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1. Línguas
No ambiente do Novo Testamento quatro línguas eram faladas:
1.1. Latim: era a língua oficial, mais usada no lado ocidental do império
romano.
1.2. Grego: era língua comum, mais usada no lado oriental do império
romano e, portanto, falada na Palestina, especialmente na Galileia. Língua
usada pelos escritores do Novo Testamento.
1.3. Aramaico: era a língua popular e materna dos judeus do primeiro século.
1.4. Hebraico: era a língua formal dos judeus, na qual estava escrita a Torá.
Era lido e falado pelos rabinos e escribas.
2. Religião
Todo o império romano foi fortemente influenciado pela mitologia grega.
As divindades dos romanos estavam associadas diretamente à mitologia grega
(Júpiter com Zeus, Vênus com Afrodite, etc.).
Superstições e misticismos, como oráculos e presságios, eram muito
forte na época. O culto ao imperador era obrigatório em todo o domínio do
império romano. Os judeus eram um dos poucos povos com autorização de
praticar a própria religião em lugar do culto estatal ao Imperador.
II. Conceito
A palavra “testamento” no grego é “diathekê”. O sentido básico para
esta palavra é “aliança, acordo, contrato ou pacto”. Significa uma
disposição feita por uma parte em que a outra parte podia aceitar ou rejeitar,
mas nunca alterar; essa disposição, quando recebida, obrigava o cumprimento
das cláusulas pelas duas partes. Isso implica mais que uma promessa, pois
uma promessa obriga somente a pessoa que a fez, enquanto que uma aliança
obriga igualmente as duas partes envolvidas.
A Antiga Aliança era baseada no padrão da Lei de Moisés (pentateuco); a
Nova Aliança se fundamenta na revelação de Deus em Seu Filho
completamente justo (Jr 31.31-35; Ez 36.26; Hb 8.6-13; 1Co 11.25).
IV. Cronologia
Os livros do Novo Testamento foram organizados de maneira lógica:
1. Evangelhos: Registram a vida e a obra de Jesus Cristo;
2. Histórico: Registra o avanço do evangelho;
3. Epístolas: Registram o desenvolvimento da doutrina do cristianismo;
4. Apocalíptico: Registra aspectos futuros do plano de Deus
Todavia a ordem da organização não é a mesma ordem cronológica de escrita
dos livros do Novo Testamento. Não há consenso pleno entre os estudiosos
sobre a correta datação dos livros. As datas abaixo se aproximam das
consentidas pela maioria dos estúdios da Bíblia.
1. Tiago – 45-47 d.C.
2. Gálatas – 48-49 d.C.
3. 1Tessalonicenses – 51/52 d.C.
4. 2Tessalinicenses – 52 d.C.
5. Marcos 50-60 d.C.
6. 1e2 Coríntios 56/57 d.C.
7. Romanos- 58 d.C.
8. Lucas – 60 d.C.
9. Colossenses, Efésios, Filipenses e Filemom – 61 d.C.
10. Mateus – 60-70 d.C.
11. 1Timóteo e Tito – 61-65 d.C.
12. Atos e 2Timóteo – 65 d.C.
13. 1e2 Pedro – 60-68 d.C.
14. Hebreus – 64-68 d.C.
15. Judas – 70-80 d.C.
16. João – 85-90 d.C.
17. 1,2,3 João – 85-90 d.C.
18. Apocalipse – 90-100 d.C.
As incertezas acerca das datas em que os livros do Novo Testamento foram
escritos podem nos trazer dúvidas, mas não podem abalar a nossa fé de que a
Bíblia é realmente inspirada por Deus. A única forma de experimentar a
inspiração de Deus é lendo sua Palavra.
V. Comparações entre o Antigo e o Novo Testamento
O melhor ponto de partida para quem deseja entender o Novo
Testamento é analisá-lo a partir do Antigo Testamento. O Antigo Testamento
aponta para o Novo Testamento, e o Novo Testamento cumpre o Antigo
Testamento.
Vejamos um quadro comparativo entre os dois testamentos.
Antigo Testamento
1. Necessidade de repetição dos
Sacrifícios
2. Êxodo: páscoa da nação
3. Sinal: circuncisão do judeu
4. Acesso ao Pai restrito (véu intacto)
5. Sacrifícios por sacerdotes
Novo Testamento
1. Um único sacrifício suficiente
2. Cristo: nosso Cordeiro pascal
3. Sinal: batismo do crente
4. Acesso irrestrito ao Pai (véu rasgado)
5. Sacrifício pelo Sumo Sacerdote Eterno
Jesus Cristo é o centro das Escrituras. Ele é o centro de sua vida também?
VI. Cânon
Cânon é o termo utilizado para designar os livros do Antigo e Novo Testamento
como inspirados por Deus (2Tm 3.16). Significa literalmente “vara de medir”.
Desta forma, todos os 66 livros da Bíblia são a medida acurada pela qual todos
os pontos de vista, teológicos, doutrinários, arqueológicos e escriturísticos se
unem fundamentando a Bíblia como a Palavra de Deus.
Referente ao Novo Testamento, o caminho percorrido desde a produção dos
livros até seu reconhecimento pela igreja levou aproximadamente quatro
séculos. Vejamos uma breve linha cronológica da formação do cânon. Ao
longo de todo esse tempo, vários testes foram determinados para distinguir os
livros inspirados dos não inspirados, tais como:
1. O livro foi escrito, supervisionado ou aprovado por um apóstolo?
2. Seu conteúdo era de natureza essencialmente espiritual?
3. Houve aceitação por parte da igreja do primeiro século? Em seu conteúdo
há provas da inspiração divina?
Conclusão
O Novo Testamento é o manual teórico e prático do cristianismo que revela
Cristo e a salvação que Ele traz. Lembre-se de que o Novo Testamento é uma
biblioteca, mas também um único livro que, juntamente com o Antigo
Testamento, compõe a Bíblia.