática depende da
quantidades de gordura aumentam a absorção forma pela qual a vitamina K é consumida. A
da vitamina K2. Queijos, Sauerkraut (chucrute, filoquinona contida nos vegetais tem biodispo-
prato típico alemão) e natto (prato japonês, fei- nibilidade lenta e é influenciada pela absorção
to de soja e gordura fermentadas pelo Bacilus intestinal. A ingestão simultânea de gorduras
subtilis) contêm elevada quantidade de mena- aumenta o estímulo da secreção biliar, a for-
quinonas. mação de micelas e, consequentemente, a ab-
A menadiona ou vitamina K3 é um composto sorção e a biodisponibilidade da vitamina K1. A
sintético e, após sua ingestão, é convertida em ingestão de suplemento contendo vitamina K
vitamina K2, no intestino. aumenta em seis vezes sua absorção quando
comparada com a ingestão alimentar. Quanto
Absorção e metabolismo da vitamina K ao transporte, as diferenças da lipofilicidade
Após a ingestão, a vitamina K é absorvida, pre- das vitaminas K1 e K2 modificam substancial-
dominantemente, na borda em escova do íleo mente seu tempo de transporte e sua meia-vi-
e é integrada aos quilomícrons circulantes para da plasmática. Para a vitamina K1, o tempo de
posterior exocitose no sistema linfático. Pelas ca- transporte é de aproximadamente 30 minutos e
racterísticas lipossolúveis, a eficiência de absor- a meia-vida plasmática é de aproximadamente
ção da vitamina K depende das características três horas. Para as menaquinonas, a meia-vida
do suco biliar e pancreático2. A ingestão insufi- plasmática é variável: aproximadamente 90 mi-
ciente de alimentos contendo vitamina K, a ab- nutos para a MK-4 e mais de sete horas para
sorção gastrointestinal comprometida, o uso de as MK-7, MK-8 e MK-9. O fígado é o órgão
anticoagulantes cumarínicos e antibióticos, a nu- de estoque de vitamina K e as menaquinonas
trição parenteral e o uso de doses elevadas de de cadeia longa (MK-10 e MK-12) constituem,
vitaminas A e E, entre outros, podem interferir na aproximadamente, 90% da vitamina K total ar-
absorção da vitamina K3. A capacidade intestinal mazenada nesse órgão. Os tecidos pancreáti-
em absorver a vitamina K2 é superior à da vita- co e cardíaco contêm grandes quantidades de
mina K1, entretanto, apenas 10% da vitamina K filoquinona, iguais ou superiores às encontra-
total consumida nos alimentos são constituídos das no fígado. Já no cérebro, nos rins e nos
de vitamina K2. A filoquinona e a menaquinona, pulmões foram detectadas quantidades mais
especialmente a MK7, são incorporadas em mice- baixas de filoquinona. Quanto às menaquino-
las mistas contendo sais biliares e outros lipídios nas, a MK-4 foi detectada em maior quantida-

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de no cérebro, nos rins e no pulmão, quando encontrada nos vasos sanguíneos, principal-
comparada com a filoquinona; ambas foram mente nas placas ateroscleróticas. Nesses te-
identificadas nos ossos. Em condições fisioló- cidos, a proteína matriz Gla liga-se ao cálcio,
gicas, o pico de concentração plasmática pós- sequestrando e inibindo sua incorporação na
-prandial da filoquinona ocorre após seis horas, matriz extracelular. Em estudos experimentais
retornando à linha de base após 24 horas. Para em ratos, a deleção dos genes da proteína
as menaquinonas de cadeia longa, a concen- matriz Gla foi responsável por intensa calcifi-
tração plasmática se mantém elevada por até cação arterial da aorta, das artérias coronárias
72 horas4, a fração excretada independente da e da mortalidade precoce6-8. Nesses animais
dose administrada e a reserva corporal total de a inibição da proteína matriz Gla aumentou
vitamina K é muito pequena. a calcificação das cartilagens, as epífises
ósseas e o depósito de cálcio no tecido
Proteínas dependentes de vitamina K vascular. Resumindo, os efeitos das proteínas
A principal função das vitaminas K é ativar as dependentes de vitamina K incluem: proteínas
proteínas dependentes de vitamina K (VKDPs) de coagulação, proteínas anticoagulantes, os-
produzidas em vários órgãos. Em adição, a vi- teocalcina ou proteína de ação no tecido ósseo
tamina K tem importante papel na coagulação e proteína matriz Gla.
sanguínea: controlar o metabolismo do cálcio As vitaminas A e D3 também podem influen-
nos ossos e inibir o cálcio nas artérias. As pro- ciar a função da MGP9. Normalmente, a vita-
teínas coagulantes dependentes de vitamina K, mina D3 produzida nas zonas mais profundas
sintetizadas e carboxiladas no fígado, incluem da pele é incapaz de se ligar aos receptores
os fatores II, VII, IX e X, essenciais para a co- específicos. A partir dos alimentos, apenas
agulação sanguínea. Seus efeitos são antago- a vitamina D32 (ergocalciferol) e a vitamina
nizados pela proteína C e S e por alguns anti- D3 (colecalciferol) são absorvidas e entram
coagulantes. No fígado, a vitamina K participa na circulação sanguínea. Após sua absor-
como cofator na reação de carboxilação do ção, essas vitaminas são convertidas em
glutamato. O μ-carboxiglutamato ativa os fa- 25-hidroxivitamina D32 e D3 – 25(OH)D2
tores de coagulação (II, VII, X), possibilita suas 25(OH)D3 – e, ao passar pelos rins sob a
adesões aos fosfolípides de superfície e acelera ação de um citocromo, produzem a 25-di-
a coagulação sanguínea. Nessa reação, a vita- -hidroxivitamina D3 ou calcitriol 10 . Pró-hor-
mina K é oxidada transformando-se em epóxi- mônios, vitamina D3/colecalciferol e vitami-
-vitamina K e, em seguida, é reduzida sob a na D32/ergocalciferol são hidrofóbicos de
ação de duas redutases, completando o ciclo difícil mensuração, enquanto os níveis séricos
da vitamina K. A varfarina inibe a ação das re- de vitamina 1,25D são pouco discriminativos. A
dutases, diminuindo a quantidade de vitamina maioria dos estudos considera os níveis séricos
K reduzida e, consequentemente, limitando a da 25D como o melhor indicador sistêmico da
carboxilação do glutamato. Além dessas, ou- vitamina D3. De acordo com os níveis séricos,
tras proteínas dependentes de vitamina K fo- os valores da 25D são considerados deficien-
ram identificadas em tecidos extra-hepáticos5. tes (níveis séricos entre 10 ng/mL e 12 ng/mL),
A proteína matriz Gla (MGP), identificada em insuficientes (níveis séricos entre 20 ng/mL e 30
ossos, cartilagens, rins e pulmões, também foi ng/mL) e suficientes (níveis séricos > 30 ng/mL).

