Vous êtes sur la page 1sur 4

METAFISICA I Nicolas Schneider Blanco 00305669

Primeiro Trabalho

Na tentativa de elucidar através do dialogo, e seguindo as etapas da maiêutica, Sócrates pergunta


a Górgias de maneira a esclarecer o que pretende significar pela retórica que seria a doutrina
Sofista. Revezando estes entre perguntador e respondedor, apresentando seus argumentos e
inquirindo ao seu adversário por uma precisão de definição, querendo levar efetivamente ao
convencimento no caso de Górgias, ou a contradição que é o objetivo da dialética de Sócrates.

A partir de 447c Sócrates procura delimitar em suas perguntas qual seria a natureza da retórica,
perguntando primeiramente do que ela trata sendo uma arte, que tipo de conteúdo ela professa e
ensina. Górgias então responde que a classe de coisas que a retórica lida é os discursos, mas não
qualquer discurso. Sócrates então faz várias comparações com outras artes argumentando que
essas também se valem dos discursos para realizar as suas atividades, a resposta de Górgias para
isso é que os discursos na retórica são a atividade em si e ao todo, ao contrário de outras artes
manuais que em sua atividade e objetivo se executam em silencio. Após uma breve distinção por
parte de Sócrates de outras artes que se utilizam do discurso em sua atividade, em um esforço
para extrair uma maior precisão da explanação de Górgias para identificar qual o cerne da
retórica, o conteúdo dos discursos de que ela trata; Górgias responde dizendo que se trata dos
negócios humanos, ao seu maior bem, após algumas objeções de Sócrates advogando que em
outras artes se gera o bem em relação aos assuntos humanos.

Em 452e. Górgias responde que denomina a retórica habilidade de persuadir através do discurso
os juízes em tribunais, ou em conselhos, os comuns em assembléias ou qualquer encontro que vise
os negócios públicos, e ainda afirma que através dessa arte pode convencer qualquer outra para
que se molde a seus interesses, sendo hábil em persuadir uma multidão. Não obstante Sócrates
volta a arguir que existem outras artes que também tratam da persuasão, não sendo a retórica a
única arte que produz persuasão, de que forma esta então se diferiria das outras em tal função, ou
seja, de que maneira esta é capaz de produzi-la. A resposta de Górgias para isso é que se tratando
da arte de causar a persuasão em tribunais ela lida com o que é justo ou injusto, a partir daqui
Sócrates entra no problema central da discussão, fica em evidencia a necessidade de uma distinção
entre crença e conhecimento. Esse movimento que começa a partir de 454c, se dá em três etapas,
na primeira Sócrates pergunta a Górgias se há algo como “ter aprendido” e ‘’ter crido’’, ou seja,
crença e aprendizado, de modo a isolar o campo de atuação da retórica, segue-se daí ainda a
pergunta de que se tratam de coisas iguais ou diferentes, Górgias aceitando que são coisas
diferentes fica comprometido com o desfecho dos próximos movimentos, Sócrates faz a travessia
decisiva da discussão perguntando se há crença verdadeira e crença falsa e se há conhecimento
falso e verdadeiro, a resposta é afirmativa para a primeira e negativa para a segunda, a partir disso
Sócrates concentra-se em extrair algumas conclusões, primeiramente se tratando da afirmação
anterior de que a retórica se ocupa do justo e do injusto nos tribunais, ora isso não seria plausível
para uma arte que se ocupa apenas com a modificação do sistema de crenças, sem ter em
perspectiva a verdade dos juízos, que possui apenas um valor verdade ou são verdadeiros ou
falsos, mas sem o conhecimento de fato do atos por traz do juízo. Havendo assim duas formas de
persuasão, a que lida com o conhecimento e a que lida com a crença, sendo a retórica que trata da
crença sem voltar-se ao conhecimento, sem voltar-se para o certo ou errado, então o papel do
retórico não é instruir o seu público, mas apenas fazê-los crer que tal opinião é a correta ou
incorreta, ou seja, não se trata da persuasão pelo saber, mas pela crença, culminando no contraste
de significado de atribuições de coisas no mundo, através da opinião(doxa) ou do
conhecimento(episteme).

No dialogo O Sofista temos como personagens o Estrangeiro e Teeteto, o primeiro busca


demonstrar a Teeteto que o conhecimento (falacioso) que o sofista professa ao dizer que é capaz
de tornar os seus pupilos sábios em todas as coisas, para isso o Estrangeiro precisa apresentar uma
reforma no que está sendo tomado como conhecimento, e em que âmbito deve ser interpretado
para que tenha condições de sentido claras, para enfim examinar atentamente as condições de
verdade de algo tendo em vista o ser e o não-ser. Para isso o Estrangeiro apresenta um exemplo,
um artista capaz de fazer todas as coisas, fazer no sentido de criação, e todas no sentido de todas
as coisas que abarcam a natureza do mundo de seu conhecimento vigente como homens, animais e
até deuses, e esse artesão ainda se propões a vender todas essas coisas por um pequeno preço.
Obviamente impossível tal feito, Teeteto acaba por concordar com o Estrangeiro quando ele diz
que ter também tal conhecimento seria impossível, uma piada.

