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Belém – Pará
2006
A RELAÇÃO DA INVOLUÇÃO PSICOMOTORA COM O NÚMERO DE QUEDAS
EM IDOSAS PRATICANTES E NÃO PRATICANTES DE EXERCÍCIO FÍSICO
REGULAR (HIDROGINÁSTICA)
por
Belém – PA
2006
2
Avaliado por:
________________________________________
Data: ____/____/____
Belém – Pará
UNAMA
2006
3
AGRADECIMENTO
EPÍGRAFE
Pablo Picasso
5
RESUMO
O estudo foi do tipo caso-controle e teve por objetivo geral avaliar a influência do exercício
físico na manutenção psicomotora e no número de quedas em idosas praticantes e não
praticantes de exercício físico regular (hidroginástica) e objetivos específicos: verificar a
influência do exercício físico na manutenção dos fatores psicomotores; verificar a associação
entre a prática de exercício físico regular (hidroginástica) e o número de quedas. A pesquisa
foi realizada em 30 idosas com idade entre 60 a 75 anos, sendo 15 idosas praticantes de
hidroginástica (media de idade = 67 anos) e 15 idosas não praticante de exercício físico
regular (média de idade = 63 anos). Para avaliar o Desempenho Psicomotor das idosas
utilizou-se uma adaptação da Escala de Desenvolvimento Motor proposta por Francisco Rosa
Neto. Os fatores avaliados foram: motricidade fina, motricidade global, equilibração, esquema
corporal, organização espacial e organização temporal; além disso, foi realizado um
questionário sobre quedas. Os resultados foram submetidos aos testes T de Student, Mann-
Whitney, Odds Ratio e Risco relativo (p 9HULILFRX-se não haver diferença
estatisticamente significante entre o desempenho psicomotor dos grupos e também não se
verificou influência do exercício físico regular no número de quedas. Porém, em virtude das
limitações metodológicas são necessários mais estudos a esse respeito.
RESUMEN
CRUZ, Claudia Cristiny Pontes; SHIRAKAWA, Keila Eimy. The Relation of the Motor
Psychophysics Involution with the Number of Falls in Aged Not Practicing Practitioners and
of Regular Physical Exercise (Aquatic Gymnastics). Universidade da Amazônia. Belém, Pará,
2006.
The study it was of the type case-control and it had for general objective to evaluate the
specific influence of the physical activity in the psicomotora maintenance and the number of
falls in aged not practicing practitioners and of regular physical exercise (aquatic gymnastics)
and objectives: to verify the influence of the physical activity in the maintenance of the
factors motor psychophysics; to verify the association enters practical of regular physical
exercise (aquatic gymnastics) and the number of falls. The research was carried through in 30
aged ones with age enters the 60 - 75 years, being 15 aged practitioners of aquatic gymnastics
(measured of age = 67 years) and 15 not practicing of regular physical exercise (average of
age = 63 years). To evaluate the motor psychophysics performance of the aged ones an
adaptation of escalate de motor development was used proposal for Francisco Rosa Neto. Os
evaluated factors had been: fine motor, global motor, equilibrium, corporal project, space
organization and secular organization; moreover, a questionnaire on falls was carried through.
The results had been submitted to tests T of Student, Mann-Whitney, Odds Ratio and Relative
Risk (p ,W ZDV YHULILHG QRW WR KDYH VWDWLVWLF VLJQLILFDQW GLIIHUHQFH HQWHUV WKH
psychomotor performance of the groups and also it was not verified influences of the regular
physical exercise in the number of falls. However, in virtue of the methodological limitations
more studies to this respect are necessary.
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE FIGURAS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................... 12
CAPÍTULO 1: O ENVELHECIMENTO.......................................................... 15
1.1. Envelhecimento: Aspectos Socioeconômicos e Culturais.......................... 15
1.2. Atuais Conceitos Sobre Envelhecimento................................................... 18
1.2.1. Tipos de Envelhecimento........................................................................... 21
1.2.2. Longevidade e Envelhecimento.................................................................. 23
1.3. Aspectos Anatomofisiológicos do Envelhecimento................................... 23
1.3.1. Alterações Celulares................................................................................... 24
1.3.2. Alterações Teciduais................................................................................... 26
1.3.3. Altura, Peso e Composição Corporal.......................................................... 27
1.3.4. Sistema Muscular........................................................................................ 28
1.3.5. Tendões, Ligamentos e Cartilagens Articulares.......................................... 30
1.3.6. Ossos........................................................................................................... 32
1.3.7. Alterações das Funções do Sistema Nervoso.............................................. 33
1.3.7.1. Aspectos Neurológicos Somáticos........................................................... 35
1.3.7.2. Aspectos Cognitivos................................................................................. 37
CAPÍTULO 2: PSICOMOTRICIDADE NO IDOSO...................................... 40
2.1. Conceito de Psicomotricidade..................................................................... 40
2.2. Gerontopsicomotricidade............................................................................ 41
2.2.1. Tonicidade................................................................................................... 44
2.2.2. Equilíbrio..................................................................................................... 46
2.2.3. Lateralização................................................................................................ 49
2.2.4. Noção do Corpo.......................................................................................... 51
2.2.5. Estruturação Espaçotemporal..................................................................... 54
2.2.6. Praxia Global............................................................................................. 58
2.2.7. Praxia Fina.................................................................................................. 61
CAPÍTULO 3 : A PROBLEMÁTICA DA QUEDA EM IDOSOS................. 63
3.1. Conceito de Queda........................................................................................ 63
3.2. Incidência de Queda no Brasil.................................................................... 65
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1. INTRODUÇÃO
(IBGE), em 2000 mostram que, no mundo, uma em cada dez pessoas tem 60 anos de idade ou
mais e, para 2050, estima-se que a relação será de uma para cinco em todo o mundo, e de uma
Ainda segundo o IBGE, em 2000 o Brasil contava com cerca de 15 milhões de idosos e
mundo, reveste-se de grande interesse para os profissionais da área da saúde estudos que
Assim, estudos epidemiológicos realizados nos Estados Unidos têm mostrado que 30%
dos idosos caem ao menos uma vez ao ano e que as quedas possuem relação causal com 12%
com mais de 65 anos (PEREIRA et al, 2004). No Brasil cerca de 29% dos idosos caem ao
menos uma vez ao ano e 13% caem de forma recorrente. Além de a queda ser causadora de
mortalidade na população geriátrica é responsável também pela morbidade entre idosos. Isso
reabilitação desses idosos. Quanto a isso, Motta (2005) afirma que apesar do processo de
envelhecimento no Brasil ser um fato concreto, ainda é pouco estudado. Qualidade de vida
podem ser mais informativos que as estatísticas de morbidades, mas não são regularmente
Sabendo que a queda pode ser definida como a falta de capacidade para corrigir o
população idosa, até porque segundo Fonseca (1998) durante o processo de envelhecimento
ocorre uma involução psicomotora, que é o produto final da evolução onde acontece a
influencia nesse processo e interfere no número de quedas em indivíduos idosos. Sabendo que
o percentual de mulheres idosas é maior que o de homens e que essas caem mais que eles até
os 75 anos. (PERRACINI & RAMOS, 2002; PASCHOAL & LIMA, 2006). Decidiu-se fazer
um trabalho com mulheres com idade entre 60 e 75 anos, praticantes e não praticantes de
exercício físico regular. Como a hidroginástica é uma atividade altamente difundida entre a
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população idosa, optou-se pela escolha dessa atividade específica. Dessa forma o presente
estudo tem por objetivo geral: avaliar a influência do exercício físico na manutenção
CAPITULO 1 : O ENVELHECIMENTO
velhice, são uma das preocupações da humanidade desde o início da civilização. A história
nos mostra que as idéias e conceitos sobre a velhice são tão antigos quanto a própria
humanidade.
variações também de acordo com cada cultura; podendo o idoso desempenhar papéis sociais
diferenciados. Segundo Dantas & Oliveira (2003) “ser velho é uma categoria social”. Só
existimos socialmente na medida em que nossos papéis são confirmados e reconhecidos pela
sociedade da qual fazemos parte. Espera-se que cada grupo ou categoria desempenhe o papel
a ele associado.
condicionados pela maneira pela qual a sociedade os vê e os rotula. E essa maneira está
intimamente relacionada com a cultura de cada povo. Segundo Guedes (1994) as culturas são
as diferenças sexuais, etárias, de cor, e muitas outras são tomadas ou não como importantes,
Por isso ao falarmos das diferentes concepções acerca do envelhecimento não podemos
ignorar o aspecto cultural, visto que a forma como que cada sociedade encara a velhice
É importante ressaltar como coloca Guedes (1994), que não se trata de negar o processo
biológico de envelhecimento progressivo de cada ser, mas de chamar atenção para o fato de
que o processo de envelhecimento, sem dúvida universal, pode ser vivido de muitas e
diferentes maneiras.
corpo e uma ordem econômica mundial cada vez mais centrada na produtividade (DANTAS
& OLIVEIRA,2003; NETTO,2000). O culto ao corpo e sua intima relação com o preconceito
aos idosos vem de longa data. Segundo Santos (2001) no ocidente, o primeiro texto referindo-
“Quão penoso é o fim do ancião! Vai dia-dia enfraquecendo: visão baixa, seus ouvidos tornam-se
surdos, o nariz se obstrui e nada mais pode cheirar, a boca se torna silenciosa e já não fala. Suas
faculdades intelectuais se reduzem e torna-se impossível recordar o que foi ontem. Doem-lhe todos
os ossos. A ocupação a que outrora se entrega com prazer, só a realiza agora com dificuldade e
desaparece o sentido do gosto. A velhice é a pior desgraça que pode acontecer a um homem.”
Porém, atualmente é muito mais evidenciado pelos meios de comunicação de massa que
segundo Dantas & Oliveira (2003) privilegiam o sensionalismo e o glamour; que não
padrões eregidos pelos meios de comunicação e pela própria sociedade. O que muitas vezes
preconceito.
revolução industrial e a implementação de uma ordem mundial cada vez mais centrada na
produtividade; aqueles que não tem um bom vigor físico e capacidade produtiva são
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processo produtivo.
(1997) é uma ruptura com os meios econômicos da sociedade, mas também com os sociais, na
medida em que o trabalho origina status. No caso do aposentado brasileiro além do status
social, ele perde também em poder econômico visto que em muitos casos ao se aposentar o
nível de vida de indivíduos da classe media cai em virtude do precário sistema previdenciário
em nosso país.
E ainda no caso dos mais pobres a aposentadoria muitas vezes é a única renda familiar,
reflexo também do desemprego entre os jovens; que também influencia na qualidade de vida
do idoso tendo em vista que ao usar o dinheiro da aposentadoria para ajudar a sustentar filhos
e netos; esse idoso investe menos em saúde e qualidade de vida para si; passando a depender
muito mais dos serviços oferecidos pelo governo, que carente em políticas públicas eficientes
e de grande alcance para essa população; não conseguem ofertar atendimento de saúde de
muito pelo contrário é um problema concreto ate mesmo para nações desenvolvidas, pois
impacto do aumento da população idosa é ainda mais dramático porque esse aumento se deu
de forma muito mais rápida e sem os devidos avanços na área social para esse segmento
populacional.
forma significante a expectativa de vida na América Latina, porém a região parece não estar
pronta para os desafios desse crescimento. Diz ainda que o crescimento da população não é
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algo ruim, o problema é que as sociedades não estão se dando conta do tamanho do
fenômeno.
Para Loewy (2004) evitar a morte prematura e promover maior longevidade são
realizações da saúde pública. Porém condenamos as pessoas idosas a sofrer desta realização
porque nós não lhes damos os recursos ou o cuidado que necessitam para viver com dignidade
privilegiado, estão buscando viver essa fase de suas vidas de uma forma mais agradável,
regular, aprendendo coisas novas, muitas vezes descobrindo e investindo em seus novos
talentos. Ou seja, encarando a velhice como mais uma etapa da experiência humana que pode
e deve ser positiva para o desenvolvimento individual e social apesar de algumas limitações
Mas infelizmente ainda são poucos os idosos que tem direito a uma vida digna na terceira
idade. E para que esse panorama se modifique são necessários maiores investimentos em
qualidade de vida; que inclui profissionais e educadores preparados para trabalhar com esse
público, preparados no sentido técnico e humano vendo a população idosa a partir de um novo
extrínsecas.
