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regulamento de etiquetagem da
eficiência energética de edifícios –
parte 1: método prescritivo
Parameters and methods adopted in the energy eficiency
regulation for buildings –part 1: prescriptive method
Joyce Correna Carlo
Roberto Lamberts
Resumo
Regulamento Técnico da Qualidade do Nível de Eficiência Energética
8
Carlo, J. C.; Lamberts, R.
radiante e outros sistemas não possuem edifícios – parte 2: método de simulação”, que dá
classificação prescritiva. Versões futuras do RTQ- continuidade à análise, apresentando as
C poderão incluir gradativamente outros particularidades deste outro método. Dessa forma,
parâmetros ou sistemas cuja complexidade da a aplicação do regulamento é apresentada em seu
avaliação será maior, mas em um momento em que todo, com as limitações e potencialidades
os atores envolvidos com a construção civil, exemplificadas em um edifício-base.
incluindo o consumidor e/ou o usuário, estejam
familiarizados com os parâmetros atuais. Normas e certificações
Deve-se também destacar a necessidade de
Há dois tipos de políticas que podem ser
desenvolvimento de parâmetros técnicos que
implementadas visando ao uso racional da energia:
permitam a correta especificação de materiais e
políticas baseadas na limitação do nível de
componentes construtivos, de acordo com o
eficiência permitido mediante o estabelecimento
exigido para a etiquetagem das edificações. A
de índices de desempenho mínimos; e as que
primeira iniciativa nesse sentido partiu de um
estabelecem classificações por meio de programas
acordo de cooperação técnica negociado entre
de certificação. A eficiência mínima é, em geral,
Procel e Associação Técnica Brasileira das
obrigatória e tem caráter prescritivo, com limites
Indústrias Automáticas de Vidro (Abividro), com o
de desempenho estabelecidos por indicadores. Já a
intermédio do LabEEE/UFSC, a fim de criar o
certificação é um mecanismo de mercado que visa
comprometimento em uniformizar métodos de
promover a eficiência energética de uma
determinação das propriedades térmicas e
edificação de elevado desempenho ao compará-la
luminosas de seus produtos, até que normas
ao mínimo obrigatório (CASALS, 2006).
técnicas nacionais sejam desenvolvidas. Esse
acordo deverá ainda se estender a associações de Além desses, atualmente fala-se em ratting, cuja
fabricantes de outros produtos, a fim de viabilizar tradução pode ser relacionada à classificação em
a documentação necessária à etiquetagem. si, que estabelece a qualidade energética de um
edifício (PÉREZ-LOMBARD et al., 2009). Nesse
O RTQ-C está publicado (BRASIL, 2009a), assim
caso, Rey, Velasco e Varela (2007) apresentaram
como seu Regulamento de Avaliação da
um novo método de desenvolvimento de uma
Conformidade (RAC-C) (BRASIL, 2009b) e o
classificação energética para a Espanha, tendo
Manual de Aplicação do RTQ-C e RAC-C
identificado cinco passos: identificação do clima e
(PROCEL, 2009). O Regulamento Técnico da
obtenção dos dados climáticos; obtenção dos
Qualidade do Nível de Eficiência Energética de
dados do edifício; obtenção das informações
Edificações Residenciais está em desenvolvimento,
referentes aos sistemas de condicionamento;
restando ainda o desenvolvimento do Regulamento
obtenção dos custos da energia e dos investimentos
de Avaliação da Conformidade do Nível Eficiência
iniciais; e avaliação da iluminação. Com esses
Energética de Edificações Residenciais (RAC-R) e
dados, calculam-se as cargas térmicas, as variações
seu manual.
sazonais, os custos da energia e o nível de
Este artigo apresenta os recursos de cálculo do eficiência do edifício. Entretanto, como em outras
RTQ-C aplicados ao método prescritivo, suas propostas de certificação europeia (PORTUGAL,
potencialidades e as limitações que levam ao 2006; STANKEVICIUS; KARBAUSKAITE;
método de simulação. Não cabe a este artigo MONSTVILAS, 2007), a eficiência energética está
transcrever o conteúdo do Regulamento, mas sim desvinculada do conforto do usuário, visto que as
discutir alguns critérios adotados no avaliações envolvem apenas o condicionamento
desenvolvimento de seus parâmetros, a partir da artificial e supõem-se que os níveis de conforto já
aplicação em alguns modelos de edifícios, todos são atendidos em ambientes condicionados
baseados em um edifício real de Florianópolis. artificialmente.