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A osteocalcina é uma das 17 proteí­nas de- sérica de osteocalcina subcarboxilada tem sido
pendentes de vitamina K e tem, entre outras, a utilizada como indicador de vitamina K. Várias
função de inibir a mineralização óssea. Produ- situações podem influenciar os níveis de osteo-
zida pelos osteoblastos durante a formação do calcina subcarboxilada e, em mulheres idosas,
tecido ósseo, a osteocalcina é a proteína mais os níveis séricos dessa proteína dependente de
abundante depois do colágeno. Sua produção vitamina K são fortemente influenciados pelos
é regulada pelo ácido retinoico, estrógeno e níveis séricos de vitamina D3.
glicocorticoides. Entretanto, somente após a A excreção urinária de Gla (proteína induzida
μ-carboxilação controlada pela vitamina K, a por deficiência ou antagonismo de vitamina K)
osteocalcina localizada dentro da hidroxiapatita e de osteocalcina subcarboxilada (ucOc – un-
se liga ao cálcio, consolidando os cristais de der carboxylated osteocalcin) parece ser o me-
hidroxiapatita. A vitamina K2-7 reforça a conso- lhor indicador dos níveis orgânicos de vitamina
lidação dos cristais de hidroxiapatita e dos efei- K. A excreção de ucOc é mais sensível do que
tos da vitamina D3. A MK-7 ativa a carboxila- a excreção urinária de Gla e resulta da inibição
ção da osteocalcina, estimula o calcitriol (forma da enzima epóxi-redutase. Sua excreção é au-
ativa da vitamina D3), aumentando a absorção mentada nos pacientes em uso de varfarina e
e a fixação desse íon no tecido ósseo. Além parece ser a primeira proteína Gla a aparecer
disso, a γ-carboxilação da osteocalcina pela no soro de pacientes com níveis inadequados
vitamina K participa com outras proteínas en- de vitamina K.
volvidas na mineralização, controlando o cres-
cimento celular, apoptose, quimiotaxia e sinais Vitamina K e sistema ósseo
de transdução no tecido ósseo. A relação entre vitamina K, saúde óssea e in-
OH cidência de fraturas foi investigada em vários
Dosagem das vitaminas K1 e K2-7 estudos; os resultados equivocados motivaram
As vitaminas K1 e K2-7 podem ser dosadas no novas revisões. Em oito estudos observacio-
sangue e na urina, contudo, seus valores nem nais, os níveis plasmáticos de vitamina K1 e a
sempre expressam suas capacidades funcio- dieta estavam consistentemente relacionados à
nais e não devem ser utilizadas para controle baixa incidência de fraturas. Dos seis estudos
clínico. O tempo de pró-trombina sinaliza as prospectivos conduzidos com a vitamina K1,
atividades funcionais do anticoagulante e não apenas dois mostraram benefícios dessa vita-
estabelece uma relação direta entre níveis de mina na redução de fraturas. No estudo cana-
vitamina K e os efeitos dos anticoagulantes. dense, duplo-cego, após dois anos de segui-
Os estudos que dosaram a filoquinona por ra- mento, poucas mulheres se beneficiaram com
dioimunoensaio sugeriram que a ingestão < 10 o uso da vitamina K1, quando comparadas
mcg/dia estava associada com níveis séricos com o grupo placebo. Outros estudos, em mu-
reduzidos de proteína dependente de vitami- lheres na pós-menopausa, incluíram a vitamina
na K (PVKA-2). Já os estudos que dosaram os K2 no tratamento de osteoporose. Os autores
níveis séricos de osteocalcina correlacionaram concluíram que a menaquinona MK-4 reduziu a
seus níveis séricos com a ingestão de vitamina perda e aumentou a formação óssea, quando
K. Esses métodos não são ideais para quan- comparada com o grupo que fez uso de vitami-
tificar a vitamina K no organismo. A dosagem na K1. Posteriormente, uma metanálise de seis

