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MANUAL DO CADERNO

MEDICINA III

2
FRENTE

GEOGRAFIA
Caro(a) leitor(a),

Este manual é uma importante ferramenta para a utilização dos cadernos de sala
do Sistema de Ensino Poliedro, voltados para as turmas de 3ª série do Ensino Médio
e Pré-vestibular.
Nele, descrevemos a estrutura e as seções dos cadernos, fornecendo observa-
ções que auxiliam no trabalho a ser desenvolvido em cada disciplina. Apresentamos,
também, as resoluções das questões presentes na seção “Exercícios de sala” e dos
possíveis exercícios opcionais – os quais servem como uma oportunidade de aprofun-
dar e complementar o tempo despendido para as aulas.
Os cadernos possibilitam uma prática efetiva do aprendizado em sala e, quando
utilizados em consonância com a fundamentação teórica contida nos livros de teo-
ria, oferecem uma formação ainda mais ampla e completa.
Os temas de abertura dos capítulos e os textos da seção “Texto complementar”
dos livros podem ser usados como ponto de partida para discussões em aula e
como fonte de conhecimento e curiosidades acerca dos assuntos da teoria.
Indicamos, também, o acesso a diversos recursos disponíveis no portal do Siste-
ma Poliedro (<www.sistemapoliedro.com.br>), os quais complementam o caderno
e ampliam as possibilidades de aprendizado, tais como:
• Resoluções das questões dos livros;
• Informativo mensal Leia Agora;
• Balcão de Redação PV;
• Balcão de Redação Enem;
• Banco de Questões Enem (para professores);
• Videoaulas dos autores; e
• Aulas-dica do Zoom Poliedro.

Todas essas ferramentas buscam garantir a formação do aluno e o rigor acadê-


mico almejado pelas escolas parceiras. Vale ressaltar que o professor se mantém
como principal protagonista da prática pedagógica, tendo total autonomia na utili-
zação dos recursos oferecidos.
Esperamos que se explore todo o material disponibilizado e estamos à disposi-
ção para quaisquer esclarecimentos.

Sistema de Ensino Poliedro

2 MANUAL DO CADERNO MEDICINA III


SUMÁRIO

Estrutura geral dos cadernos ....................................................................... 4


Estrutura das aulas ....................................................................................... 6
Exercícios de sala ..........................................................................................7
Guia de estudo ..............................................................................................8
Orientações específicas ................................................................................9

Orientações: Aula 37
Resoluções ........................................................................................... 13
Orientações: Aula 38
Resoluções ........................................................................................... 19
Orientações: Aulas 39 e 40
Resoluções ........................................................................................... 27
Orientações: Aulas 41 a 43
Resoluções .......................................................................................... 32
Orientações: Aulas 44 e 45
Resoluções ........................................................................................... 38
Orientações: Aulas 46 a 48
Resoluções ........................................................................................... 45

MANUAL DO CADERNO MEDICINA III 3


ESTRUTURA GERAL DOS CADERNOS

Os cadernos de sala, usados em conjunto com os livros de teoria, sintetizam e facilitam a compreensão dos
assuntos estudados. Todas as aulas apresentam os principais tópicos de cada tema abordado e oferecem exercí-
cios que permitem enriquecer a discussão em sala de aula e contribuir para a fixação do aprendizado.
Assim como nos livros, as disciplinas nos cadernos são divididas em frentes, que devem ser trabalhadas pa-
ralelamente. Essa divisão não só facilita a organização dos estudos, mas também permite uma visão ainda mais
sistêmica dos tópicos abordados em cada disciplina.

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> CADERNO 1 > MEDICINA
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> 2018 > PRÉ-VESTIBULA

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4 MANUAL DO CADERNO MEDICINA III


O sumário conta com um controle no qual o aluno pode organizar sua rotina de aulas e estudos, tendo uma
visualização rápida de seu avanço pelos tópicos estudados.

ROTEIRO DO ALUNO MEDICINA

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

PORTUGUÊS INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

1 Prof.: Aula Estudo 2 Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo


Controle para anotar
Aulas 1 e 2 ................ 8  
Aulas 3 e 4 .................. 11  
Aulas 1 e 2 ................ 46  
Aulas 3 e 4 .................. 49  
Aula 1 ....................... 72
Aula 2 ....................... 75



 as aulas já dadas e o
estudo já realizado
Aulas 5 e 6 ................ 16   Aula 5 ....................... 51   Aula 3 ....................... 78  
Frente Única

Aulas 7 e 8 .................. 21   Aulas 6 a 8 .................. 53   Aula 4 ....................... 83  


Frente 1

Frente 2

Aula 9 ....................... 25   Aulas 9 e 10................ 57   Aula 5 ....................... 87  


Aula 10 ....................... 28   Aulas 11 e 12.............. 59   Aula 6 ....................... 91  
Aulas 11 e 12.............. 31   Aulas 13 e 14.............. 62   Aula 7 ....................... 95  
Aulas 13 e 14 ............ 34   Aulas 15 e 16 ............ 65   Aula 8 ....................... 99  
Aula 15 ....................... 37   Aulas 17 e 18.............. 68   Aula 9 ....................... 104  
Aula 16 ..................... 40  
Aulas 17 e 18.............. 42  

Matemática e suas Tecnologias Ciências Humanas e suas Tecnologias

MATEMÁTICA HISTÓRIA GEOGRAFIA


Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo
Aulas 1 e 2 ................ 108   Aulas 1 e 2 ................ 136   Aulas 1 e 2 ................ 162   Aulas 1 e 2 ................ 186   Aulas 1 e 2 ................ 226   Aulas 1 e 2 ................ 272   Aulas 1 e 2 ................ 310  
Aulas 3 e 4 .................. 110   Aulas 3 e 4 .................. 138   Aulas 3 e 4 .................. 164   Aula 3 ....................... 189   Aula 3 ....................... 230   Aulas 3 e 4 .................. 277   Aulas 3 e 4 .................. 313  
Aulas 5 e 6 ................ 113   Aulas 5 e 6 ................ 140   Aulas 5 e 6 ................ 166   Aulas 4 e 5 ................ 191   Aula 4 ....................... 233   Aulas 5 e 6 ................ 281   Aulas 5 e 6 ................ 317  
Frente 3
Frente 2
Frente 1

Aulas 7 e 8 .................. 116   Aulas 7 e 8 .................. 143   Aulas 7 e 8 .................. 168   Aula 6 ....................... 197   Aula 5 ....................... 236   Aulas 7 e 8 .................. 286   Aulas 7 e 8 .................. 320  
Aulas 9 e 10 .............. 119   Aulas 9 e 10 .............. 146   Aulas 9 e 10 .............. 170   Aulas 7 e 8 .................. 199   Aula 6 ....................... 239   Aulas 9 e 10 .............. 290   Aulas 9 e 10 .............. 324  
Aulas 11 e 12 ............ 123   Aulas 11 e 12 ............ 149   Aulas 11 e 12 ............ 173   Aula 9 ....................... 202   Aula 7 ....................... 241   Aulas 11 e 12 ............ 294   Aulas 11 e 12 ............ 328  
Aulas 13 e 14.............. 126   Aulas 13 e 14.............. 152   Aulas 13 e 14.............. 176   Aula 10 ....................... 205   Aula 8 ....................... 244   Aulas 13 e 14.............. 299   Aulas 13 e 14.............. 331  
Frente 1

Frente 2

Frente 1

Frente 2
Aulas 15 e 16 ............ 130   Aulas 15 e 16 ............ 154   Aulas 15 e 16 ............ 179   Aula 11 ..................... 207   Aula 9 ....................... 247   Aulas 15 e 16 ............ 301   Aulas 15 e 16 ............ 335  
Aulas 17 e 18 ............ 133   Aulas 17 e 18 ............ 157   Aulas 17 e 18 ............ 182   Aula 12 ..................... 210   Aula 10 ..................... 250   Aulas 17 e 18 ............ 305   Aulas 17 e 18 ............ 340  
Aulas 13 e 14.............. 213   Aula 11 ..................... 253  
Aula 15 ..................... 217   Aula 12 ..................... 255  
Aula 16 ..................... 220   Aula 13 ..................... 257  
Aulas 17 e 18.............. 222   Aula 14 ..................... 259  
Aula 15 ..................... 261  
Aula 16 ..................... 264  
Aula 17 ..................... 266  
Aula 18 ..................... 268  

Ciências da Natureza e suas Tecnologias

BIOLOGIA

Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo
Aulas 1 a 4 ................ 344   Aula 1 ....................... 378   Aula 1 a 3 .................. 424   Aulas 1 e 2 ................ 458  
Aulas 5 e 6 .................. 352   Aula 2 ....................... 381   Aulas 4 a 6 .................. 428   Aulas 3 e 4 .................. 461  
PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / KLEBER / 10-01-2017 (08:50) Aulas 7 a 9 ................ 356   Aula 3 ....................... 385   Aula 7 e 8.................. 436   Aulas 5 e 6 ................ 465  
Frente 2

Frente 3

Frente 4
Frente 1

Aulas 10 e 11.............. 360   Aulas 4 a 6 .................. 389   Aula 9 ....................... 439   Aulas 7 a 9 ................ 469  
Aulas 12 a 15............. 364   Aulas 7 e 8 ................ 396   Aulas 10 e 11.............. 442  
Aulas 16 a 18............. 370   Aulas 9 e 10 .............. 400   Aulas 12 a 18............. 447  
Aulas 11 e 12.............. 405  
Aulas 13 e 14 ............ 409  
Aulas 15 e 16 ............ 413  
Aulas 17 e 18 ............ 418  

FÍSICA
Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo
Aulas 1 a 3 ................ 476   Aulas 1 a 4 ................ 496   Aulas 1 e 2 ................ 520   Aulas 1 a 5 ................ 544  
Aulas 4 a 6 .................. 478   Aulas 5 e 6 .................. 500   Aulas 3 e 4 .................. 522   Aulas 6 a 9 ................ 547  
Aulas 7 a 9 ................ 480 Aulas 7 e 8 ................ 504 Aulas 5 e 6 ................ 525
Frente 3

Frente 4
Frente 1

Frente 2

     
Aulas 10 a 12.............. 483   Aulas 9 a 12 .............. 507   Aulas 7 a 10 ................ 528  
Aulas 13 e 14 ............ 486   Aulas 13 e 14.............. 510   Aulas 11 e 12 ............ 531  
Aulas 15 e 16 ............ 489   Aulas 15 e 16 ............ 513   Aulas 13 e 14.............. 534  
Aulas 17 e 18.............. 492   Aulas 17 e 18 ............ 517   Aulas 15 e 16 ............ 537  
Aulas 17 e 18 ............ 539  

QUÍMICA
Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo
Aulas 1 a 3 ................ 552   Aulas 1 a 3 ................ 580   Aulas 1 a 4 ................ 600   Aulas 1 e 2 ................ 616  
Aulas 4 a 6 .................. 555   Aulas 4 a 6 ................ 583   Aulas 5 a 7 ................ 603   Aulas 3 a 5 ................ 618  
Frente 1

Frente 2

Frente 3

Frente 4

Aulas 7 e 8 .................. 559   Aulas 7 a 9 .................. 586   Aulas 8 a 10 .............. 606   Aulas 6 e 7 ................ 621  
Aulas 9 a 11 .............. 563   Aulas 10 e 11 ............ 589   Aulas 11 a 13............. 608   Aulas 8 e 9 ................ 623  
Aulas 12 a 14............. 566   Aulas 12 e 13.............. 592   Aulas 14 a 16............. 610  
Aulas 15 e 16 ............ 570   Aulas 14 a 16............. 594   Aulas 17 e 18 ............ 612  
Aulas 17 e 18 ............ 575   Aulas 17 e 18 ............ 597  

PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / FRANCISCO.SILVA / 28-10-2016 (10:28)

MANUAL DO CADERNO MEDICINA III 5


ESTRUTURA DAS AULAS
 RESUMO TEÓRICO

Respeitando o Planejamento de aulas disponibilizado no Portal Edros, todas as aulas apresentam um resumo
esquemático do tópico trabalhado no livro, sintetizando os principais conhecimentos estudados. A organização das
atividades foi elaborada para aumentar a eficiência do trabalho em sala.

Cada disciplina tem marcação em uma Nome da aula


posição para melhor manuseio do material

Frente 1

Aulas Frente e número


E�������� �
�������� �� �������� 7e8 de aula

Trata-se da segunda parte da morfologia. Estudo dos mor- Radical Frente 1


femas – elementos que constituem o vocábulo – e de um dos
processos de formação de palavras – a derivação (prefixal, su- Aulas
O radical é a base significativa da palavra; raiz é o morfe-
ma originário que contém o núcleo significativo comum a uma