Dessa forma, o método descrito é resumido
Embora esse aspecto seja válido para países
visando a uma compreensão geral do
localizados em climas rigorosos, climas amenos
Regulamento. Mais informações acerca do
como o brasileiro devem se valer das condições
conteúdo e dos métodos de cálculo podem ser
naturais exteriores que são desejadas nos
encontradas no RTQ-C (BRASIL, 2009a) e em seu
ambientes internos. O regulamento de Singapura
manual (PROCEL, 2009). Incluem-se nessas
avalia apenas edifícios de escritórios
informações as definições, ilustrações explicativas
condicionados cuja área condicionada mínima seja
e exemplos de cálculo das variáveis das equações.
de 50% da área total, e estes 50% devem se
As conclusões deste artigo levam a outro artigo, equivaler a um mínimo de 1.000 m². Mas o
“Parâmetros e métodos adotados no regulamento regulamento estabelece intervalos de temperatura e
de etiquetagem da eficiência energética de limites de umidade e velocidade do ar no ambiente
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Carlo, J. C.; Lamberts, R.
Figura 1 – Modelo da Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (Ence)
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Carlo, J. C.; Lamberts, R.
(a) ICenv: indicador de consumo de envoltória do limites usados na ASHRAE são definidos pelo
edifício em avaliação; Commercial Building Energy Consumption
Survey, CBECS (CBECS, 2003), um levantamento
(b) ICmin: indicador de consumo mínimo,
periódico do uso da energia em edifícios
referente a características tabeladas no RTQ-C que
comerciais dos EUA. Ele coleta dados de área,
são consideradas de uma envoltória eficiente,
atividade, materiais construtivos, fontes
elaboradas a partir de um levantamento de campo
(CARLO, 2008); e energéticas e uso para uma amostra de cerca de
5.000 edifícios por todo o território americano, o
(c) ICmaxD: indicador de consumo máximo do que representa estatisticamente os edifícios
nível de eficiência D, referente a características construídos no país. Desde 1992 O CBECS é a
tabeladas no RTQ-C que são consideradas típicas base de dados de edifícios não residenciais naquele
de uma envoltória de grande ocorrência nos país, com dados registrados desde 1986 (CBECS,
edifícios comerciais, públicos e de serviços, 2003).
identificadas a partir de um levantamento de
O Brasil teve seu primeiro levantamento nacional
campo (CARLO, 2008).
de uso da energia em edifícios comerciais iniciado
Todos os três indicadores acima apresentam o em 2005 e publicado parcialmente em 2007 como
mesmo fator de forma e fator altura. ICmin e ICmaxD uma pesquisa de mercado com o apoio do Procel
são subtraídos e divididos em quatro intervalos, a (PROCEL, 2008a, 2008b). Na ausência de base de
fim de identificar os limites do IC que definem os dados como a pesquisa de mercado ou o CBECS
níveis de eficiência energética para aquela americano, os parâmetros para a definição dos
volumetria. Em seguida, deve-se verificar onde o níveis de eficiência do sistema de iluminação não
ICenv está localizado nesses intervalos: o nível de podiam basear-se somente na densidade de
eficiência da envoltória é dado pela localização do potência de acordo com a atividade exercida no
IC da envoltória. ambiente. Um estudo de custo do ciclo de vida da
A Figura 3 apresenta a posição dos indicadores de iluminação artificial somou-se aos limites de
consumo na escala que define os demais limites. iluminância de acordo com sua atividade presentes
Deve-se notar que os níveis A e E não apresentam na NBR 5413 – Iluminância de Interiores (ABNT,
limites finais: o ICmin é descartado após 1992), para a definição dos critérios-limite dos
encontrados os intervalos, pois há outros edifícios níveis de eficiência do sistema de iluminação. A
mais eficientes que esse limite, cujo fim será densidade de potência de iluminação interna
apenas o edifício de energia zero (zero energy relativa à iluminância, com unidade em W/m²/100
buildings) enquanto qualquer edifício cujo lx, tornou-se o parâmetro para limitar os níveis de
indicador de consumo for superior a ICmaxD será eficiência. Essa unidade uniformiza o nível para
considerado nível E, não cabendo ao RTQ-C qualquer ambiente, independentemente de sua
estipular o limite máximo existente, ou possível, iluminância, permitindo também que se comparem
de um indicador de consumo. as eficiências de cada sistema.