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estudos confirmou que a menaquinona MK-4 sos normais, devendo ser utilizada por perío­
reduzia a perda óssea e, consequentemente, a dos prolongados e, principalmente, nas mulhe-
incidência de fraturas ósseas. Em 2007, um es- res no período pós-menopausa.
tudo randomizado conduzido na Holanda tes-
tou os efeitos da menaquinona MK-4 na dose Vitamina K e vitamina D3: essenciais
de 45 mg/dia. Foram selecionadas 325 mulhe- para a saúde cardiovascular
res saudáveis, no período pós-menopausa. Os A disponibilidade de vitamina K2-7 pode estar
autores concluíram que a MK-4 não melhorou a associada à integridade vascular e a doenças
qualidade de todos os segmentos ósseos, ex- cardiovasculares e, até o presente momento,
ceto no colo de fêmur. Contudo, após três anos cresce o número de evidências da relação entre
de seguimento, a perda óssea nos demais seg- doença cardiovascular e osteoporose11-13. Com
mentos foi significativamente menor. base nos estudos epidemiológicos, o aumento
A diversidade dos resultados sobre os ver- de calcificação arterial é frequentemente ob-
dadeiros benefícios da MK-4 foi motivo de no- servado na população com importante perda
vas pesquisas que incluíram outra vitamina K2 óssea14,15. O Estudo de Rotterdam (The Rotter-
de cadeia longa (MK-7), em baixas dosagens dam Study)16 avaliou o consumo dietético da
e que poderiam trazer melhores resultados. menaquinona e sua relação com a redução do
O primeiro estudo incluiu mulheres saudáveis, risco de doença arterial coronária. Nesse estu-
no período pós-menopausa, que receberam a do observacional, multicêntrico e prospectivo,
vitamina MK-7 na dose de 180 µ/dia. A den- foram selecionadas 4.807 pessoas entre 1990
sidade óssea da coluna lombar e do colo de e 1993, de ambos os sexos, com idades aci-
fêmur e a incidência de fraturas vertebrais fo- ma de 55 anos, sem antecedentes de infarto
ram avaliadas ao final do estudo. A dosagem do miocárdio. Após sete a dez anos de segui-
de osteocalcina subcarboxilada foi realizada mento, o risco de doença cardiocirculatória,
após os primeiro, segundo e terceiro anos de mortalidade de todas as causas e aterosclero-
tratamento. Nesse estudo, a vitamina K2 (MK- se de aorta foi correlacionado com os tercis de
7) reduziu o declínio da densidade óssea na consumo de vitamina K, após ajuste da idade,
coluna lombar, no colo de fêmur e, a curto pra- gênero, índice de massa corpórea, tabagismo,
zo, esses benefícios não foram observados no diabetes, nível educacional e fatores dietéticos.
quadril. Houve também redução dos níveis de A detecção do depósito de cálcio na aorta in-
osteocalcina subcarboxilada. Diante desses re- cluiu os raios X e a tomografia computadori-
sultados, os autores concluíram que a vitamina zada; ambos os exames foram concordantes
K2-7 poderia ser utilizada em outras popula- nos resultados e preditivos para a mortalidade
ções; crianças e homens, entretanto, necessi- cardiocirculatória. Não houve associação con-
tariam de novas investigações. Os benefícios sistente entre consumo de filoquinona, doença
foram maiores quando a suplementação da cardiocirculatória e aterosclerose de aorta. Em
K2-7 ocorreu por períodos prolongados. A vez disso, o consumo dietético de menaquino-
Autoridade Europeia de Segurança Alimentar na foi inversamente associado com mortalidade
(European Food Safety Authorities – EFSA) cardiocirculatória, todas as causas de mortalida-
propõe que a reposição da vitamina K tenha de e calcificação de aorta. A redução do risco
um importante papel na manutenção de os- relativo de todas as causas de mortalidade

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cardiocirculatória e calcificação de aorta foram modiálise têm calcificação vascular de modera-
superiores nas pessoas que consumiram mena- da a intensa e 30% têm deficiência subclínica
quinona em tercis médio e elevados quando com- de vitamina K. Persistem discussões sobre a
paradas àquelas que consumiram apenas tercis necessidade de reposição da vitamina K nes-
inferiores de menaquinona. Os estudos Nurses se grupo, inclusive em níveis séricos superiores
Health Study e o Health Professionals Follow-Up aos da população saudável.
Study mostraram resultados semelhantes. A terapia anticoagulante com varfarínicos re-
Nos primeiros estudos experimentais, foi de- duz os níveis séricos da vitamina K e aumenta a
monstrado que a proteína MGP estava envolvi- calcificação vascular. Experimentalmente, ratos
da na inibição da calcificação do tecido ósseo com deficiência alimentar de vitamina K tiveram
e, posteriormente, confirmou-se que essa pro- calcificações vasculares semelhantes aos ratos
teína tinha também efeitos no sistema circula- que receberam varfarínicos19.
tório. Sua deficiência aumentava a calcificação Em humanos, estudos imuno-histoquímicos
da camada média vascular, resultando em rup- identificaram níveis elevados da MGP subcarbo-
turas e obstruções vasculares por precipitação xilada no tecido vascular calcificado, sugerindo
do fosfato e do cálcio17,18. que essa proteína e, obviamente, a vitamina K
A interpretação de que a calcificação das ar- estão fortemente relacionadas à calcificação
térias é um processo passivo, clinicamente ir- vascular.
relevante e resultante de um elevado produto O sistema cardiocirculatório contém compo-
de cálcio versus fosfato, inflamação, acúmulo nentes parácrinos do sistema endócrino da vi-
de lipídeos ou diabetes foi modificada nos úl- tamina D3. As células musculares cardíacas e
timos anos. Ficou claro que a calcificação ar- as células do endotélio vascular contêm a enzi-
terial é um processo ativo e, frequentemente, ma 1-alfa-hidroxilase, responsável pela conver-
associado ao aumento de risco cardiovascular. são da vitamina 25D circulante em 1,25 (OH)
Clinicamente, a calcificação vascular reduz a D3. A vitamina D3 nas células musculares car-
complacência vascular, aumenta a incidência díacas, nas células do endotélio vascular e na
da hipertrofia ventricular esquerda e reduz o flu- musculatura vascular lisa participa do controle
xo arterial coronário. Na população idosa e em metabólico dessas células e, experimentalmen-
pacientes portadores de doença renal crônica, te, ratos isentos de vitamina D3 são portadores
diabetes, estenose aórtica e aterosclerose, a de hipertensão arterial, hipertrofia ventricular e
calcificação arterial tem sido motivo de pes- anormalidade contráteis das células cardíacas.
quisas no sentido de retardar ou reverter essa A vitamina D3 aumenta a expressão da MGP,
patologia vascular. Os fármacos redutores de in vitro, nas células musculares lisas em mo-
colesterol falharam e propiciaram buscar novas delos de animais de experimentação e em
pesquisas. humanos, reduzindo o depósito de cálcio. A
Nos portadores de doença renal crônica, a deficiên­cia da vitamina D3 tem sido correla-
incidência de calcificação arterial é elevada e cionada com maior incidência de insuficiência
a mortalidade cardiovascular é 20 vezes maior cardíaca e aumento de mortalidade por AVC.
do que na população aparentemente saudável. O National Health and Nutrition Examination
Aproximadamente 60% a 80% dos portadores Survey20 mostrou que na população com níveis
de doença renal crônica e em programa de he- séricos de 25D < 20 ng/mL havia maior preva-