1e2 I���������
fixal e parassintética). família linguística.
Para os exames modernos, o destaque é para o emprego
dos neologismos (palavras inventadas), sua formação e funcio-
nalidade para o texto. (Sua presença é marcante no Modernis-
Prefixo
Os prefixos de nossa língua são de origem latina ou grega.
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mo brasileiro.) Alguns apresentam alteração em contato com o radical. As-
sim, o prefixo an,, indicador de privação, transforma-se em a
 Morfemas diante de consoante. Ex.: amoral, anaeróbico.
Além das desinências, do radical, da vogal temática, te- Os prefixos possuem mais independência que os sufixos,
mos como morfemas os afixos (prefixo e sufixo); são eles que
 Conceitos básicos da teoria dos
pois se originam, em geral, de advérbios ou preposições, que
 Interseção e diferença entre
possibilitam a formação de novas palavras (morfemas deri- têm ou tiveram vida independente.
conjuntos conjuntos
Os entes primitivos da teoria dos conjuntos são: o ele- Indicada por A ∩ B, a interseção entre os conjun-
vacionais). Os afixos que se antepõem ao radical chamam-se
mento, o conjunto e a relação de pertinência. O diagrama tos A e B é o conjunto formado apenas pelos elementos
prefixos; os que se pospõem denominam-se sufixos; os afixos Sufixo
que pertencem simultaneamente aos dois conjuntos,
possuem uma significação maior que as desinências. Já a vogal Os sufixos podem ser nominais, averbais
seguir representa uma situação em que x1 é elemento do
ou adverbiais.
conjunto A, mas x2 não é. A e B.
de ligação e a consoante de ligação são morfemas insignifica- Formam, respectivamente, nomes (substantivos, adjetivos),
Indicamos por A – B o conjunto dos elementos de A
tivos, servem apenas para evitar dissonâncias (hiatos, encon- verbos e advérbios (a partir de adjetivos). Ex.: anarquismo,
A x2 que não pertencem ao conjunto B, e por B – A o conjunto
tros consonantais), sequências sonoras indesejáveis. Veja: malufar, rapidamente..
dos elementos de B que não pertencem ao conjunto A.
x1
Re fazer Cinz eiro  Derivação
• Derivação prefixal: cria-se uma palavra derivada a partir
Prefixo Radical Radical Sufixo de um prefixo. Ex.: disenteria.
A B
• Derivação sufixal: cria-se uma palavra derivada a partir de
Cant a r Cha l eira um sufixo. Ex.: doutorado.
x1 ∈A
U A–B A∩B B–A
• Derivação parassintética: cria-se uma palavra derivada x2 ∉A
Radical Vogal Desinência Radical Sufixo por meio do acréscimo simultâneo de um prefixo e um
O conjunto vazio é aquele que não possui elementos:
temática Consoante sufixo. Se retirarmos qualquer um dos afixos, não tere-
de ligação A = ∅ ⇔ n(A) = 0.
mos palavra. Ex.: adoçar.
O conjunto universo é aquele que possui todos os ele-
Quando um grupo de palavras possui o mesmo radical, • Derivação prefixal e sufixal: acréscimo não simultâneo de
mentos que podem estar relacionados a um determinado
diz-se que o grupo é formado de palavras cognatas (pedra/ prefixo e sufixo. Retirando-se um dos afixos (ou os dois), n(A – B) = n(A) – n(A ∩ B)
conjunto A, tanto aqueles que pertencem ao conjunto A
pedreiro/pedreira); quando as palavras irmanam-se pelo ainda teremos palavra. Ex.: deslealdade. Obs.: Alguns lin-
quanto aqueles que não pertencem a ele. Para diferenciar n(B – A) = n(B) – n(A ∩ B)
sentido, temos a série sinonímica, a família ideológica: guistas não consideram esse tipo de derivação.
o conjunto universo dos demais conjuntos em um diagra-
casa, moradia, lar, mansão, habitação etc.
ma, usamos a figura de um retângulo. Esse retângulo deve Observação: dois conjuntos A e B são chamados de
cercar completamente tanto o conjunto A quanto todos os disjuntos quando A ∩ B = ∅.
EXERCÍCIOS DE SALA demais conjuntos que possam ser estabelecidos em um
determinado problema. Feito isso, a região exterior ao con-  União de conjuntos
junto A passa a representar o conjunto complementar de A. Indicada por A ∪ B, a união dos conjuntos A e B é o
► Texto para a questão 1. possível: ficar 99 dias sem dar nem uma “olhadinha” no
Há várias opções para a representação do complemen- conjunto formado por todos os elementos de A e todos os
Você conseguiria ficar 99 dias sem o Facebook? Facebook. O objetivo é medir o grau de felicidade dos usuá-
tar de um conjunto A em relação ao conjunto universo. elementos de B.
rios longe da rede social.
Todas elas designam o conjunto dos elementos que não
Uma organização não governamental holandesa está O projeto também é uma resposta aos experimentos
pertencem ao conjunto A.
propondo um desafio que muitos poderão considerar im- psicológicos realizados pelo próprio Facebook. A diferença ,
A = Ac = A = UA = {x ∈ U| x ∉ A} A B
PORTUGUÊS | MEDICINA I 21
U A∪B
A
PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / KLEBER / 10-10-2016 (17:44)
U A

n(A ∪ B) = n(A) + n(B) – n(A ∩ B)


n(A) + n(A) = n(U)

108 MATEMÁTICA | MEDICINA I

PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / FRANCISCO.SILVA / 21-10-2016 (10:52) PDF FINA

Disciplina e caderno

6 MANUAL DO CADERNO MEDICINA III


 EXERCÍCIOS DE SALA

EXERCÍCIOS DE SALA

Além das questões do livro, é apresentada uma seção de exercícios específicos sobre o assunto das aulas, os
quais possibilitam a fixação dos conteúdos estudados e oferecem preparação adicional aos alunos.
Em cada aula, há a proposta de o professor resolver as questões com toda a classe ou pedir aos alunos que as
respondam individualmente. Nesse momento, aspectos relevantes da aula são retomados, dando oportunidade
ao professor e aos alunos de discutirem possíveis dificuldades. Todos os exercícios têm sua resolução apresentada
neste manual.

AL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / FRANCISCO.SILVA / 21-10-2016 (10:52)

As questões são de
importantes exames
vestibulares de todo o
Brasil ou autorais, em
momentos nos quais a
explicação exige.

MANUAL DO CADERNO MEDICINA III 7


 GUIA DE ESTUDO

Ao final de cada aula, o caderno de sala oferece um guia que orienta o aluno para os estudos que serão reali-
zados em casa. A seção “Guia de estudo” direciona a leitura, no livro de teoria, dos assuntos que foram tratados e
indica exercícios pertinentes a serem resolvidos, visando consolidar o conhecimento adquirido em sala.
Levando em conta que o tempo de estudo em casa deve ser cumprido de forma satisfatória, esse guia é pensa-
do com bastante cuidado. Ao especificar o número de exercícios a serem feitos, consideram-se o tempo destinado
à leitura da teoria e também o tempo que será despendido para a resolução das questões. Assim, o resultado é a
satisfação do aluno, que consegue cumprir suas metas diárias de estudo em um tempo possível.

GUIA DE ESTUDO
1 Química | Livro 1 | Frente 3 | Capítulo 3
I. Leia as páginas de 282 a 284. 2
3 II. Faça os exercícios 5 e 6 da seção “Revisando”.
III. Faça os exercícios propostos 38, de 40 a 42 e de 44 a 46.

GUIA DE ESTUDO
Português | Livro 1 | Frente 1 | Capítulo 1
I. Leia as páginas de 7 a 15.
II. Faça os exercícios de 1 a 3 da seção “Revisando”.
III. Faça os exercícios propostos de 4 a 9

GUIA DE ESTUDO
Geografia | Livro 1 | Frente 1 | Capítulo 1
I. Leia as páginas de 12 a 18.
II. Faça os exercícios 10 e 11 da seção “Revisando”.
III. Faça os exercícios propostos 48, 56, 70, 71, 78, 80, 81 e 83.

GUIA DE ESTUDO
História | Livro 1 | Frente 2 | Capítulo 3
I. Leia as páginas de 131 a 134.
II. Faça o exercício 2 da seção “Revisando”.
III. Faça os exercícios propostos 10, 12, 14, 16 e 19.

GUIA DE ESTUDO
Biologia | Livro 1 | Frente 2 | Capítulo 3
I. Leia as páginas de 117 a 120.
II. Faça os exercícios 1 e de 3 a 5 da seção “Revisando”.
III. Faça os exercícios propostos de 5 a 10.

1 Indicação de disciplina, 2 Localização das 3 Seleção de


livro, frente e capítulo páginas do livro com exercícios.
correspondente à aula. a teoria estudada.

8 MANUAL DO CADERNO MEDICINA III


ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS

Desde fins da década de 1970, a Geografia vem passando por um amplo movimento de renovação procurando
romper com a Geografia tradicional, que valorizava o descritivismo e, muitas vezes, aproximava-se de uma visão
determinista da realidade. Autores como Milton Santos, Manuel Correia de Andrade, Roberto Lobato, Ruy Moreira,
Antônio Carlos Robert de Moraes, Ana Fani Alessandri Carlos, Carlos Walter e Ariovaldo Umbelino de Oliveira, entre
tantos outros, criaram e consolidaram no Brasil o processo de renovação que ficou conhecido como Geografia
Crítica. Quase 30 anos depois, o que resultou desse processo foi a preocupação política nos estudos geográficos, isto
é, a ideia de que a Geografia não é simplesmente uma ciência que descreve a realidade, mas sim que nela influencia
e deve buscar sua transformação para a melhoria da vida em sociedade. Essa preocupação se revela nos estudos
geográficos, principalmente pela importância dada ao estudo da produção do espaço.
Os vestibulares também refletem essa tendência ao dispor questões que evidenciam uma temática que relaciona
diferentes conhecimentos. De fato, sendo vasta como é, a Geografia permite abarcar uma variedade significativa
de pontos de vista. Em outras palavras, ela será a disciplina ideal para se cobrar assuntos interdisciplinares cuja
compreensão virá somente ao estudante capaz de fazer relações. A distribuição dos conteúdos dessa disciplina ao
longo do livro e a abordagem pela qual eles estão trabalhados levam em conta essa realidade.
Somente considerando o espaço como produto e a condição da vida em sociedade, é possível entender os
conflitos de interesses em torno dos temas estudados pela Geografia.
Tais temas e conceitos estão divididos em duas frentes. Entendemos que essa divisão facilita o trabalho letivo ao
criar duas frentes de atuação com o objetivo de trabalhar os fundamentos da Geografia.
Por um lado, na Frente 1, serão encontrados os temas relacionados às Geografias Clássica – movimentos da
Terra e coordenadas geográficas, por exemplo –, Geografia Física – como geomorfologia do Brasil e do mundo –, e
Geografia Humana – estrutura da população, urbanização e regionalização brasileira, por exemplo. Por outro lado,
na Frente 2, destacam-se os conceitos básicos da Geografia Econômica – Capitalismo e seus modos de regulação,
desigualdades entre países e principais casos de economias centrais, semiperiféricas e periféricas –, bem como a
geopolítica mundial e os conflitos daí resultantes. Procurou-se integrar ao máximo as duas frentes, de modo que
ambas se complementassem.

MANUAL DO CADERNO MEDICINA III 9


Frente 2

Aula
37 E������ U�����

 De potência regional a líder mundial


Alguns fatos foram importantes fatores para a consolidação dos EUA como grande potência, dentre eles:
• Participação nas guerras mundiais – em ambas, os Estados Unidos tiveram grandes possibilidades de crescimento
econômico por causa do seu potencial exportador de mercadorias industrializadas e do seu relativo isolamento em
relação às áreas de combate.
• Liderança do bloco capitalista na Guerra Fria – entre 1947 e 1989, a hegemonia norte-americana baseava-se no
medo das elites dos países capitalistas em relação ao avanço do Socialismo. Essa situação colocou os Estados Unidos
em uma posição privilegiada para impor seus interesses econômicos aos países ocidentais.
• Crise da hegemonia (a partir do fim da década de 1990) – após o fim da Guerra Fria, a concorrência entre os países
capitalistas voltou a ser decisiva, como no caso do Japão e da União Europeia. Além disso, a emergência da China
também passou a ser um desafio. No plano dos conflitos, o combate ao terrorismo e as guerras do Afeganistão e do
Iraque levaram os Estados Unidos a empreender um grande esforço militar que terminou sem uma vitória clara e sem
recompensas econômicas. As dificuldades militares abalaram a imagem hegemônica dos Estados Unidos, e a crise
econômica de 2008 também foi um sério golpe para o país.

 Economia norte-americana
Dentro do território norte-americano, as atividades econômicas são distribuídas da seguinte forma:
• Agricultura – caracterizada pelos cinturões agrícolas (belts), que se definem pela especialização da produção em algu-
mas áreas bastante lucrativas. No mapa a seguir, você pode verificar essas áreas de especialização agrícola, quefazem
dos Estados Unidos um dos maiores produtores mundiais de cereais.
• Indústria – podemos delimitar duas áreas:
– o Nordeste, com indústrias tradicionais, como as têxteis, metalúrgicas e químicas, destacando-se, ainda, como a
área mais industrializada do país.
– o Sul e a Califórnia, onde estão se desenvolvendo centros industriais novos, especializados em produção de alta
tecnologia, como telecomunicações e microeletrônica. Destaca-se a região do Vale do Silício, na Califórnia.
• Megalópoles – nome dado à conurbação entre metrópoles. Nos Estados Unidos, algumas metrópoles tiveram um
crescimento impressionante, destacando-se, atualmente, pela sua importância como centros de decisão, nos quais se
localizam as sedes de grandes empresas, de bancos e as mais importantes bolsas de valores. São elas:
– San-San, na Califórnia, que envolve São Francisco, Los Angeles e San Diego.
– Bos-Wash, estendendo-se de Boston a Washington, incluindo também cidades como Nova York, Filadélfia e
Bal�more.
– Sul dos Grandes Lagos, onde as cidades de Chicago, Pi�sburgh, Milwaukee, Detroit e Cleveland formam a terceira
megalópole norte-americana.

210 GEOGRAFIA | MEDICINA III

PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / REGINA.MARCONDES / 16-04-2018 (16:39)

10 MANUAL DO CADERNO MEDICINA III


Aula 37

Belts americanos

CANADÁ

o

re
ou
oL

Grandes

o
Lagos

Ri
10 3
3
O

1
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5
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2
4 O
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9 N
A
A

O
E IC
C

6 C T
ÍF

O N
Â
IC

L
7 T
A
O

8 N
1 Pecuária leiteira ESCALA
Golfo do México O L 0 345 km
2 Pecuária extensiva
3 Trigo de primavera S
4 Trigo de inverno
5 Milho
6 Policultura
7 Algodão MÉXICO
8 Culturas tropicais
9 Cultivos irrigados de frutas
10 Pecuária e produção madeireira

A Indústria nos Estados Unidos da América


O
C

O
N
E

A O
IC
A

E T
N

C N
O
O

Â
L
T
P

A
A

Golfo do México
C
ÍF
IC
O

.
MÉXICO N
ESCALA
O L 0 544 km
Região industrial

GEOGRAFIA | MEDICINA III 211

PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / REGINA.MARCONDES / 16-04-2018 (16:39)

MANUAL DO CADERNO MEDICINA III 11


Aula 37

EXERCÍCIOS DE SALA

1 Enem 2015 Até o fim de 2007, quase 2 milhões de C prioridade de inves�mento no setor industrial de base
pessoas perderam suas casas e outros 4 milhões corriam o − concentração financeira na Ásia.
risco de ser despejadas. Os valores das casas despencaram D polí�ca de ampliação dos bene�cios trabalhistas − res-
em quase todos os EUA e muitas famílias acabaram devendo trição à mobilidade espacial de imigrantes.
mais por suas casas do que o próprio valor do imóvel. Isso
desencadeou uma espiral de execuções hipotecárias que 3 Uerj 2013
diminuiu ainda mais os valores das casas. Em Cleveland, foi Espaço agropecuário norte-americano
como se um “Katrina financeiro” atingisse a cidade. Casas no início do século XXI
abandonadas, com tábuas em janelas e portas, dominaram
Canadá
a paisagem nos bairros pobres, principalmente negros. Na
Califórnia, também se enfileiraram casas abandonadas.
HARVEY, D. O enigma do capital. São Paulo: Boitempo, 2011.
Nova York

Inicialmente restrita, a crise descrita no texto atingiu pro- Baltimore


porções globais, devido ao(à) Los
Angeles
A superprodução de bens de consumo. Charleston
B colapso industrial de países asiá�cos.
C interdependência do sistema econômico. México
Nova
Orleans
D isolamento polí�co dos países desenvolvidos.
E austeridade fiscal dos países em desenvolvimento. Grandes regiões da agropecuária
norte-americana
Corn belt (cinturão do milho)
2 Uerj 2014 Dairy belt (cinturão dos derivados do leite)
Limites do espaço agrícola produtivo
e exportador
Culturas e atividades criatórias
inexistentes ou pontuais
Porto de exportação agrícola

Elian A. Lucci et al. Território e sociedade no mundo globalizado. São


Paulo: Saraiva, 2010. (Adapt.).

