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Material Teórico
Cultura, Autoritarismo e Modernização da Sociedade Brasileira
Revisão Técnica:
Profa. Dra. Vivian Fiori
Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites
Cultura, Autoritarismo e Modernização
da Sociedade Brasileira
• Introdução
• Contextualizando o Período
• Cultura e Política: Conflito e Crise
• Cultura de Resistência ao Regime: As Ideias Fora do Lugar
• Repressão Política e Censura à Cultura
• A Era da Televisão
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Evidenciar a cultura brasileira em tempos de censura militar.
· Discutir o papel da televisão brasileira nesse período.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Cultura, Autoritarismo e Modernização da Sociedade Brasileira
Introdução
Hoje você é quem manda, falou tá falado, não tem discussão, não. A minha
gente hoje anda falando de lado e olhando pro chão (Chico Buarque).
Contextualizando o Período
Desde os anos 1930, houve um conjunto de mudanças que ocorreram na
sociedade brasileira que a partir daquela década transformou o panorama das
culturas no país. As representações da brasilidade foram profundamente alteradas
em função das inovações pelas quais passou a sociedade.
Uma nova cultura surgia e atraía para a sua estrutura antigos produtores culturais
e artistas das artes tradicionais. A cultura e as artes nunca mais seriam as mesmas.
Melhor ou pior?
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No Brasil, iniciamos a década de 1960 com Jânio Quadros na Presidência da
República, Brasília como capital da modernidade e visíveis antagonismos na área
política, herdados do período anterior.
Figura 1
Fonte: Wikimedia Commons
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UNIDADE Cultura, Autoritarismo e Modernização da Sociedade Brasileira
Figura 2
Fonte: iStock/Getty Images
Cabe, pois, reforçar a ideia de que as técnicas e as tecnologias que foram sendo
incorporadas nos meios de comunicação possibilitaram avanços na difusão da
informação jornalística, cultural, econômica, que de forma integrada serviam de
parâmetro para a sociedade brasileira.
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Em um ambiente polarizado por projetos antagônicos, o conjunto dos meios e
comunicação contribuiu para a formação de valores alinhados à visão de mundo
estadunidense, em oposição à construção de representações não alinhadas ou
em conflito com os valores disseminados pela produção cultural importada dos
Estados Unidos.
Figura 3
Fonte: Wikimedia Commons
A politização das artes com hegemonia do campo progressista trazia para a cena
pública segmentos da população que historicamente tiveram pouco acesso ao espaço
público – trabalhadores da cidade e do campo, intelectuais progressistas, mulheres.
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As contradições estavam nas ruas, nas telas e nos palcos, colocando os brasileiros
diante de escolhas para as quais não havia respostas simples.
Figura 4
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons
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despojado, fora dos grandes estúdios e com imagens e personagens mais
naturais possíveis, o movimento rapidamente ganhou fama internacional.
Os “veteranos” Nelson Pereira dos Santos e Roberto Santos logo foram
incorporados ao Cinema Novo, ao mesmo tempo que novos nomes iam
surgindo: Arnaldo Jabor, Cacá Diegues, Leo Hirszman, entre outros
(NAPOLITANO, 2014, p. 45).
Por outro lado, as classes dominantes, mais uma vez, usaram o anticomunismo
como principal arma para mobilizar valores tradicionais das classes médias. Em
meio às disputas e interpretações do Brasil, formaram-se dois blocos antagônicos
e, dividida, a sociedade viu chegar o 31 de março de 1964 e o 1º de abril.
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AI 5
Conforme afirmava a Norma do AI 5:
CONSIDERANDO, no entanto, que atos nitidamente subversivos, oriun-
dos dos mais distintos setores políticos e culturais, comprovam que os
instrumentos jurídicos, que a Revolução vitoriosa outorgou à Nação para
sua defesa, desenvolvimento e bem-estar de seu povo, estão servindo de
meios para combatê-la e destruí-la;
Censura
Os militares criaram o “Conselho Superior de Censura”, que fiscalizava
e enviava ao Tribunal da Censura os jornalistas e meios de comunicação
que burlassem as regras. Os que não seguissem as regras e ousassem fazer
críticas ao país, sofriam retaliação --cunhou-se até o slogan “Brasil, ame-o
ou deixe-o.”