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lência de doença arterial coronária, insuficiên- 5. Triplett DA. Current recommendation for warfarin therapy – use
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Evidências epidemiológicas sugerem que níveis 6. Price PA, Urist MR, Otawara Y. Matrix Gla protein, a new
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sociados à redução de mortalidade cardiocir- associated with the organic matrix of bone. Biochem Biophys
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Study21, os autores analisaram 18.225 homens 7. Shanahan CM N, Cary R, Metcalfe JC, Weissberg PL.
saudáveis e concluíram que o risco de infarto High expression of genes for calcification-regulating
do miocárdio aumentava em 2,4 vezes em indi- proteins in human atherosclerotic plaques. J Clin Invest.
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quando comparados com aqueles cujos níveis 8. Fraser JD, Price PA. Lung, heart, and kidney express high levels
de 25D eram > 30 ng/mL (95% CI 1.53-3.84). of mRNA for vitamin K-dependent-matrix protein and for the
Pilz et al., durante um seguimento de sete anos, tissue distribution of the gamma-carboxylase. J Bio Chem.
avaliaram a evolução de 3.299 pacientes sub- 1998;263:11033-36.
metidos à cinecoronariografia22. Nos pacientes 9. Cancela MI, Price PA. Retinoic acid induces matrix Gla
com níveis séricos de 25D < 10 ng/mL, os riscos protein gene expression in human cells. Enocrinology.
relativos de mortalidade por insuficiência cardíaca 1992;130:102-8.
e mortalidade cardíaca foi de 5,05 (95% CI 2,13- 10. Parris M. Kidd. Vitamins D and K as Pleiotropic Nutrients:
11,97) e nos indivíduos com níveis séricos de 25D Clinical Importance to the Skeletal and Cardiovascular
> 30 ng/mL, o risco relativo foi de 2,84 (95% CI Systems and Preliminary Evidence for Synergy Altern Med Rev.
1,20-6,74). Além disso, níveis séricos de vitamina 2010:15(3):199-222.
D3 podem estar associados a um maior risco de 11. Kiel DP, Kauppila LI, Hannan MT, Cupples LA, O’Donnell CJ,
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Atualização em Cálcio + Vitamina D3 + Vitamina K2-7

Suplementação com cálcio,


vitamina D3 e vitamina K2-7: otimizando a saúde óssea

Bernardo Stolnicki
CRM-RJ 52 38653-0
Presidente do Comitê de Doenças Osteometabólicas da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.
Coordenador do Programa de Prevenção a Refraturas (PrevRefrat) do Serviço de Ortopedia do Hospital
Federal de Ipanema.

