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1 - INTRODUÇÃO

1.1. As terras virgens e a colonização do país

A terra virgem que os colonizadores encontraram era "dadivosa e boa" e totalmente


coberta por uma vegetação natural compatível com o clima dominante na região. Havia
pois, um equilíbrio natural que pode ser definido da seguinte maneira: o solo permitia o
desenvolvimento de uma vegetação que protegia e fertilizava o solo com matéria
orgânica abundante. A água infiltrava-se no solo e constituía um armazenamento capaz
de suprir as necessidades vegetais e mantinha um lençol freático abundante, o qual
fornecia água para as fontes e cursos d'água delas formados. Estes eram límpidos e as
cheias, moderadas. Sob tais condições, a velocidade de, formação dos solos nunca era
sobrepujada pela velocidade de remoção das camadas superficiais. Com a chegada dos
colonizadores, a vegetação natural foi sendo eliminada paulatinamente; vagarosamente
a princípio e cada vez mais rapidamente a medida que as culturas foram sendo
estabelecidas e as estradas de ferro foram alcançando os mais longínquos rincões.
Estabeleceu-se então uma verdadeira devastação de recursos naturais. O equilíbrio.
entre o solo e a vegetação natural foi rompido. Os declives anteriormente cobertos pela
vegetação foram despidos e as terras, profundamente erodidas ou cobertas pelos
sedimentos.

1.2. A erosão

O solo é, possivelmente um dos recursos naturais mais instáveis, quando desprotegido.


Sob condições naturais, o efeito da erosão se faz sentir moderadamente como um
processo normal que se desenvolve através dos séculos. Este fenômeno que esculpe o
relevo terrestre é chamado Erosão Geológica ou Normal. Quando o solo é despido da
sua vegetação natural ou submetido ao cultivo, fica exposto diretamente às forças
erosivas. Neste caso, a água e o vento removem material com uma intensidade mil vezes
maior do que a intensidade que se verifica quando o solo está naturalmente coberto.
Esta remoção acelerada do material do solo é chamada simplesmente de Erosão: o
fenômeno mais eficiente de depauperamento do solo.

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Alguns dados sugerem que cerca de 20 cm de solo perdidos pela erosão desperdiçam de
1400 a 7000 anos de trabalho da natureza. Grandes quantidades de nitrogênio, fósforo,
potássio, cálcio e magnésio, além de húmus, microorganismos benéficos e partes do
corpo do solo são perdidos pela ação da erosão. Os nutrientes vegetais podem ser
repostos num solo lavado, mas o solo se foi, ele mesmo, carregado para os rios e
oceanos, a natureza só poderá reconstruí-lo no decorrer de muitos séculos. Por isso
costumasse dizer que o solo é um recurso natural irreparável.

1.3. Responsabilidade de se defender o solo

O cultivo de um solo erodido quase sempre é sinônimo de insucesso; uma vez que, as
camadas mais profundas do solo são geralmente menos produtivas do que a camada
superficial. Além do empobrecimento e da destruição do solo, a erosão causa danos à
navegação, às represas destinadas a obtenção de energia e ao suprimento de água, e aos
canais de irrigação e de drenagem. Deve-se ainda considerar que as plantas sofrem mais
devido à seca quando o solo foi danificado pela erosão. Os danos causados pela erosão
não atingem apenas o agricultor, mas toda a nação. A manutenção de uma agricultura
permanente, depende de uma luta constante contra a erosão das terras de cultura, o que
constitui o primeiro passo na direção do correto uso das terras. A responsabilidade de
controlar a erosão recai, portanto, sobre o agricultor e sobre a nação: o primeiro
protegendo o seu interesse particular e a segunda protegendo o bem estar de uma
sociedade.

1.4. OUESTIONÁRIO

01. Descreva as condições de equilíbrio mantidos entre o solo e o ambiente antes da


colonização.

O solo estava coberto por uma vegetação natural compatível com o clima dominante na
região. Havia portanto um equilíbrio natural , o solo permitia o desenvolvimento de uma
vegetação que protegia e fertilizava o solo com matéria orgânica abundante. A água
infiltrava-se no solo e constituía um armazenamento capaz de suprir as necessidades
vegetais e mantinha um lençol freático abundante, o qual fornecia água para as fontes e
cursos d'água delas formados. Estes eram límpidos e as cheias, moderadas. Sob tais
condições, a velocidade de, formação dos solos nunca era sobrepujada pela velocidade
de remoção das camadas superficiais.

02. Quais são as conseqüências da quebra do equilíbrio entre o solo e o ambiente?

Os declives anteriormente cobertos pela vegetação foram despidos e as terras,


profundamente erodidas ou cobertas pelos sedimentos.

03. O que é erosão?

Erosão é o arrastamento de partículas constituintes do solo pela ação da água em


movimento, resultante da precipitação, e pela ação do vento e das ondas.

erosão é um processo natural de desagregação, desprendimento, transporte e deposição


de materiais de rochas e solos que vem agindo sobre a superfície terrestre

04. O solo é um recurso natural facilmente recuperável?

05. Qual é a diferença entre o empobrecimento do solo pela erosão e o empobrecimento


pelas culturas?

06. Discuta a responsabilidade individual e da nação de conservar o solo.

2 - A EROSÃO DO SOLO

2.1. A erosão e seus efeitos

Erosão é o arrastamento de partículas constituintes do solo pela ação da água em


movimento, resultante da precipitação, e pela ação do vento e das ondas. Os solos
erodidos são, geralmente, difíceis de serem arados; uma vez que a facilidade de aração
depende da consistência e da rugosidade do solo. Quando o arrastamento progressivo do
solo atinge a rocha, muitas vezes as glebas tem que ser abandonadas por não se
prestarem mais para a agricultura. No entanto, alguns solos, apesar de severamente
erodidos ainda se mantêm produtivos, quando adequadamente tratados. Nesse caso, a
presença de ravinas é que seria o fator limitante para o seu aproveitamento agrícola. Nos
Estados Unidos da América do Norte, apesar do tremendo esforço de se aumentar a
produção, na década de 30, o rendimento médio da produção de milho era menor do que
nos fins do século passado Esse fato foi atribuído a perdas de solo pela erosão. Pode-se
esperar, de maneira geral, que os solos não erodidos produzam de 1,5 a 30 vezes mais
do que solos erodidos que tenham recebido os mesmos tratamentos.

2.2. Tipos e formas de erosão

A erosão geológica ou normal constitui um fenômeno de tendência niveladora da


superfície terrestre. Seu efeito carece de importância agrícola porque é equilibrada pelo
processo de gênese do solo. A erosão acelerada se estabelece quando são destruídos os
elementos naturais de equilíbrio, constituindo em fenômeno de alto significado,
especialmente devido à rapidez com que se processa. Os fatores responsáveis por esse
tipo de erosão são: a água, o vento e as ondas.

2.2.1. Erosão pela Água

A erosão causada pela água em movimento é, nos climas úmidos, a de conseqüências


mais dramáticas. A erosão pela água pode apresentar-se em seis diferentes formas: em
lençol, em sulcos, por embate, por desabamento, em queda e vertical.

Erosão em Lençol A erosão em lençol, ou superficial, ou laminar, caracteriza-se por


desgastar uniformemente a superfície do solo. Esta forma de erosão é, muitas vezes,
imperceptível em seu primeiro estágio. Quando se manifesta um estágio avançado, o
solo passa a apresentar uma cor mais clara, a enxurrada se apresenta lodosa, há
decréscimo no rendimento das colheitas e finalmente, há o afloramento das raízes das
plantas perenes.

Erosão em Sulcos A erosão em sulcos, ou em canais, ou em ravinas, caracteriza-se pela


presença de sulcos sinuosos que se localizam ao longo dos declives em conseqüência
das correntes de água que escorrem sobre o terreno por ocasião das chuvas intensas.
Muitas vezes, a erosão laminar evolui para a erosão em sulcos; embora nem sempre seja
o início desta forma de erosão. Muitos fatores podem determinar o estabelecimento da
erosão em sulcos. Deve-se, no entanto, salientar que a aração acompanhando o declive
do terreno é um poderoso aliado da erosão em sulcos na sua obra destruidora. Além de
desgastar e empobrecer o solo, como qualquer outra forma de erosão, a erosão em
sulcos em estágio avançado representa um grave empecilho ao preparo do solo e aos
cultivos, devido à dificuldade das máquinas transporem aqueles obstáculos.

Erosão por Embate Quando a gota de chuva animada de alta energia atinge o solo, os
agregados são destruídos, ficando grande quantidade de partículas texturais em estado
individual. A ação deslocadora da enxurrada nem sempre tem capacidade de
desagregara solo. Entretanto, se a água que se desloca na superfície do solo encontrar
partículas desagregadas, a quantidade de material arrastado aumenta consideravelmente.
O impacto da gota de chuva desagrega o solo e projeta as suas partículas a distâncias
consideráveis, predispondo-as ao deslocamento pela água em movimento. Partículas
finas em suspensão podem ser eluviadas indo se depositar em camadas mais profundas
do perfil, onde pode ocorrer um horizonte de impedimento que vem agravar ainda mais
o efeito destrutivo da erosão presente na superfície. A proteção do solo mais eficiente
contra essa forma de erosão consiste em mantêlo com vegetação, principalmente no
período chuvoso.

Erosão por Desabamento Essa forma de erosão pela água é muito comum nos terrenos
arenosos. Os Regossois são particularmente sujeitos à erosão por desabamento. Essa
forma de erosão se processa nos sulcos deixados pela enxurrada que são, geralmente,
tortuosos. A corrente d'água atrita fortemente com as margens sinuosas, provocando
desmoronamentos. Com o correr do tempo, os sulcos vão aumentando suas dimensões.
A essa forma de erosão são atribuídos os desmoronamentos de aterros de estradas e os
bruscos desabamentos, resultantes da erosão subterrânea que forma enormes gargantas
denominadas voçorocas.

Erosão em Queda A erosão em queda é de relativamente pequena importância agrícola.


Essa forma de erosão se manifesta, principalmente, em canais escoadouros, quando a
água se precipita de um barranco formando uma pequena queda d'água. Essa queda
provoca o solapamento da base do barranco, ocasionando desmoronamentos periódicos
que determinam a formação de um sulco que progride no sentido contrário do sentido
da corrente d'água.

Erosão Vertical Este fenômeno consiste no arrastamento de partículas e materiais


solúveis através do solo. A erosão vertical não é mais do que a eluviação: a causa
fundamental da diferenciação dos horizontes dos perfis de solos. A porosidade, a
agregação e a natureza dos iônios saturantes dos complexo coloidal exercem grande
influência sobre a natureza e a intensidade dessa forma de erosão. A conseqüência
indesejável dessa forma de erosão está ligada à alta intensidade do processo, que pode
se manifestar em determinadas condições, dando formação a horizontes de impedimento
ou deslocando os nutrientes vegetais para camadas profundas inexploráveis pelas raízes
das plantas.

2.2.2. Erosão pelo Vento

A erosão eólica consiste no transporte aéreo ou por rolamento de partículas do solo pela
ação do vento. Essa forma de erosão é de grande importância em regiões onde sopram
fortes ventos. Em nosso ambiente, a erosão eólica apresenta efeitos dignos de nota,
apenas, em regiões planas do planalto central e em alguns pontos do litoral. O teor de
umidade do solo é um fator limitante da intensidade com que a erosão eólica pode
ocorrer. Os prejuízos causados pela erosão eólica se referem principalmente ao
enterramento de solos férteis pela sedimentação do material transportado; o que pode
ocorrer mesmo a grandes distâncias do ponto em que o vento agiu ativamente. 2.2.3.
Erosão pelas Ondas A ação conjunta do vento e da água provoca a formação de ondas.
O efeito das ondas se manifesta nas regiões litorâneas, lacustres e nas margens dos rios.
As ondas avançam sobre a terra desagregando-a e suspendendo grande quantidade de
material. Ao retomarem, carregam o material em suspensão que será depositado
seletivamente no fundo dos mares, dos lagos, e represas, nos deltas e no lado centrífugo
dos meandros dos rios. No Brasil, apenas em alguns pontos esparsos. essa forma de
erosão apresenta uma intensidade digna de nota.

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2.3. QUESTIONÁRIO

01. Quais são os principais efeitos da erosão que apresentam significado agrícola?

02. Quais são os tipos de erosão e qual é o mais danoso para a agricultura? Por que?

03. Quais são as principais formas de erosão?

04. Qual é a forma de erosão mais prejudicial à agricultura?

05. Quais são os prejuízos pela erosão por desabamento em solos de pastagens?

3 - FATORES DETERMINANTES DA EROSÃO

3.1. A diversidade de fatores que influenciam a quantidade de enxurrada e a erosão

A vegetação, declividade, natureza do solo e clima influenciam grandemente a


quantidade de enxurrada e a erosão. A cobertura vegetal influencia a enxurrada e a
erosão muito mais do que qualquer outro fator tomado isoladamente. A declividade e o
comprimento da rampa e condições em que o solo se encontra são, também, fatores que
contribuem grandemente para a intensidade do processo erosivo. As chuvas intensas
causam muito mais erosão do que as chuvas leves. O solo, considerado isoladamente,
devido à grande variação de lugar para lugar, introduz, condições muito variáveis que
influenciam a quantidade de enxurrada de erosão. O sistema de manejo das culturas e
práticas de pastoreio, assim como os métodos de preparo do solo, também, introduzem
condições que devem ser cuidadosamente examinadas quando se planeja o controle da
erosão. Em muitas terras, no entanto, o controle eficiente da erosão pode ser
estabelecido pelo emprego de práticas simples. Mas, as condições essenciais nem
sempre podem ser facilmente reconhecidas; conseqüentemente, teoria e vivência dos
problemas conservacionistas são necessárias para assegurar o sucesso de um trabalho de
conservação do solo. Em relação ao solo, os fatores determinantes da erosão podem ser
classificados da seguinte maneira:

Fatores extrínsecos

a) Naturais: chuva, vento e ondas

b) Ocasionais: cobertura do solo e manejo do solo.

Fatores intrínsecos

a) Topografia: declividade e comprimento da rampa

b) Propriedades do solo: textura, estrutura, porosidade e permeabilidade, capacidade de


infiltração, matéria orgânica, natureza do complexo coloidal e natureza dos cátions
adsorvidos.

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3.2. Efeito da chuva

As chuvas intensas causam sempre muito mais erosão do que as chuvas pouco intensas,
embora prolongadas. Se a chuva atinge vagarosamente o solo, a água tem tempo de se
infiltrar e se distribuir no solo. Se a chuva atinge rapidamente o solo, as primeiras
camadas ficam logo saturadas e a água escorre violentamente na superfície provocando
enxurrada na direção do curso d'água mais próximo. Quando a velocidade da água que
escorre na superfície aumenta, a sua capacidade de arrastamento de partículas é
grandemente aumentada. Dobrando a velocidade, a capacidade de arrastamento pode
aumentar de duas, quatro ou oito vezes, dependendo dos obstáculos que a água possa
encontrar no seu percurso. O regime pluviométrico é conservacionista numa certa
região. de grande importância para o planejamento

As médias de precipitação anual tem relativamente pouca importância. As chuvas


devem ser analisadas individualmente quanto à quantidade e duração. Quanto maior a
sua intensidade, tanto maior será a sua erosividade. Vários índices de erosividade tem
sido propostos, dentre os quais o índice KE 25 mm tem sido recomendado como sendo
o mais apropriado para o clima tropical e subtropical.

O valor do índice KE = Q.E

onde: Q = quantidade de chuva com intensidade maior do que 25 mm/h; E = energia da


chuva em joules/m2 por mm de chuva. Ec = 12,14 + 8,88 log l

O valor de Q deve ser buscado em dados meteorológicos da região e o valor de E, em


tabelas especiais ou gráficos que relacionam energia cinética da chuva com a
intensidade. Vários gráficos tem sido propostos por diferentes autores em diferentes
regiões. A .1. representa algumas dessas curvas. O acesso aos valores da erosidade da
chuva tem duas aplicações principais:

a) auxilia a melhorar o planejamento dos trabalhos de controle à erosão;

b) aumenta o conhecimento e a compreensão do fenômeno de erosão pela chuva.

.1. Relação entre energia cinética da chuva e intensidade. Os estudos foram realizados
nos seguintes países: Hudson, Rodésia, Kelkar, Índia, Ker, Trindade, Mihard, Japão,
Wischmeier, USA

3.3. Efeito do vento

Quase todos os solos estão mais ou menos sujeitos à erosão eólica, dependendo da
topografia, natureza do solo, clima, umidade do solo e cobertura vegetal. Em algumas
regiões essa forma de erosão constitui seríssimo problema e em outras, embora
existente, seus efeitos são insignificantes. Entretanto, o simples fator de existir poeira no
ar, prova a presença do fenômeno. Contrariamente do que acontece com a erosão pela
água, a topografia plana é a que oferece condições mais favoráveis para a erosão eólica.
Embora esta forma de erosão seja mais comum nas regiões áridas e semi áridas, pode
ocorrer sob outros climas, especialmente na estação seca. A cobertura vegetal é também
um fator dê grande importância. Outros fatores podem influenciar a erosão eólica,
como: uso excessivo do solo, saturação do complexo coloidal do solo e natureza dos
iônios adsorvidos. A estruturação do solo é um fator de grande eficiência, que pode
contrariar a susceptibilidade do solo a essa forma de erosão. Solos argilosos bem
estruturados podem

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ser resistentes; enquanto outros de textura mais grossa podem ser vulneráveis, se não
apresentarem boa estruturação. A erosão eólica é, também, duplamente danosa.
Prejudica tanto a região de onde o material se desloca como aquela onde o material se
deposita.

3.4. Efeito das ondas

A influência da ação conjunta da água e do vento se dá pelo fluxo e refluxo das ondas.
A medida que essa forma de erosão progride, pode haver afloramento das rochas,
característico das margens dos oceanos, lagos e grandes rios. Outras vezes, quando as
margens são constituídas por materiais retransportados ou decompostos, o embate das
ondas provoca solapamentos progressivos e conseqüentes desmoronamentos, às vezes
de grande vulto. 3.5. Efeito da cobertura do solo A experiência e a observação tem
demonstrado a eficiência da vegetação para aumentar a absorção da água da chuva pelo
solo e, conseqüentemente, reduzir a enxurrada e diminuir a erosão. Os desbravamentos
foram necessários para a adaptação das terras às culturas, mas raramente foram
acompanhados da aplicação de meios para que o equilíbrio solo x vegetação não fosse
rompido. Há que considerar, ainda, a proporção assustadora que os desbravamentos
tomaram, quando a desvalorização do café provocou o incremento da cultura
algodoeira. Devido à exigência de nutrientes e por expor o solo à erosão, essa cultura
determinou a busca incessante de novas terras. Na defesa do solo contra a erosão, as
culturas densas e dotadas de um sistema radicular superficial e abundante são as mais
eficientes. A média anual de solo perdido de uma área, cuja cultura mantenha o solo
descoberto, é de 3 a 6 vezes maior do que numa área semelhante densamente coberta
com vegetação. As perdas de água, no primeiro caso, chegam a ser de 2,5 a 355 vezes
maiores do que no segundo caso. A grande variação nas perdas de solo e água, em solos
sob a mesma cultura, é devida à variação de outros fatores, como: natureza do solo,
declividade e precipitação. O tipo de cobertura mais eficiente para controlar a erosão é a
vegetação natural constituída por árvores e vegetação baixa. Nessas condições, o solo
fica protegido contra o embate das gotas de chuva, o solo apresenta boa capacidade de
infiltração e a água, que por ventura escorra na superfície encontra grande quantidade de
obstáculos que não permitem que sua velocidade atinja uma intensidade capaz de causar
danos apreciáveis.

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3.6. Efeito do manejo do solo

Para o caso de certas culturas, como a cana-de-açúcar, a erosão pode ser controlada
apenas por meio de práticas culturais. O preparo do solo e o plantio segundo as linhas
de nível controla o efeito da erosão. Infelizmente, esse fato não se verifica para todas as
culturas. Entretanto, experimentos realizados com algodoeiro demonstraram que o
plantio em nível determinou uma redução de 50% nas perdas de solo e de 0,3% nas
perdas de água. Além do plantio em nível, o plantio de faixas, em nível com vegetação
densa, intercaladas entre as linhas de outras culturas, é altamente eficiente no controle
da enxurrada e da erosão. A rotação de culturas, por fornecer em média, maior cobertura
do solo do que uma cultura contínua, e por melhorar as condições físicas do solo,
reduzem a erosão e a enxurrada.

3.7. Efeito da declividade e do comprimento da rampa

A importância da declividade em relação às perdas de solo e de água das terras


cultivadas tem sido demonstrada por experimentos conduzidos em condições
semelhantes de cobertura, solo e precipitação. Um acréscimo na declividade é sempre
acompanhado de um aumento na velocidade de escoamento da água e
conseqüentemente, aumento na sua força erosiva. O Quadro 3.1 apresenta o efeito da
velocidade da água sobre o tamanho das partículas arrastáveis.

Quadro 3.1. Relação entre velocidade da água e tamanho das partículas arrastáveis.
Velocidade da Água (cm/s) 7,6 15,3 20,3 30,5 61,0 91,5 Tamanho das Partículas
(separado do solo) argila areia fina areia muito grossa cascalho fino cascalho grosso
seixos
Desses dados, pode-se concluir sobre a importância do solo apresentar uma agregação
estável, em relação à sua resistência à erosão.