Em 234b. O estrangeiro apresenta a arte imitativa, e por analogia compara o artista com um pintor
de quadros, que apresenta a sua obra como imitações que carregam o mesmo nome das coisas
reais das quais imitam, que para olhos destreinados ou jovens inexperientes que observassem a
distância seriam enganados por tal artista, que os faria crer que é capaz de realizar tudo o que
quiser. Igualmente se existisse uma arte que lida com as palavras, esse seria capaz de através das
imagens faladas fazer os jovens crer em qualquer coisa dita por este, e ainda que o orador fosse
detentor do conhecimento de todas as coisas, o Estrangeiro continua o argumento dizendo, que
aqueles que já alcançaram certa idade, e na sua ocupação de oradores e ouvintes já se defrontaram
com o significado por trás das aparências que tinham como conhecimento através da experiência,
e com muita dificuldade admitiam que o que tinham como conhecimento até ali era equívoco. Fica
claro então que o sofista é um malabarista ou imitador que apenas manipula a aparência das coisas
sem realmente dominar o conhecimento contido nelas, o sofista participa então da classe dos
conjuradores e o estrangeiro divide essa classe em duas, a da aparência e a da semelhança. A
semelhança se trata então de uma representação de certo objeto que reproduz as suas qualidades
em exata proporção do objeto. Já a aparência se caracterizaria pelo exemplo da estátua seria aquilo
que se assemelha ao corpo, mas apenas por um dado ponto de vista, justamente pela
impossibilidade do observador enxergar a totalidade da tal imagem ou forma a qual o objeto real
empresta a suas características. Isto então caracteriza a aparência como produtora de fantasias, e a
semelhança produtora de similitude.

Em 236e. O dialogo culmina em uma dificuldade de classificar o sofista em qualquer uma das
duas classes de imitador, caracterizando essa dificuldade com a noção de aparecer e parecer, isso
se dá pela tentativa do sofista de afirmar que o não-ser é algo existente, ou seja, a representação
daquilo que está sendo afirmando como conhecimento não corresponde propriamente à coisa que
ela designa na realidade, estando assim a discursar sobre algo que não é levando o discurso a uma
contradição, pois como o estrangeiro conclui em 237a a afirmação do não ser nega a falsidade,
pois o não-ser existindo não se teria um conhecimento falso daquilo que se discursa.

É possível então, se comparados os dois diálogos e seus pressupostos e objetivos, extrair algumas
conclusões. Em primeiro lugar vale enfatizar que o objetivo dos perguntadores ao questionarem a
tese duvidosa dos retóricos e seus defensores é entender se a classe de coisas das quais se exprime
na doutrina sofistica esta ligada de alguma forma com a verdade correspondente no mundo, como
nos exemplos das assembléias em Górgias ou do artífice no Sofista, o modo como são exprimidas
as preposições em ambos os casos tendo como objetivo a persuasão, não apresentam de forma
alguma uma relação fidedigna com a verdade por trás do que é dito.

No Sofista, o orador só estaria preocupado com a modificação do sistema de aparências do


ouvinte, de modo a usar as palavras em uma configuração que melhor cause o artifício de se
parecer com o conhecimento, mas que não reflete de maneira alguma a verdade em seu conteúdo,
daí a sua atribuição de malabarista e artífice, apenas simulando um conhecimento por meio de sua
habilidade de manipular o sistema de aparências. Já o Retórico em Górgias estaria focado no
sistema de crenças do ouvinte, de maneira similar, mas que estaria em outro âmbito, este estaria
focado em convencer o ouvinte não de que possui certo conhecimento, mas de convencer a cerca
de determinado assunto em favor de uma dada opinião, igual ao sofista este estaria em uma
camada superficial do significado das preposições sem realmente ter aprendido qualquer uma
delas, juntamente com seus ouvintes que teriam crido que falava em verdade, cabe enfatizar aqui
também a distinção feita por Sócrates do conhecimento e da crença, o retórico se valendo da
manipulação das crenças pode produzir-las de modo que suas preposições possam ser cridas
verdadeiras, mas que na verdade não havendo o conhecimento delas, seriam falsas, pois havendo o
conhecimento não há falsidade. Por isso parece haver um desfecho comum aos dois diálogos, no
Sofista a investigação sobre a atividade do Sofista se esgota em uma bifurcação de possibilidade:
O sofista estaria tratando em seu discurso de coisas diferentes das coisas a qual se dirige em seu
discurso, pois não correspondendo perfeitamente á coisa real, em seu conhecimento simulado,
estaria em uma falácia, por outro lado havendo as coisas das quais discursa, mas não sendo elas as
que são reais, estaria este falando do não-ser uma impossibilidade no discurso pois não se pode
falar do não-ser.

Vous aimerez peut-être aussi