Introdução
A crescente conscientização da relação entre ali- introduzir baixas doses de vitamina K2-7 na su-
mentação e saúde tem levado a um aumento da plementação utilizada rotineiramente, visando a
demanda por suplementos funcionais, produtos uma melhor qualidade da saúde óssea.
capazes de melhorar a saúde, além da nutrição A saúde esquelética é vital para nosso bem-es-
básica. tar, reduzindo o risco de fraturas que podem ter
Na saúde óssea não é diferente. A suplemen- um impacto grave na qualidade de vida. Sabe-se
tação de cálcio e vitamina D3 é unânime, seja que a saúde dos ossos depende de uma dieta
para manutenção do metabolismo adequado ou saudável, incluindo a referida suplementação su-
como coadjuvante fundamental nos casos em ficiente de cálcio e vitamina D3.
que seja requerido o uso de fármacos modifica- Estudos científicos mais recentes têm revelado
dores do metabolismo ósseo (antirreabsortivos o papel central da vitamina K2-7 – tradicional-
ou formadores). mente reconhecida por sua contribuição para a
Estudos recentes têm evidenciado que a vi- coagulação sanguínea – em construir e manter
tamina K2-7, especialmente quando associada os ossos saudáveis1-3. Além disso, a suplemen-
ao cálcio e à vitamina D3 na suplementação, tação com vitamina K2-7 mostrou efeitos positi-
demonstrou superioridade em relação aos su- vos cardiovasculares especialmente no tocante
plementos de cálcio e vitamina D3, isolados ou às calcificações em coronárias e aorta4-6.
combinados. Recentemente foi introduzido para A determinação médica sobre a necessidade
comercialização no Brasil o suplemento alimen- de suplementação com vitamina K é rara, visto
tar Oste K2. que os níveis de vitamina K têm sido tradicio-
Composição por cápsula do Oste K2: Cálcio nalmente vinculados à coagulação, em vez das
(500 mg), vitamina D3 (200 UI) e vitamina K2-7 necessidades ósseas ou vasculares. Porém,
(50 mcg). A dose diária recomendada é de uma ou é bem documentado que as dietas ociden-
duas cápsulas ao dia, a critério médico. tais geralmente contêm um teor muito baixo
O objetivo desta separata é informar aos co- de MK-7 (vitamina K2), abaixo do ideal para a
legas médicos a importância e as vantagens de saúde óssea ou vascular7,8.

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Aqui, será dado maior destaque aos benefícios da K1 obtida a partir de tais alimentos atingem a
esqueléticos da suplementação combinada de corrente sanguínea, de onde é rapidamente ex-
cálcio, vitamina D3 e vitamina K2-7. cretada e, portanto, não disponível para o forne-
A vitamina K – embora o nome sugira diferente cimento em tecidos periféricos extra-hepáticos,
– não é um único composto. É constituída por tais como vasos e ossos. A vitamina K1 é produ-
um grupo de vitaminas lipossolúveis que são es- zida e metabolizada pelo fígado, assim pouco é
senciais à utilização de cálcio para a saúde dos deixado para outros tecidos.
ossos, artérias saudáveis e tecidos moles. A fa- A vitamina K2 natural (preferida para tecidos
mília da vitamina K é dividida em vitamina K1, extra-hepáticos) é de origem bacteriana. Ainda há
uma molécula (filoquinona), e vitamina K2-7, um estudos em curso a fim de definir até que ponto a
grupo de moléculas (menaquinonas). vitamina K2 produzida por nossas bactérias intesti-
Todas as vitaminas K são semelhantes na estru- nais contribuem para nossa necessidade diária. No
tura: compartilham um anel “quinona”. No entanto, entanto, se essas fontes fossem suficientes, não
elas diferem no número de saturação e títulos de seriam vistas tão altas as frações de proteínas de-
carbono ligados (chamados cadeia lateral)9. pendentes de vitamina K inativas no soro.
Essa diferença é especialmente pronunciada A vitamina K2 natural é encontrada em bac-
no grupo da vitamina K2-7, que inclui menaqui- térias de alimentos fermentados como queijos
nonas com diferentes comprimentos de cadeia maturados e coalhada. Com frequência, a for-
lateral. O comprimento da cadeia é marcado ma MK-4 é encontrada em quantidades relati-
no nome da menaquinona (por exemplo, MK-4 vamente pequenas em carne e ovos. A melhor
significa que quatro resíduos isoprenoides são fonte de vitamina K2 natural é o natto (prato
ligados ao anel principal G). Isso influencia sua tradicional japonês feito de grãos de soja fer-
capacidade de chegar aos diferentes tecidos mentados). O natto fornece uma grande quan-
dentro do corpo: quanto maior a cadeia lateral tidade de vitamina K2 na forma MK-712. Infe-
da vitamina K, melhor é seu potencial de efeitos lizmente, o cheiro intenso e sabor controverso
extra-hepáticos. Consequentemente, entre to- dessa soja tornam esse alimento pouco atra-
das as vitaminas K, o grupo mais efetivo é o das ente para a população ocidental.
menaquinonas de cadeia longa, especialmente Atualmente, existem três formas de vitaminas
a MK-7. K disponíveis em suplementos dietéticos: vita-
Como são completamente absorvidas, perma- mina K1 sintética, a vitamina K2 sintética, como
necem na corrente sanguínea por mais tempo e MK-4, e a vitamina K2 natural, como MK-7.
são, portanto, mais disponíveis para todos tecidos, Tradicionalmente, a vitamina K foi reconhecida
tais como ossos, artérias e tecidos moles. Sendo apenas como um fator que afeta os processos de
assim, apenas uma pequena dose de MK-7 é sufi- coagulação sanguínea. No entanto, as funções
ciente para preencher a necessidade diária de vita- dessa vitamina são mais complexas. A protrombi-
mina K2 (elevada biodisponibilidade)10,11. na, proteína importante como fator de coagulação,
A vitamina K1 é encontrada em vegetais de fo- contém um aminoácido chamado ácido gama car-
lhas verdes, tais como brócolis, espinafre e cou- boxiglutâmico (Gla). A carboxilação desse aminoá­
ve, e é necessária para a coagulação sanguínea cido tem um papel determinante na atuação da
adequada. No entanto, é pouco absorvida nos protrombina dependente da vitamina K, transfor-
alimentos frescos. Apenas cerca de 10% a 20% mando-o em biologicamente ativo13,14.

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Atualização em Cálcio + Vitamina D3 + Vitamina K2-7

A suplementação com vitamina K2-7 mostrou vitamina K. Estudos têm mostrado que a vita-
efeitos positivos cardiovasculares, especialmen- mina K2, consumida como MK-7 ou como natto,
te no tocante às calcificações em coronárias e é eficaz na melhoria da saúde óssea. Populações
aorta4-6. ocidentais têm uma dieta geralmente deficien-
Proteínas dependentes da vitamina K, incluin- te em vitamina K2-7, por isso a suplementação
do a matriz proteína Gla (MGP), são importantes adequada é recomendada.
para inibir a calcificação vascular. A ativação des- O osso é um tecido vivo e sofre um contínuo
sas proteínas por meio de carboxilação depende processo de formação e reabsorção. Esse pro-
da disponibilidade de vitamina K. cesso é chamado de remodelação. Enquanto
O Estudo de Rotterdam é um estudo prospec- a atividade dos osteoblastos (formação óssea)
tivo, de base populacional, para avaliar a ocor- estiver em equilíbrio com a ação dos osteoclas-
rência de doenças em idosos e esclarecer seus tos (reabsorção), uma estrutura óssea saudável
determinantes. Compreendeu 7.983 homens é mantida. A remodelação é necessária para a
e mulheres com idades a partir de 55 anos, de manutenção e a integridade da estrutura óssea,
agosto de 1990 a junho de 1993. reparando os chamados microdanos por liberar
Na base populacional do Estudo de Rotterdam o cálcio na corrente sanguínea para necessida-
foi avaliado se a ingestão de filoquinona (vitamina des metabólicas do organismo.
K1) e menaquinona (vitamina K2-7) estaria rela- Os osteoblastos produzem uma proteína de-
cionada à calcificação da aorta e à doença arte- pendente de vitamina K chamada osteocalcina
rial coronariana. No início do estudo (1990-1993), (OC), que ajuda a fixar o cálcio na matriz óssea.
a análise incluiu 4.807 indivíduos com dados die- A OC eleva o conteúdo mineral ósseo, aumentan-
téticos e sem história de infarto do miocárdio, os do a resistência do esqueleto e tornando-o me-
quais foram seguidos até 1o de janeiro de 2000. nos suscetível a fraturas15-17. Entretanto, a OC é
O risco de doença arterial coronariana incidente, a produzida inativa. Ela precisa de vitamina K2-7
mortalidade por todas as causas e a aterosclerose a fim de se tornar plenamente ativada (carboxila-
aórtica foram estudados após o ajuste para idade, ção) para ser capaz de se ligar ao cálcio. Um es-
sexo, índice de massa corporal (IMC), tabagismo, tudo realizado em crianças pré-púberes saudáveis
diabetes, educação, ingestão de vitamina K e ou- demonstrou que uma pequena suplementação com
tros fatores dietéticos. O risco relativo de mortalida- MK-7 aumentou a carboxilação da OC18. Efeito se-
de por doença coronária foi reduzido nos grupos melhante foi demonstrado com natto19.
de dieta com menaquinona em comparação com A importância da vitamina D3 na saúde óssea é
os outros. A ingestão de menaquinona também foi bem estabelecida. Existe relação sinérgica entre a vi-
inversamente relacionada com todas as causas de tamina D3 e a vitamina K2-7. A vitamina D3, obtida
mortalidade e calcificação aórtica grave. A ingestão a partir de exposição solar, via alimentar ou suple-
de filoquinona não alterou os resultados. mentos, é a princípio biologicamente inativa, sendo
Em conclusão, esses resultados sugerem um convertida no metabólito ativo 1,25-hidroxivitamina
efeito protetor da ingestão de menaquinona D3, também chamado calcitrol. As principais fun-
combatendo a doen­ça coronariana, o qual seria ções do calcitriol no metabolismo ósseo são pro-
mediado pela inibição da calcificação arterial. mover a absorção de cálcio no intestino, contribuir
Em relação à saúde óssea, a vitamina K2 na mineralização e na remodelação óssea, além
(MK-7) é a forma mais biodisponível e ativa de de estimular a síntese de OC e ajudar a manter

