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Aula 02

Psicologia p/ TJ-BA 2014 (Analista - Psicologia)


Professor: Alyson Barros

03320238507 - DEBORA SUELI DE SOUZA GUEDES


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Considerações Iniciais 2
Técnicas de intervenção psicológica 2
Fases de mudança em psicoterapia 2
Transferência e Contratransferência 5
Escolas Psicoterapêuticas 8
A Psicanálise 10
Psicoterapias Breves 13
Psicoterapia Breve Psicodinâmica: Terapia Focal 14
O Papel do Terapeuta na Psicoterapia Breve 16
Terapia Comportamental 16
A Terapia Cognitiva 19
Terapia Cognitivo Comportamental 23
Abordagem humanista-existencial (Rogers e Perls) 30
Terapia Interpessoal 31
Psicodrama 32
Questões 34
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Questões Comentadas e Gabaritadas 43

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Considerações Iniciais

Não esqueçam do nosso webinar hoje!

Técnicas de intervenção psicológica

Esse é, sem dúvida o nosso tópico coringa (ou tópico Ibope): ninguém sabe
exatamente como esse tópico foi parar em nosso edital. Leia de novo: técnicas de
intervenção psicológica. Que técnicas são essas? Hummm. Organizacionais? Não é
coerente com o nosso edital. Clínicas? Espero que sim! Da psicologia jurídica?
Provavelmente. Mas, advirto que essas técnicas, se é que podemos chamar assim,
serão vistas na última aula somente.
Darei aqui uma ênfase no tópico de teorias e técnicas psicoterápicas. Qual o
motivo de ampliar isso? Psicanálise nunca sai do foco da FGV. Nunca mesmo! Por
isso, tratarei de conceitos mais amplos que você tem de dominar e tratarei das
abordagens mais frequentes.
Vamos começar!

Fases de mudança em psicoterapia 03320238507

Uma classificação importante de mudança do paciente é a que separa as fases


e a ordem da mudança em psicoterapia. Essa classificação é de Prochaska,
DiClemente e Norcross e eles propuseram um modelo em seis fases:
1. Fase "pré-contemplativa": é a fase da despreocupação. O paciente não
tem consciência de seu problema e não tem a intenção de modificar o seu
comportamento - apesar de as pessoas a sua volta estarem cientes do problema.
Nesta fase os pacientes só procuram terapia se obrigados;
2. Fase "contemplativa": é a fase da tomada de consciência. O paciente se
dá conta dos problemas existentes, mas não sabe ainda como reagir. Ele ainda não
está preparado para uma terapia: está ainda pesando os prós e os contras;
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3. Fase de preparação: é a fase da tomada de decisão. O paciente se decide


pela terapia - nesta fase o meio social pode desempenhar um papel muito importante;
4. Fase da ação: o paciente investe - tempo, dinheiro, esforço - na
mudança. É a fase do trabalho terapêutico propriamente dito;
5. Fase da manutenção: é a fase imediatamente após o fim da terapia. O
paciente investe na manutenção dos resultados obtidos por meio da terapia e
introduz as mudanças no seu dia-a-dia;
6. Fase da estabilidade: é a fase da cura. Nesta fase o paciente solucionou
o seu problema e o risco de uma recaída não é maior do que o risco de outras pessoa
para esse transtorno específico.
De acordo com o desenvolvimento do paciente através das diferentes fases se
classificam quatro tipos de progressão: (1) o transcurso estável, em que o paciente se
estagna em uma fase; (2) o transcurso progressivo, em que o paciente se movimenta
de uma fase para a próxima; (3) o transcurso regressivo, em que o paciente se
movimenta para uma fase em que já esteve, e (4) o transcurso circular (recycling), em
que o paciente muda a direção do movimento pelo menos duas vezes.
E, por fim, K. Grawe descreve cinco mecanismos básicos de
mudança comuns a todas as escolas psicoterapêuticas:
1. Relacionamento terapêutico: a qualidade do resultado de uma terapia
é em grande parte influenciada pela qualidade do relacionamento entre o terapeuta e
o paciente.
2. Ativação de recursos: a psicoterapia auxilia o paciente a mobilizar a
força interna que ele possui para realizar a mudança necessária e estabilizá-la.
3. Atualização do problema: a psicoterapia expõe o paciente ao seu
padrão normal de comportamento, como modo de tornar esses padrões conscientes e
assim modificáveis. Exemplos são o trabalho com meios teatrais, como
no psicodrama; os treinamentos de competências sociais, que podem ser contados
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como parte integrante da terapia comportamental; a técnica de focusing de Gendlin,


e o trabalho com transferência e contra-transferência, típico da psicanálise e de
outras escolas psicodinâmicas;
4. Esclarecimento motivacional ou Clarificação e transformação de
interpretações: a psicoterapia auxilia a clarificação de ambiguidades e
obscuridades na experiência pessoal do paciente, ajudando-o a encontrar um sentido
para aquilo que ele experiência. Exemplos são os métodos de clarificação típicos
da terapia centrada no cliente e os métodos de reestruturação cognitiva da terapia
cognitiva;

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5. Competência na superação dos problemas: a psicoterapia capacita o


paciente a adquirir a capacidade de adaptação à realidade psíquica e social, típico dos
transtornos psíquicos. Exemplo típico de métodos que usam esse mecanismo de
maneira explícita são os métodos de exposição, comuns à terapia comportamental;
Prochaska e seus colegas, em 1992, ofereceram outra abordagem do processo
através da identificação e descrição de dez processos de mudança. Tais processos
são definidos como atividades e experiências pessoais que o paciente, de maneira
direta ou indireta, realiza na tentativa de modificar seu comportamento
problemático. Esses processos são:
(1) Autoexploração ou autoreflexão (conscious raising), ou seja, o
paciente procura se conhecer melhor, o que leva a uma
(2) auto-reavaliação,
(3) autolibertação da convicção de que uma mudança não é possível, [o
sujeito se liberta da convicção de que não é possível mudar].
(4) contra-condicionamento, ou seja, a substituição do comportamento
problemático por outro, mais adequado,
(5) controle dos estímulos, ou seja, o evitar ou combater estímulos que
levam ao comportamento problemático,
(6) Administração de reforços, ou seja, o paciente se dá uma recompensa
cada vez em que se comporta da maneira desejada,
(7) relacionamentos auxiliadores, ou seja, o paciente se abre à
possibilidade de falar sobre seus problemas com uma pessoa de confiança (de
maneira especial o terapeuta),
(8) alívio emocional através da expressão de sentimentos em relação ao
problema e as suas soluções,
(9) reavaliação ambiental, ou seja, o paciente percebe como o seu
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problema provoca estresse não apenas para si mas também para as pessoas à sua
volta, e
(10) libertação social, ou seja, o paciente realiza gestos construtivos para
seu ambiente social (família, amigos, sociedade em geral).
Em seu modelo transteórico da psicoterapia Prochaska et al. unem os
processos acima descritos a seu modelo das fases de mudança: os diferentes
processos estão intimamente relacionados às diferentes fases e determinados
processos são completamente inócuos se realizados em uma fase inadequada.

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Transferência e Contratransferência

Deixarei quem é mais capaz explicar esses conceitos por mim, destacarei
apenas alguns pontos.
A transferência surge do contato emocional dos pacientes com a situação
analítica e por se tratar de uma relação dinâmica, é algo vivo. Por outro lado, sabemos
que a transferência leva o analista a apresentar uma resposta emocional frente ao seu
paciente. É preciso destacar que esse encontro envolve duas pessoas, duas vivências.
Desse relacionamento surgirão afetos, sentimentos, vivências inconscientes que vão
engendrar mutualidade, tratamento relacional que está inserido no âmbito da
intersubjetividade. Assim sendo – paciente e analista –, estão irremediavelmente
vivos. Dessa forma, consideramos o efeito da presença na vida psíquica de cada
participante do encontro. Estamos, portanto, não só no domínio do intrapsíquico.
(PALHARES, 2008)
A oposição transferência x contratransferência constitui, por conseguinte, o eixo
essencial do processo analítico. Assim sendo, a teoria da transferência se articula
necessariamente com a da contratransferência.
[...]
O termo "transferência" foi utilizado pela primeira vez por Freud em 1895, como
uma forma de resistência, ou seja, um obstáculo ao processo analítico, como meio de
evitação aos conteúdos da sexualidade infantil que ainda permanece ligada às "zonas
erógenas", as quais, na evolução normal, já deveriam estar desligadas. (ISOLAN,
2005)
[...]
De acordo Isolan (2005), Freud conceitualiza a transferência ao afirmar que:
Transferências são reedições, reduções das reações e fantasias que,
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durante o avanço da análise, costumam despertar-se e tornar-se


conscientes, mas com a característica de substituir uma pessoa
anterior pela pessoa do médico. Dito de outra maneira: toda uma série
de experiências psíquicas prévias é revivida, não como algo do
passado, mas como um vínculo atual com a pessoa do médico.
Algumas são simples reimpressões, reedições inalteradas. Outras se
fazem com mais arte: passam por uma moderação do seu conteúdo,
uma sublimação. São, por tanto, edições revistas, e não mais
reimpressões. (FREUD, 1969. v. 7, p. 109-19)
Bion (2000) diz que a importância da transferência está em seu uso na prática da
psicanálise e que ela deve ser observada tanto por analisandos como por analistas,
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essa é a sua força e sua fraqueza. A sua força é devido a estar disponível às duas
pessoas e, portanto, passível de ser discutido por elas; sua fraqueza, porque o fato é
inefável e não pode ser discutido por mais ninguém”.
[...]
A ocorrência da transferência parece ter um caráter ambivalente, e essa relação
se destaca tanto no relacionamento analista-paciente quanto o inverso, ou seja,
dificultando a fluidez da análise. No entanto a transferência é condição para que o
tratamento ocorra e, ao mesmo tempo, a maior resistência possível ao tratamento.
(ROBERT, s.d)
“Em 1912 Freud descreveu três diferentes tipos de transferência: a negativa, a
erótica e a positiva. Sendo que a negativa e a erótica eram consideradas como as
que dificultavam o trabalho terapêutico, e a positiva como a que auxiliava o
trabalho terapêutico.” (LÖSCH, s.d.)
1.3.1 Transferência Negativa
Segundo Löst, s.d., a transferência negativa era considerada como transferência
de sentimentos hostis em relação ao analista, podendo também representar uma
forma de defesa contra o aparecimento da transferência positiva, podendo coexistir,
mesmo que infimamente com a transferência positiva.
1.3.2 Transferência Erótica
A transferência erótica era considerada aquela onde o analisando transfere para a
pessoa do analista sentimento de amor, ou seja, quando o paciente diz estar
apaixonado pela pessoa do analista. Quando isso acontece, o paciente perde o
interesse no tratamento e fica “inteiramente sem compreensão interna e absorvido
em seu amor”. O foco das sessões será o amor que o paciente exige que seja retribuído
e esse é exatamente o objetivo do paciente. O paciente esta resistindo à análise. Ele
coloca suas defesas em prática para não se lembrar ou admitir certas situações
passadas. (LÖSCH, s.d.) 03320238507

1.3.3 Transferência Positiva


Freud a conceitualizou da seguinte forma: “Transferência positiva é ainda
divisível em transferência de sentimentos amistosos ou afetuosos, que são
admissíveis à consciência, e transferência de prolongamentos desses sentimentos no
inconsciente.” (FREUD, vol. 12, 1912, p.140)
“A transferência positiva é compreendida em termos dos sentimentos
de simpatia e afetivos conscientes, dirigidos à figura do analista e
também inconscientes, sendo esses últimos de natureza invariavelmente
erótica. ”(ROBERT, s.d)

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Resistência e transferência são mecanismos de defesa


imprescindíveis para a realização do tratamento. Sem elas, não há
psicanálise. Uma aparece na tentativa de encobrir e se defender de
lembranças dolorosas, a outra como a repetição de uma relação objetal
passada, e as duas trazem consigo pilares fundamentais com material
riquíssimo. Uma vez que, para que a transferência adquira contornos de
resistência é necessário o suporte da transferência afetuosa. (ROBERT,
s.d)
Freud pontua: “Cada associação isolada, cada ato da pessoa em tratamento tem
de levar em conta a resistência e representa uma conciliação entre as forças que
estão lutando no sentido do restabelecimento e as que se lhe opõe, já descritas por
mim.” (FREUD, 1912, p. 115).
Ainda em ROBERT, s.d, as transferências positivas e negativas precisam
coexistir. Esta é a condição para o tratamento psicanalítico. Freud aponta que nas
psiconeuroses, sentimentos afetuosos e hostis, conscientes e inconscientes ocorrem
lado a lado e são dirigidos simultaneamente para a mesma pessoa. Assim, repetir,
resistir e elaborar são trabalhos que ocorrem neste espaço que engloba a dimensão da
ambivalência.
[...]
Castro (2005) diz que em 1910, surgiu o conceito de contratransferência,
como sendo uma reação do analista provocada pela transferência do paciente, e,
como tal, algo a ser superado ou ultrapassado para que o analista volte a trabalhar em
condições adequadas. No trabalho de 1912, Freud conclui que o médico tenta
compelir o paciente a ajustar seus impulsos emocionais ao nexo do tratamento e da
história de sua vida, submetendo-os à consideração intelectual e a compreendê-los à
luz de seus valores psíquicos. E que “esta luta, entre o médico e o paciente, entre o
intelecto e a vida instintual, entre a compreensão e a procura da ação, é travada,
quase exclusivamente nos fenômenos das transferências”.
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[...]
O desenvolvimento do conceito de contratransferência começou a surgir quando
foi considerado em seus aspectos positivos, principalmente como meio importantes
de compreensão do inconsciente do analisando. A reação ou atitude
contratransferencial deixou de ser considerada como um simples obstáculo, e a sua
natureza terapêutica passou a ser reconhecida e valorizada. (ANDRADE, 1983)
[...]
Posteriormente, Freud já percebia o valor da contratransferência e recomendava:
"o analista deve voltar seu próprio inconsciente como um órgão receptor para o
inconsciente transmissor do paciente, de modo que o inconsciente do médico possa,
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a partir dos derivados do inconsciente que se comunicam reconstruir o inconsciente


do paciente". (FREUD, 1969. v. 12, p. 149-59)
Isolan (2005) afirma que com os estudos de Racker e Heimann, a
contratransferência passou a se tornar um fator a mais de compreensão ao trabalho
do terapeuta. Para Racker, a contratransferência consiste em:
Um conjunto de imagens, sentimentos e impulsos do terapeuta durante
a sessão e poderia ocorrer de três formas: a) como um obstáculo; b)
como instrumento terapêutico; e c) como um "campo" em que o
paciente pode realmente adquirir uma experiência viva e diferente da
que teve originalmente. Ele também descreveu dois tipos de reações
contratransferenciais: a contratransferência complementar, que seria
quando o ego do terapeuta fica identificado com os objetos internos do
paciente; e a contratransferência concordante, que é quando a
identificação se faz entre aspectos da personalidade (ego, id e
superego) do terapeuta com os respectivos aspectos da personalidade
do paciente. (RACKER, 1982)
Heimann (1995) descreve a contratransferência como o conjunto de sentimentos
do terapeuta em relação ao paciente. Destaca que a reação emocional do terapeuta às
projeções do paciente é um instrumento a ser compreendido pelo terapeuta e que,
para ser utilizado, o terapeuta deve ser capaz de controlar os sentimentos que nele
foram despertados, ao invés de, como faz o paciente, descarregá-los. (ISOLAN,
2005).
Fonte: Lopes, Rosimeri Bruno. Transferência e Contratransferência. 2011.
Disponível em: http://psicologado.com/abordagens/psicanalise/transferencia-e-
contratransferencia

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Escolas Psicoterapêuticas

Existe uma classificação interessante das famílias psicoterapêuticas. Essa


teoria classificatória só está acessível em alemão (felizmente existe o Wikipédia). Essa
classificação é a de Perrez e Baumann (2004) e pressupõe 4 grandes grupos de
filosofias psicoterapêuticas. No nosso caso é interessante entender essa divisão para
compreender onde cada autor se localiza. Assim, temos:
a) Psicoterapias psicodinâmicas: explicam os problemas psíquicos com base
em conflitos inconscientes originados na infância e seu objetivo é superação de
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tais conflitos. Para isso elas procuram compreender o presente a partir do


passado e trabalham com métodos interpretativos. Objetos de interpretação
podem ser as livres-associações, os fenômenos transferenciais, os atos falhos,
os sonhos etc. São exemplos dessas psicoterapias: Sigmund Freud, Anna
Freud, Melanie Klein, Lacan, Bion, Winnicott, Carl G. Jung, Alfred Adler, Erik
Erikson
b) Psicoterapias cognitivo-comportamentais: explicam os transtornos
mentais baseadas na história de aprendizado do indivíduo e nas interações
dele com seu meio, e têm por objetivo o restabelecimento das competências do
paciente de controlar seu comportamento e de influenciar suas emoções e
percepções. Apesar de também ter um olho voltado para o passado, este grupo
de terapias se concentra sobretudo no presente e trabalha com métodos como
treinamentos, condicionamento operante, habituação, reestruturação
cognitiva, o diálogo socrático, métodos psicofisiológicos, entre outros.
c) Psicoterapias existencial-humanistas: Esse tipo de terapia parte do
princípio que todo ser humano possui em si uma força interna que, se não for
impedida por influência externa, o conduz à sua plena realização. Elas
explicam assim os transtornos psíquicos como fruto da incongruência entre a
autoimagem e a experiência pessoal e buscam fomentar as forças de
autorrealização do indivíduo. Esse grupo de terapias se concentra na
experiência atual da pessoa e procuram métodos de trabalho que possibilitem
ao cliente (como é chamado por elas a pessoa que busca a terapia)
desenvolver-se de maneira congruente a suas necessidades. São exemplos
desse grupo: Carl Rogers, Fritz Perls, Viktor Frankl, Maslow e Rollo May.
d) Psicoterapias orientadas na comunicação: consideram os transtornos
do comportamento como expressão de estruturas de comunicação
disfuncionais e buscam uma reorganização de tais estruturas ou a formação de
novas, mais construtivas. Também tais terapias preocupam-se, sobretudo, com
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a situação presente e trabalham com métodos que possam gerar novas formas
de compreensão da realidade e de si mesmo.