A agricultura norte-americana é organizada de acordo com


o modelo empresarial, o que torna o espaço agropecuário
do país fortemente vinculado à lógica econômica. O princi-
pal fator locacional que explica a posição do Dairy Belt é a
presença de:
A sistema universitário desenvolvido.
B mercado consumidor urbano expressivo.
As consequências do processo de globalização e da atual C rede de transporte propícia à exportação.
crise econômica nos Estados Unidos têm levado norte- D topografia plana favorável à mecanização.
-americanos a procurar oportunidade de trabalho em ou-
tros países, como o Canadá.
Na charge, a pergunta irônica do empresário expõe a
seguinte contradição da atuação das empresas globais
nos EUA:
A criação de rede planetária de transportes − limite à ex- GUIA DE ESTUDO
portação de capitais. Geografia | Livro 3 | Frente 2 | Capítulo 9
B expansão de produção terceirizada − consumo depen- I. Leia as páginas de 105 a 114.
dente de empregabilidade. II. Faça o exercício 5 da seção “Revisando”.
III. Faça os exercícios propostos 1, 3, 9 e 13.

212 GEOGRAFIA | MEDICINA III

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12 MANUAL DO CADERNO MEDICINA III


 Orientações
Inicialmente, abordar alguns aspectos históricos que explicam como os Estados Unidos se tornaram a maior po-
tência econômica e militar do mundo. A seguir, tratar de fatos que consolidaram os Estados Unidos como uma grande
potência e explicar como as atividades econômicas são distribuídas dentro desse território.

RESOLUÇÕES | EXERCÍCIOS DE SALA

1 Alternativa: C.
A crise financeira mundial começou em 2008 nos Estados Unidos, seu epicentro, foi a acentuada pela inadimplência
no setor imobiliário. Apesar disso, estava, também, relacionada a fragilidades mais amplas, como o excesso de crédito
para estimular a economia, a especulação financeira desmedida e o desequilíbrio nas contas públicas (déficit e dívida
pública elevados). Como o sistema financeiro está interligado, visto que um desaquecimento na economia dos EUA afeta
o comércio exterior e as finanças de outros países, logo a crise se propagou para a União Europeia e mais recentemente
para os países emergentes como os BRICS.

2 Alternativa: B.
A charge mostra a migração de fábricas e empregos, característica do processo de terceirização. Além disso, os mercados
que apresentam maior potencial de expansão encontram-se hoje nos países emergentes, com destaque para Índia e
China, na Ásia. Tais regiões tornam-se muito atraentes, pois seu crescimento econômico tem demandado cada vez mais
trabalhadores, o que, por conseguinte, aumenta o consumo.

3 Alternativa: B.
Devido a características demográficas resultantes da história da colonização dos EUA, a região do Dairy Belt, marcada no
mapa, apresenta maior concentração populacional, o que resulta em um grande mercado consumidor.

ANOTAÇÕES

MANUAL DO CADERNO MEDICINA III 13


ANOTAÇÕES

14 MANUAL DO CADERNO MEDICINA III


Frente 2

Aula
C����� � M����� 38
 NAFTA o clima polar. Grande parte do território é coberto
Em 1994, Estados Unidos, Canadá e México passaram a pela taiga, ou floresta de coníferas. Ao Sul, porém, en-
formar, juntos, uma área de livre-comércio. Esse bloco eco- contram-se as pradarias, atualmente utilizadas para o
nômico recebeu o nome de NAFTA (North American Free plantio de cereais.
Trade Agreement – Acordo de Livre Comércio da América do • Hidrografia: a rede hidrográfica do país é a mais rica
Norte). A partir de então, aprofundou-se a integração dessas do mundo em lagos, o que faz do Canadá o maior país
três economias, já bastante ligadas nas décadas anteriores. do mundo em termos de disponibilidade de água doce
por habitante.
 Canadá • Economia: a economia canadense é bastante diversifi-
• Aspectos gerais: o Canadá é um país bastante exten- cada, com extrativismos mineral (inclusive com grande
so; possui o segundo maior território do mundo, mas reserva de petróleo) e vegetal (madeira), agropecuária
sua população é relativamente pequena, cerca de e indústrias. Chama a atenção sua forte ligação com a
34 milhões de habitantes, sendo, assim, um país pouco economia dos Estados Unidos, principalmente por cau-
povoado, com uma densidade demográfica de, aproxi- sa dos investimentos americanos no setor industrial.
madamente, 3,5 habitantes por km². Porém, é preciso Por apresentar um alto grau de desenvolvimento eco-
lembrar que a grande maioria dos canadenses habita o nômico e social, o povo canadense não tem problemas
sul do país, próximo à fronteira com os Estados Unidos, para atravessar a fronteira com os Estados Unidos, o
uma vez que, no Centro e no Norte do território, o frio que vem proporcionando também o aumento da inte-
é rigoroso demais. gração cultural.
• Clima e vegetação: enquanto o Sul é dominado • Cultura: culturalmente, o Canadá é um país com gran-
pelo clima temperado, no Centro-Norte, predomina de diversidade étnica, porém com uma especificidade.

Divisão política do Canadá


ISLÂNDIA
TIC
O GROENLÂNDIA
ÁR
NO (DINAMARCA)
EA
OC
Is. Rainha Elizabeth
ALASCA Baía
(EUA) de Baffin
O

Estreito
IC
T

Território de Davis
N

do Yukon Territórios
Mar de
AT

TE

Whitehorse do Noroeste
Labrador
R
NO

Iqaluit
NO

Nunavut
EA

(1999) Estreito de
Terra Nova
OC

Yellowknife Hudson
e Labrador
Colúmbia Baía de
Britânica Hudson
Alberta St. John’s
Saskatchewan
Ilhas Príncipe
Quebec Edward
Edmonton Manitoba
Victoria
Charlottetown Nova
Regina Escócia
Winnipeg Ontário Fredericton
Quebec Halifax
N
ESCALA
O L 0 413 km Toronto Ottawa
New Brunswick
S ESTADOS UNIDOS

GEOGRAFIA | MEDICINA III 213

PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / REGINA.MARCONDES / 16-04-2018 (16:39)

MANUAL DO CADERNO MEDICINA III 15


Aula 38

A província de Quebec tem ampla maioria da popu- Diferentemente do que ocorre no caso do Canadá, o
lação (cerca de 80%) com ascendência francesa. Tal baixo desenvolvimento econômico e social do México gera
fato deve-se à colonização iniciada pela França e assim uma situação de forte tensão na fronteira com os Estados
mantida até 1763. A partir da década de 1950, surgiu Unidos. Milhares de mexicanos pobres sonham em atra-
um movimento nacionalista no Quebec, que propunha vessar a fronteira para o norte, enquanto as autoridades
a sua separação do Canadá. Desde então, dois plebis- norte-americanas geram os mais diversos obstáculos, in-
citos já foram realizados, mas, em ambos, a maioria da cluindo construção de muros, cercas elétricas e intenso pa-
população quebequense preferiu se manter unida ao trulhamento da fronteira.
território canadense. Tal situação ocorre mesmo com a existência do
NAFTA, pelo fato de este ser apenas um acordo de livre-
 México -comércio, não envolvendo outras formas de integração,
• Aspectos gerais: O território mexicano é bastante aci- como a livre circulação de mão de obra ou a criação de
dentado em sua faixa central e mais plano nos litorais uma moeda única.
Leste e Oeste. No Norte, o clima é desértico; e no Sul,
tropical úmido, o que influencia diretamente na organi-  Questões internas
zação da vegetação, mais seca e esparsa em direção aos Quanto às revoltas indígenas de Chiapas, um dos es-
Estados Unidos e mais úmida e densa nas áreas próxi- tados mais pobres do México, o que sucedeu foi que uma
mas à América Central. organização popular denominada Movimento Zapatista
De colonização espanhola, o México faz parte da Amé- iniciou protestos com o objetivo de torná-lo autônomo
rica Latina, tanto em termos culturais como em termos perante o governo mexicano. Essa autonomia não signifi-
econômicos e sociais, uma vez que a colonização que ali cava independência, mas apenas um governo autônomo
se deu também foi de exploração, como no restante do comandado pelos índios, que formam a maioria da popu-
continente, ao contrário do que ocorreu aos outros inte- lação da região.
grantes do NAFTA. Mesmo assim, a economia mexicana O principal conflito por trás da questão de Chiapas é
é, atualmente, muito ligada aos Estados Unidos, principal- a expansão da agropecuária comercial sobre as terras há
mente em razão do acordo comercial do NAFTA. muito tempo utilizadas pelas comunidades indígenas como
• Economia: A exemplo do que ocorreu no Brasil após base para sua agricultura de subsistência.
a Segunda Guerra Mundial, o México passou por um Durante os anos seguintes, o governo federal reagiu de
processo de industrialização baseado em investimen- forma violenta aos protestos dos zapatistas, que, por sua
tos estatais em infraestrutura e indústrias de base e vez, formaram o Exército Zapatista de Libertação Nacional
forte participação do capital estrangeiro no setor de (EZLN). Vários confrontos militares ocorreram entre esse
indústrias de bens de consumo duráveis (automóveis e grupo e o exército do governo ou as milícias formadas por
eletroeletrônicos, principalmente). fazendeiros e outros interessados nas terras dessa região.
Apesar de os confrontos continuarem em Chiapas,
México no NAFTA desde 2006, outro estado mexicano de maioria indígena
O NAFTA, por um lado, possibilitou à economia mexi- ganhou notoriedade. Pelos mesmos motivos de Chiapas,
cana expandir suas exportações para os outros países da o vizinho Oaxaca vem presenciando levantes da popula-
América do Norte. Mas, por outro lado, tornou-a ainda ção indígena na tentativa de defender suas terras.
mais dependente do mercado consumidor estadunidense. Atualmente, a disputa pela distribuição das drogas
Um símbolo dessa dependência são as chamadas indús- na região fronteiriça com os Estados Unidos tem levado
trias maquiladoras, que recebem peças fabricadas nos os principais cartéis a um confronto sangrento, que já
Estados Unidos para montar produtos, como eletrodomés- causou a morte de milhares de pessoas e ao aumento da
ticos e automóveis, e depois enviá-los novamente para o insegurança, sobretudo nas cidades de fronteira, como
norte, o que é uma forma de tais empresas aproveitarem a Tijuana e Ciudad Juarez.
mão de obra barata mexicana.

214 GEOGRAFIA | MEDICINA III

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16 MANUAL DO CADERNO MEDICINA III


Aula 38
Chiapas e Oaxaca: estados mexicanos nos quais ocorreram revoltas indígenas

Golfo do México

Cidade do
México

Mar do
Caribe
Oaxaca Chiapas
OC
EA
NO
PA
C
ÍF
IC
O
N
ESCALA
O L 0 253 km

EXERCÍCIOS DE SALA

1 EsPCEx (Aman) 2016 O poder imenso dos Estados Unidos III. atualmente, o Japão figura como o maior inves�dor no
é, antes de tudo, multidimensional […]. Isto significa que a mercado financeiro norte-americano, u�lizando os �tu-
influência global norte-americana estende-se por todos os los do Tesouro dos Estados Unidos como principal veí-
setores da vida das nações, nas suas relações internacionais culo de aplicação de suas vastas reservas monetárias.
e internas. IV. a criação do Acordo de Livre Comércio das Américas
D. Magnoli. Geografia para o Ensino Médio, 2012. p. 513. (NAFTA) e os consequentes inves�mentos feitos pelos
Estados Unidos no México revelam que o principal ob-
Sobre a economia norte-americana, suas relações e influ- je�vo do bloco é facilitar a circulação de riquezas e de
ências no mercado global, podemos afirmar que pessoas entre os dois países.
I. o Canadá é, atualmente, um dos maiores parceiros co- V. as significa�vas remessas de lucro, por parte das em-
merciais dos Estados Unidos, que absorvem a maior presas norte-americanas no exterior, para suas sedes,
parte das exportações canadenses. não vêm garan�ndo o equilíbrio nas contas externas
II. o mercado consumidor norte-americano funciona dos Estados Unidos.
como um dos principais dínamos da economia global
e contribui, decisivamente, para expansão da indústria Assinale a alternativa que apresenta todas as afirmativas
asiá�ca. corretas.
A I, III e IV. C II, IV e V. E I, II e V.
B II, III e V. D II, III e IV.

GEOGRAFIA | MEDICINA III 215

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MANUAL DO CADERNO MEDICINA III 17


Aula 38

2 EsPCEx (Aman) 2015 Logo após a Segunda Guerra 3 Udesc 2012 O México e os Estados Unidos são vizinhos
Mundial, a estrutura econômica regional norte-america- com problemas. Sobre esta relação de vizinhança é correto
na sofreu um profundo rearranjo resultante da perda de afirmar, exceto:
dinamismo industrial do Manufacturing Belt. Os novos in- A O México foi uma das primeiras ví�mas do nascente
vestimentos promoveram concentração de indústrias no imperialismo norte-americano do século XIX. Explo-
Oeste e no Sul dos Estados Unidos. rando as instabilidades internas do México, os Estados
Entre os fatores que contribuíram para o redirecionamento Unidos conquistaram 1 milhão de km² de territórios
dos investimentos para o Oeste e para o Sul dos Estados originalmente mexicanos. Esses territórios correspon-
Unidos, nesse período, podemos destacar dem aos atuais estados do Texas, Arizona, Novo México
I. a limitada disponibilidade de ferro e carvão mineral nas e Califórnia.
jazidas da região do Manufacturing Belt, minerais estes B Os problemas existentes entre México e Estados Uni-
indispensáveis à indústria siderúrgica. dos foram resolvidos recentemente com a eleição de
II. o interesse comercial pela bacia do Pacífico, haja vista Barack Obama, que flexibilizou, por meio de leis, a en-
a reconstrução econômica do Japão nesse período. trada dos mexicanos nos Estados Unidos.
III. a produção crescente de petróleo no Golfo do C A maioria dos norte-americanos tende a menosprezar,
México. ser indiferente ou simplesmente ignorar os ressen�-
IV. a grande disponibilidade de matéria-prima pesada nes- mentos históricos mexicanos. A imagem passada pelo
sas novas regiões, fundamental para a expansão da in- cinema norte-americano a respeito dos mexicanos é
dústria de alta tecnologia, fortemente dependente de geralmente deprecia�va.
tais fontes. D O México pode se tornar um problema geopolí�co
V. a possibilidade de redução dos custos com a for- para os Estados Unidos se as falhas polí�cas e econô-
ça de trabalho, uma vez que as novas empresas micas do regime mexicano acirrarem os sen�mentos
estariam distantes dos sindicatos operários do an�americanos.
Manufacturing Belt. E Os mexicanos buscam postos de trabalho nos
Estados Unidos, o que aumenta muito o fluxo migrató-
Assinale a alternativa em que todas as afirmativas estão rio legal e ilegal para o país americano.
corretas.
A I e III.
B III e IV.
C I, II e IV.
D I, III e V.
E II, III e V.

