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AVALIAÇÃO INTEGRADA DO IMPACTO DE PERIGOS COSTEIROS COM

BASE EM MODELOS DE ANÁLISE ESPACIAL

RELATÓRIO FINAL DE PROJETO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA


(PIBIC/CNPq)

João Pedro Steil (LOC/UFSC, Bolsista PIBIC/CNPq, jpsteil@hotmail.com)


Jarbas Bonetti Filho (LOC/UFSC, Orientador, jarbas.bonetti@ufsc.br)

FLORIANÓPOLIS
2018
RESUMO

A identificação de perigos relacionados às mudanças climáticas é de suma


importância para gerenciar perigos potenciais na zona costeira. Modelos conceituais
podem ser utilizados para a realização de estudos de suscetibilidade costeira. O Coastal
Hazard Wheel (CHW) funciona como uma ferramenta para avaliar e gerenciar diversos
perigos nas zonas costeiras de todo o mundo sob um cenário de mudanças climáticas.
No presente trabalho foram espacializados de forma integrada dados de arcabouço
geológico exposição às ondas, amplitude de maré, flora/fauna, balanço sedimentar e
clima de tempestades. Todo o processamento e representação dos dados descritos
anteriormente foram realizados com a utilização do software livre e gratuito
QuantumGIS. Após o tratamento e representação dos dados o presente estudo
identificou oito diferentes ambientes propostos pelo CHW que estão presentes na costa
de Santa Catarina sendo estes: TSR, R-2, R-1, PL-14, PL-6, PL-2, BL-6 e BL-2 e
consequentemente pôde gerar representações cartográficas referentes aos diferentes
níveis de suscetibilidade desses ambientes aos perigos de Perturbação dos ecossistemas,
Inundação gradual, Intrusão de água salgada, Erosão e Alagamento.

Palavras-chave: Suscetibilidade costeira, Análise Espacial, Erosão Costeira, Inundação


Costeira, Sistema de Informações Geográficas.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Localização da área de estudo..........................................................................8

Figura 2: Fluxograma referente à metodologia aplicada................................................10

Figura 3: Representação cartográfica da província 1 classificada de acordo com o


CHW................................................................................................................................11

Figura 4: Representação cartográfica da província 2 classificada de acordo com o


CHW................................................................................................................................12

Figura 5: Representação cartográfica da província 3 classificada de acordo com o


CHW................................................................................................................................14

Figura 6: Representação cartográfica da província 4 classificada de acordo com o


CHW................................................................................................................................15

Figura 7: Representação cartográfica da província 5 classificada de acordo com o


CHW................................................................................................................................16

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LISTA DE ABREVIAÇÕES

CHW – Coastal Hazard Wheel.

SIG – Sistema de Informações Geográficas.

SMC Brasil - Sistema Modelador Costeiro – Brasil.

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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................6
2. ÁREA DE ESTUDO............................................................................................7
3. OBJETIVOS .......................................................................................................9
3.1 Objetivo Geral.......................................................................................................9
3.2 Objetivos Específicos............................................................................................9
4. MATERIAIS E MÉTODOS...............................................................................9
5. RESULTADOS..................................................................................................11
5.1. Província 1...........................................................................................11
5.2. Província 2...........................................................................................12
5.3. Província 3...........................................................................................14
5.4. Província 4...........................................................................................15
5.5. Província 5...........................................................................................16
6. CONCLUSÃO....................................................................................................16
7. REFERÊNCIAS.................................................................................................17

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1. INTRODUÇÃO

De acordo com as previsões, as mudanças climáticas irão alterar as condições


ambientais ao longo das regiões costeiras de todo o mundo e consequentemente,
modificar o modo de vida das populações costeiras (IPCC, 2014). Segundo o IPCC
(2007), as áreas costeiras foram intensamente ocupadas durante o século XX e existe
uma forte tendência para que esse processo continue ao longo do século XXI. Estima-se
que a população atual seja de 1,2 bilhões nas regiões litorâneas do mundo todo, e que
ela aumente para 1,8-5,2 bilhões até a década de 2080 dependendo das premissas de
migração (IPCC, 2007). Ademais, calcula-se que as cidades litorâneas do Brasil
comportam 23% da população total do país. No Estado de Santa Catarina, cerca de
1.821.745 pessoas habitam a zona costeira (IBGE, 2004).