Para Veras (1996) a velhice é um termo impreciso e sua realidade é difícil de perceber.
psicológica e social. Nem todas as pessoas chegam à velhice no mesmo estado físico e mental,
umas são mais vigorosas, mais autônomas e desenvolvidas que outras, que não conseguem
biológica. Motta (2005) considera a idade cronológica como o tempo transcorrido a partir de
um momento específico: a data de nascimento do indivíduo. Netto (2000) afirma que o limite
65 anos também em nosso país. Motta (2005) diz ainda que esta medida apesar de simples,
tem sentido apenas legal ou social, pois os eventos biológicos ocorrem no tempo, mas não
cada indivíduo.
Quanto à idade biológica é difícil de ser mensurada de forma acurada (MOTTA, 2005;
NETTO, 2000). Para Motta (2005) é provável que as mudanças biológicas relacionadas ao
ritmo de mudanças varie entre células, tecidos e órgãos, bem como de pessoas para pessoa. E
20
Para Netto (2000), a dificuldade em definir a idade biológica tem como uma das causas
começa logo após a concepção, outros no final da terceira década de vida, tendo quem julgue
Netto (2000), afirma que outro aspecto que precisa ser ressaltado é que, embora as
manifestações da velhice sejam bem claras, não se pode afirmar se elas são exclusivamente
conjunto, tornam difícil a mensuração da idade biológica. Assim pode-se considerar que sexo,
socioeconômico são elementos importantes que mesclados com a idade cronológica irão
Netto (2000) menciona ainda outros três tipos de idade: idade funcional, idade
adaptativa em comparação com a idade cronológica. Papalia & Olds (2000) concordam com
Netto (2000) quando afirmam que se entende por idade funcional o quão bem uma pessoa
funciona num ambiente físico e social em comparação com os outros da mesma idade
cronológica. Porém para Veras (1996), em decorrência das precárias condições de vida nos
relacionada também com o senso de subjetivo de idade, isto é, com cada pessoa avalia a
Motta (2005) comenta ainda que a idade funcional é o reflexo mais fiel da integridade do
escalas que medem a capacidade de adaptação e interação com o meio, mais do que a idade
Segundo Papalia & Olds (2000), um fator importante no aspecto econômico de uma
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aspecto a tendência é encorajadora. Muitos problemas que costumavam ser considerados parte
da idade avançada são atualmente atribuídos não ao envelhecimento propriamente dito, mas a
Neste sentido Papalia & Olds (2000) bem como outros autores, classificam o
gradual e inevitável de deteriorização corporal que começa mais cedo na vida e continua com
o passar dos anos. Para Motta (2005) nesse tipo de envelhecimento também denominado de
dos resultados de doenças, abusos ou desuso – fatores que muitas vezes são evitáveis e dentro
do controle das pessoas. Motta (2005) cita ainda o envelhecimento terciário, que é
Motta (2005) nos traz ainda outros conceitos do campo da geriatria como envelhecimento
potencial na busca do bem-estar físico, social e psicológico, dado como adequado para sua
Segundo Papalia & Olds (2000), a expectativa de vida é a idade estatisticamente provável
até a qual a pessoa nascida em certa época e lugar irá viver considerando se sua idade e estado
de saúde atual, e longevidade diz respeito ao tempo que uma pessoa realmente vive. A
Para eles o envelhecimento é a fase final de um continuum que é a vida. Sendo o período
que sucede a fase da maturidade e que é caracterizado por um declínio das funções orgânicas
que acabam por aumentar a susceptibilidade à eclosão de doenças, o que culmina na morte do
a maioria dos autores admite que ele tem início relativamente precoce, aproximadamente ao
final da segunda década de vida, perdurando por mais uma década pouco perceptível, quando
considera o conjunto dos sistemas orgânicos pode-se aceitar como regra geral que ocorra, em
Um outro fato que merece ser destacado é que o ritmo de declínio da função não se
modifica com o avançar da idade. Assim, em condições normais, o ritmo de perda de uma
determinada função aos 80 anos ou mais anos de idade é idêntico ao que ocorre aos 40 anos,
sua evolução; porém o efeito cumulativo do conjunto dessas alterações não se faz de maneira
linear. Paralelamente ao declínio funcional, porém não com a mesma intensidade e ritmo,
Pode-se afirmar que essas alterações funcionais são comuns a todas as pessoas, não são
de um órgão para outro, como também de idosos na mesma idade. Nesse sentido pode-se
principais alterações que ocorrem nos músculos, tendões, ligamentos, articulações, sistema
Segundo Netto, Carvalho Filho & Salles (2006) as células envelhecem com velocidades
25
fígado e rins (células diferenciadas) ou neurônio e fibras miocárdicas (células que não se
composição química é heterogênea, mas sabe-se que contém 25% de lípedes; sua origem é
radicais livres. (HAYFLICK, 1997; NETTO, CARVALHO FILHO & SALLES, 2006)
As células que acumulam mais comumente esses pigmentos da idade são as células
não se comprovou que o lipofuscinico comprometa a função celular, porém tem sido cogitada
a hipótese de que sua origem seja mitocondrial, assim, o pigmento poderia ser um indicador
Segundo Netto, Carvalho Filho & Salles (2006) em todos os tecido do organismo
tecido conjuntivo, que além de ter sido o mais estudado, está distribuído por todos os setores
constituída por substância fundamental além de proteínas fibrosas, que compreendem dos
fibras que se entrelaçam, formando uma estrutura rígida e quase inextensível. Com o
maior dificuldade de difusão dos nutrientes dos capilares para as células e dos metabólitos
tecidos e órgãos que sofrem maior ação de tração e extensão, como pele, parede arterial e
Com o envelhecimento ocorrem alterações mais evidentes nas fibras elásticas maduras,
músculo-esquelético. Pois haverá maior rigidez muscular, que juntamente com outras
alterações que ocorrem nesse sistema, poderão comprometer as funções motoras do indivíduo
idoso, visto que poderá existir perda da amplitude de movimento e flexibilidade decorrentes
A altura atinge seu pico máximo em torno dos 40 anos, diminuindo um centímetro por
década até os anos 70 anos, quando, então, a redução é provavelmente maior. A diminuição é
redução dos discos intervertebrais e cifose dorsal; é também decorrente do arqueamento dos
partir dos 60 ou 70 anos de idade; isso em decorrência da diminuição da massa celular. Porém
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conteúdo mineral ósseo (passando de 6% no adulto jovem para 5%no idoso); enquanto se
eleva a quantidade de tecido gorduroso – com o passar dos anos o tecido adiposo aumenta de
18% a 36% nas pessoas do sexo masculino e de 33% a 48% nas do sexo feminino. Esse tecido
adiposo tem uma distribuição centrípeta, situando-se no tecido subcutâneo do tronco, nos
epíplons ao redor das vísceras (como coração e rins) e dentro de órgãos, onde podem
substituir porções do parênquima. (VALE et al, 2003; NETTO, CARVALHO FILHO &
SALLES, 2006)
Para Robergs & Roberts (2002), as alterações da composição corporal com a idade
podem ser dramáticas, podendo o idoso, por volta dos 75 anos, ter uma composição típica de
contribui para uma perda de massa muscular e acúmulo de massa gorda, sendo o maior fator
Segundo Netto, Carvalho Filho & Salles (2006) a massa muscular diminui cerca de 30%
Segundo Tortora & Grabowski (2002) esse tecido perdido é, em grande parte, substituído por
tecido conjuntivo fibroso e tecido adiposo, Foss & Keteyian (2000) relata ainda a diminuição
da capilarização do tecido muscular. Souza (2006) afirma ainda que a perda de células
musculares com a idade depende de uma série de fatores, inclusive do grau de atividade física
Com relação ao tipo de fibra muscular mais afetada no idoso, o tipo II (brancas, fásicas,
de contração rápida) parece ter seu tamanho reduzido com a idade, enquanto que o tamanho
alterado.Porém a perda em número parece ser maior por parte das fibras do tipo I. (NETTO,
CARVALHO FILHO & SALLES, 2006; SOUZA, 2006; FOSS & KETEYIAN, 2000)
Netto, Carvalho Filho & Salles (2006) mencionam que todas essas alterações na fibra
totalmente desnervadas e atrofiadas. Souza (2006) relata que estudos realizados utilizando
Segundo Netto, Carvalho Filho & Salles (2006) o tamanho das unidades motoras,
aumenta no idoso, o que faz pensar que o número de motoneurônios encontra-se diminuído e
desapareceram. Com relação as placas motoras Souza (2006) afirma que a fenda sináptica fica
mais ampla, diminuindo a área de contato entre axônio terminal e a placa motora da célula, ao
mesmo tempo ocorre também diminuição na quantidade de acetilcolina liberada nas sinapses.
30
Ainda com relação a força muscular Netto, Carvalho Filho & Salles (2006) afirmam que
proporcionalmente menor que a outra. A diminuição da força muscular é de cerca de 40% nos
membros inferiores e 30% nos membros superiores, quando se comparou pessoas de com 80
anos com as que possuíam 30 anos. Já Mendonça (2006) também menciona a diminuição da
força muscular e diz que a fraqueza muscular é mais evidente na cintura pélvica.
Netto, Carvalho Filho & Salles (2006) dizem ainda que o declínio da força muscular, que
começa a ocorrer entre 30 e 40 anos de idade, evolui muito lentamente até os 60 anos de
idade, quando então acentua-se muito rapidamente em decorrência da perda mais intensa de
estruturais e funcionais, o metabolismo energético celular pouco se altera. Outra alteração que
contribuir para a alteração da função muscular, sendo o diafragma o músculo mais resistente a
tais alterações.
Mendonça (2006) afirma que a prática de exercícios adequados à idade propicia melhora
da força muscular sem correspondente aumento da massa muscular. Porém, Foss & Keteyian
dizem que o treinamento com exercícios reverte modificações como: atrofia muscular, força e
atrito entre as superfícies ósseas, com o envelhecimento ocorrem alterações especialmente nas
(SOUZA, 2006; NETTO, CARVALHO FILHO & SALLES, 2006; TORTORA &
GRABOWSKI, 2002)
superfície, sendo que estas alterações aumentam em freqüência com a idade. Assim a
articulações sinoviais que sofrem alterações com o envelhecimento. Com relação aos discos
aumento das fibras colágenas em número e espessura. Já no anel fibroso, há perda de células,
acúmulo de cálcio e as fibras colágenas tornam-se mais delgadas. Esse conjunto de alterações
pelo uso e desgaste durante a vida. E embora os processos degenerativos das articulações
possam ser observados em pessoas de 20 anos, freqüentemente só ocorrem com idade mais
1.3.6. Ossos
O tecido ósseo pode ser classificado em dois tipos principais: o compacto ou cortical e o
esponjoso ou trabecular. O osso cortical faz parte de ¾ da massa esquelética total, porém de
somente 1/3 da superfície total, localiza-se principalmente na diáfise dos ossos longos e
2/3 da superfície total; estando concentrado principalmente nas epífises ósseas. (SOUZA,
Para Borelli (2006) a evolução da massa óssea durante a vida pode ser dividida em três
períodos. No primeiro que vai desde a concepção até a puberdade, ocorre um aumento
progressivo do volume ósseo, que se encerra com fechamento das epífises. Segundo Tortora
& Grabowski, (2002) nesse período ocorre o remodelamento ósseo,onde o organismo produz
mais tecido ósseo do que perde. Durante o segundo período,que vai desde a puberdade até o
momento em que se atinge o pico de massa óssea, entre os 30 e 40 anos de idade, ocorre
aumento progressivo e consolidação da massa óssea, porém Tortora & Grabowski (2002)
afirmam que durante esse período a deposição e a reabsorção do osso são aproximadamente
equivalentes. O pico de massa é de 20% a 30% maior nos homens do que nas mulheres e
ainda 10% maior nos negros. (NETTO, CARVALHO FILHO & SALLES, 2006; BORELLI,
2006)
Alguns anos após a fase de formação óssea máxima; começa o terceiro período, onde
ocorre perda progressiva de massa óssea, que é de aproximadamente 0,3% ao ano em homens
CARVALHO FILHO & SALLES, 2006; BORELLI, 2006). Essa diminuição ocorre porque a
idade, especialmente na mulher após a menopausa. Como a mulher geralmente possui menos
massa óssea que o homem, a perda de massa óssea no idoso, tem tipicamente efeito mais
A perda da massa óssea com a idade é também devida a outros fatores, um dos mais
importantes talvez seja a diminuição em número e atividade dos osteócitos, que controlam
matriz óssea. Como a destruição de colágeno no idoso é mais lenta do que a formação de
novas fibras, a quantidade de sais inorgânicos no osso passa a ser maior do que a quantidade
de colágeno, embora haja perda real de cálcio. Isto torna o osso mais quebradiço. (SOUZA,
10 bilhões, sofre diminuição de 50 mil a 100 mil por dia, sendo esta perda maior no córtex do
que no hipotálamo, ponte e medula; esta perda neural, entretanto, não é uniforme. Souza
(2006) acrescenta que essa diminuição ocorre especialmente no córtex dos giros pré-centrais;
Para Netto, Carvalho Filho e Salles (2006) embora a diminuição de neurônios possa
exercer papel importante no declínio da memória e das funções cognitivas, é provável que
esta não seja o único fator responsável, desde que os neurônios, as células neuroglias e o
34
de suas intercomunicações, possam agir como uma unidade funcional.Com relação às células
gliais, Souza (2006) afirma que há discordância na literatura: alguns trabalhos mostram
Segundo Souza (2006) no giro do hipocampo que é uma área associada com a memória
neural, enquanto as placas neuríticas são massas de proteína amilóide situadas entre os
número desses elementos parece não alterar as funções celulares. No paciente com Alzheimer,
doença de Parkinson.