Por outro lado, encontramos uma classificação mais simplificada no livro de


Hall, Lindzey e Campbell. Essa classificação reflete grupos de teorias da
personalidade e guardam uma relação com a classificação anterior. Para eles, as
teorias de personalidade estão agrupadas em quatro famílias, sendo que as teorias de
cada família compartilham certas características:
As teorias psicodinâmicas enfatizam os motivos inconscientes e o
conflito intrapsíquico resultante;

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As teorias estruturais focalizam as diferentes tendências


comportamentais que caracterizam os indivíduos;
As teorias experimentais observam a maneira pela qual a pessoa
percebe a realidade e experiência seu mundo;
As teorias da aprendizagem enfatizam a base aprendida das tendências
de respostas, com uma ênfase no processo de aprendizagem em vez de
nas tendências resultantes.
Vou tratar aqui apenas da psicanálise. Motivo? É FGV galera. Essa parte da
aula de hoje vai embasar Dolto e outros que veremos na última aula.

A Psicanálise

Das abordagens conhecidas essa é a mais famosa. A Psicanálise é um campo


clínico e de investigação teórica da psique humana independente da psicologia,
embora também inserido nesta. De acordo com Freud, psicanálise é o nome de (1) um
procedimento para a investigação de processos mentais que são quase inacessíveis
por qualquer outro modo, (2) um método (baseado nessa investigação) para o
tratamento de distúrbios neuróticos, e (3) uma coleção de informações psicológicas
obtidas ao longo dessas linhas, e que gradualmente se acumulou numa "nova"
disciplina científica. A essa definição elaborada pelo próprio Freud pode ser
acrescentada um tratamento possível da psicose e perversão, considerando o
desenvolvimento dessa técnica. Ainda segundo o seu criador a psicanálise cresceu
num campo muitíssimo restrito. No início, tinha apenas um único objetivo — o de
compreender algo da natureza daquilo que era conhecido como doenças nervosas
‘funcionais’, com vistas a superar a impotência que até então caracterizara seu
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tratamento médico. Os neurologistas daquele período haviam sido instruídos a terem


um elevado respeito por fatos químico-físicos e patológico-anatômicos e não sabiam o
que fazer do fator psíquico e não podiam entendê-lo. Deixavam-no aos filósofos, aos
místicos e — aos charlatães; e consideravam não científico ter qualquer coisa a ver
com ele.
Entre as psicoterapias fundamentadas na psicanálise podemos citar: a
psicanálise, a psicoterapia de base analítica, a psicoterapia de apoio, a psicoterapia
breve, a psicoterapia breve dinâmica, a terapia de grupo e a terapia familiar. Elas são
consideradas psicodinâmicas pela sua ênfase nos processos psíquicos ditos
inconscientes na determinação da natureza humana.

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Essas psicoterapias tem em comum um conjunto de atributos relativos a


formação da personalidade, do caráter (normal e patológico), da sexualidade infantil,
topologia da mente (ID, ego e superego), mecanismos de defesa e do inconsciente.
Também apresentam os mesmos métodos de investigação dos conteúdos mentais:
livre associação, análise dos sonhos e análise da transferência.
Na psicanálise tradicional adota-se uma postura neutra, sentando-se de
costas para o paciente, sem contato visual direto. O paciente é orientado para
expressar seus pensamentos sem censura e sem julgar sua relevância ou significado.
O psicanalista interrompe a livre associação do paciente fazendo pequenas
observações sobre as conexões dos fatos relatados (interpretação). O passado, através
da associação livre e da interpretação, se torna presente pela neurose de transferência
(projeção de emoções ou fantasias relacionadas com a pessoa do terapeuta). Por meio
da resolução dessa neurose de transferência e das interpretações, o paciente é capaz
de adquirir insights sobre seus problemas e pode reviver emoções perturbadoras
relacionadas ao seu passado. A psicanálise tradicional realiza, em média, de três a
quatro sessões semanais que podem durar 50 minutos cada. O tratamento pode durar
vários anos.
Segundo Cordioli e cols (2008), as terapias psicodinâmicas destinam-se ao
tratamento de problemas de natureza crônica cuja origem situa-se em dificuldades
ocorridas na infância, em especial nas relações com os pais. Elas são indicadas para
pessoas com traços de personalidade ou problemas caracteriológicos desadaptativos;
transtornos leves ou moderados de personalidade; atrasos ou lacunas em tarefas
evolutivas; e conflitos internos, predominantemente de natureza edípica, que
interferem nas relações interpessoais atuais,
E, por fim (Cordioli e cols, 2008), são três as intervenções típicas das
psicoterapias psicodinâmicas:
a) Observação: o terapeuta chama a atenção para um comportamento ou
uma fala, mas sem oferecer uma interpretação;
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b) Confrontação: o terapeuta faz com que o paciente se confronte com


alguma ideia ou situação que está sendo evitada (por gerarem emoções
desagradáveis);
c) Interpretação: o terapeuta explica, de acordo com os seus
conhecimentos, a razão dos comportamentos, sentimentos, emoções e motivações
que até então eram desconhecidos pelo paciente.
Mas, o que é “normal” para a psicanálise? "Normal" seria aquela
personalidade com capacidade de viver eficientemente, manter um relacionamento
duradouro e emocionalmente satisfatório com outras pessoas, trabalhar
produtivamente, repousar e divertir-se, ser capaz de julgar realisticamente suas

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falhas e qualidades, aceitando-as. A falha de uma ou outra dessas características pode


indicar a presença de uma deficiência psicológica ou “distúrbio” mental.
I. Existe uma psicopatologia psicanalítica freudiana? Existe uma
psicopatologia freudiana. Contudo, eles afirmam que isto não está evidente na obra
de Freud e, assim, sugerem a busca da psicopatologia freudiana na metapsicologia.
Para Fédida e Lacoste ainda não se avaliou suficientemente a incidência da
metapsicologia sob a psicopatologia.
II. Existe um diagnóstico psicanalítico?
Mas, mesmo referindo-se sistematicamente às categorias psicopatológicas da
psiquiatria da época, Freud produziu uma nomenclatura própria da psicanálise, com
isso, fazendo uma ruptura com a nomenclatura psiquiátrica. Ou seja, ao mesmo
tempo, Freud conseguiu manter e subverter a nomenclatura dada. Exemplo disto foi
a invenção de categorias diagnósticas inexistentes na clínica psiquiátrica de seu
tempo, tal como a introdução dos termos neurose de angústia e neurose atual.
Também foi subversiva a proposta de ordenar entre si os quadros clínicos das
neuroses com o conceito de psico-neurose. Ainda se poderia apontar a neurose de
transferência e a neurose narcísica como sendo inovações introduzidas por Freud.
A nosologia e nosografia freudianas influenciaram a psiquiatria em suas
classificações até o CID-9. Já o CID-10 marcou justamente um abandono do modelo
freudiano ao separar a unidade freudiana das neuroses em entidades separadas, tais
como: o transtorno de ansiedade, os quadros dissociativos, o TOC, etc.
III. Diagnóstico, envoltório formal do sintoma e posição do sujeito
Lacan criou a expressão “envoltório formal do sintoma” que serve para
indicar que, no sintoma, nem tudo é significante. Lacan, referindo-se à clínica
psicanalítica, diz: "Existem tipos de sintomas, existe uma clínica. Só que ela é anterior
ao discurso analítico (...)".
Na experiência analítica, não se deve relevar apenas o tipo de sintoma que o
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analisante apresenta, mas, sobretudo, a posição que o analisante assume frente ao


seu sintoma. O que é feito a partir do dizer e não dos ditos.
Portanto, na psicanálise - diferentemente do diagnóstico feito na psiquiatria -
trata-se de distinguir entre o dito e uma posição frente ao dito. Sendo que o sujeito é
justamente esta posição frente ao dito. Levar em consideração a posição do sujeito
frente ao sintoma (e não somente o tipo de sintoma), talvez seja o ponto que permita
que a clínica psiquiátrica seja esclarecida pelo discurso psicanalítico.
Indo nessa direção: a especificidade de uma clínica psicanalítica
(independente da psiquiatria) se deveria ao fato dela não situar o diagnóstico no
sintoma, mas sim onde, nesse sintoma, se implica uma fantasia que o determina.
Desta maneira, a psicanálise de orientação lacaniana estaria deslocando uma clínica
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centrada unicamente nas formas do sintoma para uma outra clínica que, no caso,
privilegia as modalidades da posição do sujeito na fantasia.

Psicoterapias Breves

As psicoterapias breves são terapias focais e limitadas no tempo. Isso ocorre


em função de possuir metas mais modestas que as tradicionais do modelo
psicanalítico. Busca-se, assim, solucionar e direcionar problemas no curto ou médio
prazo. Para Lemgruber (2008)1, o termo psicoterapia breve originou-se na tentativa
de Ferenczi e Rank (1924) de encurtar o tempo de duração dos tratamentos
psicanalíticos. Na época, era imprescindível a referencia à psicanálise, por não haver
outra modalidade de tratamento psicoterapêutico.
Mas Alyson, minha vizinha já passou mais de um ano sendo atendida por um
modelo de psicoterapia breve, como é breve então? É breve em função da comparação
com o modelo tradicional psicanalítico que, certamente, duraria mais de um ano.
Enquanto aqui tratamos de problemas mais manifestos que nas terapias tradicionais,
no modelo psicanalítico tradicional, o tempo para produzir resultados é virtualmente
ilimitado. Mesmo assim, apesar de termos modelos psicoterapêuticos mais breves
que a psicoterapia breve, a psicoterapia breve continua sendo chamada assim mais
em função de seu berço e proposta de abordagem que pela brevidade mesmo.
Outra característica comum é o seu foco. Esse refere-se ao conflito ou
situação atual do paciente, subjacente ao qual existe o conflito nuclear exacerbado.
Esse foco deve ser resolvido por ação direta e específica, negligenciando os outros
aspectos da personalidade (omissões deliberadas). Esses objetivos podem 03320238507

colocar-se em termos da superação dos sintomas e problemas atuais da realidade do


paciente (Fiorini, 2004)2.
Para Fiorini (2004), uma das características básicas das terapêuticas breves é
operar com uma estratégia multidimensional, já que o indivíduo doente surge como
um objeto complexo, multideterminado por fatores suscetíveis de integrar estruturas
diversas, tornando-se necessária a flexibilidade na escolha da técnica. Esse princípio
da flexibilidade se aplica não só à individualização desta, mas também à remodelação
periódica da estratégia e das táticas em função da evolução do tratamento.
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Com relação ao modelo (abordagem teórica) utilizado é importante fazer uma


definição, apesar da origem desse modus operandi de psicoterapia ter se baseado na
psicodinâmica, atualmente outras vertentes se integraram à esta prática. A
psicoterapia breve admite várias abordagens como a psicanalítica, a comportamental,
a cognitiva, a psicodramática, por exemplo. Dependendo da abordagem, o
psicoterapeuta será mais diretivo e intervencionista. Na terapia comportamental, por
exemplo, o terapeuta intervém e direciona mais do que na psicanalítica, por exemplo.
Para Lemgruber (2008), as psicoterapias breves podem ser divididas em duas
abordagens:
1. As de abordagem psicodinâmica, com origem nos primeiros
atendimentos psicanalíticos do início do século XX –
psicoterapias breves psicodinâmicas;
2. As de abordagem cognitivo e comportamental, originadas
das teorias de aprendizagem de Skinner e Thorndike –
psicoterapias breves cognitivo/comportamentais.
Apesar de alguns autores diferenciarem a psicoterapia breve da psicoterapia
focal, parte significativa dos autores consultados utiliza os verbetes como sinônimos
e, quando não fazem isso, descrevem os mesmos princípios. Psicoterapia Focal seria,
então, uma técnica de psicoterapia breve com uma visão integrada do tratamento
psicológico e psiquiátrico.

Psicoterapia Breve Psicodinâmica: Terapia Focal

Para Fiorini (2004), o objetivo principal da terapêutica da Psicoterapia Breve


é proporcionar a compreensão psicodinâmica dos determinantes atuais da situação
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de doença, crise ou descompensação, além de uma compreensão psicodinâmica da


vida cotidiana do paciente e compreensão da estrutura da personalidade como uma
subestrutura, visto que não encerra em si a totalidade das determinações da estrutura
“doença”.
As abordagens de Psicoterapia Breve Psicodinâmica de uma forma
geral apresentam as seguintes características técnicas:
1. Terapeutas mais ativos, que estimulam o desenvolvimento da
aliança terapêutica e transferência positiva.
2. Focalização em conflitos específicos ou temas definidos
previamente no início da terapia.

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3. Manutenção de foco de trabalho e objetivos definidos.


4. Atenção dirigida para as experiências atuais do paciente,
inclusive os sintomas.
5. Ênfase na situação transferencial da dimensão do “aqui e agora”,
que não necessariamente é correlacionada ao passado.
Entretanto, como há uma razoável variabilidade dentro das diversas
abordagens em Psicoterapia Breve Psicodinâmica em relação ao uso de técnicas, é
preferível usar-se uma denominação especificando o tipo de abordagem que está se
utilizando. Para Cordioli (2008, página 167), a psicoterapia breve psicodinâmica tem
sua origem na psicanálise freudiana. A terapia focal e uma modalidade de
psicoterapia breve psicodinâmica que se desenvolveu, principalmente, a partir das
contribuições de Ferenczi (técnica ativa), Alexander (Experiência Emocional
Corretiva), Malan (Foco e Triângulos de Interpretação), Sifneos (Psicoterapia como
experiência de aprendizado para o paciente) e McCullought (Integração de diferentes
táticas terapêuticas). A terapia focal baseia-se nos conceitos de experiência emocional
corretiva e efeito carambola, possuindo características técnicas específicas que a
distinguem das outras psicoterapias psicodinâmicas.
Assim, na Terapia Focal, essa designação identifica uma abordagem
baseada no “tripé” que indica as ênfases em determinadas táticas terapêuticas
especificas.
• Foco: Durante a terapia, o paciente é levado a identificar seus
problemas e dificuldades e a relacioná-los com situações de sua vida
diária e relacionamentos interpessoais, através das posturas de “atenção
seletiva” e “negligência seletiva” de forma a dirigir a atenção do paciente
para o foco, que será o centro das “interpretações seletivas”.
• Atividade/planejamento: Ênfase na realidade objetiva para procurar
soluções mais adaptativas dos problemas, dentro do tempo mais breve
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possível, visando mudanças legítimas nas vidas das pessoas e não


somente para eliminação de sintomas, apoio ou autoconhecimento.
Parte-se da queixa, conflito ou dificuldade específica.
• Experiência Emocional Corretiva/Efeito Carambola: A Experiência
Emocional Corretiva pode ocorrer sem haver por parte do paciente
conhecimento intelectual e completo das causas determinantes de sua
problemática atual. É a experimentação de situações traumáticas do
passado penosamente reprimidas, revivendo-as na relação com o
terapeuta. A ideia é que uma nova experiência emocional ocorre na
relação entre terapeuta e paciente. O terapeuta adota uma postura
deliberadamente diferente da atitude da pessoa significativa do passado
do paciente, a fim de o paciente atingir uma reformulação interna de
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seus conflitos através da reestruturação de sua vivência de ansiedade


frente a situações emocionais antes insuportáveis. O Efeito
Carambola é a resultante das experiências de reaprendizagem
emocional, que ocorre quando as melhoras em uma área da vida do
paciente são sentidas em cadeia e em áreas adjacentes.