A zona costeira é formada pela plataforma continental e pela costa (CEPAL,


2012) e pode ser considerada como um ambiente complexo pelo fato de estar sujeita ao
intenso processo dinâmico resultante da ação das ondas, ventos e correntes (FRENCH,
2001). Segundo SILVA et al. (2004), estes processos resultam em diferentes tipos de
costa e “englobam movimentos tectônicos ao longo das margens continentais,
oscilações do nível do mar e a dinâmica erosiva e deposicional local”. Portando, pode-
se afirmar que a linha de costa possui grande variabilidade espacial e temporal e não
pode ser tratada de maneira permanente (FRENCH, 2001).

A identificação de perigos relacionados às mudanças climáticas é essencial para


gerenciar perigos potenciais na zona costeira (APPELQUIST; BALSTRØM, 2014). De
acordo com Gornitz (1991), um perigo costeiro é um fenômeno natural que expõe o
litoral a danos e a outros efeitos adversos. A autora cita que a inundação, o aumento da
erosão e a intrusão de água salina em estuários e aquíferos são os maiores processos que
irão afetar a zona costeira durante um período de acelerado aumento do nível do mar.
Por isso, faz-se necessária a obtenção do conhecimento no que diz respeito à
suscetibilidade costeira aos possíveis impactos causados por perigos naturais.

O conceito de suscetibilidade (ou sensibilidade) surgiu em estudos os quais


tinham como objetivo mensurar a predisposição natural de determinado sistema ser
afetado por uma ameaça (BONETTI; WOODROFFE, 2017). Logo a suscetibilidade
está associada à grandeza, propensão e intensidade de um ambiente ser impactado por
algum perigo natural (UNDP, 2004). Ademais, seu conceito está amplamente

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independente das influências humanas e é essencialmente derivado das condições
ambientais (físicas) (UNDP, 2004), além de estar associado ao grau em que um sistema
é afetado negativamente ou positivamente por uma variação climática (NGUYEN et al.,
2016).

Para a realização de estudos relacionados aos perigos costeiros, é essencial


compreender os processos que regem a dinâmica da costa. Porém no Brasil existe certa
escassez de dados, programas de monitoramento e de informação sobre os processos
presentes na costa, o que dificulta o mapeamento de áreas suscetíveis a perigos costeiros
(RUDORFF, 2004). Tendo em vista este cenário, modelos conceituais como o Coastal
Hazard Wheel (CHW) oferecem uma alternativa nos estudos de suscetibilidade costeira.

O Coastal Hazard Wheel (CHW) funciona como uma ferramenta para avaliar e
gerenciar diversos impactos gerados por perigos nas zonas costeiras de todo o mundo
sob um cenário de mudanças climáticas. Segundo Appelquist e Halsnæs (2015), o
modelo foi desenvolvido para atender especialmente a problemas de gerenciamento
costeiro nos países em desenvolvimento, lugares nos quais ainda existe uma limitação
quanto à disponibilidade de dados. Além disso, este método pode ser utilizado para
estudos locais, regionais ou nacionais e trata de perigos como a perturbação dos
ecossistemas, inundação gradual, intrusão de água salgada, erosão e de alagamento.
Ademais, o CHW segue um sistema de classificação que abrange 131 ambientes
costeiros genéricos e um total de 655 diferentes avaliações individuais para impactos,
cada uma delas ponderada dentro quatro diferentes níveis de suscetibilidade ao impacto.

No presente estudo, os dados referentes às variáveis que compõem o CHW,


sendo essas o arcabouço geológico, a exposição às ondas, a amplitude de maré, a
flora/fauna, o balanço sedimentar e o clima de tempestades serão tratados de maneira
integrada em ambiente de SIG (Sistema de Informações Geográficas) com intuito de
classificar a costa de Santa Catarina de acordo com o seu respectivo nível de
suscetibilidade aos diversos possíveis impactos.

2. ÁREA DE ESTUDO

O presente estudo foi desenvolvido na costa de Santa Catarina, a qual está


situada na Região Sul do Brasil (Figura 1) e delimitada pelos paralelos 25º57’41” e

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29º23'55" de latitude sul e entre os meridianos 48º19'37" e 53º50'00" de longitude oeste
(IBGE, 2000).