Souza (2006) relata que na medula espinhal, não há perda de neurônios antes dos 60 anos.
Após esta idade, começa a ocorrer morte celular. A maneira como a perda de células nervosas
afeta a função do sistema nervoso varia entre pessoas e depende de vários fatores, entre os
quais da região em que ela é mais intensa. Netto, Carvalho Filho & Salles (2006) afirmam que
o metabolismo e o fluxo sanguíneo cerebral, que têm sido admitidos como excelentes
SALLES, 2006)
35
Com relação aos reflexos profundos Mendonça (2006) afirma estes estão diminuídos ou
nesta faixa etária são hipoestesia superficial distal e alterações da sensibilidade profunda. A
sistema nervoso autônomo. A marcha pode estar lentificada, com os passos mais curtos e
diminuídos.
acomodação visual prejudicam a visão para curta distância; outras alterações da visão que
Parece que a deterioração funcional afeta tanto o aparelho auditivo como as respectivas
vias nervosas, hipoacusia é uma manifestação característica. Além disso ocorrem também
receptores gustativos também são afetados; o comprometimento desses órgãos dos sentidos
36
também pode estar prejudicada por diminuição de células em lobo temporal. (MENDONÇA,
Mendonça (2006) afirma que quedas freqüentes são comuns no idoso e ocorrem pelo
reflexos posturais, agravados pela deficiência visual, rigidez ligamentar, fraqueza muscular e
pacini e órgãos terminais de Ruffini dentre outros. Visto que segundo Foss & Keteyian (2000)
Assim Foss & Keteyian (2000) afirma que esses órgãos estão relacionados com a
cinestesia que em geral nos diz inconscientemente onde as partes de nosso corpo estão em
uniforme e coordenado, quer se trate de golpear uma bola de golfe, de realizar uma corrida em
casa, ou simplesmente de subir um lance de escada desconhecida sem tropeçar. Eles ajudam
também a manter a postura corporal e tônus muscular normais. Dessa forma podemos
capacidade para resolver problemas e o raciocínio. Mendonça (2006) afirma que as alterações
cognitivas que são freqüentemente encontradas no idoso e consideradas normais para a faixa
divisão da atenção entre duas fontes de informação. O declínio da habilidade atencional pode
interferir e prejudicar outras funções cognitivas dos indivíduos idosos. Doenças vasculares e
2000)
basicamente dessa região, isso diz respeito à fluência verbal e as funções executivas que são:
busca proposicional dos mesmos, com inibição de fatores estranhos irrelevantes; manipulação
montar um quebra-cabeça) são também diminuídas. Alguns autores afirmam que o hemisfério
38
Com relação aos déficits de memória relacionados ao envelhecimento, pode-se dizer que
existem vários tipos de memória e que apenas alguns de seus aspectos estão menos eficientes
nos idosos. Pode-se classificar a memória em dois grupos: curto prazo (que engloba: memória
prazo primária, em que se retém a informação por segundos, parece pouco diminuída no
conjunto de informações para o desempenho de uma atividade, está mais comprometida, isso
pode ter relação com a sua maior complexidade, visto que envolve não apenas o
tipo de memória são: o tipo de comida do almoço, se trancou a porta da casa ao sair,
prazo que mais tende a se deteriorar com a idade. A capacidade em recordar informações
recém obtidas, em especial, parece diminuir. Já a memória semântica, que armazena fatos,
mesmo com a memória implícita, que inclui habilidades motoras, hábitos e maneiras de fazer
As dificuldades de memória do idoso devem ser interpretadas também à luz das inter-
relações das funções cognitivas. Déficit de atenção e lentificação geral do processo perceptivo
39
Segundo Papalia & Olds, apesar dessas alterações, as pessoas mais velhas podem e
e usar bem aquelas que já conhecem. Parente & Taussik (2002), afirmam que a
que envelhecem não apenas de forma ativa e independente como também de forma criativa.
conseguir transporte, preparar refeições, tomar medicação e manter a casa. Dois aspectos
esse relacionamento pode ser recíproco. Não apenas a má saúde e a falta de instrução podem
limitar a cognição, como também as pessoas com maior capacidade cognitiva tendem a obter
nível elevado; quer essa atividade envolva leitura, conversação, palavras cruzadas, jogo de
cartas ou xadrez, ou voltar para a escola, como cada vez mais adultos estão fazendo.
muitas partes do mundo. Outro aspecto que vem sendo estudado é a influencia da atividade
física, nos processos cognitivos principalmente no que diz respeito à memória. (PAPALIA &
OLDS, 2000)
40
Rosat, Milano & Santos (1998) afirmam que como as memórias são susceptíveis a
perfusão cerebral durante exercícios com carga leve e sem carga, enquanto exercícios com
Le Boulch apud Nasser (2004) define psicomotricidade como uma ciência que estuda a
a ciência que tem por objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em
relação ao seu mundo interno e externo, fazendo aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas.
É considerada por alguns como uma ciência encruzilhada, pois utiliza conhecimentos da
se encontram vários pontos de vista. Outros a reconhecem na prática, como terapêutica para a
como um todo; tornando indissociável a relação mente e corpo, visto que associa a funções
partes e encontra-se dividido em vários fatores psicomotores. Fonseca (1995) apresenta sete
fatores, que são: tonicidade, equilíbrio, lateralidade, noção corporal, estruturação espácio-
2.2. Gerontopsicomotricidade
mais voluntário, pressupondo uma organização vertical ascendente. Contudo, para o autor
que o cérebro a traduz na sua essência intrínseca e extrínseca, tendo alterado e modificado a
que existiam, emergindo assim uma progressiva organização de tais unidades em um único
sistema que será mais organizado, sendo assim ao longo da evolução cada nível de
42
sistemas com novas propriedades (propriedades que não foram e nem são anexadas do
exterior), são resultados de sistema interno de organização, para que possam responder
Ainda o mesmo autor, afirma que é através desta transformação e modificação que se
ação de um produto final de uma organização central do cérebro conhecido também como
psicomotricidade.
O ser humano desde a sua vida embrionária até o momento de sua morte, sofre processos
de transformação através de fases. Partindo da imaturidade para maturidade, sendo esta a fase
desmaturidade, que é o declínio que ocorre na senescência. Ou seja, ocorre uma involução
psicomotora, que é o produto final da evolução onde acontece a deterioração das propriedades
e funções dos fatores psicomotores numa seqüência inversa ao que foi adquirido. (FONSECA,
1998)
término dessa fase inicia-se o estágio adulto, onde ocorre o aperfeiçoamento desses fatores.
Chegará a uma determinada fase da vida que o ser humano sofrerá perdas progressivas das
43
noção do corpo, lateralização, equilíbrio e por último o tônus muscular. (FONSECA, 1998)
ADOLESCÊNCIA ADULTO
(REPRESENTAÇÃO) (PLANIFICAÇÃO)
PF PF
PG PG
EET EET
NC NC
L L
E E
T T
BEBÊ GERONTE
(AÇÃO) (AÇÃO)
A esse conjunto de mudanças que acontece no idoso dar-se o nome de retrogênese. Esse
como as respostas psicomotoras. Para Moragas (1997), com a idade, todo processo é mais
lento, parece que devido a menor capacidade do sistema nervoso central. A diminuição das
demonstrando a necessidade de um nível maior de excitação do sentido para que possa captar
o sinal.
44
Contudo, para Simões (1998) o corpo idoso é mais rico em experiências motoras, porém
o tempo deprecia a execução do ato motor. Nesse sentido, Morangas (1997), afirma que as
2.2.1 Tonicidade
Lundy-Ekman (2004), define tônus como o grau de tensão no músculo em repouso. Logo,
Thompson (2000) o considera como sendo o estado de tensão permanente dos músculos, que
tem origem reflexa, varia quanto a sua intensidade e segue as diferentes ações sinérgicas;
sendo reforçado ou inibido, com a função de ajustamento postural. O tônus pode ser
classificado como tônus residual ou tônus de repouso: está sempre presente nos músculos e
que manifesta o sistema muscular, notoriamente os extensores, para permitir ao corpo resistir
à ação constante da gravidade e considerado por Rosa Neto (2002), como resultado das
genética e seletivas, sem as quais nenhuma atividade mental pode ser realizada. Assim a
através do tônus que a criança estabelece seu contato com o mundo exterior e é através dele
Segundo Fonseca (1995), Machado (2003) e Guyton & Hall (2002) a regulação do tônus
inexcedível importância, na medida em que lhe oferecem uma qualidade aferente das
é composta por uma sucessão de tonicidades que resulta na equilibração e na postura humana.
contrário de Fonseca (1995, 1998), que afirma que pelo princípio de retrogênese dos fatores
46
psicomotores, o tônus muscular sofre uma diminuição e é o último fator a ser alterado. Para
Fonseca (1995), a explicação está na relação neurológica do tônus com a força muscular, ou
afirmando que a força muscular é proporcional a tonicidade. Com isso, entende-se que no
a diminuição da tonicidade. Para Mendonça (2006), pode haver uma falsa impressão de
2.2.2. Equilíbrio
Schrager apud Thompson (2000) o consideram como a interação entre várias forças,
principalmente da gravidade e da força motriz dos músculos corporais. Já Rosa Neto (2002)
entende por equilíbrio, o estado corporal onde forças distintas atuam sobre esse corpo,
Enquanto que o equilíbrio dinâmico está relacionado com as funções tônicas motoras, com os
espaço com auxílio da visão. (OLIVEIRA, 2002; THOMPSON, 2000; FONSECA, 1995).
considerado por Rosa Neto (2002) como a base para toda ação diferenciada do segmento
corporal. Fonseca (1995), afirma que o equilíbrio pertencente à primeira unidade funcional do
modelo psiconeurológico de Luria, que tem como principais funções a vigilância, estado de
alerta e atenção. Sendo que várias áreas do sistema nervoso fazem parte da equilibração,
Para o ser humano manter posturas, posições e qualquer atitude é necessária a presença
Para que haja o domínio postural é necessária a contração tônica dos músculos profundos,
realizada através de reflexos, sendo estes considerados a base para o controle da postura
fornecendo suporte para a execução das ações. Desta forma o fuso muscular torna-se essencial
musculares, esses fusos possuem dois tipos de receptores sensoriais, associados a fibra gama
aferente originada dos fusos neuromusculares, que assegura os diversos circuitos posturais,
não só em nível do tronco cerebral, como também em nível do cerebelo, produzindo por esse
Eis a razão de o sistema vestibular ter a participação no equilíbrio, pois está estritamente
associado com as terminações aferentes secundárias dos fusos neuromusculares, assim ocorre
a coordenação das contrações tônicas e fásicas dos diferentes grupos musculares, realizando
segundo Paixão Júnior e Heckmann (2000), pois compensa a ausência de outros estímulos
superfície onde se dará o movimento e a posição das partes do corpo uma em relação à outra e
utrículos e sáculos, responsáveis pelo ajuste postural através das aferências vestibulares que
células ciliares dos canais semicirculares; das células ganglionares e das fibras nervosassurge
HALL, 2002; ROSA NETO, 2002; FONSECA, 1995; PAIXÃO JÚNIOR & HECKMANN,
2000).
função sensorial e risco de quedas em idosos, Lord et al apud Paixão Júnior & Heckmann
(2000) evidenciaram que indivíduos com sensibilidade diminuída são mais propensos a sofrer
quedas.