GUIA DE ESTUDO
Geografia | Livro 3 | Frente 2 | Capítulo 9
I. Leia as páginas de 114 a 116.
II. Faça o exercício 8 da seção “Revisando”.
III. Faça os exercícios propostos 18, 22, 24 e 25.

216 GEOGRAFIA | MEDICINA III

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18 MANUAL DO CADERNO MEDICINA III


 Orientações
Iniciar com uma explicação rápida sobre o NAFTA. A seguir, falar sobre as características do Canadá (aspectos gerais, cli-
ma e vegetação, hidrografia, cultura e economia) e do México (aspectos gerais, participação no NAFTA e questões internas).

RESOLUÇÕES | EXERCÍCIOS DE SALA

1 Alternativa: E.
Os itens incorretos são as afirmativas III, pois, na atualidade, o maior investidor no mercado financeiro dos Estados Unidos é
a China; e IV, pois o NAFTA é um bloco fundamentalmente econômico, não apresentando livre circulação de pessoas para
evitar a entrada de imigrantes ilegais mexicanos nos Estados Unidos e Canadá.

2 Alternativa: E.
As afirmativas incorretas são a I, pois o Nordeste, ou cinturão dos manufaturados, nos Estados Unidos apresenta grandes
reservas de carvão mineral e ferro que favoreceram o desenvolvimento da indústria siderúrgica; e a IV, já que o Sun Belt
destaca-se nos setores de alta tecnologia como informática e biotecnologia, que são menos dependentes de matérias-primas
pesadas.

3 Alternativa: B.
A alternativa b está incorreta, pois afirma que as políticas de Barack Obama teriam flexibilizado a entrada de mexicanos
nos EUA, o que não ocorreu de fato.

ANOTAÇÕES

MANUAL DO CADERNO MEDICINA III 19


ANOTAÇÕES

20 MANUAL DO CADERNO MEDICINA III


Frente 2

Aulas
A������� C������ � �� S��:
��������������� ������ 39 e 40
 Caracterís�cas �sicas sul-americana choca-se com a placa de Nazca, o que deu ori-
A divisão da América em Norte, Central e Sul baseia-se gem à Cordilheira dos Andes, um típico dobramento moder-
em aspectos físicos, principalmente no fato de a América no, que, ainda hoje, pode levar à ocorrência de vulcanismos
Central ser um istmo, ou seja, uma estreita faixa de terras e terremotos na região.
ligada às Américas do Norte e do Sul, as quais se assentam Por causa de sua extensão, a América do Sul apresen-
em diferentes placas tectônicas. ta diferentes domínios climáticos e diversas formações
A América Central pode ser dividida em duas porções: vegetais, desde a extensa Floresta Amazônica e a caatinga
a ístmica ou continental, e a insular, formada pelas ilhas do nordestina até o deserto frio da Patagônia, passando por
Caribe. A região está assentada sobre uma pequena placa áreas de cerrado, florestas subtropicais e vegetação típica
tectônica, a placa caribenha, mas, por se localizar entre ou- de montanha nos Andes.
tras grandes placas tectônicas, pode apresentar atividades
sísmicas e vulcânicas. Domina, na área, o clima tropical úmi-  A colonização
do, o qual possibilita a formação de áreas de floresta densa. Essas duas porções do continente americano foram
A América do Sul, por sua vez, está assentada sobre uma colonizadas pelos povos ibéricos e, portanto, são incluídas
grande placa tectônica, a placa sul-americana. A costa Leste na chamada América Latina – da qual faz parte também o
do continente, onde está o litoral brasileiro, localiza-se no México, localizado na América do Norte. Tanto no caso da
meio dessa placa e, portanto, não apresenta atividade sísmi- colônia portuguesa – que deu origem ao Brasil – como no
ca nem vulcanismo. Na porção Oeste, ao contrário, a placa caso das colônias espanholas – que formaram o restante da

América Central político


Capital de país

Cidade principal
AMÉRICA Fronteira
DO internacional
O
NORTE AN
CE CO Ferrovia
O TI
Golfo I. Grande I. Grande Abaco L ÂN
do
Bahama AT Rodovia
Nassau I. Eleuthera
México I. New
I. Andros I. Cat Rio
Providence I. San Salvador
I. Grande
TRÓPICO DE CÂNCER Exuma I. Rum Cay TRÓPICO DE CÂNCER
Havana I. Long Island Is. Turks e
BA
Pinar del Rio Sta. Clara HA I. Crooked Caicos
Colón MA I. Long Cay
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Cabaiguan S I. Acklins
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Ciego de Ávila
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I. Grande Inágua
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Santiago de Cuba Puerto Plata )


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Campeche I. Grande Cayman Base Naval de
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RIS ISI. Montserrat St. John´s
Cobán Stann Creek O C EV
SÃ E N (RUN) I. Guadalupe (FRA)
Puerto Barrios Trujillo Basse-Terre
GUATEMALA La Ceiba Roseau DOMINICA
Quezaltenahgo Puerto Lempira
HONDURAS I. Martinica (FRA)
Fort-de-France
Guatemala Tegucigalpa
São Salvador PEQUEN Castries
Puerto Cabezas AS ANTI
NICARÁGUA LHAS SANTA LÚCIA
nate o Miguel ANTILHA Kingstown BARBADOS
Sonso Sã Mar das Antilhas S HOLA
NDESAS
La Unión Matagalpa I. Aruba SÃO VICENTE E Bridgetown
EL SALVADOR Chinandega I. Curaçao
Masaya (Mar do Caribe) (HOL) GRANADINAS
(HOL) I. Bonaire I. Orchilla I. Blanquilla
León GRANADA
O Manágua Granada Bluefields (HOL) St. George’s
(VEN) (VEN)
C
PA E Rivas São Carlos I. La Tortuga I. Margarita I. Tobago
A
C N (VEN) (VEN) TRINIDAD E
ÍF O COSTA RICA TOBAGO
IC Alajuela Port of Spain
O Puntarenas Limón I. Trinidad
Colón
São José Almirante
N Puerto Cortês
PANAMÁ
Panamá
AMÉRICA DO SUL
ESCALA David Santiago La Palma

O L 0 448 km Las Tablas

GEOGRAFIA | MEDICINA III 217

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MANUAL DO CADERNO MEDICINA III 21


Aulas 39 e 40

América Latina – houve uma colonização de exploração.  Independência polí�ca e


Esta se fundamentou na formação de elites locais trans- subdesenvolvimento econômico
plantadas da Europa para garantir o domínio dos países Em termos políticos, acabava o domínio europeu, mas
colonizadores sobre as riquezas minerais e a produção agrí- começava o estadunidense, marcado pela Doutrina Monroe
cola aqui efetivada. – “América para os americanos”. Ao longo do tempo, as in-
Entretanto, houve uma diferença fundamental entre as tervenções políticas e militares dos Estados Unidos na região
colônias espanholas e a portuguesa. Enquanto nesta última foram se intensificando, ganhando maior intensidade duran-
prevaleceu a mão de obra escrava dos negros trazidos da te o século XX.
África por traficantes, nas primeiras houve o predomínio Em termos econômicos, acabava a colonização de ex-
de mão de obra indígena nativa, na forma de escravidão ploração e tinha início um período de submissão comercial
ou de servidão. Essa diferença fez com que, em geral, as no contexto da antiga DIT (Divisão Internacional do Traba-
populações e culturas indígenas fossem mais preservadas lho), na qual os países latino-americanos assumiram o papel
e integradas às sociedades que se formaram com a coloni- de exportadores de alimentos e matérias-primas e de con-
zação espanhola. sumidores de produtos industrializados vindos da Europa e
Mesmo após as independências ocorridas no início do dos Estados Unidos.
século XIX, os interesses das elites locais, formadas por lati- Para uma parcela dos países do continente – principal-
fundiários e donos de escravos, lançaram esses novos países mente Brasil, México, Argentina, Chile e Venezuela –, essa
em uma nova condição de submissão, tanto política como condição econômica se alterou entre as décadas de 1930
econômica; a população nativa não conquistou melhorias e 1980, quando foram promovidos processos de industria-
significativas. lização. No entanto, esses processos foram marcados pela
intensa participação das multinacionais e pelo endivida-
América do Sul político mento estatal, o que levou a um período de graves crises
I. Aruba
ANTILHAS HOLANDESAS
I. Curação
(Hol.)
I. Margarita
(VEN)
N econômicas.
I. Bonaire
ESCALA
Buscando fugir dessas dificuldades, os governos desses
(Hol.) I. Tobago
Barranquilla (Hol.) Cumaná
Caiena
Cartagena Maracaibo
Valência
ValÇencia
I. Trindade O L 0 522 km
wn
org NA

Caracas

países aceitaram, alguns com certa moderação, os termos do


Monteria
ar ME
eto
Ge UIA

)
ibo

RA
ram A

San Ciudad
G

Pa RIN

(F

Cúcuta
VENEZUELA Ciudad Guayana S
NA
SU

chamado Consenso de Washington, que pregava a abertura


Bolívar
IA

Medelin
GU

Manizales Puerto Georgetown


Ibague Paramaribo Caiena
Bogotá Ayacucho

econômica e as privatizações de empresas, estradas, portos,


Buenaventura Apoteri
Cali
Boa Vista Camopi
COLÔMBIA Caracaraí
Tumaco

Quito
Rasto
Serra do Navio Macapá
Ilha de Bragança
bancos e sistemas de comunicação estatais. Tais medidas
EQUADOR
Guayaquil Ambato
Manaus
Itacoatira Santarém
Bragança
Marajó
Belém
São Luís Parnaíba Arq. Fernando
de Noronha
levaram à forte desnacionalização das economias latino-
Cuenca Iquítos Letícia Tefé Sobral

-americanas, o que significou um grande aumento da parti-


Tucuruí Fortaleza
Marabá (BR)
Benjamin Constant
PERU Imperatriz São Gonçalo Teresina Natal
Chiclayo Orellana
Cajamarca Cruzeirodo
Cruzeiro doSul
Sul
Jacareacanga Campina Grande
João
Pessoa
Recife
cipação dos capitais estrangeiros – principalmente europeus
Trujillo Rio Palmas
e estadunidenses. Também foi resultante desse processo o
Huaraz Porto Cachimbo Juazeiro
Branco
Velho Maceió
Huánuco Cocama
BRASIL
BRASIL
Gurupi Aracaju
Ferira deSantana
Feira de Santana
Lima Huancayo Barreiras
Salvador
aumento da dívida pública e das desigualdades sociais.
Cuzco

Ao mesmo tempo, Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai


Ica
BOLÍVIA
Puno Cuiabá Brasília Vitória da Jequié
Arequipa La Paz Canavieiras
Conquista

promoveram um processo de integração econômica, o


(Cap. Adm.) Cáceres Goiânia Montes Claros
COLÔMBIA Tacna Porto Ilhéus
Is. Galápagos (EQ) Sucre Suarez
Arica (Cap.
Mercosul, que acabou sendo uma resistência à proposta
QUITO
I. Sta. Cruz Corumbá Uberlândia Belo Horizonte
Legislativa) Belo Horizonte
I. Isabela Iquique Campo Grande Uberaba
Araxá Horizonte
I. São EQUADOR Potosí Porto Casado Uberaba
Ouro Preto
Cristovão Tarija Dourados

PERU Antofagasta PARAGUAI


Concepcion Curitiba
Londrina
Sorocaba
Bauru
Juiz de Fora
Campinas Rio de Janeiro
de livre-comércio vinda dos Estados Unidos, a Alca. O
San Salvador Coronel
de Jujuy Assunção Oviedo Ponta Grossa Curitiba
São Paulo
Paranaguá projeto do cone sul conta atualmente com a aproximação
E
CHIL

Blumenau Joinville

da Bolívia e passou a ter a Venezuela como membro pleno


Tucumán Encarnación
Florianópolis
Santiago del Passo Fundo Caxias do Sul
Estero O
IC
desde 2012. No entanto, a dependência desses países em
Santa Maria
La Serena ARGENTINA Uruguaiana Porto Alegre
T
Córdoba Salto Santana do Pelotas N
Viña del Mar

relação ao mercado e aos capitais dos Estados Unidos vem


Â

Rosário Livramento Rio Grande


O

Valaparaíso
Valparaíso Mendoza Paysandú
T

Durazno
C

Santiago URUGUAI
E

impondo limites ao progresso do Mercosul. As diferenças


San Rafael
O

Buenos Montevidéu
A N

Aires
A

Concepción
E

dentro do bloco também são visíveis e geram problemas


O

Plana
Mar del Plata
O
PA

Neuquén
Baía Blanca

quando se compara a economia brasileira às demais.


Valdívia Capital de país
C Í

Puerto Montt S. Carlos Carmen de Patagones Cidade principal


Viedma
de Bariloche
F I C

Esquel Rawson Fronteira


internacional
De forma geral, a região ainda apresenta baixos níveis
O

Coihaiqué Comodoro
Rivadávia
Ferrovia de industrialização e depende da presença de empresas
Puerto Deseado Rodovia
internacionais. A maioria da produção se concentra ain-
da em áreas como o extrativismo mineral e a agroexpor-
Rio
Puerto Santa Cruz Is. Falklands
Puerto Natalés
Rio Gallegos (Malvinas)
I. Geórgia do Sul
Punta Arenas
TERRA DO FOGO
(RUN pret. ARG) (RUN)
tação. Como já dito anteriormente, o turismo também é
Ushuaia

uma atividade de destaque.