Neste ponto, pode-se responder a mais um item Assim, a Tabela 1 apresenta três diferentes
identificado por Pérez-Lombard et al. (2009) no ambientes com as características de seu sistema de
desenvolvimento de normas e regulamentos de iluminação. Tendo áreas, número de luminárias e
eficiência energética de edifícios: como potências por luminária distintos, esses parâmetros
estabelecer os limites para os níveis de eficiência. são normalizados na densidade de potência de
Para o RTQ-C, o limite do nível máximo D foi iluminação. Sabe-se, através desse parâmetro, qual
baseado na prática construtiva brasileira e, a partir sistema consome menos (ambiente 2), mas não é
deste e de um edifício considerado eficiente, os possível identificar qual sistema é mais eficiente.
demais limites foram determinados Usando a iluminância, tem-se o “trabalho”
proporcionalmente ao intervalo obtido. exercido pelo sistema, obtido por parâmetros como
o fluxo luminoso da lâmpada. Ao dividir o quanto
o sistema consome para cada 100 lux que ele
Método prescritivo: sistema de “produz”, a densidade de potência de iluminação
iluminação artificial relativa permite que diferentes sistemas em
Os critérios do sistema de iluminação foram diferentes ambientes apresentem eficiências
baseados na Norma 90.1 da ASHRAE (2007), comparáveis. Vê-se, portanto, que o ambiente 2,
porém com adaptações para a realidade brasileira. que consome menos (9 W/m²), não é o mais
A ASHRAE apresenta limites de densidade de eficiente, mas sim o menos eficiente, pois consome
potência de iluminação interna para o edifício 2,25 W/m² para cada 100 lux de iluminância que
completo e para os ambientes separadamente, de proporciona. Já o ambiente 3 consome 2,22 W/m²
acordo com as atividades exercidas em ambos. Os para os mesmos 100 lux.
Dessa forma, usando a NBR 5413 (ABNT, 1992), das zonas, encontrando os EqNumDPI de cada
foi possível desvincular a eficiência dos níveis de ambiente;
iluminância, o que foi necessário em função da (f) aplicam-se os pré-requisitos para cada
ausência de pesquisas abrangentes no Brasil sobre
ambiente separadamente, o que pode gerar
as características dos edifícios aqui construídos e
correções no EqNumDPI do ambiente caso este
do uso da energia.
não atenda aos pré-requisitos de seu nível de
O nível de eficiência para o sistema de iluminação eficiência. Dessa forma, obtêm-se os níveis de
deve ser obtido mediante a comparação entre a eficiência e os equivalentes numéricos de
densidade de potência de iluminação relativa limite iluminação para cada ambiente;
(DPIRL), encontrada através do índice de ambiente
(g) o passo final é ponderar esses EqNumDPI pela
(K), e a densidade de potência de iluminação final
área dos ambientes para se determinarem o
(DPIRF), obtida através do projeto luminotécnicoO equivalente numérico final do sistema de
procedimento descrito abaixo pretende alcançar o iluminação do edifício e, por conseguinte, seu
equivalente numérico de iluminação (EqNumDPI)
nível de eficiência.
que melhor descreva o sistema de iluminação do
edifício após calculados sistemas em separado e Além de determinar o nível de eficiência do
após diversas ponderações: sistema de iluminação individualmente, o cálculo
identifica o EqNumDPI que deve participar da
(a) primeiramente, deve-se identificar todas as
equação geral (equação 1 neste artigo e equação
zonas de iluminação do ambiente e, em seguida,
2.1 no Regulamento), para se determinar o nível de
calcular um K para cada zona;
eficiência do edifício completo. A ponderação pela
(b) deve-se encontrar uma DPIRL para cada zona área gera números fracionários, que devem ser
de iluminação, de acordo com o índice de usados até o final dos cálculos, incluindo seu uso
ambiente e com o nível de eficiência desejado. O na equação geral para a determinação da eficiência
regulamento apresenta uma tabela contendo do edifício (equação 1 neste artigo e equação 2.1
algumas DPIRL, outras devem ser encontradas por no Regulamento).
interpolação do K e da DPIRL;
(c) com o projeto luminotécnico, deve-se obter as Método prescritivo: sistema de
DPIRF; condicionamento de ar
(d) em seguida, deve-se garantir que cada DPIRF O sistema de condicionamento de ar é o mais
seja menor que a DPIRL para aquele nível de simples de se determinar o nível de eficiência
eficiência. Sendo menor, deve-se adotar o energética, desde que sejam usados equipamentos
equivalente numérico daquele nível de eficiência etiquetados pelo Inmetro como aparelhos de janela
para cada zona de iluminação; sendo maior, deve- e splits high wall. Como já são etiquetados, basta
se encontrar o nível de eficiência cuja DPIRF seja verificar o nível de eficiência de cada aparelho e
menor que a DPIRL; relacioná-lo ao equivalente numérico do ar-
(e) encontrados todos os EqNumDPI para cada condicionado, EqNumAC. Ambientes que
zona de iluminação, deve-se ponderá-los pela área possuem condicionadores com diferentes níveis de
eficiência devem ter os EqNumAC dos
condicionadores ponderados pela capacidade dos
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Carlo, J. C.; Lamberts, R.
