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Resumo
O paulatino reducionismo do estudo da Geometria, especialmente a Proje-
tiva, tem propiciado a apresentação do conceito de dualidade entre os po-
liedros platônicos apenas como uma “curiosidade” ou, uma maneira mais
simples de aprender/decorar a quantidade de vértices e faces de cada um
deles. Se, por um lado isso ainda nos parece importante, também parece
não haver a “curiosidade” para se entender o fundamento por trás de tal
fato “curioso”. Entretanto, como princípio projetivo a dualidade nos permite
facilmente o engendramento entre pares duais. Enquanto transformação
geométrica, apenas nestes casos é possível obter um poliedro a partir de
outro. Para a obtenção dos vinte e cinco casos de transformação, pesqui-
samos as relações posicionais e métricas entre os eixos de simetria e as
esferas (insfera, meiaesfera e circunsfera), par a par, tendo em vista a
possibilidade de estabelecimento de uma lei de seção que permitisse o
engendramento entre eles, a partir de truncaduras, como sugerido por Sá
(1982) e Rangel (1982). Diante da impossibilidade de uma lei seção única,
apresentamos as particularizações necessárias para cada caso.
Palavras-chave: dualidade, engendramento, truncagem, poliedros.
Abstract
The gradual reductionism in the study of Geometry, especially the Projec-
tive, has provided the presentation of the concept of duality between Pla-
tonic polyhedra only as a "curiosity", or an easier way to memorize the
number of vertices and faces of each. If, on the one hand it still seems im-
portant, it also seems that there is not the "curiosity" to understand the rea-
son behind this also named "surprising" In fact, as the projective duality
principle easily allows us the engendering between dual pairs. As geomet-
ric transformation, only in these cases you can apply this principle. Obtain-
ing the twenty-five cases between the five Platonic polyhedra, required the
study of the relationship between the metric and positional symmetrical axis
and the spheres (Insphere, Midsphere and Circumsphere), pairwise, with a
view to the possibility of establishing a section law which allows the engen-
dering among them, from truncations, as suggested by Sá (1982) and Ran-
gel (1982). Given the impossibility of a single section law, we present the
re-sults and the necessary particularization of each case.
Key words: duality, engenedering, truncation, polyhedra.
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1 Considerações iniciais
“Os poliedros regulares engendram-se uns aos outros, seja secionando-se por planos,
seja interligando pontos definidos das arestas ou das faces, de modo que de cada um,
é sempre possível obter-se os demais” (SÁ, 1982, p. 61).
Neste sentido, engendrar, verbo transitivo, nos permite gerar, inventar, ou imaginar
possibilidades de se produzir formas a partir de outras.
Embora já conhecidos desde a antiguidade, especialmente pelas civilizações hi-
dráulicas, a exemplo dos egípcios, os poliedros regulares passaram a ser denomina-
dos como poliedros platônicos após, no século IV a.C. terem sido estudados pelo filó-
sofo grego Platão, fundador da academia de Atenas.
Sobre este tema nos interessa, sobretudo, o estudo da sua representação gráfica,
analógica ou digitalmente, através da sua fascinante propriedade de engendramento.
Como parte de um conceito maior, imprescindível para o entendimento da especial
propriedade de engendramento, presente entre os poliedros platônicos e arquimedia-
nos, inicialmente realizamos estudo sobre a transformação geométrica de simetria nos
poliedros platônicos, com o objetivo de estabelecer a quantidade e os tipos de eixos
de simetria presentes em cada um destes sólidos.
2 Revisão bibliográfica
O Dualismo, ou dualidade, entendida como uma doutrina, foi estabelecida por René
Descartes (1596-1650), na busca co-relação entre a mente e corpo, atribuindo ao "tá-
lamo", uma parte do cérebro que, por ser 'pequenino', se relacionava com algo imate-
rial e não físico. Posteriormente, Christian von Wolff (1679-1754) foi quem primeiro
utilizou o conceito em sua concepção moderna, segundo o qual "é o sistema filosófico
ou doutrina que admite, como explicação primeira do mundo e da vida, a existência de
dois princípios, de duas substâncias ou duas realidades irredutíveis entre si, inconcili-
áveis, incapazes de síntese final ou de recíproca subordinação".
