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Sobre a autora
Prezado(a) aluno(a):
Com muito prazer, apresento a você o nosso material de estudos sobre as Políticas
Públicas na Educação Básica. Por se tratar de um conteúdo tão complexo, este livro foi
pensado e organizado de uma maneira especial, não com a pretensão de decorar portarias,
leis ou decretos, e sim para que você consiga observar e analisar todos os contextos, aqui
vinculados, para formar suas próprias convicções de maneira crítica acerca dos desafios
que envolvem a educação em nosso país, os quais influenciam no processo de ensino-
aprendizagem de cada modalidade de ensino.
Entretanto, para que ocorra uma melhor compreensão acerca das Políticas Públicas na
Educação Básica, esse livro foi desenvolvido em três capítulos, criteriosamente
selecionados para que ocorra uma melhor sustentação à presente discussão.
Aristóteles (2001) destaca que a ética está relacionada ao comportamento do ser humano
e a política está relacionada à maneira de agir de uma sociedade. A ética pode ser descrita
como intelectual e moralmente excelente e a política é vinculada à organização da
sociedade, visando ao bem comum. Dessa maneira, a ética está vinculada ao
desenvolvimento do indivíduo e a política, ao desenvolvimento das relações sociais, e
ambas estão intimamente ligadas à educação.
Contudo, para Aristóteles (1998), o homem não nasce sabendo como pensar e agir de
maneira reflexiva e ética, e sim, ao longo da vida, vai formando as suas ações racionais e
sociais. Nesse contexto, a educação deve ser o processo que leva o homem a se tornar
intelectual e moralmente excelente.
Para tanto, não necessariamente se submete aos interesses de outras nações, mas sim
porque concorda com assuntos comuns que envolvem as políticas públicas atreladas à
educação. E é nesse contexto que se busca formar o perfil do aluno que poderá intervir e
mudar o panorama socioeconômico no qual está inserido.
Portanto, para que tais ideais consigam ser contemplados, de fato, as Políticas Públicas
na Educação, por intermédio de seus projetos pedagógicos, devem analisar e discutir as
diversidades, étnicas e culturais, em que o aluno está envolvido, atentando às demandas
pedagógicas que envolvem a aprendizagem no cotidiano escolar, deixando de ser algo
importante para apenas alguns indivíduos, e sim para a coletividade dos homens.
Entretanto, surge a necessidade de estudarmos que tais ações não obtiveram êxito, pois a
qualidade de ensino acaba refletindo os atuais problemas em que a nossa sociedade está
inserida. Enquanto o acesso à educação aumentou, a qualidade não obteve muito
progresso, pois a qualidade do ensino e das políticas públicas reflete diretamente na
qualidade social da educação. Não se conseguirá melhorar o sistema educacional apenas
diminuindo a evasão dos alunos, mas sim focando na relação da escola com a sociedade,
buscando o exercício de cidadania, isto é, a escola deve participar da vida social e política
do país.
Ney (2008) discute que o conceito de “política” poderá ser focado por intermédio de dois
contextos ou, referindo-se ao programa de ação, vinculado aos objetivos alcançados por
uma administração ou gestão, ou às ações destinadas ao Estado: “[...] uma Nação-Estado
pode ser definida como um grupo complexo constituído por grupos sociais distintos que,
ocupando uma mesma base física, compartilham da mesma evolução histórico-cultural e
dos mesmos valores” (ESG, 2003 apud NEY, 2008, p. 53).
Mas, para discutir tais ações perante a educação como política pública, é importante
evidenciar a necessidade de se analisar os conceitos básicos de liberalismo e
neoliberalismo, pois grande parte dos estudos produzidos na atualidade, em relação à
educação como política pública, partem da crítica aos princípios neoliberais. Porém,
deve-se analisar que o neoliberalismo é um determinado conjunto de ações e metas, no
qual a sociedade capitalista está estruturada, voltada à propriedade privada, competição e
mérito.
Porém, quanto a retratar a ideia de bem-comum, há que se ter como base os avanços do
neoliberalismo e da globalização, de modo que as ações direcionadas ao bem público
ficam, aos poucos, menos relativas à especificidade de cada indivíduo, e sim direcionadas
ao bem comum.
Para isso, discute que tanto a educação brasileira quanto as políticas públicas educacionais
devem ser analisadas como ações desprovidas de preconceitos e vinculadas em projetos
com pretensão educativa.
A educação, sendo um bem público, é também preocupação de todas as
nações e, além disso, percebe-se cada vez mais que os problemas são
semelhantes e que a comunhão de valores e princípios se coloca não
somente como algo importante, mas como algo absolutamente
necessário. Não se trata de atender aos interesses de um país ou outro,
ou mesmo do mercado, mas sim estabelecer certas noções a partir das
quais os países possam garantir que todos os cidadãos tenham acesso
ao conhecimento pertinente para o nosso tempo. (SANTIN, 2015, p.
49).
O lema “Educação para todos”, fundado nas Políticas Públicas Educacionais, possui a
seguinte proposta de ensino:
PROPOSTA:
RESPOSTA
7. Os países em desenvolvimento.
SAIBA MAIS
Para conseguir compreender o contexto de educação no qual o nosso país está envolvido,
há que se ter como base o contexto de Estado, pois a educação escolar está vinculada à
compreensão e objetividades de seus fundamentos políticos, que se caracterizam com os
ideais do Estado e a noção de bem público, ou bem-comum. Ou seja, para conseguir
estudar e compreender a educação escolar, surge a necessidade de entender que ela se dá
no âmbito do Estado, e que deverá ser direcionada ao bem de todos, e não às vontades de
apenas alguns indivíduos.
Figura 1.2: O papel do Estado no Brasil.
Fonte: Elaborado pela autora.
Porém, também surge a necessidade de estudá-la a partir das demandas do Estado, acerca
das ações e organizações que regem o sistema educacional brasileiro, para que, dessa
maneira, se possa refletir que a educação é um bem público e que todo indivíduo tem
direito e garantia, perante as leis, de obter acesso à educação escolar.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (BRASIL, 1996) tem como princípio básico que
a educação escolar é um direito de todo cidadão, não importando classe social, cor ou
etnia, e que deve ser garantida pelas instituições, entre elas o Estado.
