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1 - INTRODUÇÃO
1.2. A erosão
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Alguns dados sugerem que cerca de 20 cm de solo perdidos pela erosão desperdiçam de
1400 a 7000 anos de trabalho da natureza. Grandes quantidades de nitrogênio, fósforo,
potássio, cálcio e magnésio, além de húmus, microorganismos benéficos e partes do
corpo do solo são perdidos pela ação da erosão. Os nutrientes vegetais podem ser
repostos num solo lavado, mas o solo se foi, ele mesmo, carregado para os rios e
oceanos, a natureza só poderá reconstruí-lo no decorrer de muitos séculos. Por isso
costumasse dizer que o solo é um recurso natural irreparável.
O cultivo de um solo erodido quase sempre é sinônimo de insucesso; uma vez que, as
camadas mais profundas do solo são geralmente menos produtivas do que a camada
superficial. Além do empobrecimento e da destruição do solo, a erosão causa danos à
navegação, às represas destinadas a obtenção de energia e ao suprimento de água, e aos
canais de irrigação e de drenagem. Deve-se ainda considerar que as plantas sofrem mais
devido à seca quando o solo foi danificado pela erosão. Os danos causados pela erosão
não atingem apenas o agricultor, mas toda a nação. A manutenção de uma agricultura
permanente, depende de uma luta constante contra a erosão das terras de cultura, o que
constitui o primeiro passo na direção do correto uso das terras. A responsabilidade de
controlar a erosão recai, portanto, sobre o agricultor e sobre a nação: o primeiro
protegendo o seu interesse particular e a segunda protegendo o bem estar de uma
sociedade.
1.4. OUESTIONÁRIO
O solo estava coberto por uma vegetação natural compatível com o clima dominante na
região. Havia portanto um equilíbrio natural , o solo permitia o desenvolvimento de uma
vegetação que protegia e fertilizava o solo com matéria orgânica abundante. A água
infiltrava-se no solo e constituía um armazenamento capaz de suprir as necessidades
vegetais e mantinha um lençol freático abundante, o qual fornecia água para as fontes e
cursos d'água delas formados. Estes eram límpidos e as cheias, moderadas. Sob tais
condições, a velocidade de, formação dos solos nunca era sobrepujada pela velocidade
de remoção das camadas superficiais.
2 - A EROSÃO DO SOLO
Erosão por Embate Quando a gota de chuva animada de alta energia atinge o solo, os
agregados são destruídos, ficando grande quantidade de partículas texturais em estado
individual. A ação deslocadora da enxurrada nem sempre tem capacidade de
desagregara solo. Entretanto, se a água que se desloca na superfície do solo encontrar
partículas desagregadas, a quantidade de material arrastado aumenta consideravelmente.
O impacto da gota de chuva desagrega o solo e projeta as suas partículas a distâncias
consideráveis, predispondo-as ao deslocamento pela água em movimento. Partículas
finas em suspensão podem ser eluviadas indo se depositar em camadas mais profundas
do perfil, onde pode ocorrer um horizonte de impedimento que vem agravar ainda mais
o efeito destrutivo da erosão presente na superfície. A proteção do solo mais eficiente
contra essa forma de erosão consiste em mantêlo com vegetação, principalmente no
período chuvoso.
Erosão por Desabamento Essa forma de erosão pela água é muito comum nos terrenos
arenosos. Os Regossois são particularmente sujeitos à erosão por desabamento. Essa
forma de erosão se processa nos sulcos deixados pela enxurrada que são, geralmente,
tortuosos. A corrente d'água atrita fortemente com as margens sinuosas, provocando
desmoronamentos. Com o correr do tempo, os sulcos vão aumentando suas dimensões.
A essa forma de erosão são atribuídos os desmoronamentos de aterros de estradas e os
bruscos desabamentos, resultantes da erosão subterrânea que forma enormes gargantas
denominadas voçorocas.
A erosão eólica consiste no transporte aéreo ou por rolamento de partículas do solo pela
ação do vento. Essa forma de erosão é de grande importância em regiões onde sopram
fortes ventos. Em nosso ambiente, a erosão eólica apresenta efeitos dignos de nota,
apenas, em regiões planas do planalto central e em alguns pontos do litoral. O teor de
umidade do solo é um fator limitante da intensidade com que a erosão eólica pode
ocorrer. Os prejuízos causados pela erosão eólica se referem principalmente ao
enterramento de solos férteis pela sedimentação do material transportado; o que pode
ocorrer mesmo a grandes distâncias do ponto em que o vento agiu ativamente. 2.2.3.
Erosão pelas Ondas A ação conjunta do vento e da água provoca a formação de ondas.
O efeito das ondas se manifesta nas regiões litorâneas, lacustres e nas margens dos rios.
As ondas avançam sobre a terra desagregando-a e suspendendo grande quantidade de
material. Ao retomarem, carregam o material em suspensão que será depositado
seletivamente no fundo dos mares, dos lagos, e represas, nos deltas e no lado centrífugo
dos meandros dos rios. No Brasil, apenas em alguns pontos esparsos. essa forma de
erosão apresenta uma intensidade digna de nota.
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2.3. QUESTIONÁRIO
01. Quais são os principais efeitos da erosão que apresentam significado agrícola?
02. Quais são os tipos de erosão e qual é o mais danoso para a agricultura? Por que?
05. Quais são os prejuízos pela erosão por desabamento em solos de pastagens?
Fatores extrínsecos
Fatores intrínsecos
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As chuvas intensas causam sempre muito mais erosão do que as chuvas pouco intensas,
embora prolongadas. Se a chuva atinge vagarosamente o solo, a água tem tempo de se
infiltrar e se distribuir no solo. Se a chuva atinge rapidamente o solo, as primeiras
camadas ficam logo saturadas e a água escorre violentamente na superfície provocando
enxurrada na direção do curso d'água mais próximo. Quando a velocidade da água que
escorre na superfície aumenta, a sua capacidade de arrastamento de partículas é
grandemente aumentada. Dobrando a velocidade, a capacidade de arrastamento pode
aumentar de duas, quatro ou oito vezes, dependendo dos obstáculos que a água possa
encontrar no seu percurso. O regime pluviométrico é conservacionista numa certa
região. de grande importância para o planejamento
.1. Relação entre energia cinética da chuva e intensidade. Os estudos foram realizados
nos seguintes países: Hudson, Rodésia, Kelkar, Índia, Ker, Trindade, Mihard, Japão,
Wischmeier, USA
Quase todos os solos estão mais ou menos sujeitos à erosão eólica, dependendo da
topografia, natureza do solo, clima, umidade do solo e cobertura vegetal. Em algumas
regiões essa forma de erosão constitui seríssimo problema e em outras, embora
existente, seus efeitos são insignificantes. Entretanto, o simples fator de existir poeira no
ar, prova a presença do fenômeno. Contrariamente do que acontece com a erosão pela
água, a topografia plana é a que oferece condições mais favoráveis para a erosão eólica.
Embora esta forma de erosão seja mais comum nas regiões áridas e semi áridas, pode
ocorrer sob outros climas, especialmente na estação seca. A cobertura vegetal é também
um fator dê grande importância. Outros fatores podem influenciar a erosão eólica,
como: uso excessivo do solo, saturação do complexo coloidal do solo e natureza dos
iônios adsorvidos. A estruturação do solo é um fator de grande eficiência, que pode
contrariar a susceptibilidade do solo a essa forma de erosão. Solos argilosos bem
estruturados podem
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ser resistentes; enquanto outros de textura mais grossa podem ser vulneráveis, se não
apresentarem boa estruturação. A erosão eólica é, também, duplamente danosa.
Prejudica tanto a região de onde o material se desloca como aquela onde o material se
deposita.
A influência da ação conjunta da água e do vento se dá pelo fluxo e refluxo das ondas.