aparelhos. Em seguida, deve-se ponderar os Edifícios de escritórios que contêm múltiplas
EqNumAC de cada ambiente por sua área para unidades autônomas de consumo apresentam uma
encontrar o nível de eficiência final do sistema de variabilidade extensa de sistemas de iluminação ou
condicionamento de ar. Este será o nível de tipos de condicionamento de ar. Santana (2006)
eficiência presente na ENCE parcial do sistema de apresentou os resultados finais para os grupos
condicionamento de ar, e EqNum será usado na analisados, mas não apresentou uma característica
equação geral para a determinação da eficiência do em comum para esse edifício. Dessa forma, tais
edifício (equação 1 neste artigo e equação 2.1 no dados foram estimados considerando-se o ano de
Regulamento). construção do edifício. Estabeleceram-se um sistema
de iluminação composto de lâmpadas T8 (32 W) e o
A avaliação já é distinta para sistemas de
condicionamento de ar com aparelhos tipo split hi-
condicionamento central. Inicialmente, todo
edifício com carga térmica superior a 350 kW (99 wall, cuja eficiência é expressa pelo CEE
TR) deve conter um sistema central, exceto se (coeficiente de eficiência energética) de 2,7 W/W.
comprovado o uso mais eficiente do sistema de
condicionamento por splits ou aparelhos de janela. Alternativas
A comprovação se faz por análise de Foram realizadas modificações na envoltória, a fim
simultaneidade e abrange casos como edifícios de analisar o nível de eficiência segundo as
empresariais com unidades consumidoras alternativas:
independentes, onde cada escritório poderá
funcionar em horários distintos, sem controle no (a) aumento das dimensões do edifício;
uso geral do sistema de condicionamento de ar. (b) rotação de 90o no edifício;
Para sistemas centrais, há limites de COP (c) aumento na área de janela;
(coefficent of performance, ou coeficiente de
desempenho) ou IPLV (integrated part-load value) (d) aumento na área de janela com redução do
para condicionadores, resfriadores de líquido e fator solar dos vidros;
torres de resfriamento, de acordo com a capacidade (e) aumento na área de janela com inserção de
do equipamento e do nível de eficiência que se proteções solares;
pode (ou se pretende) alcançar. Esses limites são
(f) sistema de iluminação mais eficiente;
baseados na Norma 90.1 da ASHRAE nas versões
para nível D (1989), para nível C (1999) e para (g) sistema de condicionamento mais eficiente; e
níveis B e A (2004). O que diferencia os níveis B e (h) sistema de condicionamento em 76% dos
A são exigências de projetos específicas para se ambientes de permanência prolongada.
atingir o nível A. Essas exigências abrangem a
automação, isolamento de zonas térmicas, uso do Cabe salientar que o método prescritivo só inclui a
ciclo economizador, existência de faixa de opção de aproveitamento da luz natural por meio
temperatura de controle (deadband), recuperadores da simulação, assim esse aspecto não foi analisado
de calor, entre outras. pelo método prescritivo. Também não foram
analisados os pré-requisitos dos sistemas, pois
Obviamente, o método de simulação desvincula estes se caracterizam pelo atendimento obrigatório,
tais exigências do sistema de condicionamento de não sendo passíveis de compensações como nas
ar. Caso sejam comprovadas por simulação, pode- equações da envoltória. As Tabelas 2 e 3
se adotar outras soluções de projeto do sistema apresentam as características para o caso-base, que
central de condicionamento de ar que sejam é o edifício existente, e suas alternativas.
eficientes e, portanto, que garantam um uso
racional da eletricidade no edifício. Cabe salientar algumas questões acerca dos dados
apresentados nas Tabelas 2 e 3:
Metodologia – parte 2:
aplicação do RTQ-C
Edifício para o caso-base
Santana (2006) levantou o uso da energia e
características construtivas de cerca de 30 edifícios
empresariais de escritórios. O edifício selecionado
foi originado dessa pesquisa e apresenta as
características mostradas no Quadro 1.
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Carlo, J. C.; Lamberts, R.