218 GEOGRAFIA | MEDICINA III

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22 MANUAL DO CADERNO MEDICINA III


Aulas 39 e 40

Cuba  Conflitos na região


Ao mesmo tempo em que a maior parte da América Sendo uma região de grande desigualdade social e tendo um
Latina percorreu o caminho da submissão político-econô- longo histórico de opressão aos indígenas, aos camponeses e a
mica aos Estados Unidos, Cuba destacou-se como exem- outros grupos empobrecidos, a América Latina é também uma
plo de resistência e de aliança com a União Soviética. região de conflitos. Não há, no entanto, como na África, na Euro-
Após a Revolução Cubana, em 1959, os Estados pa ou no Oriente Médio, embates ligados a rivalidades étnicas ou
Unidos apertaram o cerco a Cuba, o que levou o país governa- a questões religiosas. Na maior parte dos países da região, a insta-
do por Fidel Castro a se aproximar da União Soviética. Por duas bilidade política derivou para formas muito difusas, gerando, prin-
décadas, a economia do país se desenvolveu, e a qualidade de cipalmente, problemas como a violência urbana ou rural. Neste
vida da população aumentou graças ao apoio soviético, que último caso, destaca-se o Brasil, país ainda com grande fronteira
queria fazer de Cuba um exemplo a ser seguido no restante agrícola na região amazônica, onde as disputas pela posse e pelo
da América Latina. uso da terra são intensas.
Porém, com o fim do Socialismo soviético, os cubanos
perderam esse apoio, ao mesmo tempo em que se man- Conflitos na Colômbia
teve o embargo econômico promovido pelos Estados Uni- A Colômbia também enfrenta uma guerra contra as dro-
dos. Nessa nova situação, Cuba teve de mudar, abrindo-se gas, que foi se agravando a partir da década de 1970.
para o turismo, uma de suas principais fontes de receita Os conflitos entre conservadores, liberais e socialistas,
atualmente. Em 2008, Fidel Castro renunciou ao governo na Colômbia, tiveram início em 1948. Em meados da década
do país, passando-o para as mãos de seu irmão Raul. de 1960, configuram-se dois grupos políticos que assumiram
Nesse mesmo ano, o presidente Obama flexibilizou algu- esse projeto, as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Co-
mas das restrições ao governo de Havana, apesar de não sus- lômbia) e o ELN (Exército de Libertação Nacional).
pender o embargo. Em 2010, Raul Castro anunciou medidas As Farc tornaram-se o principal grupo armado do
econômicas com o intuito de dinamizar a economia e permitir país, expandindo seus domínios por grande parte do ter-
a parceria com o setor privado. Essas ações mostram a recente ritório colombiano e extravasando suas ações para áreas
mudança de postura tanto de Cuba quanto dos Estados Unidos. fronteiriças do Equador e da Venezuela. É interessante
lembrar que essa expansão levou o Brasil a re-
forçar suas fronteiras com a Colômbia, na região
Áreas com presença das Farc e do ELN
amazônica.
Fonte: <www.democracia.org.br/outros_artigos_comments.php?ID=1105_0_3_0_C>.

A partir de 1980, as Farc começaram a se aliar


aos traficantes colombianos para financiar seu
aparato militar. Ao mesmo tempo, intensificaram-
-se os sequestros de civis para cumprir a mesma
finalidade. Por isso, o governo dos Estados Unidos,
Mar do Caribe Caracas
do Canadá e da União Europeia classificaram as
Farc como grupo terrorista.
San Cristóban
Recentemente, o governo colombiano obteve
VENEZUELA
diversas vitórias sobre as Farc, eliminando líderes
Bogotá
de destaque e enfraquecendo a guerrilha.
OC
PA

EA

COLÔMBIA
 Mudanças polí�cas e
FI
NO

  econômicas
CO

Esses alinhamentos revelam as atuais ten-


dências políticas dos países do continente. Após
Quito
anos de domínio da política neoliberal apoiada
BRASIL
EQUADOR por Washington, algumas lideranças começaram a
Local do ataque aéreo ao
acampamento das Farc N assumir posturas diferentes, as quais vêm sendo
ESCALA
O L 0 732 km definidas, por elas mesmas, como o “Socialismo
PERU S
do século XXI”, mas que têm um caráter claramen-
te nacionalista e antiestadunidense, pelo menos no
discurso.

GEOGRAFIA | MEDICINA III 219

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MANUAL DO CADERNO MEDICINA III 23


Aulas 39 e 40

O maior destaque dessa nova tendência era Hugo Chávez, Morales chegou ao poder com grande apoio popular, pro-
ex-presidente da Venezuela, que vinha propondo um novo metendo nacionalizar a exploração dos hidrocarbonetos.
bolivarianismo, que seria uma política de integração entre os Inicialmente, os impostos sobre a exploração do gás natural
países latino-americanos para garantir seus interesses diante e do petróleo foram demasiadamente aumentados, mas o
das grandes potências. Para garantir o sucesso de seu gover- governo chegou a nacionalizar refinarias e outras proprie-
no, Chávez utilizava os vultuosos recursos provenientes da dades de empresas estrangeiras, inclusive da Petrobras.
venda de petróleo venezuelano. Após a morte de Chavéz, o Morales representa uma nova tendência na região,
até então vice-presidente Nicolás Maduro assumiu o poder que é a eleição de governantes que misturam a questão
interinamente e venceu as eleições contra Henrique Caprilles, da exclusão histórica dos indígenas com questões ligadas à
mantendo, assim, a Venezuela sob o comando do chavismo ao economia internacional. Em vários outros países da região,
menos por mais um mandato. lideranças semelhantes vêm ganhando cada vez mais força,
Outro destaque da nova esquerda latino-americana é disputando eleições em todos os níveis políticos e, frequen-
o presidente da Bolívia, Evo Morales. De origem indígena, temente, chegando aos pleitos presidenciais.

EXERCÍCIOS DE SALA

1 UCS 2014 Os blocos regionais surgiram devido às re- 2 ESPM 2015 Washington confirmou terem saído da
formas econômicas impulsionadas pelo processo de glo- prisão os últimos dos 53 presos de uma lista confidencial
balização, pelo desenvolvimento das comunicações e pela cuja liberdade fora pedida a Raúl Castro. O reatamen-
ampliação das trocas comerciais. O objetivo era facilitar o to, cujos pormenores serão negociados em Havana nos
comércio entre os países-membros. Analise a veracidade dias 21 e 22 pela secretária para América Latina, Roberta
(V) ou a falsidade (F) das proposições abaixo sobre os blo- Jacobson, não fora condicionado a esse gesto de boa vonta-
cos econômicos. de, o que tira da oposição republicana o argumento de que
Obama cede sem receber nada em troca.
Nível de Carta Capital, 21 jan. 2015.
Características/objetivos Exemplos
integração
Eliminação de algumas A respeito dos anúncios sobre a distensão nas relações EUA
Zona de
barreiras tarifárias e de tarifas
livre comér- Mercosul – Cuba, feitos simultaneamente pelos presidentes Raúl Cas-
que incidem sobre o comércio
cio tro e Barak Obama, e as medidas que estão sendo adotadas
entre os países do grupo
Os países-membros de uma pelos dois governos, é correto assinalar que:
zona de livre comércio ado- A revogaram totalmente o embargo econômico norte-
União eco- tam uma mesma tarifa nas -americano aplicado contra Cuba desde 1962.
nômica e importações provenientes de NAFTA B fecharam a prisão de Guantánamo, localizada em base
monetária mercados externos, a Tarifa
Externa Comum (TEC), com da marinha norte-americana, em Cuba.
moeda única C reintegraram Cuba, de fato e de direito, na Organização
Adoção de níveis tarifários dos Estados Americanos (OEA), tendo atualmente os
preferenciais: tarifas comer- cubanos a�va par�cipação nesse organismo.
Mercado ciais entre os países-membros União D mais produtos dos EUA receberão autorização para
comum do grupo são inferiores às Europeia
serem exportados para Cuba, como materiais de cons-
tarifas cobradas de países não
membros trução civil, implementos agrícolas e equipamentos de
telecomunicações.
Assinale a alternativa que completa correta e respectiva- E o governo cubano decidiu indenizar empresas norte-
mente os parênteses, de cima para baixo. -americanas expropriadas após a Revolução Cubana de
A V–V–V 1959.
B V–F–F
C F–V–V
D V–F–V
E F–F–F

220 GEOGRAFIA | MEDICINA III

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24 MANUAL DO CADERNO MEDICINA III


Aulas 39 e 40

3 Unesp 2015 4 FGV 2013 O presidente da Colômbia, Juan Manuel


Farc desejam sucesso e Santos, anunciou nesta terça-feira (04/09) a assinatura de
glória para seleção colombiana um acordo inicial com as Farc (Forças Armadas Revolucio-
As Farc enviaram nesta quarta-feira [11.06.2014] uma nárias da Colômbia) para o fim do conflito interno no país.
mensagem ao técnico da seleção de futebol da Colômbia, A próxima etapa nas negociações acontecerá na primeira
José Pekerman, e aos jogadores para desejar “sucesso e quinzena de outubro, em Oslo (Noruega).
glória” na Copa do Mundo, que começa amanhã. As Farc, Disponível em: <http://operamundi.uol.com.br/conteudo/
noticias/24116/>.
que realizam diálogos de paz com o governo colombiano
para tentar acabar com o conflito armado de mais de meio
século, mostraram a admiração pela seleção e disseram Sobre esse tema, é correto afirmar:
que estarão com ela “nas horas boas e nas ruins” até o fi- A As Farc surgiram em meados da década de 1980 como
nal. Os dirigentes que assinaram a carta admitiram que as um grupo de oposição ao regime totalitário imposto
Farc têm o sonho de o futebol poder brindá-los nesta época pelo governo da Frente Nacional.
com um momento de alegria e de entretenimento “que mo- B Desde o seu surgimento, as Farc atuam essencialmente nas
dere as consciências e ajude a encontrar a melhor maneira grandes cidades, pois o povoamento disperso limita sua
do caminho da reconciliação”. ação no restante do território colombiano.
Disponível em: <http://exame.abril.com.br>. (Adapt.). C O diálogo entre o governo colombiano e as Farc teve
início ainda durante o governo de Álvaro Uribe (2002-
Dentre os aspectos que caracterizam o conflito civil na Co- 2010), quando este reconheceu os guerrilheiros como
lômbia é correto mencionar partes legí�mas do conflito colombiano.
A as divergências polí�cas e ideológicas entre Estado, D No texto do acordo inicial mencionado no texto, o go-
forças guerrilheiras e grupos paramilitares e a divisão verno colombiano exime as Farc de qualquer envolvi-
do território colombiano em zonas de domínio militar mento com o narcotráfico internacional.
dos agentes envolvidos no conflito. E Apesar de duramente cri�cada por setores da oposi-
B a união polí�ca e ideológica entre Estado, forças guer- ção, a inicia�va de paz conta com o apoio de mais de
rilheiras e grupos paramilitares e a divisão do território 70% dos colombianos.
colombiano em zonas de domínio militar dos agentes
envolvidos no conflito.
C as divergências polí�cas e ideológicas entre Estado,
forças guerrilheiras e grupos paramilitares e a unifica-
ção do território colombiano sob o domínio militar dos
grupos paramilitares.
D a união polí�ca e ideológica entre Estado, forças guerri-
lheiras e grupos paramilitares e a unificação do territó-
rio colombiano sob o pleno domínio militar do Estado.
E as divergências polí�cas e ideológicas entre Estado,
forças guerrilheiras e grupos paramilitares e a unifica-
ção do território colombiano sob o domínio militar das
forças guerrilheiras.

GEOGRAFIA | MEDICINA III 221

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MANUAL DO CADERNO MEDICINA III 25


Aulas 39 e 40

5 Unicamp Leia o trecho e responda às questões. b) A Colômbia apresenta um histórico de violência, com
A prática do crime é tão antiga quanto a própria hu- forte presença do crime organizado. Além do narcotráfi-
manidade. Mas o crime global, a formação de redes entre co, existem grupos guerrilheiros e grupos paramilitares.
poderosas organizações criminosas e seus associados, com Entre os grupos guerrilheiros, ressaltem-se as Farc (For-
atividades compartilhadas em todo o planeta, constitui um ças Armadas Revolucionárias) e o ELN (Exército de Liber-
novo fenômeno que afeta profundamente a economia no tação Nacional), que se confrontam com o exército, a
âmbito internacional e nacional, a política, a segurança e, polícia e os grupos paramilitares. Qual a relação da guer-
em última análise, as sociedades em geral. A Cosa Nostra rilha com o narcotráfico? O que é um grupo paramilitar?
siciliana (e suas associadas La Camorra, Ndrangheta e Sacra
Corona Unita), a máfia norte-americana, os narcotraficantes
colombianos, os cartéis mexicanos, as redes criminosas nige-
rianas, a Yakuza do Japão, as tríades chinesas, a constelação
formada pelas mafias russas, os traficantes de heroína da
Turquia, as posses jamaicanas e um sem número de grupos
criminosos locais e regionais em todos os países do mundo
uniram-se em uma rede global e diversificada que ultrapassa
fronteiras e estabelece vínculos de todos os tipos.
Manuel Castells. Fim de milênio. A era da informação:
economia, sociedade e cultura. V. 3. São Paulo:
Paz e Terra, 1999, p. 203-4. (Adapt.).

a) Com a exceção dos narcóticos, quais são os principais


produtos que as organizações criminais transnacionais
(ou com conexões internacionais) comercializam?

GUIA DE ESTUDO
Geografia | Livro 3 | Frente 2 | Capítulo 10
I. Leia as páginas de 130 a 141.
II. Faça os exercícios 3 e 5 da seção “Revisando”.
III. Faça os exercícios propostos 1, 3, 5, 6, 12 e 25.

222 GEOGRAFIA | MEDICINA III

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26 MANUAL DO CADERNO MEDICINA III


 Orientações
Iniciar contextualizando as Américas Central e Latina quanto à geografia física. Abordar a colonização, a independên-
cia política e o subdesenvolvimento econômico latino-americano. Falar de Cuba e dos caminhos políticos e econômicos
que lhe deram destaque. Expor os conflitos existentes nas Américas Central e do Sul (o narcotráfico, as Farc e o ELN) e as
questões políticas e econômicas atuais.

RESOLUÇÕES | EXERCÍCIOS DE SALA

1 Alternativa: E.
A sequência definida na primeira linha é falsa, porque o Mercosul encontra-se na segunda fase de integração dos blocos, que
é a união aduaneira ou a adoção de tarifa externa comum.
A sequência definida na segunda linha é falsa, porque o NAFTA encontra-se na primeira fase de integração dos blocos, que é
a zona de livre comércio, ou seja, a redução ou a eliminação de tarifas alfandegárias entre os países membros.
A sequência definida na terceira linha é falsa, porque a União Europeia encontra-se na quinta fase de integração dos blocos,
que é a adoção de defesa e representação política integradas.

2 Alternativa: D.
Como mencionado corretamente na alternativa d, o descongelamento das relações diplomáticas entre EUA e Cuba resultou,
entre outros, na liberação do comércio EUA-Cuba para determinados produtos, como bens de produção e intermediários.
Estão incorretas as alternativas: a, porque a reaproximação dos países é definida como uma distensão das relações e não
como fim do embargo; b, porque não ocorreu fechamento da prisão de Guantánamo, embora a intenção tenha sido promessa
de campanha eleitoral do presidente Obama; c, porque, embora a OEA tenha aprovado o retorno de Cuba, o país rejeitou a
reintegração ao organismo; e e, porque a reaproximação dos países não inclui indenizações às partes.