Entretanto, Bobbio (2007) reflete que a ideia central de Estado está expressa nas relações
entre o sistema social e as instituições políticas. Mas essa relação deverá acontecer de
uma maneira que seja vinculada ao Estado democrático de direito, no qual impera o
governo das leis.
Para tanto, Peroni (2003) também discute que é necessário que ocorra um questionamento
acerca das leis que são formuladas e que não é provável que elas tragam elementos
passionais que possam torná-las justas ou injustas; e que o governo, por intermédio das
leis, tem entre seus princípios regulamentar as relações na sociedade com base nos
questionamentos e limites internos e externos.
O processo de globalização também foi outro processo que contribuiu com as mudanças
do Estado perante a educação, pois se constituiu como um fenômeno mundial e
econômico que trouxe mudanças no modo de educar o trabalhador.
Por sua vez, Bourdieu (1996) declara que o Estado pode ser observado como um
indivíduo que, com a “mão direita”, defende os interesses privados e, com a “mão
esquerda”, defende os interesses públicos e sociais. Nesse contexto, pode-se observar que
o Estado age, de uma maneira significativa, atendendo, em determinados momentos, às
necessidades vinculadas à sociedade civil; em outro momento, às demandas destinadas
ao mercado e a globalização, por intermédio das diretrizes e leis que normalizam as
relações que são estabelecidas e direcionadas no contexto educacional.
Por sua vez, Peroni (2003) descreve que as políticas educacionais relacionadas ao Estado
podem ser analisadas como o processo que envolve uma determinada negociação e luta
entre diferentes grupos políticos e sociais, que são configuradas no âmbito da
internacionalização do capital, surgindo a necessidade de sempre se analisar qual é o
projeto social do Estado vinculado às políticas públicas na educação básica.
Para refletir acerca da função do Estado perante a educação, deve-se analisar que a
educação é um bem público e, como tal, necessita de compreensão dos elementos que a
caracterizam e a constituem; compreendendo, também, os aspectos políticos e sociais que
envolvem o cenário da educação brasileira, pois essa não foi sempre igual, e sofreu
mudanças no decorrer dos anos. Com relação ao redirecionamento do Estado destinados
às políticas públicas, Carvalho (2008) destaca as seguintes estratégias:
Todavia, o Estado também deve ser visto como parte das políticas sociais que envolvem
a educação brasileira, as quais são apresentadas com tendências humanitárias vinculadas
ao apelo ao voluntariado, pois: “[...] a educação não é neutra, pois é o Estado ou o
educador que traça valores, princípios, objetivos e políticas esperadas para a educação!”
(NEY, 2008, p. 16).
Na conjuntura de Estado, a escola é caracterizada como uma instituição social que recebe
diferentes funções de acordo com as demandas e anseios das diversas sociedades pelas
quais é constituída, ou seja, a compreensão quanto ao papel destinado à escola não pode
ser única, pois esse é fruto de diferentes propostas de cunho educacional.
SAIBA MAIS
PENSE NISSO
Editora:Thomson Pioneira
ISBN: 8522100969
1. A educação escolar é um direito de todo cidadão e que deve ser garantido pelas
instituições, entre elas o Estado. Nessa perspectiva, analise as afirmações abaixo e
assinale a que está correta:
III - Do ponto de vista da educação, o Estado não é uma instituição necessária, pois
educar-se é um ato que se dá entre indivíduos.
Está(ão) correta(s):
II – O neoliberalismo pode ser definido como a igualdade real entre os indivíduos, isto é,
nenhum cidadão deve possuir mais bens do que os outros.
Está(ão) correta(s):
II– A escola deverá assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas.
Está(ão) correta(s):
POR ISSO
O neoliberal é aquele que defende as ideias liberais, mas atribui ao Estado todos os
assuntos de cunho econômico.
II - No campo das instituições, a educação deverá ser explorada e recortada com padrões
baseados em anseios de uma única sociedade.
IV – As Políticas Públicas são ações e decisões do governo voltadas para a solução (ou
não) de problemas de cunho social.
V - A escola não deverá ser um ambiente de diversificação social, e sim deverá
concretizar os anseios políticos da sociedade na qual está incluída.
Está(ão) correta(s):
Os documentos desenvolvidos pela UNESCO têm por finalidade descrever o que os países
precisam criar, quais são os objetivos e as diretrizes destinados aos planejamentos e gestão
das instituições escolares. Mas, para que tais medidas ocorram na prática, surge a
necessidade de metas, desafios e investimentos na formação plena dos profissionais
voltados à educação, bem como no sistema de avaliação educacional, preparando a
Educação para novos desafios. “Os educandos potenciais precisam ver que os benefícios
da educação são maiores do que os custos a ser enfrentados [...]” (UNESCO, 1990, Plano
de ação).
Esses são alguns dos conteúdos que serão trabalhados nesta unidade.
Fonte: luckybusiness, 123RF.
A primeira parte é definida pelo art. 1, que descreve que, em seus territórios, os povos
são soberanos e livres na organização de seus recursos naturais e riquezas, “[...] sem
prejuízo das obrigações que decorrem da cooperação econômica internacional, fundada
sobre o princípio do interesse mútuo e do direito internacional” (art. 1º, §2). Observa-se
uma determinada preocupação com a interdependência dos Estados, os quais, mesmo que
sejam livres e autônomos, devem cooperar uns com os outros no que se refere às questões
de cunho comum.
A segunda parte é composta pelos art. 2º ao 5º, que têm como foco a amplitude do Pacto
Internacional (1966), ressaltando que os Estados devem incorporar os direitos,
principalmente destinados ao combate à discriminação, resolver o problema dos
estrangeiros que residem em país, primar pela igualdade de gênero e garantir que os
direitos individuais devem ser limitados em favor do bem-comum.
A terceira parte é relacionada aos art. 6º a 15º, os quais abrangem as ações objetivas a
serem dirigidas pelos Estados, a fim de garantir os direitos econômicos, sociais e
culturais, com a finalidade de direcionar as condições essenciais de vida para homem, as
quais devem ser garantidas pelos Estados. Tem como início os artigos 6º e 7º, com foco
no direito ao trabalho sob circunstâncias justas e favoráveis. Segue com o art. 8º, que é
voltado para o direito à organização sindical. O art. 9º é relacionado à segurança social.
O art. 10º está relacionado à proteção da família, criança e adolescente. Já o art. 11º é
vinculado à alimentação. O art. 12º é vinculado à saúde física e mental. Os arts. 13º e 14º
são focados na educação. E, para finalizar, o art.15º é relacionado ao direito à cultura, ao
conhecimento e à liberdade de ação e criação.
