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INDICE
1 - INTRODUÇÃO
2 - PARÂMETROS INTRÍNSECOS
2.1 - pH
2.2 - Humidade e aw
2.4 - Nutrientes
3 - PARÂMETROS EXTRÍNSECOS
3.1 - Temperatura
4 - CONCLUSÕES
1 - INTRODUÇÃO
2 - PARÂMETROS INTRÍNSECOS
2.1 - pH
2.1.1 - Definição
QUADRO I
ordem dos 5,0 ou mais. Este facto torna todos estes alimentos aptos a
sofrerem alterações provocadas por uma gama muito variada de
microrganismos - Bactérias, Bolores e Leveduras - além de que constituem
um substrato onde a proliferação de bactérias patogénicas é possível, sendo,
pois, susceptíveis de causar problemas à saúde do consumidor.
láctica do glicogénio por enzimas endógenas. Mas tendo por exemplo uma
carne de vaca, que à partida tem um pH de cerca de 7,4, este atinge 5,6 no
caso do animal ter tido um repouso correcto, enquanto que se o animal se
encontrava fatigado na altura do abate o pH não desce abaixo de 6,2. Esta
diferença de 0,6 no valor do pH é suficiente para alterar completamente as
características de conservação da carne, devido a permitir a proliferação de
uma flora muito mais variada.
Por outro lado, a capacidade do produto alimentar se autoproteger das
alterações do seu pH varia com a sua composição química. Quanto mais rico
em proteínas for o alimento tanto maior é essa capacidade de
"Tamponamento" e, portanto, maior a sua possibilidade de se defender das
quebras do pH por proliferação microbiana.
QUADRO II
Valores aproximados do pH de alguns alimentos (segundo Jay, 1986)
Produto pH
LEGUMES
Feijões 4,6-6,5
Couves 5,4-6,3
Cenouras 4,9-6,0
Milho 7,3
Alface 6,0
Azeitonas 3,6-3,8
Cebolas 5,3-5,8
Batatas 5,3-5,6
Espinafres 5,5-6,0
Tomates 4,2-4,9
FRUTOS
Maçãs 2,9-3,3
Bananas 4,5-4,7
Figos 4,6
Melões 6,3-6,7
Uvas 3,4-4,5
Limões 2,2-2,4
CARNE
Vaca 5,3-6,2
Porco 5,3-6,4
Vitela 6,0
Frango 5,8-6,4
PESCADO
Peixes 6,5-6,8
Ameijoas
Camarões 6,5
LACTICÍNIOS 6,8-7,0
Manteiga
Soro 6,1-6,4
Leite 4,5
Natas 6,3-6,5
6,5
Pode pensar-se que a acidez dos frutos represente uma defesa natural
contra a sua destruição pelos microrganismos, já que o seu baixo teor em
proteínas lhes impede de se protegerem pelo método do "Tamponamento" e
Cristina Aleixo de Távora 9
Factores que condicionam a actividade microbiana
2.2 - Humidade e aw
2.2.1 - Definição
p
a w = ___
po
A aw varia entre 0 e 1.
Para o caso da água destilada:
aw = 1
aw = 0,99
Quadro III
Microrganismo aw mínimo
Bactérias de 0,91
deterioração 0,88
Leveduras de 0,80
deterioração 0,75
Bolores de deterioração 0,65
Bactérias halófilas 0,60
Bolores xerófilos
Leveduras osmófilas
bastante extensa, tal como já foi referido para o pH, podendo observar-se
crescimento quanto aw = 0,60.
As estirpes que resistem a valores de aw extremamente baixos são
bacteriano: a maior parte das espécies bacterianas tem uma taxa óptima
entre 0,990-0,995. Para valores mais baixos o crescimento é retardado:
Sperber, 1983)
frescos.
Quadro IV
Valores aproximados de alguns produtos alimentares (seg.Chirife, 1982)
Produtos alimentares Aw
Vaca 0,990-0,980
Porco 0,990
Peixe 0,994-0,990
Charcuteria 0,950-0,850
Leite 0,995
Cenouras 0,989-0,983
Cogumelos 0,995-0,989
Batatas 0,985
Tomates 0,991
Maçãs 0,980
Cerejas 0,977
Uvas 0,986-0,963
Limões 0,984
Melão 0,991-0,988
Laranjas 0,988
Pêssegos 0,985
Confeitaria 0,800-0,750
Cereais 0,700
Assim:
desenvolvimento é possível.