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A influência da declividade sobre as perdas de solo e da água varia consideravelmente


com a natureza do solo. A erosão aumenta, também quando aumenta o comprimento da
rampa. Isto se dá porque há aumento de água ao longo da rampa e conseqüentemente,
aumento da velocidade de escoamento. Alguns experimentos demonstraram que, no
entanto, isso nem sempre ocorre. Há casos em que a enxurrada e a erosão diminuem
com o aumento do comprimento da rampa. Esse fato, paradoxal à primeira vista, pode
ser explicado considerando-se a alta capacidade de infiltração e permeabilidade dos
solos.

3.8. Efeito das propriedades do solo

A textura é a propriedade que determina grande parte do comportamento do solo. Os


solos de textura grossa apresentam macroporosidade mais elevada do que os solos
argilosos nas mesmas condições de agregação. Por esse motivo, os solos arenosos
apresentam maior capacidade de infiltração e maior permeabilidade. Assim sendo, os
solos arenosos estão menos sujeitos à erosão do que os argilosos. Esse fato, no entanto,
nem sempre se verifica, uma vez que nos solos podzólicos, por exemplo, há um
horizonte B textural que pode constituir um verdadeiro "pan" que controla a hidrologia
do perfil. No caso da presença de um horizonte de impedimento, as camadas arenosas se
encharcam rapidamente e, embora suas partículas texturais sejam grandes, podem ser
facilmente removidas pela erosão. A estrutura é uma propriedade muito instável, mas
pode modificar as manifestações da própria textura. Um solo argiloso bem estruturado
pode ser muito resistente à erosão. Como exemplo, pode-se citar o caso do Latossolo
Roxo e do Latossolo Vermelho Escuro. A porosidade e a permeabilidade são uma
conseqüência da interação textura x estrutura. Os solos que apresentam boa porosidade
são capazes de deixar infiltrar abundantemente a água e de permitir que essa água se
distribua rapidamente. Dessa forma não se formam deflúvios e a erosão é de menor
significado. As incorporações de matéria orgânica são geralmente eficazes para reduzir
a erosão. Mesmo os solos sem vegetação são beneficiados pelas incorporações
orgânicas. A matéria orgânica melhora as condições do solo que favorecem a
penetração de raízes e o desenvolvimento de microorganismos benéficos. Isso ajuda o
processamento dos constituintes inorgânicos; transformando materiais inaproveitáveis
em formas

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aproveitáveis pelos vegetais. Ajuda, ainda a manutenção dos constituintes facilmente


solúveis do solo, assim como os contidos nos fertilizantes. Entretanto, o efeito direto da
matéria orgânica para aumentar a agregação do solo e para aumentar a capacidade de
água disponível é um assunto discutível. No entanto, os benefícios da matéria orgânica
se refletem num aumento da vegetação; a qual por sua vez, previne as perdas de solo e
de água. Os catiônios adsorvidos às argilas, influindo sobre a agregação, também
modificam a erodibilidade do solo. Catiônios, como o Na+, K+ e o radical NH4+, são
dispersantes, salvo em quantidade muito elevada, quando podem provocar depressão na
dupla camada iônica dos colóides e provocar a sua floculação. Um exemplo é o caso da
agregação provocada pelo Na+ nos Solonetz. Outros catiônios, como o Ca+ +, Mg+ + e
H+, são floculantes. Obviamente os solos que contem altos teores de Ca+ + são
melhores para a maioria das culturas do que os que contem altos teores de H+. Mas, do
ponto de vista da estruturação a calagem num solo ácido nunca será eficiente, uma vez
que o H+ é muito mais eficiente do que o Ca+ +. Como no caso da matéria orgânica, o
efeito das adubações e da calagem resulta sempre uma melhoria da resistência do solo à
erosão. A composição química do complexo coloidal, expressa pela relação molecular
SiO2/R2O3 é também um bom índice da erodibilidade do solo. Quanto mais alto for o
valor dessa relação, tanto menos plástico e conseqüentemente, mais erodível será o solo.
As argilas dos solos tropicais apresentam relações SiO2/R2O3, mais baixas do que as
dos solos das regiões temperadas e frias. Segundo MIDDLETON (11), as relações
SiO2/R2O3 de solos erodíveis e não erodíveis são as apresentadas no Quadro 3.2.

Quadro 3.2. Relações Si02/R203 de solos erodíveis e não erodíveis. SiO2 (%) Fe2O3
(%) Al2O3 (%) SiO2/R2O3 (relação molecular) 7,50 17,60 0,64 0,98

Solo
Série Memphis Série Orang Série Nipe Série Aikin

80,90 90,63 7,96 40,57

2,74 1,40 3,09 17,71

7,94 3,72 9,29 24,11

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3.9. QUESTIONÁRIO 01.

Quais são os principais fatores que determinam a erosão?

02. Qual é a diferença entre erosividade e erodibilidade?

03. O que significa e para que serve o índice KE 25 mm?

04. Qual é a influência da cobertura vegetal sobre a erodibilidade do solo?

05. Quais os melhores vegetais para proteger o solo contra a erosão?

06. Por que a rotação de culturas é benéfica para proteger o solo contra a erosão?

07. Por que a declividade influencia a erosão?

08. Por que o comprimento da rampa influencia a erosão?

09. Qual é a propriedade física do solo mais importante em relação à erosão?

10. Discuta o efeito da adubação sobre a erodibilidade do solo.

11. Discuta o efeito da adubação sobre a erodibilidade do solo.

12. Discuta o efeito da calagem sobre a erodibilidade do solo.

13. Qual é a relação entre plasticidade e erodibilidade do solo.

14. Discuta os dados apresentados no quadro 3.2.


4 - PLANEJAMENTO DA CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA-ÁGUA

Os princípios básicos que norteiam os programas de conservação do solo e da água são


dois. Muitas pessoas classificam esses princípios de impraticáveis e extremamente
teóricos.