A medida que essa forma de erosão progride, pode haver afloramento das rochas,
característico das margens dos oceanos, lagos e grandes rios. Outras vezes, quando as
margens são constituídas por materiais retransportados ou decompostos, o embate das
ondas provoca solapamentos progressivos e conseqüentes desmoronamentos, às vezes
de grande vulto. 3.5. Efeito da cobertura do solo A experiência e a observação tem
demonstrado a eficiência da vegetação para aumentar a absorção da água da chuva pelo
solo e, conseqüentemente, reduzir a enxurrada e diminuir a erosão. Os desbravamentos
foram necessários para a adaptação das terras às culturas, mas raramente foram
acompanhados da aplicação de meios para que o equilíbrio solo x vegetação não fosse
rompido. Há que considerar, ainda, a proporção assustadora que os desbravamentos
tomaram, quando a desvalorização do café provocou o incremento da cultura
algodoeira. Devido à exigência de nutrientes e por expor o solo à erosão, essa cultura
determinou a busca incessante de novas terras. Na defesa do solo contra a erosão, as
culturas densas e dotadas de um sistema radicular superficial e abundante são as mais
eficientes. A média anual de solo perdido de uma área, cuja cultura mantenha o solo
descoberto, é de 3 a 6 vezes maior do que numa área semelhante densamente coberta
com vegetação. As perdas de água, no primeiro caso, chegam a ser de 2,5 a 355 vezes
maiores do que no segundo caso. A grande variação nas perdas de solo e água, em solos
sob a mesma cultura, é devida à variação de outros fatores, como: natureza do solo,
declividade e precipitação. O tipo de cobertura mais eficiente para controlar a erosão é a
vegetação natural constituída por árvores e vegetação baixa. Nessas condições, o solo
fica protegido contra o embate das gotas de chuva, o solo apresenta boa capacidade de
infiltração e a água, que por ventura escorra na superfície encontra grande quantidade de
obstáculos que não permitem que sua velocidade atinja uma intensidade capaz de causar
danos apreciáveis.
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Para o caso de certas culturas, como a cana-de-açúcar, a erosão pode ser controlada
apenas por meio de práticas culturais. O preparo do solo e o plantio segundo as linhas
de nível controla o efeito da erosão. Infelizmente, esse fato não se verifica para todas as
culturas. Entretanto, experimentos realizados com algodoeiro demonstraram que o
plantio em nível determinou uma redução de 50% nas perdas de solo e de 0,3% nas
perdas de água. Além do plantio em nível, o plantio de faixas, em nível com vegetação
densa, intercaladas entre as linhas de outras culturas, é altamente eficiente no controle
da enxurrada e da erosão. A rotação de culturas, por fornecer em média, maior cobertura
do solo do que uma cultura contínua, e por melhorar as condições físicas do solo,
reduzem a erosão e a enxurrada.
Quadro 3.1. Relação entre velocidade da água e tamanho das partículas arrastáveis.
Velocidade da Água (cm/s) 7,6 15,3 20,3 30,5 61,0 91,5 Tamanho das Partículas
(separado do solo) argila areia fina areia muito grossa cascalho fino cascalho grosso
seixos
Desses dados, pode-se concluir sobre a importância do solo apresentar uma agregação
estável, em relação à sua resistência à erosão.
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Quadro 3.2. Relações Si02/R203 de solos erodíveis e não erodíveis. SiO2 (%) Fe2O3
(%) Al2O3 (%) SiO2/R2O3 (relação molecular) 7,50 17,60 0,64 0,98
Solo
Série Memphis Série Orang Série Nipe Série Aikin
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06. Por que a rotação de culturas é benéfica para proteger o solo contra a erosão?
4.2. A eficiência dos meios que se empregam para a conservação do solo e da água
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4.3. O planejamento
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- Classe II. Terras de produtividade de moderada a boa, próprias Para serem cultivadas
com os tratamentos ordinários ou práticas simples de controle à erosão, tais como:
plantio em contorno, culturas de cobertura, práticas simples de drenagem, com
pequenos canais onde forem necessários. –
Classe III. Terras de moderada a boa produtividade próprias para os cultivos com
intensas práticas de controle à erosão, tais como: terraceamento, culturas em faixas,
pesadas adubações ou instalações de sistema de drenagem. Terras próprias para culturas
limitadas –
Classe V. Terras impróprias para culturas, mas utilizáveis para pastagens ou florestas,
desde que se adotem práticas adequadas para assegurar sua utilização constante.