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Fonte: Texto literal extraído MADEIRA, Carlos. Dez razões para não ter saudades da ditadura.
Site UOL, política, Do Uol, Maceío,22/03/2014. Disponível em: <https://goo.gl/9jVuph>.
O Regime chegava, no início dos anos 1970, a uma situação de grande controle
da Sociedade, em todos os campos, o que era essencial para o exercício do poder
de maneira centralizada e autoritária, como os ‘novos’ ocupantes do Estado
preconizavam.
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O Regime Militar daquele período não teve receio da televisão; pelo contrário,
investiu em infraestrutura para capacitá-la e realizar a integração nacional em
nome do Estado.
A Era da Televisão
A Era da Televisão começa dos anos 1960-70, com o avanço técnico, e com a
introdução do videoteipe que permitiria gravar, editar e reproduzir programas que
até aquela época só podiam ser passados ao vivo, permitiu a criação de uma série
de programas, novelas, jornalísticos e outros.
https://goo.gl/AKmZ8V
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Com o período militar instalado a partir de 1964, parte dessas músicas serviu
como engajamento de uma ideologia mais à esquerda, criando uma terminologia
de Música Popular Brasileira (MPB) para essa música brasileira, com alta qualidade
estética e comprometida com a realidade nacional.
Nos anos 1970, com a Copa do Mundo no México, muitas famílias passaram
a comprar televisões que passaram a ser mais comuns mesmo nas classes sociais
mais populares. Esse movimento já vinha do final dos anos 1960, no qual o acesso
às compras de eletrodomésticos e aparelhos de TV tornaram-se mais comuns nas
diversas classes sociais.
Figura 7
Fonte: Wikimedia Commons
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O Jornal Nacional da Globo tornou-se uma maneira de obter informação
do Brasil, desde 1969, rivalizando na época com o Repórter Esso da TV Tupi.
Importante lembrar que nessa época vivia-se a censura promovida pelos governos
militares. Toda novela e jornal tinham já informações do que poderia ou não
veicular conforme preceitos definidos pelos ideólogos dos governos militares.
Houve censura a programas de auditório que eram ao vivo e a definição de regras
de conduta do que deveria e poderia ser apresentado nesses programas, visando
diminuir o que chamavam de subcultura nos programas.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
1964: História do Regime Militar Brasileiro
NAPOLITANO, Marcos. 1964: história do regime militar brasileiro. São Paulo: Con-
texto, 2014. (e-book, biblioteca virtual).
A Busca do Nacional Popular
AYALA, Marcos. A busca do nacional popular. In: AYALA, Marcos. Cultura popular
no Brasil. São Paulo: Ática, 2006. p. 49-52. (e-book-biblioteca virtual).
Vídeos
Cultura Brasileira - Aula 08 - As Artes Plásticas no Brasil
UNIVESP TV. Cultura brasileira. As artes plásticas no Brasil. Aula 8, 17min32, São
Paulo, 2014.
https://youtu.be/8bg8q99uoRg
Cultura Brasileira - Aula 09 - O Consumo Cultural
UNIVESP TV. Cultura brasileira. O consumo cultural. Aula 9. 19min26, São Paulo, 2014.
https://youtu.be/96cYWCoYvCQ
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Referências
BENJAMIN, W. Magia e técnica, arte e política. São Paulo: Brasiliense, 1998.
HOBSBAWM, E. A era dos extremos. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
RIBEIRO, Ana Paula Goulart et alii (orgs.). História da televisão no Brasil. São
Paulo: Contexto, 2010. (e-book, biblioteca virtual).
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