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Políticas Públicas na Educação Básica

Angela Sampaio de Deus Lima


INFORMAÇÕES SOBRE O AUTOR

Angela Sampaio de Deus Lima

● Licenciatura em Pedagogia - Universidade Estadual de Maringá (2003).


● Licenciada em História - Unicesumar (2017).
● Mestre em História - Universidade Estadual de Maringá (2010).

Sobre a autora

Licenciatura em História (Unicesumar - 2017); Licenciatura em Pedagogia (Universidade


Estadual de Maringá - 2003), com habilitação em Gestão Educacional (Universidade
Estadual de Maringá - 2006). Mestre em História (Universidade Estadual de Maringá -
2010); Especialização em: EAD e as Tecnologias Educacionais a Distância (Unicesumar
- 2014); Políticas Sociais: Infância e Adolescência (Universidade Estadual de Maringá -
2006) e em Educação Especial (Instituto Paranaense de Ensino - 2006).
INTRODUÇÃO DO LIVRO

Prezado(a) aluno(a):

Com muito prazer, apresento a você o nosso material de estudos sobre as Políticas
Públicas na Educação Básica. Por se tratar de um conteúdo tão complexo, este livro foi
pensado e organizado de uma maneira especial, não com a pretensão de decorar portarias,
leis ou decretos, e sim para que você consiga observar e analisar todos os contextos, aqui
vinculados, para formar suas próprias convicções de maneira crítica acerca dos desafios
que envolvem a educação em nosso país, os quais influenciam no processo de ensino-
aprendizagem de cada modalidade de ensino.

Entretanto, para que ocorra uma melhor compreensão acerca das Políticas Públicas na
Educação Básica, esse livro foi desenvolvido em três capítulos, criteriosamente
selecionados para que ocorra uma melhor sustentação à presente discussão.

No primeiro capítulo, você irá trabalhar com a Política Educacional: Estrutura e


Funcionamento da Educação Brasileira. O propósito desse capítulo é realizar uma
discussão acerca dos conceitos que envolvem o papel do Estado e os apontamentos
históricos vinculados às Políticas Públicas para a Educação Básica.

O segundo capítulo terá como foco de investigação os aspectos legais e organizacionais


da Política Pública, tendo como ênfase a Legislação Educacional e como o sistema
educacional brasileiro é organizado.

No terceiro e último capítulo, discutiremos a importância da gestão educacional, os


processos de financiamento e avaliação da educação básica, explorando, com atenção,
como a educação brasileira é financiada e avaliada, uma vez que todos os conceitos
apresentados e as ações realizadas nas salas de aula são influenciados por esses processos.
Por fim, as discussões apresentadas no presente material não têm o propósito de esgotar
todas as possibilidades de refletir criticamente a respeito dessas temáticas complexas, e
sim para que ocorra uma melhor compreensão acerca das Políticas Públicas que norteiam
a educação brasileira, vinculada à formação do homem, do cidadão, do pensar crítico
acerca dos aspectos políticos e sociais.

Tenha uma ótima leitura!!


UNIDADE I

Política Educacional: Estrutura e Funcionamento


da Educação Brasileira
Angela Sampaio de Deus Lima
INTRODUÇÃO

A política educacional reflete a multiface e a natureza complexa de todos os fenômenos


educativos. Mas é prudente que todos os profissionais voltados à educação analisem não
apenas os aspectos organizativos, mas, também, os conceitos que envolvem o
entendimento da ética e da política como duas instâncias de suma importância para o
desenvolvimento do homem. As Políticas Educacionais têm como pressuposto que a
educação é um direito de todos os indivíduos, refletindo a possibilidade de uma escola
democrática, juntamente com uma sociedade mais justa e humana, não importando classe
social ou etnia. Porém, para se chegar a tais objetivos, surge a necessidade de projetos em
âmbito nacional destinados ao desenvolvimento educacional, tendo como ênfase a
organização, o atendimento e a demanda de profissionais qualificados para atuar com o
atendimento da diversidade humana e aprendizagem dos alunos, não desqualificando as
características individuais, sociais, cognitivas e físicas nas quais o aluno está incluído.

Aristóteles (2001) destaca que a ética está relacionada ao comportamento do ser humano
e a política está relacionada à maneira de agir de uma sociedade. A ética pode ser descrita
como intelectual e moralmente excelente e a política é vinculada à organização da
sociedade, visando ao bem comum. Dessa maneira, a ética está vinculada ao
desenvolvimento do indivíduo e a política, ao desenvolvimento das relações sociais, e
ambas estão intimamente ligadas à educação.

Contudo, para Aristóteles (1998), o homem não nasce sabendo como pensar e agir de
maneira reflexiva e ética, e sim, ao longo da vida, vai formando as suas ações racionais e
sociais. Nesse contexto, a educação deve ser o processo que leva o homem a se tornar
intelectual e moralmente excelente.

Para tanto, não necessariamente se submete aos interesses de outras nações, mas sim
porque concorda com assuntos comuns que envolvem as políticas públicas atreladas à
educação. E é nesse contexto que se busca formar o perfil do aluno que poderá intervir e
mudar o panorama socioeconômico no qual está inserido.
Portanto, para que tais ideais consigam ser contemplados, de fato, as Políticas Públicas
na Educação, por intermédio de seus projetos pedagógicos, devem analisar e discutir as
diversidades, étnicas e culturais, em que o aluno está envolvido, atentando às demandas
pedagógicas que envolvem a aprendizagem no cotidiano escolar, deixando de ser algo
importante para apenas alguns indivíduos, e sim para a coletividade dos homens.

Fonte: Gennadiy Poznyakov, 123RF.


1. POLÍTICAS PÚBLICAS EM EDUCAÇÃO: DEFINIÇÕES E QUESTÕES

As políticas públicas implicam em determinadas ações cotidianas que o governo precisa


adotar visando ao bem-estar da população, as quais estão diretamente ligadas às
estratégias governamentais direcionadas a assuntos, problemas e estratégias de cunho
social, com o objetivo de solucioná-las. E são consideradas como “públicas” todas as
políticas que visam ações comandadas por integrantes estatais.

Ao longo da história, o conceito de política pública destinada à educação foi definindo-


se segundo as necessidades vigentes de cada sociedade, com a elaboração de várias
propostas de reformas destinadas à melhoria da educação brasileira, com diversos
programas educacionais focados na educação de qualidade e, ao mesmo tempo, de
quantidade.

Políticas públicas são diferentes de decisões políticas, pois políticas


públicas envolvem mais do que uma decisão e requerem ações
estrategicamente selecionadas para implementar as decisões tomadas.
Já decisões políticas representam a escolha de uma alternativa (Política
é a solução pacífica para os conflitos) (RUA, 2009, p. 19).

Entretanto, surge a necessidade de estudarmos que tais ações não obtiveram êxito, pois a
qualidade de ensino acaba refletindo os atuais problemas em que a nossa sociedade está
inserida. Enquanto o acesso à educação aumentou, a qualidade não obteve muito
progresso, pois a qualidade do ensino e das políticas públicas reflete diretamente na
qualidade social da educação. Não se conseguirá melhorar o sistema educacional apenas
diminuindo a evasão dos alunos, mas sim focando na relação da escola com a sociedade,
buscando o exercício de cidadania, isto é, a escola deve participar da vida social e política
do país.

A educação cumpre um papel essencial na mediação entre o indivíduo


humano e o gênero humano, na transmissão da cultura humana. As
competências teóricas e práticas acumuladas pelo gênero humano,
necessárias ao processo de trabalho, são transmitidas aos indivíduos
através da educação. Essa, ao mesmo tempo, é o mecanismo através do
qual as concepções acerca do funcionamento da sociedade são
transmitidas aos indivíduos. Por meio da educação que são transmitidos
aos homens os conhecimentos e saberes necessários à reprodução do
processo de trabalho. Esse não poderia manter sua continuidade sem a
presença do complexo social da educação (MARX; ENGELS, 1991, p.
55-56).

Ney (2008) discute que o conceito de “política” poderá ser focado por intermédio de dois
contextos ou, referindo-se ao programa de ação, vinculado aos objetivos alcançados por
uma administração ou gestão, ou às ações destinadas ao Estado: “[...] uma Nação-Estado
pode ser definida como um grupo complexo constituído por grupos sociais distintos que,
ocupando uma mesma base física, compartilham da mesma evolução histórico-cultural e
dos mesmos valores” (ESG, 2003 apud NEY, 2008, p. 53).

[...] no caso brasileiro, a atual política educacional é parte do projeto de


reforma do Estado que, tendo como diagnóstico da crise a crise do
Estado, e não do capitalismo, busca racionalizar recursos, diminuindo
o seu papel que se refere às políticas sociais. [...] Isso nos leva a crer
que a proposta de descentralização apresentada pela União consiste, em
todos os sentidos, em um repasse, para a sociedade, das políticas sociais
(NEY, 2008, p. 59).

Para tanto, a política pública ocorre mediante um conjunto de princípios, normas,


diretrizes e objetivos, de caráter abrangente, que destinam a atuação do poder público em
determinadas áreas, com a oferta de serviços públicos, mas realizada de maneira pontual
ou setorial, voltada para a demanda social dos grupos de interesse. Podem ser
caracterizadas como políticas públicas a manutenção de creches e escolas, as podas de
árvores, a vinculação de projetos de educação ambiental, entre outros: “[...] podem
introduzir as melhorias necessárias para que os segmentos pobres da população disponham de
melhores oportunidades em todas as situações que contribuem para que saiam da condição de
pobreza.” (DRAIBE, 1993, p. 40).
Observa-se que as políticas públicas direcionadas à educação devem possibilitar ações
que atendam às demandas e necessidades da comunidade escolar, voltadas para a
valorização dos funcionários da escola, bem como à formação de professores, criando
objetivos e ações para que ocorra, com mérito, a avaliação da educação e educação para
todos.

Figura 1.1: Surgimento das políticas públicas.


Fonte: Galera (2003, p.36).

Nesse contexto, surge a necessidade da reflexão da existência de um ambiente próprio


relacionado ao “fazer” educacional e que a escola deve funcionar como uma determinada
comunidade, tendo como princípio articular partes distintas de um processo complexo
que envolve os seus agentes comuns, que são os alunos, pais, profissionais relacionados
à educação e o Estado. Pois as políticas públicas educacionais refletem a respeito das
principais decisões do governo, que devem ter como ênfase o ambiente escolar, enquanto
ambiente de ensino-aprendizagem.

A função das instituições políticas é a de dar resposta às demandas


provenientes do ambiente social ou, segundo uma terminologia
corrente, de converter as demandas em respostas. As respostas das
instituições políticas são dadas sob a forma de decisões coletivas
vinculatórias para toda a sociedade (BOBBIO, 2007, p. 60).
Em relação ao avanço das políticas públicas educacionais no Brasil, direcionadas ao
campo educacional, Lourenço Filho (1965) realiza um comparativo entre o progresso da
educação escolar no Brasil entre os anos de 1900 e 1960 e o progresso social e econômico
do país. Para isso, recorreu aos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), confrontando dados econômicos e populacionais com dados da educação.

Em meio às transformações políticas e sociais, e com o processo de globalização, o papel


social das políticas públicas relacionadas à escola aos poucos começa a sofrer
transformações. Consequentemente, o sistema capitalista transformou tanto as políticas
educacionais quanto a própria escola em mais um mecanismo para se autopromover,
direcionado ao mercado de trabalho.

Nos últimos anos, assistimos em todo o mundo a um debate acalorado


— ainda longe de ser concluído — sobre o papel que o Estado deve
desempenhar na vida contemporânea e o grau de intervenção que deve
ter na economia. No Brasil, o tema adquire relevância particular, tendo
em vista que o Estado, em razão do modelo de desenvolvimento
adotado, desviou-se de suas funções precípuas para atuar com grande
ênfase na esfera produtiva. Essa maciça interferência do Estado no
mercado acarretou distorções crescentes nesse último, que passou a
conviver com artificialismos que se tornaram insustentáveis na década
de 90. Sem dúvida, num sistema capitalista, Estado e mercado, direta
ou indiretamente, são as duas instituições centrais que operam na
coordenação dos sistemas econômicos. Dessa forma, se uma delas
apresenta funcionamento irregular, é inevitável que nos deparamos com
uma crise. Foi assim nos anos 20 e 30, em que claramente foi o mau
funcionamento do mercado que trouxe em seu bojo uma crise
econômica de grandes proporções. Já nos anos 80, é a crise do Estado
que põe em xeque o modelo econômico em vigência (BRASIL, 1995,
p. 9-10).

O processo de globalização se constitui em fenômeno mundial e econômico, isto é, o


mundo inteiro unido pela via econômica, o qual trouxe mudanças no modo de educar o
trabalhador. Com base nesse pensamento, a educação escolar transforma-se em uma
determinada mercadoria ou serviço competitivo e mais seletivo, social e culturalmente.
Após seu surgimento e com as demandas das novas tecnologias, surgiu a necessidade de
políticas públicas mais flexíveis e de um novo conceito de educação voltado para as
transformações, com novos recursos tecnológicos que venham atender ao bem comum, e
não apenas uma parte da sociedade — com o intuito de, aos poucos, adequar-se às
mudanças e transformações técnico-científicas, com a finalidade de melhorar a educação
pública em meio a todos os desafios e transformações em que ela está inserida,
enfatizando as políticas públicas destinadas à qualidade da educação.

2. A EDUCAÇÃO COMO POLÍTICA PÚBLICA

Ao longo da história, as políticas públicas voltadas ao setor educacional foram analisadas


e exploradas tendo como foco a sustentabilidade e as necessidades econômicas de um
determinado período histórico da sociedade. E a educação, por sua vez, é considerada
como um ato político. Para tanto, é importante a compreensão do que é política pública
e, também, quais são as razões pelas quais educar pode ser caracterizado como uma ação
política.

[...] a história do Brasil é marcada pelo patrimonialismo, utilização do


público para benefício privado, clientelismo e pelos pactos de
conciliação entre as camadas dominantes. Para o autor, foi assim,
também, na transição da ditadura para o período de transição
democrática, em que, mais uma vez, foi pactuado pelo alto,
permanecendo no período de democratização o mesmo grupo dirigente
da ditadura (NEY, 2008, p. 45).

Mas, para discutir tais ações perante a educação como política pública, é importante
evidenciar a necessidade de se analisar os conceitos básicos de liberalismo e
neoliberalismo, pois grande parte dos estudos produzidos na atualidade, em relação à
educação como política pública, partem da crítica aos princípios neoliberais. Porém,
deve-se analisar que o neoliberalismo é um determinado conjunto de ações e metas, no
qual a sociedade capitalista está estruturada, voltada à propriedade privada, competição e
mérito.
Porém, quanto a retratar a ideia de bem-comum, há que se ter como base os avanços do
neoliberalismo e da globalização, de modo que as ações direcionadas ao bem público
ficam, aos poucos, menos relativas à especificidade de cada indivíduo, e sim direcionadas
ao bem comum.

[...] podem introduzir as melhorias necessárias para que os segmentos


pobres da população disponham de melhores oportunidades em todas
as situações que contribuem para que saiam da condição de pobreza
(DRAIBE,1993, p. 40).

Ocorrem, também, as defesas direcionadas ao esforço coletivo direcionado à política


pública educacional. Mas, para esses pensadores, o processo de globalização não aceita
que os países sejam abandonados à sua própria sorte, principalmente os países
subdesenvolvidos.

Para compreender os ideais das políticas públicas educacionais, é necessário analisar e


observar a educação não somente como uma política pública, mas, também, como parte
da política social, sendo vista com um olhar mais humanitário, direcionado ao
voluntariado: “[...] a educação não é neutra, pois é o Estado ou o educador que traça
valores, princípios, objetivos e políticos esperados para a educação!” (NEY, 2008, p. 16).

Visão de mundo: é o conjunto de ideias sobre o homem, a sociedade, a


história e sua relação social com a sociedade e a natureza. Ela é
constituída de acordo com a situação e os interesses de grupos e classes
sociais em que o indivíduo está identificado. Todos nós temos uma.
Valores: significam princípios, normas ou padrões sociais aceitos ou
mantidos por indivíduos, grupos, classes e sociedades. São padrões
éticos que norteiam nossas vidas. Crenças: são ideias, pensamentos,
dogmas, etc., em que acreditamos (NEY, 2008, p. 17).

Para isso, discute que tanto a educação brasileira quanto as políticas públicas educacionais
devem ser analisadas como ações desprovidas de preconceitos e vinculadas em projetos
com pretensão educativa.
A educação, sendo um bem público, é também preocupação de todas as
nações e, além disso, percebe-se cada vez mais que os problemas são
semelhantes e que a comunhão de valores e princípios se coloca não
somente como algo importante, mas como algo absolutamente
necessário. Não se trata de atender aos interesses de um país ou outro,
ou mesmo do mercado, mas sim estabelecer certas noções a partir das
quais os países possam garantir que todos os cidadãos tenham acesso
ao conhecimento pertinente para o nosso tempo. (SANTIN, 2015, p.
49).

Todavia, as Políticas Públicas Educacionais podem ser estudadas e exploradas como


análise e compreensão de uma determinada situação em que a educação está inserida. Já
no campo das instituições, não devem ser exploradas recortando e definindo padrões
baseados em um único patamar ou objetivo comum para todas as instituições, sem que
antes ocorra a análise da sociedade nas quais estão incluídas. Mas, sem conceitos
definidos e objetivos, a vivência histórica poderá impedir a comparação entre os
processos, assim dificultando a organização e análise da construção de tipos ou
paradigmas. “Políticas Públicas são um conjunto de ações e decisões do governo voltadas
para a solução (ou não) de problemas da sociedade [...]” (CARVALHO, 2008, p. 5).

Segundo a UNESCO (1990), no que se refere especificamente às Políticas Públicas


Educacionais, podem ser destacados alguns documentos, tais como a Declaração Mundial
de Educação para Todos (UNESCO,1990), que tem como propósito garantir que a
educação — que é um direito fundamental do homem, previsto na Declaração Universal
dos Direitos Humanos (UNESCO, 1990) — chegue a todas as pessoas, tendo como foco
as discussões da UNESCO e a UNICEF e apoio do Banco Mundial e de outras
organizações de naturezas diversas.
3. EDUCAÇÃO PARA TODOS

O lema “Educação para todos”, fundado nas Políticas Públicas Educacionais, possui a
seguinte proposta de ensino:

PROPOSTA:

1. Educação para todos.

2. Universalizar a educação básica.

3. Necessidades básicas de aprendizagem.

4. Ampliar a visão da educação básica.

5. Educação básica como alicerce de aprendizagens posteriores.

6. Melhorar as condições de aprendizagem.

7. Educação básica para todos os países.

8. Responsabilidade dos organismos governamentais e não


governamentais e da comunidade internacional, perante a
educação básica.

RESPOSTA

1. Educação para meninos e meninas (os mais pobres entre os


pobres).

2. Educação escolar (primária).

3. Necessidades mínimas de aprendizagem.

4. Ampliar o tempo (número de anos) da escolaridade obrigatória.

5. Educação básica como um fim em si mesma.


6. Melhorar as condições internas da instituição escolar.

7. Os países em desenvolvimento.

8. Responsabilidade dos países (TORRES, 2001, p. 29).

A partir dessas discussões, a educação escolar brasileira sofreu mudanças significativas


em diferentes momentos históricos, as quais podem ser compreendidas como um
determinado processo que envolve não somente a negociação, mas também a luta pela
internacionalização do saber educacional e quais são as políticas públicas que envolvem
e direcionam a educação.

SAIBA MAIS

Acesse o artigo de Carlos Alberto Torres “A escola precisa debater as influências da


globalização”, para saber mais sobre esse conteúdo:
<https://novaescola.org.br/conteudo/931/carlos-alberto-torres-a-escola-precisa-debater-as-
influencias-da-globalizacao>.

4. O PAPEL DO ESTADO NO BRASIL

Para conseguir compreender o contexto de educação no qual o nosso país está envolvido,
há que se ter como base o contexto de Estado, pois a educação escolar está vinculada à
compreensão e objetividades de seus fundamentos políticos, que se caracterizam com os
ideais do Estado e a noção de bem público, ou bem-comum. Ou seja, para conseguir
estudar e compreender a educação escolar, surge a necessidade de entender que ela se dá
no âmbito do Estado, e que deverá ser direcionada ao bem de todos, e não às vontades de
apenas alguns indivíduos.
Figura 1.2: O papel do Estado no Brasil.
Fonte: Elaborado pela autora.

Não há como estudar e analisar a educação sem observar o entendimento da política e da


ética, e como essas duas instâncias ajudam na construção do homem; pois a própria
existência do Estado poderá ser caracterizada por intermédio de uma demanda e
necessidade da sociedade, no sentido de que é necessário que haja princípios, valores,
condutas e normas que atribuem e dão uma direção para o todo.