O Papel do Terapeuta na Psicoterapia Breve

Para Fiorini (2004) o terapeuta deve desempenhar na terapia breve um papel


essencialmente ativo, dispondo para isso, de uma ampla gama de intervenções. Sua
participação orienta a entrevista de modo mais direto, não permitindo que o curso da
terapia seja entregue à espontaneidade do paciente. Para isso, o terapeuta elabora um
plano de abordagem individualizado a partir da avaliação da situação total do
paciente e compreendendo a estrutura dinâmica essencial de sua problemática.
Fiorini chama esse plano de “projeto terapêutico”, que estabelece metas a serem
atingidas em prazos aproximadamente previsíveis. Essa orientação estratégica das
sessões significa focalização do esforço terapêutico, através do qual o terapeuta atua
mantendo um foco, que seria a interpretação central sobre a qual se baseia todo o
tratamento.
Outro aspecto importante da técnica de Fiorini é a limitação das
possibilidades de regressão transferencial em virtude das condições de enquadre,
visto que o tempo limitado de tratamento torna indesejável o desenvolvimento de
uma intensa neurose transferencial. Nessa técnica também não se busca a regressão,
sendo a recomendação geral a orientação constante para a realidade, fortalecendo no
paciente sua capacidade de discriminação.
Terapia Comportamental 03320238507

A terapia comportamental embasa-se em especial nas contribuições de


Skinner. Destaca-se a grande contribuição de outros autores não citados, como Wolpe
(com a dessensibilização sistemática) e com Bandura (com a modelagem e
aprendizagem social). O desenvolvimento da teoria comportamental permitiu o
conhecimento a respeito das leis gerais do comportamento tornando-o mais
previsível. A sua aplicação segue o processo tradicional psicoterapêutico, mas com
algumas nuances. É diretiva, pode ser individual ou de grupo, é focal e tem duração
limitada. Destaca-se que nessa forma de psicoterapia não só o diagnóstico nosológico
e psicopatológico é usado como também ocorre a classificação do papel das respostas

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do paciente, de problemas e, para surpresa daqueles que não conhecem essa terapia
mais a fundo, dos pensamentos (como estímulos, mediadores ou consequências).
Consequentemente, o tratamento será específico, afetando as variáveis que controlam
cada um dos comportamentos-problema.
A evolução da terapia pode ser subdividida em cinco etapas: avaliação clínica,
formulação e discussão, intervenção terapêutica e acompanhamento. Na primeira
fase, o paciente é entrevistado em relação a cada problema ou queixa apresentada.
Cada dificuldade sua, bem como a totalidade de seus comportamentos na vida, serão
objeto de uma análise funcional calcada nas variáveis de estímulo, organismo,
respostas e consequências.

1. Estímulos: todas as situações, atividades etc. que eliciam ou tornam mais


prováveis as respostas;
2. Organismo: todas as variáveis (intervenientes, mediacionais) pessoais.
como motivações, predisposições genéticas, bioquímicas, endocrinológicas ou
neurofisiológicas; valores morais e religiosos, crenças, regras etc.
3. Respostas: toda resposta abrange três sistemas interligados:
a) cognitivo: todos os pensamentos, imagens ou quaisquer outros
processos cognitivos que uma pessoa apresenta em relação a uma situação
estimuladora externa ou interna;
b) autonômico: todas as reações corporais correspondentes à experiência
emocional, como reações de taquicardia, sudorese, tensões musculares, tremores
etc.;
c) comportamental propriamente dito: todos os comportamentos
operantes por meio dos quais uma pessoa atua em e modifica o seu ambiente.
4. Consequências: qualquer ação é seguida por uma mudança no próprio
organismo (cognitiva ou autonômica) e/ou no ambiente. Esta consequência tem
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uma influência sobre as suas cognições, sobre as suas reações emocionais e sobre
comportamentos futuros semelhantes.

Na terapia Comportamental, uma das fases mais importantes é a de avaliação


do problema. Dela dependem as outras fases. O objetivo da fase de avaliação é
conseguir desenvolver uma formulação dos problemas apresentados. Pode-se definir
uma formulação como uma hipótese ou “teoria” que relacione todas as queixas do
paciente entre si de uma forma lógica e significativa; que busque explicar por que o
indivíduo desenvolveu estas dificuldades e o que as mantém; e que possibilite o
desenvolvimento de um plano de tratamento. Uma formulação também permite que
se fortaleça a aliança terapêutica e a adesão.

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Destaca-se que o processo de diagnóstico, em especial, tem características,


propriedades, categorias e objetivos peculiares que o distinguem radicalmente dos
processos diagnósticos tradicionais, sejam eles psiquiátricos ou psicodinâmicos.
Nesse tipo de terapia busca-se levantar os comportamentos de base (repertório básico
de comportamentos) para traçar uma proposta terapêutica. Após, são fixados
também os comportamentos terminais, isto é, aqueles que a pessoa deve estar
apresentando ao final do tratamento. Fixados os comportamentos-problema e os
comportamentos terminais e de posse dos resultados das observações, que indicam as
relações funcionais entre os comportamentos-problema e as variáveis que os
determinam, pode-se então fazer um planejamento adequado.
Existem alguns procedimentos comportamentais (técnicas comportamentais)
que todo candidato deve saber:
a) Exposição: pode ocorrer ao vivo, virtual ou por imaginação, gradual ou
instantânea (inundação), assistida pelo terapeuta ou em grupo.
b) Prevenção de respostas: utilizado para evitar que a resposta
associada a um estímulo ocorra (como rituais, por exemplo).
c) Modelação: o terapeuta serve de modelo a ser seguido pelo paciente.
d) Reforço Positivo: receber uma consequência agradável em função de
um comportamento julgado adequado.
e) Reforço Negativo: retirar algo desagradável como forma de estimular
a emissão do comportamento.
f) Extinção: remoção de reforços positivos pode levar ao
enfraquecimento ou desaparecimento de um comportamento.
g) Terapia Aversiva: pareamento de um estímulo aversivo com um
comportamento inadequado.
h) Relaxamento Muscular e treino de respiração: desenvolvimento
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de habilidade de relaxamento.
i) Biofeedback: utilização de sensores corporais no corpo para sinalizar
reacções inadequadas (como enurese)
j) Reversão de Hábitos: segue a sequencia de treinamento de
consciência, treinamento de resposta competitiva, gerenciamento de contingência,
treinamento de relaxamento e treinamento de generalização (usado na síndrome de
tourette e na onicofagia, por exemplo). O treinamento da resposta competitiva é a
exibição consciente de um comportamento selecionado no lugar do comportamento
que se busca substituir.
k) Treino de habilidade sociais: é o desenvolvimento de habilidades e
competências sociais através de ensaios no consultório e nos ambientes reais do
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paciente. Podem ser trabalhadas habilidades como a agressividade, passividade ou


assertividade.

A Terapia Cognitiva

A Terapia Cognitiva de Beck é considerada, atualmente, como a principal


abordagem cognitiva. Os trabalhos iniciais de Beck enfocaram a depressão. De acordo
com a abordagem cognitiva de Beck, os pensamentos e avaliações negativos,
comumente encontrados em pacientes com depressão não constituem um sintoma
somente, mas são fatores que estão na própria manutenção desta psicopatologia. Em
consequência desta visão, a depressão na Terapia Cognitiva, assim como os demais
transtornos psiquiátricos, é tratada levando o paciente a identificar e alterar estes
pensamentos disfuncionais.
A Terapia Cognitiva vê o homem como um ser que constrói seus significados
sobre os fatos e, portanto, constrói sua própria realidade já que a forma como este
interpreta seu mundo determinará a maneira com que ele irá comportar-se. Essa
terapia parte do pressuposto que existem, nos indivíduos, uma predisposição a fazer
construções cognitivas falhas (“vulnerabilidade cognitiva”). Essa modalidade de
terapia se baseia, quase que exclusivamente, nos processos cognitivos centrais e
adjacentes dessa vulnerabilidade cognitiva. Essa vulnerabilidade predispõe a pessoa a
uma síndrome específica. Os significados mal adaptativos são construídos em relação
ao que é denominado de “Tríade Cognitiva”, ou seja, em relação ao self, ao ambiente
(experiência atual) e ao futuro (objetivo).
É importantíssimo que você saiba que para a terapia cognitiva, existem três
níveis de cognição: o nível pré-consciente, o nível consciente e o nível metacognitivo.
A metacognição é a capacidade que o indivíduo tem de analisar seus próprios
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pensamentos. De acordo com esta abordagem, o nível consciente desempenha o papel


mais importante na melhora do paciente. E, observe, não se fala de inconsciente aqui.
Ele pode até existir, mas não deve ser o foco da terapia.
Em diversos transtornos tais como o transtorno de pânico, a depressão e o
transtorno bipolar de humor ocorre um prejuízo no funcionamento normal da
atividade de organização cognitiva. Nos transtornos de ansiedade, por exemplo,
existe o impedimento de uma tendência inata a ampliar o foco de atenção (ampliar o
universo de fenômenos aos quais um organismo fica atento) de forma que este
organismo atua como se estivesse em uma situação de ameaça real sem poder dar
outros significados à situação. Assim, nos transtornos de ansiedade, o indivíduo
sente-se intensamente vulnerável ao que considera serem ameaças, esta sensação o
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leva a esquivar-se de situações potencialmente ansiogênicas para ele.


Assim como a terapia comportamental, a terapia cognitiva possui técnicas
específicas, mas que explicarei no tópico seguinte.
Vamos a algumas definições utilizados na terapia cognitiva:
Pensamentos Automáticos: são pensamentos espontâneos, breves,
coexistindo com nossos fluxos de pensamentos mais manifestos. São pré-conscientes
e na maior parte das vezes não os percebemos, embora possamos fazer isto com um
pouco de treino. Os pensamentos automáticos manifestam a maneira como
significamos as situações bem como as distorções que fazemos da realidade. Podem
estar em formas verbais, visuais ou ambas. Assumimos estes pensamentos
automáticos como verdadeiros, porém, quando tomamos consciência dos mesmos e
os ligamos às nossas crenças centrais, verificamos o sentido dos mesmos, podendo
assim questionar o seu funcionamento.
Esquemas: Esquemas são estruturas cognitivas de formação de significados
que vamos desenvolvendo desde cedo e que nos auxiliam a interpretar e explicar o
mundo. Nas palavras do próprio Beck: “um esquema é uma estrutura cognitiva que
filtra, codifica e avalia os estímulos aos quais o organismo é submetido. Com base na
matriz de esquemas, o indivíduo consegue orientar-se em relação ao tempo e espaço e
categorizar e interpretar experiências de maneira significativa”. Alguns autores
consideram os esquemas como sinônimos das crenças intermediárias.
Crenças Centrais: são conteúdos cognitivos rígidos e profundos, ideias
centrais que a pessoa tem de si mesma, dos outros e do mundo. Alguns autores
também a chamam de esquemas. Beck porém enfatiza a diferença entre a estrutura
cognitiva, o chamado esquema, e o conteúdo da estrutura, no caso a crença central.
Uma pessoa que desenvolve um esquema ligado ao abandono, pode desenvolver uma
crença central como “eu não mereço ser amado”; “não posso confiar em ninguém”;
“os outros irão magoar-me”.
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Crenças Intermediárias: são o nível existente entre os Pensamentos


Automáticos e as crenças centrais. As crenças intermediárias constituem uma forma
de reduzir o sofrimento provocado pelas crenças centrais, consistindo basicamente de
regras e suposições como “eu devo”, “eu tenho que”, “se... então”.
Distorções Cognitivas: Os pacientes que procuram e, de certa forma,
todos nós, temos as chamadas distorções cognitivas, que são expressas em
pensamentos automáticos disfuncionais. Dentro da teoria da mente como
processamento da informação, nossos esquemas distorcem a realidade para que esta
se torne condizente com nossas crenças centrais. Abaixo identifico as distorções

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cognitivas mais comuns e exemplifico3:


1. Catastrofização: “é o fim do mundo, não consigo aprender essa
maldita matéria!”; “Serei um completo fracasso se não passar nesse
concurso”.
2. Dicotomia Cognitiva: “ou eu passo nesse concurso, ou serei um
fracasso para sempre”; “quero estudar toda a matéria antes da prova, senão é
melhor nem ir”.
3. Pensamento tudo ou nada: “Se eu falhar em qualquer tarefa
importante, como não devo, sou um fracasso total e totalmente não
merecedor de amor”; “João trabalhou muito recentemente para obter uma
promoção em sua firma. A promoção foi dada a um outro empregado com
mais experiência. Como João trabalhou muito pela promoção sente agora que
nunca será promovido. Sente que é uma falha total em sua carreira”.
4. Salta para conclusões: “Já que me viram falhando de modo terrível,
como eu não deveria, vou ser visto como um verme incompetente”. “Rodrigo
está esperando Roberta num restaurante. O encontro foi marcado e ela está
20 minutos atrasada. Rodrigo pensa consigo mesmo que deve ter feito algo
errado e que Roberta deve ter desistido do encontro. Entretanto Roberta está
presa no tráfego”.
5. Advinhação: “Como estão rindo de mim por eu ter falhado e sabem
que eu deveria ter tido sucesso, irão me desprezar para sempre”. “Sempre que
me vejo errando algo tenho a certeza de que jamais conseguirei ser alguém
digno de um bom emprego”.
6. Focalização no negativo: “Como não aguento que as coisas dêem
errado, como elas não devem, não consigo ver nada de bom acontecendo na
minha vida”. “Após 30 anos de casamento vejo que minha esposa nunca me
amou de verdade”. 03320238507

7. Desqualificação do positivo: “Quando me cumprimentam pelas


coisas boas que fiz, estão apenas sendo gentis comigo e esquecendo as coisas
estúpidas que eu não deveria ter feito”. “Rosa teve seu retrato recém
terminado. Seu amigo diz-lhe como ela está bonita. Rosa desdenha o elogio
dizendo que o fotógrafo deve ter retocado o retrato. Ela nunca foi assim tão
bonita na vida real”.
8. Sempredade e nuncalidade: “Como as condições de vida tinham
que ser boas e na verdade são tão más e intoleráveis, elas vão ser assim
sempre e eu nunca vou conseguir ser feliz”.