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níveis sanguíneos adequados de cálcio e fosfato4. Em mulheres na pós-menopausa, depois de três
No caso de diminuição da vitamina K2-7 circulan- anos de suplementação com vitamina K2-7 com-
te, uma maior proporção de OC permanece não parada a placebo, foram demonstradas melhoras
carboxilada e indisponível para se ligar ao cálcio na geometria e na resistência óssea do quadril22.
na matriz óssea. Isso confirma que a vitamina Já um estudo publicado demonstrou aumento
K2-7 funciona sinergicamente com vitamina da densidade mineral óssea após três anos de
D3 e cálcio para melhorar a saúde óssea. suplementação com vitamina K2-7 em mulheres
Os efeitos positivos cardiovasculares com a suple- na pós-menopausa saudáveis23.
mentação com vitamina K2-7 assumem importância Mulheres pós-menopáusicas saudáveis​​
prática no manejo da osteoporose ou na manutenção (n = 244) receberam durante três anos placebo
da saúde esquelética. Uma metanálise bem docu- ou 180 mcg diários de MK-7. Densidade mineral
mentada revelou aumento da incidência de fenôme- óssea da coluna lombar, colo femoral e quadril
nos cardiovasculares com a suplementação diária de total foram medidos por DXA; índices de resis-
mil miligramas de cálcio20. A associação de vitamina tência óssea do colo do fêmur foram calcula-
D3 e, especialmente, de vitamina K2-7 inibe a ocor- dos. Avaliação de fratura vertebral foi realizada
rência desses fenômenos. por VFA (morfometria digital). Osteocalcina não
Foi demonstrada uma alta prevalência de carboxilada (ucOC) e carboxilada (COC) foram
deficiên­­cia de vitamina D3 e vitamina K2-7 em pa- medidas e a relação ucOC/COC serviu como
cientes que sofreram fratura de quadril21. Os níveis marcador de nível de vitamina K. As medições
de vitamina D3 e K foram analisados, bem como ocorreram no início do estudo e após um, dois e
o estado nutricional geral em 99 pacientes com três anos de tratamento.
fratura de quadril comparados ao grupo-controle A ingestão de MK-7 melhorou significativamen-
de não fraturados. A concentração sérica de 25OH te os níveis de vitamina K e diminuiu o declínio
Vit. D3 em mulheres fraturadas foi de apenas cer- relacionado à idade no conteúdo mineral ósseo e
ca de 9 ng/mL, configurando deficiência grave de na densidade mineral óssea da coluna lombar e
vitamina D3. Não houve diferença significativa na do colo do fêmur. A resistência óssea também foi
concentração sérica de PTH em ambos os sexos favoravelmente afetada por MK-7 e houve signifi-
e os níveis séricos de 25OH Vit. D3 nos indivíduos cativo decréscimo na perda de altura vertebral23.
do sexo masculino. As concentrações plasmáticas
de filoquinona (vitamina K1, PK) e menaquinona-7 Vitamina K2-7 na osteoporose
(MK-7) foram significativamente menores no gru- da pós-menopausa
po fraturado do que no grupo-controle em ambos A incidência de osteoporose é alta em mulhe-
os sexos. A análise de regressão logística indicou res na pós-menopausa. Uma série de ensaios
que as concentrações de albumina, vitamina K e tem demonstrado que vitamina K2-7 pode in-
25OH Vit. D3 foram significativas e determinantes, duzir reduções significativas na perda óssea
independentes de risco de fratura, com suas con- em mulheres pós-menopáusicas osteoporóti-
centrações mais elevadas associadas com a dimi- cas. Em um ensaio clínico controlado, 172 mu-
nuição do risco de fratura. Em conclusão, o estudo lheres osteoporóticas ou osteopênicas foram
mostrou que os pacientes com fratura de quadril alea­t oriamente designadas para receber a vita-
têm deficiência de vitamina D3 e K2-7 independen- mina K2-7 (45 mcg/dia) e a vitamina D3 (1 mcg/
temente da desnutrição geral21. dia) juntas ou isoladas, ou placebo durante 24 me-

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Atualização em Cálcio + Vitamina D3 + Vitamina K2-7

ses. A terapia de combinação resultou em um O alendronato atuaria no crescimento da


aumento significativo da densidade mineral óssea cortical óssea por meio da indução de apop-
[DMO], assim como a vitamina K2-7 isolada. En- tose de osteoclastos. A influência da vitamina
tretanto, em avaliações de 18 e 24 meses, a com- K2-7 na formação de osso trabecular e corti-
binação de vitaminas K2-7 e D3 provou ser mais cal mostrou não interferir com a apoptose dos
protetora do que qualquer suplemento isolado24. osteoclastos mediada pelos bifosfonatos. Na
Um estudo longitudinal de 17 mulheres pós-me- verdade, os autores concluem que a combina-
nopáusicas utilizando a vitamina K2-7 (45 mcg/dia) por ção de vitamina K2-7 e os bisfosfonatos pode-
um ano foi capaz de suprimir a diminuição da ria produzir um efeito aditivo na prevenção da
DMO da coluna vertebral, com um ligeiro aumen- osteoporose28.
to em comparação ao grupo-controle de 19 mu-
lheres na pós-menopausa que experimentaram Vitamina K2-7 em perda
uma diminuição da DMO25. óssea induzida por corticoides
Noventa e duas mulheres na pós-menopausa, A utilização de glucocorticoides é a causa mais
com idade entre 55 e 81 anos, foram aleato- comum de osteoporose secundária induzida por
riamente designadas para um dos quatro fármacos. A administração de glicocorticoides
grupos: vitamina K2-7 (45 mcg/dia), vitamina D3 por longos períodos leva a uma diminuição na
(0,75 mcg/dia), uma combinação de vitaminas K2 e DMO. Estudos encontraram que a vitamina K2-7
D3 (mesma dosagem) ou lactato de cálcio (2 g/dia). tem um efeito marcante sobre a perda de DMO
Os grupos de vitamina K2 e D3 tiveram significativo em pacientes tratados com prednisolona.
aumento de DMO comparados ao grupo do cálcio, Sessenta pacientes com glomerulonefrite crô-
enquanto o maior aumento de DMO foi do grupo nica foram randomizados em quatro grupos-
de vitaminas K2 e D3 combinadas, demonstrando -controle: vitamina D3 (0,5 mcg/dia), vitamina
o efeito sinérgico dessas vitaminas26. K2-7 (45 mcg/dia), ou vitaminas K2-7 com D3. Os
pacientes usaram prednisolona em dose diária de
Vitamina K2-7 e bisfosfonatos 0,7 mg/kg até o máximo de 40 mg, durante quatro
Os bisfosfonatos (por exemplo, alendronato e ri- semanas, e depois a dose foi reduzida para 25 mg/
sedronato) são utilizados no tratamento da osteo­ dia, durante mais quatro semanas antes da avaliação.
porose e parecem trabalhar em sinergia com a vi- O grupo-controle teve uma diminuição significativa da
tamina K2-7 no aumento da DMO. Em um recente linha de base da DMO ao longo do estudo de oito se-
estudo randomizado, aberto, com 98 mulheres manas comparado aos grupos de vitaminas D, K e
pós-menopáusicas com osteoporose, foi encon- D + K, que mantiveram os níveis basais29.
trada diminuição significativa das taxas de fraturas Em um estudo-piloto prospectivo de 20 crian-
em pacientes usando vitamina K2-7 (45 mcg/dia) e ças tratadas com prednisolona e vitamina D3
pacientes usando etidronato (200 mg/dia durante (0,03 mcg/kg/dia), estas receberam D3 mais
duas semanas a cada três meses), em compara- prednisolona ou combinação com vitamina K2-7
ção com indivíduos usuários de lactato de cálcio (2 (2 mg/kg/dia) durante 12 semanas. As vitaminas
g/dia). A taxa de fratura foi reduzida ainda mais em K2-7 e D3 combinadas tiveram um efeito aditivo,
indivíduos que usaram a combinação de vitamina com aumento significativo na DMO lombar e nos
K2-7 e etidronato, demonstrando o efeito sinérgico níveis de osteocalcina em comparação com a vi-
desses fármacos27. tamina D3 isolada30.