É fácil compreender que, em grupos de população muito dispersos, de


economia incipiente, muitas vezes reduzida à prática de agricultura de
subsistência ou pouco mais que isso, em regime quase geral de
subemprego, as expectativas de melhoria dos padrões de vida são
exíguas, não apresentando maior sentido prático a preparação formal
que a escola possa proporcionar. (LOURENÇO FILHO, 1965, p. 265).

Também surge a necessidade de refletir que a própria existência do Estado é decorrente


de ações e demandas de uma determinada sociedade, com a finalidade de regulamentar
as ações dos indivíduos, como cidadãos aptos a exercerem seus direitos e deveres, por
meio da liberdade individual de uma maneira mais plena.

Porém, deve-se conhecer e compreender a influência do Estado nos aspectos sociais e


políticos que envolvem as necessidades e contexto da educação brasileira, para
compreender que a educação escolar brasileira deve ser vista e tratada como um todo,
pois não foi sempre igual, e sofreu mudanças no decorrer dos anos.
[...] o direito a uma educação básica deve ser uma ação de
responsabilidade do Estado e suas obrigações correspondentes. Sendo
esse um serviço público e não uma mercadoria, da cidadania, uma vez
que a Constituição reconhece a educação como direito social e dever do
Estado. Mesmo quando autorizada pelo Estado a oferecer esse serviço, a
instituição privada não deixa de mediar o caráter público inerente à
educação. Só que essa ação obrigatória do Estado vai se pôr em marcha
no interior de um Estado federativo. (CURY, 2002, p. 98).

Porém, também surge a necessidade de estudá-la a partir das demandas do Estado, acerca
das ações e organizações que regem o sistema educacional brasileiro, para que, dessa
maneira, se possa refletir que a educação é um bem público e que todo indivíduo tem
direito e garantia, perante as leis, de obter acesso à educação escolar.

É importante salientar que a medida para a implantação e


desenvolvimento desses direitos é o bem-comum. Os Estados devem
garantir que as pessoas usufruam desses direitos, na condição de
cidadãos livres, mas precisa zelar para que a individualidade não
suplante a coletividade. Se todos têm os mesmos direitos, não é legítimo
que o direito de um impeça o direito do outro e que o direito de alguns
se sobreponha ao bem-comum, ao que interesse a todos como
‘comunidade planetária’. (SANTIN, 2015, p. 30).

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (BRASIL, 1996) tem como princípio básico que
a educação escolar é um direito de todo cidadão, não importando classe social, cor ou
etnia, e que deve ser garantida pelas instituições, entre elas o Estado.

A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de


liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o
pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1996, Art. 2).
A educação escolar é, atualmente, um direito de todo cidadão e, no contexto das leis que
regem o nosso país, deve ser garantida pelas instituições responsáveis, entre as quais
destaca-se o Estado. Mas, para que haja a compreensão real da estrutura e do
funcionamento da educação escolar brasileira, é preciso compreender que os homens
elaboraram, ao longo da história, uma série de concepções acerca do Estado.

Entretanto, Bobbio (2007) reflete que a ideia central de Estado está expressa nas relações
entre o sistema social e as instituições políticas. Mas essa relação deverá acontecer de
uma maneira que seja vinculada ao Estado democrático de direito, no qual impera o
governo das leis.

Mas, para conhecer e compreender os aspectos sociais e políticos que envolvem a


influência do Estado no cenário da educação brasileira, necessita-se compreender a
educação escolar brasileira como um todo, pois essa sofre mudanças e não foi sempre
igual no decorrer dos anos.

Para tanto, Peroni (2003) também discute que é necessário que ocorra um questionamento
acerca das leis que são formuladas e que não é provável que elas tragam elementos
passionais que possam torná-las justas ou injustas; e que o governo, por intermédio das
leis, tem entre seus princípios regulamentar as relações na sociedade com base nos
questionamentos e limites internos e externos.

Porém, do ponto de vista teórico, surge a necessidade de se observar a influência das


demandas do ‘liberalismo’ e ‘neoliberalismo’ perante as obrigações atribuídas ao Estado,
pois esses dois termos refletem um conjunto de ideias e ações por meio das quais a
sociedade se organiza desde os séculos XVI e XVII. Assim, o neoliberalismo é
caracterizado como uma maneira de organização social que desenvolveu a dissolução das
políticas voltadas ao bem-estar social e, por sua vez, o liberalismo poderá ser
caracterizado como um conjunto de ideias políticas e econômicas.

Assim, o liberalismo pode ser definido como os princípios de defesa à propriedade


privada, tanto as liberdades civis quanto as de mercado. Contrapõe-se ao neoliberalismo,
que consiste em “enxugar” a administração pública, voltada aos assuntos econômicos,
com a função de tornar o Estado brasileiro bem mais eficiente e menos custoso.
A reforma do Estado deve ser entendida dentro do contexto da
redefinição do papel do Estado, que deixa de ser responsável direto pelo
desenvolvimento econômico e social pela via da produção de bens e
serviços, para fortalecer-se na função de promotor e regulador desse
desenvolvimento (BRASIL, 1995, p. 12).

O processo de globalização também foi outro processo que contribuiu com as mudanças
do Estado perante a educação, pois se constituiu como um fenômeno mundial e
econômico que trouxe mudanças no modo de educar o trabalhador.

As políticas educacionais direcionadas ao Estado são institucionalizadas e conseguem


ultrapassar o período de um governo, pois abrangem as necessidades vigentes de cada
sociedade. Para tanto, o Estado pode ser caracterizado tanto a partir das suas instituições
quanto das funções que essas instituições desempenham, pois também pode ser definido
como o “[...] conjunto de instituições permanentes que possibilitam a ação do governo”
(HÖFLING, 2001, p. 31).

O Estado não pode ser reduzido à burocracia pública, aos organismos


estatais que conceberiam e implementariam as políticas públicas. As
políticas públicas são aqui compreendidas como as de responsabilidade
do Estado — quanto à implementação e manutenção a partir de um
processo de tomada de decisões que envolvem órgãos públicos e
diferentes organismos e agentes da sociedade relacionados à política
implementada. (HÖLFLING, 2001, p. 34).

Libâneo, Toschi e Oliveira (2012) discutem que a compreensão do conceito de Estado é


fundamental para o desenvolvimento e crescimentos das leis que regem a educação, pois
permite exercer a crítica, em relação aos paradigmas relacionados à liberdade econômica,
da eficiência e da qualidade do Estado e quais são as tendências direcionadas ao
capitalismo-liberal à medida que a sociedade consegue compreender a sua função.

[...] Economia de mercado autorregulável: livre concorrência;


fortalecimento da iniciativa privada, com ênfase na competitividade, na
eficiência e na qualidade de serviços e produtos.
[...] Estado minimalista, com três funções: policiamento, justiça e
defesa nacional; projeto de desestatização, desregulamentação e
privatização; desqualificação dos serviços e das políticas públicas.

[...] Democracia indireta; ênfase na democracia formal (refere-se à


forma de governo); Ênfase na liberdade, na propriedade, na
individualidade (direitos naturais), na economia de mercado
autorregulável.

[...] Educação com ênfase no ensino privado, na escola


diferenciada/dual e na formação das elites intelectuais; formação para
o atendimento das demandas/exigências do mercado.

[...] Indivíduos, seleção dos melhores, baseada em critérios naturais de


aptidão e inteligência; elitismo psicocultural (seletividade
meritocracia).

[...] Direito privado, na propriedade privada; na lei como instrumento


de igualdade formal; Governo limitado; (LIBÂNEO; TOSCHI e
OLIVEIRA , 2012, p. 100-101).

Por sua vez, Bourdieu (1996) declara que o Estado pode ser observado como um
indivíduo que, com a “mão direita”, defende os interesses privados e, com a “mão
esquerda”, defende os interesses públicos e sociais. Nesse contexto, pode-se observar que
o Estado age, de uma maneira significativa, atendendo, em determinados momentos, às
necessidades vinculadas à sociedade civil; em outro momento, às demandas destinadas
ao mercado e a globalização, por intermédio das diretrizes e leis que normalizam as
relações que são estabelecidas e direcionadas no contexto educacional.

Sob esta perspectiva, a intervenção do Estado constituiria uma ameaça


aos interesses e liberdades individuais, uma vez que inibiria a
concorrência e a livre iniciativa, podendo, assim, bloquear os
mecanismos de equilíbrio que o mercado é capaz de gerar. O livre
mercado é apontado pelos neoliberais como o grande equalizador das
oportunidades dos indivíduos na sociedade. (HÖFLING, 2001, p. 32).
As políticas públicas na educação básica são dirigidas pelo Estado, quanto à sua
implementação e manutenção, mas são vivenciadas na sociedade com problemas ou
demandas econômicas e políticas, as quais podem ser definidas como resultado de uma
interação entre o Estado e a sociedade. Dessa maneira, pode-se discutir que a democracia
que é atribuída à sociedade acaba sendo aos poucos colocada em contradição, com base
em uma ideologia difundida pelas políticas públicas destinadas à educação, a qual é
difundida como meio de democratização, com representação na igualdade, mas que, na
verdade, reflete resultados desiguais.

O processo de definição do papel do Estado na educação também está vinculado a uma


sociedade que reflete os conflitos e interesses que envolvem as esferas de poder que vão
além das instituições do Estado e da sociedade como um todo. Tais políticas podem ser
“[...] entendidas como o “Estado em ação”; é o Estado implantando um projeto de
governo, através de programas, de ações voltadas para setores específicos da sociedade”
(HÖFLING, 2001, p. 31).

Por sua vez, Peroni (2003) descreve que as políticas educacionais relacionadas ao Estado
podem ser analisadas como o processo que envolve uma determinada negociação e luta
entre diferentes grupos políticos e sociais, que são configuradas no âmbito da
internacionalização do capital, surgindo a necessidade de sempre se analisar qual é o
projeto social do Estado vinculado às políticas públicas na educação básica.

No caso brasileiro, até recentemente, a política educacional foi vista


como parte do projeto de reforma do Estado. Reformava-se, pois, o
Estado, já que se entendia que a crise era do Estado, e não do
capitalismo. Nessa perspectiva, busca-se racionalizar recursos,
diminuindo o seu papel no que tange às políticas sociais (PERONI,
2003, p. 5).

Para refletir acerca da função do Estado perante a educação, deve-se analisar que a
educação é um bem público e, como tal, necessita de compreensão dos elementos que a
caracterizam e a constituem; compreendendo, também, os aspectos políticos e sociais que
envolvem o cenário da educação brasileira, pois essa não foi sempre igual, e sofreu
mudanças no decorrer dos anos. Com relação ao redirecionamento do Estado destinados
às políticas públicas, Carvalho (2008) destaca as seguintes estratégias:

• Estimular soluções fora do setor público, terceirizando, estabelecendo


parcerias e contratando serviços de mercado.

• Fornecer a participação crescente do trabalho voluntário e do “terceiro


setor” na provisão dos serviços públicos.

• Combater a prática monopolista, privilegiando a liberdade de escolha


e estimulando a competição (pública e/ou privada) entre os que prestam
serviços públicos.

• Controlar e fiscalizar a qualidade dos serviços prestados, adotando


mecanismos de avaliação da satisfação do cliente e de reconhecimento
de sua opinião e vontade, a fim de regular o sistema, orientar suas ações
e orientar as ações da gestão.

• Descentralizar, delegando autoridade, confiando poder e atribuindo


responsabilidades aos cidadãos, em lugar de simplesmente servi-los.

• Orientar as ações segundo os mecanismos de mercado (competição,


livre escolha, opção do consumidor, tomadas de decisão baseadas nos
melhores resultados), estruturar o mercado (estabelecer regras, orientar
as decisões dos agentes privados) e induzi-lo a mudanças (divulgar
informações sobre a qualidade dos serviços, estimular a demanda,
catalisar a formação de novos setores do mercado e conceder incentivos
para influenciar a oferta de preços e serviços).

• Abrandar ou reverter o crescimento do setor administrativo,


diminuindo as despesas públicas e o número de funcionários.
(CARVALHO, 2008, p. 214-216).

Todavia, o Estado também deve ser visto como parte das políticas sociais que envolvem
a educação brasileira, as quais são apresentadas com tendências humanitárias vinculadas
ao apelo ao voluntariado, pois: “[...] a educação não é neutra, pois é o Estado ou o
educador que traça valores, princípios, objetivos e políticas esperadas para a educação!”
(NEY, 2008, p. 16).

Na conjuntura de Estado, a escola é caracterizada como uma instituição social que recebe
diferentes funções de acordo com as demandas e anseios das diversas sociedades pelas
quais é constituída, ou seja, a compreensão quanto ao papel destinado à escola não pode
ser única, pois esse é fruto de diferentes propostas de cunho educacional.

Este estudo também leva a certas determinações do conceito de Estado,


que, habitualmente, é entendido como sociedade política (ou ditadura,
ou aparelho coercitivo, para moldar a massa popular segundo um tipo
de produção e a economia de um dado momento), e não como um
equilíbrio da sociedade política com a sociedade civil (ou a hegemonia
de um grupo social sobre toda a sociedade nacional, exercida através
das organizações ditas privadas, como a igreja, os sindicatos, as escolas,
etc.), e é especialmente na sociedade civil que operam os intelectuais.
(GRAMSCI, 2000, p. 84).

SAIBA MAIS

Para saber mais sobre o neoliberalismo, acesse o link disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=sFyCwUM3qXA.

PENSE NISSO

Nessa unidade exploramos a função do Estado perante as políticas educacionais brasileiras, e


analisamos a educação como política pública. Com base nessas discussões, reflita se, em sua
cidade, a escola vem sendo tratada como um bem público. A partir desse contexto, qual é a sua
contribuição para que a educação ao seu redor seja, de fato, tratada como um bem de todos os
homens?
DICA DE LEITURA

Nome do livro: Estrutura e funcionamento da educação básica

Editora:Thomson Pioneira

Autor: Anita Favaro Martelli e João Gualberto de Carvalho Meneses

ISBN: 8522100969

Comentário: O livro contempla uma análise do processo de transformação da educação básica


brasileira desde a época de promulgação da nova LDB, em 1996, trazendo à tona debates
fundamentais em torno das novas estruturas da educação e de como elas poderiam influenciar o
funcionamento do ensino.
ATIVIDADES

1. A educação escolar é um direito de todo cidadão e que deve ser garantido pelas
instituições, entre elas o Estado. Nessa perspectiva, analise as afirmações abaixo e
assinale a que está correta:

I - A função do Estado é de controlar as ações dos cidadãos.

II - Os homens elaboraram, ao longo da história, uma série de concepções acerca do


Estado, o qual deverá ser direcionado ao bem de todos, e não às vontades de alguns
indivíduos.

III - Do ponto de vista da educação, o Estado não é uma instituição necessária, pois
educar-se é um ato que se dá entre indivíduos.

IV - O Estado se configura a partir da relação entre os cidadãos e os políticos, na qual o


cidadão deverá sanar todas as necessidades do Estado.

V - O Estado é somente formado por um conjunto de repartições cuja função é de apenas


desenvolver a burocracia, inclusive no campo da educação.

Está(ão) correta(s):

a) Somente as afirmativas II e III.


b) Somente a afirmativa II.
c) Somente as afirmativas I e IV.
d) Somente a afirmativa V.
e) Somente as afirmativas II e IV.
2. As décadas de 1980 e 1990 foram importantes para o desenvolvimento das políticas
públicas educacionais na atualidade. Nesse contexto, é fundamental considerarmos as
reformas neoliberais que ocorreram naquela época. Com base nessa discussão, é correto
afirmar que:

I - As reformas são caracterizadas como neoliberais em decorrência da sua natureza,


determinada pelo projeto neoliberal de sociedade.

II – O neoliberalismo pode ser definido como a igualdade real entre os indivíduos, isto é,
nenhum cidadão deve possuir mais bens do que os outros.

III – As ideias neoliberais são destinadas somente à melhorias da sociedade.

IV - Neoliberal é aquele que defende as ideias liberais, mas radicaliza a necessidade de


redução do papel do Estado nos assuntos econômicos, levando, assim, às últimas
consequências o princípio do Estado mínimo.

V - O neoliberalismo defende o Estado de bem-estar social, pois acredita que somente o


Estado deverá assegurar a educação para todos.

Está(ão) correta(s):

a) Somente as afirmativas II e III.


b) Somente a afirmativa II.
c) Somente as afirmativas I e IV.
d) Somente a afirmativa V.
e) Somente as afirmativas II e IV.
3. Para Santin (2015, p. 67):

[...] a educação brasileira não deve ser entendida de maneira


isolada, como um fenômeno puramente local. Precisamos
considerar que o Brasil é um Estado e que não está isolado, mas se
relaciona de diversas maneiras com outras nações, tanto
desenvolvidas quanto em desenvolvimento.

Com base nessa citação, assinale a alternativa correta.

I – É função exclusiva do Estado criar articulação entre as famílias e a comunidade,


desenvolvendo processos de integração da sociedade com a escola.

II– A escola deverá assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas.

III – O professor deverá zelar pela aprendizagem dos alunos.

IV – O Estado deverá criar as propostas pedagógicas dos estabelecimentos de ensino.

V – A escola não necessita do Estado para cumprir as demandas educacionais.

Está(ão) correta(s):

a) Somente as afirmativas II e III.


b) Somente a afirmativa III.
c) Somente as afirmativas I e IV.
d) Somente a afirmativa IV.
e) Somente as afirmativas II e V.
4. O Estado poderá ser caracterizado por intermédio de uma demanda e necessidade da
sociedade, com base em condutas e normas que atribuem uma direção para o todo.

POR ISSO

O neoliberal é aquele que defende as ideias liberais, mas atribui ao Estado todos os
assuntos de cunho econômico.

A respeito das duas asserções acima, assinale a alternativa correta:

a) As duas asserções são verdadeiras e a segunda é uma justificativa correta da


primeira.
b) As duas asserções são verdadeiras e a segunda não é uma justificativa correta da
primeira.
c) A primeira asserção é verdadeira, e a segunda, falsa.
d) A primeira asserção é falsa, e a segunda, verdadeira.
e) Tanto a primeira quanto a segunda asserções são falsas.

5 - Tanto a educação brasileira quanto as políticas públicas educacionais devem ser


focadas em ações desprovidas de preconceitos e vinculadas em projetos destinados à
pretensão educativa. Com base nesse contexto, assinale a alternativa correta.

I - Para explorar os ideais das políticas públicas educacionais, surge a necessidade de


compreender que a educação deverá ser focada somente como política pública, visando o
bem-estar do indivíduo.

II - No campo das instituições, a educação deverá ser explorada e recortada com padrões
baseados em anseios de uma única sociedade.

III – O Neoliberalismo é um processo de redução do tamanho do Estado somente para os


assuntos políticos vinculados à educação.

IV – As Políticas Públicas são ações e decisões do governo voltadas para a solução (ou
não) de problemas de cunho social.
V - A escola não deverá ser um ambiente de diversificação social, e sim deverá
concretizar os anseios políticos da sociedade na qual está incluída.

Está(ão) correta(s):

a) Somente as afirmativas II e III.


b) Somente a afirmativa III.
c) Somente as afirmativas I e IV.
d) Somente a afirmativa IV.
e) Somente as afirmativas II e V.
UNIDADE II

Aspectos Legais e Organizacionais da Política


Pública na Educação
Angela Sampaio de Deus Lima
INTRODUÇÃO

Em decorrência de muitos acontecimentos mundiais, o século XX foi marcado por grandes


mudanças e transformações, tais como a 1ª e a 2ª Guerra Mundial, as quais dizimaram e
empobreceram muitos países, com a criação de armas de destruição em massa. As
atrocidades ocorridas nas duas Guerras influenciaram na criação de organizações com a
finalidade de defender não somente os interesses individuais, mas sim os coletivos.

Desde o fim da 2ª Guerra Mundial e com a criação da ONU, as nações economicamente e


politicamente mais poderosas começaram a desenvolver diretrizes de cunho político,
econômico e social. Em função desses fatos, surge a necessidade de se realizar uma breve
análise quanto à Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948); o Pacto Internacional
sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (ONU,1966); a Declaração Mundial de
Educação para Todos (1990) e o Marco de Dakar (2000), os quais contribuíram para as
mudanças decorrentes na educação mundial. Esses documentos têm como ênfase promover
a ampliação do acesso à educação básica de qualidade, a fim de garantir as condições
necessárias para diminuir a desigualdade e para que os países, principalmente os em
desenvolvimento, consigam crescer social e economicamente.