Entretanto, já entre fins do século XIII e meados do século XVII, período da histó-
ria da Europa denominado Renascimento, a Geometria Projetiva surgia, sendo a teoria
fundamental da perspectiva geométrica lançada por artistas, e expandindo-se através
de matemáticos franceses, motivados por Gerard Desargues (1591-1661).
De toda sorte, apenas através do trabalho de Poncelet (1788-1867), a Geometria
Projetiva ressurgiu e ganhou maior visibilidade do que a obtida no seu surgimento.
Nasce, com ele, o conceito de dualidade aplicado à Geometria, cujo termo, cremos,
relaciona-se com a busca de Descartes.
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um elemento axiomático, – o ponto impróprio – não é passível de demonstração.
COSTA (1994) destaca, a este respeito, que a aceitação do princípio decorreu, das
vantagens que acarretou na uniformidade de várias propriedades geométricas. O autor
nos lembra que a reta euclidiana é aberta; tem dois limites completamente opostos
conforme seja percorrida nos dois sentidos opostos. Já a reta projetiva é “fechada”,
sem que a linha tenha qualquer curvatura; ou seja, os dois limites se confundem.
Admitindo-se o princípio da continuidade e, consequentemente, o ponto, a reta e o
plano impróprios, neste texto nos interessa, particularmente, a aceitação de um se-
gundo princípio, que complementa o da continuidade: o princípio da dualidade.
Segundo COSTA (1994, p. 35), de acordo com o princípio da dualidade é possível
admitir que qualquer propriedade demonstrada para uma forma (de espécie En), será
automaticamente verdadeira para qualquer outro En, das diversas seqüências, desde
que o enunciado seja adaptado ao respectivo Eo. Sob este enfoque podemos, então,
afirmar, que os teoremas demonstrados para uma figura são igualmente válidos para
figuras obtidas a partir da original mediante transformações contínuas.
O princípio da dualidade pode, então, ser entendido como um elemento de gene-
ralização. Para o autor, como enunciado, o principio é denominado como da multiplici-
dade, reservando-se o termo dualidade para as comparações entre duas formas espe-
cificas, a exemplo dos poliedros platônicos.
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6 vértices, um hexavértice ou, um octaedro, se definido no espaço de planos, pe-
los 8 planos que contém os 6 vértices, 3 a 3. Logo, as faces do octaedro são duais
dos vértices do hexaedro.
• O Octaedro regular, definido por suas 8 faces triangulares, constitui-se em uma
figura do espaço de planos. Sua figura dual, no espaço pontual, será definida por
8 vértices, um octavértice, ou hexaedro, se definido no espaço de planos, pelos 6
planos que contém os oito vértices, 3 a 3. Logo, as faces do hexaedro são duais
dos vértices do octaedro.
• O Dodecaedro regular, definido por suas 12 faces pentagonais, constitui-se em
uma figura do espaço de planos. Sua figura dual, no espaço pontual, será definida
por 12 vértices, um dodecavértice ou, um icosaedro, se definido no espaço de pla-
nos, pelos 20 planos que contém os 12 vértices, 3 a 3. Logo, as faces do dodeca-
edro são duais dos vértices do icosaedro.
• O Icosaedro regular, definido por suas 20 faces triangulares, constitui-se em uma
figura do espaço de planos. Sua figura dual, no espaço pontual, será definida por
20 vértices, um icosavértice ou, um dodecaedro, se definido no espaço de planos,
pelos 12 planos que contém os 20 vértices, 3 a 3. Logo, as faces do icosaedro são
duais dos vértices do dodecaedro.
Observa-se o engendramento entre os cinco poliedros regulares e, enquanto
transformação geométrica, apenas a estes casos é possível aplicar o princípio da dua-
lidade para a obtenção de um poliedro a partir de outro (figura 1).
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3 A Truncadura
A Truncadura consiste na remoção de algumas das partes de um sólido, através da
operação de seção. A forma resultante é, então, denominada como tronco. A expres-
são tronco é comumente associada aos prismas, pirâmides, cilindros e cones e, deste
modo entendida como a porção destes corpos compreendida entre dois planos que
cortam todas as arestas ou geratrizes e se intercepta fora deles. É interessante lem-
brar que no caso do prisma e do cilindro os planos não podem ser paralelos uma vez
que, deste modo, teremos como resultado apenas novo segmento cilíndrico ou prismá-
tico. A mesma operação, quando associada a um sólido qualquer, costuma ser desig-
nada como seção, e entendida simultaneamente como processo e resultado. Lembra-
mos ainda que secionar, ou cortar, é a operação projetiva dual da operação projetar,
que transformam, projetivamente uma figura em outra.