2.2.3. Lateralização
A lateralidade corporal para Negrine apud Faria (2004) refere-se ao espaço interno do
movimentos de um lado do corpo, seja do lado direito ou esquerdo, com menor desembaraço
possível durante uma atividade que requer habilidade. Para outros é definida como a
propensão que o ser humano possui de utilizar preferencialmente mais um lado do corpo que
o outro, nos seguintes níveis: mãos, olhos, pé e audição. (ROMERO apud FARIA, 2004;
Os indivíduos podem ser classificados segundo Faria (2004) em: destros quando há
corpo e ambidestro quando não há predomínio claro estabelecido e ocorre o uso dos dois
percepção integrada dos dois lados do corpo, tanto direito quanto esquerdo. Sendo adquirida
lateralização como sistema funcional complexo, desta forma ocorre o predomínio de um dos
cerebral oposta ao lado do corpo que possui maior destreza. (FONSECA, 1995; ROSA
forma marcante no equilíbrio do indivíduo idoso. Aumentando sua propensão a sofrer quedas.
51
A palavra noção corporal tem como sinônimo: estruturação corporal, esquema corporal e
esquema postural. No entanto, esquema corporal não é sinônimo de imagem corporal, muitas
vezes essas palavras são confundidas, mas ambos possuem conceitos diferentes.
Para Tavares (2003), o esquema corporal está relacionado com as estruturas neurológicas
reconhecimento do corpo anatômico. Enquanto, para Ferreira & Thompson (2002) o esquema
revestimento cutâneo próprio, por meio dos quais o individuo encontra-se em contato com o
espaço, para assim agir com eficácia e harmonia. Já Thompson (2000), define esquema
relações entre o “Eu” e o mundo exterior. Oliveira (2002), defende que através desse
conhecimento corporal e das partes específicas do corpo é que a criança descobre seu próprio
“Eu”.
Bouch (1982) esses dois termos não podem ser compreendidos isoladamente, como fazem
como alguns neurologistas que afirmam que o esquema corporal é uma “ressonância
mecanicista”, ainda o mesmo autor, defende que a imagem corporal constitui um estágio para
precedente seria o de “corpo vivido” que termina na primeira imagem do corpo que a criança
52
organização de esquema corporal, pois é a partir desse período que a imagem visual do corpo
das estruturas corporais. Seu substrato neurológico de integração situa-se no córtex parietal,
A B
Fig. 2: Área Cortical Somatosensorial. A – vista medial; B – vista lateral.
Fonte: LUNDY-EKMAN, 2004.
A noção do corpo constitui uma integração superior devido aos seus dados intra e
Thompson (2002) afirmam que na fase de aquisição do esquema corporal, devido a sua
infância, a criança faz apenas uma justaposição das partes do seu corpo.
53
selecionadas no tronco cerebral e nas estruturas talâmicas, ascendendo ao córtex parietal onde
Com isso, o esquema corporal através das informações proprioceptivas enviadas dos
por meio dos processos sensoriais e tônicos. Assim, o esquema corporal integra um sistema
THOPMSON, 2002)
estruturada, de onde emerge uma representação mental, que em si, constitui-se num marco de
referência interna que precede todas as relações com o exterior. (FONSECA, 1995)
Assim pode-se supor que, com o envelhecimento ocorra uma diminuição paulatina na
nos órgãos sensoriais como visão e audição e alterações nos proprioceptores musculares e
articulares); ou pelo estilo de vida de alguns idosos, onde há maior privação de estímulos ou
ainda pela combinação de ambos. Nesse sentido pode-se inferir que as alterações no esquema
54
seriam significativas no que diz respeito ao equilíbrio, tempo de reação, raciocínio o que
integração cortical de dados espaciais está mais relacionada ao sistema visual que está
localizado no lóbulo occipital. Enquanto, que a integração dos dados temporais, rítmicos, está
No que diz respeito à estruturação espacial, é através da visão que ocorre a emissão de
informações ao lóbulo occipital; que corresponde a área visual primária representada pela área
17 de Brodmann, que irá processar as informações obtidas pelo sistema visual, indicando
assim as características e a posição do objeto no espaço. Desta forma, pela visão é que ocorre
GRABOWSKI, 2002).
primária nas áreas 41 e 42 de Brodman situado no córtex temporal e de acordo com Tortora e
Grabowski (2002), essas áreas tem a função de interpretar as características básicas do som
A B
corporal formando assim a segunda unidade, cujas propriedades funcionais estão adaptadas à
sensoriais, visuais e auditivos para formar os dados espácio-temporal. Para Fonseca (1995) a
estruturação espaço-temporal tem início a partir da dimensão intra-espacial. Esse autor relata
que no processo de crescimento do ser humano ocorre a elaboração de uma dimensão extra e
poder calcular a quantidade de movimento necessário, para explorar o espaço ou contatar com
oferece ações que são realizadas nas atividades; em uma seqüência organizada e bem
estruturada.
Assim, Fonseca (1995) considera a visão como o principal sistema sensorial para a
que se obtém a posição do corpo no espaço que será explorado pela motricidade. Nesta
Entende-se assim, que no envelhecimento o déficit visual é uma das causas para que
figura e fundo, quanto à forma e detalhes. Observa-se no idoso a restrição do campo visual,
espaço e do objeto a um nível mais complexo permite lidar com o “espaço mental”,
estimulação sensorial. Sendo assim, o cérebro desenvolveu as suas memórias que respondem
caracterizada por ser uma noção de controle e de organização, abrangendo desde o nível da
cognitivo nos idosos, e a diminuição de uma das propriedades pode afetar outras propriedades
da cognição, devido à inter-relação das funções, deste modo, déficit de atenção e lentificação
processo, para Fonseca (1998) desordem cognitiva repercute no déficit de estruturação noção
apreciação é feita com simultaneidade, com o intervalo de tempo entre o acontecimento deve
ser igual a zero, sendo esta simultaneidade é aprendida pela motricidade e mais tarde com o
importância, quer para as funções gnósicas, ou práxicas, já que ambos obedecem ao princípio
ritmo que envolve a conscientização da igualdade dos intervalos de tempo. Desta forma,
considera um ritmo constante, uma série de intervalos de tempo iguais, fenômeno esse que
traduz muitos ritmos biológicos no indivíduo como: a circulação, respiração, etc. E para o
aposentadoria às vezes traz impacto no estilo de vida, alterando o seu ritmo de atividade e
conseqüentemente o ritmo biológico. Desta forma Fonseca (1995) afirmar que a função do
motora das estruturas rítmicas. Nota-se que no processo de envelhecimento para Moragas
memória de curto prazo e somado a diminuição neural dos giros temporais, entende-se que
localizada no lóbulo frontal, mais precisamente pela zona motora do córtex, que corresponde
59
1995).
voluntários que são pré-estabelecidos para um determinado objetivo, está relacionada com a
A praxia global possui relação maior com a área 6 por ter como principal função a
grupos musculares. A esse respeito Machado (2003) afirma que essa área, por ser menos
excitável, necessita de uma corrente elétrica intensa para que se obtenha a resposta motora.
primariamente nessa área ocorre a construção do movimento para que haja a preparação dos
Posteriormente, os comandos são enviados a área 4 pelas vias piramidais, e assim produzindo
segundo Fonseca (1995) para que o movimento ocorra de forma harmônica sem a presença de
sinergia onerosa, como Tortora (2002) menciona a respeito do tônus, que a contração seja
por sincronizar sistemas extrapiramidais cerebelares e vestibulares, pois estes irão assegurar a
pelos gânglios da base. A área pré-motora processa as atividades motoras de origem complexa
e de forma seqüencial, através do impulso gerado por essa área é que os músculos contraem
numa seqüência especifica. Enquanto o cerebelo atua tanto na aprendizagem quanto nos
sensorial e enviar sinais corretivos. E os gânglios da base são responsáveis pelo planejamento
movimentos, a fim de permitir que eles atinjam o seu fim com precisão, simultaneamente e
motor em face dos novos dados que lhe são fornecidos pela proprioceptividade. (FONSECA,
1995)
Para Souza (2006), no envelhecimento ocorre perda neuronal no córtex do giro pré-central e
no cerebelo, como foi citado no capítulo anterior. Presumindo que devido a essas alterações
ocorra a diminuição da praxia global por estar relacionado a estas áreas e informações.
praxia fina para Fonseca (1995) pertence à terceira unidade funcional de Luria ao lado da
praxia global. A praxia fina está localizado nos lóbulos frontais, compreendendo as tarefas
motoras seqüenciais finas e possui relação maior com a área 8, por ser responsável pela
coordenação dos movimentos dos olhos durante a fixação da atenção e das manipulações de
objetos, e exigem o controle visual, sendo está área responsável também pelas funções de
complexa, e Oliveira (2000), afirma que esses movimentos específicos utilizam pequenos
músculos.
Assim, todos os fatores anteriores são integrados para a realização de um processo mais
considerada como o principal órgão deste fator, por ser a unidade motora mais complexa tanto
62
das mãos e dos dedos, ressaltam a fineza do controle tátil e motor. Com isso as informações
visuais participam como mobilizadoras iniciais dos programas de ação, contribuindo com
processo de ação que exige o ato motor e a estimulação visual. A exploração e a inspeção
olho-corpo-objeto. Pois, a aquisição da preensão se faz por uma atenção visual primitiva
Depois da descoberta visual da mão, essa tenta o contato com o objeto sem os apanhar, só
depois que tenta apanhar o objeto, para que ocorra a inspeção realizando comportamento
Essa íntima relação, que a praxia fina tem com a percepção visual é importante para o
escrita que exige a atividade controlada de músculos e articulação dos membros superiores e
se de uma atividade complexa ao demais fatores, acredita-se que essa diminuição, se deve ao
Mendonça (2006), Freitas (2000), Fonseca (1995, 1998) ocorre a diminuição da acuidade
visual e algumas vezes redução do campo visual, além da limitação da convergência ocular e
da acomodação visual prejudicar a visão para curta distância, também ocorre a diminuição da
percepção visual.
Segundo Guimarães et al (2004), a queda pode ser definida como uma falta de capacidade
para corrigir o deslocamento corporal durante o seu movimento no espaço. E de acordo com
64
Paschoal & Lima (2006) esse evento é encontrado na população idosa freqüentemente, isso
corpo para um nível inferior a posição inicial, logo ocorre incapacidade de correção em tempo
queda. A dificuldade de encontrar o equilíbrio corporal durante esse evento, ocorre por várias
causas. Sendo que esse tipo de evento não é decorrente de uma paralisia súbita, ataque
acordo com o avançar da idade; independente do sexo, grupos étnicos e raciais. Ao contrário
da Classificação Internacional de Doenças (CID) apud Fabrício (2004) que considera a queda
evento único, ou seja, não ocorre freqüentemente e na maioria das vezes é decorrente de uma
causa extrínseca (fator de risco ambiental). Já a queda recorrente ocorre devido a presença de
fatores intrínsecos, como a falta de equilíbrio, por motivo de medicamento entre outros, nesse
Portanto, qualquer pessoa está suscetível a queda, porém esse risco é maior nos idosos,
Segundo Perracini & Ramos (2002) no Brasil cerca de 29% dos idosos caem ao menos
uma vez ao ano, e 13% caem de forma recorrente. Ao contrário, dos países orientais onde os
idosos caem com uma freqüência menor: 15% pelo menos uma vez ao ano e 7,2% de forma
recorrente.
idade para 35% a partir dos 75 anos, isso demonstra que idade e queda são diretamente
proporcionais, pois quanto maior a idade maior será o risco de queda. (PASCHOAL e LIMA,
2006).
