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Chevaux-de-'.

ise
i fortificació
en la primera edat dei ferro europea

Natàlia A!onso, Emili Junyent, Ange! Lafuente, Joan B. López

Coordinadors

Un iversitat de Lleida
Facu ltat de Lletres
Departament d'Histôria
Grup d' lnvestigació Prehistàrica
ConseU Comarca! de! Segrià

Organització

,
f cad e ras-os- o s(

Arrnando Redentor ~

Lleida, 27 -29 de març de 200 3


Pedras fincadas em Trás-os-Montes (Portugal)

Armando Redentor*

1. Contexto físico altimétricas significativas, mostrando-se deforma-


da , empenada ou cortada por falhas
A designação regional de Trás-os-Montes co- (LAUTENSACH 1987, 146) . Exemplificativamente,
rresponde a um vasto território que constitui o as serras da Nogueira (1318 m) e de Bornes (1201
Nordeste de PortugaL situado a norte do rio Douro m), na parte orien tal de Trá s- os- Mon tes,
e a nascente dos primeiros contrafortes das serras encontram-se levantadas em forma de horst, sendo
do Marão (1415 m), Alvão (1283 m), Barroso mais antigos os volumes montanhosos mais
(1208 m) e Gerês (1507 m) . É uma terra contras- ocidentais, como a serra do Gerês e do Marão. A
tada, de montanhas, planaltos e depressões, ras- actividade tectónica revela-se em três depressões
gada por vales, muitas das vezes encaixados ou com algum significado na geomorfologia
noutros casos abertos, sendo a sua hetero- transmontana, nomeadamente a bacia de Chaves,
geneidade uma marca incontestável. a bacia de Mirandela e o graben de BaçaL associadas
Insere-se no Maciço Antigo, extremidade a outros tantos acidentes tectónicos. Alguns rele-
ocidental do Maciço Hespérico ou Ibérico. A sua vos residuais, como cristas quartzíticas, marcam
geomorfologia não é mais do que o resultado de também a paisagem, elevando-se acima da
movimentos orogénicos hercínicos, tardi- peneplanície, atingindo, em geraL altitudes que
hercínicos e recentes. Durante o ciclo hercínico rondam os 900-1000 m. Novas condições
dá-se a génese dos terrenos paleozóicos, o climáticas e morfotectónicas, sobretudo
carreamento de terrenos alóctones sobre estes úl- quaternárias, permitem processos de erosão
timos, além da intrusão dos granitos, acontecendo associada à rede de drenagem, do Douro e seus
em seguida o sulcamento do maciço hercínico por afluentes, que entalha aquela peneplanície e marca
um denso sistema de falhas. indelevelmente a geomorfologia transmontana
Vários processos erosivos marcaram este que hoje se vislumbra.
território, acontecendo no final do Terciário o Efectivamente, os principais cursos de água, em
desenvolvimento de condições que levaram à concreto o Sabor, o Rabaçal/Tuela/Tua e o Tâmega,
criação de uma importante superfície de erosão, este afectando o território transmontano apenas
de grande expressão no Planalto Mirandês e com por meio do seu curso superior, integram a bacia
continuidade para sul do Douro, que corresponde hidrográfica do Douro, tendo uma orientação ge-
ao prolongamento em Portugal da peneplanície nérica nordeste-sudoeste, tal como este rio até ao
da Meseta Norte. Com uma altitude de 600 a 800 ponto em que perde o seu estatuto internacional
m , esta superfície parece ter sofrido um e ganha a orientação este-oeste; nasce ainda no
levantamento que, iniciado no Plistocénico, con- extremo norocidental do território transmontano
tinua até ao presente, resultando daí diferenças o rio Cávado, mas o seu curso segue para o litoral
atlântico.
É notório o contraste entre a parte ocidental e
a oriental do território transmontano, que
* Institu to da Conservaçã o da Nature za. simplisticamente se pode diferenciar entre a área
areden to r@mail .tel epa c.pt granítica e a área xistenta, sendo o curso do Tua