Já para a expressão truncadura se estabelece uma relação direta com os polie-
dros, regulares e semi-regulares, uma vez que, em geral, preconiza a remoção de par-
tes de um sólido simetricamente. Além disso, a operação pode ser executada sobre os
vértices ou sobre as arestas do sólido.
Figura 2: Insfera
Figura 3: Meiaesfera
Figura 4: Circunsfera
Com relação à posição observamos a coincidência dos eixos de simetria entre
eles, tendo em vista a definição da escala do segundo em relação ao primeiro. Pes-
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quisamos, a seguir, o que denominamos como esfera central (figuras 2, 3 e 4) –
insfera, meiasfera ou circunsfera- comum aos dois poliedros, de acordo com os seus
eixos coincidentes (FF, AA ou VV).
4 Casos de estudo
Uma vez que existem cinco, e apenas cinco, poliedros regulares convexos, a quanti-
dade de transformações possíveis entre eles é vinte e cinco.
Por atenderem a características específicas, as transformações realizadas foram
agrupadas entre poliedros duais e poliedros não duais. A seguir, serão demonstrados
cada caso, segundo as características dos seus eixos de simetria, esfera central e,
o estabelecimento da Lei de Seção.
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Figura 6: Planos de truncarem nos poliedros duais
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4.2.1 Poliedros com eixo de simetria de mesma ordem
Figura 7: Planos de truncagem nos poliedros não duais, com eixo de simetria de mesma ordem
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Os três eixos de simetria de ordem quaterná- Nas transformações entre poliedros com ei-
ria do hexaedro, assim como os do octaedro, xos de simetria de menor ordem para os de
são perpendiculares entre si. Dentre os eixos maior ordem, as insferas do poliedro de ori-
de simetria dos poliedros de ordem quinária gem coincidem no poliedro resultante: com a
(binários, ternários e quinários), apenas a insfera, se os eixos coincidentes forem do
simetria binária apresenta tríades com a tipo FF; circunsfera, se forem do tipo VV e,
mesma característica. Inscrevendo um polie- meiaesfera,se for do tipo AA.
dro de ordem quaternária em um de ordem Nas transformações entre poliedros de sime-
quinária, de modo que os eixos quaternários tria de maior para os de menor ordem, as
do primeiro coincidam com uma das tríades circunsferas dos poliedros resultantes coinci-
de eixos binários do segundo, os quatro eixos dirão nos poliedros de origem com: a circuns-
ternários do primeiro coincidem com quatro fera, se os eixos coincidentes forem do tipo
dos dez eixos ternários do segundo. VV; insfera, se forem do tipo FF; e meiasfera,
se forem do tipo AA.
• Leis de seção
• Hexaedro para Dodecaedro (10):
O número de arestas do hexaedro é o mesmo que o de faces do dodecaedro e, cada
aresta truncada no hexaedro produz uma face do dodecaedro. O eixo binário do dode-
caedro é do tipo AA e o eixo quaternário do hexaedro do tipo FF; assim, seis arestas
do dodecaedro pertencem às seis faces do hexaedro. Os pontos médios das arestas
coincidem com os centros das faces, uma vez que a meiaesfera do dodecaedro coin-
cide com a insfera do hexaedro (figura 8). Os 12 planos de truncagem, paralelos às
arestas do hexaedro, são definidos na seção de cada ângulo diédrico do hexaedro, por
duas retas. A primeira passa pelo centro de uma das faces, paralela à aresta e, a se-
gunda, forma com a outra face, um ângulo medindo o complemento da metade do
ângulo diédrico do dodecaedro (fig. 8).
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Figura 9: Hexaedro para Icosaedro
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dentes nos dois poliedros, incidissem nos centros das faces do octaedro.
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Figura 14: Dodecaedro para Octaedro
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4.3 O tetraedro e os poliedros de eixo quaternário
Quatro transformações são possíveis, uma vez que são apenas dois os poliedros pla-
tônicos de eixo quaternário [(18), (19), (20) e, (21)]. O quadro 4 apresenta as caracte-
rísticas dos eixos de simetria e da esfera central para este grupo.