O Estado de Santa Catarina faz fronteira ao norte com o Estado de Paraná, ao sul
com o Rio Grande do Sul e a oeste com a Argentina. Seu litoral localiza-se a leste e é
banhado pelo Oceano Atlântico na totalidade dos seus 564 km de linha de costa, ou
1.874 km quando contabilizadas suas baías e ilhas mais expressivas (SANTA
CATARINA, 2006 apud SERAFIM, 2014).

Todo o litoral de Santa Catarina está submetido a amplitudes de maré menores


que 2 metros (micromarés). Esta é significativa pontualmente, pois dependendo da
região a geomorfologia gera um aumento da velocidade da corrente de maré
(TESSLER; GOYA, 2005).

Figura 1: Localização da área de estudo. Fonte: Serafim (2014).

Na porção norte do litoral de Santa Catarina até o Cabo de Santa Marta está
presente a Serra do Mar que é constituída por rochas do Embasamento Cristalino que
afloram continuamente nesta região de forma praticamente paralela à linha de costa. Do
Cabo de Santa Marta até o extremo sul do estado, o litoral é caracterizado por uma linha
de costa retilínea, associada a planícies costeiras extensas e arenosas e baixa altitude
(TESSLER; GOYA, 2005).

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3. OBJETIVOS

3.1. Objetivo Geral

Classificar a costa de Santa Catarina quanto à suscetibilidade aos possíveis impactos


costeiros utilizando o modelo conceitual Coastal Hazard Wheel.

3.2. Objetivos específicos

a) Analisar de maneira integrada dados de arcabouço geológico, exposição às ondas,


amplitude de maré, flora/fauna, balanço sedimentar e de ciclones tropicais em ambiente
de Sistema de Informações Geográficas (SIG).

b) Gerar cinco representações cartográficas das províncias da costa de Santa Catarina


classificadas de acordo com os ambientes previstos pelo Coastal Hazard Wheel.

4. MATERIAIS E MÉTODOS

No presente trabalho foram utilizados dados da linha de costa do estado de Santa


Catarina, os quais foram digitalizados virtualmente em ambiente de SIG seguindo a
interface entre areia seca e areia úmida. Estes dados foram segmentados e separados em
cinco diferentes províncias de acordo com Klein et. al (2016). Após este processo, os
dados foram tratados e classificados para servirem como variáveis de entrada do CHW,
sendo estas: arcabouço geológico (geological layout), exposição às ondas (wave
exposure), amplitude de maré (tidal range), flora/fauna, balanço sedimentar (sediment
balance) e clima de tempestades (storm climate). Os dados descritores do arcabouço
geológico e da flora/fauna foram classificados visualmente com o auxílio de imagens de
satélite disponibilizadas pelo Google Earth. Para a variável de exposição às ondas,
foram levantados dados de altura significativa de onda superada 12 horas ao ano (Hs12)
utilizando o Sistema Modelador Costeiro Brasil (SMC). Após isso estes dados de Hs12
foram tratados no Excel, onde foi possível realizar uma média ponderada e classificá-los
de acordo com o CHW. Para a amplitude de maré se sabe, de acordo com a literatura,
que predomina um regime de micromaré em toda a costa de SC, assim como para o
clima de tempestades se pressupõem a ausência de incidência ciclones tropicais na
região. O balanço sedimentar foi verificado através da taxa de variação de três
diferentes linhas de costa que foram digitalizadas seguindo a interface entre areia
seca/úmida usando imagens de satélite dos anos de 1957, 1978, 1995 e imagens aéreas

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de 2011 do sensor orbital Quickbird – obtidas através do software Google Earth Pro™
com resolução de 4800 x 3312 pixels. Todo o processamento e espacialização dos dados
descritos anteriormente, assim como as representações cartográficas dos resultados,
foram realizados com a utilização do software livre e gratuito QuantumGIS. A
metodologia empregada no presente estudo está ilustrada no fluxograma abaixo (Figura
2).

Figura 2: Fluxograma referente à metodologia aplicada.