3 Alternativa: A.
Como mencionado corretamente na alternativa a, as Farc constituem uma organização terrorista de orientação marxista,
tendo a guerrilha e o narcotráfico como os mecanismos que permitiram a expansão e o domínio de parte da Colômbia (em
2012, iniciaram-se o desarmamento do movimento e as negociações para o processo de paz). Estão incorretas as alternativas:
b e d, porque as Farc constituíram-se como um processo de oposição ao governo civil da Colômbia e, portanto, o conflito
civil não se caracteriza pela união. As alternativas c e e estão incorretas, pois o conflito não se caracterizou pela unificação do
território.

4 Alternativa: E.
Há forte pressão da opinião pública colombiana em prol de um acordo de paz, já que, há décadas, o país vive um conflito
que atinge, em especial, a população civil.

5 a) As organizações criminosas transnacionais desenvolvem, majoritariamente, as seguintes atividades: contrabando de armas,


tráfico de seres humanos (para prostituição ou retirada de órgãos), transporte de imigrantes ilegais, além da biopirataria e
do tráfico de pedras preciosas, remédios controlados, produtos falsos e objetos de arte para colecionadores.
b) A Colômbia é um dos maiores produtores mundiais de cocaína. A droga é fabricada nos territórios dominados por
guerrilhas como forma de financiar a luta contra o governo federal. Além disso, pequenos produtores também plantam
coca para a venda destinada aos cartéis. Há ainda grandes fazendeiros, que financiam grupos paramilitares, envolvidos
em tais atividades, uma espécie de associação civil que tenta exercer um papel de polícia para defender seus interesses
ou os de quem os custeia, com vistas a combater a guerrilha, da qual são alvo de extorsão.

ANOTAÇÕES

MANUAL DO CADERNO MEDICINA III 27


ANOTAÇÕES

28 MANUAL DO CADERNO MEDICINA III


Frente 2

Aulas
Á�����:
��������������� ������ 41 a 43
 Caracterís�cas �sicas Amazônica, só que menor. Nessa região, as chuvas
Em termos físicos, o continente africano costuma ser intensas e constantes formam a bacia hidrográfica do Rio
chamado de “continente espelho”. Isso se deve à distribui- Congo, um dos mais caudalosos do mundo.
ção de seus climas e de sua vegetação. Cortada mais ou Dirigindo-se do Equador para o Norte ou para o Sul,
menos ao meio pelo Equador, a África apresenta faixas de encontram-se as savanas: vegetação predominantemen-
conjuntos climatobotânicos que, aproximadamente, espe- te rasteira, com árvores e arbustos salpicados, típica do
lham-se entre os hemisférios Norte e Sul. clima tropical. As savanas são mais densas – com mais ár-
Nas proximidades do Equador, predomina o clima vores – e, conforme se afastam da linha do Equador, vão
equatorial e sua vegetação correspondente, ou seja, ficando mais abertas, até serem substituídas pelas este-
as florestas tropicais pluviais. O principal destaque pes – vegetação seca, característica das faixas semiáridas
é a Floresta do Congo, bem parecida com a Floresta do continente.

Vegetação da África

Tunísia

Marrocos

Argélia
Líbia Egito
Saara
Ocidental

Mauritânia
Mali Níger
Chade
Sudão Eritreia
Senegal
Gâmbia Burquina Djibuti
Guiné-Bissau Guiné Fasso
Costa do Benin
Serra Leoa Gana Nigéria Etiópia
Marfim Rep. Centro- Sudão
Libéria Togo Sudão Somália
-Africana do Sul
Camarões do Sul
Uganda
Guiné-Equatorial
Quênia
Gabão
Congo Ruanda
República Burundi
Democrática
do Congo Tanzânia

Seicheles

Florestas tropicais chuvosas Angola Malauí Comores


Floresta costeira da África Oriental Zâmbia

Savana florestal Moçambique


Zimbábue
Madagascar
Savana Namíbia
Estepes (vegetação semiárida) Botsuana

Semideserto Suazilândia
Deserto Lesoto
África do Sul N
Vegetação mediterrânea
ESCALA
Vegetação de montanhas e estepes da África do Sul O L 0 619 km
Tundra de montanha
S

GEOGRAFIA | MEDICINA III 223

PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / REGINA.MARCONDES / 16-04-2018 (16:39)

MANUAL DO CADERNO MEDICINA III 29


Aulas 41 a 43

Prosseguindo em direção aos extremos Norte e Sul da A formação geológica da África proporcionou-lhe
África, predominam as áreas desérticas e, posteriormente, grande riqueza mineral. Encontra-se petróleo em vários
as regiões de clima mediterrâneo, quentes e secas no verão pontos do continente, com destaque para a região
e amenas e úmidas no inverno. mediterrânea, o Golfo da Guiné e países como Sudão, Sudão
Além do Rio Congo, existem outros rios importantes, do Sul e Angola. Há também abundância de minerais, como
com destaque para o Nilo e o Níger. No entanto, a maior par- diamante, ouro e recursos metálicos em geral.
te do continente africano enfrenta problemas de escassez
hídrica, fato que dificulta a ocupação de algumas regiões,  África do Norte e África
fazendo com que a população se distribua de forma desigual. Subsaariana
A distribuição étnico-religiosa permite dividir o continente
 Distribuição da população e africano em duas grandes porções: a África do Norte, ou
recursos minerais mediterrânea, concentrada ao Norte do Saara, marcada
As poucas regiões densamente povoadas da África são: pelo predomínio de população de cultura árabe e da religião
o vale do Nilo, a região dos Grandes Lagos, o Golfo da Guiné, muçulmana; a África Subsaariana, localizada ao Sul do Saara,
a região mediterrânea e algumas áreas da África do Sul. No marcada pelo predomínio de população negra, com mesclas
entanto, nas regiões semiáridas também encontram-se de religiões animistas, próprias do continente, com núcleos do
agrupamentos humanos dos mais variados tamanhos. Cristianismo e Islamismo.

EXERCÍCIOS DE SALA

1 UPE 2015 Na ilustração a seguir, extraída do Google III. Em face da ação cien�ficamente correta dos coloni-
Earth, você observa nitidamente o continente africano. zadores europeus, par�cularmente franceses, belgas
Neste, está delimitada uma ampla área por uma linha e alemães, no Sul dessa área, evitou-se o desenvolvi-
amarela e indicada pela seta. Sobre essa área, analise as mento dos processos de deser�ficação que são mais
afirmativas a seguir: enfá�cos na África Equatorial.
IV. Expressivas reservas de petróleo, alvo de cobiça de
grandes potências europeias, na atualidade, são en-
contradas nos terrenos metamórficos e ígneos do es-
cudo da África do Norte.
V. A área, em face da circulação atmosférica geral, apre-
senta-se com um notável déficit hídrico, haja vista que
o processo de evaporação anual excede a precipitação,
também, anual.

Está(ão) correta(s)
A apenas I.
B apenas IV.
C apenas III e IV.
D apenas II e V.
E I, II, III, IV e V.
I. É uma região que apresenta grande potencialidade
edáfica para o desenvolvimento de agricultura de ciclo
longo, daí ter sido amplamente explorada pelo sistema
de plantation.
II. Sobre essa área, instala-se, quase que permanentemen-
te, centros an�ciclônicos, que influenciam fortemente o
clima regional.

224 GEOGRAFIA | MEDICINA III

PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / REGINA.MARCONDES / 16-04-2018 (16:39)

30 MANUAL DO CADERNO MEDICINA III


Aulas 41 a 43

2 UEM 2013 Sobre a África, assinale a(s) alternativa(s) 3 Udesc 2015 Analise as proposições em relação ao con-
correta(s). tinente africano.
01 Países europeus man�veram colônias na África até I. No relevo predominam os planaltos em escudos an�gos.
meados do século passado. A descolonização teve como II. O Norte do con�nente tem grandes restrições para
marco histórico recente a independência de Gana, o uso agrícola em razão da presença de um enorme
em 1957, sendo completada em 1990, originando os deserto.
atuais países ou estados nacionais africanos. III. As florestas se concentram na região equatorial do
02 O con�nente africano é o segundo maior do mundo con�nente.
em extensão geográfica, com seus 10.832.224 km2, sendo IV. A população se concentra nas zonas litorâneas do
superado pela América do Sul, que tem 12.984.126 km2. con�nente.
Na divisão interna do con�nente africano, um terço do
território é ocupado por florestas equatoriais, um terço Assinale a alternativa correta.
por desertos e um terço por áreas u�lizadas pela agri- A Somente as afirma�vas III e IV são verdadeiras.
cultura moderna. B Somente as afirma�vas I e II são verdadeiras.
04 Muitos dos países ou estados nacionais africanos têm C Somente as afirma�vas I e III são verdadeiras.
seu território delimitado por fronteiras polí�cas ar- D Somente a afirma�va IV é verdadeira.
�ficiais, onde foram instalados, pelos colonizadores, E Todas afirma�vas são verdadeiras.
grupos étnicos rivais. Ausência de fronteiras naturais e
convivência forçada de povos de etnias e culturas dife-
rentes têm sido causas de conflitos internos.
08 A regionalização com base em critério étnico ou cultu-
ral divide o con�nente em África Branca, ou Setentrio-
nal, formada predominantemente por povos árabes
que professam o Islamismo; e África Negra, ou Subsa-
ariana, com população predominantemente negra e
com mul�plicidade religiosa.
16 A África, depois de cinco séculos de exploração colonial
e nos seus 40 anos de descolonização, tem conseguido
conviver com regimes democrá�cos na maioria dos
Estados nacionais, graças, principalmente, aos recursos
econômicos gerados pelo petróleo e aplicados em
projetos culturais.
Soma:

GUIA DE ESTUDO
Geografia | Livro 3 | Frente 2 | Capítulo 11
I. Leia as páginas de 155 a 159.
II. Faça os exercícios 3 e 11 da seção “Revisando”.
III. Faça os exercícios propostos 16, 19, 20 e 23.

GEOGRAFIA | MEDICINA III 225

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MANUAL DO CADERNO MEDICINA III 31


 Orientações
Abordar as características físicas e gerais da África, com destaque para distribuição da população, recursos minerais
e diferenças entre África do Norte e África Subsaariana.

RESOLUÇÕES | EXERCÍCIOS DE SALA

1 Alternativa: D.
As afirmativas incorretas são a I, pois a imagem mostra a região do Sahel, semiárida, ao Sul do deserto do Saara, na
qual os solos são pouco desenvolvidos e inadequados para agricultura em larga escala no sistema de plantation; a III,
pois a colonização europeia na região do Sahel não teve qualquer preocupação ambiental – o processo de desertificação
decorrente do desmatamento e uso incorreto do solo na agropecuária é intenso; e a IV, pois a região do Sahel não
apresenta grandes reservas de petróleo e esse recurso é encontrado em bacias sedimentares da Era Mesozoica.

2 Soma= 13
Afirmativa 01: correta. O atual mapa da África surgiu com o processo da descolonização, já que quase todo o continente foi
colonizado por potências europeias. Da década de 1950 à de 1990, tais colônias foram divididas entre diversos países.
Afirmativa 02: incorreta. O continente africano, que tem mais de 30 milhões de km², é superado, em área, pela Ásia.
Afirmativa 04: correta. Assim como explicado no item 01, o mapa africano surgiu como resultado das divisões ocorridas ao
longo das independências. As fronteiras foram traçadas de acordo com os interesses europeus, sem respeitar as características
culturais, étnicas ou religiosas dos povos locais.
Afirmativa 08: correta. O norte da África é habitado, majoritariamente, por povos árabes e islâmicos, ao passo que o sul manteve,
em sua maioria, as suas populações originais, compostas de diversos grupos negros com distintas etnias, culturas e religiões.
Afirmativa 16: incorreta. O regime da maioria dos Estados africanos é instável e autoritário. O petróleo não está distribuído de
forma igual pelo continente, não podendo ser apontado como fator de sucesso econômico geral, até porque mesmo os países
que têm reservas desse recurso não apresentam pleno desenvolvimento econômico.

3 Alternativa: E.
A afirmativa I é verdadeira, pois o relevo africano se caracteriza pelo predomínio de escudos entremeados com antigas
bacias sedimentares, e áreas de dobramentos no extremo Norte e Centro-Leste do continente. A afirmativa II é verdadeira,
porque a presença do deserto do Saara, ocupando a maior parte da porção Norte do continente, apresenta limitações para
a produção agrária. Já a afirmativa III é verdadeira, pois a floresta do Congo (formação latifoliada equatorial) localiza-se na
porção Centro-Oeste do continente, associada ao clima equatorial. E a afirmativa IV é, também, verdadeira, pois a maior
concentração populacional encontra-se nas áreas litorâneas e vales dos rios.

ANOTAÇÕES

32 MANUAL DO CADERNO MEDICINA III


ANOTAÇÕES






















































MANUAL DO CADERNO MEDICINA III 33


Frente 2

Aulas
44 e 45 Á�����:
��������������� ������ 2
 A colonização africana
Fisicamente, a África é um “continente espelho”. Em termos sociais, ela é caracterizada pelo acúmulo de problemas.
A origem da maior parte deles pode ser encontrada na história da relação entre as grandes potências mundiais e os povos
africanos.

Densidade populacional da África


Argel Túnis
Rabat
Marrocos Tunísia
Trípoli

Cairo
Saara Argélia Líbia Egito
Ocidental

Nouakchott Mauritânia
Mali
Eritreia
Dacar Níger Cartum Asmara
Senegal Chade
Gâmbia Banjul BamakoOuagadougou Niamey Abuja Sudão
Bissau N’Djamena Djibuti
Guiné-Bissau Burquina Fasso Djibuti
Guiné
Conakry Benin
Togo
Serra Leoa Costa do Nigéria Sudão do Sul Adis Abeba
Freetown Marfim Gana Porto-Novo República
Monróvia Akra Centro-Africana
Libéria Lomé Etiópia
Camarões Banguí Somália
Juba
Yamoussoukro Malabo Yaoundé
Uganda
Guiné-Equatorial Congo Kampala Quênia Mogadíscio
Libreville
Gabão Ruanda Kigali Nairóbi
Brazzaville
Bujumbura Burundi
Kinshasa
Tanzânia
Dodoma
Luanda Seicheles
Malauí
Habitantes por quilômetro quadrado Angola Comores
0 2 10 39 193 Lilongwe
Despovoado Zâmbia
Lusaka
0 5 25 100 500 Harare
Habitantes por milha quadrada Moçambique
Antananarivo
Capital nacional Zimbábue
Namíbia
Windhoek Botsuana Madagascar

Gaborone
Pretoria Maputo
N Mbabane Suazilândia
ESCALA Maseru
L África
O 0 616 km do Sul Lesoto

No século XVI, os portugueses iniciaram o tráfico de escravos africanos para as Américas. Apesar de a escravidão ser,
na época, comum entre as tribos rivais na África, a comercialização de escravos impôs aos povos daquele continente novos
problemas, com destaque para o incentivo a guerras entre grupos africanos (já que alguns se especializaram na atividade de
capturar escravos para vender aos europeus) e o desmantelamento de tribos e culturas locais.

226 GEOGRAFIA | MEDICINA III

PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / REGINA.MARCONDES / 16-04-2018 (16:39)

34 MANUAL DO CADERNO MEDICINA III


Aulas 44 e 45
 A par�lha da África Divisão étnica da África
Mais tarde, no século XIX, no contexto do imperialis-
mo, as potências europeias resolveram colonizar a África
de forma mais intensa, promovendo a chamada partilha
da África.

Partilha da África de 1880 a 1913


N
Marrocos ESCALA
O L Espanhol
Túnis

s 0 1.185 km
co
S rro
Ma
Argélia Egito
l)
id ro
ta

(domínio
oc O
en

Líbia otomano sob


ra de

controle
aa io
(S R

britânico 1882)

África ocidental francesa


Eritreia
Gâmbia Sudão
Guiné Portuguesa Anglo-egípcio Somália
(Guiné-Bissau) francesa
Nigéria Somália
do Ouro

Serra
Togo

sa

Etiópia britânica
Costa

Leoa
ce
n

Libéria
ra

Camarões
lF
r ia

Fernando Pó Somália
África N
to

italiana
da

(Bioko) Rio Muni


ua

oriental
an
Eq

(Guiné
Ug

britânica ESCALA
a

Equatorial) Congo belga (Quênia)


L
ric

O 0 1.456 km
Áf

(Zaire)
c África
O

e oriental
a alemã
no S
At
lân
tico Angola te
nor Nyasalândia
do
Franceses ésia (Malaui)

 Independência dos países


d
Ro
ue

Ingleses
ar

África do Rodésia
biq

asc

do Sul

africanos
Alemães Sudoeste
çam

dia
dag

alemã n
Portugueses alâ
Mo

(Namíbia)
Ma

n
ua
Belgas ch
o

Be Suazilândia No período pós-Segunda Guerra Mundial, os movimen-


ic

Espanhóis
d

União da Ín
Italianos África
do Sul
Basutolândia
ea
no tos de libertação nacional foram, pouco a pouco, libertando
Condomínio anglo-egípcio Oc
os povos africanos do domínio europeu. No entanto, os países
que, a partir daí, se formaram tinham – e continuam tendo –
O objetivo dos colonizadores era garantir o fornecimen- grandes dificuldades para legitimar os principais fundamentos
to de matéria-prima e a compra de produtos industrializados do modelo político denominado Estado-nação. Entende-se
no momento em que a industrialização avançava na Europa. como Estado-nação um Estado que represente uma nação e
Para isso, os europeus interferiram nas estruturas políticas que tenha território claramente delimitado com seus Estados
tradicionais do continente africano, aliando-se a alguns gru- vizinhos.
pos, transformados em elites locais, que os ajudavam a man- O problema é que, na África, é muito difícil garantir a
ter o domínio sobre a maioria da população. Nesse processo, formação de nações e a legitimidade das fronteiras entre
a agricultura de subsistência e outras formas de economia os países. Isso porque as fronteiras e os povos que dentro
tradicional foram sendo substituídas pelas atividades agríco- delas se encontram são produtos diretos da partilha da
las e de mineração, que interessavam à economia europeia. África, promovida durante a colonização.
Entre as piores heranças do processo de partilha e Além disso, o processo de independência dos países
colonização da África, encontra-se a maneira como se africanos ocorreu em um dos períodos mais complicados
formaram seus Estados-nação. A divisão do continente da política internacional, a Guerra Fria. Desse modo, a
entre as potências europeias não respeitou a distribuição luta desses povos misturou-se aos interesses dos Estados
de tribos e outros agrupamentos preexistentes, de modo Unidos, dos países europeus e da União Soviética no con-
que alguns povos foram divididos em colônias diferentes, tinente. Tais potências, em muitos casos, apoiaram grupos
enquanto outros, às vezes rivais, foram unidos em algumas africanos rivais, seja dentro de um mesmo país, seja entre
dessas colônias. Há países com mais de 30 etnias diferentes. países diferentes.

GEOGRAFIA | MEDICINA III 227

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MANUAL DO CADERNO MEDICINA III 35


Aulas 44 e 45

EXERCÍCIOS DE SALA

1 Fuvest 2011 A África vive [...] prisioneira de um passado 2 FGV 2012 Leia o depoimento de um advogado congolês.
inventado por outros.
Mia Couto. “Um retrato sem moldura”. In: Leila Hernandez. A África na O problema não é quem é o comprador mais recente
sala de aula. São Paulo: Selo Negro. 2005, p.11.
de nossas commodities. A China está assumindo o lugar do
Ocidente: ela leva embora nossas matérias-primas e vende
A frase acima se justifica porque: produtos acabados ao mundo. O que os africanos estão rece-
A os movimentos de independência na África foram patroci- bendo em troca – estradas, escolas ou produtos industrializa-
nados pelos países imperialistas, com o obje�vo de garan�r dos – não importa. Continuamos no mesmo esquema: nosso
a exploração econômica do con�nente. cobalto parte para a China como minério em pó e retorna na
B os dis�ntos povos da África preferem negar suas origens forma de pilhas que custam caro.
étnicas e culturais, pois não há espaço, no mundo de hoje, Exame Ceo, ed. 6, junho de 2010. (Adapt.).
para a defesa da iden�dade cultural africana.
C a colonização britânica do litoral atlân�co da África O depoimento apresenta como tema central:
provocou a defini�va associação do con�nente à es- A a possibilidade de o con�nente africano sofrer novo
cravidão e sua submissão aos projetos de hegemonia colonialismo.
europeia no Ocidente. B a necessidade de a África voltar à esfera de influência
D os atuais conflitos dentro do con�nente são comandados do Ocidente.
por potências estrangeiras, interessadas em dividir a África C o atual papel da África na Divisão Internacional do Tra-
para explorar mais facilmente suas riquezas. balho.
E a maioria das divisões polí�cas da África definidas pelos D a ampliação das diferenças econômicas entre os países
colonizadores se manteve, em linhas gerais, mesmo africanos.
após os movimentos de independência. E a valorização dos produtores de commodities no mer-
cado mundial.

228 GEOGRAFIA | MEDICINA III

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36 MANUAL DO CADERNO MEDICINA III


Aulas 44 e 45
3 Unesp 2016 Os espaços à margem da economia mun-
dial são igualmente pouco integrados regionalmente, e a
desintegração nacional limita a integração. O comércio in-
trarregional africano se situa em torno de 10% do que é
movimentado e é polarizado em alguns países. Fora a Áfri-
ca do Sul, cinco países representam três quartos das expor-
tações intra-africanas.
Philippe Hugon. Geopolítica da África, 2009.

A inexpressividade do comércio intrarregional africano de-


ve-se, em parte,
A ao acesso exclusivo a matérias-primas importadas e ao
baixo mercado consumidor.
B à pouca diversificação das estruturas produ�vas e às
divergências socioculturais.
C à manutenção das colônias europeias e à obrigatorie-
dade da exportação.
D às fronteiras flexíveis e à generalização de economias
não monetarizadas.
E aos altos custos no transporte de mercadorias e à au-
sência de centros urbanos.

GUIA DE ESTUDO
Geografia | Livro 3 | Frente 2 | Capítulo 11
I. Leia as páginas de 159 a 161, 167 e 168.
II. Faça o exercício 11 da seção “Revisando”.
III. Faça os exercícios propostos 4, 5 e de 12 a 14.

GEOGRAFIA | MEDICINA III 229

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MANUAL DO CADERNO MEDICINA III 37


 Orientações
Falar sobre a colonização e a partilha da África e sobre a independência dos países africanos. Finalizar tratando dos conflitos
na África.

RESOLUÇÕES | EXERCÍCIOS DE SALA

1 Alternativa: E.
O atual mapa político africano surgiu como resultado das divisões ocorridas ao longo das independências, levando a fronteiras
traçadas de acordo com os interesses europeus, e não os desejos e as características dos povos locais. Essas fronteiras se mantêm,
em sua maioria, até hoje.

2 Alternativa: C.
Embora, atualmente, seja constituído por países independentes, o continente africano continua sendo um grande exportador de
matéria-prima para o restante do mundo (notavelmente a China, nos últimos anos). Os produtos fabricados por indústrias que
necessitam de maior tecnologia durante sua produção continuam chegando ao continente por meio da importação, o que comprova
o papel da África na atual Divisão Internacional do Trabalho.

3 Alternativa: B.
A fraca integração comercial entre os países da África está relacionada a uma série de fatores: subdesenvolvimento, dependência
em relação às exportações de commodities para países centrais (União Europeia, Estados Unidos e Japão) e em crescimento
(China), infraestrutura pouco desenvolvida (poucas rodovias, hidrovias e ferrovias integrando os países), fraca diversificação da
economia e diferenças culturais (religiosas e étnicas).

ANOTAÇÕES

38 MANUAL DO CADERNO MEDICINA III


ANOTAÇÕES






















































MANUAL DO CADERNO MEDICINA III 39


Frente 2

Aulas
46 a 48 Á�����: ���������
� ��������� ������
O histórico do continente africano deixou como herança África do Sul
um grande conjunto de problemas políticos e socioeconômi-
Zimbábue
cos. Por um lado, a ocorrência de constantes conflitos, princi-
Messina
palmente guerras civis, levou vários países à desestruturação Krugger Moç.
Transvaal-Norte
econômica, com graves problemas sociais e étnicos. Por outro, Botsuana

a ausência de perspectivas de desenvolvimento e boas condi- Sun City


Pretória Transvaal-Leste
ções de vida vêm alimentando a continuidade da instabilidade Namíbia
Joanesburgo Gauteng
Noroeste Suaz.
política. ESTADO LIVRE
Nesse contexto, os indicadores são claros quanto ao bai- Upington DE ORANGE
Uunfolozi
O

Kimberley
xo desenvolvimento humano no continente. Ali encontram-
CE

Lesoto

CO
Augrabies Falls
Bloemfontein Durban
AN

-se índices alarmantes de mortalidade infantil, desnutrição e

DI
O

ÍN
Cabo Setentrional
analfabetismo, assim como baixa expectativa de vida, o que
AT

Cabo Oriental

NO

se deve, entre outras coisas, às guerras e às epidemias de

EA
NT

doenças, como febre amarela, malária e, principalmente,

OC
East London
IC

Cabo Ocidental
Port Elizabeth
AIDS. Neste último caso, a África vem chamando a atenção
O

Cabo da Cidade do Cabo


Boa Esperança
por ser a região onde o HIV está mais fora de controle. Essa N Cabo das Agulhas Portos principais
situação se deve à carência de programas de prevenção, às O L
ESCALA Reservas de ouro
0 188 km
tradições culturais, que impedem que esses poucos pro- S
Reservas de animais

gramas que são criados tenham eficácia, e ao processo de


desestruturação social causado pelas guerras civis. Mesmo com forte pressão internacional durante as
Os conflitos e os problemas do continente africano são décadas de 1970 e 1980, o regime do apartheid permaneceu
muito variados. Não é exagero afirmar que um novo golpe vigente na África do Sul. Só em 1989 ele começou a ser
ou um novo conflito pode explodir a qualquer momento. desmontado. Em 1995, Nelson Mandela, um dos principais
Nos exemplos a seguir, diversos casos servem como modelos líderes negros contra a discriminação racial no país, foi
dos tipos de problema que o continente apresenta ou pode eleito presidente, confirmando o fim de uma era. Mesmo
apresentar. assim, ainda hoje, são muito grandes os problemas sociais
do país, principalmente para a população negra, em grande
 África do Sul parte com baixos níveis de educação, saúde e emprego, o
A África do Sul passou por um processo de colonização que é uma herança do período do apartheid.
diferente do restante da África Subsaariana. Holandeses e
ingleses dirigiram-se para a região com a intenção de ali se  Conflitos na África Subsaariana
instalarem, buscando principalmente explorar os recursos Grande parte dos países da África Subsaariana vive, ain-
minerais (ouro e diamante) e as terras agricultáveis. Pode- da hoje, em condições de instabilidade política. Geralmente,
-se falar, portanto, de uma tendência de colonização de po- as causas dos conflitos que ocorrem envolvem a herança da
voamento por parte desses grupos europeus. partilha – que misturou os grupos étnicos –, a intervenção de
No entanto, os colonizadores acabaram dominando uma potências estrangeiras durante a colonização, a Guerra Fria e
área – correspondente ao atual território sul-africano – na qual atuais interesses – de estrangeiros ou de grupos locais – nas
eram minoria absoluta diante da população negra nativa. Dian- riquezas minerais. É possível reconhecer diferenças entre
te dessa situação e buscando garantir seus interesses, a elite tais conflitos. Em alguns, fica claro o fator étnico ou religioso;
branca sul-africana criou um sistema de discriminação racial le- em outros, o separatismo; e em um terceiro grupo, predomi-
galizada, o chamado apartheid, que durou de 1911 a 1990. Tal nam as disputas político-ideológicas.
sistema era composto de leis que impediam a população negra • Conflitos étnicos na África Subsaariana: os conflitos ét-
de frequentar as mesmas escolas que os brancos, de morar nicos são movidos pelo ódio entre grupos de etnias ou
nos mesmos bairros, de ter participação política e até mesmo religiões diferentes; destacam-se, no continente africano,
de frequentar locais públicos de lazer destinados aos brancos. os casos de Ruanda e do Sudão.

230 GEOGRAFIA | MEDICINA III

PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / REGINA.MARCONDES / 16-04-2018 (16:39)

40 MANUAL DO CADERNO MEDICINA III


Aulas 46 a 48

Ruanda é uma ex-colônia da Bélgica. Os principais grupos Ruanda: centro de conflitos na África Subsaariana
étnicos que formam o país, tutsis e hutus, lutam pelo poder. REPÚBLICA UGANDA
DEMOCRÁTICA Lago
Os tutsis, que, mesmo sendo minoria, comandavam politica- DO CONGO Eduardo

mente o país até a década de 1950, foram derrubados por 10.000


1.000.000
seus rivais na década seguinte. Os conflitos ocorrem desde
então e já geraram consequências graves, como a morte de

O
RUANDA

DIC
um grande número de camponeses tutsis e a expulsão de mi-

O íN
Lago Kivu Lago OCEANO
lhões destes para outros países, principalmente para a vizinha Quigali

EAN
Vitória ATLÂNTICO
República Democrática do Congo.