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Vitamina K2-7 no tratamento cientes osteoporóticos idosos receberam a vita-
da osteoporose da anorexia mina K2-7 (15 mg três vezes ao dia, 30 minutos
A anorexia é um transtorno alimentar associado após as refeições) por 12 semanas e foram moni-
com perda acentuada de peso, osteopenia e os- torados para qualquer alteração no equilíbrio he-
teoporose que afeta cerca de 1% das mulheres mostático. Após 12 semanas de administração,
norte-americanas31. todos os marcadores hemostáticos permanece-
Vinte e um pacientes diagnosticados com anore- ram dentro do limite normal33. Em outro estudo
xia concluíram um estudo de 11 meses, no qual 10 examinando o efeito das vitaminas K2-7 (45 mcg/
pacientes receberam vitamina K2-7 (45 mcg/dia) e dia) e D3 (1 mcg/dia) na DMO em mulheres na
11 serviram como controle. O grupo de tratamen- pós-menopausa, medidas hemostáticas também
to experimentou uma diminuição significativamen- foram examinadas. Aumentos na coagulação e na
te mais lenta na DMO em relação aos controles fibrinólise foram observados, mas mantiveram-se
(-2,8% contra -6,9%, respectivamente). Os níveis dentro da escala normal e em equilíbrio, com ne-
de osteocalcina também aumentaram significativa- nhuma reação adversa observada24.
mente no grupo de tratamento em relação ao con- O uso de vitamina K2-7 não está contraindi-
trole (128,6% contra 28,3%, respectivamente)32. cado em pessoas que estejam em vigência de
A tabela 1 demonstra resumidamente essas terapêutica anticoagulante, mas alguns cuidados
e outras situações que afetam o metabolismo devem ser tomados.
ósseo e a interferência positiva do uso de vita- Alterações na quantidade de vitamina K na
mina K2-7. dieta podem alterar o metabolismo da varfarina
A segurança da vitamina K2-7 com relação à (Coumadin). No entanto, a vitamina K não influen-
hipercoagulabilidade em seres humanos está cia a ação de outros anticoagulantes tais como
bem estabelecida. Em um estudo clínico, 29 pa- heparina ou baixo peso molecular (Clexane).

Tabela 1. Estudos clínicos com vitamina K2-7 para osteoporose


Condição Intervenção Resultados
Osteoporose pós-menopausa (OPM) 45 mcg/dia de K2-7 Inibiu a diminuição25
45 mcg/dia K2-7; 1 mcg/dia de D3 Aumentou a DMO24
45 mcg/dia K2-7; 0,75 mcg/dia de D3 Aumentou a DMO26
OPM com bisfosfonatos 45 mcg/dia de K2-7 Aumento efetividade de bisfosfonatos27
Doença de Parkinson 45 mcg/dia de K2-7 Diminuiu a taxa de fraturas; aumentou a DMO35
Perda óssea por leuprolide 45 mcg/dia de K2-7 Desacelerou a diminuição de DMO36
Perda óssea por prednisolona 15 mcg de K2-7 trIês vezes ao dia Desacelerou a perda óssea37
45 mcg/dia de K2-7; 0,5 mcg/dia de D3 Inibiu a diminuição de DMO29
Perda óssea por predinisolona em crianças 2 mcg/kg/dia de K2-7; Aumentou a DMO lombar30
0,03 mcg/kg/dia de D3
Osteopenia em cirrose biliar 45 mcg/dia de K2-7 Manutenção de DMO38
Osteopenia pós-AVC 45 mcg/dia de K2-7 Aumentou a DMO39
Ausência de carga em criança acamada 2 mcg/kg/dia de K2-7; Aumentou a DMO e a osteocalcina40
0,05 mcg/kg de D3
Osteoporose por anorexia 45 mcg/dia de K2-7 Desacelerou a perda óssea32

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Atualização em Cálcio + Vitamina D3 + Vitamina K2-7

Deve-se manter quantidade consistente de vi- 13. Stenflo J, Fernlund P, Egan W, Roepstorff P. Vitamin K dependent
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drão a cada dia. Se normalmente não come ali- 15. Szulc P, Chapuy MC, Meunier PJ, Delmas PD. Serum
mentos que são ricos em vitamina K, não comer undercarboxylated osteocalcin is a marker of the risk of hip
de repente uma grande quantidade deles41,42. fracture: a three year follow-up study. Bone. 1996;18:487-8.
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