Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
SISTEMAS TÉRMICOS E
ENERGÉTICOS
AULA 1
CONTEXTUALIZANDO
O engenheiro de produção tem a importante tarefa de gerenciar os
recursos humanos, financeiros e materiais de uma empresa, com o objetivo de
aumentar sua produtividade e rentabilidade. Para isso, é relevante que sua
formação aborde o funcionamento dos equipamentos utilizados no processo
produtivo, visando otimizar a integração da mão de obra e da matéria-prima com
estes equipamentos. São muitos os equipamentos fabris utilizados nas indústrias
químicas e de manufatura, sendo praticamente impossível abordar todos eles
em um curso de engenharia. Porém, alguns desses equipamentos são aplicados
com maior frequência na indústria, sendo essencial o aprendizado a respeito
deles. Entre tais equipamentos estão aqueles que compõem os Sistemas
Térmicos e Energéticos. Estes sistemas, muitas vezes, estão relacionados ao
Setor de Utilidades de uma fábrica, setor responsável por fornecer insumos
indispensáveis ao processo fabril: energia elétrica, vapor, água de resfriamento,
ar de instrumento, refrigeração, etc. Por não estarem relacionados diretamente
com o produto final, os equipamentos relacionados a esses sistemas são
utilizados em todas as indústrias de forma semelhante, sendo possível, portanto,
adequar os assuntos que serão abordados nesta disciplina a qualquer aplicação.
2
TEMA 1 - PROPRIEDADES DE SUBSTÂNCIAS PURAS
Uma substância pura é aquela formada por apenas um tipo de elemento,
seja atômico ou molecular. Porém, observamos que, em uma aplicação real, não
encontramos substâncias 100% puras, ou seja, sem algum tipo de mistura ou
contaminação. Dessa forma, para podermos aplicar os conceitos deste tema em
sistemas reais, iremos considerar como substâncias puras aquelas que possuem
contaminação desprezível ou que a composição química seja constante e
homogênea durante sua aplicação no processo industrial. Iremos considerar a
água e o ar atmosférico como substâncias puras, por exemplo.
Fonte: <http://www.shutterstock.com/pic-241178560/stock-vector-phase-or-state-of-matter-
phase-transition-this-diagram-shows-the-different-phase-transitions-for-example-
water.html?src=fT-HL317_Yuw5ZJZdUqX9w-1-5>.
𝑚𝑣
𝑥= . 100
𝑚𝑣 +𝑚𝑙
4
em que 𝑚𝑣 é a massa de vapor e 𝑚𝑙 é a massa de líquido de uma determinada
mistura.
http://brasilescola.uol.com.br/fisica/gas-ideal.htm
𝑃𝑉 = 𝑛𝑅̅ 𝑇
Para um determinado gás, a constante universal dos gases pode ser substituída
pela constante do próprio gás (R), como se segue:
𝑅̅
𝑃𝑉 = 𝑚𝑅𝑇, 𝑅 =
𝑀
5
TEMA 2 - DIAGRAMAS E TABELAS
Os diagramas de fases são gráficos que correlacionam duas variáveis
independentes das substâncias puras. As variáveis mais utilizadas são a
temperatura e a pressão. Nesses diagramas, é possível verificar as linhas de
equilíbrio entre as fases, as quais representam as condições em que ocorrem as
mudanças de fases. A Figura 2 representa um exemplo genérico:
Fonte: <http://www.shutterstock.com/pic-346560500/stock-photo-phase-diagram-2-
dimensional-and-3-dimensional.html?src=Wz88fcYtslheSduOh8x-1Q-1-3>.
6
A água é o principal fluido que iremos trabalhar nesta disciplina e,
portanto, é importante conhecermos o seu diagrama de fases (Figura 3).
Fonte: <http://www.shutterstock.com/pic-346560542/stock-photo-binary-phase-diagram-of-
water-h2o.html?src=CkBFnDwY-REzBsiGi-zGHw-1-5>.
7
Figura 4: Outros diagramas binários de mudança de fase
8
Figura 5: Tabela de vapor
Lei Zero: Também conhecida como Princípio do Equilíbrio Térmico, define que
quando dois corpos de temperaturas diferentes estão em contato, calor fluirá do
corpo mais quente para o corpo mais frio até que a temperatura dos dois corpos
seja a mesma. Da mesma forma, se dois corpos estiverem em equilíbrio com um
terceiro, estarão em equilíbrio entre si, ou seja, com a mesma temperatura.
𝑸 + 𝑾 = ∆𝑼
𝑑 (𝑈 + 𝐸𝑐 + 𝐸𝑝)
= 𝑄̇ + 𝑊̇
𝑑𝑡
10
Enquanto que, para sistemas abertos, considera-se também a energia contida
nas correntes de entrada e saída:
𝑑 (𝑈 + 𝐸𝑐 + 𝐸𝑝)
= 𝑄̇ + 𝑊̇ 𝑠 + 𝑚̇𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 (ℎ + 𝑒𝑐 + 𝑒𝑝)𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 − 𝑚̇𝑠𝑎𝑖 (ℎ + 𝑒𝑐 + 𝑒𝑝)𝑠𝑎𝑖
𝑑𝑡
Fonte: <http://www.shutterstock.com/pic-351766562/stock-vector-second-law-of-
thermodynamics.html?src=DJPa9OSMzPAZWSDA6kxkdQ-1-0>.
11
Nessa lei é possível também observar que a energia é quantificada no
balanceamento de energia e qualificada de acordo com o aproveitamento útil do
processo de transformação. A partir desta lei tem-se a explicação do porquê
trabalho pode ser convertido totalmente em calor, porém o mesmo não é
verificado para o processo oposto, assim como da impossibilidade de transferir
calor de um corpo frio a outro quente de forma espontânea.
3ª Lei: Esta lei especifica, pelo Princípio de Nernst, que a Entropia é nula quando
o sistema se encontra no zero absoluto de temperatura, ocorrendo para todos
os cristais perfeitos. Para outras substâncias, pode-se afirmar que a entropia é
mínima em 0K e que em qualquer outra situação será
sempre positiva.
12
Figura 7: Funcionamento de uma máquina térmica
Fonte: <http://www.infoescola.com/fisica/maquina-termica/>.
Fonte: <http://www.ancient-wisdom.com/greekautomata.htm>.
13
No século XVIII foram construídas máquinas capazes de realizar
trabalhos industriais, porém com baixos rendimentos. Por volta de 1770, o
inventor escocês James Watt desenvolveu uma máquina mais eficiente
utilizando o conceito de máquina térmica aplicada até os dias atuais. Energia
térmica retirada de uma fonte quente foi utilizada para movimentar um pistão,
sendo parte dessa energia descartada para uma fonte fria.
Fonte: <http://averdadedafisica.blogspot.com.br/2012/08/james-watt-de-instrumentos-
cientificos.html>.
14
Figura 10: Ciclo de Carnot
Fonte: <http://www.mspc.eng.br/termo/termod0510.shtml>.
|𝑄𝐹 | 𝑇𝐹
= 1− = 1−
|𝑄𝑄 | 𝑇𝑄
em que: = rendimento.
15
As máquinas térmicas volumétricas são aplicadas em sistemas fechados,
também se dividindo em motoras e geradoras. As motoras são constituídas por
um fluido com elevada energia térmica, que movimenta um embolo ou pistão.
Nas geradoras, o fluido tem sua energia térmica e/ou pressão aumentada devido
à redução forçada de seu volume por causa da realização de um trabalho externo
sobre o fluido.
NA PRÁTICA
Vamos agora resolver alguns exercícios relacionados aos conceitos desta
aula.
Resolução:
𝑅̅
𝑃𝑉 = 𝑚𝑅𝑇, 𝑅 =
𝑀
16
0,16 3
4𝜋𝑟 3 4𝜋( 2 𝑚)
𝑉= = = 0,00215 𝑚3
3 3
𝐹 0,02 𝑁
𝐹 = 𝑚𝑎 → 𝑚 = = = 0,002 𝑘𝑔
𝑎 9,81 𝑚
𝑠 2
𝑃𝑉 600000 𝑃𝑎 . 0,00215 𝑚3 𝐽
𝑅= = = 2164,4
𝑚𝑇 0,002 𝑘𝑔 . 298 𝐾 𝑘𝑔. 𝐾
𝐽
𝑅̅ 8315,9 𝑘𝑚𝑜𝑙 𝐾 𝑘𝑔
𝑀= = = 3,84
𝑅 𝐽 𝑘𝑚𝑜𝑙
2164,4 𝐾
𝑘𝑔
Resolução:
17
|𝑇𝐹 | 273 − 50
=1− = 1− = 0,61
|𝑇𝑄 | 273 + 300
0,61.100 = 61%
SÍNTESE
Nesta rota revisamos as propriedades das substâncias puras e como
essas são representadas em diagramas e tabelas. Verificamos as leis da
Termodinâmica que regem a transferência de energia, envolvendo estas
substâncias e a correlação destas leis com as máquinas térmicas.
REFERÊNCIAS
NETZ, P. A. Fundamentos da Físico-Química. Porto Alegre: Artmed, 2005.
18