O valor mínimo de aw para um microrganismo é, geralmente, o valor
mínimo no qual ocorre crescimento. No aw mínimo, o crescimento será
mínimo, aumentando com a aw. Para valores abaixo do valor mínimo, a
bactéria não morre necessariamente, embora alguma % da população possa
morrer. O microrganismo pode-se manter dormente mas infeccioso.
Mais importante, é que a aw é apenas um factor e os outros (pH,
temperatura, etc.) deverão, também, ser considerados. É a interrelação dos
diferentes factores que determina se um dado microrganismo se
desenvolverá ou não.
A aw de um alimento não é um valor fixo. Pode variar com o tempo e
pode variar consideravelmente entre alimentos semelhantes de diferentes
origens.
2.3.1 - Definição
distinguem-se:
2.4 - Nutrientes
• Água
• Fontes de energia (pelo menos uma)
• Fontes de azoto (pelo menos uma)
• Sais minerais
• e eventualmente O2 e/ou factores de crescimento como as
vitaminas.
2.5.1- Definição
3 - PARÂMETROS EXTRÍNSECOS
3.1 - Temperatura
• Psicrófilos e psicrotróficos
Os psicrófilos são microrganismos verdadeiramente adaptados ao frio.
Encontram-se pouco em meio alimentar, mais vulgarmente nas regiões
polares.
Desenvolvem-se a 0°C e têm o óptimo entre 15° e 20°C.
Os psicrotróficos, mais conhecidos, são capazes de se adaptar e de se
desenvolver a temperaturas próximas de 0°C mas têm o óptimo a 25°-35°C, o
que os aproxima dos mesófilos. São caracterizados por um metabolismo
lento e são pouco competitivos com os outro alimentos quando a
temperatura aumenta.(Fig. 2).
Os psicrotróficos são os microrganismos dominantes nos produtos
refrigerados, carnes, peixes, leite, legumes etc. São exemplo bactérias dos
géneros Pseudomonas, Alcaligenes, Erwinia, Corynebacterium,
Flavobacterium, Lactobacillus ou Streptomyces, bem como bolores e
leveduras.
A sua velocidade de crescimento lento permite-lhes invadir os
produtos alimentares em 1 a 3 semanas, com um tempo de geração de cerca
de 24h a 0°C.
O seu metabolismo mantem-se muito activo a estas temperaturas,
particularmente na produção de enzimas hidrolíticas (lipases e proteases), o
que coloca problemas tecnológicos (leite e derivados) e organolépticos
(rancidez, aromas e sabores desagradáveis).
Raramente são patogénicas.
• Mésofilos
Multiplicam-se a temperaturas entre 20° e 45 °C com o óptimo a 37°C.
A sua taxa de crescimento é elevada e a duração da multiplicação
relativamente curta. O seu comportamento é comparável ao dos
psicrotóficos (Fig.3).
Encontram-se nos alimentos conservados à temperatura ambiente ou
nos alimentos refrigerados quando a cadeia de frio é interrompida.
• Termófilos
São capazes de crescimento a altas temperaturas, de 45° a 80°C, com
um óptimo a 55°C.
Caracterizam-se por uma taxa de crescimento muito elevada mas com
uma duração de crescimento curta , conforme se pode observar na Fig.3.
Os termófilos encontram-se na água, ar, solo. São representados
sobretudo pelos géneros bacterianos Bacillus e Clostridium e pelos bolores
Aspergillus, Thamnidium, etc.
Entre os termófilos distinguem-se os termotróficos, que são mesófilos
susceptíveis de se desenvolver a temperaturas elevadas. É o caso das
bactérias lácticas.
atmosfera com alta Humidade Relativa (HR), verifica-se uma captação dessa
humidade pelo alimento, o que favorece a multiplicação da microflora. Por
outro lado, ao armazenar certos produtos alimentares, com alto a w em
4 - CONCLUSÕES
bacteriocinas.
As sinergias são igualmente frequentes. Encontra-se, por exemplo, nas
bactérias lácticas em relação com as leveduras nos fermentos ou na
estrutura complexa do kefir. É também o caso da metanização - as bactérias
metanogénicas são dependentes das acidogénicas que produzem as
moléculas de ácido fórmico e o hidrogénio de que as primeiras necessitam.
Existem igualmente numerosos exemplos de efeitos combinados de
factores físico-químicos no crescimento microbiano. Podem-se citar os
complexos sorbatos-nitritos para inibir as Salmonella, sorbatos-pirofosfatos-
Na Cl-pH aplicados para impedir Listeria monocytogenes de proliferar, bem