Quadro 6: Características: o tetraedro e os poliedros de eixo quaternário
Eixos de simetria Esfera central
Os eixos binários do tetraedro O número de faces do tetraedro é igual ao número de vérti-
coincidem com os quaternários ces ou de faces do poliedro de ordem quatro. A insfera do
do hexaedro e do octaedro; tam- tetraedro será a circunsfera do truncado quando o número
bém são coincidentes os eixos de faces for igual ao número de vértices, meiaesfera igual
ternários de ambos coincidem. ao número de arestas, e insfera, igual ao número de vérti-
ces.
• Leis de seção
• Hexaedro para Tetraedro (18):
Os eixos quaternários do hexaedro são do tipo FF; os binários do tetraedro são do tipo
AA e os eixos ternários dos dois são do tipo VV. As arestas do tetraedro devem coin-
cidir com as diagonais das faces do hexaedro, na transformação. Como o hexaedro
possui o dobro de vértices do tetraedro, 4 dos seus vértices coincidem com os vértices
do tetraedro. Neste caso, 4 planos truncam 4 vértices não adjacentes do hexaedro,
perpendicularmente ao seu eixo ternário, passando pelos centros das faces que de-
terminam o ângulo sólido (figura 16).
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• Tetraedro para Octaedro (20):
Cada vértice do octaedro coincide com os pontos médios das arestas do tetraedro e,
cada face do octaedro corresponde a uma face ou a um vértice do tetraedro. Deste
modo, cada um dos 4 planos de seção trunca um vértice do tetraedro passando pelos
pontos médios das arestas do ângulo sólido (figura 18).
• Tetraedro para hexaedro (21):
Essa transformação terá as mesmas características da anterior, mantendo-se o princí-
pio da dualidade no espaço. Como os eixos binários do tetraedro (AA) coincidem com
os quaternários do hexaedro (FF), teremos que de cada aresta obter uma face. Logo,
cada um dos 6 planos de seção trunca uma aresta do tetraedro perpendicularmente ao
seu eixo binário, passando pelos centros das faces adjacentes à aresta (figura 19).
A tabela 4 apresenta o resumo das características no engendramento entre o tetraedro
e os poliedros de ordem quaternária.
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Quadro 7: Características: o tetraedro e os poliedros de eixo quaternário
Eixos de simetria Esfera central
O número de arestas do tetraedro é múltiplo Na transformação do tetraedro para poliedros
do número de arestas dos poliedros de or- de ordem quinária, as insferas coincidem com
dem quinária, os eixos binários do tetraedro insferas ou circunsferas, uma vez que os
coincidem com 3 dos 15 eixos binários dos eixos ternários do tetraedro são VF, e FF ou
de ordem quinária. Como o número de faces VV, nos poliedros de ordem quinária. Nas
e vértice do tetraedro é múltiplo do número inversas, a circunsfera do poliedro obtido
de vértices do dodecaedro e número de faces coincide com a insfera ou circunsfera do poli-
do icosaedro, os eixos ternários do tetraedro edro original, uma vez que os eixos ternários
coincidem com 4 dos 10 eixos ternários dos do tetraedro são VF, e nos de ordem quinária
de ordem quinária. são FF ou VV.
• Leis de seção
• Tetraedro para Dodecaedro (22):
Como o eixo ternário do tetraedro é do tipo VF e o do dodecaedro do tipo VV (eixos
coincidentes), quatro dos vértices do dodecaedro coincidem com os centros das faces
do tetraedro e, outros quatro pertencem aos eixos ternários coincidentes. Cada vértice
do tetraedro é truncado simultaneamente por três planos que passam, cada um, pelo
centro de uma face do tetraedro e formam um ângulo triédrico igual ao ângulo sólido
do dodecaedro (figura 20). Doze planos são necessários nesta truncagem.