Porém, a população geriátrica feminina cai mais que a masculina até os 75 anos, após
essa idade a freqüência de queda é igual para ambos os sexos. Essa questão não foi totalmente
esclarecida, e por vezes é motivo de controvérsias, nesse sentido surgem vários estudos com
maioria, é citada a questão da maior fragilidade das mulheres em relação aos homens.Outros
afirmam ainda que as idosas estariam sobre influência maior de fatores de risco.
correspondendo ,segundo estudos realizados nos Estados Unidos, a sexta causa de óbito em
66
pacientes com mais de 65 anos, e ainda, a queda é responsável por 70% das mortes acidentais
em idosos com mais de 75 anos. Ainda de acordo com as pesquisas norte americanas, as
quedas têm relação causal com 12% de todos os óbitos na população geriátrica. (PERACINI,
Segundo Peracini (2005), nos Estados Unidos, cerca de 75% das mortes são decorrentes
1995, cerca de 54.730 pessoas morreram por causa de quedas, dentre elas 52% eram idosos
para a morbidade entre os idosos. Estudos revelam que dos idosos da idade que caem a cada
ano, entre 5% a 10% tem como conseqüência: fratura, traumatismo craniano e lacerações
importante ressaltar que a maioria dos idosos hospitalizados por fratura de quadril não
Condições mórbidas, decorrentes de quedas entre a população idosa geram custo elevado
ao governo.Os Estados Unidos, por exemplo, gastam cerca de 10 bilhões de dólares para o
tratamento de fraturas de quadril. (PERACINI, 2005). E no Brasil não é diferente, visto que os
gastos com saúde publica; devido a alta incidência, conseqüências e complicações de quedas
extrínsecos, para Lima & Paschoal (2006) os intrínsecos são aqueles decorrentes das
indivíduos em seu meio ambiente. Para Soares et al (2003) devemos considerar além de
Segundo Lima & Paschoal (2006) os fatores de risco podem ser classificados também em
fatores desencadeantes são aqueles que desencadeiam uma queda. Por exemplo, um indivíduo
com marcha arrastada, de passos curtos, que cai ao tropeçar numa borda de tapete, a causa que
o levou a cair foi à borda (fator desencadeante) e o distúrbio marcha foi o fator de risco (fator
predisponente). Porém em muitos momentos, vai ocorrer uma superposição desses fatores.
No presente estudo adotaremos a classificação dos fatores de risco para queda entre
torácica; alteração no centro de gravidade; menor eficiência de órgãos sensoriais como visão e
audição; alterações nos proprioceptores, sensibilidade tátil e reflexos profundos -que estão
expressão e compreensão; e menor habilidade dos sistemas eferentes em dar uma resposta
motora adequada em tempo hábil para determinada perturbação do meio – nos músculos
ZINNI & PUSSI, 2003; PERRACINI, 2002; LIMA & PASCHOAL, 2006; GUIMARÂES et
al, 2004; BARBOSA & NASCIMENTO, 2001; GUIMARÃES & FARINATTI, 2004;
FREITAS, 2000);
Porém além das alterações fisiológicas, também existem patologias que podem levar às
quedas; as mais mencionadas pelos autores são: doenças degenerativas nas articulações,
capacidade sensória (diabete mellitus e outras afecções que causam neuropatias periféricas),
69
problemas nos pés que causam dor e alterações ao andar. Os distúrbios da visão e audição
Para Yuaso & Sguizatto apud Barbosa & Nascimento (2001) os fatores extrínsecos são
aqueles relacionados ao ambiente onde vivem as pessoas idosas e são responsáveis pela maior
incidências das quedas. São eles: presença de móveis instáveis; escadas inclinadas e sem
balaústres, tapetes avulsos e carpetes mal adaptados; iluminação inadequada; tacos soltos no
chão; pisos escorregadios e encerados; camas altas, sofás, cadeiras e vasos sanitários muito
baixos; prateleiras de difícil alcance; presença de animais domésticos pela casa; uso de
Estudos que compararam indivíduos idosos que caem com aqueles que não caem
apontaram fatores de forte correlação com quedas, são eles: sexo feminino; idade > ou = 75
diminuído; marcha lenta com passos curtos; baixa aptidão física; fraqueza muscular de
limitação ou dor em quadril e joelhos, anormalidades nos pés, diminuição da acuidade visual,
antidepressivos, baixo índice de massa corpórea. (PERRACINI, 2005; LIMA & PASCHOAL,
2006)
Fatores que têm fraca correlação em alguns estudos:ausência de cônjuge, raça branca,
baixa renda, morar só, depressão, medo de cair, diabetes, hipotensão postural, anemia,
2006)
Souza & Iglesias (2002) citam um estudo realizado por Koski et al, onde foi observado
que os fatores de risco para injúria grave decorrente de acidente por queda são diferentes entre
foram; estado civil (divorciado, viúvo, solteiro), o baixo índice de massa corporal, a baixa
acuidade visual para longe, alguma dificuldade na deambulação e uso de certos medicamentos
por tempo prolongado. Já a neuropatia periférica e a insônia foram significativas como fatores
queda em um hospital público na cidade de Ribeirão Preto - São Paulo, dentre as causas
verificou-se que: 54% das quedas apresentaram como causa ambiente inadequado, seguidos
por doenças neurológicas (14%) e doenças cardiovasculares (10%). Uma proporção de 10%
das quedas teve causa ignorada.A maioria as quedas foi da própria altura e relacionadas a
problemas com o ambiente, tais como : piso escorregadio (26%), atrapalhar-se com objetos no
chão (22%), trombar em outras pessoas (11%), subir em objetos para alcançar algo (7%),
queda da cama (7%), problemas com degrau (7%) e outros, em menores números.
Para Fabrício et al (2004) as causas das quedas em idosos podem ser variadas e estar
associadas e os problemas com o ambiente serão mais perigosos quanto maior for o grau de
Segundo Rahal & Sguizzatto (2006) a atividade física é definida como qualquer
movimento corporal decorrente de contração muscular, com dispêndio energético maior que o
repetitiva, que tem por objetivo manter ou aprimorar a aptidão física do indivíduo; podendo
72
ser considerada como um subtipo da atividade física. (RAHAL & SGUIZZATTO, 2006;
Por exemplo trabalhadores braçais, como pedreiros, realizam grande atividade física na
sua prática profissional; porém isso difere de uma atividade corporal planejada e
Segundo Robergs & Roberts (2002) ironicamente, as pesquisas têm demonstrado que a
aptidão física melhora tanto com a atividade como com o exercício. Portanto, indivíduos com
tendência a ter um estilo de vida fisicamente ativo podem estar em boa forma física sem
necessariamente realizar o que denomina-se exercício físico. Nesse sentido Foss & Keteyian
(2000), nos mostra a atividade física, o exercício e o desempenho humano como funcionando
indivíduos que gastam uma enorme quantidade de tempo e de energia (Kcal - kilocalorias)
73
tentando aprimorar sua capacidade de realização. Esses atletas possuem altos níveis de
aptidão física (curva inferior) e obtiveram, a maior parte dos benefícios de saúde (curva
superior) que podem ser conseguidos por meio de exercício. No extremo esquerdo do
espectro, existe o indivíduo sedentário ou inativo que, do ponto de vista da saúde pública,
corre o alto risco de desenvolver certas doenças, como cardiopatias, certos cânceres e
diabetes. Essas pessoas possuem também o mais baixo nível de aptidão, o que segundo
Perracini, (2005) e Lima & Paschoal (2006) é um fator de forte correlação com quedas.
Porém, a figura a linha inferior mostra que nem todos precisam tornar-se pessoas altamente
aptas para conseguir a maioria dos benefícios de saúde procedentes da condição fisicamente
ativa.
diversos declínios funcionais decorrentes do aumento da idade são devidos a um estilo de vida
sedentário e a uma dinâmica psicossocial diferenciada; porém, sendo esses fatores extrínsecos
saudável, como a inclusão de uma atividade física regular na rotina dos gerontes, poderá ser
Para Amorim & Dantas (2003), a importância da atividade física para idosos é grandiosa
Sports Medicine - ACMS apud Amorim & Dantas (2003) por causa do seu baixo status
beneficie mais dos exercícios que os idosos. Por sua vez os idosos sedentários de longos
períodos acabam por ter uma redução gradativa de todas as qualidades de aptidão física,
por sua vez pode ser tão significativo quanto os efeitos do próprio envelhecimento. Nota-se o
74
envelhecimento
Ansiedade e
depressão Baixo
condicionamento
Baixa motivação+
Baixa auto-estima Fragilidade
músculo.esquelética
BAIXA INDEPENDÊNCIA
não só benefícios físicos; mas também melhora da socialização, bem-estar, melhora da auto-
SGUIZZATTO, 2006)
75
4.2. Hidroginástica
qualquer outra faixa etária, dependem dentre outros fatores, do tipo de exercício realizado;
Vários autores defendem que a atividade física aeróbica é ideal para idosos; em virtude
(THOMAS, 2000; DANTAS & OLIVEIRA, 2003; RAHAL & SGUIZZATTO, 2006)
Outros efeitos do treinamento aeróbico igualmente importantes e que tem ligação mais
óssea. Porém esses efeitos são varáveis de acordo com o tipo de atividade desenvolvida,
treinamento resulta em resposta mais acentuada. (THOMAS, 2000; DANTAS & OLIVEIRA,
pode ser conceituada como uma forma de condicionamento físico constituído de exercícios
altura do tórax, para proporcionar para proporcionar uma flutuação que alivie a sustentação do
pode ser considerada uma atividade aeróbica de baixo impacto, com diminuição das forças
conjunto de fatores há quem afirme que a água seria o ambiente ideal para o indivíduo idoso
que já tem ossos ou articulações fracas. Porém, são patentes os benefícios do treinamento
SGUIZZATTO, 2006)
Um estudo realizado por Alves et al (2004) demonstrou que idosas sem atividade regular
ao serem submetidas a aulas de hidroginástica por três meses, duas vezes na semana;
Passos & Oliveira (2003) afirmam que a água e o exercício físico formam uma
Guimarães et al (2004) afirma que o risco de quedas pode ser diminuído com a prática de
exercícios físicos. A atividade física tem sido comprovada como fator de melhora da saúde
global do idoso, sendo o seu incentivo, uma importante medida de prevenção das quedas,
proporciona ao idoso maior segurança na realização de suas atividades de vida diária garante
autonomia e qualidade de vida do idoso. Por outro lado, a falta de atividade física contribui
ainda mais para a propensão de quedas, por acelerar o curso do envelhecimento, pois algumas
idosos com idade entre 65 a 75 anos demonstrou que 95% dos idosos que praticavam
exercício físico regular tinham um baixo risco de queda; enquanto 80%dos sedentários tinham
um alto risco de queda. Lima & Paschoal (2006) relata que estudos feitos nos Estados Unidos
(EUA) pelo National Institute on Againg e o National Institute for Nursing Research, para
grupos de exercícios tinham um risco estimado em cair 10% menor que os controles e que
risco de cair e que idosos que receberam aulas de Tai Chi (um exercício de equilíbrio
dinâmico) diminuíram o risco de queda em 37% em relação ao grupo controle. Mitchell &
física regular para idosos residentes na comunidade, e constataram que após seis semanas de
três meses, 63% dos indivíduos não relataram nenhuma queda adicional. Rahal & Sguizzatto
(2006) mencionam que o Tai Chi, Hidroginástica, musculação e alongamentos com exercícios
aeróbicos, como práticas que estão relacionadas a redução de quedas em idosos com 75 anos
ou mais.
Pode-se notar que apesar da necessidade de mais estudos que possam verificar qual o tipo
de atividade mais benéfica para pessoas dessa faixa etária; é notável que em maior ou menor
METODOLOGIA
participantes da pesquisa.