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que fundamentalment e esboça esta separação da Falamos das sondagens realizadas no Castro da
litologia (TABORDA 1932, 34 ), que, no entanto Pastoria (n . u 33) (SOEIRO 1985-1986) e dos
encerra grande complexidade, sobretudo no que trabalhos que, desde 1995, se vêm realizando no
ao lado oriental respeita (vd. RIBEIRO 1974) . Crasto de Palheiros (n .o 28) (SANCHES 2000-2001;
A cadeiade montanhas que limita pelo poent e 200- ? ). A área de intervenção no primeiro caso é
o território transmontano, integrad a n o sistema reduzid a a quatro sondagens, uma dirigida à
montanhoso Galaico-Duriense, isola- o do li tora L estrut ura amuralhada na coroa do castro e as res-
sendo como que secundada por relevos mai s m o- ta ntes no espaço cingido pela muralha inferior, que
destos, como os das serras da PadreIa (1146 m ). permitiram descobrir uma construção circular, de
da Falperra (830 m) ou do Planalto de Alijó. que se conservavam pequenos esteios rectangu-
lares enterrados no saibro, acompanhados de
Do ponto de vista climático, é marcado pela
pequenas pedras e blocos de barro, que formariam
continentalidade, com temperaturas contrastadas
as paredes da cabana, contendo no seu interior
no Verão e no Inverno, e menores valores de
restos de trabalho do ferro e uma mó manuária
pluviosidade média anual comparativamente às
circular. O século I a.c. é a data apontada para os
áreas atlânticas, mas na realidade também se
vestígios materiais exumados, embora não se deixe
estabelecem diferenciações, motivadas pela
de admitir que esta possa corresponder apenas a
orografia e pelo posicionamento geográfico, que
uma das fases de ocupação do sítio. Os resultados
levam à distinção de duas grandes realidades
das intervençües no segundo, apesar destas só
climáticas, presentes de nascente a poente de Trás-
ainda afectarem cerca de 5% do povoado, estão a
os-Montes e significativamente apelidadas de Terra
assumir-se como dos mais interessantes para o
Fria e de Terra Quente , além de numerosas
conhecimento da Proto-História, mas também da
situaçües microclimáticas.
Pré-História Recente, de Trás-os-Montes.
Também na Cerca de Ribas, Argeriz, Valpaços,
2. O povoamento proto-histórico em se realizaram, em 1992, trabalhos de escavação
Trás-os-Montes arqueológica que permanecem inéditos, mas que,
segundo vagas informaçôes recentemente
O conhecimento de que dispomos actualmen- avançadas (FREITAS 2001, 53). terão permitido
te sobre o povoamento proto-histórico no território
esboçar cronologias, defendendo-se uma ocupação
transmontano, embora mais enriquecido do que dilatada, situada entre o início do I milénio a.c. e
há duas décadas atrás, não é ainda suficientemente
a Idade Média, e uma datação do câmbio da Era
fino para que o possamos caracterizar com algum para a muralha central (séculos I a.C.-I (l.c.), que,
detalhe do ponto de vista arqueográfico e arqueo-
porém, se apoia sobre outra mais antiga. O seu
lógico, derivando deste estado dos estudos eviden- sistema defensivo não integra , porém, pedras
tes implicações na percepção da sua diacronia. Os
fincadas.
dados disponíveis resultam, sobretudo, de
trabalhos de prospecção e, por isso, são Os resultados das intervenções naqueles
genericamente fragmentários . As poucas povoados fortificados apontam, contudo, para
escavações realizadas, ou são demasiado restritas, ocupaçôes que fogem ao âmbito desta Reunião,
ou produziram dados pouco fiáveis, decorrentes pois inserem-se numa fase que teremos de incluir,
de urna descontextualização estratigráfica carac- em face das divisões convencionais, na II Idade do
terística de intervençües que foram objectivadas Ferro, sendo aqui invocados como dados
em função de critérios de reconhecimento e excepcionais, especialmente os de Palheiros, por-
reconstrução da arquitectura dos povoados , que apoiados eln dataçôes radiocarbónicas. No
reduzindo a estes aspectos notáveis a importância entanto, continua a ser problemático estabelecer
científica e patrimonia I dos sítios. Enfermam desta esta divisão em função da qualidade do registo ar-
perspectiva de estudo povoados importantes como queológico de que dispomos para a generalidade
o Castro de Carvalhelhos (n." 38) ou o Castro de de Trás-os-Montes, pois faltam indicadores que
Sabrosa (n. o 34), exemplos em que não nos é justifiquem tal periodização. Tal dificuldade foi
possível apurar com minúcia a sua história indivi- sentida por F. S. Lemos (1993 , Ia, 191) no âmbito
duai , sobretudo quando se sugere terem uma di- da sua dissertação de doutoramento, que abrangeu
latada ocupação, segura na época romana. Este é boa parte do território transmontano e se assume,
um panorama que se aplica fundamentalmente à assim, como síntese fundamental. ao verificar que
metade ocidental de Trás-os-Montes, onde, porém, as cerâmicas, observadas maioritariamente em
no conjunto dos povoados com pedras fincadas , contexto de prospecção, parecem não acusar uma
ainda contamos com duas intervenções assentes evolução que justifique tal destrinça cronológica
em critérios verdadeiramente científicos. e que a tipologia de povoados que ensaiou também
não se revela de grande auxílio nesse intento.