A quarta parte do documento é composta pelos arts. 16º ao 25º, que têm como meta o
acompanhamento da aplicação do Pacto, destinado à forma de como deve ser a prestação
de conta dos Estados à ONU, bem como as competências destinadas a cada órgão
envolvido.
Já a quinta e última parte, composta pelos artigos 26º ao 31º, tem por ênfase retratar
algumas questões burocráticas, tais como os devidos prazos para implantação e mudanças
no Pacto Internacional, os procedimentos que devem ser estabelecidos para a ratificação
e emendas, e a divulgação e indexação do documento aos anais da ONU.
Por sua vez, a Declaração Mundial de Educação para Todos (UNESCO, 1990) tem como
princípio desenvolver o acesso à educação básica de qualidade, para que, dessa maneira,
os países consigam garantir as condições necessárias para diminuir a desigualdade, tanto
social quanto educacional. Todavia, as políticas públicas educacionais enfatizadas tanto
na Declaração Universal de Direitos Humanos (ONU, 1948) quanto na Declaração
Mundial de Educação para Todos (UNESCO, 1990) destinam quais são os elementos e
as ações que as escolas necessitam para que ocorra de fato a estruturação e o
funcionamento da educação, já que é com base nessas declarações que se estabelecem os
princípios para a organização educacional em nosso país.
1.3 Plano geral da declaração mundial de educação para todos (UNESCO, 1990)
O Plano geral da declaração mundial de educação para todos (UNESCO, 1990) tem como
propósito a satisfação das necessidades básicas de aprendizagem; mas, para que ocorra
essa “satisfação”, surge a necessidade de manter um padrão mínimo de qualidade, o qual
está vinculado às questões que envolvem a democratização do ensino público, pois
deverão ocorrer condições que garantam aos indivíduos a sua permanência na escola, as
quais são tão importantes quanto as condições para o acesso ao ensino.
Nesse sentido, analisando que um dos objetivos fundamentais dessa Conferência está
vinculado às necessidades básicas de aprendizagem, deve-se conhecer, também, quais são
essas necessidades, apresentadas no art. 1:
Mas, para se chegar a tais ideais, é necessário que ocorra um alinhamento no Brasil em
relação às demandas internacionais relacionadas à educação, pois, por intermédio do
Marco de Dakar, os países devem assumir os seguintes objetivos perante a educação:
II. assegurar que todas as crianças, com ênfase especial nas meninas e
crianças em circunstâncias difíceis, tenham acesso à educação primária,
obrigatória, gratuita e de boa qualidade até o ano de 2015;
2. A LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL
Para tanto, a Constituição Federal (BRASIL, 1988) tem como finalidade reger e
direcionar as diretrizes fundamentais para todas as outras leis. Também relacionada às
leis que definem a organização do sistema educacional brasileira, temos a lei 9.394 de
1996 (BRASIL, 1996), mais conhecida como Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, ou simplesmente LDB. Também surge a necessidade de discutir e citar o Plano
Nacional de Educação (BRASIL, 20014), ou PNE, no qual consiste em um projeto de
desenvolvimento educacional com a finalidade de promover a escolarização em todo o
território nacional.
Nesse contexto, é importante salientar que a educação deve ser tratada como um direito
de todos os cidadãos, sendo dever do Estado e da família assegurá-la. Mas, para
desenvolvê-la, é necessário que haja um Estado democrático de direito, com limites
internos focados nas leis que regem a nossa educação, tais como a Constituição Brasileira
de 1988 (BRASIL, 1988), em Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996
(BRASIL, 1996).
Por sua vez, o art. 206 da Constituição garante que o ensino será ministrado com base nos
seguintes princípios:
Todavia, o inciso IV foi um grande marco para a educação infantil, pois a legislação
discute que as creches e pré-escolas são deveres do Estado, pois, nas constituições
anteriores, o atendimento a essa faixa etária era caracterizado com caráter de
assistencialismo e amparo, e não necessariamente um dever educacional: “[...] as
conquistas garantidas pela CF 88 não se deram sem uma forte e necessária mobilização e
sem que as condições históricas as favorecessem [...]” (CORREA, 2004, p. 18).
No art. 210, são enfatizados quais os conteúdos mínimos para o ensino fundamental, com
a finalidade de assegurar a formação básica comum e respeito aos valores culturais e
artísticos, nacionais e regionais.
§ 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina
dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.
Já o art. 211 tem como foco a responsabilidade da União, dos estados, do Distrito Federal
e dos Municípios da Federação em relação à educação, voltada para a organização do
ensino em regime de colaboração. Porém, em nosso país não existe um sistema único de
ensino, e sim um sistema federal, vários estaduais e muitos municipais.
O art. 213 enfatiza os recursos públicos que devem ser destinados às escolas públicas, os
quais podem ser direcionados às escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas:
Por sua vez, o art. 214 descreve que o plano nacional de educação deverá ter a duração
plurianual, focada na articulação e no desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis
e em quais deverão ser as ações do poder público.
I - erradicação do analfabetismo;
Para Carneiro (2013), as “Diretrizes” devem ser destinadas às modalidades que são
vinculadas à organização da educação e todos os conteúdos de formulação operativa, que
é vinculada à estruturação e funcionamento da educação. Já as “Bases” correspondem às
hastes de sustentação e os contornos de direitos nos quais o sistema educacional é
fundamentado.
Para tanto, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996) foi criada
com a finalidade de regulamentar, disciplinar e estruturar todos os recursos para o
desenvolvimento da educação brasileira, de acordo com a necessidade vigente do país.
Também tal lei tem a função de estabelecer e direcionar as responsabilidades das
instituições escolares, tais como o dever de relacionar-se com as famílias e com as
comunidade, a fim de gerar uma melhor integração entre escola, família e comunidade.
Dessa maneira, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996) tem
por propósito regulamentar, disciplinar e estabelecer os sistemas, as estruturas e os
recursos para o desenvolvimento da educação, de acordo com a necessidade vigente do
nosso país.
Ao tratar da educação, a lei se dirige a uma educação formal, que deverá ser desenvolvida
predominantemente nas instituições de ensino (creches, centros de educação infantil,
colégios, universidades, entre outras), as quais são denominadas como educação escolar.
