DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO
ESTADO DE SANTA CATARINA
NOME DO ADVOGADO, nacionalidade "...", Estado Civil
"...", advogado, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil sob o nº "...", endereço eletrônico "...", endereço profissional na Rua "...", Cidade/UF "...", CEP "...", vem à presença de vossa excelência, com fulcro no art. 5º, LXVIII da Constituição Federal e nos artigos 647 e 648 do CPP, para impetrar o presente
HABEAS CORPUS PREVENTIVO COM MEDIDA LIMINAR
pelo procedimento especial, em favor de MATILDE, nacionalidade, estado civil
profissão, portadora da cédula de identidade nº "...", inscrita no CPF sob o nº "...", com endereço eletrônico "...", residente e domiciliado na Rua "...", Cidade/UF, CEP "...", apontando como autoridade coatora o EXCELENTÍSSIMO JUIZ DA 10ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
I - DOS FATOS
A paciente é genitora dos menores Jane e Gilson Pires, para
os quais tem a obrigação de pagar pensão alimentícia no valor de R$ 1.000,00 (um mil reais), divido igualmente.
No entanto, a paciente vem enfrentando dificuldades para
realocar-se no mercado de trabalho há aproximadamente 1 ano, o que a prejudica na prestação dos alimentos.
A falta da atividade laborativa resultou na impossibilidade de
pagamento do valor de pensão estipulado e em razão do inadimplemento, foi ajuizada ação competente para execução de alimentos.
Contudo, mesmo a paciente justificando a falta de
pagamento em razão do desemprego, a autoridade coatora determinou a prisão.
II - DA LIMINAR
Como já é sabido, a concessão de medida liminar
fundamenta-se na presença de dois elementos justificantes, quais sejam, o fumus boni iuris e o periculum in mora.
O fumus boni iuris resta claramente demonstrado quando da
limitação imposta por lei processual, notadamente quanto ao débito alimentar de três meses e principalmente pelo fato da paciente ter justificado, de modo verídico, a impossibilidade de adimplir sua obrigação alimentar em face de doença e de estar afastada do mercado de trabalho há mais de 1 ano. De outro giro, o periculum in mora consiste na possibilidade do decreto prisional ser executado, o que causará grave violação de direito, visto que o mesmo não guarda fundamento que o sustente. Ainda poderá agravar os problemas de saúde suportados pela paciente.
III - DOS FUNDAMENTOS
Ante aos fatos expostos acima, não resta dúvida a necessidade medida que ora se requisita. Conforme disposto no ar. 5º, LXVII da Constituição da República, o habeas corpus se presta a coibir violação da liberdade de locomoção de quem já tenha sofrido ou esteja na iminência de sofrer, o que é o caso em comento.
A decisão da autoridade coatora indica não guarda
fundamento de validade, senão vejamos. A paciente foi apresentada como parte Ré num processo de execução de alimentos que busca o pagamento dos últimos 5 meses.
Contudo, o art. 911 do CPC leciona que a execução fundada
em título executivo extrajudicial em que haja obrigação de pagar, o juiz mandará citar o executado para que faça o pagamento em três dias.
A paciente, conforme já relatado acima, não apresenta
condições de adimplir o débito por motivos alheios à sua vontade, não tendo fundamento a edição do decreto prisional, notadamente em seus artigos 528, §§ 2º ao 7º. Assim, o direito da paciente foi violado vez que o § 7º do art. 528, combinado com o art. 911 e corroborado pela súmula 309 do STJ são claros em lecionar que a prisão civil é justificada pelo débito dos 3 últimos meses anteriores ao ajuizamento da ação, o que invalida o pedido feito na inicial que ora se ataca.
SÚMULA 309 : O débito alimentar que autoriza a
prisão civil do alimentante é o que compreende as três prestações anteriores à citação e as que vencerem no curso do processo.
Assim, por estes fundamentos, o decreto prisional não deve
ser executado, vez que incorrerá em grave violação do direito da paciente e requer-se, dede logo, que seja concedido o presente pedido de habeas corpus para a manutenção da justiça. IV - DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer-se:
a. a concessão da medida liminar para sustar o decreto
prisional, determinando-se o recolhimento do mesmo;
b. a notificação da autoridade coatora para que preste
informações;
c. a intimação do Ministério Público;
d. a concessão de Habeas Corpus preventivo com posterior
expedição de alvará de salvo conduto em favor da paciente;
e. juntada dos documentos que anexa-se à esta peça
processual.
V - VALOR DA CAUSA
Dá-se a causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais).