•Esquitossomose: A esquistossomose é uma doença parasitária causada
pelo Schistosoma mansoni. Inicialmente a doença é assintomática, mas pode evoluir e causar graves problemas de saúde crônicos, podendo haver internação ou levar à morte. No Brasil, a esquistossomose é conhecida popularmente como “xistose”, “barriga d’água” ou “doença dos caramujos”. A pessoa adquire a infecção quando entra em contato com água doce onde existam caramujos infectados pelos vermes causadores da esquistossomose. Os vermes, uma vez dentro do organismo da pessoa, vivem nas veias do mesentério e do fígado. A maioria dos ovos do parasita se prende nos tecidos do corpo humano e a reação do organismo a eles pode causar grandes danos à saúde. A maioria dos portadores são assintomáticos. No entanto, na fase aguda, o paciente infectado por esquistossomose pode apresentar diversos sintomas, como: Febre; dor de cabeça; calafrios; suores; fraqueza; falta de apetite; dor muscular; tosse e diarreia. A prevenção da esquistossomose consiste em evitar o contato com águas onde existam os caramujos hospedeiros intermediários infectados. O controle da esquistossomose é baseado no tratamento coletivo de comunidades de risco, acesso a água potável e saneamento básico, educação em saúde e controle de caramujos em lagos e rios. O tratamento da esquistossomose, para os casos simples, é em dose única e supervisionado feito por meio do medicamento Praziquantel, receitado pelo médico e distribuído gratuitamente pelo Ministério da Saúde. Os casos graves geralmente requerem internação hospitalar e até mesmo tratamento cirúrgico, conforme cada situação.
•Teníase: A teníase é provocada pela presença da forma adulta da Taenia solium ou da
Taenia saginata, no intestino delgado do homem. Quando o parasita permanece na luz intestinal, o parasitismo pode ser considerado benigno e só, excepcionalmente, requer intervenção cirúrgica por penetração em apêndice, colédoco, ducto pancreático, devido ao crescimento exagerado do parasita. A teníase é adquirida através da ingesta de carne de boi ou de porco mal cozida, que contém as larvas. O animal se desenvolve até o estágio adulto no intestino humano e pode conferir ao portador dores de cabeça e abdominais, perda de peso, alterações do apetite, enjoos, perturbações nervosas, irritação, fadiga e insônia. Medidas de prevenção incluem o saneamento básico (tratamento de água e esgoto), fiscalização das carnes de porco e boi; cozimento prolongado da carne com cisticerco antes da ingestão; tratamento de doentes e bons programas de educação e sensibilização, incentivando bons hábitos de higiene no dia a dia. O tratamento para teníase é feito com remédios antiparasitários, principalmente Praziquantel e Niclosamida, que é capaz de imobilizar a tênia e favorecer a sua eliminação nas fezes.
•Cisticercose: A cisticercose é uma parasitose causada pela ingestão de água ou de
alimentos como legumes, frutas ou verduras contaminadas com os ovos de um tipo específico de Tênia, a Taenia solium. Após três dias da ingestão dos ovos da Tênia, eles passam do intestino para a corrente sanguínea e se alojam nos tecidos como músculo, coração, olhos ou cérebro, formando larvas, conhecidos como cisticercos, que podem atingir o sistema nervoso e resultar na cisticercose cerebral ou neurocisticercose. Os sintomas da cisticercose variam de acordo com o local afetado, sendo: Cérebro: dor de cabeça, convulsões, confusão mental ou coma; Coração: palpitações, dificuldade em respirar ou respiração ruidosa; Músculos: dor local, inchaço, inflamação, cãibras ou dificuldade nos movimentos; Pele: inchaço na pele, que geralmente não causa dor e que pode ser confundido com um cisto; Olhos: dificuldade para enxergar ou perda de visão. Para prevenir esta doença é preciso tomar algumas medidas, tais como: lavar as mãos depois de defecar e antes de manipular alimentos, beber água mineral ou fervida, lavar e retirar a casca das frutas antes de consumi-las, evitar alimentos que possam estar contaminados com fezes, entre outras precauções. O tratamento para a cisticercose geralmente é feito com remédios como o Praziquantel, Dexametasona e Albendazol, por exemplo. Além disso, pode ser necessário o uso de remédios anticonvulsivantes para evitar as convulsões, assim como corticoides ou cirurgia para a retirada da larva da Tênia, dependendo do estado de saúde do indivíduo e da gravidade da doença.
•Ascaridíase: A ascaridíase é o resultado da infestação do helminto Ascaris
lumbricoides no organismo, sendo mais frequentemente encontrado no intestino. Aproximadamente 25% da população mundial possui estes parasitas, sendo tais ocorrências típicas de regiões nas quais o saneamento básico é precário. A contaminação por ele se dá pela ingestão de seus ovos, geralmente encontrados no solo, água, alimentos e mãos que tiveram um contato anterior com fezes humanas contaminadas. Devido ao espalhamento das larvas, febre, dor de barriga, diarreia, náuseas, bronquite, pneumonia, convulsões e esgotamento físico e mental são alguns sintomas que podem se apresentar; dependendo do órgão que foi afetado. Entretanto, em muitos casos a verminose se apresenta assintomática. Quanto à prevenção, ingerir somente água tratada, lavar bem frutas e legumes antes de ingeri-los, lavar sempre as mãos, não defecar em locais inapropriados, dente outras, fazem parte desta lista. Existe tratamento, que é feito com uso de fármacos e adotando medidas de higiene básica.