A educação deverá cumprir o seu papel de transmissão da cultura, do saber e as
competências teóricas e práticas que são acumuladas pelo homem no decorrer dos tempos,
necessárias ao processo da cidadania e ao trabalho, e que são transmitidas aos indivíduos
por intermédio da educação.
Os princípios e finalidades da educação são retratados no Título II nos artigos 2º e 3º, que
descrevem que a educação é dever do Estado e da família. Por sua vez, o Estado tem por
finalidade a prestação de serviços, além do monopólio da força, e a educação é destinada
como um dos serviços que o Estado deverá garantir — direito, esse, que está assegurado
pela Constituição Federal (BRASIL, 1988) e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente
(BRASIL, 1990).
Título II – Dos princípios e fins da educação nacional
Art. 205. A educação, direito de todos e Art. 2º. A educação, dever da família e do
dever do Estado e da família, será Estado, inspirada nos princípios de
promovida e incentivada com a liberdade e nos ideais de solidariedade
colaboração da sociedade, visando ao humana, tem por finalidade o pleno
pleno desenvolvimento da pessoa, seu desenvolvimento do educando, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho. qualificação para o trabalho.
Artigo 206 trata dos princípios da O artigo 3º, além de trazer os princípios já
educação nacional. estabelecidos na CF, acrescenta dois
novos princípios: o inciso X “valorização
da experiência extra-escolar” e o inciso XI
“vinculação entre a educação escolar, o
trabalho e as práticas sociais”.
XII – consideração com a diversidade
étnico-racial (lei nº 12.796, de 4-4-2013).
O art. 3º retrata o desenvolvimento educacional do Brasil, que deve ser destinado não
somente a políticas públicas e programas de apoio às escolas, mas também com o intuito
de buscar o progresso da pesquisa direcionada à educação. Mas, para discutir tais
assuntos, o artigo 3º é descrito em 12 princípios:
O primeiro inciso do artigo 3º sintetiza que deverá ocorrer a igualdade de condições para
o acesso e a permanência da criança na escola. Desta maneira, esse princípio implica em
ações que a família deverá ter no sentido de garantir o acesso e a permanência da criança
na escola, promovendo condições para que o direito à educação seja exercido de fato.
Título III - Do direito à Educação e do dever de educar
Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a
garantia de:
I – educação básica obrigatória e gratuita dos quatro aos dezessete anos de idade,
organizada da seguinte forma: (Inciso acrescido pela Lei nº 12.796, de 4-4-2013)
II – educação infantil gratuita às crianças de até cinco anos de idade; (Inciso com
redação pela Lei nº 12.796, de 4-4-2013)
IV – acesso público e gratuito aos ensinos fundamental e médio para todos os que não
os concluíram na idade própria; (Inciso com redação dada pela Lei nº 12.796, de 4-4-
2013)
VII – oferta
Quadro 2.2: Dodedireito
educação escolar regular
à Educação paradejovens
e do dever educar.e adultos, com características e
modalidades
Fonte: adequadas
BRASIL. às suas necessidades
Lei de diretrizes e disponibilidades,
e bases da educação garantindo-se
nacional [recurso aos que
eletrônico]: Lei
nºforem
9.394,trabalhadores as condições
de 20 de dezembro de 1996. 9. ed. –e Brasília:
de acesso permanência na escola;
Câmara dos Deputados, Edições
Câmara, 2014.
VIII – atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de
programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e
assistência à saúde; (Inciso com redação dada pela Lei nº 12.796, de 4-4-2013)
Artigo10º Estados
Quadro 2.6: Profissionais e a formação de docentes que atuam na educação escolar básica.
Fonte: BRASIL. Lei de diretrizes e bases da educação nacional [recurso eletrônico]: Lei
nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. 9. ed. – Brasília: Câmara dos Deputados, Edições
Câmara, 2014.
O Título VII é destinado aos recursos financeiros, com base nos artigos 68 ao 77.
SAIBA MAIS
Para saber mais sobre o Parecer CNE/CEB n. 22/98, Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Infantil, e sobre o Parecer CNE/CEB n. 2/98, Diretrizes Curriculares Nacionais para o
Ensino Fundamental, acesse:<http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/parecer_ceb_22.98.pdf> e
<http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/pceb011_00.pdf>. Acesso em: 26 nov. 2018.
O Plano Nacional de Educação, publicado no dia 25 de junho de 2014, tem por finalidade
substituir o antigo, que vigorou de 2001 a 2011. Esse novo Plano possui mais ou menos
a mesma estrutura, metas e propostas do antigo projeto, e está dividido em duas partes: a
primeira é relacionada às disposições gerais, competências das instituições e de alguns
prazos importantes; e a segunda apresenta as 20 metas que devem ser cumpridas até o
final de 2024.
I – erradicação do analfabetismo;
II – universalização do atendimento escolar;
(BRASIl, 2014).
Segundo o PNE (BRASIL, 2014), a Meta 1 trata da Educação Infantil, estabelece que o
Brasil precisa, até 2016, aumentar a oferta de vagas para as crianças de 0 até 3 anos e
universalizar a Educação Infantil para as crianças de 4 e 5 anos. Por sua vez, a Meta 2
enfatiza a universalização do Ensino Fundamental de 9 anos, objetivando que 95% dos
alunos de 6 a 14 anos finalizem esse ciclo na idade recomendada. Já a Meta 3, como a
Meta 2, discute a universalização, mas estabelece o Ensino Médio para toda a “[...]
população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do período de vigência
deste PNE, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85% (oitenta e cinco por
cento)” (BRASIL, 2014, s./p.).
A Meta 5 tem como ênfase a alfabetização de todas as crianças, no máximo, até o fim do
3º (terceiro) ano do ensino fundamental: “[...] alfabetizar todas as crianças, no máximo,
até o final do 3º (terceiro) ano do ensino fundamental” (BRASIL, 2014, s./p.). Já a Meta
6 descreve a escolarização no Brasil em tempo integral, que destina “[...] no máximo,
50% (cinquenta por cento) das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25%
(vinte e cinco por cento) dos(as) alunos(as) da educação básica” (BRASIL, 2014, s./p.).
A Meta 9 tem ênfase no aumento da taxa de alfabetização dos adolescentes com 15 anos
e “[...] até o final da vigência deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em
50% (cinquenta por cento) a taxa de analfabetismo funcional”. (BRASIL, 2014, s./p.).
Já a Meta 12 propõe:
A Meta 16 é mais ousada, pois propõe especializar 50% dos professores destinados à
Educação Básica, “[...] e garantir a todos(as) os(as) profissionais da educação básica
formação continuada em sua área de atuação [...]”. (BRASIL, 2014, s./p.).
Com base em todas as mudanças, em relação à educação em nosso país, existe uma grande
expectativa em torno do PNE; porém, surge a necessidade de lembrar que as metas
estabelecidas dependem de investimentos direcionados à educação básica e à formação
continuada dos profissionais da educação; necessitando, dessa maneira, uma expansão
quantitativa de vagas nas instituições escolares, bem como nos cursos profissionalizantes,
melhorar a estrutura das escolas e a valorização e capacitação de todos os profissionais.
SAIBA MAIS
O site abaixo tem por finalidade discutir acerca de diversas notícias que estão sendo veiculadas
sobre da educação, enfatizando as mudanças e ações nas quais a educação está inserida.
Porém, segundo Libâneo, Toschi e Oliveira (2012), no fim da década de 1990 e início dos
anos 2000, era necessário um novo perfil de homem, em decorrência das grandes
transformações na organização e dos avanços destinados à tecnologia da educação,
possibilitando, dessa maneira, o avanço no processo de globalização. Entretanto, a
educação entrou em crise em relação à sua qualidade, pois cabe à escola formar o homem
tanto para o mundo do trabalho quanto para a formação de cidadão.
§. (BRASIL, 2014).
Em relação ao ensino médio, ou seja, a terceira etapa da educação básica no Brasil, pode-
se afirmar que:
5. MODALIDADES
A educação brasileira não pode ser estruturada unicamente pela divisão em níveis, mas
também, em decorrência da existência das modalidades que envolvem a educação que
visam atender às diferentes necessidades da população brasileira.
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a
modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede
regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais
do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
É destinada aos alunos que procuram uma formação por meio na aprendizagem formal
ou não, a qual pode ser reconhecida e certificada para prosseguir ou concluir os estudos.
[...] Promover uma preparação politécnica para o universo do trabalho,
uma formação que leve ao domínio das diferentes técnicas e princípios
científicos e tecnológicos utilizados na produção moderna, podendo,
inclusive, preparar para o exercício de uma profissão técnica
(unitecnia), desde que atendida a formação geral. (PILETTI;
ROSSATO, 2010, p. 128).
Entretanto, para discutir a educação destinada aos jovens e adultos, é necessário refletir
sobre como esses jovens e adultos pensam e a forma que aprendem, pois não são mais
crianças, e a condição cultural também interfere na maneira de ensinar e de aprender.
Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não
tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e
médio na idade própria.
§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos
adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular,
oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características
do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante
cursos e exames.
Com base em todos esses contextos, é possível analisar que as leis e os decretos que regem
a nossa educação não foram explorados até se esgotarem todas as possibilidades e ações
para que ocorra uma melhor compreensão das práticas, políticas e das organizações
destinadas à melhoria da educação em no país. Assim, tanto as políticas educacionais
quanto as organizações que regem a Educação Básica em nosso país estão comprometidas
e destinadas a tentar superar os desafios que influenciam os processos de ensino e
aprendizagem que envolvem a Educação Básica, com todos os seus desmandos e desafios,
bem como as particularidades das diferentes modalidades de ensino.
DICA DE LEITURA
Editora: Autêntica
ISBN: 9788575265376
Comentário: Essa obra é uma análise do Plano Nacional de Educação (2011-2020), com
o objetivo de que esse documento se torne um plano do Estado visando a participação da
sociedade brasileira direcionada à educação.
DICA DE LEITURA
ISBN: 9788524918605
Comentário: Essa obra tem por finalidade proporcionar aos futuros professores as bases
conceituais para uma análise e crítica dos aspectos sociopolíticos, históricos,
pedagógicos-curriculares e organizacionais que estruturam a educação brasileira e a
organização e gestão da escola, estimulando uma visão crítico-compreensiva dos
profissionais da educação.
ATIVIDADES
III– As modalidades fazem parte da Educação básica, entre elas encontramos: Educação
Especial, Educação do Campo, Educação Indígena, Educação Profissional, Educação a
Distância e Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Está(ão) correta(s):
a) Somente as afirmativas I e II.
b) Somente as afirmativas I e III.
c) Somente as afirmativas IV e V estão corretas.
d) Somente as afirmativas II e IV estão corretas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.
2) A educação brasileira é regida pela Constituição Federal de 1988, a qual, em seu artigo
205, afirma que:
I - O PNE tem como meta universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para
as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade.
II - Oferecer educação em tempo integral em 50% das escolas públicas que possuem
Educação Básica.
III – A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira foi criada com a finalidade de
estruturar os poucos recursos para o desenvolvimento da educação brasileira.
IV – A base para ingresso ao ensino superior deve ser por indicação, pois esse nível de
ensino destina-se à formação de quadros especializados para o desenvolvimento
socioeconômico dos países.
Por isso, as políticas educacionais, assim como as organizações que regem a Educação
Básica em nosso país, devem ser direcionadas para uma educação que visa atender às
diferentes necessidades da população brasileira.
Mas o que é qualidade? Para Horovitz (1993, p. 21), qualidade se refere ao “nível de
excelência que a instituição escolheu alcançar para satisfazer seus clientes”. Dessa forma,
não há qualidade na educação, em qualquer que seja a instituição de ensino, se a sociedade
(seus clientes) não fizer a sua participação para que essa finalidade seja alcançada, ou
seja, buscando contribuir com a gestão para as melhorias necessárias a uma aprendizagem
precisa.
De acordo com essa explicação, é preciso considerar que a qualidade envolve várias
características desejadas pelas pessoas que fazem a organização, assim como as
características percebidas por aqueles que utilizarão e se beneficiarão desses serviços.
Dessa forma, em diversas empresas, nos seus mais amplos setores, incluindo as
instituições de ensino, buscar a qualidade dos serviços prestados é fundamental para
aqueles que estão à frente da gestão.