O estudo foi do tipo caso-controle, a amostra foi composta por dois grupos distintos
constituídos de 15 pessoas cada, sendo o primeiro grupo idosos que praticavam hidroginástica
Belém – Pará) e o outro grupo foi de idosos não praticantes de exercício físico regular que
idosos para participar da pesquisa foi feita através de palestras (fig.8); aplicação de
questionário para triagem (Apêndice D); contato com os idosos que se enquadravam no perfil
(Apêndice E) e avaliação psicomotora (fig. 9). Essas etapas foram realizadas durante o
A B
C D
O mesmo procedimento foi feito com os dois grupos; a avaliação psicomotora foi
realizada sempre pelos mesmos avaliadores sendo que cada avaliador era sempre responsável
pela realização dos mesmos testes em todos os idosos em ambos os grupos (fig. 10).
81
A B
Fig.10: Prova de Equilíbrio. A – realizado na UFPA e B – na UEPA
Fonte: Dados da pesquisa
Os materiais utilizados foram os mesmo em ambos os grupos, sendo que alguns materiais
foram confeccionados e elaborados pelas próprias autoras (fig.11) e outros foram adquiridos
(fig.12)
A B
C D
E F
A B
As avaliações foram feitas em salas cedidas pelas instituições UFPA e UEPA; com a
Foram considerados como Critérios de Inclusão: sexo feminino; idade entre 60 e 75 anos;
ser independente para locomoção (sem auxílio de órtese, prótese ou outra pessoa). Para o
Grupo 1: praticar hidroginástica 3 vezes por semana há pelo menos 6 meses; para o Grupo 2:
pessoas que praticavam mais de 1 exercício físico de forma regular. Para o Grupo 2: praticar
Motor proposta por Francisco Rosa Neto para Desempenho Motor da Terceira Idade
(Apêndice F) que é composta de testes para avaliar: motricidade fina, motricidade global,
Porém, como a bateria foi proposta para crianças; no presente estudo a avaliação dos
resultados foi feita de forma diferenciada. Assim para cada fator psicomotor avaliado foram
cada atividade em que o idoso tinha êxito era atribuído o sinal positivo (+); se o idoso só
conseguisse êxito com um dos membros registrava-se ½ (+/-) e contava-se apenas metade dos
pontos correspondentes àquela atividade e para a não realização da atividade o sinal era
Exemplo:
Motricidade Fina:
Desempenho = 02 + 03 + 04 + 05 + 06 + 07 + 08 + 09 + 05 + 11 = 60 pontos
Psicomotor DP (MF)
para Motricidade
Fina
84
Exemplo:
Exemplo:
classificação dos resultados (adaptação da escala utilizada por Francisco Rose Neto)
85
Pontuação Classificação
55 – 65 pontos Muito Superior
45 – 54 pontos Superior
35 – 44 pontos Normal Alto
25 – 34 pontos Normal Médio
15 – 24 pontos Normal Baixo
10 – 14 pontos Inferior
09 – 0 pontos Muito Inferior
Quadro 1.: Escala de Classificação
Fonte: ROSA NETO, 2002
Feito isso, foi realizada a análise estatística através dos testes T de Student e Mann-
Whitney (quando havia heterocedasticidade dos dados) para verificar se existia diferença
Foi realizado também o teste Odds Ratio (razão de chance) no sentido de verificar
Além disso, foram realizados os testes Mann-Whitney para verificar se havia diferença
estatisticamente significante entre a média de idade dos 2 (dois) grupos. Para todos os testes
RESULTADOS E DISCUSSÃO
em questão.
CAMPUS III da UEPA, onde ao assistir uma aula, observar-se que o ritmo e a intensidade dos
“macarrão”), porém estes são realizados principalmente para membros superiores, sendo que
quadril com resistência apenas da água. Outro aspecto que merece ser ressaltado é que os
alunos, durante toda a aula, mantém-se em flutuação, pois a profundidade da piscina não
permite que os idosos encostem os pés no solo e por isso todos fazem uso de flutuadores de
tronco.
Porém para Passos & Oliveira (2003) é recomendável que a água fique na altura do tórax,
para proporcionar uma flutuação que alivie a sustentação do corpo; estes autores mencionam
ainda que o meio aquático possibilita uma maior velocidade na movimentação e permite a
prática de exercícios aeróbicos como corridas e até mesmo saltos, atividades que para alguns
No entanto, o que se pode perceber através da breve descrição dada da aula, é que as
vantagens que o meio aquático pode vir a oferecer a população idosa, parecem não estar
proprioceptivas, por menor estímulo dos receptores sensoriais como os plantares e cutâneos; a
Todos esses aspectos podem contribuir para que esses idosos não tenham uma resposta
psicomotora tão boa quanto se pode esperar de um treinamento mais especializado. As figuras
A B
Fig.13: Aula de Hidroginástica na UEPA A - idosas,em dupla, realizando exercícios para membro superior
durante a aula de hidroginástica. B –idosas realizando exercícios em dois grandes grupos.
Fonte: Pesquisa de campo
No que diz respeito às idosas não praticantes de exercício físico regular e que freqüentam
possuem um estilo de vida bastante ativo, pois além de freqüentarem as aulas oferecidas pela
Como Rahal & Sguizzatto (2006) definem atividade física como qualquer movimento
corporal decorrente de contração muscular, com dispêndio energético maior que o de repouso,
atividades utilitárias. Ainda que as idosas em questão não tenham uma atividade física
regular, estruturada que vise a aptidão física, como é o caso das praticantes de hidroginástica,
não podemos considerar que esse grupo é composto por pessoas sedentárias.
Visto que Foss & Grabowski (2000) consideram que nem todos precisam tornar-se
pessoas altamente aptas para conseguir a maioria dos benefícios de saúde procedentes da
condição fisicamente ativa. Pode-se inferir que idosas com um grau de atividade física
razoável e que freqüentem um programa como a UNITERCI, talvez possam manter um bom
nível psicomotor mesmo quando comparadas a idosas praticantes de exercício físico regular,
como a hidroginástica. Até porque, segundo Papalia & Olds (2000) a atividade mental
continuada ajuda a manter o desempenho cognitivo em nível elevado, e sabe-se que o aspecto
cognitivo tem íntima relação com o desempenho psicomotor, por envolver raciocínio,
A B
Fig. 14: Atividade Desenvolvida na UNITERCI. A- idosas assistindo a palestras na UFPA.B - idosa
freqüentadora de longa data da universidade da terceira idade onde, seu talento para poesia é bastante
estimulado.
Fonte: Uniterci
feminino, com idade entre 60 e 75 anos, sendo 15 praticantes de hidroginástica há pelo menos
seis meses e 15 freqüentadoras da UNITERCI não praticantes exercício físico regular. Sendo
89
que a média de idade das praticantes de hidroginástica foi de 67 anos e a das não praticantes
mesmos, será feita uma subdivisão da discussão em temas. Primeiro será apresentado um
desempenho dos grupos por fator psicomotor,análise do desempenho psicomotor geral dos
2. Aspectos Socioeconômicos
Com relação aos aspectos socioeconômicos e estilo de vida, no grupo das praticantes de
hidroginástica: 66% eram casadas e 34% separadas, viúvas ou solteiras; nenhuma das idosas
morava sozinha; 100% das idosas se declararam não-fumante. Quanto ao grau de instrução:
ensino médio incompleto, 46% ensino médio completo e 7% possuíam ensino superior
completo; 100% das idosas eram independentes para as AVDs (atividades de vida diária) e
IADLs (atividades instrumentais da vida diária) como: vestir, tomar banho, cozinhar, fazer
compras e cuidar da casa. A forma de locomoção mais utilizada foi o ônibus, com 67%.
No grupo de não praticante de exercício físico regular, observou-se que: 40% eram
casadas e 60% eram separadas, viúvas ou solteiras; 20% moravam sozinhas e 80% moravam
com a família ou cônjuge; 100% das idosas se declararam não-fumantes; quanto ao grau de
instrução: 40% tinham ensino fundamental incompleto, 13% ensino fundamental completo,
90
27%ensino médio completo e 20% possuíam ensino superior completo. Esse grupo também
contava com 100% de idosas independentes para as AVDs e IADLs. A forma de locomoção
No que diz respeito a problemas que afetem a saúde das idosas participantes da pesquisa,
3
Labirintite 0
4
Diabetes 0
Osteoporose 2
1
5 Não Prat.
Osteoartrose 2
10 Prat.
Hipertensão 5
0
Nenhum 6
0 2 4 6 8 10
Frequência
.
Gráfico 1 – Problemas que afetam saúde e qualidade de vida das participantes da pesquisa.
Fonte: Dados da pesquisa
são condições patológicas que atuam como fatores intrínsecos para o risco de quedas em
idosos (BARBOSA & NASCIMENTO, 2001; PEREIRA, 2004; PERRACINI, 2005); que a
osteoporose acarreta em maior risco de fraturas quando ocorre uma queda; que doenças
que o aspecto cognitivo tem relação com quedas. Pode-se inferir que as alterações relatadas
91
pelas idosas possam ter influenciado na ocorrência de quedas entre estas. Contudo, vale
ressaltar que estas alterações ocorrem com freqüência nesta faixa e etária, e logo, seriam
Outra questão que deve ser mencionada é que todos os dados expostos até aqui, tanto em
relação a problemas que afetam a saúde, como os dados socioeconômicos, foram baseados em
global, equilíbrio, estruturação espacial e esquema corporal. Já o grupo das não praticantes
Tabela 1: Desempenho Psicomotor das Idosas Praticantes de Hidroginástica e Não Praticantes de Exercício
Físico Regular
FATOR PRATICANTES DE NÃO PRATICANTES DE
PSICOMOTOR HIDROGINÁSTICA EXERCÍCIO FÍSICO
REGULAR
Motricidade Fina 58.10 pontos 57.73 pontos
Motricidade Global 26.73 pontos 24.83 pontos
Equilíbrio 41.53 pontos 40.93 pontos
Estruturação Espacial 59.87 pontos 56.73 pontos
Esquema Corporal 60.70 pontos 55.13 pontos
Estruturação Temporal 53.10 pontos 56.80 pontos
Desempenho Geral 49.34 pontos 48.59 pontos
Fonte: Dados da pesquisa
92
estatisticamente significante entre o desempenho psicomotor dos indivíduos dos dois grupos,
seguintes resultados para cada fator avaliado: motricidade fina: p = 0,8835; motricidade
é dada através das médias dos desempenhos, também foi estatisticamente insignificante;
Podemos listar alguns motivos para que os dados, ao serem submetidos à análise
estatística, não tenham mostrado uma diferença significante entre o desempenho psicomotor
dos grupos; um deles diz respeito ao número reduzido da amostra - o que pode ser justificado
pela dificuldade em encontrar pessoas que se enquadrassem nos critérios de inclusão e que
estivessem dispostas a ser voluntárias na pesquisa; outra questão é que a média de idade das
idosas praticantes de hidroginástica foi mais alta que a média das não praticantes, e como bem
avançar da idade.
Outro aspecto que merece destaque é as especificidades dos grupos, que já foram
tipo de treinamento a que essas idosas estão sendo submetidas, pelo que já foi exposto, pode
não ter acarretado em efeitos de adaptação ao exercício físico tão significativos quanto os
encontrados no estudo de Alves et al (2004), em que idosas sem atividade regular ao serem
submetidas a aulas de hidroginástica por três meses, duas vezes na semana; obtiveram
flexibilidade dos membros superiores. Fatores que tem intima relação com o desempenho
psicomotor do individuo.
porém estruturada na psicomotricidade) duas vezes por semana, durante três meses, revelou
melhora nos sete aspectos avaliados (motricidade fina, motricidade global, equilíbrio,
estudo apesar de revelar melhoras quantitativas, não submeteu os dados a nenhum teste
Quanto ao fato do desempenho das idosas não praticantes de atividade física ter se
ser mencionadas como causas: a menor média de idade, o estilo de vida ativo e a prática de
uma atividade mental continuada. Para Papalia & Olds a atividade mental continuada (leitura,
palavras cruzadas, jogo de cartas, etc.) contribui para um nível cognitivo elevado.
capacidade para resolver problemas e o raciocínio. Sendo que atenção, tempo de reação,
Visto que a psicomotricidade pode ser considerada como a integração das funções
Apesar da carência de estudos nessa área pode-se inferir que freqüentar um programa como a
idoso, retardando ou lentificando, em maior ou menor grau que a atividade física, o processo
de retrogênese psicomotora.