OC
400.000
No caso do Sudão, o conflito ocorre entre os grupos de re- 600.000
Bujumbura
ligião islâmica e etnia árabe, mais ricos e localizados principal-
193.000
mente no Norte do país, e os de religião cristã ou muçulmanos
BURUNDI
não árabes, mais pobres e concentrados no Sul e no Oeste. N
Nos últimos anos, destacaram-se as atitudes violentas das mi- ESCALA
Lago O L 0 89 km
lícias árabe-muçulmanas (os janjawid) contra as aldeias mu- Tanganica
TANZÂNIA
çulmanas não árabes da região de Darfur, bastante atingidas S

pela desertificação do Sahel. No início de 2011, como parte Principais campos de refugiados
do acordo que encerrou a guerra civil (1983-2005), foi reali- 10.000 População refugiada
zado um plebiscito em que 98% da população do Sul do país Principais rotas de fuga das populações
votou a favor da divisão do Sudão, dando origem a um novo
Eixo de penetração das forças francesas
Estado: o Sudão do Sul. Tal Estado conta com 85% do petróleo
que antes pertencia ao Sudão. Além disso, conta também com Áreas sob o controle do novo governo (FPR)

mais recursos hídricos e solos férteis. Essas características, po- Zona de segurança humanitária
rém, não garantem a estabilidade do novo Estado, cuja capital
é Juba, já que a exportação de petróleo depende de um único Campo de refugiados em Darfur
oleoduto que corta o Norte (atual Sudão), ou seja, o novo país Estados de Darfur em
guerra desde 2003
depende de seu antigo rival. Isso levou a um acordo de parti- Sudão
Campos de refugiados
lha dos lucros de petróleo, em que o Norte recebe 50%. Além e deslocados
disso, o Sudão do Sul não tem saída para o mar, tornando-se Exploração petrolífera
Oleoduto
dependente dos países vizinhos. Darfur
Refinaria
Na Nigéria, há mais de um problema: no Delta do Níger, Concessões petrolíferas concedidas
região petrolífera, há separatismo étnico-econômico; no Nor- à China (sozinha ou em cooperação)
Outras concessões petrolíferas
te, a população muçulmana não aceita as medidas tomadas
pelo governo cristão do Sul. N
lo

Entre o final de 2012 e o início de 2013, uma crise ex-


Ni

ESCALA Em direção
O L 0 217 km
plodiu no Mali, ex-colônia francesa. Uma rebelião de grupos a Porto Sudão
(Mar Vermelho)
da etnia tuaregue, que acusa o governo de discriminação, foi S

apoiada por grupos fundamentalistas de tipo jihadista. Como


Darfur
resultado, toda a região Norte do país foi tomada por rebel- Chade do Norte
Cartum

des, tornando-se autônoma. O governo malinês, em parale-


lo, foi derrubado por um golpe militar, e esse novo governo El-Fashir
El-Obeid
militar obteve auxílio francês para sufocar a rebelião. A França
tinha um interesse especial em tal intervenção, uma vez que
o território tuaregue inclui partes dos vizinhos Níger e Argélia, Darfur Nyala
Ocidental
região onde estão instaladas indústrias francesas de explora-
ção de petróleo, gás e urânio. A matriz energética francesa é Darfur do Sul

aproximadamente 75% nuclear, e o urânio é extraído dessa


região. Caso a rebelião tuaregue se expandisse para o Níger, República
o abastecimento francês de urânio poderia ser gravemente Centro-Africana
Nilo

prejudicado ou até mesmo cessar. O apoio francês foi decisivo


para vencer os rebeldes tuaregues.

GEOGRAFIA | MEDICINA III 231

PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / REGINA.MARCONDES / 23-04-2018 (09:06)

MANUAL DO CADERNO MEDICINA III 41


Aulas 46 a 48

• O separatismo no Chifre da África: os conflitos separatis- • Conflitos ideológicos na África: A Guerra Fria foi um
tas ocorrem entre grupos que habitam um mesmo país, fator muito importante para a configuração dos con-
mas não se consideram parte de uma mesma nação. flitos internos em Angola e Moçambique. Essas duas
O objetivo de alguns grupos, nesse caso, não é eliminar colônias portuguesas conquistaram sua independência
a etnia rival, mas, sim, separar parte do país que em 1975, adotando o sistema socialista e aliando-se
habitam para formar outro Estado-nação. Na África, à União Soviética e à Cuba. Por esse posicionamento
os principais conflitos desse tipo ocorrem na região ideológico dos dois países, os Estados Unidos e a Áfri-
do chamado Chifre da África, envolvendo a Etiópia e a ca do Sul apoiaram grupos, Unita, em Angola, e Rena-
Somália. Em 1993, a região Norte da Etiópia separou- mo, em Moçambique, contrários ao regime em vigor.
-se do país, dando origem à Eritreia. Essa separação Uma guerra civil acabou se alastrando pelos dois paí-
gerou conflitos e, portanto, muitas mortes. É uma das ses, desestruturando a agricultura e causando grandes
causas da atual miséria de ambos os países. No caso da prejuízos às respectivas economias. Em Moçambique,
Somália, a tentativa de parte de sua população de se a situação tomou novo rumo entre 1993 e 1995 com
tornar independente, criando a Somalilândia, em 1994, um acordo de paz que possibilitou ao país se aproxi-
não deu o mesmo resultado, o que gerou um estado mar de Estados europeus e da nova África do Sul, então
contínuo de ausência de qualquer forma legítima de comandada por Nelson Mandela. Angola, que atual-
governo, levando o país a uma guerra civil permanente. mente também está pacificada, tem as exportações
Além da guerra civil, o colapso do Estado levou ao de petróleo como carro-chefe para a reconstrução de
surgimento de grupos de piratas que sequestram navios sua economia, sendo a China uma grande consumidora
cargueiros, devido à posição estratégica do país. desse recurso natural angolano.

EXERCÍCIOS DE SALA
1 Enem 2012 A singularidade da questão da terra na Áfri- 2 UPE 2011 Populações inteiras são, às vezes, expulsas de
ca Colonial é a expropriação por parte do colonizador e as seus territórios. Esses povos sem território ficam acuados e
desigualdades raciais no acesso à terra. Após a indepen- privados de seus direitos de cidadania e passam a viver em
dência, as populações de colonos brancos tenderam a dimi- condições extremamente precárias. Exemplifica esse fato a
nuir, apesar de a proporção de terra em posse da minoria guerra entre as etnias hutu e tutsi, que provocou aproxima-
branca não ter diminuído proporcionalmente. damente meio milhão de refugiados. Essa desterritorialização
S. Moyo. A terra africana e as questões agrárias: o caso das lutas pela aconteceu na (no, em):
terra no Zimbábue. In:, B. M. Fernandes; M. I. M. Marques; J. C. Suzuki
(Orgs.). Geografia agrária: teoria e poder. São Paulo: Expressão Popular,
A Croácia.
2007. B Eritreia.
C Azerbaijão.
Com base no texto, uma característica socioespacial e um D Afeganistão.
consequente desdobramento que marcou o processo de E Ruanda.
ocupação do espaço rural na África subsaariana foram:
A Exploração do campesinato pela elite proprietária —
Domínio das ins�tuições fundiárias pelo poder público.
B Adoção de prá�cas discriminatórias de acesso a terra
— Controle do uso especula�vo da propriedade fun-
diária.
C Desorganização da economia rural de subsistência —
Crescimento do consumo interno de alimentos pelas
famílias camponesas.
D Crescimento dos assentamentos rurais com mão de
obra familiar — Avanço crescente das áreas rurais so-
bre as regiões urbanas.
E Concentração das áreas cul�váveis no setor agroexpor-
tador — Aumento da ocupação da população pobre
em territórios agrícolas marginais.

232 GEOGRAFIA | MEDICINA III

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42 MANUAL DO CADERNO MEDICINA III


Aulas 46 a 48

3 Uern 2015 4 Uern 2012 Nascido da divisão do Sudão após décadas


de guerra civil, o Sudão do Sul é desde a 0h local (18h desta
sexta-feira de Brasília) o mais novo país do mundo, o 54º da
África e o 193º membro da Organização das Nações Unidas
(ONU). A criação do país já é comemorada na madrugada
deste sábado na capital Juba. “Somos livres! Adeus ao
Norte, bem-vinda a felicidade!”, gritava Mary Okach, uma
cidadã da nova nação.
Disponível em: <http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/
no-sabadonasce-o-54o-pais-da-africa-o-sudao-do-sul>.

Paulo Roberto Moraes. Geografia geral e do Brasil. 4 ed., São Paulo:


HARBRA, 2011. p. 365.

Em 2008, mais de 300 mil pessoas foram obrigadas a deixar


suas casas em Darfur, no Sudão. A região composta por dois Capital: Juba
estados passa por uma crise humanitária em meio à guerra População: 9,7 milhões

civil, que está relacionada ao seguinte fator: Futuro presidente: Salva Kiir

A A existência de uma milícia que tem como missão eli-


Área: 619,745 km2

Índice HIV: 7%
minar as outras etnias. Índice de mortalidade: 20 mortes a
cada 1.000 nascimentos
B A construção de fronteiras ar�ficiais no con�nente afri-
cano mo�vada pelo imperialismo europeu.
C A existência de petróleo, em Darfur do Norte, e a for-
te pressão chinesa para a separação e autonomia da A guerra civil que levou à divisão do Sudão era:
região. A a disputa, entre diversas tribos sudanesas, pelas extensas
D A influência da Primavera Árabe sobre a região que reservas de diamante presentes em todo o país.
levou à divisão da população em dois grupos: xiitas e B a imposição de uma iden�dade islâmica aos cristãos,
sunitas. que são maioria no Sul.
C a necessidade de melhor administrar polí�ca e econo-
micamente o país, visto que o Sudão era o maior país
africano.
D a discriminação racial existente no país, sendo o Norte
de maioria branca e o Sul de maioria negra.

GEOGRAFIA | MEDICINA III 233

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MANUAL DO CADERNO MEDICINA III 43


Aulas 46 a 48

5 Unicamp 2016 País da África Austral que se tornou inde- 6 Fuvest 2014 Observe o mapa da distribuição dos drones
pendente em 1975 após séculos de colonialismo europeu. (veículos aéreos não tripulados) norte-americanos na
No período posterior à independência, a terra passou a ser África e no Oriente Médio.
propriedade do Estado, com predomínio de uso pela popu-
lação camponesa e com forte participação das mulheres na
produção agrícola familiar. De 1976-1992 vivenciou inten- Afeganistão
sos conflitos produzidos pela guerra civil envolvendo dois
dos principais grupos armados do país. Argélia Arábia
O texto acima faz referência ao seguinte país: Níger
Saudita
Mauritânia Omã
A Congo.
B África do Sul. Etiópia
C Moçambique.
Países com bases
D Nigéria. norte-americanas Uganda
Bases de drones
Regiões com grupos 0 1.300 km
terroristas

O Estado de S.Paulo. 24 maio 2013. (Adapt.).

Em suas declarações, o governo norte-americano justifica o


uso dos drones, principalmente, como
A proteção militar a países com importantes laços econô-
micos com os EUA, principalmente na área de minerais
raros.
B necessidade de proteção às embaixadas e outras le-
gações diplomá�cas norte-americanas em países com
trajetória comunista.
C meio de transporte para o envio de equipamentos mi-
litares ao Irã, com a finalidade de desmonte das a�vi-
dades nucleares.
D um dos pilares da sua estratégia de combate ao ter-
rorismo, principalmente em regiões com importante
atuação tribal/terrorista.
E reforço para a megaoperação de espionagem, execu-
tada em 2013, que culminou com o asilo de Snowden
na Rússia.

GUIA DE ESTUDO
Geografia | Livro 3 | Frente 2 | Capítulo 11
I. Leia as páginas de 159 a 167.
II. Faça os exercícios 2, 4 e 7 da seção “Revisando”.
III. Faça os exercícios propostos 2, 3, 6, 7, 10 e 15.

234 GEOGRAFIA | MEDICINA III

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44 MANUAL DO CADERNO MEDICINA III


 Orientações
Explanar sobre os principais conflitos e problemas sociais da atualidade na África.

RESOLUÇÕES | EXERCÍCIOS DE SALA

1 Alternativa: E.
O texto menciona a expropriação de terras por parte dos colonizadores e as desigualdades raciais no acesso à terra, ou
seja, a concentração de cultivos voltados para o exterior, disponibilizando, para isso, as melhores terras e relegando a
população nativa a terras marginais. O texto não faz referência ao domínio das instituições pelo poder público, ao controle
do uso especulativo da propriedade fundiária, ao crescimento do consumo interno de alimentos ou ao avanço das áreas
rurais sobre regiões urbanas.

2 Alternativa: E.
Ao citar os hutus, o enunciado faz referência à crise ocorrida em Ruanda, que opôs a citada etnia a um grupo menor,
os tutsis. Durante o conflito, milícias hutus expulsaram ou exterminaram os tutsis, gerando uma crise em que os tutsis
sobreviventes foram obrigados a fugir para os países vizinhos, contribuindo, também, para a desestabilização de toda a
região. A crise foi superada apenas com a intervenção de forças da ONU.

3 Alternativa: A.
Nos anos 2000, eclodiu um grave conflito no Oeste do Sudão, na região de Darfur, entre uma etnia de agricultores (com
pretensões separatistas) e uma etnia de pastores nômades (com guerrilha armada e apoio do governo do Sudão). A guerrilha
promoveu um genocídio com milhares de mortos e refugiados. Nos últimos anos, os conflitos se reduziram, uma vez que o
país recebeu tropas de paz da ONU e da União Africana.

4 Alternativa: B.
A divisão do país se deu devido a um atrito entre a população do Sul (cristã e animista) e o governo islâmico do Norte. Assim
sendo, as alternativas A, C e D estão incorretas por apontarem razões diferentes.

5 Alternativa: C.
Moçambique localiza-se na África Austral, ou Meridional, sendo banhado pelo Oceano Índico. Tornou-se independente de
Portugal em 1975, juntamente com outros países de língua portuguesa, como Angola e Guiné-Bissau. No período da Guerra
Fria, adotou um regime socialista, aliado à União Soviética, mas o governo foi combatido por uma guerrilha capitalista
(Renamo – Resistência Nacional Moçambicana) financiada pelos EUA e África do Sul. Com o término do conflito na década
de 1990, o país avançou em sua democracia e a economia é baseada nas exportações de commodities minerais e agrícolas,
com grande potencial para o turismo.

6 Alternativa: D.
Nos últimos anos, a utilização de drones ou vants (veículos aéreos não tripulados), monitorados à distância pelos Estados
Unidos é muito polêmica. Os drones se inserem em uma estratégia de combate ao terrorismo e contra Estados-Nacionais que
“supostamente” financiam grupos terroristas. A utilização dos drones apresenta vantagens para o governo Barack Obama,
pois caracteriza-se pelo menor custo em termos de perdas humanas para os norte-americanos e seus aliados. Em contraste
com as intervenções com soldados (Iraque e Afeganistão) durante o governo Bush, que foram muito criticadas pelo alto custo
financeiro, humano e geopolítico. Entretanto, o uso de drones também é alvo de críticas em decorrência dos vários casos de
violação de direitos humanos com a morte de inocentes e a violação da legislação internacional no que concerne à invasão
de territórios estrangeiros.

ANOTAÇÕES

MANUAL DO CADERNO MEDICINA III 45


ANOTAÇÕES






















































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