O papel do gestor é essencial, tendo como principal desafio decidir a respeito do caminho
que a comunidade escolar deve seguir, definindo seus objetivos e suas prioridades; decidir
sobre os investimentos a serem feitos, definir como serão envolvidos, preparados e
repassados os recursos humanos para que as metas sejam atingidas, buscando a excelência
do desempenho de cada um que faz parte da sua equipe administrativa e,
consequentemente, pedagógica. O que fazer e como fazer são decisões a serem tratadas
pela gestão, que, se bem aplicadas, darão um retorno eficaz e eficiente à qualidade
pretendida.
Se faz primordial a formação profissional para o cargo de gestor educacional, uma vez
que o perfil do diretor pode ter diferentes aspectos, como a formação no curso de
Pedagogia ou uma pós-graduação na área de Educação, com conhecimentos relacionados
às múltiplas facetas da administração escolar e do planejamento educacional, didático-
pedagógico, administrativo, financeiro, gestão de pessoas e outros.
Nas instituições públicas, o diretor deve ser aprovado em concursos públicos (critério
muito pouco utilizado na realidade brasileira), exercendo a função de acordo com as
normas do magistério. Pode ser por nomeação/indicação realizada pelo Poder Executivo,
seja pelo prefeito, governador ou secretário de educação.
A nomeação/indicação é a forma mais comum para a escolha de diretores das escolas
públicas; dessa forma, os apoiadores dessa prática defendem a ideia de ter esse
representante para um bom andamento dos trabalhos. Ainda se pode escolher o diretor
por meio de eleições diretas, tendo toda a comunidade escolar (pais, professores, alunos
e funcionários da escola) como participantes. Essa prática de envolver a comunidade na
eleição tem se desenvolvido uma gestão democrática das escolas. Na instituição privada,
o diretor pode ser o dono da escola ou, ainda, um profissional contratado para exercer tal
função.
A função do diretor, seja de escola pública ou escola privada, é muito importante, pois é
por meio dele que se darão muitas das ações que constam na Lei nº 9.394/96, em seu
artigo 13, levando os docentes a se incumbirem de:
Uma equipe bem direcionada por uma liderança firme, responsável e comprometida
contribuirá significativamente na qualificação das ações educacionais na escola. Porém,
é necessário ressaltar que as tarefas assumidas e desempenhadas pelos diretores, hoje em
dia, certamente são mais complexas do que aquelas realizadas por profissionais dessa área
há alguns anos. Assim como o papel do professor é desafiador, a função do diretor
também é, visto que ele não exerce somente uma função com direcionamento pedagógico,
mas sim administrativo, financeiro, organizacional e curricular.
Assim como a Educação Básica que é oferecida à população por instituições públicas e
privadas, o Ensino Superior também é disponibilizado por essas instituições, podendo ser
em universidades, centro universitários, institutos superiores de educação, centros de
educação tecnológica e faculdades isoladas.
Nas instituições privadas, o reitor ou diretor é escolhido pela entidade mantenedora, isso
quando o próprio dono decide por não assumir o cargo da direção, colocando um
profissional qualificado nessa posição. Já em relação às instituições confessionais,
aquelas que se baseiam em princípios religiosos, diferenciando-se das instituições laicas,
tendo uma gestão colegiada, a escolha e definição final do gestor é da mantenedora.
Por sua vez, Vasconcelos (2011) enfatiza que cada instituição escolar dá determinadas
condições de trabalho para o seu corpo docente, as quais determinam a qualidade do
produto educacional. Assim, a ação do professor em sala de aula fará desse local um
lugar agradável para a aprendizagem e todo o seu processo. Entretanto, fatores como os
saberes transmitidos pelo professor, o relacionamento entre professor-aluno,
comportamento e afetividade contribuem para a obtenção dos objetivos nesse processo.
Conhecer suas reais condições de trabalho e o perfil de sua turma. Traçar os objetivos a serem
atingidos. Definir o método de ensino que será por ele privilegiado. Decidir quais as
estratégias/técnicas didáticas serão utilizadas, em função dos recursos disponíveis. Selecionar os
conteúdos a serem trabalhados e os autores que embasarão tais conteúdos. Precisar critérios e
técnicas de avaliação, fixando inclusive a periodicidade dos mesmos. Analisar os dados coletados
na avaliação, procedendo à revisão constante do processo. (VASCONCELOS, 2011, p. 170).
Todo professor que apresenta preocupação com o aprendizado do aluno procurará
envolver todos os discentes na ação conjunta da aula, demonstrando um processo de
ensino-aprendizagem tanto para quem aprende quanto para quem ensina, pois o professor
é o responsável por fazer a ponte entre o aluno e o conhecimento. O professor pode
apresentar aos alunos um planejamento ou programa das disciplinas, deixando-os cientes
do que aprenderão no decorrer daquele ano letivo.
Além da exposição dos conteúdos, se faz necessário o professor colocar para o grupo de
alunos as regras, as quais devem ser bem esclarecidas e discutidas com a turma, para que
todos as compreendam. As normas devem ser respeitadas e cumpridas tanto pelo
professor quanto pelos alunos. Precisamos ter consciência de que, para o nosso aluno,
somos espelhos; assim, precisamos nos fazer exemplos, para que possamos, nesse
quesito, ter sucesso no processo ensino-aprendizagem.
Para Vasconcelos (2011), o professor é o grande responsável pela aula, pois é quem a
prepara, organiza, seleciona recursos, orienta os alunos para reflexão e análise, estimula
o posicionamento crítico, para o seu bom desenvolvimento. O aluno, nesse momento, vai
sendo conduzido e preparado pelo professor para a formação de opiniões, uma efetiva
participação na sociedade, participando do processo da própria aprendizagem. Dessa
forma, em uma escola, não importando o seu nível de ensino, é necessário o professor
realizar ações de gestão e organização dentro da sua sala de aula.
Entretanto, é essencial que o gestor estimule sua equipe quanto à inovação, quanto a se
envolver e se dedicar na formação de cada um de seus alunos. Todo apoio e estímulo do
gestor fará que o corpo docente sempre procure por estratégias que facilitem e conduzam
o aluno ao aprendizado, podendo repensar seus resultados e procurar meios para
melhorias e mudanças, sempre. É necessário ressaltar o respeito à diversidade, garantindo
direitos iguais a todos, sendo esse um dos desafios apresentados aos gestores das escolas
democráticas. Assim, qualidade e equidade na educação devem ser colocados em prática.