Parâmetro Alt6 Alt7 Alt8 Alt9 Alt10 Alt11 Alt12
Dimensões (m) 17,5 x 40 17,5 x 40 17,5 x 40 17,5 x 40 17,5 x 40 17,5 x 40 17,5 x 40
Número pav. 10 10 10 10 10 10 10
Pé-direito (m) 2,8 2,8 2,8 2,8 2,8 2,8 2,8
Orientação maiores leste- leste- leste- leste- leste- leste-
a definir
fachadas oeste oeste oeste oeste oeste oeste
PAFt 60% 60% 60% 29% 29% 29% a definir
PAFO 72% 72% 72% 35% 35% 35% a definir
FS vidro 0,20 0,87 0,87 0,87 0,87 0,87 a definir
Proteção solar:
AVS e AHS - 35 e 0 35 e 30 - - a definir
(graus)
Upar (W/m²K) 2,01 2,01 2,01 2,01 2,01 2,01 2,01
Ucob (W/m²K) 0,51 0,51 0,51 0,51 0,51 0,51 0,51
αpar 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6
αcob 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7
Iluminação média
12,36 12,36 12,36 11,23 12,36 12,36 a definir
escrit. (W/m²)
Iluminação média
12,53 12,53 12,53 11,50 12,53 12,53 a definir
(W/m²)
Ambientes
100% 100% 100% 100% 100% 24% 100%
condicionados
Tipo de
condicionamento split split split split split split split
de ar
CEE (W/W) 2,7 2,7 2,7 2,7 3,02 3,02 a definir
Tabela 3 – Características das alternativas 4 a 9
(a) a alteração das dimensões do edifício reflete- (d) o sistema de iluminação refere-se à
se na iluminação dos ambientes internos, pois, ao iluminação média dos ambientes de escritório e em
alterar a forma, alteram-se o tamanho dos conjunto com a circulação, cuja densidade de
ambientes e, portanto, o projeto luminotécnico. potência permaneceu constante em 14,2 W/m² para
Para fins de comparação, essas mudanças não qualquer caso. Nos escritórios, o caso-base obteve
foram consideradas na alternativa Alt1a, enquanto densidades de 12 W/m² e 13 W/m², usando
a alternativa Alt1b apresenta as consequências lâmpadas T8 com luminárias com aletas para
totais da mudança nas dimensões do edifício. Já as evitar o ofuscamento;
características da envoltória são idênticas entre
(e) o percentual de ambientes condicionados
essas alternativas, pois o PAFt e ângulos de
refere-se à área de ambientes de permanência
sombreamento (AVS e AHS) são proporcionais ao prolongada com condicionamento de ar em relação
caso-base; ao total da área de ambientes de permanência
(b) o aumento na área de abertura envidraçada foi prolongada, ou seja, aos escritórios. Na Tabela 3,
proporcional às áreas de cada fachada do caso- 24% dos ambientes não condicionados
base. Assim, PAFt de 60% refere-se a percentuais configuram-se como dois ambientes, por
de 33% e 72% de abertura envidraçada nas pavimento, sem condicionamento artificial;
fachadas;
(f) a alternativa 12 não apresenta parâmetros, pois
(c) as proteções solares foram projetadas será formada das medidas que resultaram em um
atendendo às condições de insolação, de acordo mais alto nível de eficiência energética composto
com a orientação solar de cada fachada. Os das etiquetas parciais. Embora o objetivo deste
ângulos apresentados na alternativa 5 da Tabela 2 e artigo não seja alcançar elevados níveis de
nas alternativas 7 e 8 da Tabela 3 são o resultados eficiência, é interessante apresentar um caso final
da média ponderada dos ângulos de cada proteção de resultados positivos.
pela área de abertura envidraçada (janela) atendida Por fim, o método apresentado que pode indicar os
pela proteção solar; melhores parâmetros para a alternativa 12
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Carlo, J. C.; Lamberts, R.
A Tabela 4 apresenta o indicador de consumo, o controles manuais que visualizem todo o ambiente
nível de eficiência obtido para os pré-requisitos de e deve haver controles individuais para as fileiras
transmitância térmica e absortância solar de de luminárias próximas às janelas. Por ser
paredes e coberturas3. Pela tabela, qualquer um dos resultados de uma ponderação pela área do
pré-requisitos não cumpridos reduz a eficiência ambiente, o equivalente numérico do sistema de
para o nível em que o pré-requisito é atendido. iluminação raramente é um número inteiro.
Como não foram alteradas as características dos
pré-requisitos, os níveis de eficiência tendem a ser, ENCE parcial do sistema de
no melhor caso, C para qualquer alternativa. condicionamento de ar
Portanto, a análise será realizada sem considerar os
pré-requisitos. A alternativa 10 refere-se ao sistema de
condicionamento de ar. A partir da alteração de
Pela Tabela 4, vê-se que a modificação das
100% dos aparelhos split de eficiência de 2,70
dimensões em nada alterou o nível de eficiência
W/W para 3,02 W/W, passou-se do nível de
das alternativas 1a e 1b, embora tenha alterado o
eficiência D para o nível A. As demais análises do
indicador de consumo, o que foi mostrado com
condicionamento de ar são realizadas a seguir.
mais detalhes na Figura 3.
