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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA

CAMPUS BACABAL - LICENCIATURA EM LETRAS 2019.2


PROF. MSC. SILVIA MARIA DE SOUZA FERREIRA
DISCIPLINA: LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL
ALUNO: CLEMILTON SILVA LOPES

É POSSÍVEL A EXISTÊNCIA DO MONOLINGUÍSMO EM NOSSA LÍNGUA?

Com uma linguagem simples a autora Irandé Antunes apresenta em sua obra “MUITO
ALÉM DA GRAMÁTICA: POR UM ENSINO SEM PEDRAS NO CAMINHO” aspectos
relevantes sobre o ensino da língua portuguesa sob outras vertentes além do uso
monótono da gramática. Esta obra foi publicada pela Parabóla Editorial no ano de 2007,
dentre outras e está dividida em 14 capítulos, além de ser prefaciada pelo renomado
professor, filólogo e linguista brasileiro Carlos Alberto Faraco, autor do livro “preconceito
linguístico”, publicado a 20 nos e marco nos estudos da linguagem com mais de 50
edições. O capítulo VIII da obra de Irandé, texto esse a ser dissertado de forma crítica
tem por título: “Nem todo uso da língua tem que se pautar pela norma culta”, onde a autora
explica sobre um equívoco cometido rotineiramente em considerar apenas como correto a
linguagem culta em discursos quaisquer que sejam, sem considerar a variedade linguística
existente em nosso meio. Com dois subcapítulos, Antunes mostra como se dá o fenômeno
da variação linguística e algumas implicações para o ensino. Um ponto citado no texto é
relaciona-se as situações cotidianas, que são variadas e que necessitam de adequações
linguísticas, isto é, para cada situação é preciso uma linguagem correspondente, não
sendo preciso recorrer sempre a forma culta da língua. Irandé explica que ao incorrer ao
erro milenar, muitas pessoas taxam sujeitos de ignorantes, mal-educados, rudes, ou até
mesmo de “burros”, por não empregarem a forma culta da língua, isto sem verificar o
contexto social, a situação comunicativa, a regionalidade e a instrução escolar do
interlocutor. Além disso, a autora retoma o que explica no capítulo V desta obra e fala
sobre o uso equivocado da gramática nas aulas por professores de forma tradicionalista e
memorizada. Sem censurar os conhecimentos necessários sobre gramática, classificação
sintática de oração e de outros termos, a atora diz que mais que isso, é preciso o
reconhecimento social da língua e suas variantes para que os alunos não passem por um
processo escolar pautado em decorar nomenclaturas gramaticais e não saiba se comunicar
com as diferentes variedades linguísticas existentes, ou simplesmente respeitá-las. A
autora dá exemplos claros de como essa ação pode e acontece em sala de aula, tais como
quando um professor solicita do aluno que faça a correção ortográfica, sintática ou
morfológica de termos ou orações de um texto de Patativa do Assaré, poeta e repentista
brasileiro, um dos mais representantes da arte popular nordestina, logo ao cobrar dos
alunos que corrijam o texto e transcrevam para a forma culta, estará desconsiderando a
variedade linguista e identidade cultural do autor, como se não fosse essencial a
valorização e existência desta linguagem. Além desta forma de ensino adotada por alguns
professores, Irandé ainda diz que os livros didáticos são fontes discriminativas e deficientes
nesse sentido, pois trazem em suas atividades propostas similares a essas, de correção de
termos isolados de contextos sociais, políticos e econômicos. Para reforçar o quão
importante se faz o estudo da variedade linguística no âmbito escolar e nas diferentes
instituições sociais, a autora se apoia sobre as concepções de Bagno, onde diz que não
existe íngua sem variação, logo o desafio pauta-se em possuir competência para adequar-
se as mais variadas situações linguísticas que propõe uma língua conforme preconiza as
atividades de interação verbal. Dentre as implicações educações levantada pela autora a
apreciação pela diversidade é a principal, incluo o estudo da modalidade da língua, da
norma, do registro, dos interlocutores, dos suportes, dentre outros. O texto apreciado é sem
duvidas uma proposta para deleite e reflexão sobre o fazer pedagógico docente sobre o
ensino da língua portuguesa nas escolas, e reforça a necessidade de uma flexibilização e
renovação da práxis docente, pois mesmo em uma sociedade contemporânea e mutável, é
possível ver em grande constância o ensino pautado em repercussão de normas, regras e
nomenclaturas gramaticais, e a desvalorização das variedades linguísticas prevalecem. O
preconceito linguístico, como bem cita a autora pautada por Marcos Bagno é uma
crescente em nosso meio devido a deficiente didática de muitos professores que se
recusam em mediatizar e contextualizar suas aulas. É utópico pensar em monolinguísmo, é
preciso que se enxergue para além de um discurso formal e ultra gramatical, Marquês de
Pombal é uma referência falida do monolinguísmo no Brasil ao tentar implantar a língua
portuguesa como oficial em detrimento a língua indígena aqui já existente. Logo, repensar
nas práticas docentes e nas práticas sociais e cotidianas de interação verbal é pensar no
respeito e na diversidade sociolinguística existente, seja cultural, histórica ou regional. O
texto é ótima referência para os professores de língua portuguesa e pedagogos, bem como
para estudiosos e acadêmicos da área, dentre os diversos leitores e apreciadores das
manifestações da língua.

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