5. O FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO
Sabemos que a educação é essencial para a formação integral do homem; porém, mesmo
sabendo de sua importância, não paramos para pensar quem paga a conta para que o
processo educacional aconteça nas condições desejadas, não refletimos como acontece o
financiamento da educação para todos.
Assim, a criação do FUNDEB foi para substituir o FUNDEF e para ser um “[...] fundo
especial, de natureza contábil e de âmbito estadual (um Fundo por Estado e Distrito
Federal, num total de vinte e sete Fundos)” (BRASIL, 2008, p. 7-8). Observe um
comparativo da abrangência de ambas organizações de financiamento.
QUADRO COMPARATIVO - FUNDEF-FUNDEB
Contribuição de estados,
Complementação da União DF e municípios de:
* 6,66 no primeiro ano;
* 13,33 no segundo ano;
* 20%, a partir do terceiro ano,
sobre: Imposto sobre Transmissão
Causa Mortis e Doações
(ITCMD); Imposto sobre
Propriedade de Veículos
Automotores (IPVA); quota-parte
de 50% do imposto Territorial
Rural devido aos municípios.
Complementação da União
5. Montante de R$ 35,2 bilhões (previsão de Consideradas as estimativas (em
recursos 2006, sem complementação valores de 2006) e a escala de
da União) implantação gradual do fundo, os
montantes previstos de recursos
(contribuição de Estados, DF e
municípios, sem complementação
da União), seriam:
* R$ 41,1 bilhões no primeiro ano;
* R$ 45,9 bilhões no segundo ano;
* R$ 50,7 bilhões no terceiro ano.
6. Complementação da R$ 313,7 milhões (valor Consideradas as estimativas, em
União ao fundo previsto para 2006 pela valores de 2006:
Portaria MF nº 40, de
* R$ 2 bilhões no primeiro ano;
3.3.2006). Não há definição,
na Constituição, de parâmetro * R$ 3 bilhões no segundo ano;
que assegure o montante de
recursos da União para o * R$ 4,5 bilhões no terceiro ano;
fundo.
* 10% do montante
resultante da contribuição
dos estados e municípios a
partir do quarto ano;
* Alunos de ensino
fundamental regular e
especial: 100%, a partir do
primeiro ano;
* Alunos da educação
infantil, ensino médio e
EJA: 33,33% no
primeiro ano; 66,66% no
segundo e 100% a partir
do terceiro;
* ensino médio
profissionalizante
* educação de jovens e
adultos integrada à educação
profissional
* educação especial
* educação indígena e de
quilombolas
10. Valor mínimo Fixado anualmente, com as Vinculado à educação básica.
nacional por aluno ao diferenciações: até 2004:
Não pode ser utilizado para
ano (detalhamento a
* 1ª a 4ª série fins de custeio da
ser definido na
complementação da União ao
regulamentação da * 5ª a 8ª série e
FUNDEB
PEC) educação especial A A
partir de 2005:
Assim, segundo dados de Brasil (2008), os valores monetários arrecadados por meio dos
os impostos mencionados no Quadro 3.1 são destinados aos municípios, estados e Distrito
Federal para financiamento da educação. Os repasses desses recursos são feitos de forma
automática, sendo que uma quantia de 20% vai diretamente para o Fundo, para ser
repassada e redistribuída conforme o valor informado pelo Estado brasileiro. Esse valor
é identificado mediante um cálculo feito e que acredita-se ser o valor a ser pago por aluno,
de acordo com a Lei 11.494, de 2008.
O valor a ser pago por aluno está relacionado com as matrículas de cada escola,
angariadas por meio do Censo Escolar. Essas informações são passíveis de ser
apresentadas pelo Censo da seguinte maneira:
PENSE NISSO
Diante dessas ações, podemos perceber que a lei estabelece prioridades para o gasto do
dinheiro público que é destinado à educação, devendo ser muito bem analisado o uso dos
recursos.
SAIBA MAIS
Sugestão: para ampliar seus conhecimentos sobre o assunto, faça a leitura na íntegra do
Manual que citamos, no site:
http://www.mp.go.gov.br/portalweb/hp/8/docs/cartilha_alteracoes.pdf,
A avaliação da educação pode ser considerada um dos mais importantes processos com o
propósito de apresentar as condições da educação em todo o nosso país. Mas qual é o
objetivo dessa avaliação? Diagnosticar, por meio de questionários socioeconômicos e
testes padronizados, qual é a qualidade do ensino oferecido pelo sistema educacional
brasileiro e as condições em que o ensino é realizado.
Em Brasil (2017), vê-se que o SAEB (Sistema de Avaliação da educação Básica) foi
criado em 1990, por iniciativa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep/MEC) e das secretarias estaduais e municipais de Educação, com o
objetivo de acompanhar a qualidade de ensino nas escolas públicas e particulares de todo
o país, assim como contribuir com melhorias e a universalização do acesso à escola.
6.1 ANEB
A ANEB (BRASIL, 2017) tem como principal objetivo avaliar a Educação Básica
brasileira, além de contribuir para a qualidade e universalização do acesso à escola. Além
disso, busca apresentar informações e indícios que possibilitam maior compreensão dos
fatores que interferem no desempenho dos alunos nas áreas e anos avaliados.
Em Brasil (2017), consta que a Avaliação Nacional da Educação Básica (ANEB) é uma
avaliação amostral, ou seja, abrange os estudantes de escolas públicas e privadas de todo
o país, bem como aqueles estudantes que estão localizados nas áreas rurais e urbanas,
matriculados no 5º e 9º anos do ensino fundamental; inclui também os alunos do 3º ano
do ensino médio. Os alunos realizam provas voltadas à Língua Portuguesa, relacionada à
leitura; e de Matemática, com foco na resolução de problemas, assim como mostra a
Portaria nº 174, 2015, em seu segundo inciso.
Além da ANEB, há outras avaliações que são aplicadas pelo SAEB e são realizadas a
cada dois anos. Juntamente com essas avaliações, são necessárias as análises de
questionários socioeconômicos aplicados aos alunos da comunidade escolar.
Com base nas informações adquiridas pela avaliação, os professores e gestores obtêm
condições de analisar o processo de alfabetização, buscando aumentar o índice de leitura
e escrita das crianças com até 8 anos de idade.