Já as demais alternativas podem ser comparadas ENCE final do edifício
entre si, tanto pelo indicador de consumo quanto
pelo nível de eficiência. Nestes, vê-se que a A equação 1 foi aplicada para ponderação dos
mudança da orientação solar do edifício alterou a equivalentes numéricos finais. As variáveis
eficiência da alternativa 2 para nível B. Ao utilizadas são apresentadas na Tabela 6. Em todos
contrário das demais, esta usou o PAFt na equação, os casos, considerou-se que os pré-requisitos da
enquanto as outras usaram o PAFO. A redução do envoltória foram atendidos. A alternativa 12 foi
fator solar dos vidros também beneficiou a elaborada utilizando-se os resultados da envoltória
alternativa 4, passando de nível C para B, assim da alternativa 5, de iluminação da alternativa 9 e
como ocorrido com a alternativa 7, que combinou de condicionamento de ar da alternativa 10.
o aumento do PAFt (mas foi aplicado o PAFO, Os resultados variaram de nível A, na alternativa
como já comentado) e sombreamento da proteção 12, a nível E, na alternativa 6. A combinação das
solar (AVS e AHS). No entanto, o aumento do etiquetas parciais da envoltória, iluminação e
PAFt isoladamente prejudicou a eficiência, que condicionamento de ar demonstra a relação de
chegou a nível E na alternativa 3, e a redução do pesos da equação 1. Nesta, vê-se que o elevado
fator solar não compensou esse prejuízo, como nível de eficiência da envoltória na alternativa 5 ou
visto na alternativa 6. Por fim, o aumento da área do sistema de condicionamento de ar na alternativa
envidraçada e a tentativa de compensar a eficiência 11 não é mantido na eficiência final, visto que os
com o excessivo sombreamento não são bem- demais sistemas apresentam baixas eficiências.
vindos pelo método, pois a alternativa 8
apresentou nível C ao inserir maior sombreamento Ainda, a relação da equação geral de avaliação do
que o necessário. nível de eficiência do RTQ-C é ajustada pela
relação de áreas que cada nível representa. As
Por fim, vale ressaltar que as medidas propostas alternativas 10 e 11 apresentam equivalentes
não geram bons resultados caso os pré-requisitos numéricos idênticos. No entanto, a alternativa 11
não sejam atendidos. Pela Tabela 4, a eficiência alcança apenas nível C, devido à eliminação de
final não passa de nível C devido às cores adotadas 24% da parcela de sua área no montante da área
nas fachadas e na cobertura. condicionada. O nível de eficiência pode ainda
baixar mais caso o percentual de área não
ENCE parcial do sistema de iluminação condicionada seja maior, chegando a nível E caso
100% do edifício não seja condicionado e não
A análise é válida para o caso-base, alternativa 1b
tenha sido compensado com a simulação da
e alternativa 9. A Tabela 5 apresenta os resultados
ventilação natural.
da etiqueta parcial do sistema de iluminação para
esses três casos, níveis D para o caso-base, e
alternativa 1b e nível B para a alternativa 9,
considerando atendimento aos pré-requisitos de
iluminação. Assim, não há exigência para nível D,
e os ambientes de nível B devem apresentar
3
O edifício não possui dispositivo de iluminação zenital,
portanto este item não foi avaliado.
20
Carlo, J. C.; Lamberts, R.
Discussão: requisitos da das equações de regressão (CARLO;
LAMBERTS, 2008).
envoltória
Vê-se, portanto, que as equações são baseadas em
A análise acima ainda exige comentários acerca modelos que representam o que mais se constrói no
das variáveis envolvidas na equação 2. A seguir, país. São generalistas e descrevem com mais
são discutidas algumas questões envolvendo as exatidão o desempenho das volumetrias mais
equações em si, a forma do edifício e as aberturas comuns existentes na paisagem urbana (Figura 6).
que compõem a envoltória. Assim, a volumetria tornou-se um fator limitante no
uso das equações. Edificações com volumes pouco
Limites impostos ao fator de forma comuns, ou muito pequenas ou muito grandes, não
são apropriadamente descritas pelas equações, e
As equações são derivadas de regressão linear deve-se, portanto, adotar os limites máximo ou
multivariada. Sendo assim, baseiam-se em um mínimo do fator de forma, indicador da volumetria
universo amostrado. Como uma regressão da edificação. Foi o que ocorreu nas alternativas 1a
matemática, ela permite que qualquer número seja e 1b, onde o fator de forma chegou a 0,14, sendo o
inserido; como uma equação estatística que limite mínimo a ser inserido na equação 0,15. Esse
descreve uma realidade, ela possui limitações. aspecto, no entanto, não prejudica a avaliação da
As equações foram obtidas a partir da simulação envoltória, visto que ela é comparativa a outros
do desempenho termoenergético no programa modelos de mesma volumetria.