Os documentos desenvolvidos pela UNESCO têm por finalidade descrever o que os países
precisam criar, quais são os objetivos e as diretrizes destinados aos planejamentos e gestão
das instituições escolares. Mas, para que tais medidas ocorram na prática, surge a
necessidade de metas, desafios e investimentos na formação plena dos profissionais
voltados à educação, bem como no sistema de avaliação educacional, preparando a
Educação para novos desafios. “Os educandos potenciais precisam ver que os benefícios
da educação são maiores do que os custos a ser enfrentados [...]” (UNESCO, 1990, Plano
de ação).

Esses são alguns dos conteúdos que serão trabalhados nesta unidade.
Fonte: luckybusiness, 123RF.

1. Declaração Universal dos Direitos Humanos (UNESCO, 1948)

A Declaração Universal dos Direitos Humanos (ONU, 1948), é composta de 30 artigos,


nos quais a educação é abordada no artigo XXVI, e também tem como ênfase a reiteração
os direitos fundamentais do homem. Também contempla dois outros documentos: o Pacto
Internacional dos Direitos Civis e Políticos, e o Pacto Internacional sobre os Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais, destacando-se os seguintes elementos direcionados à
educação:

 A educação é um direito universal, não importando as sociais do indivíduo.


 A educação básica deve ser gratuita.
 A educação básica deve ser obrigatória.
 Todas as pessoas devem ter acesso ao ensino técnico-profissional.
 O mérito deve ser a base para o ensino superior.
 A educação deve ser orientada para o pleno desenvolvimento da personalidade
humana.
 A educação deve promover a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas
as nações e grupos raciais ou religiosos.

1.1 Pacto Internacional (ONU,1966)

Outro documento fundamental voltado para a educação é o Pacto Internacional


(ONU,1966) destinado aos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, o qual enfatiza que
os países que assinaram esse pacto devem valorizar o desenvolvimento de diversos
programas direcionados à educação das pessoas que, por algum motivo, não tiveram a
oportunidade de estudar, ou seja, são os programas de educação de jovens e adultos.

O Pacto Internacional (ONU,1966) tem ação vinculada ao pensamento de que o adulto,


quando bem escolarizado, influencia na escolarização das crianças e adolescentes,
criando, dessa maneira, um ambiente favorável ao progresso do país. Para tanto, esse
documento é composto por um preâmbulo e por 31 artigos divididos em cinco partes.

A primeira parte é definida pelo art. 1, que descreve que, em seus territórios, os povos
são soberanos e livres na organização de seus recursos naturais e riquezas, “[...] sem
prejuízo das obrigações que decorrem da cooperação econômica internacional, fundada
sobre o princípio do interesse mútuo e do direito internacional” (art. 1º, §2). Observa-se
uma determinada preocupação com a interdependência dos Estados, os quais, mesmo que
sejam livres e autônomos, devem cooperar uns com os outros no que se refere às questões
de cunho comum.

A segunda parte é composta pelos art. 2º ao 5º, que têm como foco a amplitude do Pacto
Internacional (1966), ressaltando que os Estados devem incorporar os direitos,
principalmente destinados ao combate à discriminação, resolver o problema dos
estrangeiros que residem em país, primar pela igualdade de gênero e garantir que os
direitos individuais devem ser limitados em favor do bem-comum.
A terceira parte é relacionada aos art. 6º a 15º, os quais abrangem as ações objetivas a
serem dirigidas pelos Estados, a fim de garantir os direitos econômicos, sociais e
culturais, com a finalidade de direcionar as condições essenciais de vida para homem, as
quais devem ser garantidas pelos Estados. Tem como início os artigos 6º e 7º, com foco
no direito ao trabalho sob circunstâncias justas e favoráveis. Segue com o art. 8º, que é
voltado para o direito à organização sindical. O art. 9º é relacionado à segurança social.
O art. 10º está relacionado à proteção da família, criança e adolescente. Já o art. 11º é
vinculado à alimentação. O art. 12º é vinculado à saúde física e mental. Os arts. 13º e 14º
são focados na educação. E, para finalizar, o art.15º é relacionado ao direito à cultura, ao
conhecimento e à liberdade de ação e criação.

A quarta parte do documento é composta pelos arts. 16º ao 25º, que têm como meta o
acompanhamento da aplicação do Pacto, destinado à forma de como deve ser a prestação
de conta dos Estados à ONU, bem como as competências destinadas a cada órgão
envolvido.

Já a quinta e última parte, composta pelos artigos 26º ao 31º, tem por ênfase retratar
algumas questões burocráticas, tais como os devidos prazos para implantação e mudanças
no Pacto Internacional, os procedimentos que devem ser estabelecidos para a ratificação
e emendas, e a divulgação e indexação do documento aos anais da ONU.

1.2 Declaração Mundial de Educação para Todos (UNESCO, 1990)

Por sua vez, a Declaração Mundial de Educação para Todos (UNESCO, 1990) tem como
princípio desenvolver o acesso à educação básica de qualidade, para que, dessa maneira,
os países consigam garantir as condições necessárias para diminuir a desigualdade, tanto
social quanto educacional. Todavia, as políticas públicas educacionais enfatizadas tanto
na Declaração Universal de Direitos Humanos (ONU, 1948) quanto na Declaração
Mundial de Educação para Todos (UNESCO, 1990) destinam quais são os elementos e
as ações que as escolas necessitam para que ocorra de fato a estruturação e o
funcionamento da educação, já que é com base nessas declarações que se estabelecem os
princípios para a organização educacional em nosso país.
1.3 Plano geral da declaração mundial de educação para todos (UNESCO, 1990)

O Plano geral da declaração mundial de educação para todos (UNESCO, 1990) tem como
propósito a satisfação das necessidades básicas de aprendizagem; mas, para que ocorra
essa “satisfação”, surge a necessidade de manter um padrão mínimo de qualidade, o qual
está vinculado às questões que envolvem a democratização do ensino público, pois
deverão ocorrer condições que garantam aos indivíduos a sua permanência na escola, as
quais são tão importantes quanto as condições para o acesso ao ensino.

Todas as nações devem agir conjuntamente para resolver conflitos e


disputas, pôr fim às ocupações militares e assentar populações
deslocadas ou facilitar seu retorno a seus países de origem, bem como
garantir o atendimento de suas necessidades básicas de aprendizagem.
Só um ambiente estável e pacífico pode criar condições para que todos
os seres humanos, crianças e adultos, venham a beneficiar-se das
propostas desta declaração (UNESCO, 1990).

Nesse sentido, analisando que um dos objetivos fundamentais dessa Conferência está
vinculado às necessidades básicas de aprendizagem, deve-se conhecer, também, quais são
essas necessidades, apresentadas no art. 1:

Essas necessidades compreendem tanto os instrumentos essenciais para


a aprendizagem (como a leitura e a escrita, a expressão oral, o cálculo,
a solução de problemas), quanto os conteúdos básicos da aprendizagem
(como conhecimentos, habilidades, valores e atitudes), necessários para
que os seres humanos possam sobreviver, desenvolver plenamente suas
potencialidades, viver e trabalhar com dignidade, participar plenamente
do desenvolvimento, melhorar a qualidade de vida, tomar decisões
fundamentadas e continuar aprendendo (UNESCO, 1990).

1.4 Marco de Dakar (UNESCO, 2001)

O Marco de Dakar não é somente uma reafirmação dos compromissos assumidos na


Conferência de 1990, mas também a ratificação dos debates travados em uma série de
encontros que aconteceram ao longo da década, os quais devem ser materializados em
planos nacionais que objetivem a sistematização das ações que devem ser executadas, por
meio de diretrizes voltadas para o melhoramento da educação, tanto destinadas aos
recursos financeiros quanto aos recursos humanos.

Mas, para se chegar a tais ideais, é necessário que ocorra um alinhamento no Brasil em
relação às demandas internacionais relacionadas à educação, pois, por intermédio do
Marco de Dakar, os países devem assumir os seguintes objetivos perante a educação:

I. expandir e melhorar o cuidado e a educação da criança pequena,


especialmente para as crianças mais vulneráveis e em maior
desvantagem;

II. assegurar que todas as crianças, com ênfase especial nas meninas e
crianças em circunstâncias difíceis, tenham acesso à educação primária,
obrigatória, gratuita e de boa qualidade até o ano de 2015;

III. assegurar que as necessidades de aprendizagem de todos os jovens


e adultos sejam atendidas pelo acesso equitativo à aprendizagem
apropriada, às habilidades para a vida e a programas de formação para
a cidadania;

IV. alcançar uma melhoria de 50% nos níveis de alfabetização de


adultos até 2015, especialmente para as mulheres, e acesso equitativo à
educação básica e continuada para todos os adultos;

V. eliminar disparidades de gênero na educação primária e secundária


até 2005 e alcançar a igualdade de gênero na educação até 2015, com
enfoque na garantia ao acesso e o desempenho pleno e equitativo de
meninas na educação básica de boa qualidade;

VI. melhorar todos os aspectos da qualidade da educação e assegurar


excelência para todos, de forma a garantir a todos resultados
reconhecidos e mensuráveis, especialmente na alfabetização,
matemática e habilidades essenciais à vida. (UNESCO, 2001, p. 9).

Para atingir esses objetivos, os governos, organizações, agências, grupos e associações,


as quais são representadas na Cúpula Mundial de Educação, devem se comprometer com:
I. mobilizar uma forte vontade política nacional e internacional em prol
da Educação para Todos, desenvolver planos de ação nacionais e
incrementar de forma significativa os investimentos em educação
básica;

II. promover políticas de Educação para Todos dentro de marco setorial


integrado e sustentável, claramente articulado com a eliminação da
pobreza e com estratégias de desenvolvimento;

III. assegurar o engajamento e a participação da sociedade civil na


formulação, implementação e monitoramento de estratégias para o
desenvolvimento da educação;

IV. desenvolver sistemas de administração e de gestão educacional que


sejam participativos e capazes de dar resposta e de prestar contas;

V. satisfazer as necessidades de sistemas educacionais afetados por


situações de conflito e instabilidade, e conduzir os programas
educacionais de forma a promover compreensão mútua, paz e
tolerância, e que ajudem a prevenir a violência e os conflitos;

VI. implementar estratégias integradas para promover a eqüidade de


gênero na educação, que reconheçam a necessidade de mudar atitudes,
valores e práticas;

VII. implementar urgentemente programas e ações educacionais para


combater a pandemia HIV/AIDS;

VIII. criar ambientes seguros, saudáveis, inclusivos e eqüitativamente


supridos, que conduzam à excelência na aprendizagem e níveis de
desempenho claramente definidos para todos;

IX. melhorar o status, a auto-estima e o profissionalismo dos


professores;

X. angariar novas tecnologias de informação e comunicação para apoiar


o esforço em alcançar as metas EPT;
XI. monitorar sistematicamente o progresso no alcance dos objetivos e
estratégias de EPT nos âmbitos internacional, regional e nacional;

XII. fortalecer os mecanismos existentes para acelerar o progresso para


alcançar Educação para Todos. (UNESCO, 2001, p. 9).

Portanto, todos os acordos registrados no Marco de Dakar deixam evidente a necessidade


de um determinado alinhamento das lideranças mundiais, a respeito das decisões a serem
executadas ao longo de um intenso ciclo de debates, projetos e diretrizes acerca das
questões sociais e políticas, nas quais a educação está inclusa. Porém, deve ser destinado
a atender o interesse dos cidadãos como um todo, e não apenas os interesses de um ou
outro país.

2. A LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL

Com a Constituição Federal de 1988, a organização do sistema educacional em nosso país


sofreu mudanças nas esferas administrativas e de gestão destinadas às obrigações da
União, estados e municípios, perante a educação básica. Sendo que a política educacional
é objetivada com base na política geral e deve ser articulada com ênfase em projetos
sociais, políticos e educacionais implantados em cada momento histórico, os quais devem
ter como foco o mecanismo de desenvolvimento tanto pessoal quanto social do indivíduo,
bem como exercer a relação entre a cidadania e o trabalho.

[...] a educação básica no Brasil ganhou contornos bastante complexos


nos anos posteriores à Constituição Federal de 1988 e, sobretudo, nos
últimos oito anos. Analisá-la não é fácil exatamente porque as
contingências que a cercam são múltiplas e os fatores que a determinam
têm sido objeto de leis, políticas e programas nacionais, alguns dos
quais em convênio com órgãos internacionais. (CURY, 2002, p. 41).

Para tanto, a Constituição Federal (BRASIL, 1988) tem como finalidade reger e
direcionar as diretrizes fundamentais para todas as outras leis. Também relacionada às
leis que definem a organização do sistema educacional brasileira, temos a lei 9.394 de
1996 (BRASIL, 1996), mais conhecida como Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, ou simplesmente LDB. Também surge a necessidade de discutir e citar o Plano
Nacional de Educação (BRASIL, 20014), ou PNE, no qual consiste em um projeto de
desenvolvimento educacional com a finalidade de promover a escolarização em todo o
território nacional.

Nesse contexto, é importante salientar que a educação deve ser tratada como um direito
de todos os cidadãos, sendo dever do Estado e da família assegurá-la. Mas, para
desenvolvê-la, é necessário que haja um Estado democrático de direito, com limites
internos focados nas leis que regem a nossa educação, tais como a Constituição Brasileira
de 1988 (BRASIL, 1988), em Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996
(BRASIL, 1996).

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à


criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito
à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade
e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010).

A Constituição de 1988 (BRASIL, 1988) representa um marco para as políticas


educacionais, com o intuito de direcionar e consolidar as diversas reivindicações da
sociedade civil que envolvem a redemocratização democratização da educação e a
execução do direito à educação, para todos, voltados para a universalização do ensino
público e de qualidade. Para tanto, também surge a necessidade da construção de uma
sociedade que se adapte ao novo contexto socioeducacional mundial.

[...] a educação de qualidade é aquela mediante a qual a escola promove,


para todos, o domínio de capacidades cognitivas e afetivas
indispensáveis ao atendimento de necessidades individuais e sociais dos
alunos, bem como a inserção no mundo e a constituição da cidadania
também como poder de participação, tendo em vista a construção de
uma sociedade mais justa e igualitária. Qualidade é, pois, conceito
implícito à educação e ao ensino (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI,
2012, p. 132-133).
O artigo 205 da Constituição de 1988 (BRASIL, 1988) aborda que a educação é um
direito de todos, e que deve ser conceituada como um dever do Estado e da família, o que
caracteriza que ambos possuem o dever e a obrigação de proporcionar condições para que
todos possam ter acesso à escola. Por sua vez, o dever do Estado consiste em construir e
garantir vagas nas escolas públicas, com políticas públicas que possibilitem o acesso e a
permanência do aluno na escola. Para tanto, a educação brasileira deverá ter por finalidade
o preparo para o exercício da cidadania, pois é um direito de fato, cuja finalidade é o
desenvolvimento integral do homem.

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será


promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao
pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1988).

Por sua vez, o art. 206 da Constituição garante que o ensino será ministrado com base nos
seguintes princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento,


a arte e o saber;

III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência


de instituições públicas e privadas de ensino;

IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

V - valorização dos profissionais do ensino, garantido, na forma da lei,


plano de carreira para o magistério público, com piso salarial
profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas
e títulos, assegurado regime jurídico único para todas as instituições
mantidas pela União;

VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;

VII - garantia de padrão de qualidade. (BRASIL, 1988, on-line).


O art. 208 destaca o contexto das obrigações e deveres do Estado a partir das análises e
organizações do sistema educacional, pois o Estado tem que assegurar que a educação é
um bem público e direito de todo cidadão assegurado por lei, o qual deve ser efetivado
mediante a garantia de:

I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a


ele não tiveram acesso na idade própria;

II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino


médio;

III - atendimento educacional especializado aos portadores de


deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;

IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos


de idade;

V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação


artística, segundo a capacidade de cada um;

VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do


educando;

VII - atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de


programas suplementares de material didático-escolar, transporte,
alimentação e assistência à saúde. (BRASIL, 1988).

Todavia, o inciso IV foi um grande marco para a educação infantil, pois a legislação
discute que as creches e pré-escolas são deveres do Estado, pois, nas constituições
anteriores, o atendimento a essa faixa etária era caracterizado com caráter de
assistencialismo e amparo, e não necessariamente um dever educacional: “[...] as
conquistas garantidas pela CF 88 não se deram sem uma forte e necessária mobilização e
sem que as condições históricas as favorecessem [...]” (CORREA, 2004, p. 18).

No art. 210, são enfatizados quais os conteúdos mínimos para o ensino fundamental, com
a finalidade de assegurar a formação básica comum e respeito aos valores culturais e
artísticos, nacionais e regionais.
§ 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina
dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.

§ 2º O ensino fundamental regular será ministrado em língua


portuguesa, assegurada às comunidades indígenas também a utilização
de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem.
(BRASIL, 1988).

Já o art. 211 tem como foco a responsabilidade da União, dos estados, do Distrito Federal
e dos Municípios da Federação em relação à educação, voltada para a organização do
ensino em regime de colaboração. Porém, em nosso país não existe um sistema único de
ensino, e sim um sistema federal, vários estaduais e muitos municipais.

§ 1º A União organizará e financiará o sistema federal de ensino e o dos


Territórios, e prestará assistência técnica e financeira aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios para o desenvolvimento de seus
sistemas de ensino e o atendimento prioritário à escolaridade
obrigatória.

§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e


na educação infantil. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14,
de 1996).

§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino


fundamental e médio. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 14, de
1996).

§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Estados, o


Distrito Federal e os Municípios definirão formas de colaboração, de
modo a assegurar a universalização do ensino obrigatório. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009).

§ 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino


regular. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de
2006).(BRASIL, 1988).
O art. 212 assegura que a União deverá destinar à educação, anualmente, no mínimo
dezoito por cento da receita resultante de impostos; já os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios deverão aplicar, no mínimo, vinte e cinco por cento dessa receita.

§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos


Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos
respectivos Municípios, não é considerada, para efeito do cálculo
previsto neste artigo, receita do governo que a transferir.

§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no caput deste artigo, serão


considerados os sistemas de ensino federal, estadual e municipal e os
recursos aplicados na forma do art. 213.

§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao


atendimento das necessidades do ensino obrigatório, nos termos do
plano nacional de educação. (BRASIL, 1988).

O art. 213 enfatiza os recursos públicos que devem ser destinados às escolas públicas, os
quais podem ser direcionados às escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas:

I - comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes


financeiros em educação;

II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola


comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao poder público, no caso
de encerramento de suas atividades.

§ 1º Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas


de estudo para o ensino fundamental e médio, na forma da lei, para os
que demonstrarem insuficiência de recursos, quando houver falta de
vagas e cursos regulares da rede pública na localidade da residência do
educando, ficando o poder público obrigado a investir prioritariamente
na expansão de sua rede na localidade. (BRASIL, 1988).

Por sua vez, o art. 214 descreve que o plano nacional de educação deverá ter a duração
plurianual, focada na articulação e no desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis
e em quais deverão ser as ações do poder público.
I - erradicação do analfabetismo;

II - universalização do atendimento escolar;

III - melhoria da qualidade do ensino;

IV - formação para o trabalho;

V - promoção humanística, científica e tecnológica do país. (BRASIL,


1988).

A Constituição Federal se consolidou com a junção de dois projetos, um destinado à luta


pela democratização do país e outro focado nas tendências internacionais e reestruturação
capitalista; portanto, representa grandes avanços focados na materialização dos limites
internos que são destinados ao poder político, descrevendo o que tanto o poder político
quanto os indivíduos podem ou não fazer.

3.1 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996).

Para se compreender as leis que regem a educação brasileira, é preciso primeiramente


analisar que a educação brasileira não pode ser vista de uma forma isolada, ou como algo
que é puramente local. Deve-se enfatizar que o Brasil é um Estado e que não está
completamente isolado das outras nações, mas sim necessita se relacionar de diversas
maneiras com outras nações, tanto as que estão em desenvolvimento quanto as já
desenvolvidas. Para tanto, a educação tem por finalidade o desenvolvimento pleno do
aluno, ou seja, o desenvolvimento de suas potencialidades como humano e cidadão.

Para Carneiro (2013), as “Diretrizes” devem ser destinadas às modalidades que são
vinculadas à organização da educação e todos os conteúdos de formulação operativa, que
é vinculada à estruturação e funcionamento da educação. Já as “Bases” correspondem às
hastes de sustentação e os contornos de direitos nos quais o sistema educacional é
fundamentado.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), lei n° 9.394 de 1996, é


originada da Constituição Federal de 1988, com a finalidade de estabelecer os princípios
fundamentais para a estruturação e o funcionamento da educação básica em nosso país.
A escola, desde suas origens, foi posta do lado do trabalho intelectual;
constituiu-se num instrumento para a preparação dos futuros
dirigentes que se exercitavam não apenas nas funções da guerra
(liderança militar), mas também nas funções de mando (liderança
política), por meio do domínio da arte da palavra e do conhecimento
dos fenômenos naturais e das regras de convivência social. A
formação dos trabalhadores dava-se com o concomitante exercício
das respectivas funções (SAVIANI, 2008, p. 162).