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5. RESULTADOS

No presente estudo foi possível realizar a representação cartográfica de oito


diferentes ambientes previstos pelo CHW que estão presentes na costa de Santa Catarina
através de cinco diferentes mapas, os quais dizem respeito às cinco diferentes províncias
propostas por Klein et. al. (2016).

5.1. Província 1:

Figura 3: Representação cartográfica da província 1 classificada de acordo com o CHW.

A província 1 se estende desde Guaratuba até o Farol de cabeçudas. Esta


província apresentou a maior variedade quanto à classificação, onde foram identificados
sete diferentes tipos de ambientes, dentre os quais há a classe TSR que se refere às
desembocaduras de rio, dois tipos de costões rochosos (R-1 e R-2), três tipos de
planícies sedimentares (PL-14, PL-6 e PL-2) e um tipo de ilha barreira (BA-6). Logo
podemos concluir, de acordo com o CHW, que as áreas representadas em azul e que se
referem à classe TSR, possuem suscetibilidade moderada aos impactos de perturbação
no ecossistema, alta aos impactos de inundação gradual e de intrusão de água salgada,
muito alta aos impactos de erosão e enchente. A classe R-2, representada na cor
marrom, possui suscetibilidade baixa à perturbação do ecossistema, intrusão de água
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salgada e enchente, e suscetibilidade moderada à inundação gradual e erosão. Já a classe
R-1, representada em preto, possui suscetibilidade baixa em relação a todos os impactos
previstos pelo CHW. A classe PL-14 possui suscetibilidade muito alta à perturbação do
ecossistema e também à inundação gradual, quanto aos impactos de erosão e enchente
esta classe é altamente suscetível, e por último a classe PL-14 é moderadamente
suscetível à intrusão de água salgada. A planície sedimentar PL-6 possui suscetibilidade
moderada aos impactos de perturbação do ecossistema e intrusão de água salgada, além
de ser altamente suscetível aos impactos de inundação gradual, erosão e enchente. Já a
planície sedimentar PL-2 apresenta baixa suscetibilidade à perturbação do ecossistema,
moderada suscetibilidade à inundação gradual e à intrusão de água salgada e alta
suscetibilidade à erosão e enchente. Por último o ambiente BA-6 é altamente suscetível
a todos os impactos exceto ao impacto de perturbação do ecossistema, pelo qual
apresenta suscetibilidade moderada.

5.2. Província 2:

Figura 4: Representação cartográfica da província 1 classificada de acordo com o CHW.

A província 2, que engloba toda a linha de costa desde o Farol de Cabeçudas até
a Baía dos Golfinhos, apresentou apenas quatro diferentes ambientes após a

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classificação, assim como a província 5. Nesta província encontram-se desembocaduras
de rios (TSR), dois tipos diferentes de costões rochosos (R-1 e R-2) e um tipo de
planície sedimentar (PL-6). Esta província possui suscetibilidade baixa ao impacto de
perturbação do ecossistema nas regiões classificadas como R-1 e R-2, porém
moderadamente suscetível aos mesmos impactos nas regiões em que se encontram os
ambientes TSR e PL-6. No que se refere ao impacto de inundação gradual os ambientes
TSR e PL-6 são altamente suscetíveis, R-2 moderadamente e R-1 possui baixa
suscetibilidade. Para a possibilidade de intrusão de água salgada os costões rochosos (R-
1 e R-2) possuem baixa suscetibilidade, a planície sedimentar (PL-6) é moderadamente
suscetível e as desembocaduras de rio (TSR) são altamente suscetíveis. Os ambientes
TSR possuem suscetibilidade muito alta à erosão, os PL-6 são altamente suscetíveis, o
R-2 moderadamente e para o R-1 suscetibilidade é baixa. Finalizando com o impacto de
enchente, de acordo com o CHW os ambientes de costão rochoso (R-1 e R-2) possuem
baixa suscetibilidade a esse impacto, já o ambiente de planície sedimentar (PL-6) é
altamente suscetível e as desembocaduras de rio (TSR) possuem suscetibilidade muito
alta.

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5.3. Província 3:

Figura 5: Representação cartográfica da província 1 classificada de acordo com o CHW.