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9. Raciocínio emocional: “Como me desempenhei tão mal, como não


deveria Ter feito, sinto-me totalmente incompetente e meu sentimento prova
que eu não sou nada”. “Laura olha em torno de sua casa bagunçada e se sente
oprimida pela perspectiva de ter que limpar. "Isto é impossível", diz para si
mesma. "Então, porque eu devo tentar?"
10. Rotulação e supergeneralização: “Como não devo falhar em
trabalhos importantes e eu falhei, sou um fracasso completo e perdedor”.
“Luciana é muito só e gasta frequentemente a maior parte do seu tempo em
casa. O pessoal sugere para ela que deva sair e se encontrar com outras
pessoas. Luciana sente que isso é inútil. Tentar se encontrar com outras
pessoas não vai mudar nada. Acredita que ninguém realmente poderia gostar
dela, são todos medíocres e superficiais.”
11. Personalização: “Já que estou agindo muito pior do que deveria e
eles estão rindo disso, tenho certeza de que estão rindo de mim, e isso é
terrível”. “O filho de Joana está indo mal na escola. Joana sente que deve ser
uma má mãe. Sente que é toda culpa sua que seu filho não está estudando”
12. Farisaismo: “Quando não faço tão bem quanto deveria e eles ainda
me elogiam e aceitam, isso significa que sou um impostor ou farsante: mais
cedo ou mais tarde, vou cair do cavalo e acabar mostrando como sou
desprezível”. “Os outros são falsos comigo e evitam dizer-me o quanto não me
suportam”.
13. Perfeccionismo: “Mesmo me dando conta de que fiz bastante bem,
eu deveria ter feito perfeitamente bem uma tarefa assim, e isso significa que
sou realmente um incompetente.”
14. Filtro Mental: Maria está tendo um mau dia. Quando se dirige a casa,
um amável cavalheiro acena para ela e a deixa ir antes dele no tráfego. Mais
tarde, em seu caminho aparece um outro motorista que a corta. Ela pensa
para si mesma que somente existem pessoas insensíveis em sua cidade.
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15. Maximização / Minimização: Carlos está jogando futebol. Embora


tenha praticado por semanas não está jogando bem. Marca mais tarde o gol
da vitória. Seus companheiros o elogiam. Mas Carlos diz-lhes que devia ter
jogado melhor, o gol foi apenas um golpe de sorte.
16. Frases "Deveria": David está sentando na sala de espera do seu
doutor. Seu doutor está atrasado. David pensa desprazeroso, "Com quanto eu
lhe pago deveria chegar a tempo" "Deveria ter mais consideração" Termina
seus pensamentos sentindo-se amargo e ressentido.
17. Etiquetando e Etiquetando Errado: Claudia dá uma furada em sua
dieta e rotula: "Que porca gorda eu sou!".
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Terapia Cognitivo Comportamental

As terapias designadas de terapias cognitivo-comportamentais (TCC),


constituem uma integração de conceitos e técnicas cognitivas e comportamentais.
Atualmente dispõe-se de uma ampla gama de tratamento de diversos problemas
psiquiátricos tais como transtornos de ansiedade, depressão, disfunções sexuais,
distúrbios obsessivos-compulsivos e alimentares. Para tanto são utilizadas técnicas
cognitivas que buscam identificar os pensamentos automáticos, testar estes
pensamentos e substituir as distorções cognitivas. As técnicas comportamentais são
empregadas para modificar condutas inadequadas relacionadas com o transtorno
psiquiátrico em questão.
O objetivo básico da terapia cognitiva é o de remover tendências erradas ou
distorções no pensamento, assim, os indivíduos podem funcionar de maneira mais
efetiva. Apesar da consideração do ambiente social, a terapia cognitiva centra-se nas
peculiaridades singulares de cada caso e parte do social a partir do ponto de vista
percebido do paciente. Um dos pressupostos básicos é de que o pensamento sustenta
as emoções e os comportamentos. Assim, quando a forma de pensar é alterada, o
comportamento e as emoções sofrem alterações. Busca-se um conjunto de
pensamentos, comportamentos e emoções mais saudáveis.
Dentro da Terapia Cognitivo Comportamental existem várias linhas, como a
terapia racional emotiva (Ellis), a terapia cognitivo narrativa (Oscar Gonçalves), a
terapia de esquemas (Young), etc. Todas elas tem em comum o fato de terem um
trabalho orientado para as habilidades cognitivas, emocionais e comportamentais do
próprio paciente para lidar com problemas, a ponto de desenvolver projetos de vida
mais adequados. Esta proposta é psicoeducativa, uma vez que orienta o paciente a
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entender a estrutura de seus problemas e como deve intervir para a mudança. Isso
tem levado um grande número de pessoas com problemas psicológicos a procurarem
esse modelo de tratamento psicológico em virtude de seu modelo objetivo e
estruturado.
Na minha época de supervisor, costumava dizer que o filé da Terapia
Cognitivo Comportamental era enorme e soberano: o treino da auto-afirmação
(assertividade). Para reduzirmos nossos problemas psicológicos e interpessoais é
necessário que saibamos expressar adequadamente nossas idéias e impressões do
mundo, sem os traços agressivos ou passivos de comunicação. Ter uma boa
desenvoltura social, saber expressar sentimentos positivos, controlar agressividade e
a impulsividade e ter disciplina em projetos pessoais são itens fundamentais para

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qualquer trabalhador ou empreendedor no atual mercado de trabalho. Torna-se uma


necessidade fundamental o trabalho de desenvolvimento comportamental e um
autoconhecimento para reduzir problemas psicológicos e alcançar novos patamares
sociais.
Outra característica da TCC é o seu número reduzido de sessões. Ela foi
desenvolvida para tratar pacientes, e levar à cura em alguns casos, em até 16 sessões.
Sim, 16 sessões. Além disso, é bastante objetiva e diretiva.
Para Rangé (1995), o processo terapêutico cognitivo comportamental
envolve:
a) estabelecimento de uma forte relação de aliança terapêutica.
b) informação detalhada ao paciente do modelo cognitivo-comportamental
de seu problema, de forma a ajudá-lo a compreender mais realisticamente suas
dificuldades, a começar a desmistificar suas interpretações catastróficas e a obter
uma sensação de maior domínio e controle sobre o problema.
c) aprender a identificar pensamentos automáticos catastróficos e a
questioná-los para buscar evidências que os sustentem ou não, para descobrir outras
alternativas e para descatastrofizar suas projeções futuras.
d) treino de relaxamento muscular progressivo (Jacobson) e de técnicas de
respiração diafragmática que são procedimentos inibidores da ansiedade (Wolpe).
e) solicitação de preenchimento dos Registros Diários de Pensamentos
Disfuncionais (RDPD). Esses registros são extremamente importantes pois será sobre
ele que o processo de reestruturação cognitiva se dará pelo exame dos pensamentos
registrados quanto a sua veracidade e adequação. Progressivamente o paciente vai
adquirindo a capacidade de, sozinho e independentemente, questionar ele mesmo
seus pensamentos como mecanismo de reestruturação cognitiva de forma a poder
prescindir da intervenção de um terapeuta.
f) quando o paciente estiver dominando satisfatoriamente seus novos
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recursos para enfrentar situações ansiogênicas, inicia-se a fase de exposição


voluntária e gradual, na realidade, com ou sem a presença do terapeuta.
g) uso da estratégia “ACALME-SE.” como um instrumento de manejo da
ansiedade.
h) grande importância é dada à análise da situação existencial do paciente já
que é nela que se encontra a fonte dos conflitos que são subjacentes às suas
dificuldades.
Resumidamente, podemos resumir a estrutura da TCC cinco passos:

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1. Apresentação do problema
a. Primeira orientação a respeito problemática - consiste na coleta e
organização dos dados relevantes para a compreensão do paciente e de seu problema:
dados pessoais, sintomática e seu desenvolvimento, objetivos do paciente,
esclarecimento das condições necessárias para o trabalho psicoterapêutico;
b. Definição do(s) problema(s) e diagnóstico - definição dos diversos
problemas envolvidos e da relação entre eles, esclarecimentos diagnóstico (ex.
possíveis causas fisiológicas do problema), diagnóstico provisório (segundo a CID
10 ou o DSM IV-TR) e definição da indicação psicoterapêutica (ou seja, qual método
psicoterapêutico é o mais indicado);
c. Escolha do(s) problema(s) a ser(em) tratado(s)

2. Análise do(s) problema(s)


a. Análise comportamental - escolha do comportamento problemático,
análise da sua incidência (em que situações, com que frequência, acompanhado de
que pensamentos, emoções, com que consequências);
b. Análise motivacional - análise do valor do comportamento
problemático: que objetivos são perseguidos com ele? Quais motivos influenciam a
vida da pessoa? O comportamento se origina de conflitos entre objetivos distintos?
c. Análise sistêmica - análise da pertinência do indivíduo a
diferentes sistemas sociais, com regras e exigências distintas e, por vezes
contraditórias e a influência dessa pertinência sobre seu comportamento;
d. Origem e desenvolvimento do problema: Anamnese, geração
de hipóteses sobre a origem do problema;
e. Condensamento do conhecimento ganho até então: geração de um
modelo etiológico individual 03320238507

3. Análise do objetivo
a. Pré-requisitos da mudança (de comportamento) - consideração dos
lados positivo e negativo do comportamneto atual (problemático), definição da
motivação para a mudança, determinação dos fatores ambientais que auxiliam a
mudança e daqueles que a atrapalham;
b. Determinação dos objetivos - quais os objetivos perseguidos pelas
partes envolvidas (paciente, terapeuta, terceiros), formulação de objetivos e dos
passos necessários para alcançá-los;

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c. Relacionamento paciente-terapeuta - o relacionemanto entre paciente e


terapeuta é tal que permite um trabalho produtivo? Como mantê-lo (ou modificá-lo)?

4. Análise dos meios


a. Pontos de partida: quais pessoas devem ser envolvidas na mudança?
Com quais situações, problemas, pessoas começar?
b. Princípios da mudança - com base na análise do problema, quais passos
devem ser dados? Como? Explicação da lógica do tratamento (dos passos a serem
dados) ao paciente
c. Planejamento concreto da terapia - que novos comportamentos devem
ser aprendidos, em que situação? Como? Definir os parâmetros formais (frequência
das consultas, duração da terapia) e determinar se outros tratamentos (ex.
medicamentos) são necessários. Definir exatamente (de forma observável) o que se
considera "sucesso"

5. Teste e avaliação dos passos definidos - realização dos passos tal


qual definidos anteriormente, sempre levando em conta de que as hipóteses sobre as
quais elas se baseiam são provisórias e, assim, modificáveis sempre que necessário.
Avaliação permanente de cada um dos passos e dos diferentes objetivos alcançados.
Término da terapia.
A TCC faz uso de técnicas da abordagem cognitiva e da abordagem
comportamental. Já estudamos as técnicas comportamentais e a seguir você irá ver as
principais técnicas cognitivas:
Tarefas de Casa: Um aspecto central da terapia cognitivo-comportamental
é o terapeuta fornecer tarefas de casa para o paciente, visando que o mesmo utilize o
tempo fora das sessões para novas experiências e exercícios corretivos de suas
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crenças disfuncionais Algumas tarefas podem estar relacionadas ao Registro diário de


pensamentos disfuncionais, Plano Semanal de Atividades Diárias, etc.
Registro Diário de Pensamentos Automáticos: É o preenchimento de
colunas, geralmente em forma de tarefa de casa, onde o paciente identifica
pensamentos, situações e consequências desses pensamentos quando eles ocorrem.
Servem para trazer a tona os pensamentos pré-conscientes e para identificar
distorções cognitivas.
Exemplo do cabeçalho do Registro Diário de Pensamento Automático:

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Questionamento Socrático: São perguntas que o terapeuta faz para o


paciente buscando questionar os fundamentos de seus pensamentos automáticos e
que, reconhecendo a ausência deles, possa modificá-los. Buscam-se as evidências que
sustentam ou não as crenças e pensamentos automáticos, bem como sobre outras
possíveis alternativas de interpretar as situações.
Treino de Assertividade: Já foi explicado anteriormente, pode ser feito
por treinos imaginativos, ensaios no consultório e em ambientes reais.
Exames de Vantagens e Desvantagens: o paciente elucida
racionalmente as vantagens e desvantagens de alternativas de escolhas para optar por
uma.
Acalme-se: Rangé (1995) adaptou o A.C.A.L.M.E.-S.E. para lidar com a
ansiedade.

A chave para lidar com a ansiedade é aceitá-lo totalmente. Permanecer no


presente e aceitar sua ansiedade fazem-na desaparecer. Para lidar com sucesso com
sua ansiedade você pode utilizar a estratégia “ACALME-SE.”, de oito passos.
Usando-a você estará apto(a) a aceitar a sua ansiedade até que ela desapareça.
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1. Aceite a sua ansiedade. Um dicionário define aceitar como dar “consentimento


em receber”. Concorde em receber a sua ansiedade. Mesmo que lhe pareça absurso
no momento, aceite as sensações em seu corpo assim como você aceitaria em sua
casa um hóspede inesperado e desconhecido. Decida estar com sua experiência.
Substitua seu medo, sua raiva e sua rejeição por aceitação. Não lute contra ela.
Resistindo você estará prolongando e intensificando o seu desconforto. Em vez
disso, flua com ela.
2. Contemple as coisas em sua volta. Não fique olhando para dentro de você,
observando tudo e cada coisa que você sente. Deixe acontecer com o seu corpo o que
ele quiser, sem julgamento: nem bom nem mau. Olhe em volta de você, observando
cada detalhe da situação em que você está. Descreva-os minuciosamente para você,

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como um meio de afastar-se de sua observação interna. Procure ser um só, você e
seu lado observador: deixe-se dissolver em pura observação. Lembre-se:
você não é sua ansiedade. Quanto mais você puder separar-se de sua experiência
interna e ligar-se nos acontecimento externos, melhor você se sentirá. Esteja com
ansiedade, mas não seja ela; seja apenas observador.
3. Aja com sua ansiedade. Normalize a situação. Aja como se você não estivesse
ansioso(a), isto é, funcione com ela. Diminua o ritmo, a velocidade com que você faz
as suas coisas, mas mantenha-se ativo(a)! Não se desespere, interrompendo tudo
para fugir. Se você fugir, a sua ansiedade vai diminuir mas o seu medo vai aumentar,
donde na próxima vez a sua ansiedade vai ser pior. Se você ficar onde está — e
continuar fazendo as suas coisas — tanto a sua ansiedade quanto o seu medo vão
diminuir. Continue agindo, bem devagar!
4. Libere o arde seus pulmões, bem devagar! Respire bem devagar, calmamente,
inspirando pouco ar pelo nariz e expirando longa e suavemente pela boca. Conte até
três, devagarzinho, na inspiração e até seis, na expiração. Faça o ar ir para o seu
abdômen, estufando-o ao inspirar e deixando-o encolher-se ao expirar. Não encha
os pulmões. Ao exalar, não sopre: apenas deixe o ar sair lentamente por sua boca.
Procure descobrir o ritmo ideal de sua respiração, nesse estilo e nesse ritmo, e você
descobrirá como isso é agradável.
5. Mantenha os passos anteriores. Repita cada um, passo a passo. Continue a: (1)
aceitar sua ansiedade; (2) contemplar; (3) agir com ela e (4) respirar calma e
suavemente até que ela diminua e atinja um nível confortável. E ela irá, se você
continuar repetindo esses quatro passos: aceitar, contemplar, agir e respirar.
6. Examine agora seus pensamentos. Você deve estar antecipando coisas
catastróficas. Você sabe que elas não acontecem. Você já passou por isso muitas
vezes e sabe que nunca aconteceu nada do que você pensou que aconteceria.
Examine o que você está dizendo para você mesmo(a) e reflita racionalmente para
ver se o que você pensa é verdade ou não: você tem provas sobre se o que você pensa
é verdade? Há outras maneiras de você entender o que está lhe acontecendo?
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Lembre-se: você está apenas ansioso(a): isto pode ser desagradável, mas não é
perigoso. Você está pensando que está em perigo, mas você tem provas reais e
definitivas disso?
7. Sorria, você conseguiu! Você merece todo o seu crédito e todo o seu
reconhecimento. Você conseguiu, sozinho(a) e com seus próprios recursos,
tranqüilizar-se e superar este momento. Não é uma vitória pois não havia um
inimigo, apenas um visitante de hábitos estranhos que você passou a compreendê-lo
e aceitá-lo melhor. Você agora saberá como lidar com visitantes estranhos.
8. Espere o melhor. Livre-se do pensamento mágico de que você terá se livrado
definitivamente de sua ansiedade, para sempre. Ela é necessária para você viver e
continuar vivo(a). Você precisa dela e ela ocorrerá sempre que você estiver em
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perigo ou que você pensar que está em perigo. Donde é natural que ela ocorra. O
que pode estar errado é o que você está pensando a partir dela. Em vez de se
considerar livre dela, surpreenda-se pelo jeito como você a maneja, como você
acabou de fazer agora. Esperando a ocorrência de ansiedade no futuro, você estará
em uma boa posição para lidar com ela novamente. Enriqueça sua memória com
esta experiência, entre outras importantes da sua vida. Você se tornou uma pessoa
diferente agora: mais realista, mais conhecedora de suas capacidades, mais segura,
mais confiante. Esta experiência vale um lugar de destaque em seu álbum de
recordações.

É interessante destacar, por fim, o Treino de Inoculação de Estresse:


Na década de 1980 a técnica da Inoculação do Stress foi proposta
visando habilitar o paciente na vivência prematura de uma circunstância estressante,
de modo a construir e ampliar expedientes individuais de enfrentamento a serem
empregados durante uma ocasião real (Guimarães, 2001).
O modelo da aplicação da Inoculação do Stress é dividido em três
partes. Na primeira parte – a reconceitualização – tanto o paciente quanto o
terapeuta, através de uma minuciosa estimativa, desenvolvem uma recíproca
apreensão das preocupações do paciente (Deffenbacher, 2008). O paciente deve
precisar e abranger suas respostas físicas, cognitivas e comportamentais aos
estímulos externos, bem como o intercâmbio entre essas respostas (Guimarães,
2001). Essa avaliação inicial é imprescindível para uma adequada condução da
aplicação dessa técnica, assinalando para os fins da intervenção (Caminha, 2003).
Na segunda fase o paciente antecipa o evento crítico e a sequência de
fatos possíveis de ocorrer (Guimarães, 2001). As intervenções específicas a serem
utilizadas não devem ser impostas pelo terapeuta, e sim, construídas a partir de uma
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adequada relação terapêutica. As intervenções mudam amplamente de um sujeito


para outro, assim como de uma cultura para outra. (Deffenbacher, 2008). Tendo em
vista os objetivos do paciente, são desenvolvidas, testadas e revisadas táticas e
capacidades do paciente até que ele disponha de elementos para enfrentar as
situações-problema mais apropriadamente. (Caminha, 2003). Esse manejo se
desenvolve através de exercícios de controle de respiração, relaxamento, modelação e
auto-instrução (Guimarães, 2003).
O objetivo da terceira parte da técnica de Inoculação do Stress é o de
unificar os dados supracitados e encorajar o paciente a empregar as táticas treinadas
em situações simuladas em circunstâncias reais (Caminha, 2003).

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É de suma importância que a aplicação dos esforços praticados no


setting terapêutico seja transferida para o mundo externo. Uma vez que terapeuta e
paciente ensaiaram (imaginado ou simulando) habilidades de enfrentamento para
ocasiões estressantes durante as sessões de terapia, é chegado o momento de –
conforme o nível de confiança do paciente se modifica positivamente – aplicar as
mesmas em situações reais (Deffenbacher, 2008).
Uma hierarquia de dificuldade referente às situações estressantes deve
ser construída com o paciente, de forma que ele seja estimulado a optar pelas
situações menos estressantes inicialmente. O paciente é guiado a confrontar cada
situação e checar suas respostas de enfrentamento (Guimarães, 2001). O retorno
obtido em cada situação de enfrentamento real será utilizado como alicerce para as
transformações que se produzam posteriormente, de forma que a aplicação das novas
habilidades no ambiente externo se desenvolva de maneira satisfatória
(Deffenbacher, 2008).
Fonte: A Inoculação do Estresse. Centro de Psicoterapias Cognitivas. Disponível em:
http://cpcrs.wordpress.com/textos/ Acesso em junho de 2014.

Abordagem humanista-existencial (Rogers e Perls)

Existem várias escolas humanistas, várias existencialistas e diversas


humanistas-existenciais. No nossa caso é importante focar na visão desenhada pela
Abordagem Centrada na Pessoa e na Gestalt Terapia. Como confluência dessas visões,
transcrevo o trecho abaixo:

“Com as influências da fenomenologia e do existencialismo desenvolveram-


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se vários modelos terapêuticos que podem ser genericamente designados por


psicoterapia existencial e definidos como métodos de relação interpessoal e de
análise psicológica cujo objetivo é o de facilitar na pessoa do cliente um auto-
conhecimento e uma autonomia psicológica suficiente para que ele possa assumir
livremente a sua existência (Villegas, 1988). Importa desde já referir que não se
constituem como técnicas de cura da perturbação mental, mas sim como
intervenções cuja finalidade principal é ajudar o crescimento pessoal e facilitar o
encontro do indivíduo com a autenticidade da sua existência, de forma assumi-la e
a projectá-la mais livremente no mundo.
Em qualquer caso, o centro é o indivíduo e não a perturbação mental. Esta,
quando presente, é vista como resultado de dificuldades do indivíduo em fazer
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escolhas mais autênticas e significativas, pelo que as intervenções terapêuticas


privilegiam a auto-consciência, a auto-compreensão e a auto-determinação.”
Fonte: Teixeira. Análise Psicológica (2006), 3 (XXIV): 289-309.

Apesar da grande variedade de estilos profissionais frente às pessoas que o


procuram, o psicólogo humanista se encontra em quatro pontos em comum,
conforme afirma Finkler (2000):
1. Fixa sua atenção sobre a experiência da pessoa e procura compreender o
significado dessa experiência para a pessoa;
2. Procura compreender a pessoa na base de suas escolhas, da sua
criatividade, de seus valores e da sua auto-realização;
3. Considera importante a escolha dos aspectos problemáticos a serem
tratados, procurando aprofundar aqueles que têm relevância para a pessoa e
encontrar o significado que tem para a mesma;
4. Trata a pessoa com grande respeito à sua dignidade e valor, assim como se
empenha a ajudá-la a desenvolver todas as suas potencialidades.

Terapia Interpessoal

Para Bahls e Ito (2003)4, a terapia interpessoal (TIP) é uma terapia de formato
breve que foi desenvolvida para o tratamento de pacientes ambulatoriais adultos e,
com depressão. Tem como foco as relações sociais do indivíduo e a condição atual
destes relacionamentos. Os objetivos principais são o alívio da sintomatologia e a
melhora das relações interpessoais. […] Os relacionamentos sociais do individuo têm
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uma estrutura, e esta estrutura é sustentada pela posição do individuo no sistema


social, mais precisamente pelos papéis que desempenha. Cada pessoa tem múltiplas
posições hierárquicas no sistema social e desempenha papéis específicos, apro-
priados a estas posições. A abordagem interpessoal vê a relação entre os papéis
sociais e a psicopatologia de duas formas: dificuldades para exercer um papel social
podem estar ligadas ao inicio da depressão e, por outro lado, como conseqüência da
depressão pode ocorrer um sério prejuízo na capacidade do individuo em

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
2!Bahls, Saint-Clair. Ito, Mitie Gisele Ito. Fundamentos da terapia interpessoal. Revista Psico UTP Online. n. 03, Curitiba,

out. 2003

!
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desempenhar papéis sociais (Klerman et al,1999; Weissman,1999).


Para a terapia interpessoal, dificuldades nos relacionamentos interpessoais
podem estar presentes não apenas após o inicio da depressão, mas antes mesmo
disto. Esta abordagem, porém, não pretende especular as causas da depressão, mas
sim observar a relação entre dificuldades nos relacionamentos interpessoais e o inicio
ou manutenção da depressão, bem como propor um tratamento com base nestas
observações.

Psicodrama

O psicodrama é uma técnica de psicoterapia de grupo criada pelo psiquiatra


J. Moreno, em que os pacientes são encorajados a "passar ao ato" seus problemas e
fantasias. A representação dramática ou teatral de eventos significativos na vida do
indivíduo e de experiências relacionadas com suas dificuldades emocionais é usada
como procedimento terapêutico.
Segundo Saskia Vasconcelos (2006):

Jacob Levy Moreno (1889-1974) psiquiatra judaico romeno, conhecido como o


pai do Teatro Espontâneo, Psicoterapia de Grupo, Psicodrama e Sociodrama e
Sociometria.
Moreno criou o “Teatro do Improviso” ou “Teatro Espontâneo”, gênero
no qual os participantes amadores improvisavam acontecimentos do dia-a-dia.
Com o Teatro Espontâneo Moreno percebeu que, através da representação, os
indivíduos tomavam consciência de seus conflitos psicológicos, reconhecendo-
os e ampliando novas possibilidades para lidar com suas dificuldades e situações
conflituosas. Nasce assim o Teatro Terapêutico, o Psicodrama, a Psicoterapia de
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Grupo e o Sociodrama.
Um dos objetivos do Psicodrama, do Sociodrama e da Psicoterapia de
Grupo é descobrir, aprimorar e utilizar os meios que facilitem o predomínio de
relações télicas sobre relações transferências, no sentido moreniano. À medida
que as distorções diminuem e que a comunicação flui, criam-se condições para a
recuperação da criatividade e da espontaneidade. Moreno pretendia que a ação
dramática terapêutica levasse a algo mais do que a mera repetição de papéis tais
como são desempenhados no quotidiano. A ação dramática permite percepções
profundas por parte do Protagonista e do grupo, a respeito do significado dos
papéis assumidos.

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O homem para Moreno é um indivíduo social, pois nasce em sociedade e


necessita dos outros para sobreviver, sendo apto para conviver com os demais.
Assim, ele criou a Socionomia, que significa o estudo das leis que regem o
comportamento social e grupal.
A Sociodinâmica estuda o funcionamento (ou dinâmica) das relações
interpessoais. Tem como método de estudo o role-playing, que permite ao
indivíduo atuar dramaticamente diversos papéis, desenvolvendo deste modo um
papel espontâneo e criativo.
A Sociatria constitui a terapêutica das relações sociais, e utiliza como
método: a Psicoterapia de Grupo, o Psicodrama e o Sociodrama; como aplicação
destes, Moreno vislumbrava a possibilidade de tratamento e de cura do social
mais amplo. O Psicodrama é o tratamento do indivíduo e do grupo através da
ação dramática. No Psicodrama de grupo o protagonista poderá ser um
indivíduo ou o próprio grupo. A Psicoterapia de grupo prioriza o tratamento das
relações interpessoais inseridas na dinâmica grupal. No Sociodrama, o
protagonista é sempre o grupo e as pessoas estão reunidas enquanto mantêm
alguma tarefa ou objetivo em comum

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Fonte: Saskia Vasconcelos. Jacob Levy Moreno – Obra. Disponível em:


http://www.saskiapsicodrama.com.br/Jacob-Levy-Moreno/jacob.html
No psicodrama, as técnicas utilizadas se baseiam nos recursos teatrais. Entre
as técnicas básicas, temos5:
a) Técnica do Duplo: nessa técnica, um eu-auxiliar (geralmente o terapeuta)
desempenha o papel de protagonista e expressa as reações emocionais que acredita
que o paciente possua mas que não perceba, tanto em termos de inibições quanto de
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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desconhecimento. Ele atua como um ego auxiliar que assume uma postura idêntica
ao do paciente, que ainda não é capaz de se expressar. Essa técnica ocorre no
momento em que o paciente apresenta a indiferenciação do Eu/Tu, ou seja, a
dependência materna para a expressão de suas necessidades e vontades. Seu objetivo
é fazer com que o cliente entre em contato com sua emoção não verbalizada. Assim,
quanto mais o terapeuta estiver identificado com o paciente, melhor será o
aproveitamento da técnica do duplo.
b) Técnica do Espelho: nessa técnica, o terapeuta assume a postura física que o
paciente assume em determinado momento da dramatização, com o objetivo de que o
paciente, olhando para si de fora da cena, perceba com todos os aspectos presentes
nela e aprenda a verbalizar coerentemente a descrição dos comportamentos em
questão. Aqui o paciente já encontra um nível de diferenciação do Eu e do Tu, pois
consegue discernir o que faz e o que não faz parte de si e entende como espelhou-se
nos outros para criar sua identidade.
c) Técnica da Inversão de Papéis: nessa técnica, um indivíduo concretamente
toma o lugar do outro, sente, age, pensa e fala como este. Para Gonçalves6 (1993),
quando a criança se torna capaz de reconhecer o outro, ela também se torna capaz de
começar a desempenhar os papéis que observa e, posteriormente, mostra-se capaz de
compreender o desempenho de seu papel por outro. Acredita-se que as condições
para estabelecer e de compreender a troca, indicam que se está na etapa de inversão
de papéis ou de reconhecimento do tu. No Psicodrama, a técnica de inversão de
papéis é utilizada para oferecer ao protagonista condição de atingir a perspectiva do
outro, de captar o ponto de vista do outro sobre ele e sobre si mesmo.

Questões 03320238507

1. FGV – Detran/Rn 2010


Em J. Laplanche / J.B. Pontalis encontramos “o Complexo de Édipo não é
redutível a uma situação real, à influência efectivamente exercida sobre a criança pelo
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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casal parental. Ele retira sua eficácia do facto de fazer intervir uma instância
interditória (proibição do incesto) que barra o acesso à satisfação naturalmente
procurada e que liga inseparavelmente o desejo à lei (ponto que J. Lacan acentuou).
Isto reduz o alcance da objecção introduzida por Malinovski e retomada pela
chamada escola culturalista, segundo a qual, em determinadas civilizações em que o
pai é desprovido de toda a função repressiva, não existiria Complexo de Édipo, mas
um complexo nuclear característico de tal estrutura social: na realidade, nessas
civilizações, os psicanalistas procuram descobrir em que personagens reais, e mesmo
em que instituição, se incarna a instância interditória, em que modalidades sociais se
especifica a estrutura triangular constituída pela criança, o seu objeto natural e o
portador da lei.” Considerando os estudos psicanalíticos presentes na citação, sobre o
Complexo de Édipo, podemos afirmar:
a) Em determinadas civilizações em que o pai é desprovido da função repressiva, não
ocorre a vivência do Complexo.
b) O Complexo de Édipo não é universal.
c) A interdição do incesto não é a lei universal que diferencia cultura e natureza.
d) A relação triangular constituída pela criança, com sua instância interditória pode
se especificar em diferenciadas modalidades sociais.
e) O que irá ser interiorizado para a estruturação psíquica da pessoa, é somente o
processo de interdição vivido pela criança em sua relação com o casal parental.

2. FGV – Tecnologista em Saúde Pública – FIOCRUZ/2010


A expressão "mecanismo de defesa" aparece, entre outros, nas obras
metapsicologicas de 1915 escritas por Freud, em duas acepções um tanto distintas: (1)
designa o conjunto dos processos defensivos em geral ou de determinada neurose e
(2) exprime a utilização defensiva de um ou outro “destino pulsional”.
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Assim, podemos afirmar serem mecanismos de defesa os seguintes processos:


a) recalque, retorno da pulsão sobre a própria pessoa e a própria projeção.
b) Narcisismo, retorno da pulsão sobre a própria pessoa e projeção.
c) Recalque, projeção e processo primário
d) Narcisismo, recalque e projeção
e) Recalque, retorno da pulsão sobre a própria pessoa e fixação.

3. FGV – Tecnologista em Saúde Pública – FIOCRUZ/2010

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Ao longo de sua obra, Freud pouco alude ao que chamou de contratransferência,


ou seja, ao conjunto das reações inconscientes do analista à pessoa do analisando e,
mais particularmente, à transferência deste. Do ponto de vista técnico, analise as
orientações que o psicanalista deveria seguir face o estabelecimento de um processo
contratransferencial.
I. Elaborar ao máximo as manifestações contratransferenciais através da análise
pessoal para que a situação analítica se estruture eminentemente pela transferência
do paciente.
II. Utilizar, controladamente, as manifestações contratransferenciais no
trabalho analítico, já que, segundo Freud, o inconsciente do analista é um
instrumento que não deve ser totalmente desprezado na situação analítica.
III. Guiar-se principalmente pelos processos contratransferenciais na situação
analítica.
Analise:
a) se apenas a I é adequada.
b) se apenas a II é adequada.
c) se apenas a I e a III são adequadas.
d) se apenas a I e a II são adequadas.
e) se todas são adequadas.

4. FGV – Tecnologista em Saúde Pública – FIOCRUZ/2010


Assinale a afirmativa que apresenta o conceito psicanalítico de transferência.
a) A atualização para o sujeito de etapas ultrapassadas do seu desenvolvimento e a
passagem a modos de expressão e de comportamento de nível inferior do ponto de
vista da complexidade, da estruturação e da diferenciação.
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b) Um dos modos essenciais do funcionamento dos processos inconscientes que


consiste em que uma única representação representa por si só várias cadeias
associativas em cuja interseção ela se encontra.
c) O processo pelo qual os desejos inconscientes se atualizam sobre determinados
objetos no quadro de um certo tipo de relação estabelecida com eles e,
eminentemente, no quadro da relação analítica.
d) O conjunto das reações inconscientes do analista relativos à pessoa do analisando.
e) O mecanismo de formação de sintomas que opera na histeria e consiste na
transposição de um conflito psíquico e numa tentativa de resolvê-lo em termos de
sintomas somáticos, motores ou sensitivos.
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5. IADES – EBSERH – HUOL –Psicólogo Organizacional – 2013


A técnica da associação livre, descrita por Freud, refere-se a:
(A) um tipo de devaneio em voz alta.
(B) um bloqueio ou recusa para revelar lembranças dolorosas.
(C) uma interpretação de sonhos para trazer à tona conflitos inconscientes.
(D) um histórico detalhado de uma pessoa que contém dados de uma série de fontes.
(E) respostas precipitadas aos desenvolvimento.