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Povoado I Implantação Sistema deiensivo ~············ · ············_-~---------r·--· Cronologia
___.______.._..~.._._______ ______ muralhas torreões parapeitos fo ~~_ J!~~ lenos pedras fincadas integra~ da~_E~~!:~s fincadas
1 ____ ~ ___ _ .~§p_Q!..ii_ºia!_~.!J_a__s.c!Q._º_º~EQ.L _ . [Nlpf" 111..+.\ .... ' Id. Ferro
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._ .. :3.3_. . _____. ___ ~jJorão (rib.' da Curalh?)_. _______ ._ .... __ . ________ ._... _..: : ._ ..___._____ L~J.Ef.~__L"....I1'1...: . I1l..:':_.r:!l __ . _.. ___ __ J d, f'e,éQ. . '_.'_'
.. _}4 __ ___ _ _ . _____ .E.'!R.ElS;Q.Jserra do Cri.Y..El!2L_._ . ___ ...._ ......_. _______...._... _. __ •____• ___________ .•• _.. [ NLQlf_'.~pH?l .»_L».D' _ ._. I cLr:e.r.r_oj_Rorna.~g<ls.ªol. !s! . .Média
:35____ __________._ esporão (rib.' d.§_Çl,Jr1I1.?~l_________ ._... _. __ + _ . _ __... ___ ... . lt-jt:'E:lpf "I1'1 .___ Id,i err.o.
__ ~ esporão ~~Assureira L __ .._______....._. __ .. _..!'..... . . . ___:.. _ _ ... lQ/§.EJpf »f...''..IT1 __ ._ ___ .. __ .....lgJ:.Elr~
~. -.~~ --- ~--espõfãõ 7s~~r~oJ~e~~~r~~oL~~~~~~Crãs-iõ)"--'--· --.--.. ;~ JNO/Sof~+;'?;;~i ;;T;; m - ~. ~:~~; )-~~~~~:=~~=·~c::.:·~-c-__