Esta província quando descrita por Klein et.al. (2016) abrange apenas o contorno
leste da Ilha de Santa Catarina, porém no presente trabalho foi incluído também o
contorno oeste da ilha e a porção continental da linha de costa que se estende desde a
Baía dos Golfinhos até a Ponta do Papagaio. Nota-se a presença de cinco diferentes
ambientes, sendo esses: desembocaduras de rios (TSR), dois tipos de costões rochosos
(R-1 e R-2) e dois tipos de planícies sedimentares (PL-6 e PL-14). Nesta província
reaparece o ambiente PL-14 assim como na província 1. A província 3 possui regiões
com suscetibilidade muito alta aos possíveis impactos de perturbação do ecossistema,
inundação gradual, erosão e enchente (PL-14 e TSR). Também existem regiões
altamente suscetíveis à inundação gradual (PL-6 e TSR), intrusão de água salgada
(TSR), erosão e enchente (PL-6 e PL-14). Porém também há ambientes com
suscetibilidade moderada aos impactos de inundação gradual e erosão (R-2) e ambientes
com baixa suscetibilidade a todos os impactos previstos pelo CHW (R-1).

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5.4. Província 4:

Figura 6: Representação cartográfica da província 1 classificada de acordo com o CHW.

Esta é a segunda província mais diversa, com seis diferentes tipos de ambientes.
É a única província que possui dois tipos diferentes de ilhas barreiras (BA-2 e BA-6).
Ademais nota-se a presença de desembocaduras de rio (TSR), um tipo de costão
rochoso (R-1) e duas classes referentes às planícies sedimentares (PL-6 e PL-2). Os
ambientes classificados como BA-2 são altamente suscetíveis aos impactos de intrusão
de água salgada, erosão e enchente, apesar de possuírem suscetibilidade moderada ao
impacto de inundação gradual e suscetibilidade baixa ao impacto de perturbação do
ecossistema. Os níveis de suscetibilidade dos ambientes TSR, BA-6, R-1, PL-2, PL-6 já
foram descritos anteriormente no item que se refere à província 1 e são os mesmos para
a província 4.

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5.5. Província 5:

Figura 7: Representação cartográfica da província 1 classificada de acordo com o CHW.

Assim como a província 2, esta província possui apenas quatro diferentes


ambientes, sendo estes: desembocadura de rios (TSR), ilha barreira (BA-2), costão
rochoso (R-1) e planície sedimentar (PL-2). Porém na província 5 é notável a diferença
em relação às demais províncias, pois esta apresenta quase nenhuma região de costão
rochoso, mas por outro lado planícies sedimentares extensas. Além disso, de acordo
com o CHW, esta é uma província considerada em sua totalidade como exposta à ação
de ondas. Logo nota-se a presença dos ambientes de ilha barreira tipo BA-2 e
principalmente de planície sedimentar tipo PL-2.

6. CONCLUSÃO

Estudos de suscetibilidade costeira representam um papel fundamental no


entendimento dos processos que ocorrem na zona costeira e podem ser utilizados de
maneira integrada como uma poderosa ferramenta na gestão costeira. Em especial o
Coastal Hazard Wheel, demonstrou ser um modelo conceitual bastante intuitivo e de
fácil aplicabilidade. Ademais, no presente trabalho foi possível notar que a combinação
do CHW juntamente com a utilização do software livre QuantumGIS é uma alternativa

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muito eficiente na redução de custos de uma pesquisa, já que a classificação realizada
com o CHW não necessita de muitos dados de entrada e o software QuantumGIS é
disponibilizado de forma gratuita.

Após a classificação, a costa de Santa Catarina apresentou bastante diversidade


quanto ao número de ambientes totalizando oito ambientes distintos encontrados ao
longo da linha de costa. Também foi possível mapear regiões que possuem o nível mais
alto de suscetibilidade previsto no CHW. No caso, essas regiões são as que possuem
ambientes TSR, os quais possuem suscetibilidade muito alta à erosão e enchentes, e os
ambientes PL-14, que possuem suscetibilidade muito alta à perturbação do ecossistema
e inundação gradual. Exceto na província 5, também há uma elevada distribuição de
ambientes que possuem o nível mais baixo de suscetibilidade a todos os impactos, que
são os ambientes de costão rochoso tipo R-1.

7. REFERÊNCIAS

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