6. IADES – EBSERH – HUOL –Psicólogo Organizacional – 2013


Acerca das principais técnicas das abordagens psicodinâmicas em psicologia, é
correto afirmar que se encontram a(o)
(A) ludoterapia e o role-play.
(B) role-play e a associação livre.
(C) transferência e o questionamento socrático.
(D) treino em habilidades sociais e a solução de problemas.
(E) análise dos sonhos e a associação livre.

7. IADES – EBSERH - HC-UFTM – Psicólogo Organizacional – 2013


No que diz respeito às teorias e técnicas psicológicas, assinale a alternativa
correta.
(A) A “regressão” e a “contratransferência” são características típicas de sessões de
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psicanálise – psicoterapia de base humanista.


(B) Na psicoterapia breve dinâmica, costuma-se trabalhar de maneira livre, sem
delimitação de um foco, problema ou conflito, uma vez que é o paciente quem
determina a duração do tratamento.
(C) Uma premissa básica da teoria cognitiva é que a maneira como as pessoas
interpretam suas experiências determina como elas se sentem e se comportam.
(D) Na prática, a terapia de família segue sempre um único modelo (estrutural),
independentemente dos problemas em foco.
(E) A psicoterapia de grupo é contraindicada em situações de crise ou estresse agudo.

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8. IADES – EBSERH - HC-UFTM – Psicólogo Organizacional – 2013


Com base nas teorias e técnicas psicológicas, assinale a alternativa correta.
(A) A análise dos sonhos e o estudo dos atos falhos podem ser considerados métodos
da teoria psicanalítica.
(B) A técnica do psicodrama não pode ser usada em situações não terapêuticas nem
aplicada ao sociodrama.
(C) O pré-consciente descrito por Freud refere-se ao sistema em que permanecem os
conteúdos inacessíveis à consciência.
(D) Nos estudos de Freud, o “ego” constitui o reservatório da energia psíquica e é
onde se “localizam” as pulsões de vida e de morte.
(E) Um dos pontos de convergência entre a gestalt- terapia e a psicanálise é o
enfoque no conceito do inconsciente.

9. IADES – EBSERH – HUOL – Psicólogo Hospitalar – 2013


Na relação que se estabelece na entrevista, deve-se contar com dois fenômenos
altamente significativos: a transferência e a contratransferência. A segunda refere-se
(A) a uma tendência universal de o paciente trazer para a relação atual com o
entrevistador sentimentos e conflitos originários de relacionamentos com pessoas
importantes no início da vida.
(B) ao processo de empatia estabelecido pelo entrevistado para com o entrevistador,
que favorecerá a troca de informações e a ajuda mútua para que o processo
psicoterapêutico obtenha sucesso.
(C) à atualização, na entrevista, de sentimentos, atitudes e condutas inconscientes,
por parte do entrevistado, que correspondem a modelos que este estabeleceu no
curso do desenvolvimento, especialmente na relação interpessoal com seu meio
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familiar.
(D) aos sentimentos, às atitudes e às condutas inconscientes que o entrevistador
deposita no paciente em resposta ao lugar no qual o paciente o coloca.
(E) ao movimento empático, em que o entrevistado atuará na relação com o seu
entrevistador em papéis projetados em cenas identificadas por ele como de extrema
tensão emocional.

10. IADES – EBSERH – HUOL –Psicólogo Organizacional – 2013


Bandura e Skinner buscaram compreender a personalidade por meio de

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trabalhos laboratoriais. Com base no tema, assinale a alternativa correta.


(A) Bandura concentrou seus estudos em necessidades, traços e impulsos,
diferentemente de Skinner, que concentrou suas pesquisas em comportamentos
manifestos.
(B) Bandura admite variáveis cognitivas internas que fazem mediações entre
estímulos e respostas, o que não existe no sistema de Skinner.
(C) Bandura observou o comportamento de humanos em ambientes exclusivamente
individuais.
(D) Diferentemente de Skinner, Bandura discorda que o comportamento é aprendido
e que o reforço é fundamental para a aprendizagem.
(E) A abordagem de Bandura ficou comumente conhecida como teoria do reforço.

11. IADES - EBSERH/SEDE – Psicólogo – 2012


De acordo com as técnicas psicodramáticas, julgue os itens a seguir
I- Na técnica da apresentação pessoal um personagem auxiliar
representa, com permissão do sujeito, um de seus aspectos.
II - Na inversão dos papéis, o sujeito troca de papel com o seu
parceiro, real ou auxiliar.
III - Na técnica do espelho, o sujeito é representado no palco por um
personagem auxiliar, que mostra como o paciente age, nas diversas
situações da vida, e como os outros o veem.
IV - Na técnica do duplo, o sujeito revive alguma situação que faz, fez
ou poderia fazer parte de sua vida.
A quantidade de itens certos é igual a
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(A) 0.
(B) 1.
(C) 2
(D) 3.
(E) 4.

12. IADES – EBSERH - HC-UFTM – Psicólogo Organizacional – 20135


No que se refere às técnicas utilizadas na terapia cognitivo-comportamental
(TCC), assinale a alternativa correta.

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(A) Exposição e prevenção de resposta é uma técnica, especialmente, usada no


tratamento do transtorno obsessivo-compulsivo.
(B) Inoculação do estresse diz respeito à verificação do nível de estresse e não é
considerada uma técnica psicoterápica.
(C) Ao iniciar a dessensibilização sistemática, o paciente é levado a um bom grau de
excitação fisiológica, quando, então, será exposto aos estímulos ou as situações
temidas.
(D) A técnica de solução de problemas treina o paciente em respostas possíveis para
o manejo ineficaz de uma situação problema.
(E) A exposição interoceptiva não é útil no tratamento do transtorno de pânico.

13. AOCP – EBSERH – HU/UFS – Psicólogo Hospitalar – 2013


A Psicoterapia Breve é uma técnica muito usada pelos psicólogos na saúde. Sobre
esse assunto, assinale a alternativa correta.
(A) O nome Psicoterapia Breve demonstra a característica da técnica que é o tempo
curto das sessões.
(B) Essa técnica tão específica que é a Psicoterapia Breve só é possível na linha
teórica da psicanálise.
(C) Dentre os principais conceitos da Psicoterapia Breve, podem-se destacar:
experiência emocional corretiva, aliança terapêutica e foco.
(D) A Psicoterapia Breve é orientada pela associação livre sem apresentar qualquer
tipo de planejamento para o tratamento.
(E) Qualquer paciente é adequado para uma Psicoterapia Breve, sem restrições.

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14. CESPE - MPU – 2013


Julgue os itens a seguir, considerando a teoria psicanalítica de M. Klein.
A técnica do brincar proposta por Klein equivale à teoria da transferência
proposta por Freud.
( ) Certo ( ) Errado

15. CESPE - MPU – 2013


A técnica de aprendizagem denominada role playing consiste na dramatização de
sessões já realizadas pelo supervisionando.

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( ) Certo ( ) Errado

16. CESPE - 2011 - TRE-ES - Analista - Psicologia - Específicos


Com relação às teorias e técnicas psicoterápicas, julgue os próximos
itens.
Como na terapia fenomenológica o foco da awareness é o agora, não é
importante que se considerem, no processo terapêutico, eventos anteriores ou
acontecidos na infância do paciente.
( ) Certo ( ) Errado

17. CESPE - 2008 - INSS - Analista do Seguro Social - Psicologia


Julgue o item a seguir:
A terapia comportamental baseia-se em alguns princípios e teorias da
aprendizagem para explicar tanto o surgimento como a eliminação de sintomas
psicopatológicos mediante a aplicação de suas técnicas. Essas técnicas incluem o
condicionamento clássico, o condicionamento operante, a aprendizagem social, a
inibição recíproca e a dessensibilização sistemática.
( ) Certo ( ) Errado

18.CESPE - 2009 - TRT - 17ª Região (ES) - Analista Judiciário - Psicologia


Julgue o item a seguir:
As terapias analítico-comportamentais apresentam propostas de intervenção
para várias aplicações, exemplificadas pela terapia de aceitação e compromisso e pela
psicoterapia analítica funcional. 03320238507

( ) Certo ( ) Errado

19. CESPE - 2009 - TRT - 17ª Região (ES) - Analista Judiciário - Psicologia
Julgue o item a seguir:
A terapia de aceitação e compromisso trata, principalmente, da esquiva emocional e
se propõe a abandonar as tentativas de controlar as lembranças negativas para
encontrar fontes alternativas de reforçamento.
( ) Certo ( ) Errado

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20. CESPE - 2010 - DPU – Psicólogo


Com relação a técnicas psicoterápicas, assinale a opção correta.
a) A redução de danos aplicada a casos de abuso de substancias psicoativas requer
total abstinência.
b) A dessensibilização sistemática é útil para o tratamento de fobia específica, mas é
inadequada para tratar fobia social.
c) Exposição gradual ao vivo é o mesmo que exposição por imersão.
d) Exposição e prevenção de resposta é utilizada quando o paciente não sofre de
ansiedade.
e) A reestruturação cognitiva de crenças disfuncionais é apropriada para tratar
anorexia nervosa.

21. CESPE - 2010 - MS – Psicólogo


Supondo que, em um hospital público, há um programa em grupo destinado
ao tratamento e à prevenção de fobia social para pessoas de diferentes idades, julgue
os próximos itens, acerca dessa condição clínica e dos procedimentos e rotina desse
serviço.
Durante o tratamento da fobia social, o paciente deve ser afastado tanto
quanto possível de situações sociais típicas de sua rotina para que as novas respostas
treinadas sejam desenvolvidas dentro do grupo terapêutico, usando os próprios
participantes como pares sociais. Isso assegura um ambiente protegido e acolhedor
durante todo o tratamento, que minimiza a chance de ansiedade e assegura o
aprendizado das respostas desejadas.
( ) Certo ( ) Errado 03320238507

22. FCC – TRT 12˚ Região - 2013


Algumas técnicas básicas utilizadas na psicoterapia psicodramática, dentre outras,
são: duplo, espelho, solilóquio e
(A) inversão de papéis.
(B) confluência de papéis.
(C) anulação de papéis.
(D) mix de papéis.
(E) deslocamento de papéis.
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23. FCC - 2009 - TRT - 4ª REGIÃO (RS) - Analista Judiciário -


Psicologia
Uma das técnicas da terapia do comportamento é a dessensibilização sistemática,
que corresponde a um método para reduzir de maneira gradual
a) o descontentamento e a tristeza.
b) as alucinações e as distorções auditivas.
c) a mania e as atuações.
d) o comportamento distorcido e excitado.
e) o medo e a ansiedade.

Questões Comentadas e Gabaritadas

1. FGV – Detran/Rn 2010


Em J. Laplanche / J.B. Pontalis encontramos “o Complexo de Édipo não é
redutível a uma situação real, à influência efectivamente exercida sobre a criança pelo
casal parental. Ele retira sua eficácia do facto de fazer intervir uma instância
interditória (proibição do incesto) que barra o acesso à satisfação naturalmente
procurada e que liga inseparavelmente o desejo à lei (ponto que J. Lacan acentuou).
Isto reduz o alcance da objecção introduzida por Malinovski e retomada pela
chamada escola culturalista, segundo a qual, em determinadas civilizações em que o
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pai é desprovido de toda a função repressiva, não existiria Complexo de Édipo, mas
um complexo nuclear característico de tal estrutura social: na realidade, nessas
civilizações, os psicanalistas procuram descobrir em que personagens reais, e mesmo
em que instituição, se incarna a instância interditória, em que modalidades sociais se
especifica a estrutura triangular constituída pela criança, o seu objeto natural e o
portador da lei.” Considerando os estudos psicanalíticos presentes na citação, sobre o
Complexo de Édipo, podemos afirmar:
a) Em determinadas civilizações em que o pai é desprovido da função repressiva, não
ocorre a vivência do Complexo.
b) O Complexo de Édipo não é universal.
c) A interdição do incesto não é a lei universal que diferencia cultura e natureza.
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d) A relação triangular constituída pela criança, com sua instância interditória pode
se especificar em diferenciadas modalidades sociais.
e) O que irá ser interiorizado para a estruturação psíquica da pessoa, é somente o
processo de interdição vivido pela criança em sua relação com o casal parental.
Gabarito: D
Comentários: Você deve se lembrar que o Complexo de Édipo é universal e
independe da presença real do pai. Assim, as duas primeiras assertivas estão erradas.
E, assim como o complexo, a interdição do incesto é universal também (discutida em
Totem e Tabu -1913). A alternativa D está correta, pois reflete adequadamente a
perspectiva de que a interdição que o pai realiza terá impacto em vários âmbitos
sociais. A última assertiva erra ao afirmar que somente o processo de interdição é
apropriado pela criança (pois o complexo de Édipo apresenta outras consequências
que não se limitam apenas a essa parte).

2. FGV – Tecnologista em Saúde Pública – FIOCRUZ/2010


A expressão "mecanismo de defesa" aparece, entre outros, nas obras
metapsicologicas de 1915 escritas por Freud, em duas acepções um tanto distintas: (1)
designa o conjunto dos processos defensivos em geral ou de determinada neurose e
(2) exprime a utilização defensiva de um ou outro “destino pulsional”.
Assim, podemos afirmar serem mecanismos de defesa os seguintes processos:
f) recalque, retorno da pulsão sobre a própria pessoa e a própria projeção.
g) Narcisismo, retorno da pulsão sobre a própria pessoa e projeção.
h) Recalque, projeção e processo primário
i) Narcisismo, recalque e projeção
j) Recalque, retorno da pulsão sobre a própria pessoa e fixação.
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Gabarito: A
Comentários: Caso procuremos os nomes dos mecanismos de defesa nas
alternativas não iremos encontrar. O bom dessa questão é o excelente exemplo que
ela oferece para nos mostrar que não devemos brigar com a banca ou com a questão.
Devemos nos centrar no enunciado da questão que explicita as acepções dos
mecanismos de defesa. O recalque entra nessa definição, o narcisismo não (pois não é
entendido como uma defesa em si). No processo primário a energia tende a escoar
livremente, passando de uma representação para outra e procurando a descarga de
maneira mais rápida e direta possível, o que caracteriza o princípio do prazer. Na
projeção temos o sentido mais clássico de mecanismo de defesa. A fixação é um
mecanismo de defesa, e um processo pelo qual o indivíduo permanece vinculado a
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modos de satisfação ou padrões de comportamento característicos de uma fase


anterior de seu desenvolvimento libidinal. Por fim, o retorno da pulsão sobre a
própria pessoa exprime a utilização defensiva de um ou outro “destino pulsional”
(segunda concepção de mecanismo de defesa descrito no enunciado da questão).
Mas Alyson, então a letra E está certa? Na minha opinião está também. Não sei
como a banca justificou que não estaria.

3. FGV – Tecnologista em Saúde Pública – FIOCRUZ/2010


Ao longo de sua obra, Freud pouco alude ao que chamou de contratransferência,
ou seja, ao conjunto das reações inconscientes do analista à pessoa do analisando e,
mais particularmente, à transferência deste. Do ponto de vista técnico, analise as
orientações que o psicanalista deveria seguir face o estabelecimento de um processo
contratransferencial.
I. Elaborar ao máximo as manifestações contratransferenciais através da análise
pessoal para que a situação analítica se estruture eminentemente pela transferência
do paciente.
II. Utilizar, controladamente, as manifestações contratransferenciais no
trabalho analítico, já que, segundo Freud, o inconsciente do analista é um
instrumento que não deve ser totalmente desprezado na situação analítica.
III. Guiar-se principalmente pelos processos contratransferenciais na situação
analítica.
Analise:
a) se apenas a I é adequada.
b) se apenas a II é adequada.
c) se apenas a I e a III são adequadas. 03320238507

d) se apenas a I e a II são adequadas.


e) se todas são adequadas.
Gabarito: D
Comentários: Essa questão remete a postura clínica do analista diante do
analisado. A discrepância ocorre, em um percentual bastante significativo de
questões, por palavras soltas que acabam por mudar o sentido das frases. Você
consegue identificar qual a palavra que está fora de contexto? A palavra é
“principalmente”. Apesar da contratransferência ser de observação necessária para o
contexto clínico, não é ela quem principalmente conduz a situação analítica.