Apesar de, à análise estatística, o resultado do desempenho psicomotor dos grupos ter
desconsiderar os resultados obtidos; que mostram que o grupo praticante de atividade física
regular (hidroginástica) teve melhor desempenho em cinco dos seis fatores avaliados (tabela
4.1); apesar das limitações referentes ao exercício físico e à média de idade do grupo.
temporal (praticantes:53.10;não-praticantes:56.80).
No que diz respeito ao esquema corporal, que pode ser definido como o conhecimento e a
(THOMPSON, 2000). Pode-se dizer que a prática da hidroginástica estimula uma maior
consciência corporal, pois para realizar as atividades propostas faz-se necessário ter-se um
idosas não praticantes de atividade física regular,talvez por não trabalharem muito o corpo de
95
forma especifica e sistemática, com maior estímulo proprioceptivo e portanto, não exercitando
desempenho.
Isso pode ser confirmado por Fonseca (1995) quando este afirma que as informações
proprioceptivas que passam pelos circuitos espinhais são pré-selecionadas no tronco cerebral
do corpo, sendo que essa conscientização é adquirida através das experiências motoras e do
convívio social. Portanto, com base nos resultados, pode-se inferir que o exercício físico
retrogênese.
Quanto à estruturação espacial, para Fonseca (1995), sua aquisição requer capacidade de
envelhecimento.
Nesse sentido é possível perceber que a estruturação espacial tem íntima relação com o
esquema corporal e que, pelos motivos já citados; idosas praticantes de atividade física
regular como a hidroginástica, tendem a ter uma melhor estruturação espacial quando
musculares.
Nesse sentido, sabendo dos benefícios do exercício físico regular aeróbico como ganho
membros superiores (ALVES et al, 2004; PASSOS & OLIVEIRA, 2003). Pode-se inferir que
desempenho das praticantes de exercício físico regular quando comparado ao desempenho das
Com relação ao equilíbrio a diferença encontrada entre os grupos foi de apenas 0,60
Neto (2002) como a base para toda ação diferenciada do segmento corporal. O seu controle
envolve aspectos sensoriais como o sistema vestibular e a visão, além de contração tônica dos
músculos profundos, realizada através de reflexos. Nesse sentido uma boa condição músculo
esquelética também é muito importante para o equilíbrio corporal em conjunto com outros
Podemos inferir que a pouca diferença encontrada entre os grupos se deva ao treinamento
pouco especifico da hidroginástica para esse fator, por que como já foi dito as idosas fazem
uso de flutuadores de tronco durante toda a aula e não encostam os pés no chão, o que diminui
suas informações proprioceptivas e exige um menor controle tônico. Outra questão importante
cintura pélvica está fortemente associada à ocorrência de quedas; e o trabalho realizado pelas
obtivessem um melhor resultado, como nos estudos citados por Guimarães et al, 2004 que
mostraram que o exercício físico regular é uma modalidade terapêutica que melhora a
reduzir significativamente o número de quedas comparado com pessoas que não realizam
exercício físico.Porém como o grupo as idosas que freqüentam a UNITERCI é composto por
O fator motricidade fina apresentou uma diferença entre os grupos de apenas 0,37 pontos.
Este fator pode ser considerado como um aspecto particular da coordenação global, que
óculos-manuais (BEAR et al, 2002; FONSECA, 1995; Le Bouch,1982) .Outro fator que
merece ser ressaltado é que doenças reumáticas como a artrite, ao comprometeram as mãos,
podem comprometer a realização dessas atividades, visto que a mão é o principal órgão deste
fator psicomotor, considerada a unidade motora mais complexa (BEAR et al, 2002;
FONSECA, 1995).
Nesse sentido, a pequena diferença encontrada para o fator motricidade fina, demonstra
que a hidroginástica, por trabalhar de forma mais global e por não ser composta de
manutenção desse fator pisicomotor.Por outro lado, como a praxia fina é mais sutil, sendo
estimulada por atividades como pintura, crochê, bordado, tocar um instrumento musical,
dentre outras atividades manuais; atividades estas não foram investigadas durante pesquisa
mas foram mencionadas de forma esporádica por algumas idosas em ambos os grupos, não se
Com relação ao grupo de idosas não praticantes de exercício físico regular ter alcançado
melhor resultado no fator estruturação temporal, com uma diferença de 3.70 pontos em
relação às praticantes de hidroginástica, pode inferir que seja em virtude da sua atividade
Além disso, a consciência do tempo se estrutura sobre as mudanças percebidas, e sua retenção
classificados em: muito superior, superior, normal alto, normal médio, normal baixo, inferior
e muito inferior. Onde se pode perceber que maioria dos participantes da pesquisa, em ambos
os grupos, alcançaram resultados entre muito superior e superior; sendo esse percentual de
66% nas idosas não praticantes de exercício físico regular e de 73% entre as idosas praticantes
de hidroginástica.
99
Nota-se ainda que entre as idosas não -praticantes exercício físico regular, o percentual de
pessoas com desempenho considerado muito superior foi de 39% enquanto que entre os
MUITO SUPERIOR
27% SUPERIOR
39% NORMAL ALTO
NORMAL MÉDIO
7% NORMAL BAIXO
0%
27% INFERIOR
MUITO INFERIOR
MUITO SUPERIOR
SUPERIOR
46% NORMAL ALTO
27%
NORMAL MÉDIO
NORMAL BAIXO
0%
27% INFERIOR
MUITO INFERIOR
Diante dos dados pode-se perceber que as idosas participantes da pesquisa, em sua
grande maioria possuem uma boa manutenção de seus fatores psicomotores (apresentando
desempenhos de normal médio a muito superior). Sendo que isso pode ser atribuído tanto a
prática de exercício físico regular como ao estilo de vida ativo dos grupos em questão.
100
verificou-se que no grupo de não praticantes de exercício físico regular houve um índice de
queda igual a 33% (5 quedas) - sendo que uma idosa (7%) sofreu uma queda, três idosas
(20%) sofreram 2 quedas e uma idosa (7%) sofreu três quedas. Enquanto nas praticantes de
hidroginástica o índice de quedas no ultimo ano foi de 47% (7 quedas) - sendo que duas
idosas (13%) sofreram uma queda, três idosas (21%) sofreram duas quedas, uma idosa (7%)
sofreu três quedas e uma idosa (7%) sofreu mais de três quedas.
10 10
9 8
F
r 8
e 7
q
u 6
ê 5
n
4 3 3 Prat.
c
I 3 Não Prat.
2
a 2
1 1 1 1
1
0
0
Nenhuma 2 Quedas Mais de 3
Nº de quedas
de pessoas que sofreram quedas no último ano. Nesse grupo, 7 pessoas caíram totalizando 16
quedas; no grupo das idosas não praticantes de hidroginástica, 5 caíram totalizando 10 quedas.
Quando aplicados os testes estatísticos, ODDS RATIO (razão de chance) e RR (risco relativo)
para avaliar se havia alguma relação de entre a prática de exercício físico e o risco de quedas,
101
(risco relativo). Assim o exercício físico regular (hidroginástica) não foi observado como fator
de proteção para risco de quedas, nem quantitativamente nem estatisticamente. Sendo que
esses dados vão de encontro a vários estudos realizados sobre atividade física e quedas.
com idade entre 65 a 75 anos demonstrou-se que 95% dos idosos que praticavam exercício
físico regular tinham um baixo risco de queda; enquanto 80% dos sedentários tinham um alto
risco de queda. Porém Rahal & Sguizzatto (2006) afirmam que a hidroginástica, está
Matsudo et al (2003) que afirma que o incremento e/ou a manutenção da atividade física
mulheres idosas, mas parece ter menor beneficio nas mulheres menores de 75 anos de idade.
Apesar de parecer consenso cientifico que o exercício físico regular melhora a capacidade
funcional dos idosos e diminui sua propensão a sofrer quedas (GUIMARÃES et al, 2004).
Pode-se perceber que quando se trata de mulheres com idade menor que 75 anos surgem
Desta forma como Foss & Keteyian (2000), afirmam que nem todos precisam tornar-se
pessoas altamente aptas para conseguir a maioria dos benefícios de saúde procedentes da
condição fisicamente ativa. Pode-se inferir que a causa da não-significância estatística quando
se relacionou: atividade física regular e número de pessoas que sofreram quedas; deve-se ao
Além da maior média de idade do grupo das idosas praticantes de hidroginástica, o que
também pode ter influenciado na maior ocorrência de quedas nesse grupo (apesar da diferença
entre os grupos não ter sido estatisticamente significante); visto que para Pereira (2001) o
102
Com relação à gravidade das quedas, das 5 idosas não praticantes de exercícios físicos
decorrência desta (gráfico 5), sendo que 80% das idosas que caíram afirmaram que a queda
trouxe alguma conseqüência como fratura, luxação, contusão etc. (gráfico 6). Nesse sentido
pode-se perceber que apesar do menor número de quedas entre as pessoas destes grupos;
quando estas ocorreram, foram de maior gravidade, pela necessidade de procurar um serviço
médico especializado e por apresentarem alguma conseqüência, o que com certeza trouxe
7
7
6
F5 4
r4
e3 Prat.
q.2 Não Prat.
1
1 0
0
Sim Não
Auxílio médico
5
5
4.5 4
F
r 4
e 3.5
q 3
u 2.5 2
ê Prat.
2
n 1 Não Prat.
c 1.5
i 1
a 0.5
0
Sim Não
Consequência
Quanto ao local em que ocorreram as quedas; as idosas não praticantes de exercício físico
praticantes de hidroginástica caíram mais na rua (6 quedas). Nesse sentido, pode-se levantar a
hipótese de que as idosas praticantes de hidroginástica tenham se exposto mais aos fatores de
risco extrínsecos para quedas; visto que estas em sua maioria ocorreram na rua, onde
0 1
A Levantando da cadeira
T 1
Andando em casa 0
I
V Andando na rua
1 3
I 0
D Descendo declive 2 Não Prat.
A 3
Descendo escada (Casa) 0 Prat.
D
0
E Descendo Escada (Rua) 1
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
Frequência
podem ser estendidos a todos os indivíduos, em virtude do tamanho limitado da amostra e das
especificidades dos grupos em questão. Nesse sentido fazem-se necessários mais estudos para
se verificar até que ponto determinado tipo de atividade física que é amplamente difundido
pela sociedade e pelo meio cientifico como extremamente benéfica para a população idosa,
mulheres e em sua propensão a quedas. Outros dois aspectos que também merecem maiores
estudos são: a influencia de um estilo de vida ativo (ainda que não envolva uma atividade
CONCLUSÃO
física na prevenção de quedas; porém esses achados não podem ser estendidos a todos os
indivíduos; em virtude das características específicas dos grupos em questão. Esses resultados
que apesar da pessoa idosa não praticar um exercício físico regular se ela mantiver um bom
nível de atividade, uma vida dinâmica, com convívio social e ainda mais tiver uma atividade
mental continuada; esta pode ter um envelhecimento bem-sucedido e produtivo, manter sua
independência e viver essa fase da vida de uma forma agradável e com um bom nível de
qualidade de vida.
Talvez por esse motivo programas educacionais especificamente criados para adultos
maduros estão florescendo em muitas partes do mundo, como na china que tem investido de
forma concisa nesse aspecto.Nesse sentido, seria importante o governo atentar para essa
questão educacional como fator relevante para a qualidade de vida da população idosa.
Com relação aos exercícios físicos regulares, estes são muito importantes para a
população idosa, e tem relação com menor número de quedas na maioria dos estudos
realizados; isso quando comparados a indivíduos sedentários. Essa é uma outra questão que
merece destaque; em quase todos os estudos realizados são comparados grupos que praticam
uma atividade física regular e grupos sedentários da comunidade. Por isso o diferencial desse
estudo; visto que comparou um grupo de praticantes de exercício físico regular com um grupo
que tinha uma atividade mental continuada através da UNITERCI e um estilo de vida ativo.