Geralmente são planas. Suas limitações se referem a encharcamento ou a
pedregosidade. –
Classe VI. Terras impróprias para culturas, mas adequadas para pastagem ou
reflorestamento, desde que se adotem práticas especiais para assegurar uso constante. A
declividade ou a profundidade efetiva são os principais fatores limitantes para o seu uso
agrícola. –
Classe VII. Terras próprias para pastagem e florestas, quando utilizadas com extremo
cuidado para prevenir a erosão. São muito declivosas, erodidas, de superfície irregular,
rasas, muito secas ou pantanosas. Em climas úmidos deve ser utilizada apenas para
florestamento. –
Classe VIII. Terras que não se prestam para culturas, pastagens ou florestas, embora
tenham certo valor para abrigo da vida silvestre e recreação. Essas terras, geralmente,
são de superfície muito irregular, pedregosas, arenosas, encharcadas ou expostas a
erosão muito severa. Tudo que esta classificação técnica mostra é que intensidade de
uso é melhor e com que cuidado o seu manejo deve ser realizado. Deve-se salientar que
esse sistema de classificação se refere mais ao risco de erosão e não tanto à
produtividade. Terras da Classe II ou III, por exemplo, não quer dizer que possam
apenas produzir colheitas de rendimento inferior. Essas terras podem, em casos
especiais, produzir melhor do que as terras da Classe I.
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Quadro 4.1. Classes de declive. Classe Arenosa 0-1 1-4 4-8 8 - 15 15 - 30 30 Textura do
Horizonte Superficial Barrenta 0-2 2-6 6 - 12 12 - 20 20 - 40 40 Argilosa 0-3 3-8 8 - 16
16 - 30 30 - 45 45
ABCDEF
Quadro 4.2. As classes texturais e seus símbolos. Classe Textural 1 - Areia 2 - Areia
barrenta 3 - Barro arenoso 4 - Barro 5 - Barro limoso 6 - Limo 7 - Barro argilo-arenoso
8 - Barro argiloso 9 - Barro argilo-limoso 10 - Argila arenosa 11 - Argila limosa 12 -
Argila Símbolo a ab ba b b1 1 bra br br1 ra r1 r
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Quadro 4.4. Classes de erosão laminar. Classe Espessura do horizonte superficial (cm)
25 25 - 15 15 - 5, podendo atingir o B horizonte B exposto horizonte B severamente
erodido horizonte B severamente erodido e afloramentos ocasionais do C.
Não aparente Ligeira Moderada Severa Muito severa Extremamente severa
Quadro 4.5. Classes de erosão em sulcos. Classe Ocasional Freqüente Muito freqüente
Classe Raso Profundo Distância entre sulcos (m) 30 30; ocupando menos de 75% da
área Ocupando mais de 75% da área Profundidade Desfeitos pelo preparo do solo
Podem ser cruzados pelas máquinas agrícolas, mas não são desfeitos pelo preparo do
solo Não podem ser cruzados pelas máquinas agrícolas
Muito Profundo
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Quadro 4.6. Classes de risco de inundação. Classe Ocasional Freqüente Muito freqüente
Classe Curta Média Longa Período (anos) 5 1-5 anualmente Duração (dias) 2 2 - 30 30
A fertilidade pode ser deduzida a partir da apreciação dos dados analíticos do solo e
observações feitas no campo. Podem-se considerar 5 níveis ou classes de fertilidade que
se deve dispor, para a determinação das classes de capacidade de uso das terras;
entretanto, outras informações podem ser de grande ajuda, como: seca edafológica; água
disponível; riscos de geada.
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Tabela 4.1. Fatores determinantes das classes de capacidade de uso das terras. Classes
de Capacidade de Uso I II III IV V VI VII VIII x x x x x x x x x x x x x x
LIMITAÇÃO muito alta alta média baixa muito baixa muito profundo profundo
moderada raso muito raso excessiva boa moderada pobre muito pobre
Fertilidade Aparente
Drenagem Interna
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LIMITAÇÃO muito rápido rápido moderado lento muito lento sem pedra menor que 1
% 1 a 10% 10 a 30% 30 a 50% maior que 50% ocasional freqüente muito freqüente A
(0 - 2%) B (2 - 6%) C (6 - 12%) D (12 - 20%) E (20 - 40%) F(maior que 40%) não
aparente ligeira moderada severa muito severa Extr. severa ocasionais freqüente muito
freqüente ocasionais freqüente muito freqüente ocasionais freqüente muito freqüente
Deflúvio Superficial
Pedregosidade
Risco de Inundação
Classe de Declive
xxxxxxxxxxxx