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Precisamos lembrar que nossas constituições são apenas textos. Se serão meras
utopias ou se servirão de indicativos para a conquista de direitos e, consequentemente,
para a construção de uma sociedade mais justa e digna vai depender de nossa participação
enquanto homens e mulheres em busca de uma verdadeira cidadania.
1824
1891
1934
1937
1946
- Instituiu eleições diretas para presidente da República, com mandato de cinco anos.
- Restabeleceu o direito de greve e o direito à estabilidade de emprego após 10 anos
de serviço.
- Retomou a independência dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e a
autonomia dos estados e municípios.
- Retomou o direito de voto obrigatório e universal, sendo excluídos os menores de
18 anos, os analfabetos, os soldados e os religiosos.
- Retomada do pleno estado de direito democrático após o período militar.
- Ampliação e fortalecimento das garantias dos direitos individuais e das liberdades
públicas.
- Retomada do regime representativo, presidencialista e federativo.
- Destaque para a defesa do meio ambiente e do patrimônio cultural da nação.
- Garantia do direito de voto aos analfabetos e aos maiores de 16 anos (opcional) em
eleições livres e diretas, para todos os níveis, com voto universal, secreto e obrigatório.
Reformas Constitucionais
1961
Adoção do parlamentarismo.
Foi aprovada na Câmara dos Deputados, em primeira discussão, por 234 votos contra
59, e, em segunda discussão, por 233 votos contra 55, a ementa constitucional que
instituiu um regime parlamentar no Brasil semelhante ao vigente na República Federal da
Alemanha (Alemanha Ocidental), cujos dispositivos visavam impedir a queda sucessiva
de gabinetes e limitar a casos muito específicos o poder do Presidente da República de
dissolver a Câmara dos Deputados.
1963
Volta ao presidencialismo.
1964-1967
Com o golpe de Estado e até 1967, são decretados quatro atos institucionais que
permitem ao governo legislar sobre qualquer assunto. É instituída, entre outras coisas, a
Lei de Greve e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS); decretam-se o fim da
estabilidade no emprego, as eleições indiretas para presidente da República e
governadores de estados. O Poder Judiciário torna-se mais dependente do Executivo. São
extintos os partidos políticos e é criado o bipartidarismo.
1967
1968
Suspensão da Constituição.
1969
Nova emenda constitucional, que passou a ser chamada de Constituição de 1969. Foi
promulgado pelo general Emílio Garrastazu Médici (escolhido para presidente da
República por oficiais de altas patentes das três Armas e com ratificação pelo Congresso
Nacional, convocado somente para aceitar as decisões do Alto Comando militar).
1979
1988
História
Desde 1964 o Brasil estava sob uma ditadura militar, e desde 1967 (particularmente
subjugado às alterações decorrentes dos Atos Institucionais) sob uma Constituição imposta
pelo governo federal. O regime de exceção, em que as garantias individuais e sociais eram
restritas, ou mesmo ignoradas, e cuja finalidade era garantir os interesses da ditadura,
internalizados em conceitos como segurança nacional, restrição das garantias fundamentais
etc, fez crescer, durante o processo de abertura política, o anseio por dotar o Brasil de uma
nova Constituição, defensora dos valores democráticos. Anseio que se tornou necessidade
após o fim da ditadura militar e a redemocratização do Brasil, a partir de 1985.
Independentemente das controvérsias de cunho político, a Constituição Federal de 1988
assegurou diversas garantias constitucionais, com o objetivo de dar maior efetividade aos
direitos fundamentais, permitindo a participação do Poder Judiciário sempre que houver lesão
ou ameaça de lesão a direitos. Para demonstrar a mudança que estava havendo no sistema
governamental brasileiro, que saíra de um regime autoritário recentemente, a constituição de
1988 qualificou como crimes inafiançáveis a tortura e as ações armadas contra o estado
democrático e a ordem constitucional, criando assim dispositivos constitucionais para
bloquear golpes de qualquer natureza. Com a nova constituição, o direito maior de um
cidadão que vive em uma democracia representativa foi conquistado: foi determinada a
eleição direta para os cargos de Presidente da República, Governador do Estado e do Distrito
Federal, Prefeito, Deputado Federal, Estadual e Distrital, Senador e Vereador. A nova
Constituição também previu maior responsabilidade fiscal. Pela primeira vez, uma
Constituição brasileira define a função social da propriedade privada urbana, prevendo a
existência de instrumentos urbanísticos que, interferindo no direito de propriedade (que a
partir de agora não mais seria considerado inviolável), teriam por objetivo romper com a
lógica da especulação imobiliária. A definição e regulamentação de tais instrumentos, porém,
deu-se apenas com a promulgação do Estatuto da Cidade em 2001.
Estrutura
A Constituição de 1988 está dividida em nove títulos. As temáticas de cada título são:
Características
Emendas Constitucionais
Remédios Constitucionais
Entre outros elementos inovadores, esta Constituição destaca-se das demais na medida
em que pela primeira vez estabelece um capítulo sobre política urbana, expresso no artigo
182 e no artigo 183. Até então, nenhuma outra Constituição definia o município como ente
federativo: a partir desta, o município passava efetivamente a constituir uma das esferas de
poder e a ela era dada uma autonomia e atribuições inéditas até então.
Com isso, a Constituição de 1988 favoreceu os Estados e Municípios, transferindo-
lhes a maior parte dos recursos, porém sem a correspondente transferência de encargos e
responsabilidades. O Governo Federal continuou com os mesmos custos e com fonte de
receita bastante diminuídas. Metade do imposto de renda (IR) e do imposto sobre
produtos industrializados (IPI) — os principais da União — foi automaticamente
distribuída aos estados e municípios. Além disso, cinco outros tributos foram transferidos
para a base de cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Ao mesmo tempo, os constituintes ampliaram as funções do Governo Federal.
Assim, a Carta de 88 promoveu desequilíbrios graves no campo fiscal, que têm
repercutido nos recursos para programas sociais ao induzir a União a buscar receitas não
partilháveis com os Estados e Municípios, contribuindo para o agravamento da
ineficiência e da não equidade do sistema tributário e do predomínio de impostos indiretos
e contribuições. Consequentemente houve uma crescente carga sobre tributos tais como
o imposto sobre operações financeiras (IOF), contribuição de fim social (FINSOCIAL),
contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL), entre outros.