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Figura 21: Tetraedro para Icosaedro
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Bi≡3Bi (1) A (1) V ; (2) V do 16
(23)Tetra-Icosa Ins≡Ins F ⊂ 4F
(2) V hexadecadero
(24)Dodeca-Tetra 4Ter≡Ter Cir≡Cir V≡V V Vértices 4
(25)Icosa-Tetra 3Bi≡Bi Ins≡Cir 4F ⊂ V F // F; centro de face 4
5. Considerações finais
O estudo realizado nos permitiu analisar as características de cada transformação
entre pares de poliedros platônicos, tendo em vista a possibilidade de estabelecimento
de uma lei de seção. Na sua impossibilidade, apresentamos os resultados obtidos e as
particularizações necessárias para cada caso com relação às características que defi-
nimos para balizar a pesquisa: eixos de simetria e esfera central.
Com relação aos eixos de simetria:
a. Nas transformações entre poliedros duais e poliedros com eixo de simetria de
mesma ordem, todos os eixos de mesma simetria são coincidentes;
b. Em qualquer transformação 4 eixos ternários de um poliedro são coincidentes com
os mesmos eixos no outro poliedros;
c. Nas transformações entre poliedros de simetria quaternária e qualquer dos outros
poliedros regulares convexos, os eixos quaternários são coincidentes com uma trí-
ade de eixos binários, perpendiculares entre si, do outro poliedro;
d. Em nenhuma das transformações os eixos de simetria quinária são coincidentes
com outros eixos de simetria.
Com relação à esfera central, todas as considerações que seguem não são válidas
para as truncagens entre sólidos de mesma natureza:
a. Nas transformações em que o sólido de origem é o tetraedro, hexaedro ou octae-
dro, será a insfera a coincidir com a esfera central do sólido resultante;
b. Nas transformações entre poliedros de simetria quinária para qualquer outro poli-
edro a esfera central do poliedro resultante será a circunsfera;
c. Nas transformações entre o tetraedro e os poliedros de simetria quaternária para
outro poliedro regular convexo, será a insfera a coincidir com a esfera central do
poliedro resultante;
d. Nas transformações entre poliedros regulares convexos para o tetraedro ou hexa-
edro, a esfera central do poliedro resultante será a circunsfera;
e. A meiasfera só aparece nas transformações entre poliedros de simetria quinária
para octaedro e entre o hexaedro para o tetraedro e poliedros de simetria quinária
Para a definição das leis de seção percebemos, nas transformações, diferentes tipos
de truncagens, que classificamos quanto ao elemento truncado; quais sejam:
I. Truncagem de Vértice: o plano de seção remove o vértice de um ângulo sólido,
cortando suas arestas, perpendicular (a) ou obliquamente (b), em relação ao eixo
de simetria VV.
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a) Ocorre nos casos (1), (2), (3), (4), (5), (11), (18), (20), (22), (23) e (24).
b) Ocorre nos casos (13) e (23).
II. Truncagem de Face: o plano de seção remove uma face do poliedro, cortando a-
restas dos ângulos poliédricos que possuem vértices nesta face. Nos casos estu-
dados encontramos apenas seções perpendiculares(a) ao eixo de simetria.
a) Ocorre nos casos (1), (6), (7), (8), (9), (17), (19) e (25).
III. Truncagem de Aresta: o plano de seção remove uma aresta do poliedro, cortando
arestas de dois ângulos poliédricos que possuem vértices nesta aresta, perpendi-
cular (a) ou obliquamente em relação ao eixo de simetria que passa no seu ponto
médio. Sendo obliquo em relação ao eixo, o plano pode ser paralelo (b) ou obliquo
(c) à aresta truncada:
a) Ocorre nos casos(21), (14), (15);
b) Ocorre no caso (12);
c) Ocorre nos casos (10) e (11).
Finalmente, consideramos que o engendramento entre os poliedros platônicos, a-
través de truncaduras possibilita, através da propriedade de simetria, maior facilidade
de sua representação e, conseqüentemente, melhor utilização nas suas aplicações.
Além disso, acreditamos que as características apontadas podem levar a outros estu-
dos sobre o tema, inclusive buscando a simplificação do processo e sua utilização
para o engendramento dos poliedros semi-regulares.
Referências
CORREIA, Ana Magda Alencar; FERREIRA, Bruno Leite. Poliedros platônicos: Dua-
lidade Simétrica. In: Graphica, 2007, Curitiba: Departamento de Desenho - UFPR,
2007. v. 1.
SÁ, Ricardo. Edros. São Paulo: Projeto Editores Associados, 1982. 121 p.
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