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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 20ª REGIÃO
Vara do Trabalho de Lagarto
ETCiv 0000055-28.2020.5.20.0014
EMBARGANTE: DIEGO DA SILVA COSTA
EMBARGADO: GEOVANE GUIMARAES, JOSE VILSON FRANKLIN SILVA,
JORGIVAL PEREIRA SANTOS, SERGIO LUIS SANTOS, ALESANDRO RAMOS
SENNA, JOSE HELDER DA SILVA, MAURICIO PEREIRA DE SOUZA, LAGARTO
FUTEBOL CLUBE

Vistos, etc.

Cuidam os autos de Embargos de Terceiro propostos por DIEGO DA SILVA COSTA em


face de GEOVANE GUIMARAES E OUTROS, com pedido de liminar, por meio do qual o Autor pugna
para que os valores devidos ao Lagarto Futebol Clube, em razão de sua participação na Copa do Brasil 2020,
não sejam disponibilizados no processo nº 0032600-50.2003.520.0014, e que, ao final, a referida quantia seja
reconhecida como impenhorável, considerando a cessão de crédito conferida ao Embargante.

Em suas razões, alega o Acionante que, no dia 02 de abril de 2019, firmou Instrumento
Particular de Mútuo, Cessão de Crédito e Outras Avenças, com o Lagarto Futebol Clube.

Relata que o referido contrato tem por objeto a transferência da importância de


R$550.000,00 (quinhentos e cinquenta mil reais) do Embargante ao Clube, bem como a cessão de crédito de
valores a receber pelo Lagarto Futebol Clube ao Sr. Diego Costa, referente à premiação da Copa do Brasil de
2020 a ser paga pela CBF, como forma de pagamento do mútuo celebrado.

Enfatiza que o contrato foi assinado entre as partes no dia 02 de abril de 2019, com firma
reconhecida no Cartório do Único Ofício, no dia 03 de abril de 2019, bem como houve o registro do
Instrumento Particular de Mútuo, Cessão de Crédito e Outras avenças nos livros do Registro Geral de Títulos
e Documentos do Cartório, sob o R-1354, fls. 110 do Livro B –II, Protocolado sob o nº 1422, fls. 183.

Argumenta que, quando da celebração do instrumento, o crédito encontrava-se livre e


desembaraçado de qualquer restrição, já que apenas em 15 de maio de 2019 foi deferido por este juízo o
pedido da parte Exequente, formulado em 15/04/2019, de bloqueio, até o limite da dívida, dos valores
devidos ao clube executado em razão da sua participação na Copa do Brasil de 2020.

Defende que não pode suportar o ônus do bloqueio do seu crédito, adquirido licitamente, na
mais absoluta transparência e ser penalizado com a perda de seu patrimônio.

Por entender dessa forma, “requer que os valores devidos ao Lagarto Futebol Clube, em
razão de sua participação na Copa do Brasil 2020, NÃO sejam disponibilizados no processo de nº
0032600-50.2003.520.0014, e que, ao final, a referida quantia seja reconhecida como impenhorável,
considerando a cessão de crédito conferida ao Embargante”.

Eis sucinto o relatório, passo a decidir.

Preceitua o artigo 300 do CPC de 2015, que a tutela de urgência será concedida quando
houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo do dano ou o risco ao resultado útil

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do processo.

Analisando a pretensão autoral e os documentos juntados com a prima peça, depreende-se,


em análise perfunctória, a ausência de verossimilhança das alegações do Embargante, senão vejamos.

Em favor de sua tese, apresentou o Demandante um Instrumento de Contrato de


Mútuo/Cessão de Crédito, por meio do qual teria o Mutuante (Embargante) transferido a quantia de
R$550.000,00 ao Mutuário (Executado do processo principal), ajustando, como forma de pagamento da
referida quantia, os direitos de crédito decorrentes da premiação da Copa do Brasil de 2020 a ser paga pela
Confederação Brasileira de Futebol – CBF ao Lagarto Futebol Clube.

Afirmou o Embargante que o instrumento de contrato foi celebrado antes da determinação


de bloqueio de crédito na CBF, donde a ilegalidade da constrição.

Pois bem. Cuidam os autos de Embargos de Terceiro que objetivam o desbloqueio de valor
junto à CBF, sob a alegação de que citada quantia é impenhorável, porquanto objeto de cessão de crédito
conferida ao Embargante como forma de pagamento de contrato de mútuo.

Olvidou-se, todavia, o Embargante que a dívida perseguida no processo principal remonta


ao ano de 2004, tendo este Juízo empreendido todos os esforços no sentido de prestar a tutela jurisdicional
em sua plenitude, entretanto, sem êxito, já que, a despeito de ter utilizado todas as ferramentas no sentido de
localizar bens livres e desembaraçados do Executado, todas as tentativas restaram infrutíferas.

Impende ressaltar o caráter alimentar e preferencial do crédito trabalhista, conforme


previsão expressa do art. 100, §1º da Constituição Federal. Nesse contexto, a existência de contrato de
mútuo/cessão de crédito não pode preterir a dívida trabalhista que se processa há mais de 15 anos nos autos
principais, mormente porque o estado de insolvência da Executada, quando da celebração do contrato, era
patente.

Se não bastasse, da análise do instrumento de contrato, depreende-se que, a despeito de ter


sido firmado em 02 de abril de 2019, com reconhecimento de firma no dia subsequente, o certo é que o
registro do instrumento no Cartório de Registro de Títulos e Documentos somente se deu em 10 de janeiro de
2020, ou seja, após a constrição do crédito do Executado junto à CBF.

Com efeito, tratando-se de cessão de crédito registrada em cartório em momento posterior à


penhora, conquanto válida entre os contratantes, não pode ser oponível a terceiro para excluir o crédito da
constrição, a teor da disposição contida no art. 129, item 9º, da Lei 6.015 de 1973, que dispõe sobre os
registros públicos.

Ante o exposto, não constatada a probabilidade do direito, INDEFERE-SE a medida


liminar requerida.

Notifiquem-se as partes da presente decisão, sendo os Embargados, por meio de seu


advogado constituído nos autos principais, para contestarem os presentes Embargos de Terceiro, no
prazo de lei.

LAGARTO/SE, 05 de março de 2020.

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KATIA ALVES DE LIMA NASCIMENTO


Juiz do Trabalho Titular

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