•Ancilostomose: A ancilostomose, também conhecida por amarelão, é uma doença
causada por vermes nematódeos (espécie: Necator americanus e Ancylostoma duodenale). As formas adultas desses parasitas se instalam no aparelho digestivo dos seres humanos, onde se fixam na porção que compreende o intestino delgado, nutrindo- se de sangue do hospedeiro e causando anemia. Essa doença é transmitida através da penetração ativa de pequenas larvas infectantes na pele de um indivíduo em contato com ambientes propensos, principalmente o solo, contendo fezes contaminadas por ovos que eclodem e desenvolvem as larvas. Identificação sintomática: anemia (palidez), afecções pulmonares, fezes com rajadas de sangue e indisposição física. Essa doença pode ser controlada, mediante as seguintes medidas profiláticas: - Utilização de calçados (sapato ou sandália), evitando o contato direto com o solo contaminado; - Fornecimento de infraestrutura básica para a população, proporcionando saneamento básico e condições adequadas de higienização; - Ter o máximo de cuidado quanto ao local destinado ao lazer das crianças, pois acabam brincando com terra; - Educação da comunidade, bem como o tratamento das pessoas doentes. Tratamento: vermífugos, como o albendazol, devidamente prescritos pelo médico.
•Filariose: A Filariose Linfática (Elefantíase) é uma doença parasitária crônica,
considerada uma das maiores causas mundiais de incapacidades permanentes ou de longo prazo. É causada pelo verme nematoide Wuchereria Bancrofti e transmitida basicamente pela picada do mosquito Culex quiquefasciatus (pernilongo ou muriçoca) infectado com larvas do parasita. Após a penetração na pele, por meio da picada do mosquito, as larvas infectantes migram para região dos linfonodos (gânglios), onde se desenvolvem até a fase adulta. Os sintomas mais comuns da Filariose Linfática são: acúmulo anormal de líquido (edema) nos membros, seios e bolsa escrotal; aumento do testículo (hidrocele); crescimento ou inchaço exagerado dos membros, seios e bolsa escrotal. Uma boa maneira de não adquirir a doença é evitar a exposição ao mosquito transmissor. Se não for possível resguardar-se totalmente desses insetos, use prevenções como: Inseticidas, Repelentes e Mosquiteiros (rede de proteção contra moscas). O tratamento do indivíduo microfilariêmico é feito com medicamentos orais durante 12 dias. O tratamento das manifestações clínicas resultantes da infecção pelos vermes adultos está na dependência do tipo e grau de lesão que esses vermes provocaram, e suas consequências clínicas.
•Enterobiose: A Enterobiose, Enterobíase, Oxiurose ou ainda Oxiuríase é uma
doença causada pelo nematódeo Enterobius vermiculares ou Oxyurus vermiculares. Possui distribuição geográfica mundial, mas tem incidência maior nas regiões de clima temperado. Essa helmintose tem alta prevalência nas crianças em idade escolar e é de transmissão eminentemente doméstica ou de ambientes coletivos fechados. A transmissão da doença é variada. Pode ser de forma direta, onde a criança ao coçar a região anal, coloca a mão infectada pelo verme na boca. Também pode acontecer indiretamente pela contaminação da água ou alimento, ao cumprimentar uma pessoa que esteja com a mão suja contendo ovos do verme. É muito comum, em ambientes que possuam pessoas que tenha a doença encontrar ovos do verme em roupas de cama, nas toalhas, no chão e nos objetos da casa, sendo frequentes as pequenas epidemias entre aqueles que habitam a mesma residência. A enterobiose pode causar diversos sintomas no indivíduo, tais como diarréias contendo muco, cólicas abdominais, náuseas, vômitos, prurido anal intenso (sintoma mais marcante), inflamação da região anal. Devido às proximidades dos órgãos genitais, o prurido pode levar o indivíduo à masturbação e erotismo, principalmente em meninas. Existem ainda a possibilidade de migrar para a vagina, alcançando o útero e determinando inflamações. Alteração do humor e perturbação do sono, também são sintomas comuns. Portanto, é extremamente importante o hábito de lavar as mãos após usar o sanitário e principalmente antes de comer ou preparar alimentos. Manter o corpo asseado, mediante o banho frequente e o uso de roupas limpas, tanto as do corpo quanto as da cama, são formas de prevenir a doença. Para o tratamento da oxiuríase, existem várias drogas disponíveis no mercado internacional, com índices de cura clínica e parasitológica bastante satisfatórios. Em caso de suspeita desta enfermidade é aconselhável procurar um médico, para que indique as melhores formas de tratar a doença.