4.1. Princípios básicos de conservação

O primeiro princípio pode ser enunciado da seguinte maneira: a prevenção e controle


efetivo da erosão e conservação da água no solo, em qualquer unidade agrícola, requer a
consideração de todos os tipos de terra, abrangendo a área de acordo com suas
necessidades e capacidades, sem levar em conta a sua extensão. Fica fora de dúvida que
o uso e o tratamento de uma gleba não devem ser determinados apenas em função das
suas características físicas; mas, também deve-se considerar as facilidades, tais como:
maquinaria, financiamento, preferência do agricultor, suas habilidades, vontade de
experimentar novos métodos e sua inclinação. Outro comentário, a respeito desse
primeiro princípio, é que cada parcela distinta deve ser considerada em relação às outras
parcelas adjacentes, ou em relação a toda a fazenda, ou em relação a toda a bacia
hidrográfica. O segundo princípio é o seguinte: "A aplicação eficiente das medidas
conservacionistas requer a presença do técnico no campo". De acordo com esse
princípio, o conservacionista não deve tratar com o agricultor no escritório, nem
procurar realizar conservação do solo, apenas, dando-lhe boletins ou fichas para
preencher. Deve ir ao campo com o agricultor e cooperativamente, traçar o plano que
melhor se adapte à fazenda. Esse trabalho necessita de um técnico especial: o
conservacionista, que deve ser experiente em avaliar o solo sob o ponto de vista da
conservação do solo e da água, e que saiba elaborar um planejamento e aplicá-lo às
diferentes parcelas de uma fazenda.

4.2. A eficiência dos meios que se empregam para a conservação do solo e da água

O conservacionista dispõe de muitos meios para o controle da erosão. Entretanto,


práticas eficientes ainda não foram encontradas para resolver todos os problemas ou
todas as combinações de problemas conservacionistas. É necessário pesquisar
constantemente em busca de soluções mais baratas e mais eficientes. A Conservação do
solo é o ramo mais recente da Ciência do Solo e vem sendo suportada por um grande
número de experimentos que procuram melhores métodos e melhor equipamento para
realizar o trabalho.

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A pesquisa e a experiência prática vem rapidamente trazendo novos conhecimentos e


novos métodos de campo para atender às necessidades de cada região agrícola; uma vez
que não haja um método de aplicação geral que possa ser indiscriminadamente aplicado
em todos os solos sob quaisquer condições.

4.3. O planejamento

Trabalhando de comum acordo com o agricultor, o conservacionista prepara o plano


conservacionista baseado nas informações obtidas no campo. Em alguns casos o plano
pode não estar inteiramente de acordo com o agricultor. Se isso acontecer, do ponto de
vista prático, não pode ser considerado um bom plano; deve ser ajustado para atender,
se possível, as necessidades do agricultor e de sua família e as oportunidades dos
mercados. Do ponto de vista da conservação do solo, o plano baseado na análise das
condições da terra, é ideal. Quanto mais o agricultor puder se aproximar desse plano
ideal, tanto mais produtivo e estável será o seu empreendimento.

4.4. Capacidade de uso das terras

O planejamento de uma gleba é baseado grandemente na capacidade de uso da terra. As


informações sobre o meio físico, previamente necessárias para a realização do
planejamento são: declividade, grau de erosão, susceptibilidade a inundações,
pedregosidade, salinidade, presença de lençol freático superficial, uso atual, textura,
profundidade efetiva, relação solo x água e fertilidade. Essas informações são levadas
ao agricultor em forma bem esquemática; usualmente como um "croquis" sobre uma
fotografia aérea. Esse esquema deve mostrar as 8 classes de capacidade de uso, que
variam desde as terras de qualidade e condições favoráveis, que não necessitam
tratamentos especiais para produzir e para proteção contra a erosão até as que
necessitam tratamentos especiais e as que jamais devem ser cultivadas. 4.4.1. Definição
das Classes de Capacidade de Uso

Terras próprias para serem cultivadas - Classe I. Terras de boa produtividade,


praticamente livres de erosão e próprias para serem cultivadas sem tratamentos
especiais; algumas áreas podem necessitar adaptação aos cultivos, como:
desbravamento ou drenagem simples.

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- Classe II. Terras de produtividade de moderada a boa, próprias Para serem cultivadas
com os tratamentos ordinários ou práticas simples de controle à erosão, tais como:
plantio em contorno, culturas de cobertura, práticas simples de drenagem, com
pequenos canais onde forem necessários. –

Classe III. Terras de moderada a boa produtividade próprias para os cultivos com
intensas práticas de controle à erosão, tais como: terraceamento, culturas em faixas,
pesadas adubações ou instalações de sistema de drenagem. Terras próprias para culturas
limitadas –

Classe IV. Terras de moderada produtividade, próprias principalmente para pastagens,


devido a declividade ou erosão. Ocasionalmente podem ser utilizadas para culturas em
linha, necessitando, neste caso, de práticas intensivas para prevenir a erosão. Terras
impróprias para serem cultivadas –

Classe V. Terras impróprias para culturas, mas utilizáveis para pastagens ou florestas,
desde que se adotem práticas adequadas para assegurar sua utilização constante.
Geralmente são planas. Suas limitações se referem a encharcamento ou a
pedregosidade. –

Classe VI. Terras impróprias para culturas, mas adequadas para pastagem ou
reflorestamento, desde que se adotem práticas especiais para assegurar uso constante. A
declividade ou a profundidade efetiva são os principais fatores limitantes para o seu uso
agrícola. –

Classe VII. Terras próprias para pastagem e florestas, quando utilizadas com extremo
cuidado para prevenir a erosão. São muito declivosas, erodidas, de superfície irregular,
rasas, muito secas ou pantanosas. Em climas úmidos deve ser utilizada apenas para
florestamento. –

Classe VIII. Terras que não se prestam para culturas, pastagens ou florestas, embora
tenham certo valor para abrigo da vida silvestre e recreação. Essas terras, geralmente,
são de superfície muito irregular, pedregosas, arenosas, encharcadas ou expostas a
erosão muito severa. Tudo que esta classificação técnica mostra é que intensidade de
uso é melhor e com que cuidado o seu manejo deve ser realizado. Deve-se salientar que
esse sistema de classificação se refere mais ao risco de erosão e não tanto à
produtividade. Terras da Classe II ou III, por exemplo, não quer dizer que possam
apenas produzir colheitas de rendimento inferior. Essas terras podem, em casos
especiais, produzir melhor do que as terras da Classe I.

22

4.4.2. Classificação das Terras em Capacidade de Uso

A classificação e o mapeamento das terras em classes de capacidade de uso são


grandemente facilitados quando se dispõe de uma carta de solos da região. Carta de
solos ao nível de Grande-Grupo Nesse caso, há necessidade de se detalhar, com as
informações especificamente necessárias ao propósito que se tem em vista, a carta de
solos ao nível de Grande-Grupo. Posteriormente, procede-se ao grupamento
interpretativo, informações acerca das propriedades e condições do solo. Carta de solos
ao nível de Série Quando se dispõe de uma carta de solos ao nível de Série, o trabalho
fica bem simplificado, reduzindo-se à coleta de algumas informações suplementares e
agrupamento dos solos de acordo com suas propriedades e condições limitantes para o
uso agrícola. Ausência de carta de Solos Não se dispondo de uma carta de solos tem-se
que realizar uma classificação e mapeamento técnico dos solos da região. Para o
levantamento deve-se contar com uma planta da fazenda ou, preferivelmente, com um
mosaico fotográfico. Além disso é necessário um levantamento hipsométrico ou uma
restituição a partir dos pares fotográficos. Percorrendo detalhadamente o terreno, o
conservacionista deverá levantar: natureza do solo, aproximadamente ao nível de Séries;
declividade; profundidade efetiva; drenagem; forma e grau de erosão; pedregosidade;
fertilidade aparente. com base nas

Avaliação das Propriedades e Condições do Solo Declividade vem a ser a percentagem


de inclinação do terreno. Pode ser expressa pela seguinte fórmula: D = V x 100; H

onde, D = declividade em % V = distância vertical em metros H = distância horizontal


entre os dois pontos considerados.

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No Quadro 4.1 estão apresentadas as classes de declive em função da textura do solo.

Quadro 4.1. Classes de declive. Classe Arenosa 0-1 1-4 4-8 8 - 15 15 - 30 30 Textura do
Horizonte Superficial Barrenta 0-2 2-6 6 - 12 12 - 20 20 - 40 40 Argilosa 0-3 3-8 8 - 16
16 - 30 30 - 45 45

ABCDEF

A textura se refere à composição mecânica da camada superior do solo. Nos solos


virgens, considera-se o horizonte A e nos solos cultivados, a zona arada que apresenta
de 15 a 25 cm. A textura pode ser avaliada no campo, manipulando-se uma amostra
molhada ao nível de pegajosidade. A textura de solos que apresentam problemas para a
avaliação da textura pelo tato, ou pertencentes a unidades ainda não identificadas, deve
ser determinada no laboratório. Os símbolos correspondentes a cada uma das classes
texturais, segundo RANZANI (12), são apresentados no Quadro 4.2.

Quadro 4.2. As classes texturais e seus símbolos. Classe Textural 1 - Areia 2 - Areia
barrenta 3 - Barro arenoso 4 - Barro 5 - Barro limoso 6 - Limo 7 - Barro argilo-arenoso
8 - Barro argiloso 9 - Barro argilo-limoso 10 - Argila arenosa 11 - Argila limosa 12 -
Argila Símbolo a ab ba b b1 1 bra br br1 ra r1 r

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A profundidade efetiva é a profundidade que o solo oferece à penetração das raízes


vegetais. Essa característica é avaliada independentemente dos horizontes que o perfil
de solo possa apresentar. Lençol freático, rocha consolidada e pans limitam a
profundidade efetiva de um solo. No entanto um solo, cuja rocha subjacente seja
inconsolidada, pode apresentar uma profundidade efetiva maior do que a profundidade
do próprio perfil. A estimativa da profundidade efetiva pode ser feita segundo o critério
apresentado no Quadro 4.3.