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4. FGV – Tecnologista em Saúde Pública – FIOCRUZ/2010


Assinale a afirmativa que apresenta o conceito psicanalítico de transferência.
a) A atualização para o sujeito de etapas ultrapassadas do seu desenvolvimento e a
passagem a modos de expressão e de comportamento de nível inferior do ponto de
vista da complexidade, da estruturação e da diferenciação.
b) Um dos modos essenciais do funcionamento dos processos inconscientes que
consiste em que uma única representação representa por si só várias cadeias
associativas em cuja interseção ela se encontra.
c) O processo pelo qual os desejos inconscientes se atualizam sobre determinados
objetos no quadro de um certo tipo de relação estabelecida com eles e,
eminentemente, no quadro da relação analítica.
d) O conjunto das reações inconscientes do analista relativos à pessoa do analisando.
e) O mecanismo de formação de sintomas que opera na histeria e consiste na
transposição de um conflito psíquico e numa tentativa de resolvê-lo em termos de
sintomas somáticos, motores ou sensitivos.
Gabarito: C
Comentários: Essa questão é mais fácil que a anterior. A definição está cristalina na
alternativa C.

5. IADES – EBSERH – HUOL –Psicólogo Organizacional – 2013


A técnica da associação livre, descrita por Freud, refere-se a:
(A) um tipo de devaneio em voz alta.
(B) um bloqueio ou recusa para revelar lembranças dolorosas.
(C) uma interpretação de sonhos para trazer à tona conflitos inconscientes.
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(D) um histórico detalhado de uma pessoa que contém dados de uma série de fontes.
(E) respostas precipitadas aos desenvolvimento.
Gabarito: A
Comentários: Para Freud, a técnica é um devaneio em voz alta. Em outras palavras,
o paciente encadeia pensamentos livremente, sem nenhum compromisso com
qualquer coisa, verbalizando as associações que lhe ocorrerem. A função da “voz alta”
é de comunicar ao psicanalista para que este possa fazer sua interpretação.

6. IADES – EBSERH – HUOL –Psicólogo Organizacional – 2013

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Acerca das principais técnicas das abordagens psicodinâmicas em psicologia, é


correto afirmar que se encontram a(o)
(A) ludoterapia e o role-play.
(B) role-play e a associação livre.
(C) transferência e o questionamento socrático.
(D) treino em habilidades sociais e a solução de problemas.
(E) análise dos sonhos e a associação livre.
Gabarito: E
Comentários: Entre as técnicas clássicas das abordagens psicodinâmicas estão a
livre associação e a interpretação dos sonhos. A análise dos chistes e atos falhos,
assim como o brincar nas terapias analíticas de Winnicott e outros autores, também
são métodos psicanalíticos para acessar o inconsciente.

7. IADES – EBSERH - HC-UFTM – Psicólogo Organizacional – 2013


No que diz respeito às teorias e técnicas psicológicas, assinale a alternativa
correta.
(A) A “regressão” e a “contratransferência” são características típicas de sessões de
psicanálise – psicoterapia de base humanista.
(B) Na psicoterapia breve dinâmica, costuma-se trabalhar de maneira livre, sem
delimitação de um foco, problema ou conflito, uma vez que é o paciente quem
determina a duração do tratamento.
(C) Uma premissa básica da teoria cognitiva é que a maneira como as pessoas
interpretam suas experiências determina como elas se sentem e se comportam.
(D) Na prática, a terapia de família segue sempre um único modelo (estrutural),
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independentemente dos problemas em foco.


(E) A psicoterapia de grupo é contraindicada em situações de crise ou estresse agudo.
Gabarito: C
Comentários: A psicanálise não é classificada dentro da corrente humanista de
psicoterapias. Na psicoterapia breve dinâmica existe a diretividade e o foco. A terapia
familiar é, pela sua própria definição, variada de acordo com os arranjos familiares
encontrados. A psicoterapia de grupo não tem qualquer contraindicação a situações
de crise ou estresse agudo.

24. IADES – EBSERH - HC-UFTM – Psicólogo Organizacional –


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2013
Com base nas teorias e técnicas psicológicas, assinale a alternativa correta.
(A) A análise dos sonhos e o estudo dos atos falhos podem ser considerados métodos
da teoria psicanalítica.
(B) A técnica do psicodrama não pode ser usada em situações não terapêuticas nem
aplicada ao sociodrama.
(C) O pré-consciente descrito por Freud refere-se ao sistema em que permanecem os
conteúdos inacessíveis à consciência.
(D) Nos estudos de Freud, o “ego” constitui o reservatório da energia psíquica e é
onde se “localizam” as pulsões de vida e de morte.
(E) Um dos pontos de convergência entre a gestalt- terapia e a psicanálise é o
enfoque no conceito do inconsciente.
Gabarito: A
Comentários: A análise dos sonhos e o estudo dos atos falhos são métodos
psicanalíticos utilizados para o desvelamento do inconsciente.

25. IADES – EBSERH – HUOL – Psicólogo Hospitalar – 2013


Na relação que se estabelece na entrevista, deve-se contar com dois fenômenos
altamente significativos: a transferência e a contratransferência. A segunda refere-se
(A) a uma tendência universal de o paciente trazer para a relação atual com o
entrevistador sentimentos e conflitos originários de relacionamentos com pessoas
importantes no início da vida.
(B) ao processo de empatia estabelecido pelo entrevistado para com o entrevistador,
que favorecerá a troca de informações e a ajuda mútua para que o processo
03320238507

psicoterapêutico obtenha sucesso.


(C) à atualização, na entrevista, de sentimentos, atitudes e condutas inconscientes,
por parte do entrevistado, que correspondem a modelos que este estabeleceu no
curso do desenvolvimento, especialmente na relação interpessoal com seu meio
familiar.
(D) aos sentimentos, às atitudes e às condutas inconscientes que o entrevistador
deposita no paciente em resposta ao lugar no qual o paciente o coloca.
(E) ao movimento empático, em que o entrevistado atuará na relação com o seu
entrevistador em papéis projetados em cenas identificadas por ele como de extrema
tensão emocional.

∃%&∋())&%!∗+,)&−!./%%&)! 2#!

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Gabarito: D
Comentários: A contratransferência é a reação do analista provocada pela
transferência do paciente. A primeira, terceira e quinta assertivas tratam da
transferência e a segunda trata do rapport (sincronização entre paciente e
terapeuta).

26. IADES – EBSERH – HUOL –Psicólogo Organizacional – 2013


Bandura e Skinner buscaram compreender a personalidade por meio de
trabalhos laboratoriais. Com base no tema, assinale a alternativa correta.
(A) Bandura concentrou seus estudos em necessidades, traços e impulsos,
diferentemente de Skinner, que concentrou suas pesquisas em comportamentos
manifestos.
(B) Bandura admite variáveis cognitivas internas que fazem mediações entre
estímulos e respostas, o que não existe no sistema de Skinner.
(C) Bandura observou o comportamento de humanos em ambientes exclusivamente
individuais.
(D) Diferentemente de Skinner, Bandura discorda que o comportamento é aprendido
e que o reforço é fundamental para a aprendizagem.
(E) A abordagem de Bandura ficou comumente conhecida como teoria do reforço.
Gabarito: B
Comentários: Skinner e Bandura concentraram seus estudos nos comportamentos
manifestos e não versaram sobre impulsos, necessidades ou traços. Na teoria da
aprendizagem social o comportamento aprendido é adquirido através de modelos
sociais. Nesse comportamento aprendido por modelos o reforço ainda ocorre, mas de
forma vicária (pela observação e expectativa de utilidade do modelo aprendido).
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27. IADES - EBSERH/SEDE – Psicólogo – 2012


De acordo com as técnicas psicodramáticas, julgue os itens a seguir
I- Na técnica da apresentação pessoal um personagem auxiliar
representa, com permissão do sujeito, um de seus aspectos.
II - Na inversão dos papéis, o sujeito troca de papel com o seu
parceiro, real ou auxiliar.

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III - Na técnica do espelho, o sujeito é representado no palco por um


personagem auxiliar, que mostra como o paciente age, nas diversas
situações da vida, e como os outros o veem.
IV - Na técnica do duplo, o sujeito revive alguma situação que faz, fez
ou poderia fazer parte de sua vida.
A quantidade de itens certos é igual a
(A) 0.
(B) 1.
(C) 2
(D) 3.
(E) 4.
Gabarito: C
Comentários: Na técnica do duplo é o terapeuta quem revive as experiências do
paciente. Não existe técnica de apresentação pessoal no psicodrama (ou qualquer
abordagem).

28. IADES – EBSERH - HC-UFTM – Psicólogo Organizacional –


20135
No que se refere às técnicas utilizadas na terapia cognitivo-comportamental
(TCC), assinale a alternativa correta.
(A) Exposição e prevenção de resposta é uma técnica, especialmente, usada no
tratamento do transtorno obsessivo-compulsivo.
(B) Inoculação do estresse diz respeito à verificação do nível de estresse e não é
considerada uma técnica psicoterápica. 03320238507

(C) Ao iniciar a dessensibilização sistemática, o paciente é levado a um bom grau de


excitação fisiológica, quando, então, será exposto aos estímulos ou as situações
temidas.
(D) A técnica de solução de problemas treina o paciente em respostas possíveis para
o manejo ineficaz de uma situação problema.
(E) A exposição interoceptiva não é útil no tratamento do transtorno de pânico.
Gabarito: A
Comentários: A exposição e prevenção de resposta técnica utilizada para a
redução de ansiedade, especialmente em pacientes com transtorno obsessivo-
compulsivo. Consiste na gradual apresentação do paciente aos estímulos ansiogênicos
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ao mesmo tempo em que evita-se a emissão de comportamentos ritualísticos. A


inoculação de estresse é uma importante técnica de psicoterapia cognitivo
comportamental. Na dessensibilização sistemática a excitação fisiológica é uma das
últimas etapas e ocorre pela exposição às situações temidas. A técnica de solução de
problemas treina o paciente em respostas possíveis para o manejo eficaz de uma
situação problema. A exposição interoceptiva é bastante útil no tratamento do
transtorno de pânico.

29. AOCP – EBSERH – HU/UFS – Psicólogo Hospitalar – 2013


A Psicoterapia Breve é uma técnica muito usada pelos psicólogos na saúde. Sobre
esse assunto, assinale a alternativa correta.
(A) O nome Psicoterapia Breve demonstra a característica da técnica que é o tempo
curto das sessões.
(B) Essa técnica tão específica que é a Psicoterapia Breve só é possível na linha
teórica da psicanálise.
(C) Dentre os principais conceitos da Psicoterapia Breve, podem-se destacar:
experiência emocional corretiva, aliança terapêutica e foco.
(D) A Psicoterapia Breve é orientada pela associação livre sem apresentar qualquer
tipo de planejamento para o tratamento.
(E) Qualquer paciente é adequado para uma Psicoterapia Breve, sem restrições.
Gabarito: C
Comentários: O termo “breve” não significa que as sessões são curtas, de 15
minutos, por exemplo, mas que o contato com o paciente tem duração menor que os
modelos tradicionais adotados em psicoterapia. Essa abordagem, apesar de ter
nascido na psicanálise, apresenta-se também através de outras abordagens
atualmente, como a psicoterapia breve de base gestáltica e comportamental. Uma de
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suas características principais é o foco, assim, práticas de associação livre são


evitadas ou restringidas pela necessidade de objetividade. Temos restrições de acesso
à psicoterapia breve, nem todo paciente é elegível para tal tipo de terapia (como
ocorre com todas as abordagens).

30. CESPE - MPU – 2013


Julgue os itens a seguir, considerando a teoria psicanalítica de M. Klein.
A técnica do brincar proposta por Klein equivale à teoria da transferência
proposta por Freud.

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( ) Certo ( ) Errado
Gabarito: E
Comentários: Uma coisa é uma coisa, outra é, outra. A teoria da transferência de
Freud é muito mais ampla que a técnica do brincar de Klein. Essa técnica, na verdade,
é uma das formas pela qual a criança irá realizar a transferência, não sendo assim
possível confundi-la com o seu propósito. Sobre a técnica do brincar:

Para M. Klein (1927), o brincar é uma liberação de fantasias relacionadas


à sexualidade infantil e apresenta um mecanismo de personificação. As
personagens envolvidas no jogo pela criança revelam várias correntes conflitivas
das instâncias psíquicas – id – ego – superego. Os aspectos persecutórios do
superego, a satisfação das pulsões do id e as defesas do ego são distribuídas em
várias personagens que compõem a trama do jogo. O brincar está diretamente
ligado à produção onírica, na qual estão presentes os mesmos mecanismos e
métodos da representação dos sonhos, especialmente o simbolismo. “A criança
expressa suas fantasias, desejos e experiências de uma forma simbólica, através
de jogos e brinquedos. Ao fazê-lo utiliza os mesmos modos arcaicos e
filogenéticos de expressão, a mesma linguagem, à qual já nos familiarizamos
nos sonhos...”
Diversas atitudes diante da realidade são reveladas na brincadeira de
crianças que sofriam de vários tipos de doenças. Na parafrenia há a mais
completa repressão da fantasia e afastamento da realidade. Nas crianças
paranóicas, a relação com a realidade está subordinada ao funcionamento ativo
da fantasia, sendo que o equilíbrio entre as duas pende mais para o lado da
irrealidade. As experiências que as crianças neuróticas representam através das
brincadeiras são tingidas de forma obsessiva pela necessidade de punição e o
medo de final infeliz. As crianças normais, porém, têm melhor domínio da
realidade. Sua brincadeira mostra que elas são mais capazes de influenciar a
realidade e viver dentro dela em conformidade com suas fantasias. No entanto,
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mesmo quando não há a possibilidade de alterar a situação em que se


encontram, conseguem suportá-la melhor, pois a fantasia mais livre lhes oferece
refúgio. Além disso, a descarga das fantasias masturbatórias através de recursos
ego-sintônicos (como a brincadeira e outras sublimações) lhes oferece maiores
oportunidades de gratificação.

Fonte: Ivana S. P de Mello. O Brincar no Processo Psicanalítico Infantil. Disponível


em:
http://www.escolafreudianajp.org/arquivos/trabalhos/O_Brincar_no_Processo_Psi
canalitico_Infantil.pdf

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31. CESPE - MPU – 2013


A técnica de aprendizagem denominada role playing consiste na dramatização de
sessões já realizadas pelo supervisionando.
( ) Certo ( ) Errado
Gabarito: C
Comentários: Correto novamente, sobre isso:

O role-playing é um "como-se" da sessão psicoterápica, no qual, por


exemplo, supervisor e supervisionando, assumindo alternadamente os papéis de
terapeuta e paciente, possam juntos compor as várias alternativas do processo
psicoterápico pelo revivenciar psicodramático de situações ocorridas na(s)
sessão(ões) prévia(s) ou ensaiar os passos futuros de sessões vindouras. Assim,
não só o role-playing serviria para preencher as lacunas compreensivas do
material de sessões já ocorridas, como possibilitaria a antecipação imaginária
dos eventos possíveis ou prováveis no devir grupal, ensejando ao
supervisionando o domínio das ansiedades frente ao novo e desconhecido, que
tantas vezes o paralisa em sua função psicoterápica.
Ao dramatizar uma sessão já ocorrida, o role-playing permite ao
supervisionado revivenciá-la, experimentando distintos ângulos de (auto)
observação do papel que desempenhou, bem como ampliar o enfoque
compreensivo do material aportado pelo grupo, por meio de sua observação
especular, pela rotatividade de papéis inerente à própria natureza dessa técnica
de aprendizado.
Por outro lado, a representação, por meio do "como-se" dramático de
uma sessão futura oferece-lhe a oportunidade de testar previamente suas
atitudes e reações frente a eventuais emergentes grupais, assim como lhe
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permite o confronto com as suas vicissitudes na tarefa, sem a sobrecarga


ansiogênica da realidade factual.

Disponível em: http://www.psiquiatriageral.com.br/educacaomedica/role.htm

32. CESPE - 2011 - TRE-ES - Analista - Psicologia - Específicos


Com relação às teorias e técnicas psicoterápicas, julgue os próximos
itens.

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Como na terapia fenomenológica o foco da awareness é o agora, não é


importante que se considerem, no processo terapêutico, eventos anteriores ou
acontecidos na infância do paciente.
( ) Certo ( ) Errado
Gabarito: E
Comentários: O foco do awareness é o aqui-agora, mas isso não exclui a
consideração no processo terapêutico de eventos anteriores significativos para o
paciente.
Vou novamente aproveitar para adicionar conteúdo e indicar um belo texto
de um belo site de psicologia:
Todas as pessoas geralmente me perguntam o que é afinal Gestalt Terapia.
O homem para a Gestalt Terapia é um ser-no-mundo, o que significa que ele
age ativamente sobre o mundo e o transforma e recebe dele também influências, em
uma relação recíproca. O homem é um organismo, um todo unificado que é diferente
das partes que o constituem, assim como a soma destas. O que afeta uma parte afeta
o todo.
Um dos conceitos mais importantes para esta teoria é o de contato, contato é
o que ocorre entre o organismo e tudo que é diferente dele. É o meio para mudar a si
mesmo e a experiência que se tem no mundo. É quando se pode escolher entre o que
serve e o que não serve, assimilando ou rejeitando e isto inevitavelmente gera
mudança e crescimento.
O self, portanto, é a função de contatar o aqui-e-agora, por isso diz-se que ele
é temporal, pois ele só existe no presente. É no aqui-e-agora que o contato acontece e
o self sempre vai existir na fronteria de contato.
O self é o processo de figura/fundo em situações de contato, servindo para o
ajustamento que se faz ao encontrar obstáculos no meio. O self não é algo que faz
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parte do organismo.
A prática clínica da gestalt terapia apóia-se na tríade: a relação figura/fundo,
a awareness e o método fenomenológico.
O processo de contatar ocorre a partir de um ir e vir de figuras e fundos, para
que seja possível a satisfação de uma determinada necessidade. Porém quando a
formação e destruição de gestalten estão interrompidas, as necessidades não são
reconhecidas formando gestalten incompletas, interferindo na formação de novas
gestalten.
Para haver este processo de contatar é necessário que haja a auto-regulação,
que é ajustar a necessidade do indivíduo com as possibilidades do meio. A auto-
regulação depende de dois processos interligados: a awareness sensorial (a pessoa
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saber qual é a sua necessidade) e a agressão (destruir ou desestruturar o que vem do


meio, e só ficar com o que serve).
Awareness significa experienciar por inteiro, como um todo, o processo de
contatar. Esta só será eficaz quando fundamentada e energizada pela necessidade
atual do organismo, conhecendo a realidade da situação e como a pessoa está na
situação, sempre no aqui-e-agora. A awareness está sempre em transformação, pois o
agora muda em cada momento.
O método usado pela gestalt terapia é a fenomenologia e consiste na busca do
entendimento através do que é óbvio, do que aparece e não na interpretação do que
está por traz daquilo. Experienciando a situação, a awareness sensorial pode
descobrir esse óbvio e assim chegar a awareness deliberada, que é saber qual a
importância daquela necessidade para a pessoa.
Contudo as pessoas perdem o óbvio. Na Gestalt Terapia o cliente aprende a
ficar aware daquilo que está fazendo e como está fazendo, sem dar tanta importância
em como ele deveria ser ou porque ele é assim. O conteúdo é fundo e a forma é a
figura para o terapeuta.
Através da awareness do que a pessoa está fazendo e de como está fazendo,
conhecendo quem é, pode ocorrer à mudança. Esta é a Teoria Paradoxal de Mudança,
ou seja, a mudança ocorre quando uma pessoa se torna o que é, não quando tenta
converter-se no que não é. O gestalt terapeuta tem então um papel de transformador,
encorajando e muitas vezes insistindo que o paciente seja onde e o que ele é. É
quando o cliente abandona o que gostaria de se tornar e tenta ser o que é que ocorre a
mudança.
O gestalt terapeuta evita a hierarquização do papel de terapeuta, pois acredita
que a dicotomia dominador/dominado (topdog/underdog) já existe dentro da pessoa,
ou seja, existe uma parte querendo que a outra mude e outra querendo ser mudada. É
através do trabalho com essas polaridades que pode haver a integração da energia
que está dividida, sendo aquilo que é plenamente, a pessoa pode se tornar outra
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pessoa.
Este trabalho fenomenológico é feito através de uma relação Eu-Tu que
pressupõe que o contato (encontro) acontece quando dois diferentes estão em relação
sem nenhum objetivo, reconhecendo as semelhanças e aceitando as diferenças. Cada
um é responsável por si, por influenciar e se permitir ser influenciado pelo outro,
conectando e separando-se.
O gestalt terapeuta respeita a auto-regulação do cliente, sem querer substituí-
la pelo objetivo do terapeuta ou da terapia. Através das técnicas fenomenológicas,
podem ser sugeridas maneiras que o cliente poderia experienciar o novo, tendo
sempre como objetivo que o cliente tenha awareness.

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A intervenção terapêutica da Gestalt Terapia está apoiada no ver e sentir do


terapeuta, isso ajuda o cliente a ficar aware. O cliente pode ter awareness do próprio
processo de awareness através de experimentos, tarefas propostas com esse objetivo
que surgem do diálogo Eu-Tu, do aqui-e agora. É um trabalho verbal com
experimentação.
Quando o cliente fica awareness do seu comportamento consegue usar sua
força para auto-sustentar-se ao invés de se interromper. O terapeuta conduz seu
trabalho para a integração das partes desconectadas, levando o cliente a explorar,
aprendendo por si mesmo como escolher, responsabilizando-se por si e por suas
escolhas.
Fonte: http://gestaltterapeuta.blogspot.com.br/2008/07/gestalt-terapia.html

33. CESPE - 2008 - INSS - Analista do Seguro Social - Psicologia


Julgue o item a seguir:
A terapia comportamental baseia-se em alguns princípios e teorias da
aprendizagem para explicar tanto o surgimento como a eliminação de sintomas
psicopatológicos mediante a aplicação de suas técnicas. Essas técnicas incluem o
condicionamento clássico, o condicionamento operante, a aprendizagem social, a
inibição recíproca e a dessensibilização sistemática.
( ) Certo ( ) Errado
Gabarito: C
Comentário: Perfeita definição

34. CESPE - 2009 - TRT - 17ª Região (ES) - Analista Judiciário - Psicologia
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Julgue o item a seguir:


As terapias analítico-comportamentais apresentam propostas de intervenção
para várias aplicações, exemplificadas pela terapia de aceitação e compromisso e pela
psicoterapia analítica funcional.
( ) Certo ( ) Errado
Gabarito: C
Comentário: A terapia analítico-comportamental – a psicologia clínica embasada
no Behaviorismo Radical e na Análise do Comportamento – compreende que o
processo terapêutico deve evitar qualquer tipo de controle aversivo, com o intuito de
ser um contraponto àquilo que o cliente experiencia em sua vida cotidiana.
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O olhar clínico analítico-comportamental procura compreender a ampla gama de


relações que o indivíduo tem com o ambiente, e para isso lança mão da avaliação
funcional. A avaliação funcional é a identificação das relações de dependência entre
as ações do organismo e os eventos ambientais antecedentes e conseqüentes.
Nessa forma de psicoterapia, a avaliação funcional é base da compreensão da
problemática do cliente e é dela que deve partir toda e qualquer proposta de
intervenção, seja esta realizada através de técnicas ou não. É pertinente ressaltar que
as técnicas, se necessárias, podem atuar nas diferentes instancias da problemática do
indivíduo e que seu uso está sempre correlacionado com avaliações constantes de sua
necessidade e eficácia.

35. CESPE - 2009 - TRT - 17ª Região (ES) - Analista Judiciário - Psicologia
Julgue o item a seguir:
A terapia de aceitação e compromisso trata, principalmente, da esquiva emocional e
se propõe a abandonar as tentativas de controlar as lembranças negativas para
encontrar fontes alternativas de reforçamento.
( ) Certo ( ) Errado
Gabarito: C
Comentário: Creio que quem acertou, conscientemente, essa questão não precisará
nem fazer a prova para o Senado. Quase certamente, com 99,9% de chance, a prova
do senado trará uma abordagem pouco conhecida ou uma definição pouco comum.
Nessa caso não tem o que fazer, a sorte estará lançada. No nosso caso ainda podemos
fazer algo (rs). A literatura referente à Terapia de Aceitação e
Compromisso (ACT) existe essencialmente em inglês o que pode ser um obstáculo
para muitos. A ACT é uma proposta terapêutica que tem como propósito quebrar
processos de aprendizagem desenvolvidos em decorrência dos contextos sócio-
verbais presentes em nossa comunidade. Tais processos levariam à não aceitação e à
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tentativa de controle e esquiva de determinados sentimentos, como forma de


solucionar problemas psicológicos. Essa abordagem associa processos de aceitação e
atenção a processos de compromisso e mudança de comportamento para a criação de
uma flexibilidade psicológica.

36. CESPE - 2010 - DPU – Psicólogo


Com relação a técnicas psicoterápicas, assinale a opção correta.
a) A redução de danos aplicada a casos de abuso de substancias psicoativas requer
total abstinência.

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b) A dessensibilização sistemática é útil para o tratamento de fobia específica, mas é


inadequada para tratar fobia social.
c) Exposição gradual ao vivo é o mesmo que exposição por imersão.
d) Exposição e prevenção de resposta é utilizada quando o paciente não sofre de
ansiedade.
e) A reestruturação cognitiva de crenças disfuncionais é apropriada para tratar
anorexia nervosa.
Gabarito: E
Comentários: A assertiva “a” está errada pois não requer total abstinência para
iniciar a redução de danos. A dessensibilização sistemática é útil para a fobia social
(aliáis, todas as fobias!). Exposição gradual é aquela que é feita em passos (do nível
de menor grau de ansiedade para o de maior grau) enquanto que a técnica de
exposição por imersão (inundação) já apresenta o nível máximo de ansiedade de uma
só vez. A exposição e prevenção de resposta é muito utilizada em pacientes que
sofrem de ansiedade (no TOC, por exemplo). A última assertiva está correta.

37. CESPE - 2010 - MS – Psicólogo


Supondo que, em um hospital público, há um programa em grupo destinado
ao tratamento e à prevenção de fobia social para pessoas de diferentes idades, julgue
os próximos itens, acerca dessa condição clínica e dos procedimentos e rotina desse
serviço.
Durante o tratamento da fobia social, o paciente deve ser afastado tanto
quanto possível de situações sociais típicas de sua rotina para que as novas respostas
treinadas sejam desenvolvidas dentro do grupo terapêutico, usando os próprios
participantes como pares sociais. Isso assegura um ambiente protegido e acolhedor
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durante todo o tratamento, que minimiza a chance de ansiedade e assegura o


aprendizado das respostas desejadas.
( ) Certo ( ) Errado
Gabarito: E
Comentários: Lembram da questão anterior? Podemos usar tanto a exposição
gradual quanto a técnica de exposição e prevenção de respostas. Mas o erro da
afirmação está em creditar ao grupo, exclusivamente, a função de desenvolvimento de
habilidades sociais. O objetivo dos grupos terapêuticos não é de desenvolver
totalmente habilidades para que, somente assim, o paciente possa ser integrado à

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vida social. Ele é um adjunto no desenvolvimento dessas habilidades (ainda mais nas
fobias sociais).

38. FCC – TRT 12˚ Região - 2013


Algumas técnicas básicas utilizadas na psicoterapia psicodramática, dentre outras,
são: duplo, espelho, solilóquio e
(A) inversão de papéis.
(B) confluência de papéis.
(C) anulação de papéis.
(D) mix de papéis.
(E) deslocamento de papéis.
Gabarito: A
Comentários: No psicodrama, abordagem criada por Moreno, as técnicas utilizadas
se baseiam nos recursos teatrais. Entre as técnicas básicas, temos7:
a) Técnica do Duplo: nessa técnica, um eu-auxiliar (geralmente o terapeuta)
desempenha o papel de protagonista e expressa as reações emocionais que acredita
que o paciente possua mas que não perceba, tanto em termos de inibições quanto de
desconhecimento. Ele atua como um ego auxiliar que assume uma postura idêntica
ao do paciente, que ainda não é capaz de se expressar. Essa técnica ocorre no
momento em que o paciente apresenta a indiferenciação do Eu/Tu, ou seja, a
dependência materna para a expressão de suas necessidades e vontades. Seu objetivo
é fazer com que o cliente entre em contato com sua emoção não verbalizada. Assim,
quanto mais o terapeuta estiver identificado com o paciente, melhor será o
aproveitamento da técnica do duplo.
b) Técnica do Espelho: nessa técnica, o terapeuta assume a postura física que o
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paciente assume em determinado momento da dramatização, com o objetivo de que o


paciente, olhando para si de fora da cena, perceba com todos os aspectos presentes
nela e aprenda a verbalizar coerentemente a descrição dos comportamentos em
questão. Aqui o paciente já encontra um nível de diferenciação do Eu e do Tu, pois
consegue discernir o que faz e o que não faz parte de si e entende como espelhou-se
nos outros para criar sua identidade.
c) Técnica da Inversão de Papéis: nessa técnica, um indivíduo concretamente
toma o lugar do outro, sente, age, pensa e fala como este. Para Gonçalves8 (1993),
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quando a criança se torna capaz de reconhecer o outro, ela também se torna capaz de
começar a desempenhar os papéis que observa e, posteriormente, mostra-se capaz de
compreender o desempenho de seu papel por outro. Acredita-se que as condições
para estabelecer e de compreender a troca, indicam que se está na etapa de inversão
de papéis ou de reconhecimento do tu. No Psicodrama, a técnica de inversão de
papéis é utilizada para oferecer ao protagonista condição de atingir a perspectiva do
outro, de captar o ponto de vista do outro sobre ele e sobre si mesmo.
E o que é a técnica do solilóquio? É uma técnica que consiste em pedir ao
paciente que "pense alto", ou seja, o paciente verbaliza sua inquietação e seu modo
de construir a realidade, permitindo identificar estereótipos e inquietações.

39. FCC - 2009 - TRT - 4ª REGIÃO (RS) - Analista Judiciário -


Psicologia
Uma das técnicas da terapia do comportamento é a dessensibilização sistemática,
que corresponde a um método para reduzir de maneira gradual
a) o descontentamento e a tristeza.
b) as alucinações e as distorções auditivas.
c) a mania e as atuações.
d) o comportamento distorcido e excitado.
e) o medo e a ansiedade.
Gabarito: E
Comentários: Lembra de Wolpe? Caso não lembre, é salutar ler o trecho de artigo
abaixo9:
Assim como o contracondicionamento (emparelhamento de estímulos que eliciam
respostas contrárias àquelas produzidas pelo estímulo condicionado), a 03320238507

dessensibilização sistemática é uma técnica muito eficaz para suavizar o processo de


extinção de um reflexo condicionado e amenizar o sofrimento do indivíduo
(MOREIRA e MEDEIROS, 2007). Moreira e Medeiros (2007) explicam que, com
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base na generalização respondente, tal técnica consiste em dividir o procedimento de


extinção em pequenos passos, ou seja, consiste em expor o indivíduo gradativamente
a estímulos que eliciam respostas de menor magnitude até o estímulo condicionado
original.
De acordo com Knapp e Caminha (2003) e Negrão (2011), a dessensibilização
sistemática foi desenvolvida originariamente por Wolpe em 1958 e diz respeito a um
conjunto de técnicas de exposição/apromimação à experiência traumática,
envolvendo três etapas básicas: treinamento do cliente ao relaxamento físico,
estabelecimento de uma hierarquia de ansiedade em relação ao estímulo fóbico e
contracondicionamento do relaxamento como uma resposta ao estímulo temido,
iniciando-se com o elemento mais baixo na hierarquia de ansiedade até chegar ao
ponto mais alto dessa hierarquia previamente estabelecida na segunda etapa.
Moreira e Medeiros (p. 41, 2007) discorrem acerca do assunto explicando que
para utilizá-la na prática clínica é necessário primeiramente “construir uma escala
crescente da intensidade do estímulo (hierarquia de ansiedade)”, ou seja, descobrir
quais são os estímulos relacionados ao objeto fóbico que causam no indivíduo maior
ou menor medo. Em seguida, treina-se o cliente em uma resposta que é antagonista à
ansiedade (relaxamento muscular progressivo) e solicita-se ao mesmo que imagine
uma série de situações que provoquem ansiedade enquanto está profundamente
relaxado (REMOR, 2000).

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