EnergyPlus (CRAWLEY, 2001) de protótipos de Vale salientar ainda que o levantamento respondeu
edifícios definidos através de um levantamento. à primeira pergunta identificada por Pérez-
Esse levantamento baseou-se em amostras Lombard et al. (2009): o que deve ser avaliado.
fotográficas colhidas em cinco capitais brasileiras. Para tanto, foi necessário conhecer as edificações
Obtiveram-se fotografias de 1.103 edificações existentes. Igualmente, a pergunta “A que o
comerciais, públicas e de serviços que, tratadas edifício deve ser comparado?” é também
estatisticamente, geraram dados para as sete respondida: qualquer envoltória avaliada pelo
atividades comerciais. As características método prescritivo é comparada a um caso dentre
amostradas foram: dimensões, número de as 1.103 amostras obtidas no levantamento.
pavimentos, área de vidro, tipo de vidro e
existência e dimensão das proteções solares
(CARLO; GHISI; LAMBERTS, 2003). Essas
Cálculo do fator de forma
características permitiram gerar tipologias A regressão também justifica outros procedimentos
específicas que subsidiaram a escolha de um de cálculo adotados no regulamento. A área da
edifício real para coletar dados das características envoltória (Aenv) é composta de área de fachadas e
de uso, como cargas internas de iluminação e tipo área de cobertura e faz parte do cálculo do fator de
de condicionamento de ar. Ao final, foram obtidas forma (Aenv/volume). Como é um indicador da
dez tipologias de edifícios (algumas divididas em volumetria do edifício, deve-se considerar a área de
subcategorias) representativos da realidade cobertura do edifício mesmo se ela for inclinada e,
construtiva brasileira. Esses edifícios, juntamente como o regulamento refere-se a ambientes externos,
com alternativas contendo alterações em suas beirais e marquises devem ser desconsiderados da
características de acordo com os resultados do área de cobertura que participa da área da
levantamento, foram então modelados e simulados envoltória.
para gerar dados de consumo usados na elaboração
8x63m,
1pav,
Mezaninos e PD=3m
pavimentos 30x30m,
1pav,
7x10m,
desalinhados PD=3m
7x10m,
15pav,
7pav, 10x20m, da projeção
PD=3m 50x100m,
PD=3m 3pav, do edifício 1pav,
PD=3m
16x10m, PD=3m
8x30m, 8x30m,
15pav, 44x67m,
15pav, 5pav,
PD=3m 15x30m, 1pav,
PD=3m PD=3m
20x20m, 2pav, PD=5m
52x17m, 70x100m,
10pav, 70x70m, PD=3m
5pav, 1pav,
PD=3m 15x30m, 15x30m,
PD=2,7m 3pav, PD=5m
15pav, 8pav, PD=3m
30x30m, PD=3m PD=3m
10pav,
PD=3m 150x150m,
70x70m, 1pav,
50x100m, 100x100m, 2pav, PD=7m
10pav, 5pav, PD=5m
PD=3m PD=5m
Acob/Atot (pavimentos)
Nota: Os pontos em preto referem-se ao fator de forma e ao fator altura dos protótipos simulados, enquanto os pontos
em cinza são outras volumetrias investigadas nas etapas iniciais da pesquisa, descrita em Carlo e Lamberts (2007)
Figura 6 – Fatores de forma investigados no desenvolvimento das equações
Devem ser consideradas como parte da envoltória e, junto com o fator de forma, descreve a
todas as superfícies em contato com o ambiente geometria do edifício. Deve-se sempre considerar
externo que compõem o fechamento do edifício. a área de piso do edifício excluindo os subsolos,
Mas há exceções: edifícios com pilotis apresentam exceto se estes forem parcialmente expostos (uma
um piso em contato com o ambiente externo, assim de suas fachadas estiver em contato com o
como projeções de partes do edifício sobre os ambiente exterior). Já a área de projeção da
pavimentos inferiores. Estes não são computados cobertura4 deve também excluir os beirais e as
no cálculo da envoltória, pois a relação de Aenv marquises, conforme mostrado na Figura 7. Nessa
estabelecida para cálculo do fator de forma seria figura, o fator altura do edifício 1 foi calculado
descaracterizada ao incluir uma área de superfície excluindo-se as projeções da cobertura para além
que não descrevesse a composição do volume. do alinhamento do edifício. Já o fator altura do
Durante o desenvolvimento da equação, os pisos edifício 2 foi calculado considerando-se a área
dos edifícios representativos não foram incluídos total da cobertura.