Nesse contexto, a Provinha Brasil (BRASIL, 2011b) é sintetizada como uma avaliação
que retrata o nível de alfabetização das crianças matriculadas no segundo ano do ensino
fundamental das escolas públicas brasileiras. Entretanto, essa avaliação acontece em duas
etapas, uma no início e a outra ao término do ano letivo. A aplicação em períodos distintos
ajuda os professores e os gestores educacionais a conseguir realizar um diagnóstico mais
preciso, com a finalidade de conhecer o que foi transmitido na aprendizagem das crianças,
em termos de habilidades de leitura, dentro do período avaliado.
Os resultados obtidos pela Provinha Brasil também se articulam com a proposta do Pacto
Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), instituído pela Portaria nº 867, de
4 de julho de 2012, o qual propõe que as crianças estejam alfabetizadas até o fim do 3º
ano do Ensino Fundamental.
Essa avaliação é direcionada aos alunos que estão matriculados no 2º ano do Ensino
Fundamental; entretanto, é composta por exatamente 20 questões, que podem ser lidas
pelo aplicador da prova, e outras são lidas pelo próprios alunos. Com o objetivo de
acompanhar e avaliar a aprendizagem de cada um dos alunos ou da turma, o próprio
professor é quem fará as correções ou, ainda, outras pessoas indicadas e preparadas pela
secretaria de educação. Assim, será possível ter um parâmetro geral de cada unidade
escolar, das diretorias e de toda a rede de ensino sob administração da secretaria, e buscar
melhorias para o que for necessário.
SAIBA MAIS
Para conhecer como se deu o histórico das aplicações da Provinha Brasil, acesse o site:
<http://portal.inep.gov.br/web/provinha-brasil/sistema--provinha-brasil>.
6.4 ANA
SAIBA MAIS
Para saber mais sobre a ANA, acesse o documento base para conhecer todos os objetivos
e a implementação da política de avaliação do Ciclo de Alfabetização, disponível em:
http://download.inep.gov.br/educacao_basica/saeb/2013/livreto_ANA_online.pdf
6.5 IDEB – ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
SAIBA MAIS
http://www.crianca.mppr.mp.br/pagina-2006.html
E saiba como é toda a estruturação do IDEB e a atribuição das notas.
6.6 ENCCEJA
6.7 ENEM
O Exame Nacional do Ensino Médio (BRASIL, 2011) foi criado em 1998, mas somente
a partir de 2004 passou a ser indispensável para a doação de bolsas em Instituições de
Ensino Superior (IES) privadas, por meio do Programa Universidade para Todos
(ProUni), mediante as notas adquiridas no exame.
O objetivo primordial do Enem é aferir se seus participantes
demonstram, ao final do ensino médio, individualmente, domínio dos
princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna
e se detêm conhecimento das formas contemporâneas de linguagem.
(BRASIL, 2011).
O Exame Nacional do Ensino Médio (BRASIL, 2011) é oferecido, ano a ano, aos alunos
que estão concluindo o ensino médio ou que já o concluíram em anos anteriores. É um
exame individual e voluntário; porém, muitas instituições de ensino superior utilizam o
resultado desse exame para o processo seletivo de alunos que obtiveram bons resultados,
proporcionando o ingresso na vida acadêmica em uma IES privada.
6.8 ENADE
A presente Unidade III teve como objetivo mostrar como é a estruturação de avaliações
em larga escala da educação brasileira. Considerando-se que essas avaliações têm como
foco a qualidade do ensino, não são avaliados os aspectos sociais, culturais e econômicos
do participante — avaliações, essas, que são conduzidas pelo Sistema Nacional de
Educação e que ainda precisam de melhorias, pois estamos longe de oferecer uma
educação de qualidade à nossa população.
DICA DE LEITURA
Editora: Vozes
Comentário: O livro “Liderança e gestão escolar”, de Heloísa Lück, propõe uma gestão
escolar com mais liderança e efetividade na atuação profissional dos responsáveis pela
gestão, com comprometimento, coletividade, iniciativa e empenho no trabalho de gestão.
DICA DE LEITURA
Editora: Vozes
DICA DE LEITURA
Autores: Nigel Brooke; Maria Teresa G. Alves Lina; Kátia Mesquita de Oliveira
Por isso:
I – Para obter êxito na gestão, as instituições educacionais devem possuir o mesmo nível
de gestão.
O Estado brasileiro não consegue estabelecer sozinho um índice que sintetize a situação
do ensino nas escolas, o qual seja formado por diversos dados oriundos de um único
processo de avaliação.
I – A avaliação é de extrema valia, pois é por intermédio dessa ação que podemos
conhecer melhor a situação da educação em nosso país na atualidade.
II – A avaliação procura somente oferecer dados que auxiliam na compreensão dos fatores
que influenciam no desempenho das escolas nas áreas e anos avaliados.
III – O governo não necessita criar estratégias e soluções de maneira mais consciente
quando os índices de reprovação estiverem baixos.
I - A ANEB tem por objetivo avaliar a Educação Básica em nosso país e contribuir para
a qualidade e universalização do acesso à escola.
III - Na Provinha Brasil, todos os anos, os alunos da rede pública de ensino, matriculados
no segundo ano do Ensino Fundamental, têm oportunidade de participar desse ciclo de
avaliação.
Prezado(a) aluno(a),
O primeiro capítulo teve como finalidade realizar uma breve discussão acerca da “Política
Educacional: Estrutura e Funcionamento da Educação Brasileira”, abordando os
conceitos que envolvem o papel do Estado e os apontamentos históricos vinculados às
Políticas Públicas para a Educação Básica.
Todavia, a educação sofre influências do Estado com relação às políticas e aos objetivos
que ele deseja para se constituir como Sociedade e para a formação do indivíduo como
cidadão. Assim, o Estado deverá relacionar as políticas educacionais de uma maneira que
deverá ser pensada, implementada, refletida e avaliada com base em projetos sociais que
atendam aos interesses da maioria da população, e não apenas uma determinada demanda,
e que efetive como um direito universal básico e um bem social público.
A discussão apresentada nesse material não teve como propósito esgotar as possibilidades
de refletir criticamente a respeito dessas temáticas, que são complexas, e sim buscar uma
melhor compreensão acerca das Políticas Públicas que norteiam a educação brasileira.
Esperamos que o nosso estudo tenha sido de grande crescimento para você.
REFERÊNCIAS
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Editora Paz e Terra, 2007.
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MARX, K.; ENGELS, F. A Ideologia alemã. 4. ed. Lisboa: Editorial Presença, 1991.
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