Nesse sentido fazem-se necessários mais estudos que venham a esclarecer até que ponto o
exercício físico regular é mais eficiente na prevenção de quedas do que um estilo de vida
106
ativo (pelo menos nas idosas com menos de 75 anos).Outro aspecto a ser mencionado é que o
exercício físico regular voltado para essa população deve ser bem criterioso e levar em conta
equilíbrio, estimulando o controle postural; e servindo dessa forma como medida profilática
na prevenção de quedas entre idosos; o que nessa pesquisa, não foi evidenciado pela prática
de hidroginástica.
enquadrassem nos critérios de inclusão, o que acabou limitando o tamanho da amostra; o que
grande parte tiveram que ser confeccionados pelas próprias autoras, sendo que alguns artigos
de madeira precisaram ser feitos por um profissional a partir de um projeto das autoras.
Contudo essa pesquisa despertou o interesse das autoras pela área da geriatria e
poder ter contribuído com novos direcionamentos para pesquisa na área de fisioterapia
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABRAMS, W. B. & BERKOW, R. Manual Merck de Geriatria. São Paulo: Rocca, 1995.
GUEDES, S. L. Uma Visão Anrtropologica das Categorias da Idade. In.: Sociedade Brasileira
de Geriatria e Gerontologia. Caminhos do Envelhecer. Rido de Janeiro: Revinter, 1994.
GUYTON, A.C. & HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 10 ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2002.
PEREIRA, S. R. M. et al. Quedas em Idosos. Revista Amricgs. Porto Alegre, v.48, n.1,
jan./mar. 2004.
REZENDE, J.C.G et al. Bateria Psicomotora de Fonseca: uma análise com o portador de
deficiência mental. Revista Digital. Buenos Aires v.9, n.62, jul. 2003. Disponível em:
http://www.efdeportes.com Acesso em: 05 de fev. 2006.
112
VERAS, R. P. Atenção Preventiva no Idoso para Abordagem de Saúde Pública Coletiva. In:
NETTO, M. P. Gerontologia. São Paulo: Atheneu, 1996.
APÊNDICES
115
APÊNDICE A
Declaração:
Eu, Angélica Homobono Nobre, aceito orientar o trabalho intitulado A Relação da
Involução Psicomotora com o Número de Quedas em Idosos Praticantes e Não-Praticantes de
Atividade Física, de autoria das alunas Claudia Cristiny Pontes Cruz e Keila Eimy Shirakawa,
declarando ter total conhecimento das normas de realização de trabalhos científicos vigentes,
segundo o Manual de Orientação de Trabalhos Científicos do Curso de Fisioterapia da
UNAMA para 2006, estando inclusive ciente da minha necessidade de participação na banca
examinadora na ocasião da defesa do trabalho.
___________________________________________ _________________
APÊNDICE B
117
APÊNDICE C
PESQUISADORES PARTICIPANTES:
Angélica Homobono Nobre; Claudia Cristiny Pontes Cruz; Keila Eimy Shirakawa
Belém, de de .
_______________________________
Assinatura do paciente
119
APÊNDICE D
QUESTIONÁRIO
Nome: Sexo:
Endereço: Telefone:
Idade: Peso: Altura:
1. Estado civil:
Solteiro ( ) Casado ( ) Divorciado ( ) Separado ( ) Viúvo ( )
2. Você mora sozinho?
Sim ( ) Não ( )
3. GRAU DE INSTRUÇÃO:
ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO ( ) ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO ( )
ENSINO MÉDIO INCOMPLETO ( ) ENSINO MÉDIO COMPLETO ( )
SUPERIOR INCOMPLETO ( ) SUPERIOR COMPLETO ( )
4. VIDA PROFISSIONAL:
EMPREGADO ( )
DESEMPREGADO ( )
APOSENTADO ( )
DONA DE CASA ( )
APOSENTADO POR ORDEM MÉDICA ( )
AUTÔNOMO ( )
7. VOCÊ TEM ALGUM PROBLEMA MÉDICO QUE AFETE SUA QUALIDADE DE VIDA ?
_____________________________________________________________________
APÊNDICE E
APÊNDICE F
MOTRICIDADE FINA
05 pontos - fazer um nó
Material: um par de cordões de sapatos de 45 cm e um lápis. “Preste
atenção no que eu faço.” Juntar o cordão e o lápis, fazendo um nó simples.
Dar o outro cordão ao idoso. “Com este cordão,faça um nó em meu dedo
como eu fiz no lápis.” Aceita-se qualquer tipo de nó, desde que não se
desmanche.
06 pontos - labirinto
Material: dois labirintos impressos e um lápis. O idoso estará sentado e
na mesa colocam-se os labirintos. Ele deverá traçar com um lápis uma
linha contínua desde a entrada até a saída do primeiro labirinto e
imediatamente indicar o segundo. Após 30 segundos de repouso,
começar o mesmo exercício com a mão esquerda. Erros: A linha
ultrapassa o labirinto (mais de duas vezes com a mão direita e mais de
três vezes com a mão esquerda); tempo limite ultrapassado. Duração: 1
minuto e 20 segundos para a mão direita e 1 minuto e 25 segundos
para a esquerda. Tentativas: duas para cada mão.
a outra mão.Erros: tempo limite ultrapassado. Duração: 15 segundos para a mão direita e 20
segundos para a mão esquerda; bolinha pouco compacta. Tentativas: duas para cada mão.
MOTRICIDADE GLOBAL
07 pontos - pé manco
Material: giz. Traçar uma linha de 5 m no solo. Com os olhos
abertos, saltar ao longo da distância solicitada com a perna esquerda
(a direita ficará flexionada em ângulo reto) os braços estarão
relaxados ao longo do corpo. Após um descanso de 30 segundos, o
mesmo exercício será realizado com a outra perna. Erros: distanciar-
se mais de 50 cm da linha; tocar no chão com a outra perna; balançar
os braços. Tentativas: duas para cada perna. Tempo indeterminado.
chão (ainda que só uma vez) com o outro pé: movimentos exagerados com os braços, a caixa
ultrapassar em mais de 50 cm do ponto fixado; falhar no deslocamento da caixa. Tentativas: 3
para cada perna.
EQUILÍBRIO
02 pontos - equilíbrio estático sobre um banco
Material: um banco de 15 cm de altura. Sobre o banco o idoso deverá manter-
se em pé e imóvel, pés unidos, braços relaxados ao longo do corpo. Erros:
deslocar os pés, mover os braços. Duração 10 segundos.
flexionar as pernas mais de duas vezes; mover-se do lugar; tocar o chão com os calcanhares.
Duração: 1 segundos. Tentativas: duas.
ESQUEMA CORPORAL
02 a 05 pontos - controle do próprio corpo
Prova de imitação dos gestos simples (movimentos dos braços)
Material: quadro com os ítens. O idoso na posição de pé, imitará os movimentos de mãos e
braços que realiza o professor. Irá fazer como eu. Olhe bem e repita o movimento.”
Item 01 O professor apresenta suas mãos abertas, palmas para a face do sujeito (40 cm
de distancia entre as mãos a 20 com do peito)
Item 02 O mesmo, com os punhos fechados.
Item 03 Mão esquerda aberta, mão direita fechada
Item 04 Posição inversa ao anterior
Item 05 Mão esquerda vertical ,mão direita horizontal – tocando a mão esquerda em
ângulo reto.
Item 06 Posição inversa
Item 07 Mão esquerda plana, polegar a nível do esterno, mãos e braços direito
inclinados – distancia de 30 cm entre as mãos, mão direita por cima da mão
esquerda.
Item 08 Posição inversa
Item 09 As mãos estão paralelas, a mão esquerda esta diante da mão direita a uma
distância de 20 cm, a mão esquerda esta por cima da direita, desviada uns 10
cm. Previamente se pede ao idoso que feche os olhos – a profundidade pode
deduzir-se do movimento das mãos do prof.
Item 10 Posição inversa.
Item 11 O professor estende o braço esquerdo,horizontalmente para a esquerda, com a
mão aberta.
127
Resultados:
Pontuação Acertos
3 pontos 07 a 12 acertos
4 pontos 13 a 16 acertos
5 pontos 17 a 19 acertos
06 a 11 pontos - rapidez
Prova do pontilhado
Material: folha de papel quadriculado com 25 x 18 quadrados, lápis grafite nº 2 e cronômetro.
A folha quadriculada se apresenta em sentido longitudinal. “Pegue o lápis. Vê estes
quadrados? Irá fazer um risco em cada um, o mais rápido que puder. Faça os riscos como
desejar, porém apenas um risco em cada quadrado, porque não poderá voltar atrás.”O idos
toma o lápis com a mão que preferir (mão dominante).Indicar o mais rápido que puder até o
sinal “PARE!”. O professor deverá repetir várias vezes: “Mais rápido”. Duração 1 minuto. Se
não tem respeitado os critérios da prova: Fazer traços precisos ou desenhos geométricos;
Indicar-lhe de novo quais os critérios de avaliação para a prova de rapidez e começar de novo.
Anotar dificuldades na coordenação motora, instabilidade, impulsividade ou ansiedade.
128
Correspondência de Pontos:
Pontuação Número de traços
06 pontos 057 a 073
07 pontos 074 a 090
08 pontos 091 a 099
09 pontos 100 a 106
10 pontos 107 a 114
11 pontos 115 ou mais
ORGANIZAÇÃO ESPACIAL
ORGANIZAÇÃO TEMPORAL
Estrutura espaço-temporal
Reprodução por meio de golpes - estruturas temporais
Material: 2 lápis e o cartão dos ítens.
Ensaio: 00 e 0
01 000 11 0 0000
02 00 00 12 00000
03 0 00 13 00 0 00
04 000 14 0000 00
05 0000 15 0 0 0 00
06 0 000 16 00 000 0
07 00 0 0 17 0 0000 00
08 00 00 00 18 00 0 0 00
09 00 000 19 000 0 00 0
10 0000 20 0 0 000 00
O professor e o idoso sentados frente a frente, cada um com um lápis na mão. “Você irá
escutar diferentes sons, e com o lápis irá fazer o mesmo, repetindo o som. Escute com
atenção.”
- Tempo curto: em torno de ¼ de segundo (00), dado com o lápis sobre a mesa.
- Tempo longo: em torno de 1 segundo (0 0 0), dado com o lápis sobre a mesa.
O prof. Dá golpes da primeira estrutura da prova e o idoso os repete. O examinador golpeia a
segunda estrutura e o idoso a repete. Os movimentos (golpes com um lápis) não poderão ser
vistos pelo idoso.
131
Ensaios: Se o idoso falha, nova demonstração e novo ensaio. Parar definitivamente quando o
idoso cometer e estruturas falhadas sucessivamente.
- Simbolização (desenho) de estruturas espaciais
Material: um lápis, o cartão com os ítens e uma de papel.
Ensaio: 00 e 0
01 0 000 06 000
02 00 00 07 00 0 00
03 000 0 08 0 00 0
04 0 000 09 0 0 00
05 000 00 10 00 00 0
O professor mostrará ao idoso o cartão com os ítens, um cartão maior. O idoso irá dar os
golpes e depois irá desenhar as estruturas espaciais na folha. O prof. mostrará como se faz
antes de começar. Tentativas: parar a prova se falhar duas estruturas sucessivas.
- Simbolização de estruturas temporais
a) Leitura - reprodução por meio de golpes
Material: um lápis, o cartão com os itens
Ensaio: 00 e 0
01 000 04 000
02 00 00 05 00 00 00
03 00 0
Resultados
Entende-se por êxitos as reproduções e transcrições claramente estruturadas. Concede-se um
ponto por um golpe ou desenho bem resolvido e totaliza-se os pontos obtidos nos diversos
aspectos da prova. Em todos os casos convêm anotar:
- Mão utilizada.
- Sentido das circunferências.
- Compreensão do simbolismo (com ou sem explicação).
132
Pontos Acertos
06 pontos 06 a 13 acertos
07 pontos 14 a 18 acertos
08 pontos 19 a 23 acertos
09 pontos 24 a 26 acertos
10 pontos 27 a 31 acertos
11 pontos 32 a 40 acertos
LATERALIDADE
Lateralidade das mãos
Material: uma bola, lápis e papel, objeto.
O idoso irá imitar ou realizar como realiza tal
movimento.
Resultado
Pontuação geral: