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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

DEPARTAMENTO DE LETRAS CLÁSSICAS E VERNÁCULAS


DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA IV - MORFOLOGIA
DOCENTE: Prof. Dr. Ivo da Costa do Rosário

O VOCÁBULO FORMAL E A ANÁLISE MÓRFICA


Camara Jr. (1981)

O vocábulo morfológico (ou formal) é a associação de um segmento fônico a uma significação


léxica ou gramatical, cuja delimitação na escrita se faz com um espaço em branco entre um vocábulo e
outro. Logo, mesmo sem haver pausa entre si, cada vocábulo morfológico constitui uma unidade mórfica
em si e não se confunde com o vocábulo fonológico, da segunda articulação, que se caracteriza por ser
uma sequência de vocábulos sem pausa e subordinada a uma mesma pauta acentual (grupo de força).
Assim, em “a prima Vera” e “a primavera” há apenas um vocábulo fonológico: /aprimavera/; porém, há
três vocábulos morfológicos no primeiro exemplo e, dois no segundo, apesar de em ambos os casos haver
apenas um grupo de forças.
Segundo Bloomfield, os vocábulos morfológicos ou formais podem ser de duas espécies: livres e
presos. Camara Jr. acrescentou a esses dois um terceiro grupo, chamado de formas dependentes.

* Formas livres – são aquelas que podem funcionar isoladamente na comunicação linguística, por
possuírem individualidade significativa e autonomia formal. São exemplos de formas livres os
substantivos, os verbos e adjetivos, além de alguns advérbios. Exemplos: fogo, você, vou, adeus, pato,
escola, não.

* Formas presas – são aquelas que funcionam ligadas a outras. As formas presas são os afixos (prefixos
e sufixos), as vogais temáticas e as desinências, ou seja, os morfemas gramaticais que só aparecem
ligados aos morfemas lexicais. Exemplos: desleal, maldade, infelizmente, vimos, lua linda, caquis.

Sendo assim, um vocábulo formal pode apresentar-se constituído de apenas uma forma livre indivisível (ex: mar, sol,
feliz), ou de mias de uma forma presa (ex: im-pre-vis-ível, com-ceb-e-r) ou de uma forma livre e uma ou mais formas
presas (ex: feliz-mente, mar-e-s, canta-ría-mos).

* Formas dependentes – são aquelas que não são livres, já que não podem funcionar isoladamente numa
comunicação linguística; mas não são presas, como os afixos e desinências, já que têm autonomia formal.
(ex: artigos, pronomes clíticos, preposições, conjunções).

A forma dependente é a comprovação de que vocábulo morfológico e vocábulo fonológico são


distintos, já que nem sempre há coincidência entre eles. A forma dependente, embora seja um vocábulo
formal, não constitui um vocábulo fonológico; é, pois, uma parte do vocábulo fonológico, a cuja pauta
acentual se subordina.
Sobre os compostos por justaposição, convém assinalar que são dois vocábulos fonológicos que
passam a constituir um único vocábulo formal. (ex: pára-raios, pó-de-arroz, guarda-chuva).
É a depreensão das formas mínimas, ou morfemas, constituindo o vocábulo formal unitário, que se
chama a análise mórfica. O método dessa análise consiste na técnica de comutação. Por esse nome
entende-se a substituição de uma invariante por outra, de que resulta um novo vocábulo formal.

CUMULAÇÃO – Fenômeno em que um só morfema acumula duas funções. Ex: morfema modo-
temporal; morfema número-pessoal.

COMUTAÇÃO – Consiste em uma operação contrastiva por meio da permuta de elementos para a qual
são necessárias: a) a segmentação do vocábulo em subconjuntos e b) a pertinência paradigmática entre os
subconjuntos que vão ser permutados. Mantém-se numa coluna uma parte permanente e noutra coluna
elementos em contraste, segundo estabelece o princípio da oposição linguística.

ALOMORFIA – Possibilidade de variação de uma forma mínima. Ex: -s e –es como marcas de plural.

NEUTRALIZAÇÃO – Consiste na perda de oposição entre unidades significativas diferentes. Como a


alomorfia, ela pode se dar apenas no plano mórfico (neutralização entre 1ª e 3ª pessoas gramaticais /
cantava – cantava x cantaria – cantaria) ou ser resultante de condicionamento fonológico (neutralização
entre 2ª e 3ª conjugações em decorrência da perda de tonicidade da vogal temática, isto é, a oposição
entre essas conjugações, caracterizadas pelas vogais –e e –i, respectivamente quando a vogal temática é
átona final: temes, teme, temem; partes, parte, partem).

Referência Bibliográfica
CAMARA Jr. Estrutura da língua portuguesa. Petrópolis: Editora Vozes, 1984. Texto 4

Exercícios

1. Depreenda dos vocábulos abaixo as formas presas, livres e dependentes:

a) incansavelmente
b) as
c) pé-de-moleque
d) flor
e) imoral
f) infelizes
g) descontroladas
h) bem-bom
i) leal
j) couve-flor
k) lealdade
l) reabertura

2. Dê o número de vocábulos formais de vocábulos fonológicos de cada item abaixo:

a) cavá-lo
b) cavalo
c) sempre ceder
d) sem preceder
e) amá-la
f) a mala
g) guarda-roupa

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