no cálculo da área da envoltória quando o FF foi
A relação entre a área de projeção da cobertura e a
inserido como variável independente da regressão. área total também descreve os mezaninos. Um
Dessa forma, a inclusão de uma área “extra” na edifício hipotético de 100 m² e 1 pavimento tem
área da envoltória resultaria numa descrição
fator altura de 1, pois tanto Apcob quanto Atot são
incorreta da volumetria do edifício e, portanto, no
100 m². Mas se ele possui pé-direito de 5 m
fator de forma inserido na equação.
contendo um mezanino de 50 m², sua área total é
de 150 m² e, portanto, o fator altura passa a ser
Fator altura
O fator altura é composto da razão entre a área de
4
Não confundir com área de cobertura para cálculo da
envoltória, que também exclui beirais e marquises.
projeção da cobertura (Apcob) e a área total de piso Enquanto a primeira é a área completa medida na
do edifício (Atot). Indica o número de pavimentos superfície, seja ela inclinada ou até curva, a segunda é
uma área de projeção horizontal dessa cobertura.
22
Carlo, J. C.; Lamberts, R.
0,75 (na Figura 6, é a área delimitada como (b) uma classificação que envolva o potencial de
“mezaninos e pavimentos desalinhados da eficiência do terreno ou a eficiência do edifício em
projeção do edifício”). Com dois pavimentos, função da orientação é um avanço que pode ser
tendo assim Atot de 200 m², seu FA já seria 0,5. integrado a versões futuras, não cabendo à
Vê-se a redução gradual do FA em função do primeira versão de um regulamento inédito no
aumento da área de piso sem alterar a projeção da país. Essa é uma questão que terá tempo para
cobertura. Esse fator, juntamente com o fator de discussão pela sociedade científica e
forma, apresenta participação essencial na mercadológica, a fim de se estabelecerem os
equação. critérios mais apropriados para a avaliação da
eficiência em função da orientação, de acordo com
Orientação do edifício e das proteções as necessidades ante a realidade brasileira.
solares Assim como a orientação do edifício, as proteções
solares não são diferenciadas por fachadas nas
A orientação do edifício não é incluída no RTQ-C
equações. No entanto, na determinação dos
como parâmetro determinante da eficiência,
parâmetros que descrevem as proteções, AVS e
embora seja participante. Sabe-se que é um
AHS, deve-se calcular os ângulos apropriados para
parâmetro de grande influência no desempenho de
cada janela e orientação e, posteriormente,
um edifício, seja nas regiões de clima frio ou nas
ponderá-los para um AVS e/ou AHS final do
regiões de clima quente. Dois motivos levaram a
edifício completo para inserção na equação
não incluir a orientação do edifício como
(PROCEL, 2009). Esse procedimento foi realizado
parâmetro determinante da eficiência:
nas alternativas 5, 7 e 8. A qualidade de projeto foi
(a) a impossibilidade de se optar pela orientação considerada na definição dessas alternativas como
do edifício em função da forma e das dimensões recomendado pelo regulamento, sendo ainda
do terreno, o que é muito comum nos centros atribuição do arquiteto, que deve adotar máscaras e
urbanos. Pode-se afirmar que os edifícios deveriam outros recursos no projeto das proteções. Brises e
ter sua eficiência classificada em função do outros tipos de proteção mais complexos não têm
terreno, pois a escolha do terreno é parte inicial de participação complementar na avaliação pelo
um projeto; e método prescritivo, mas podem ser avaliados pelo
método da simulação.
A
A
A
A
A A
A A
A A
A
A A
A A
A A
Deve-se alertar que o método prescritivo considera indicador de consumo (equação 2). Esse fator foi
a condição desfavorável da fachada oeste, avaliada determinante na obtenção do nível B da envoltória
em relação à área de aberturas envidraçadas. Caso dessa alternativa.
o percentual de área de aberturas da fachada oeste
(PAFO) seja maior que o percentual de área de Aberturas envidraçadas
aberturas do edifício (PAFt) mais 20% deste, deve-
se adotar o PAFO na equação. Dessa forma, A equação não descreve apropriadamente vidros
grandes aberturas envidraçadas na fachada oeste de elevado desempenho. É uma limitação mostrada
têm maior impacto na eficiência do edifício que as em seu desenvolvimento e se origina da ausência
áreas envidraçadas das demais fachadas, reduzindo do fator solar como dado de entrada direto na
o indicador de consumo. Esse exemplo ocorreu na simulação no programa EnergyPlus. Ele foi
alternativa 2, a única em que o PAFO não adotado na equação por ser o parâmetro que
substituiu o PAFt na equação de obtenção do melhor descreve o desempenho do vidro, mas as
5
Como citado na introdução, esse tipo de limitação nas
especificações técnicas tende a acabar com o acordo de
cooperação técnica entre Procel e Abividro.
24
Carlo, J. C.; Lamberts, R.
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26
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