Quadro 4.3. Classes de profundidade efetiva. Classe Muito profundo Profundo


Moderadamente profundo Raso Muito raso Profundidade (cm) 200 100 - 200 50 - 100
50 - 25 25

A drenagem do Solo refere-se à maior ou menor facilidade que o solo apresenta de


permitir que escoe o excesso de água, isto é, da água gravitacional. A melhor indicação
morfológica da drenagem de um solo é a cor dos seus horizontes. As classes de
drenagem consideradas são as seguintes: muito pobre; pobre; moderada; boa; excessiva.
Deflúvio vem a ser a água que escorre na superfície do solo após a precipitação. A
quantidade e a velocidade do deflúvio depende da infiltração, permeabilidade, declive,
comprimento de rampa e da precipitação. As classes de deflúvio são as seguintes: nulo;
muito lento; moderado; rápido; muito rápido. A estimativa da forma e grau de erosão é
uma das mais difíceis de ser feita; pois, envolveria o conhecimento do solo antes de ter
sofrido os efeitos do fenômeno erosivo. O critério utilizado para a avaliação do grau de
erosão laminar é a espessura do horizonte superficial. As classes de erosão laminar estão
apresentadas no Quadro 4.4.

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Quadro 4.4. Classes de erosão laminar. Classe Espessura do horizonte superficial (cm)
25 25 - 15 15 - 5, podendo atingir o B horizonte B exposto horizonte B severamente
erodido horizonte B severamente erodido e afloramentos ocasionais do C.
Não aparente Ligeira Moderada Severa Muito severa Extremamente severa

A avaliação da erosão em sulcos é feita em função da freqüência e profundidade dos


sulcos. O Quadro 4.5 apresenta as classes de erosão em sulco quanto a freqüência e
profundidade.

Quadro 4.5. Classes de erosão em sulcos. Classe Ocasional Freqüente Muito freqüente
Classe Raso Profundo Distância entre sulcos (m) 30 30; ocupando menos de 75% da
área Ocupando mais de 75% da área Profundidade Desfeitos pelo preparo do solo
Podem ser cruzados pelas máquinas agrícolas, mas não são desfeitos pelo preparo do
solo Não podem ser cruzados pelas máquinas agrícolas

Muito Profundo

Os riscos de inundação são avaliados em função de dois critérios: freqüência e duração.


O Quadro 4.6 apresenta as classes de risco de inundação.

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Quadro 4.6. Classes de risco de inundação. Classe Ocasional Freqüente Muito freqüente
Classe Curta Média Longa Período (anos) 5 1-5 anualmente Duração (dias) 2 2 - 30 30

A presença de pedras num terreno pode interferir com as operações agrícolas


mecanizadas. Se o solo não apresenta condições para a produção agrícola, pouco
importa a pedregosidade; mas, solos que são adequados para serem cultivados devem
ter a pedregosidade cuidadosamente avaliada. O critério para a avaliação da
pedregosidade é a porcentagem da área que o cobrem. O Quadro 4.7 apresenta as
classes de pedregosidade.

Quadro 4.7. Classes de pedregosidade. Classe Não mencionável Ligeiramente


pedregoso Moderadamente pedregoso Pedregoso Muito pedregoso Extremamente
pedregoso % Área 0,01 % ou 1 m2/ha 0,01 -1 %ou 1 a 100 m2/ha 1 - 10% ou de 100 a
1000 m2/ha 10 - 30% ou de 1000 a 3000 m2/ha 30 - 50% ou de 3000 a 5000 m2/ha
50% ou 5,000 m2/ha

A fertilidade pode ser deduzida a partir da apreciação dos dados analíticos do solo e
observações feitas no campo. Podem-se considerar 5 níveis ou classes de fertilidade que
se deve dispor, para a determinação das classes de capacidade de uso das terras;
entretanto, outras informações podem ser de grande ajuda, como: seca edafológica; água
disponível; riscos de geada.

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Determinação da Classe de Capacidade de Uso do Solo Os itens apresentados podem


ser comparados às aduelas de um barril; o que estiver em nível menor é que regula a
capacidade de uso das terras. Essa comparação é semelhante à utilizada para explicar a
"Lei dos mínimos de Liebig". De posse da avaliação das propriedades e condições do
solo pode-se utilizar a Tabela 4.1.

As Subclasses de Capacidade de Uso Dentro das principais classes de capacidade de


uso, subclasses mais específicas são utilizadas para detalhar problemas particulares. No
Sistema Americano são reconhecidas subclasses, apenas, para as classes II, III e IV. As
subclasses são identificadas pela adição das seguintes letras às classes: e =
vulnerabilidade do solo à erosão é o principal problema para o seu uso; a = quando o
excesso de água é o principal problema; c = quando o clima (temperatura ou falta
d'água) é o principal problema; s = quando as limitações do solo (salinidade, fertilidade,
etc.) constituem o principal problema.

Tabela 4.1. Fatores determinantes das classes de capacidade de uso das terras. Classes
de Capacidade de Uso I II III IV V VI VII VIII x x x x x x x x x x x x x x

LIMITAÇÃO muito alta alta média baixa muito baixa muito profundo profundo
moderada raso muito raso excessiva boa moderada pobre muito pobre

Fertilidade Aparente

Profundidade Efetiva (cm)

Drenagem Interna

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LIMITAÇÃO muito rápido rápido moderado lento muito lento sem pedra menor que 1
% 1 a 10% 10 a 30% 30 a 50% maior que 50% ocasional freqüente muito freqüente A
(0 - 2%) B (2 - 6%) C (6 - 12%) D (12 - 20%) E (20 - 40%) F(maior que 40%) não
aparente ligeira moderada severa muito severa Extr. severa ocasionais freqüente muito
freqüente ocasionais freqüente muito freqüente ocasionais freqüente muito freqüente

Classes de Capacidade de Uso I II III IV V VI VII VIII x x x x x x x x x x x x x x x x x


xxx

Deflúvio Superficial

Pedregosidade

Risco de Inundação

Classe de Declive

xxxxxxxxxxxx

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