Para tanto, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996) foi criada
com a finalidade de regulamentar, disciplinar e estruturar todos os recursos para o
desenvolvimento da educação brasileira, de acordo com a necessidade vigente do país.
Também tal lei tem a função de estabelecer e direcionar as responsabilidades das
instituições escolares, tais como o dever de relacionar-se com as famílias e com as
comunidade, a fim de gerar uma melhor integração entre escola, família e comunidade.

Dessa maneira, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996) tem
por propósito regulamentar, disciplinar e estabelecer os sistemas, as estruturas e os
recursos para o desenvolvimento da educação, de acordo com a necessidade vigente do
nosso país.

A LDBEN - Lei n. 9.394/96 - estabelece dois níveis para a educação:


Educação Básica e Educação Superior. A Educação Básica está
dividida em Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio,
com uma novidade correspondente à flexibilização de base e de
processo conforme estabelece a LDBEN (NEY, 2008, p. 61).

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996) é constituída como o


ponto de partida para que ocorra uma melhor compreensão acerca da estruturação e do
funcionamento da educação Básica brasileira, e é por meio dela que a educação escolar
se efetiva e busca desenvolver-se em nosso país.

Ao tratar da educação, a lei se dirige a uma educação formal, que deverá ser desenvolvida
predominantemente nas instituições de ensino (creches, centros de educação infantil,
colégios, universidades, entre outras), as quais são denominadas como educação escolar.
A educação deverá cumprir o seu papel de transmissão da cultura, do saber e as
competências teóricas e práticas que são acumuladas pelo homem no decorrer dos tempos,
necessárias ao processo da cidadania e ao trabalho, e que são transmitidas aos indivíduos
por intermédio da educação.

Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se


desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas
instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e
organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.

§ 1º Esta lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve,


predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias.

§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à


prática social. (BRASIL, 1996).

Com base nesse contexto, o § 2º do artigo 1º estabelece a relação da educação escolar


com o mundo do trabalho e da prática social.

A escola, desde suas origens, foi posta do lado do trabalho intelectual;


constituiu-se num instrumento para a reparação dos futuros dirigentes
que se exercitavam não apenas nas funções da guerra (liderança
militar), mas também nas funções de mando (liderança política), por
meio do domínio da arte da palavra e do conhecimento dos fenômenos
naturais e das regras de convivência social. A formação dos
trabalhadores dava-se com o concomitante exercício das respectivas
funções (SAVIANI, 2008, p. 162).

Para Carneiro (2013), o primeiro artigo desvincula-se do conceito enfatizado nas


legislações anteriores, o qual considera que a educação deverá ser observada como
sinônimo de ensino, pois o ato de “Educar”, na LDB, significa promover “[...] ações e
processos complexos como: desenvolver, formar, qualificar, aprender a aprender,
aprender a pensar, aprender a intervir e aprender a mudar” (CARNEIRO, 2013, p. 38).
Nesse sentido, a educação escolar é a grande porta para a mobilização
plena do sujeito. Ao assegurar a entrada deste sujeito na vida intelectual,
com um processo sistematizado de aprendizagem, ela abre os caminhos
de todos e de cada um para uma relação criativa com o saber produzido
pelo ser humano trabalhador. Ora, se é verdade que o sujeito aprendente
apropria-se de uma parte do patrimônio cultural humano, é também
verdade que a conexão entre sujeito e saber – entre educação escolar e
vida – se dá pelo trabalho. Por isso, pode-se dizer, em um certo sentido,
que o primeiro princípio do saber é o trabalho, fonte de prática social
(CARNEIRO, 2013, p. 42-43).

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira destaca, em seu 1º artigo, o papel da


escola vinculado ao mundo do trabalho. Sobre a educação escolar, essa Lei descreve que
ela é organizada por um sistema formal dotado de objetivos e é uma estrutura formal de
acompanhamento dos processos; por sua vez, o ensino de oferta regular, obrigatório por
Lei, é desenvolvido com estrutura curricular definida e critério de promoção e avanços.

Os princípios e finalidades da educação são retratados no Título II nos artigos 2º e 3º, que
descrevem que a educação é dever do Estado e da família. Por sua vez, o Estado tem por
finalidade a prestação de serviços, além do monopólio da força, e a educação é destinada
como um dos serviços que o Estado deverá garantir — direito, esse, que está assegurado
pela Constituição Federal (BRASIL, 1988) e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente
(BRASIL, 1990).
Título II – Dos princípios e fins da educação nacional

Constituição Federal (BRASIL, 1988) Lei de Diretrizes e Bases da Educação


Nacional BRASIL (1996)

Art. 205. A educação, direito de todos e Art. 2º. A educação, dever da família e do
dever do Estado e da família, será Estado, inspirada nos princípios de
promovida e incentivada com a liberdade e nos ideais de solidariedade
colaboração da sociedade, visando ao humana, tem por finalidade o pleno
pleno desenvolvimento da pessoa, seu desenvolvimento do educando, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho. qualificação para o trabalho.

Artigo 206 trata dos princípios da O artigo 3º, além de trazer os princípios já
educação nacional. estabelecidos na CF, acrescenta dois
novos princípios: o inciso X “valorização
da experiência extra-escolar” e o inciso XI
“vinculação entre a educação escolar, o
trabalho e as práticas sociais”.
XII – consideração com a diversidade
étnico-racial (lei nº 12.796, de 4-4-2013).

Quadro 2.1: Dos princípios e fins da educação nacional.


Fonte: BRASIL. Lei de diretrizes e bases da educação nacional [recurso eletrônico]: Lei
nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. 9. ed. – Brasília: Câmara dos Deputados, Edições
Câmara, 2014.

O art. 3º retrata o desenvolvimento educacional do Brasil, que deve ser destinado não
somente a políticas públicas e programas de apoio às escolas, mas também com o intuito
de buscar o progresso da pesquisa direcionada à educação. Mas, para discutir tais
assuntos, o artigo 3º é descrito em 12 princípios:

I. Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;


II. liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o
pensamento, a arte e o saber;

III. pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;

IV. respeito à liberdade e apreço à tolerância;

V. coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

VI. gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

VII. valorização do profissional da educação escolar;

VIII. gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da


legislação dos sistemas de ensino;

IX. garantia de padrão de qualidade;

X. valorização da experiência extraescolar;

XI. vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais;

XII. consideração com a diversidade étnico-racial (BRASIL, 1996).

O primeiro inciso do artigo 3º sintetiza que deverá ocorrer a igualdade de condições para
o acesso e a permanência da criança na escola. Desta maneira, esse princípio implica em
ações que a família deverá ter no sentido de garantir o acesso e a permanência da criança
na escola, promovendo condições para que o direito à educação seja exercido de fato.
Título III - Do direito à Educação e do dever de educar

Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a
garantia de:

I – educação básica obrigatória e gratuita dos quatro aos dezessete anos de idade,
organizada da seguinte forma: (Inciso acrescido pela Lei nº 12.796, de 4-4-2013)

a) pré-escola; (Alínea acrescida pela Lei nº 12.796, de 4-4-2013)

b) ensino fundamental; (Idem)

c) ensino médio; (Idem)

II – educação infantil gratuita às crianças de até cinco anos de idade; (Inciso com
redação pela Lei nº 12.796, de 4-4-2013)

III – atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência,


transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal
a todos os níveis, etapas e modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino;
(Inciso com redação dada pela Lei nº 12.796, de 4-4-2013)

IV – acesso público e gratuito aos ensinos fundamental e médio para todos os que não
os concluíram na idade própria; (Inciso com redação dada pela Lei nº 12.796, de 4-4-
2013)

V – acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística,


segundo a capacidade de cada um;

VI – oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;

VII – oferta
Quadro 2.2: Dodedireito
educação escolar regular
à Educação paradejovens
e do dever educar.e adultos, com características e
modalidades
Fonte: adequadas
BRASIL. às suas necessidades
Lei de diretrizes e disponibilidades,
e bases da educação garantindo-se
nacional [recurso aos que
eletrônico]: Lei
nºforem
9.394,trabalhadores as condições
de 20 de dezembro de 1996. 9. ed. –e Brasília:
de acesso permanência na escola;
Câmara dos Deputados, Edições
Câmara, 2014.
VIII – atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de
programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e
assistência à saúde; (Inciso com redação dada pela Lei nº 12.796, de 4-4-2013)

IX – padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos como a variedade e quantidade


O título IV da LDB, é composto por 14 artigos, os quais estabelecem a organização da
educação brasileira em sua totalidade.

Artigo 8º Organização educativa

Artigo 9º Incumbências da União

Artigo10º Estados

Artigo 11º Municípios

Artigo 12º Estabelecimentos de ensino

Artigo 13º Docentes

Artigo14º Regras para a gestão democrática

Artigo 15º Autonomia das instituições

Artigo 16º Composição do sistema federal

Artigo 17º Sistemas estaduais e do Distrito Federal

Artigo18º Sistemas municipais

Artigo 19º Categorias institucionais

Artigo 20º As instituições de ensino dos diferentes níveis

Artigo 21º As instituições privadas de ensino

Quadro 2.3: Organização da educação brasileira em sua totalidade.


Fonte: Brasil (1996, on-line).

Os artigos 12º e 13º tratam da responsabilidade da escola e dos professores na organização


e na condução do processo de ensino e aprendizagem.
RESPONSABILIDADE DA ESCOLA RESPONSABILIDADE DOS
PROFESSORES

Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão


respeitadas as normas comuns e as do seu de:
sistema de ensino, terão a incumbência de: I – participar da elaboração da proposta
I – elaborar e executar sua proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;
pedagógica; II – elaborar e cumprir plano de trabalho,
II – administrar seu pessoal e seus recursos segundo a proposta pedagógica do
materiais e financeiros; estabelecimento de ensino;
III – assegurar o cumprimento dos dias III – zelar pela aprendizagem dos
letivos e horas-aula estabelecidas; alunos;
IV – velar pelo cumprimento do plano de IV – estabelecer estratégias de
trabalho de cada docente; recuperação para os alunos de menor
V – prover meios para a recuperação dos rendimento;
alunos de menor rendimento; V – ministrar os dias letivos e horas-
VI – articular-se com as famílias e a -aula estabelecidos, além de participar
comunidade, criando processos de integralmente dos períodos dedicados ao
integração da sociedade com a escola; planejamento, à avaliação e ao
VII – informar pai e mãe, conviventes ou desenvolvimento profissional;
não com seus filhos, e, se for o caso, os VI – colaborar com as atividades de
responsáveis legais, sobre a frequência e articulação da escola, com as famílias e a
rendimento dos alunos, bem como sobre a comunidade.
execução da proposta pedagógica da
escola (Inciso com redação dada pela Lei
nº 12.013, de 6-8-2009);

Quadro 2.4: Responsabilidade da escola e dos professores na organização e na condução


do processo de ensino e aprendizagem.
Fonte: BRASIL. Lei de diretrizes e bases da educação nacional [recurso eletrônico]: Lei
nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. 9. ed. – Brasília: Câmara dos Deputados, Edições
Câmara, 2014.
Do artigo 8º ao artigo 21º da LDB/1996, estão estabelecidas disposições que tratam da
organização da Educação Nacional, do regime de colaboração, bem como das normas que
regem seu funcionamento.
UNIÃO ESTADOS MUNICÍPIOS

- Coordenar a Política - Organizar, manter e Organizar, manter e


Nacional de Educação; desenvolver órgãos e desenvolver os órgãos
- Exercer função normativa, instituições oficiais dos e instituições oficiais
redistributiva e supletiva em seus sistemas de ensino; dos seus sistemas de
relação às demais instâncias - Definir, com os ensino;
educacionais; municípios, formas de - Exercer ação
- Elaborar Plano Nacional de colaboração na oferta do redistributiva em
Educação; ensino fundamental; relação às suas
- Organizar, manter e - Elaborar e executar escolas;
desenvolver os órgãos e políticas e planos - Baixar normas
instituições oficiais do sistema educacionais, em complementares para
federal de ensino e dos consonância com as o seu sistema de
territórios; diretrizes e planos ensino;
- Elaborar as diretrizes nacionais de educação; - Autorizar, credenciar
curriculares para a educação - Autorizar, reconhecer, e supervisionar os
básica; credenciar, supervisionar estabelecimentos do
- Coletar, analisar e disseminar e avaliar, os cursos das seu sistema de ensino;
informação sobre a educação; instituições de educação - Oferecer a educação
- Avaliar a educação nacional superior e os infantil em creches e
em todos os níveis; estabelecimentos do seu pré-escolas, e, com
- Normatizar os cursos de sistema de ensino; prioridade, o ensino
graduação e pós-graduação; - Baixar normas fundamental.
- Avaliar as instituições de suplementares para o seu
ensino superior; sistema de ensino;
- Autorizar, reconhecer, - Assegurar o ensino
credenciar, supervisionar e fundamental e oferecer,
avaliar os cursos das instituições com prioridade, o ensino
de Educação Superior e os médio.
estabelecimentos de ensino.
Quadro 2.5: Organização da Educação Nacional, do regime de colaboração, bem como
das normas que regem seu funcionamento.
Fonte: BRASIL. Lei de diretrizes e bases da educação nacional [recurso eletrônico]: Lei
nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. 9. ed. – Brasília: Câmara dos Deputados, Edições
Câmara, 2014.

O título V corresponde aos artigos 21 ao 60, os quais abrangem os Níveis e as


Modalidades de Educação e Ensino, sendo compostos por Nível I, voltado à educação
básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio; e Nível II,
educação superior.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira organiza a educação em níveis e


modalidades de ensino; no sistema de educação, a União articula as políticas, as quais são
apresentadas em dois níveis de atenção: educação básica e educação superior. Dentro da
educação básica, existem níveis de ensino na modalidade regular e obrigatória; já o ensino
médio é de responsabilidade única dos Estados.

A estrutura da educação deve atender a uma demanda diversificada e específica em um


país tão plural como o Brasil. Para atender a essa demanda, a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação estruturou a educação em diferentes modalidades, para oferecer atendimento à
diversidade de situações que estão presentes na sociedade brasileira. Parte do princípio
de que nem todos os indivíduos têm acesso ao conhecimento.

O Título VI corresponde aos artigos 61 ao 67, que consideram os profissionais e a


formação de docentes que atuam na educação escolar básica; as características dos
institutos superiores de educação, formação de profissionais de educação para
administração e docente; e como os sistemas de ensino deverão promover a valorização
dos profissionais da educação.
Art. 61. Consideram-se profissionais da Art. 63. Os institutos superiores de
educação escolar básica os que, nela educação manterão:
estando em efetivo exercício e tendo sido I – cursos formadores de profissionais
formados em cursos reconhecidos, são: para a educação básica, inclusive o curso
I – professores habilitados em nível médio normal superior, destinado à formação de
ou superior para a docência na educação docentes para a educação infantil e para as
infantil e nos ensinos fundamental e primeiras séries do ensino fundamental;
médio; II – programas de formação pedagógica
II – trabalhadores em educação portadores para portadores de diplomas de educação
de diploma de pedagogia, com habilitação superior que queiram se dedicar à
em administração, planejamento, educação básica;
supervisão, inspeção e orientação III – programas de educação continuada
educacional, bem como com títulos de para os profissionais de educação dos
mestrado ou doutorado nas mesmas áreas; diversos níveis.
III – trabalhadores em educação, Art. 64. A formação de profissionais de
portadores de diploma de curso técnico ou educação para administração,
superior em área pedagógica ou afim. planejamento, inspeção, supervisão e
Parágrafo único. A formação dos orientação educacional para a educação
profissionais da educação, de modo a básica será feita em cursos de graduação
atender às especificidades do exercício de em pedagogia ou em nível de pós-
suas atividades, bem como aos objetivos graduação, a critério da instituição de
das diferentes etapas e modalidades da ensino, garantida, nesta formação, a base
educação básica, terá como fundamentos: comum nacional.
I – a presença de sólida formação básica, Art. 65. A formação docente, exceto para
que propicie o conhecimento dos a educação superior, incluirá prática de
fundamentos científicos e sociais de suas ensino de, no mínimo, trezentas horas.
competências de trabalho; Art. 66. A preparação para o exercício do
II – a associação entre teorias e práticas, magistério superior far-se-á em nível de
mediante estágios supervisionados e pós-graduação, prioritariamente em
capacitação em serviço; programas de mestrado e doutorado.
III – o aproveitamento da formação e Parágrafo único. O notório saber,
experiências anteriores, em instituições de reconhecido por universidade com curso
ensino e em outras atividades. de doutorado em área afim, poderá suprir
Art. 62. A formação de docentes para atuar a exigência de título acadêmico.
na educação básica far-se-á em nível Art. 67. Os sistemas de ensino
superior, em curso de licenciatura, de promoverão a valorização dos
graduação plena, em universidades e profissionais da educação, assegurando-
institutos superiores de educação, lhes, inclusive nos termos dos estatutos e
admitida, como formação mínima para o dos planos de carreira do magistério
exercício do magistério na educação público.
infantil e nos cinco primeiros anos do
ensino fundamental, a oferecida em nível
médio na modalidade normal.
§ 1º A União, o Distrito Federal, os estados
e os municípios, em regime de
colaboração, deverão promover a
formação inicial, a continuada e a
capacitação dos profissionais de
magistério.

Quadro 2.6: Profissionais e a formação de docentes que atuam na educação escolar básica.
Fonte: BRASIL. Lei de diretrizes e bases da educação nacional [recurso eletrônico]: Lei
nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. 9. ed. – Brasília: Câmara dos Deputados, Edições
Câmara, 2014.

O Título VII é destinado aos recursos financeiros, com base nos artigos 68 ao 77.

Art. 68. Serão recursos públicos destinados à educação os originários


de:

I – receita de impostos próprios da União, dos estados, do Distrito


Federal e dos municípios;

II – receita de transferências constitucionais e outras transferências;


III – receita do salário-educação e de outras contribuições sociais;

IV – receita de incentivos fiscais;

V – outros recursos previstos em lei.

Art. 69. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os


estados, o Distrito Federal e os municípios, vinte e cinco por cento, ou
o que consta nas respectivas constituições ou leis orgânicas, da receita
resultante de impostos, compreendidas as transferências
constitucionais, na manutenção e desenvolvimento do ensino público.
(BRASIL, 2014).

O Título VIII corresponde às disposições gerais.

Art. 78. O Sistema de Ensino da União, com a colaboração das agências


federais de fomento à cultura e de assistência aos índios, desenvolverá
programas integrados de ensino e pesquisa, para oferta de educação
escolar bilíngue e intercultural aos povos indígenas, com os seguintes
objetivos:

I – proporcionar aos índios, suas comunidades e povos, a recuperação


de suas memórias históricas; a reafirmação de suas identidades étnicas;
a valorização de suas línguas e ciências;

II – garantir aos índios, suas comunidades e povos, o acesso às


informações, conhecimentos técnicos e científicos da sociedade
nacional e demais sociedades indígenas e não índias. (BRASIL, 2014).

O Título IX enfatiza os artigos 87 a 92, que descrevem as disposições transitórias.

Art. 88. A União, os estados, o Distrito Federal e os municípios


adaptarão sua legislação educacional e de ensino às disposições desta
lei no prazo máximo de um ano, a partir da data de sua publicação.

§ 1º As instituições educacionais adaptarão seus estatutos e regimentos


aos dispositivos desta lei e às normas dos respectivos sistemas de
ensino, nos prazos por estes estabelecidos.
§ 2º O prazo para que as universidades cumpram o disposto nos incisos
II e III do art. 52 é de oito anos.

Art. 89. As creches e pré-escolas existentes ou que venham a ser criadas


deverão, no prazo de três anos, a contar da publicação desta lei, integrar-
se ao respectivo sistema de ensino. (BRASIL, 2014).

A Lei de Diretrizes e bases da Educação Brasileira (BRASIL, 2014) apresenta que os


processos educativos se constituem em diferentes sistemas, pois a organização legal da
estrutura educacional é realizada pela LDB e a educação escolar deve estar vinculada ao
mundo do trabalho e a prática social. Mas a educação escolar deverá ser desenvolvida
primeiramente por meio do ensino, pois abrange os processos formativos.

SAIBA MAIS

Para saber mais sobre o Parecer CNE/CEB n. 22/98, Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Infantil, e sobre o Parecer CNE/CEB n. 2/98, Diretrizes Curriculares Nacionais para o
Ensino Fundamental, acesse:<http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/parecer_ceb_22.98.pdf> e
<http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/pceb011_00.pdf>. Acesso em: 26 nov. 2018.

3. PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (PNE)

O Plano Nacional de Educação, publicado no dia 25 de junho de 2014, tem por finalidade
substituir o antigo, que vigorou de 2001 a 2011. Esse novo Plano possui mais ou menos
a mesma estrutura, metas e propostas do antigo projeto, e está dividido em duas partes: a
primeira é relacionada às disposições gerais, competências das instituições e de alguns
prazos importantes; e a segunda apresenta as 20 metas que devem ser cumpridas até o
final de 2024.

Art. 2º São diretrizes do PNE:

I – erradicação do analfabetismo;
II – universalização do atendimento escolar;

III – superação das desigualdades educacionais, com ênfase na


promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de
discriminação;

IV – melhoria da qualidade da educação;

V – formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores


morais e éticos em que se fundamenta a sociedade;

VI – promoção do princípio da gestão democrática da educação pública;

VII – promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do país;

VIII – estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em


educação como proporção do Produto Interno Bruto - PIB, que assegure
atendimento às necessidades de expansão, com padrão de qualidade e
equidade;

IX – valorização dos(as) profissionais da educação;

X – promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à


diversidade e à sustentabilidade socioambiental (BRASIL, 2014, s./p.).

Por intermédio da promulgação da Constituição Federal de 1988, em seu artigo 214,


estabelece o Plano Nacional de Educação, o qual tem por finalidade a articulação e o
desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, bem como a integração do Poder
Público para atuar na erradicação do analfabetismo; universalização do atendimento
escolar; melhoria da qualidade do ensino; formação para o trabalho e promoção
humanística, científica e tecnológica do país. Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Brasileira (BRASIL, 2014), o plano nacional é enfatizado no artigo 9º.

Art. 9º A União incumbir-se-á de:

I – elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os


estados, o Distrito Federal e os municípios;
II – organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais do
sistema federal de ensino e o dos territórios;

III – prestar assistência técnica e financeira aos estados, ao Distrito


Federal e aos municípios para o desenvolvimento de seus sistemas de
ensino e o atendimento prioritário à escolaridade obrigatória, exercendo
sua função redistributiva e supletiva;

IV – estabelecer, em colaboração com os estados, o Distrito Federal e


os municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o
ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus
conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum;

V – coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação;

VI – assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar


no ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os
sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria
da qualidade do ensino;

VII – baixar normas gerais sobre cursos de graduação e pós-graduação;

VIII – assegurar processo nacional de avaliação das instituições de


educação superior, com a cooperação dos sistemas que tiverem
responsabilidade sobre este nível de ensino;

IX – autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar,


respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e os
estabelecimentos do seu sistema de ensino.

(BRASIl, 2014).

As metas são direcionadas de acordo com as necessidades vigentes em nosso país: a


Educação Infantil (Meta 1), Ensino Fundamental (Meta 2), Ensino Médio (Meta 3),
Educação Inclusiva (Meta 4), Alfabetização (Meta 5), Educação Integral (Meta 6),
Qualidade na Educação (Meta 7), Educação de Jovens e Adultos (Metas 8, 9 e 10), Ensino
Técnico (Meta 11), Ensino Superior (Metas 12, 13 e 14), Formação de Professores (Metas
15 e 16), Valorização dos Profissionais da Educação Básica (Metas 17 e 18), Gestão
Escolar (Meta 19) e Financiamento da Educação (Meta 20). Cada uma das metas contém
diversas estratégias e propostas que deverão ser cumpridas até o final de 2024.

Segundo o PNE (BRASIL, 2014), a Meta 1 trata da Educação Infantil, estabelece que o
Brasil precisa, até 2016, aumentar a oferta de vagas para as crianças de 0 até 3 anos e
universalizar a Educação Infantil para as crianças de 4 e 5 anos. Por sua vez, a Meta 2
enfatiza a universalização do Ensino Fundamental de 9 anos, objetivando que 95% dos
alunos de 6 a 14 anos finalizem esse ciclo na idade recomendada. Já a Meta 3, como a
Meta 2, discute a universalização, mas estabelece o Ensino Médio para toda a “[...]
população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do período de vigência
deste PNE, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85% (oitenta e cinco por
cento)” (BRASIL, 2014, s./p.).

Já a Meta 4 (BRASIL, 2014) é aplicada à universalização da Educação Inclusiva na


educação básica para todas as pessoas com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, entre 4 e 17 anos “[...] e ao
atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com
a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes,
escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados” (BRASIL, 2014, s./p.).

A Meta 5 tem como ênfase a alfabetização de todas as crianças, no máximo, até o fim do
3º (terceiro) ano do ensino fundamental: “[...] alfabetizar todas as crianças, no máximo,
até o final do 3º (terceiro) ano do ensino fundamental” (BRASIL, 2014, s./p.). Já a Meta
6 descreve a escolarização no Brasil em tempo integral, que destina “[...] no máximo,
50% (cinquenta por cento) das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25%
(vinte e cinco por cento) dos(as) alunos(as) da educação básica” (BRASIL, 2014, s./p.).

A Meta 7 estabelece a necessidade de qualidade para a educação básica em todas as etapas


e modalidades, “[...] de modo a atingir as seguintes médias nacionais para o IDEB: 6,0
nos anos iniciais do ensino fundamental; 5,5 nos anos finais do ensino fundamental; 5,2
no ensino médio”. (BRASIL, 2014, s./p.).
A Meta 8 estabelece a elevação da escolaridade média da população entre 18 e 29 anos:

[...] elevar a escolaridade média da população de 18 (dezoito) a 29


(vinte e nove) anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 (doze) anos de
estudo no último ano de vigência deste Plano, para as populações do
campo, da região de menor escolaridade no País e dos 25% (vinte e
cinco por cento) mais pobres, e igualar a escolaridade média entre
negros e não negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística – IBGE (BRASIL, 2014, s./p.).

A Meta 9 tem ênfase no aumento da taxa de alfabetização dos adolescentes com 15 anos
e “[...] até o final da vigência deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em
50% (cinquenta por cento) a taxa de analfabetismo funcional”. (BRASIL, 2014, s./p.).

A Meta 10 corresponde à escolarização de jovens e adultos, objetivando “[...] oferecer,


no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrículas de educação de jovens e adultos,
nos ensinos fundamental e médio, na forma integrada à educação profissional” (BRASIL,
2014, s./p.).

A Meta 11 retrata o objetivo do ensino técnico, que corresponde a “[...]triplicar as


matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da
oferta e pelo menos 50% (cinquenta por cento) da expansão no segmento público”
(BRASIL, 2014, s./p.).

Já a Meta 12 propõe:

[...] elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50%


(cinquenta por cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e três por cento)
da população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, assegurada a
qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% (quarenta por
cento) das novas matrículas, no segmento público (BRASIL, 2014,
s./p.).
A Meta 13 é destinada à qualidade na educação superior:

[...] elevar a qualidade da educação superior e ampliar a proporção de


mestres e doutores do corpo docente em efetivo exercício no conjunto
do sistema de educação superior para 75% (setenta e cinco por cento),
sendo, do total, no mínimo, 35% (trinta e cinco por cento) doutores
(BRASIL, 2014, s./p.).

A Meta 14 está relacionada com a pós-graduação: [...] elevar gradualmente o número de


matrículas na pós-graduação stricto-sensu, de modo a atingir a titulação anual de 60.000
(sessenta mil) mestres e 25.000 (vinte e cinco mil) doutores” (BRASIL, 2014, s./p.).

A Meta 15 é relacionada à obrigação do Estado:

[...] garantir, em regime de colaboração entre União, os Estados, o


Distrito federal e os Municípios, no prazo de 1 (um) ano de vigência
deste PNE, política nacional de formação dos profissionais da educação
de que tratam os incisos I, II e III do caput do art. 61 da Lei nº 9.394,
de 20 de dezembro de 1996, assegurado que todos os professores e as
professoras da educação básica possuam formação específica de nível
superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em
que atuam (BRASIL, 2014, s./p.).

A Meta 16 é mais ousada, pois propõe especializar 50% dos professores destinados à
Educação Básica, “[...] e garantir a todos(as) os(as) profissionais da educação básica
formação continuada em sua área de atuação [...]”. (BRASIL, 2014, s./p.).

A Meta 17 assegura a valorização dos(as) “[...] profissionais do magistério das redes


públicas de educação básica de forma a equiparar seu rendimento médio ao dos(as)
demais profissionais com escolaridades equivalentes” (BRASIL, 2014, s./p.); isso “[...]
até o final do sexto ano de vigência deste PNE”.

A Meta 18 descreve o plano de carreira:

[...] assegurar, no prazo de 2 (dois) anos, a existência de planos de


Carreira para os(as) profissionais da educação básica e superior pública
de todos os sistemas de ensino e, para o plano de Carreira dos(as)
profissionais da educação básica pública, tomar como referência o piso
salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos termos do
inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal (BRASIL, 2014, s./p.).

A Meta 19 descreve o comprometimento do Estado brasileiro

[...] assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos, para a efetivação da


gestão democrática da educação, associada a critérios técnicos de
mérito e desempenho e à consulta pública à comunidade escolar, no
âmbito das escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico da
União para tanto (BRASIL, 2014, s./p.).

A Meta 20, a mais polêmica do PNE, trata do financiamento da educação.

[...] ampliar o investimento público em educação pública de forma a


atingir, no mínimo, o patamar de 7% (sete por cento) do Produto Interno
Bruto - PIB do País no 5º (quinto) ano de vigência desta Lei e, no
mínimo, o equivalente a 10% (dez por cento) do PIB ao final do decênio
(BRASIL, 2014, s./p.).

Com base em todas as mudanças, em relação à educação em nosso país, existe uma grande
expectativa em torno do PNE; porém, surge a necessidade de lembrar que as metas
estabelecidas dependem de investimentos direcionados à educação básica e à formação
continuada dos profissionais da educação; necessitando, dessa maneira, uma expansão
quantitativa de vagas nas instituições escolares, bem como nos cursos profissionalizantes,
melhorar a estrutura das escolas e a valorização e capacitação de todos os profissionais.

SAIBA MAIS

O site abaixo tem por finalidade discutir acerca de diversas notícias que estão sendo veiculadas
sobre da educação, enfatizando as mudanças e ações nas quais a educação está inserida.

Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2014-06/novo-pne-esta-


altura-dos-desafios-educacionais-diz-dilma>. Acesso em 19 dez. 2014.
4. A ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: NÍVEIS E
MODALIDADE

No fim da década de 1980, ocorreram mudanças nas tendências neoconservadoras que


focavam no afastamento gradativo do Estado como provedor dos serviços públicos
destinados à saúde e a educação.

Porém, segundo Libâneo, Toschi e Oliveira (2012), no fim da década de 1990 e início dos
anos 2000, era necessário um novo perfil de homem, em decorrência das grandes
transformações na organização e dos avanços destinados à tecnologia da educação,
possibilitando, dessa maneira, o avanço no processo de globalização. Entretanto, a
educação entrou em crise em relação à sua qualidade, pois cabe à escola formar o homem
tanto para o mundo do trabalho quanto para a formação de cidadão.

O novo discurso da modernização e da qualidade, de certa forma,


impõe limites ao discurso da universalização, da ampliação
quantitativa do ensino, pois traz ao debate o tema da eficiência,
excluindo os ineficientes, e adota o critério da competência
(LIBÂNEO; TOSCHI; OLIVEIRA, 2012, p. 159).

Diante desse contexto, é necessário conhecer as características no que tange à finalidade


da educação básica, que deverá ser focada em desenvolver o aluno em sua totalidade,
exercendo a cidadania e que consiga progredir no trabalho.

4.1 NÍVEIS E MODALIDADES

Os níveis e modalidades de educação no Brasil se subdividem conforme a organização a


seguir:
Figura 2.1: Níveis de Educação.
Fonte: Elaborado pela autora.

4.1.1 Nível Educação Básica: Educação Infantil

A educação básica no Brasil pode ser definida da seguinte forma:

A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como


finalidade o desenvolvimento integral da criança até cinco anos de
idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social,
complementando a ação da família e da comunidade (BRASIL, 2014).

4.1.2 Ensino Fundamental: segunda etapa da educação básica

Já o ensino fundamental, ou segunda etapa da educação básica no Brasil, segue as leis:

Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de nove anos,


gratuito na escola pública, iniciando-se aos seis anos de idade, terá por
objetivo a formação básica do cidadão, mediante:

I – o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios


básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
II – a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da
tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

III – o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista


a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e
valores;

IV – o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de


solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida
social.

§. (BRASIL, 2014).

4.1.3 Ensino Médio: terceira etapa da educação básica

Em relação ao ensino médio, ou seja, a terceira etapa da educação básica no Brasil, pode-
se afirmar que:

O Ensino Médio, etapa final na educação básica, com duração mínima


de três anos, terá como finalidade:

I – a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos


no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;

II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para


continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com
flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento
posteriores.

III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a


formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do
pensamento crítico;

IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos


processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de
cada disciplina. (BRASIL, 2014).
4.1.4 Nível da Educação – Ensino Superior

Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 2014), a Educação


Superior tem por finalidade produzir e difundir o conhecimento científico, bem como
formar os quadros profissionais, sociais, político e econômico do nosso país.

Art. 43. A educação superior tem por finalidade:

I – estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito


científico e do pensamento reflexivo;

II – formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos


para a inserção em setores profissionais e para a participação no
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação
contínua;

III – incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando


ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da
cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do
meio em que vive;

IV – promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e


técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber
através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação;

V – suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e


profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando
os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual
sistematizadora do conhecimento de cada geração;

VI – estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em


particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à
comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade;

VII – promover a extensão, aberta à participação da população, visando


à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e
da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição. (BRASIL,
2014).
Entretanto, educação brasileira não pode ser estruturada unicamente pela divisão em
níveis e etapas, mas, também, em decorrência da existência das modalidades que
envolvem a educação que visam atender às diferentes necessidades da população
brasileira.

5. MODALIDADES

A educação brasileira não pode ser estruturada unicamente pela divisão em níveis, mas
também, em decorrência da existência das modalidades que envolvem a educação que
visam atender às diferentes necessidades da população brasileira.

Figura 2.2: Modalidades da Educação.


Fonte: Elaborado pela autora.
5.1 Educação Especial

A Educação Especial é voltada à concretização do direito à educação e à inclusão das


pessoas com deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino, assegurando o
planejamento, de forma didática e pedagógica, que garanta o processo de aprendizagem.

Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a
modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede
regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais
do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.

§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na


escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação
especial.

§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou


serviços especializados, sempre que, em função das condições
específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes
comuns de ensino regular.

§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem


início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.

Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com


deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades
ou superdotação:

I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização


específicos, para atender às suas necessidades;

II – terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o


nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de
suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o
programa escolar para os superdotados:

III – professores com especialização adequada em nível médio ou


superior, para atendimento especializado, bem como professores do
ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas
classes comuns;

IV – educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração


na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não
revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante
articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que
apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou
psicomotora;

V – acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais


suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.
(BRASIL, 2014).

5.2 Educação do Campo

A educação do campo é destinada à socialização de conhecimentos relacionados às lutas


históricas, territorialidades, concepções de natureza, família, práticas de produção, a
organização social, o trabalho, entre outras especificidades voltadas ao mundo rural.

5.3 Educação Indígena

A Educação Indígena é organizada com base no respeito, na autonomia, na identidade


dos povos indígenas, visando também a valorização, o respeito da diversidade étnica, das
línguas maternas e das práticas socioculturais.

[...] o ensino fundamental regular será ministrado em língua


portuguesa, assegurada às comunidades indígenas também a utilização
de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem.
(BRASIL, 1988).

5.4 Educação Profissional

É destinada aos alunos que procuram uma formação por meio na aprendizagem formal
ou não, a qual pode ser reconhecida e certificada para prosseguir ou concluir os estudos.
[...] Promover uma preparação politécnica para o universo do trabalho,
uma formação que leve ao domínio das diferentes técnicas e princípios
científicos e tecnológicos utilizados na produção moderna, podendo,
inclusive, preparar para o exercício de uma profissão técnica
(unitecnia), desde que atendida a formação geral. (PILETTI;
ROSSATO, 2010, p. 128).

5.5 Educação a Distância

Com todos os avanços tecnológicos, proporcionando maior interatividade entre aluno e


professor, a Educação a Distância começa uma nova era em termos de educação.

Art. 1º Para os fins deste Decreto, considera-se educação a distância a


modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos
processos de ensino e aprendizagem ocorra com a utilização de meios
e tecnologias de informação e comunicação, com pessoal qualificado,
com políticas de acesso, com acompanhamento e avaliação
compatíveis, entre outros, e desenvolva atividades educativas por
estudantes e profissionais da educação que estejam em lugares e tempos
diversos.

Art. 2º A educação básica e a educação superior poderão ser ofertadas


na modalidade a distância nos termos deste Decreto, observadas as
condições de acessibilidade que devem ser asseguradas nos espaços e
meios utilizados. (BRASIL, 2017).

5.6 Educação de Jovens e Adultos

Entretanto, para discutir a educação destinada aos jovens e adultos, é necessário refletir
sobre como esses jovens e adultos pensam e a forma que aprendem, pois não são mais
crianças, e a condição cultural também interfere na maneira de ensinar e de aprender.

Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não
tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e
médio na idade própria.
§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos
adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular,
oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características
do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante
cursos e exames.

§ 2º O poder público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência


do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares
entre si.

§ 3º A educação de jovens e adultos deverá articular-se,


preferencialmente, com a educação profissional, na forma do
regulamento. (BRASIL, 2017).

Com base em todos esses contextos, é possível analisar que as leis e os decretos que regem
a nossa educação não foram explorados até se esgotarem todas as possibilidades e ações
para que ocorra uma melhor compreensão das práticas, políticas e das organizações
destinadas à melhoria da educação em no país. Assim, tanto as políticas educacionais
quanto as organizações que regem a Educação Básica em nosso país estão comprometidas
e destinadas a tentar superar os desafios que influenciam os processos de ensino e
aprendizagem que envolvem a Educação Básica, com todos os seus desmandos e desafios,
bem como as particularidades das diferentes modalidades de ensino.
DICA DE LEITURA

Nome do livro: Plano Nacional de Educação (2011-2020) - Avaliação e Perspectivas

Autor: Luiz Fernandes Dourado (Org.)

Editora: Autêntica

ISBN: 9788575265376

Comentário: Essa obra é uma análise do Plano Nacional de Educação (2011-2020), com
o objetivo de que esse documento se torne um plano do Estado visando a participação da
sociedade brasileira direcionada à educação.

DICA DE LEITURA

Nome do livro: Educação Escolar: Políticas, Estrutura e Organização

Autores: João Ferreira de Oliveira e Mirza Seabra Toschi

Editora: Cortez, 2012.

ISBN: 9788524918605

Comentário: Essa obra tem por finalidade proporcionar aos futuros professores as bases
conceituais para uma análise e crítica dos aspectos sociopolíticos, históricos,
pedagógicos-curriculares e organizacionais que estruturam a educação brasileira e a
organização e gestão da escola, estimulando uma visão crítico-compreensiva dos
profissionais da educação.
ATIVIDADES

1) “Na educação básica, encontramos a oferta de ensino regular e a oferta de modalidades


específicas que contemplarão condições culturais próprias da diversidade da população
brasileira” (MENDONÇA, 2012, p.108). Em relação à Educação Básica, analise as
asserções a seguir e assinale a alternativa correta:

I – A Educação Básica é composta de: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino


Médio, sendo esse a última etapa da educação básica.

II – A Educação Básica é composta, exclusivamente, pela Educação Infantil e Ensino


Fundamental.

III– As modalidades fazem parte da Educação básica, entre elas encontramos: Educação
Especial, Educação do Campo, Educação Indígena, Educação Profissional, Educação a
Distância e Educação de Jovens e Adultos (EJA).

IV – A Educação Básica é constituída pela Educação Infantil, Ensino Fundamental,


Ensino Médio e Ensino Superior, sendo esse a última etapa da educação básica.

V- As modalidades fazem parte da Educação Básica somente na EJA e na Educação


Especial.

Está(ão) correta(s):
a) Somente as afirmativas I e II.
b) Somente as afirmativas I e III.
c) Somente as afirmativas IV e V estão corretas.
d) Somente as afirmativas II e IV estão corretas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.
2) A educação brasileira é regida pela Constituição Federal de 1988, a qual, em seu artigo
205, afirma que:

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será


promovida e incentivada com a colaboração da sociedade,
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho
(BRASIL, 1988).

Com base nesse contexto, assinale a alternativa correta:

I - A educação brasileira tem por finalidade somente o preparo para o exercício da


cidadania.
II - Em relação ao atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
deverá ocorrer preferencialmente na rede regular de ensino.
III - A citação descreve que o Estado é o principal responsável pelo desenvolvimento
educacional das crianças.
IV - A lei descreve que a educação é um direito de fato e um dever tanto da família como
do Estado, cuja finalidade é o desenvolvimento integral das pessoas.
V - Segundo a Constituição Federal de 1988, a educação tem que visar somente a
qualificação para o trabalho.

Assinale a alternativa correta:

a) Somente as afirmativas I e III estão corretas.


b) Somente as afirmativas II e IV estão corretas.
c) Somente as afirmativas II e III estão corretas.
d) Somente as afirmativas I e IV estão corretas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.
3) O Plano Nacional de Educação (BRASIL, 2014), tem por finalidade estabelecer as
metas educacionais para os próximos 10 anos:

[...] objetivo de articular o sistema nacional de educação em


regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e
estratégias de implementação para assegurar a manutenção e
desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e
modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos
das diferentes esferas federativas [...]. (BRASIL, 2014).

Leia as afirmações abaixo e assinale a alternativa correta:

I - O PNE tem como meta universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para
as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade.

II - Oferecer educação em tempo integral em 50% das escolas públicas que possuem
Educação Básica.

III - Universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para toda a população de 6


(seis) a 14 (quatorze) anos.

IV - Estabelece a elevação da escolaridade média da população entre 18 e 29 anos.

V – O PNE tem como meta a universalização do atendimento escolar, melhoria da


qualidade do ensino, formação para o trabalho, entre outras.

a) Somente as afirmativas I e II estão corretas.


b) Somente as afirmativas I e III estão corretas.
c) Somente as afirmativas IV e V estão corretas.
d) Somente as afirmativas II, III e IV estão corretas.
a) e)Todas as afirmativas estão corretas.
4) A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (BRASIL, 1996) destaca, em seu
2º artigo, o papel da escola vinculado ao mundo do trabalho. No que tange a educação
escolar, leia as afirmativas que seguem e assinale a alternativa correta.

I - De acordo com Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, a educação tem


algumas finalidades, entre elas o desenvolvimento pleno do aluno.

II - A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira também enfatiza que as


responsabilidades das instituições escolares é do Estado, em articulação entre a
comunidade e as famílias, a fim de promover um maior processo de integração.

III – A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira foi criada com a finalidade de
estruturar os poucos recursos para o desenvolvimento da educação brasileira.

IV – A base para ingresso ao ensino superior deve ser por indicação, pois esse nível de
ensino destina-se à formação de quadros especializados para o desenvolvimento
socioeconômico dos países.

V – A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira enfatiza o acesso público e


gratuito exclusivo ao Ensino Fundamental para todos os que concluíram na idade própria.

a) Somente as afirmativas I e II estão corretas.


b) Somente as afirmativas II e III estão corretas.
c) Somente as afirmativas I, II e IV estão corretas.
d) Somente as afirmativas I, III e IV estão corretas.
e) Somente as afirmativas I, II, III e IV estão corretas.
5) A educação brasileira está estruturada a partir de níveis e modalidades, os quais
enfatizam a finalidade da educação básica, que deverá ser focada no desenvolvimento do
aluno em sua totalidade.

Por isso, as políticas educacionais, assim como as organizações que regem a Educação
Básica em nosso país, devem ser direcionadas para uma educação que visa atender às
diferentes necessidades da população brasileira.

A respeito das duas asserções acima, assinale a alternativa correta:

a) As duas asserções são verdadeiras e a segunda é uma justificativa correta da


primeira.
b) As duas asserções são verdadeiras e a segunda não é uma justificativa correta da
primeira.
c) A primeira asserção é verdadeira, e a segunda, falsa.
d) A primeira asserção é falsa, e a segunda, verdadeira.
e) Tanto a primeira quanto a segunda são asserções falsas.
UNIDADE III

Gestão, Financiamento e a Avaliação da Educação


Brasileira
Angela Sampaio de Deus Lima
INTRODUÇÃO

Para finalizar o nosso material de estudo, selecionamos temas pertinentes para


compreendermos melhor a estrutura e funcionamento da educação básica, como a gestão
da qualidade de ensino, além do financiamento e a avaliação da educação. Em um
primeiro momento, trataremos da gestão da qualidade de ensino, considerando-se a
necessidade de uma gestão de excelência para um processo de ensino-aprendizagem de
qualidade, já que são necessárias condições básicas de trabalho para que a qualificação
desse processo esteja garantida.

Relacionado a essa primeira abordagem, seguimos discutindo sobre o processo de


financiamento da educação, assim como um processo bastante complexo sobre a
avaliação da educação brasileira, que é feito por meio do FUNDEB. Além disso, vamos
discorrer sobre o SAEB e o IDEB, sendo esse último o índice pelo qual podemos ter um
panorama da educação básica em nosso país.

Fonte: Zimmytws / 123RF.


1. GESTÃO E QUALIDADE DE ENSINO

A gestão na educação exerce forte influência nos resultados do processo de ensino-


aprendizagem, visto que não há como atingir a qualidade na educação se a gestão também
não for de qualidade e executada com excelência. Para essa gestão de excelência, é
necessário que ao menos se tenha os objetivos educacionais básicos para a produção do
trabalho educacional de qualidade.

Mas o que é qualidade? Para Horovitz (1993, p. 21), qualidade se refere ao “nível de
excelência que a instituição escolheu alcançar para satisfazer seus clientes”. Dessa forma,
não há qualidade na educação, em qualquer que seja a instituição de ensino, se a sociedade
(seus clientes) não fizer a sua participação para que essa finalidade seja alcançada, ou
seja, buscando contribuir com a gestão para as melhorias necessárias a uma aprendizagem
precisa.

Morosini (2009, p. 184) defende a qualidade na administração educacional como um “[...]


processo caracterizado por um conjunto de fases: planejamento, ação, avaliação e
promoção [...]”, defendendo, ainda, que a concepção de qualidade ainda não é clara
quando se precisa esclarecer a quem ela é dirigida e por quem é definida.

De acordo com essa explicação, é preciso considerar que a qualidade envolve várias
características desejadas pelas pessoas que fazem a organização, assim como as
características percebidas por aqueles que utilizarão e se beneficiarão desses serviços.
Dessa forma, em diversas empresas, nos seus mais amplos setores, incluindo as
instituições de ensino, buscar a qualidade dos serviços prestados é fundamental para
aqueles que estão à frente da gestão.
O papel do gestor é essencial, tendo como principal desafio decidir a respeito do caminho
que a comunidade escolar deve seguir, definindo seus objetivos e suas prioridades; decidir
sobre os investimentos a serem feitos, definir como serão envolvidos, preparados e
repassados os recursos humanos para que as metas sejam atingidas, buscando a excelência
do desempenho de cada um que faz parte da sua equipe administrativa e,
consequentemente, pedagógica. O que fazer e como fazer são decisões a serem tratadas
pela gestão, que, se bem aplicadas, darão um retorno eficaz e eficiente à qualidade
pretendida.

É preciso salientar que as instituições educacionais possuem diferentes níveis de gestão;


assim, nas escolas brasileiras, encontram-se tanto gestores educacionais quanto reitores,
diretores, coordenadores, professores, etc. — equipes com divergentes formações, perfis
diversos e diferentes modalidades de acesso a tais funções. Portanto, a escolha de um
determinado gestor será feita de acordo com a natureza da instituição, assim como o nível
de ensino que oferece. Diante desses fatores, será possível alcançar ou não a qualidade de
ensino por meio da gestão da instituição.

2. A GESTÃO EDUCACIONAL NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Se faz primordial a formação profissional para o cargo de gestor educacional, uma vez
que o perfil do diretor pode ter diferentes aspectos, como a formação no curso de
Pedagogia ou uma pós-graduação na área de Educação, com conhecimentos relacionados
às múltiplas facetas da administração escolar e do planejamento educacional, didático-
pedagógico, administrativo, financeiro, gestão de pessoas e outros.

Nas instituições públicas, o diretor deve ser aprovado em concursos públicos (critério
muito pouco utilizado na realidade brasileira), exercendo a função de acordo com as
normas do magistério. Pode ser por nomeação/indicação realizada pelo Poder Executivo,
seja pelo prefeito, governador ou secretário de educação.
A nomeação/indicação é a forma mais comum para a escolha de diretores das escolas
públicas; dessa forma, os apoiadores dessa prática defendem a ideia de ter esse
representante para um bom andamento dos trabalhos. Ainda se pode escolher o diretor
por meio de eleições diretas, tendo toda a comunidade escolar (pais, professores, alunos
e funcionários da escola) como participantes. Essa prática de envolver a comunidade na
eleição tem se desenvolvido uma gestão democrática das escolas. Na instituição privada,
o diretor pode ser o dono da escola ou, ainda, um profissional contratado para exercer tal
função.

Consequentemente, conseguirá desenvolver um trabalho de melhor qualidade aquele que


conhecer as demais ações educativas, pois assim saberá como é ser professor. Além disso,
saberá como se dá o processo na prática, podendo visar melhores estratégias para que a
qualidade do processo de ensino-aprendizagem seja alcançada.

A função do diretor, seja de escola pública ou escola privada, é muito importante, pois é
por meio dele que se darão muitas das ações que constam na Lei nº 9.394/96, em seu
artigo 13, levando os docentes a se incumbirem de:

I- participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento


de ensino;

II- elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica


do estabelecimento de ensino;

III- zelar pela aprendizagem dos alunos;

IV- estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor


rendimento;

V- ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de


participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à
avaliação e ao desenvolvimento profissional;

VI- colaborar com as atividades de articulação da escola com as


famílias e a comunidade. (BRASIL, 2014).
Ter o conhecimento sobre essas ações é que implicará na metodologia da gestão, pois,
assim como em qualquer outra empresa, na escola são necessários organização, normas,
valores, regras e códigos para um direcionamento dos profissionais; assim,
coordenadores, orientadores, professores e demais participantes da equipe escolar
poderão, juntos, garantir as condições fundamentais para o desenvolvimento da educação
formal.

Uma equipe bem direcionada por uma liderança firme, responsável e comprometida
contribuirá significativamente na qualificação das ações educacionais na escola. Porém,
é necessário ressaltar que as tarefas assumidas e desempenhadas pelos diretores, hoje em
dia, certamente são mais complexas do que aquelas realizadas por profissionais dessa área
há alguns anos. Assim como o papel do professor é desafiador, a função do diretor
também é, visto que ele não exerce somente uma função com direcionamento pedagógico,
mas sim administrativo, financeiro, organizacional e curricular.

3. GESTÃO EDUCACIONAL NO ENSINO SUPERIOR

Assim como a Educação Básica que é oferecida à população por instituições públicas e
privadas, o Ensino Superior também é disponibilizado por essas instituições, podendo ser
em universidades, centro universitários, institutos superiores de educação, centros de
educação tecnológica e faculdades isoladas.

Devido à diversidade de Instituições de Ensino Superior (IES), existe uma diferenciação


no modelo de gestão de cada uma delas. Porém, nas universidades públicas, a gestão deve
acontecer de acordo com o artigo 56 da Lei nº 9.394/96, de forma colegiada e
democrática.

As instituições públicas de educação superior obedecerão ao princípio


da gestão democrática, assegurada a existência de órgãos
COLEGIADOS DELIBERATIVOS, DE QUE PARTICIPARÃO OS
SEGMENTOS DA COMUNIDADE institucional, local e regional.
(BRASIL, 2014).
Já nas Instituições de Ensino Superior privadas, os modelos são próprios ao perfil
específico de cada uma delas. Muitas Instituições de Ensino Superior buscam autonomia.
Entretanto, ao se tratar das IES privadas, que também são subordinadas ao controle dos
órgãos administrativos públicos, essas dispõem de uma mantenedora, que é responsável
pela garantia do “patrimônio físico-financeiro e pelo orçamento da instituição”
(TRIGUEIRO, 2002, p. 124). É preciso considerar que essa mantenedora pode ou não
interferir nas questões didáticos-científicas, respeitando ou desrespeitando a autonomia
da instituição.

Em todas as instituições públicas, em seus diversos níveis (federais, estaduais e


municipais), o reitor é selecionado por um representante do governo (presidente,
governador ou prefeito). É possível considerar, aqui, os interesses pessoais, partidários e
corporativos, que podem comprometer a gestão educacional e o compromisso com a
educação.

Nas instituições privadas, o reitor ou diretor é escolhido pela entidade mantenedora, isso
quando o próprio dono decide por não assumir o cargo da direção, colocando um
profissional qualificado nessa posição. Já em relação às instituições confessionais,
aquelas que se baseiam em princípios religiosos, diferenciando-se das instituições laicas,
tendo uma gestão colegiada, a escolha e definição final do gestor é da mantenedora.

[...] vice-reitor/diretor: substituto natural do reitor/diretor quando de sua


ausência ou impedimento temporário, assumindo, por delegação, o
comando de determinados projetos específicos e acompanhando o seu
desenvolvimento;

diretores de centros ou faculdades: gestores de unidades educacionais


que, integradas ao contexto institucional e submetidas às linhas gerais
do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), devem ser
administradas em suas especificidades, que decorrem do perfil dos
cursos ministrados;

chefes de departamento e coordenadores de cursos: profissionais


gestores que têm uma visão preponderantemente didático-pedagógica,
mas que não podem negligenciar a gestão administrativa e/ou
econômico-financeira, para não incorrer em inoperância,
irresponsabilidade ou inexequibilidades;

coordenadores de pesquisa e extensão: profissionais que exercem


funções de gerenciamento específico de projetos, mas que não podem
perder de vista as linhas mestras do PDI e do PPI, sob pena de
comprometer suas ações e outras funções que atendem ao desenho de
cada IES (VASCONCELOS, 2011, p. 168).

Cada uma das funções mencionadas exerce tarefas específicas, demandando um


determinado perfil profissional. Entretanto, nem todo gestor se preparou para o efetivo
exercício das funções, o que quer dizer que nem todo professor de qualidade se preparou
para ser um gestor de qualidade, pois muitos assumem essa função, mas não era o que
realmente queriam. Contudo, a IES é responsável pela formação de gestores de qualidade;
entretanto, em seus cursos na área de administração, trabalha com o modelo de gestão
amador experimental, já que experimenta errando, refazendo e desperdiçando.

4. O PROFESSOR COMO GESTOR DO PROCESSO ENSINO-


APRENDIZAGEM NA SALA DE AULA

No contexto educacional, a figura central desse sistema é o professor, assim como os


alunos. O ambiente da sala de aula é o universo em que se dará a interação entre professor
e alunos. Dessa forma, a LDB (BRASIL, 1996), afirma, em seu artigo 62, que, para a
atuação na Educação Básica, se faz necessária a formação em nível superior em cursos
de licenciatura.

A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível


superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em
universidades e institutos superiores de educação, admitida, como
formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e
nos cinco primeiros anos do ensino fundamental, a oferecida em nível
médio na modalidade normal. (BRASIL, 1996).
Ainda, essa mesma lei, em seu artigo 66, se refere à preparação para a atuação no Ensino
Superior, sendo necessária formação profissional e docente a nível de pós-graduação,
com programas de mestrado e doutorado, fazendo da docência um acesso profissional
especializado, dependendo de atualizações constantes e continuadas, com o objetivo de
educar com qualidade.

A preparação para o exercício do magistério superior far-se-á em nível


de pós-graduação, prioritariamente em programas de mestrado e
doutorado.

Parágrafo único. o notório saber, reconhecido por universidade com


curso de doutorado em área afim, poderá suprir a exigência de título
acadêmico. (BRASIL, 1996).

Para tanto, é necessário considerar que diferentes fatores influenciam diretamente no


trabalho desenvolvido em sala de aula, assim como as normas da instituição, presença
da direção e coordenação pedagógica, a quantidade de alunos por turma, a parceria das
famílias com o processo de formação acadêmica dos filhos, a qualidade do material
didático e demais fatores que fazem do professor um profissional que tenha condições
de lidar com essas especificidades.

Por sua vez, Vasconcelos (2011) enfatiza que cada instituição escolar dá determinadas
condições de trabalho para o seu corpo docente, as quais determinam a qualidade do
produto educacional. Assim, a ação do professor em sala de aula fará desse local um
lugar agradável para a aprendizagem e todo o seu processo. Entretanto, fatores como os
saberes transmitidos pelo professor, o relacionamento entre professor-aluno,
comportamento e afetividade contribuem para a obtenção dos objetivos nesse processo.

Conhecer suas reais condições de trabalho e o perfil de sua turma. Traçar os objetivos a serem
atingidos. Definir o método de ensino que será por ele privilegiado. Decidir quais as
estratégias/técnicas didáticas serão utilizadas, em função dos recursos disponíveis. Selecionar os
conteúdos a serem trabalhados e os autores que embasarão tais conteúdos. Precisar critérios e
técnicas de avaliação, fixando inclusive a periodicidade dos mesmos. Analisar os dados coletados
na avaliação, procedendo à revisão constante do processo. (VASCONCELOS, 2011, p. 170).
Todo professor que apresenta preocupação com o aprendizado do aluno procurará
envolver todos os discentes na ação conjunta da aula, demonstrando um processo de
ensino-aprendizagem tanto para quem aprende quanto para quem ensina, pois o professor
é o responsável por fazer a ponte entre o aluno e o conhecimento. O professor pode
apresentar aos alunos um planejamento ou programa das disciplinas, deixando-os cientes
do que aprenderão no decorrer daquele ano letivo.

Além da exposição dos conteúdos, se faz necessário o professor colocar para o grupo de
alunos as regras, as quais devem ser bem esclarecidas e discutidas com a turma, para que
todos as compreendam. As normas devem ser respeitadas e cumpridas tanto pelo
professor quanto pelos alunos. Precisamos ter consciência de que, para o nosso aluno,
somos espelhos; assim, precisamos nos fazer exemplos, para que possamos, nesse
quesito, ter sucesso no processo ensino-aprendizagem.

Para Vasconcelos (2011), o professor é o grande responsável pela aula, pois é quem a
prepara, organiza, seleciona recursos, orienta os alunos para reflexão e análise, estimula
o posicionamento crítico, para o seu bom desenvolvimento. O aluno, nesse momento, vai
sendo conduzido e preparado pelo professor para a formação de opiniões, uma efetiva
participação na sociedade, participando do processo da própria aprendizagem. Dessa
forma, em uma escola, não importando o seu nível de ensino, é necessário o professor
realizar ações de gestão e organização dentro da sua sala de aula.

A gestão e o processo de ensino reforçam a ideia de comprometimento da parte


administrativa e a liderança do gestor, que contribuem para uma educação de qualidade.
Assim, professores e alunos precisam ter condições garantidas para a efetivação desse
processo. A qualidade da educação só ocorrerá em um ambiente democrático,
considerando a autonomia dos envolvidos nesse processo.

Entretanto, é essencial que o gestor estimule sua equipe quanto à inovação, quanto a se
envolver e se dedicar na formação de cada um de seus alunos. Todo apoio e estímulo do
gestor fará que o corpo docente sempre procure por estratégias que facilitem e conduzam
o aluno ao aprendizado, podendo repensar seus resultados e procurar meios para
melhorias e mudanças, sempre. É necessário ressaltar o respeito à diversidade, garantindo
direitos iguais a todos, sendo esse um dos desafios apresentados aos gestores das escolas
democráticas. Assim, qualidade e equidade na educação devem ser colocados em prática.

5. O FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO

Sabemos que a educação é essencial para a formação integral do homem; porém, mesmo
sabendo de sua importância, não paramos para pensar quem paga a conta para que o
processo educacional aconteça nas condições desejadas, não refletimos como acontece o
financiamento da educação para todos.

Ao abordar o tema sobre o financiamento da educação, iniciaremos a discussão nos


referindo ao FUNDEB, que desde 1998 vem financiando a educação brasileira.
Entretanto, em 2006 o Governo Federal teve a iniciativa de transformar o antigo Fundo
de Desenvolvimento do Ensino Fundamental (FUNDEF) em Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação
(FUNDEB).

Para nossa abordagem, partiremos de um documento do Ministério da Educação


denominado FUNDEB: Manual de orientações (BRASIL, 2008). Essa alteração sofrida
no documento mencionado acima foi substancial, pois mudou completamente a
abrangência do Fundo.

O Fundeb contribui para a redução das variadas formas de


desigualdades educacionais existentes, estabelecendo, para a educação
básica pública, equidade na distribuição dos recursos disponíveis no
âmbito dos Estados, Distrito Federal e Municípios e maior participação
federal no aporte de recursos financeiros, contribuindo para elevação
do patamar de investimentos no setor (BRASIL, 2008, p. 7).

Assim, a criação do FUNDEB foi para substituir o FUNDEF e para ser um “[...] fundo
especial, de natureza contábil e de âmbito estadual (um Fundo por Estado e Distrito
Federal, num total de vinte e sete Fundos)” (BRASIL, 2008, p. 7-8). Observe um
comparativo da abrangência de ambas organizações de financiamento.
QUADRO COMPARATIVO - FUNDEF-FUNDEB

PARÂMETRO FUNDEF FUNDEB

1. Vigência Dez anos, até 2006 Quatorze anos (a partir da


promulgação da emenda
constitucional)

2. Alcance Apenas o ensino fundamental Educação infantil,


ensinos
fundamental e
médio

3. Número de R$ 30,2 milhões R$ 48,1 milhões, a partir do


alunos atendidos (Censo Escolar de 2005) quarto ano de vigência do fundo
(Censo de 2005)
4. Fontes de 15% de contribuição de Contribuição de estados, DF e
recursos que estados, DF e municípios: municípios:
compõem o fundo * Fundo de Participação dos * 16,66% no primeiro ano;
Estados (FPE); * 18,33% no segundo ano;
* Fundo de participação dos * 20% a partir do terceiro ano,
Municípios (FPM); sobre: Fundo de Participação dos
* Imposto sobre Circulação de Estados (FPE); Fundo de
Mercadorias e Serviços Participação dos Municípios
(ICMS); (FPM); Imposto sobre Circulação
* Imposto sobre Produtos de Mercadorias e Serviços (ICMS);
Industrializados, proporcional Imposto sobre Produtores
às exportações (Iplexp); Industrializados, proporcional às
* Desoneração de exportações (IPIexp); Desoneração
exportações (Lei de Exportações (Lei Complementar
Complementar nº 87/96). nº 87/96);

Contribuição de estados,
Complementação da União DF e municípios de:
* 6,66 no primeiro ano;
* 13,33 no segundo ano;
* 20%, a partir do terceiro ano,
sobre: Imposto sobre Transmissão
Causa Mortis e Doações
(ITCMD); Imposto sobre
Propriedade de Veículos
Automotores (IPVA); quota-parte
de 50% do imposto Territorial
Rural devido aos municípios.

Complementação da União
5. Montante de R$ 35,2 bilhões (previsão de Consideradas as estimativas (em
recursos 2006, sem complementação valores de 2006) e a escala de
da União) implantação gradual do fundo, os
montantes previstos de recursos
(contribuição de Estados, DF e
municípios, sem complementação
da União), seriam:
* R$ 41,1 bilhões no primeiro ano;
* R$ 45,9 bilhões no segundo ano;
* R$ 50,7 bilhões no terceiro ano.
6. Complementação da R$ 313,7 milhões (valor Consideradas as estimativas, em
União ao fundo previsto para 2006 pela valores de 2006:
Portaria MF nº 40, de
* R$ 2 bilhões no primeiro ano;
3.3.2006). Não há definição,
na Constituição, de parâmetro * R$ 3 bilhões no segundo ano;
que assegure o montante de
recursos da União para o * R$ 4,5 bilhões no terceiro ano;
fundo.
* 10% do montante
resultante da contribuição
dos estados e municípios a
partir do quarto ano;

* Valores reajustáveis com


base no índice oficial da
inflação;

* Esses valores oneram os


18% da receita de impostos da
União vinculada à educação,
por força do art. 212 da
Constituição, em até 30% do
valor da complementação;

* Não poderão ser utilizados


recursos do salário-educação
(a contribuição do salário-
educação será estendida a toda
educação básica pública);

* Até 10% poderá ser


distribuído aos fundos por
meio de programas
direcionados à melhoria da
qualidade de educação.
Previsões (em valores de 2006)

7. Total geral de R$ 35,5 bilhões previstos para * R$ 43,1 bilhões no primeiro


recursos do fundo 2006 ano;

* R$ 48,9 bilhões no segundo


ano;

* R$ 55,2 bilhões no terceiro


ano.

8. Distribuição dos Com base no número de Com base no número de


recursos alunos do ensino fundamental alunos da educação básica
regular e especial, de acordo (creche, pré-escolar,
com dados do Censo Escolar fundamental e médio), de
do ano anterior acordo com dados do Censo
Escolar do ano anterior,
observada a escala de
inclusão:

* Alunos de ensino
fundamental regular e
especial: 100%, a partir do
primeiro ano;

* Alunos da educação
infantil, ensino médio e
EJA: 33,33% no
primeiro ano; 66,66% no
segundo e 100% a partir
do terceiro;

* Mínimo de 60% para


remuneração dos profissionais
do magistério da educação
básica;

* O restante dos recursos em


outras despesas de
manutenção e
desenvolvimento da educação
básica pública
9. Utilização dos Mínimo de 60% para Fixado anualmente com
recursos remuneração dos diferenciações previstas para:
profissionais do magistério
* educação infantil (até três
do ensino fundamental.
anos)
O restante dos recursos, em
* educação infantil (pré-escola)
outras despesas de manutenção
e desenvolvimento do ensino * séries iniciais urbanas
fundamental público.
* séries iniciais rurais

* quatro séries finais urbanas

* quatro séries finais rurais

* ensino médio urbano

* ensino médio rural

* ensino médio
profissionalizante

* educação de jovens e adultos

* educação de jovens e
adultos integrada à educação
profissional

* educação especial

* educação indígena e de
quilombolas
10. Valor mínimo Fixado anualmente, com as Vinculado à educação básica.
nacional por aluno ao diferenciações: até 2004:
Não pode ser utilizado para
ano (detalhamento a
* 1ª a 4ª série fins de custeio da
ser definido na
complementação da União ao
regulamentação da * 5ª a 8ª série e
FUNDEB
PEC) educação especial A A
partir de 2005:

* Séries iniciais urbanas

* Séries iniciais rurais

* Quatro séries finais urbanas

* Quatro séries finais rurais


e educação especial

11. Salário-educação Vinculado ao ensino


fundamental.

Parte da quota federal é


utilizada no custeio da
complementação da União ao
FUNDEF, permitida até o
limite de 20% do valor da
complementação

Quadro 3.1: Quadro comparativo - FUNDEF-FUNDEB.


Fonte: Brasil (2008, p. 7-8).

Assim, segundo dados de Brasil (2008), os valores monetários arrecadados por meio dos
os impostos mencionados no Quadro 3.1 são destinados aos municípios, estados e Distrito
Federal para financiamento da educação. Os repasses desses recursos são feitos de forma
automática, sendo que uma quantia de 20% vai diretamente para o Fundo, para ser
repassada e redistribuída conforme o valor informado pelo Estado brasileiro. Esse valor
é identificado mediante um cálculo feito e que acredita-se ser o valor a ser pago por aluno,
de acordo com a Lei 11.494, de 2008.

Art. 32. O valor por aluno do ensino fundamental, no Fundo de cada


Estado e do Distrito Federal, não poderá ser inferior ao efetivamente
praticado em 2006, no âmbito do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do
Magistério – FUNDEF, estabelecido pela Emenda Constitucional n.º
14, de 12 de setembro de 1996.

§ 1º Caso o valor por aluno do ensino fundamental, no Fundo de cada


Estado e do Distrito Federal, no âmbito do Fundeb, resulte inferior ao
valor por aluno do ensino fundamental, no Fundo de cada Estado e do
Distrito Federal, no âmbito do Fundef, adotar-se-á este último
exclusivamente para a distribuição dos recursos do ensino fundamental,
mantendo-se as demais ponderações para as restantes etapas,
modalidades e tipos de estabelecimento de ensino da educação básica,
na forma do regulamento.(BRASIL, 2008).

O valor a ser pago por aluno está relacionado com as matrículas de cada escola,
angariadas por meio do Censo Escolar. Essas informações são passíveis de ser
apresentadas pelo Censo da seguinte maneira:

Esses dados são levantados e consolidados por Estado, no âmbito das


secretarias estaduais de educação, processados em sistema
informatizado mantido pelo Inep/MEC e publicados no Diário Oficial
da União. Após a publicação dos dados preliminares, Estados e
Municípios dispõem de 30 dias para apresentação de recursos
administrativos com vistas à retificação de dados eventualmente
incorretos. Procedidos os acertos pertinentes, os dados finais do Censo
Escolar são publicados em caráter definitivo e utilizados para cálculo
dos coeficientes de distribuição dos recursos do Fundeb para o ano
seguinte (BRASIL, 2008, p. 11).
Dessa forma, em BRASIL (2008), descreve-se que há anos que essa proporção de 10%
de subsídios do Governo Federal não é definida e, sempre que isso ocorre, 100% desse
complemento é analisado para o cálculo. Outra regra do FUNDEB que se faz relevante é
o repasse para a Educação de Jovens e Adultos: essa contribuição é limitada, os recursos
a serem repassados para a EJA têm um limite de 15%, não podendo ultrapassar esse valor
limite.

PENSE NISSO

Como já mencionamos anteriormente, o repasse do FUNDEB é feito de forma


automática; entretanto, se analisarmos os valores mensais, perceberemos que nem sempre
serão os mesmos valores, pois dependem do calendário de pagamento dos impostos. Mas,
uma vez repassados os recursos, a quem cabe administrá-los?

Os gestores possuem contas específicas do Fundo no Banco do Brasil ou na Caixa


Econômica Federal onde serão depositados os recursos para serem administrados do
FUNDEB. A administração desses recursos deve ser direcionada para a manutenção e o
desenvolvimento da educação básica, assim como garante o art. 70 da LDB (BRASIL,
1996). Esse artigo, considera ações de manutenção e desenvolvimento da educação
básica:

I - remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e demais


profissionais da educação;

II - aquisição, manutenção, construção e conservação de instalações e


equipamentos necessários ao ensino;

III – uso e manutenção de bens e serviços vinculados ao ensino;

IV - levantamentos estatísticos, estudos e pesquisas visando


precipuamente ao aprimoramento da qualidade e à expansão do ensino;
V - realização de atividades-meio necessárias ao funcionamento dos
sistemas de ensino;

VI - concessão de bolsas de estudo a alunos de escolas públicas e


privadas;

VII - amortização e custeio de operações de crédito destinadas a atender


ao disposto nos incisos deste artigo;

VIII - aquisição de material didático-escolar e manutenção de


programas de transporte escolar (BRASIL, 1996).

Diante dessas ações, podemos perceber que a lei estabelece prioridades para o gasto do
dinheiro público que é destinado à educação, devendo ser muito bem analisado o uso dos
recursos.

Diante da nossa discussão, podemos considerar que toda a estrutura do FUNDEB é


bastante progressista; entretanto, o bom desenvolvimento e prática desse trabalho
dependerá de quem nele está envolvido, ou seja, quem compõe o Conselho. Por isso,
precisamos acompanhar as ações, pois. como cidadãos, precisamos ter o conhecimento
de como os recursos estão sendo aplicados. Portanto, assim como o Conselho, somos
responsáveis pela supervisão do gerenciamento dos recursos do FUNDEB na educação.

SAIBA MAIS

Sugestão: para ampliar seus conhecimentos sobre o assunto, faça a leitura na íntegra do
Manual que citamos, no site:

http://www.mp.go.gov.br/portalweb/hp/8/docs/cartilha_alteracoes.pdf,

Ainda, você poderá visitar o site do FNDE: <http:www.fnde.gov.br/>, além de assistir ao


vídeo “Arrecadação e Investimento dos Recursos da Educação - Como Funciona o
FUNDEB?”, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=IVhkU_gW5OY
6. A AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO

A avaliação da educação pode ser considerada um dos mais importantes processos com o
propósito de apresentar as condições da educação em todo o nosso país. Mas qual é o
objetivo dessa avaliação? Diagnosticar, por meio de questionários socioeconômicos e
testes padronizados, qual é a qualidade do ensino oferecido pelo sistema educacional
brasileiro e as condições em que o ensino é realizado.

A introdução da avaliação em larga escala na regulação da educação


básica se deu no contexto de crise do Estado desenvolvimentista, num
quadro de busca de recomposição do poder político, simbólico e
operacional de regulação pelo Estado central e de restrições à sua
atuação na área social, ligando-se ao movimento reformista que, no
ingresso dos anos 1990, impôs uma nova agenda para a área social. Essa
agenda apontou para uma reorganização profunda dos princípios e
parâmetros de estruturação das políticas sociais, remetendo à questão
da reforma do Estado e dos caminhos da modernização do País. A
avaliação foi, então, vista como uma estratégia útil para a gestão que se
impunha com o rumo que vinha sendo dado à área social (FREITAS,
2005, p. 9).

Em Brasil (2017), vê-se que o SAEB (Sistema de Avaliação da educação Básica) foi
criado em 1990, por iniciativa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep/MEC) e das secretarias estaduais e municipais de Educação, com o
objetivo de acompanhar a qualidade de ensino nas escolas públicas e particulares de todo
o país, assim como contribuir com melhorias e a universalização do acesso à escola.

Para que os resultados do SAEB reflitam adequadamente o cenário


educacional brasileiro, é muito importante que a escola cumpra com
atenção as orientações deste documento. É fundamental que os
profissionais da escola contribuam para que tudo ocorra dentro das
normas estipuladas, garantindo, assim, uma aplicação com
procedimentos padronizados, equidade, segurança e sigilo, em qualquer
ponto do território nacional. (BRASIL, 2017, p. 7).
A estrutura do SAEB (BRASIL, 2017) dá a possibilidade de perceber alguns pressupostos
que podem ser alterados mediante a aplicação desse sistema, podendo identificar
problemas e diferenças na Educação Básica, informações do desempenho dos estudantes,
aplicação de testes já definidos pelo próprio SAEB, assim como nos traz os principais
objetivos desse sistema.

I. Oferecer subsídios à formulação, reformulação e monitoramento de


políticas públicas e programas de intervenção ajustados às necessidades
diagnosticadas;

II. Identificar problemas e diferenças regionais na educação Básica;

III. Produzir informações sobre os fatores do contexto socioeconômico,


cultural e escolar que influenciam o desempenho dos estudantes;

IV. Proporcionar aos agentes educacionais e à sociedade visão dos


resultados dos processos de ensino e aprendizagem e das condições em
que são desenvolvidos;

V. Desenvolver competência técnica e científica na área de avaliação


educacional, ativando o intercâmbio entre instituições educacionais de
ensino e pesquisa;

VI. Aplicar os testes definidos nas Matrizes de Referência do Sistema


de Avaliação da Educação Básica – SAEB;

VII. Produzir informações sobre o desempenho dos estudantes, bem


como sobre as condições intra e extraescolares que incidem sobre o
processo de ensino e aprendizagem, no âmbito das redes de ensino e
unidades escolares.

VIII. Fornecer dados para cálculos do Índice de Desenvolvimento da


Educação Básica – IDEB;

IX. Avaliar a qualidade, a equidade e a eficiência dos sistemas e redes


de ensino brasileiros; e
X. Manter a construção de séries históricas, permitindo
comparabilidade entre anos e entre séries escolares. (BRASIL, 2017).

No Sistema de Avaliação da Educação Básica – SAEB – (BRASIL,2005), descreve-se


que o Saeb foi reestruturado através da Portaria nº 931 de 21 de março de 2005, mas teve
sete edições (1990, 1993, 1995, 1997, 1999, 2001 e 2003). Após a Portaria nº931, o
sistema passou a ser formado por duas avaliações, sendo a Avaliação Nacional da
Educação Básica (ANEB) e a Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (ANRESC).
Assim, o SAEB, apresenta a seguinte formação:

Figura 3.1: Formação do SAEB.


Fonte: Elaborado pela autora.

6.1 ANEB

A ANEB (BRASIL, 2017) tem como principal objetivo avaliar a Educação Básica
brasileira, além de contribuir para a qualidade e universalização do acesso à escola. Além
disso, busca apresentar informações e indícios que possibilitam maior compreensão dos
fatores que interferem no desempenho dos alunos nas áreas e anos avaliados.

Art. 1º Fica estabelecida, na forma desta Portaria, a sistemática para a


realização das avaliações do Sistema de Avaliação da Educação Básica
- SAEB: Avaliação Nacional do Rendimento Escolar - ANRESC (Prova
Brasil) e Avaliação Nacional da Educação Básica - ANEB, no ano de
2015.
Parágrafo único: O Inep realizará o SAEB (ANRESC e ANEB) em
regime de parceria com o Distrito Federal, Estados e Municípios.
(BRASIL, 2017).

Em Brasil (2017), consta que a Avaliação Nacional da Educação Básica (ANEB) é uma
avaliação amostral, ou seja, abrange os estudantes de escolas públicas e privadas de todo
o país, bem como aqueles estudantes que estão localizados nas áreas rurais e urbanas,
matriculados no 5º e 9º anos do ensino fundamental; inclui também os alunos do 3º ano
do ensino médio. Os alunos realizam provas voltadas à Língua Portuguesa, relacionada à
leitura; e de Matemática, com foco na resolução de problemas, assim como mostra a
Portaria nº 174, 2015, em seu segundo inciso.

Aplicar instrumentos (provas de Leitura, Matemática e questionários) a


uma amostra representativa de estudantes de 5º e 9º anos (4ª e 8ª séries)
do ensino fundamental regular e de 3ª série e/ou 4ª série do ensino
médio regular, das escolas das redes pública e privada, localizadas nas
zonas urbanas e rurais, distribuídas nas 27 unidades da Federação.
(BRASIL, 2017)

Além da ANEB, há outras avaliações que são aplicadas pelo SAEB e são realizadas a
cada dois anos. Juntamente com essas avaliações, são necessárias as análises de
questionários socioeconômicos aplicados aos alunos da comunidade escolar.

6.2 Prova Brasil

Segundo Fernandes (2007), em documento escrito para o INEP, a Avaliação Nacional do


Rendimento Escolar (ANRESC), ou Prova Brasil, foi idealizada para produzir
informações sobre o ensino oferecido por escolas e municípios, com o intuito de auxiliar
os governantes no direcionamento dos recursos financeiros, técnicos, nas tomadas de
decisões e, também, no auxílio à comunidade escolar em relação aos estabelecimentos
das metas e implantações das ações administrativas e pedagógicas, sempre visando à
melhoria na qualidade do ensino.

A segunda, denominada ANRESC - Avaliação Nacional do


Rendimento Escolar, é aplicada censitariamente a alunos de 5º e 9º anos
do ensino fundamental público, nas redes estaduais municipais e
federais, de área rural e urbana, em escolas que tenham no mínimo 20
alunos matriculados na série avaliada. A Prova Brasil oferece resultados
por escola, município, Unidade da Federação e país que são utilizados
no cálculo do IDEB. (BRASIL, 2011, s/p)

6.3 Provinha Brasil

A Provinha Brasil (BRASIL, 2011) é desenvolvida pelo Instituto de Estudos e Pesquisas


Educacionais Anísio Teixeira (INEP) e destinada pelo MEC/FNDE a todas as secretarias
de educação municipais, estaduais e do Distrito Federal. Os alunos da rede pública de
ensino, matriculados no segundo ano do Ensino Fundamental, participam desse ciclo de
avaliação.

Com base nas informações adquiridas pela avaliação, os professores e gestores obtêm
condições de analisar o processo de alfabetização, buscando aumentar o índice de leitura
e escrita das crianças com até 8 anos de idade.

Art. 2° A Avaliação de Alfabetização “Provinha Brasil” tem por


objetivo: a) avaliar o nível de alfabetização dos educandos nos anos
iniciais do ensino fundamental; b) oferecer às redes de ensino um
resultado da qualidade do ensino, prevenindo o diagnóstico tardio das
dificuldades de aprendizagem; e c) concorrer para a melhoria da
qualidade de ensino e redução das desigualdades, em consonância com
as metas e políticas estabelecidas pelas diretrizes da educação nacional
(BRASIL, 2011).

Nesse contexto, a Provinha Brasil (BRASIL, 2011b) é sintetizada como uma avaliação
que retrata o nível de alfabetização das crianças matriculadas no segundo ano do ensino
fundamental das escolas públicas brasileiras. Entretanto, essa avaliação acontece em duas
etapas, uma no início e a outra ao término do ano letivo. A aplicação em períodos distintos
ajuda os professores e os gestores educacionais a conseguir realizar um diagnóstico mais
preciso, com a finalidade de conhecer o que foi transmitido na aprendizagem das crianças,
em termos de habilidades de leitura, dentro do período avaliado.
Os resultados obtidos pela Provinha Brasil também se articulam com a proposta do Pacto
Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), instituído pela Portaria nº 867, de
4 de julho de 2012, o qual propõe que as crianças estejam alfabetizadas até o fim do 3º
ano do Ensino Fundamental.

A Provinha Brasil é um instrumento pedagógico, sem finalidades


classificatórias, que fornece informações sobre o processo de
alfabetização e de matemática aos professores e gestores das redes de
ensino e, conforme Portaria nº 10, de 24 de abril de 2007, tem os
seguintes objetivos: avaliar o nível de alfabetização dos educandos nos
anos iniciais do ensino fundamental; oferecer às redes e aos professores
e gestores de ensino um resultado da qualidade da alfabetização,
prevenindo o diagnóstico tardio das dificuldades de aprendizagem;
concorrer para a melhoria da qualidade de ensino e redução das
desigualdades, em consonância com as metas e políticas estabelecidas
pelas diretrizes da educação nacional. (BRASIL, 2011).

Essa avaliação é direcionada aos alunos que estão matriculados no 2º ano do Ensino
Fundamental; entretanto, é composta por exatamente 20 questões, que podem ser lidas
pelo aplicador da prova, e outras são lidas pelo próprios alunos. Com o objetivo de
acompanhar e avaliar a aprendizagem de cada um dos alunos ou da turma, o próprio
professor é quem fará as correções ou, ainda, outras pessoas indicadas e preparadas pela
secretaria de educação. Assim, será possível ter um parâmetro geral de cada unidade
escolar, das diretorias e de toda a rede de ensino sob administração da secretaria, e buscar
melhorias para o que for necessário.

SAIBA MAIS

Para conhecer como se deu o histórico das aplicações da Provinha Brasil, acesse o site:
<http://portal.inep.gov.br/web/provinha-brasil/sistema--provinha-brasil>.
6.4 ANA

A ANA, Avaliação Nacional da Alfabetização (BRASIL, 2013), é uma das ferramentas


do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), com a finalidade de medir os
níveis de alfabetização, letramento em língua portuguesa e a alfabetização em matemática
das redes públicas. Entretanto, essa avaliação se insere no contexto de alfabetização
prevista no Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC).

A ANA produzirá indicadores que contribuam para o processo de


alfabetização nas escolas públicas brasileiras. Para tanto, assume-se
uma avaliação para além da aplicação do teste de desempenho ao
estudante, propondo-se, também, uma análise das condições de
escolaridade que esse estudante teve, ou não, para desenvolver esses
saberes, tais como a organização do trabalho pedagógico; a gestão
escolar; a infraestrutura; a formação docente, entendidos como aspectos
importantes do processo de ensino e aprendizagem (BRASIL, 2013, p.
09).

A aplicação da ANA é feita anualmente por meio de questionários contextualizados. Essa


é uma avaliação que foi incluída recentemente no SAEB, tendo seus dados como uma
contribuição da situação da alfabetização em nosso país.

A ANA avalia o nível de alfabetização dos egressos no 3º ano do ensino fundamental;


produz indicadores sobre as condições de oferta de ensino, e concorre para a qualidade
do ensino melhorar cada vez mais e para reduzir as desigualdades, junto às metas e
políticas estabelecidas pelas diretrizes da educação nacional.

SAIBA MAIS

Para saber mais sobre a ANA, acesse o documento base para conhecer todos os objetivos
e a implementação da política de avaliação do Ciclo de Alfabetização, disponível em:

http://download.inep.gov.br/educacao_basica/saeb/2013/livreto_ANA_online.pdf
6.5 IDEB – ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA

O IDEB (BRASIL, 2011d) é o indicador utilizado para analisar a qualidade da Educação


Básica brasileira, e serve como um direcionamento para as metas do Plano de
Desenvolvimento da Educação (PDE). Dessa forma, os resultados obtidos são calculados
por meio das avaliações realizadas do INEP, como a Prova Brasil e o Enem. Ainda, possui
como base a série ou o ano e o Censo Escolar, que monitora o rendimento (aprovação e
reprovação) e movimento (abandono) escolar dos alunos do ensino fundamental e médio
de escolas públicas e privadas.

Os objetivos do IDEB são apenas dois e são coletados por dois


instrumentos avaliativos (avaliações do Saeb e Censo Escolar) que
cumprem os objetivos de: “1) detectar escolas e/ou redes de ensino
cujos alunos apresentem baixa performance em termos de rendimento
e proficiência” coletados por meio do Saeb e Prova Brasil e “2)
monitorar a evolução temporal do desempenho dos alunos dessas
escolas e/ou redes de ensino” por meio do Censo Escolar (BRASIL,
2011).

O IDEB é necessário para estabelecer o resultado do produto entre o desempenho e o


rendimento escolar; entretanto, as médias utilizadas para mostrar o desempenho são da
Prova Brasil, para escolas públicas, realizada a cada dois anos. Assim, o IDEB tem metas
diferentes para cada instituição escolar e rede de ensino, pois tem como objetivo atingir
6 pontos até o ano de 2022, média essa alcançada pelos países desenvolvidos, em seu
sistema educacional.

SAIBA MAIS

Para conhecer mais sobre o IDEB, acesse o site:

http://www.crianca.mppr.mp.br/pagina-2006.html
E saiba como é toda a estruturação do IDEB e a atribuição das notas.
6.6 ENCCEJA

O Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (BRASIL,


2011) é mais um dos indicadores da qualidade educacional, destinado a avaliar
habilidades e conhecimentos de adultos que não tiveram acesso à escola na idade própria.
Assim, o ENCCEJA tem como objetivos:

Construir uma referência nacional de educação para jovens e adultos


por meio da avaliação de competências, habilidades e saberes
adquiridos no processo escolar ou nos processos formativos que se
desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nos
movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas
manifestações culturais, entre outros. (BRASIL, 2011).

Consta em Brasil (2011) que o ENCCEJA surgiu em 2002 como um instrumento de


avaliação de participantes que não estavam frequentando a escola regularmente. A
participação no ENCCEJA é totalmente voluntária e gratuita, sendo uma avaliação
destinada aos jovens e adultos residentes no Brasil e no exterior, inclusive às pessoas
privadas de liberdade, que não tiveram oportunidade de concluir seus estudos na idade
apropriada. As provas são aplicadas em apenas um dia, nos períodos da manhã e da tarde.

Consta em Brasil (2011) que o ENCCEJA visa à certificação apenas do Ensino


Fundamental, pois é preciso ter no mínimo quinze anos completos na data de realização
das provas. Já a certificação do Ensino Médio passou a ser realizada por meio do ENEM.
Além de avaliar o conhecimento escolar dos participantes, o ENCCEJA também
considera sua relação com a família, com a comunidade e o trabalho. Esse exame é
composto por 30 questões objetivas, em cada turno, e uma redação.

6.7 ENEM

O Exame Nacional do Ensino Médio (BRASIL, 2011) foi criado em 1998, mas somente
a partir de 2004 passou a ser indispensável para a doação de bolsas em Instituições de
Ensino Superior (IES) privadas, por meio do Programa Universidade para Todos
(ProUni), mediante as notas adquiridas no exame.
O objetivo primordial do Enem é aferir se seus participantes
demonstram, ao final do ensino médio, individualmente, domínio dos
princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna
e se detêm conhecimento das formas contemporâneas de linguagem.
(BRASIL, 2011).

Dessa forma, o ENEM avalia o desempenho do aluno ao fim da formação na Educação


Básica, assim como suas competências para a prática da cidadania. Esse exame é utilizado
como uma modalidade alternativa aos exames que permitem acesso aos cursos
profissionalizantes, pós-médio e ensino superior.

O Exame Nacional do Ensino Médio (BRASIL, 2011) é oferecido, ano a ano, aos alunos
que estão concluindo o ensino médio ou que já o concluíram em anos anteriores. É um
exame individual e voluntário; porém, muitas instituições de ensino superior utilizam o
resultado desse exame para o processo seletivo de alunos que obtiveram bons resultados,
proporcionando o ingresso na vida acadêmica em uma IES privada.

A prova do Enem (BRASIL, 2011) é contextualizada e de forma interdisciplinar, com 63


questões, redação e situações-problema; e busca analisar se o educando consegue aplicar
os conceitos aprendidos em situações cotidianas. Entretanto, para a atribuição da nota
final, usa-se uma escala de 0 a 100, tanto na parte objetiva quanto na redação. Dessa
maneira, as notas do ENEM servem para a contínua formação e integração ao mercado
de trabalho, o aperfeiçoamento dos currículos do ensino médio, acesso à educação
superior, principalmente àquela oferecida pelas instituições federais de ensino superior e
de iniciativa privada, além do acesso ao Financiamento Estudantil (FIES) e Universidade
para Todos (ProUni).

6.8 ENADE

Agora que já conhecemos o sistema de avaliação da Educação Básica, não podemos


deixar de apresentar a forma de se avaliar, também, a qualidade dos cursos de graduação
do ensino superior. O ENADE (BRASIL, 2011) tem como finalidade avaliar, a cada 3
anos, determinados cursos de graduação, assim como avaliar a instituição que oferece o
curso, tendo como resultado o IGC (Índice Geral de Cursos) da instituição de ensino
superior.

O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (BRASIL, 2011):

[...] é um dos pilares da avaliação do Sistema Nacional de Avaliação da


Educação Superior (Sinaes), criado pela Lei nº 10.861, de 14 de abril
de 2004. O Sinaes é composto, ainda, pelos processos de Avaliação de
Cursos de Graduação e de Avaliação Institucional que, junto com o
Enade, formam um ‘tripé’ avaliativo que permite conhecer em
profundidade o modo de funcionamento e a qualidade dos cursos e
instituições de educação superior (IES) de todo o Brasil.

A presente Unidade III teve como objetivo mostrar como é a estruturação de avaliações
em larga escala da educação brasileira. Considerando-se que essas avaliações têm como
foco a qualidade do ensino, não são avaliados os aspectos sociais, culturais e econômicos
do participante — avaliações, essas, que são conduzidas pelo Sistema Nacional de
Educação e que ainda precisam de melhorias, pois estamos longe de oferecer uma
educação de qualidade à nossa população.

DICA DE LEITURA

Nome do livro: Liderança e gestão escolar

Autor: Heloísa Lück

Editora: Vozes

ISBN: 8532636209, 9788532636201

Comentário: O livro “Liderança e gestão escolar”, de Heloísa Lück, propõe uma gestão
escolar com mais liderança e efetividade na atuação profissional dos responsáveis pela
gestão, com comprometimento, coletividade, iniciativa e empenho no trabalho de gestão.
DICA DE LEITURA

Nome do livro: A gestão participativa na escola

Autor: Heloísa Lück

Editora: Vozes

ISBN: 8532632955, 9788532632951

Comentário: O livro “Gestão participativa na escola”, de Heloísa Lück, reflete sobre a


importância dos processos de melhorias na gestão, ao ser mais participativa, dentro da
escola.

DICA DE LEITURA

Nome do livro: A avaliação da educação básica: a experiência brasileira

Autores: Nigel Brooke; Maria Teresa G. Alves Lina; Kátia Mesquita de Oliveira

Editora: Fino Traço

ISBN: 858054257X, 9788580542578

Comentário: O livro “A avaliação da educação básica: a experiência brasileira” retrata e


reflete sobre o tema da avaliação da educação básica brasileira. Ele reúne as mais
importantes temáticas sobre a avaliação, inclusive sobre a resistência dos resultados de
avaliações em contextos classificatórios de escolas e professores.
ATIVIDADES

1) Em nosso material de estudo, pode ser analisado que o financiamento da educação


pública brasileira é realizado por intermédio do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação
(FUNDEB).

Por isso:

O FUNDEB é, de acordo com o Ministério da Educação (MEC), contábil e de âmbito


estadual, no qual parte dos impostos pagos pelos cidadãos é destinada ao Fundo, que é
redistribuído para a escolas com base no valor a ser gasto por aluno.

A respeito das duas asserções acima, assinale a alternativa correta:

a) As duas asserções são verdadeiras e a segunda é uma justificativa correta da


primeira.
b) As duas asserções são verdadeiras e a segunda não é uma justificativa correta da
primeira.
c) A primeira asserção é verdadeira, e a segunda, falsa.
d) A primeira asserção é falsa, e a segunda, verdadeira.
e) Tanto a primeira quanto a segunda asserções são falsas.

2) A gestão educacional exerce grande influência nos resultados do processo de ensino-


aprendizagem, entretanto, não tem como atingir a excelência na educação se a gestão
também não for de qualidade. Com base em nosso material de estudo, analise as assertivas
abaixo.

I – Para obter êxito na gestão, as instituições educacionais devem possuir o mesmo nível
de gestão.

II - A nomeação/indicação é a maneira mais comum adotada pelas escolas públicas para


a escolha de diretores.

III – Uma das funções destinadas ao gestor é de participar da elaboração da proposta


pedagógica do estabelecimento de ensino.
IV- O gestor deve elaborar o plano de trabalho; porém, não necessariamente necessita
seguir a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino.

V - A função do diretor também é de exercer somente a função com direcionamento


pedagógico.

Assinale a alternativa correta:

a) Somente I está correta.


b) Somente II e III estão corretas.
c) Somente II, III e IV estão corretas.
d) Somente I, III e V estão corretas.
e) Todas estão corretas.

3) A avaliação da educação é um processo de grande valia para verificar a “saúde” dos


nossos sistemas de ensino, pois dessa maneira poderemos ter os subsídios necessários
para pensar em políticas públicas mais eficazes.

O Estado brasileiro não consegue estabelecer sozinho um índice que sintetize a situação
do ensino nas escolas, o qual seja formado por diversos dados oriundos de um único
processo de avaliação.

A respeito das duas asserções acima, assinale a alternativa correta:

a) As duas asserções são verdadeiras e a segunda é uma justificativa correta da


primeira.
b) As duas asserções são verdadeiras e a segunda não é uma justificativa correta da
primeira.
c) A primeira asserção é verdadeira, e a segunda, falsa.
d) A primeira asserção é falsa, e a segunda, verdadeira.
e) Tanto a primeira quanto a segunda asserções são falsas.
4) Em nosso material didático, pode ser observado que o processo de avaliação da
educação básica não é um processo simples, e sim complexo, o qual deve ser
compreendido e analisado não somente por parte dos governantes, mas também por toda
a sociedade. Diante dessa discussão, leia as afirmações abaixo e assinale a alternativa
correta:

I – A avaliação é de extrema valia, pois é por intermédio dessa ação que podemos
conhecer melhor a situação da educação em nosso país na atualidade.

II – A avaliação procura somente oferecer dados que auxiliam na compreensão dos fatores
que influenciam no desempenho das escolas nas áreas e anos avaliados.

III – O governo não necessita criar estratégias e soluções de maneira mais consciente
quando os índices de reprovação estiverem baixos.

IV – A avaliação é necessária, pois, dessa maneira, o governo e a sociedade conseguem


identificar os bons e maus exemplos dentro do Brasil.

V – A avaliação não busca produzir informações sobre os fatores do contexto


socioeconômico, cultural e escolar que influenciam o desempenho dos estudantes.

a) Somente a afirmativa II está correta


b) Somente as afirmativas I e III estão corretas.
c) Somente as afirmativas I e IV estão corretas.
d) Somente as afirmativas II e IV estão corretas.
e) Somente as afirmativas III e V estão corretas.
5) A avaliação da educação tem por finalidade diagnosticar, por meio de testes
padronizados e questionários socioeconômicos, a qualidade do ensino oferecido pelo
sistema educacional brasileiro e as condições em que o ensino é realizado. Diante desse
contexto, assinale a alternativa correta.

I - A ANEB tem por objetivo avaliar a Educação Básica em nosso país e contribuir para
a qualidade e universalização do acesso à escola.

II - A Prova Brasil tem como ênfase produzir as informações necessárias a respeito do


ensino oferecido nos municípios e escolas, com o intuito de auxiliar os governantes nas
decisões e no direcionamento de recursos técnicos e financeiros.

III - Na Provinha Brasil, todos os anos, os alunos da rede pública de ensino, matriculados
no segundo ano do Ensino Fundamental, têm oportunidade de participar desse ciclo de
avaliação.

IV - A Avaliação Nacional da Alfabetização é uma das ferramentas do Sistema de


Avaliação da Educação Básica (SAEB), a qual tem por propósito medir os níveis de
alfabetização e letramento em língua portuguesa, a alfabetização em matemática e as
condições de oferta do ciclo de alfabetização das redes públicas.

V – O IDEB é o indicador utilizado para analisar a qualidade da Educação Básica


brasileira e serve como um direcionamento para as metas do Plano de Desenvolvimento
da Educação (PDE).

a) Somente as afirmativas I e III estão corretas.


b) Somente as afirmativas I e IV estão corretas.
c) Somente as afirmativas II e IV estão corretas.
d) Somente as afirmativas III e V estão corretas.
e) Todas as alternativas estão corretas.
CONCLUSÃO DO LIVRO

Prezado(a) aluno(a),

Chegamos ao momento final do material de Políticas Públicas na Educação Básica. Nesse


material, tratamos de assuntos relevantes para uma melhor compreensão acerca das
Políticas Públicas na Educação Básica.

O primeiro capítulo teve como finalidade realizar uma breve discussão acerca da “Política
Educacional: Estrutura e Funcionamento da Educação Brasileira”, abordando os
conceitos que envolvem o papel do Estado e os apontamentos históricos vinculados às
Políticas Públicas para a Educação Básica.

Todavia, a educação sofre influências do Estado com relação às políticas e aos objetivos
que ele deseja para se constituir como Sociedade e para a formação do indivíduo como
cidadão. Assim, o Estado deverá relacionar as políticas educacionais de uma maneira que
deverá ser pensada, implementada, refletida e avaliada com base em projetos sociais que
atendam aos interesses da maioria da população, e não apenas uma determinada demanda,
e que efetive como um direito universal básico e um bem social público.

Em nosso material de estudos, refletimos acerca da influência do neoliberalismo nos


atuais debates relacionados à educação. Vimos que o neoliberalismo seria apenas uma
forma de entender o atual processo de redução do tamanho do Estado nos assuntos
econômicos, tendo como pensamento exercer o processo de “enxugar” a administração
pública e os assuntos econômicos, visando tornar o Estado brasileiro menos custoso e
mais eficiente.

Continuando os nossos estudos, vimos os aspectos legais e organizacionais da Política


Pública, os quais tiveram como ênfase a Legislação Educacional e como é organizado o
sistema educacional brasileiro. Para tanto, foi refletido que a Constituição Federal (1998),
com base em seu artigo 205, afirma que: “A Educação, direito de todos e dever do Estado
e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao
pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho”.
Também é importante salientar que o dever do Estado é de oferecer uma educação escolar
pública e de qualidade para todos os brasileiros; já a família, por sua vez, tem que
proporcionar às crianças e aos jovens a educação escolar obrigatória, e o objetivo
primordial da educação no Brasil é promover o pleno desenvolvimento dos indivíduos
para a cidadania e para o trabalho.

Finalizamos essa material discutindo acerca da importância da gestão educacional, os


processos de financiamento e avaliação da educação básica, pois o FUNDEB é a principal
forma de financiamento da educação brasileira e funciona da seguinte forma: parte dos
impostos recolhidos por municípios, estados e união é repassada para o FUNDEB; o
montante arrecadado pelo Fundo é distribuído entre municípios, estados e União,
considerando o número de alunos de cada sistema e o valor gasto por aluno — esse último,
estabelecido pelo MEC.

A discussão apresentada nesse material não teve como propósito esgotar as possibilidades
de refletir criticamente a respeito dessas temáticas, que são complexas, e sim buscar uma
melhor compreensão acerca das Políticas Públicas que norteiam a educação brasileira.

Esperamos que o nosso estudo tenha sido de grande crescimento para você.
REFERÊNCIAS

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ARISTÓTELES. Política. Lisboa: Vega, 1998.

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BOBBIO, N. Estado, governo e sociedade: por uma teoria geral da política. São Paulo:
Editora Paz e Terra, 2007.

BANCO MUNDIAL. Prioridades e Estratégias para a Educação: estudo setorial do


Banco Mundial. Versão Preliminar. 1995.

BANCO MUNDIAL. Relatório sobre o desenvolvimento mundial: O trabalhador e o


processo de integração mundial. World Bank, 1995.

BOURDIEU, P. Razões Práticas: Sobre a teoria da ação. Campinas: Ed. Papirus, 1996.

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BRASIL. Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005. Regulamenta o art. 80 da Lei nº


9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação
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