Quadro 1. Análi se dos sistemas defe n sivos dos povoados fortificado s transmontanos com pedras fin ca da s.
( [Xl = sector(es) em qu e se reconhecem pedra s fin cadas. idenl ifi cados em função dos pontos cardea is: f = fos so. m = mura lha. p = parapeito: pf = pedras fin cadas: t = torreã o: Ir = terrap le no )
-
\ ;.J
..;J
Dois dos povoados fortificados com pedras A realidade da metade oriental de Trás-os-Mon-
fincadas da metade ocidental de Trás-as-Montes tes difere, pelo que esta separação parece, assim,
têm seguramente uma cronologia ramana. Trata- ajustar-se à sugestão desde cedo avançada por
se do Castelo dos Mouros de Vale de Égua (n. o 29) e López Cuevillas (1933, 105-106) relativamente aos
do Castro da Curalha (n. o 32), que pela sua arqui - limites geográficos da dita cultura castreja, na qual
tectura e materiais associados se identificam com referia a divisão de águas entre o Tâmega e o Tua
uma etapa já histórica, mas que em face da pouca como possível a nascente .
clareza da diacronia ocupacional da generalidade De facto, o povoamento da metade oriental de
dos povoados transmontanos com pedras fincadas, Trás-as-Montes, ou do Nordeste Transmontano,
que não nos permite na esmagadora maioria dos encena-se de modo diferente, tendo sido bem ca-
casos conhecer as cronologias fundacionais , racterizado por Lemos (1993, Ia) , ainda que com
escolhemos não os eliminar do mapa de dados fragmentários no tocante à sua integração
distribuição (Mapa 1), nem da lista que elaborámos crono-culturaL pravenientes quase sempre de
(Anexo 1), tal como fizemos para outras que sabe- prospecção. Apenas as sondagens realizadas no
mos ou intuímos que não remontam a um mo- Castro de S. Juzenda e no Castelo Velho de Mirandela
mento recuado da Idade do Ferro . Seguramente, -povoados que não integraram pedras fincadas
os dois supracitados representam um terminus ante no seu sistema defensivo- oferecem dados
quem para os restantes. estratigraficamente contextualizados . Em S.
Os povoados prato-históricos localizados no Ju zenda (HOCK 1980) registaram-se três fases de
sector ocidentaL os quais temos vindo a invocar. ocupação, aparentemente datadas do Branze Fi-
destacam-se pela sua grande dimensão e elabora- naL da Idade do Ferro e da época romana, mas de
dos sistemas defensivos, que frequentemente contornos culturais pouco explícitos no que à
incluem mais de uma linha de muralha, além de Prato -História respeita . No Castelo Velho, os
fossos, parapeitos e cinturas de pedras fincadas. As materiais cerâmicos inserem-se no horizonte cul-
muralhas, sobretudo as construídas com blocos de tural do Soto, havendo ainda a registar uma
granito, assumem grande espectacularidade, mos- subsequente ocupação datada da época rama na
trando aparelhos diversos e, em alguns casos, com (LEMOS 1993, Ia, 184-188) .
uma construção ligeiramente inclinada, em talude, Na análise dos padrões de distribuição do
para o interior. Ocupam preferentemente a bor- povoamento é possível destrinçar três zonas
dadura de áreas planálticas e cumeadas de relevos (LEMOS 1993, 224-226). tendo correspondência
montanhosos, implantando-se em cabeços mais ou com a mais setentrional delas o fundamental da
menos destacados, muitas vezes "castelos " distribuição dos povoados fortificados com pedras
graníticos, ou em esporões associados a linhas de fincadas nordestinos (Mapa 1).
água, não necessariamente principais. A imagem
Na Terra Quente, nomeadamente nas bacias
clássica do Castro de Carvalhelhos (n .o 38) é
média do Tua e da ribeira da Vilariça, a matriz de
interessante testemunho do elaborado sistema
povoamento é linear, com escalonamento dos
defensivo associado a estes povoados, ainda que,
povoados ao longo das duas margens do curso de
quanto à matéria-prima, aqui se associe o granito
água principal. Correspondem ao primeira con -
e o xisto, e, no respeitante à sua cronologia, possa
texto geográfico os povoados de S. Juzenda e do
levantar dúvida a sua origem pré-ramana (vd.
Castelo Velho de Mirandela, supracitados. O vale da
LUZÓN etalii 1980, 81; CALO 1993,68).
Vilariça corresponde à zona de maior concentração
Do ponto de vista ceramológico, as afinidades de assentamentos prato-históricos na zona meri-
parecem estabelecer-se, essencialmente, com a dional do Nordeste Transmontano, sendo o
fachada atlântica, avaliando a incorporação de mica povoamento das áreas adjacentes rarefeito e irre-
nas pastas e algumas decorações (vd. LEMOS 1993, gular; neste meio-dia nordestino, os povoados são
Ia, 190). mas há efectivas diferenças (vd. SOEIRO de dimensão superior aos da zona setentrional.
1985-1986, 28; CALO 1993, 69) . integrados na Terra Fria, e a sua arquitectura de -
Na faixa levantina deste sector, os povoados fensiva mostra-se mais elaborada. As cerâmicas
analisados por F. S. Lemos (1993, Ia, 257-259) parecem apresentar analogias de fabrico e de
possuem uma estrutura territorial bem definida tratamento das superfícies com as setentrionais,
que faz supor uma base económica fundada nos ainda que não se documentem formas típicas do
recursos pastoris e na exploração aurífera , Soto, mas também parece referenciar-se cerâmica
nomeadamente em jazidas secundárias, o que leva estampilha da, com paralelos na II Idade do Ferro
este investigador a pensar que a imponência das mesetenha. Lemos (1993, Ia, 265-267) considera
estruturas defensivas representa mais um efeito esta zona o espaço de uma etnia específica, os
de prestígio relacionável com a acumulação de Banienses, revelada pelas fontes epigráficas rama-
bens, contrastando com a ausência de vestígios de nas. Nesta sequência, ao médio curso do Tuela
urbanismo no interior dos povoados. associa uma outra etnia (LEMOS 1993, Ia, 260).

138
não identificada, ao passo que a zona setentrional, sem que se notem influências das cerâmicas que
integrando o território a norte da serra de Bornes na Meseta são fósseis-directores da II Idade do
e o Planalto Mirandês, é atribuída aos Zelas Ferro, levantando Lemos (1993 , Ia, 189-190) a
(LEMOS 1993, Ia, 261-265). É neste sector que se hipótese de que as etnias que ocuparam o território
concentra a esmagadora maioria dos povoados nordestino poderão enraizar-se numa fase inicial
fortificados da metade oriental de Trás-os -Mon tes da Idade do Ferro.
que incluem as pedras fincadas nos seus sistemas
defensivos . O panorama do povoamento e dos
próprios povoados é aqui diferente. Dominam os 3. Os povoados fortificados transmontanos
sítios fortificados de reduzida e média dimensão, com pedras fincadas
oscilando entre 0,5 e 1 ha, com sistemas defensi- O número de povoados fortificados com pedras
vos mais contidos, ou menos imponentes, relati- fincadas actualmente conhecido em solo
vamente aos que se conhecem a ocidente , transmontano cifra-se em 38, apresentando um
distribuídos preferencialmente ao longo das linhas incremento de oito relativamente à última
de água, na periferia dos planaltos, nos relevos abordagem por nós realizada (REDENTOR 2000).
residuais ou nos cumes mais destacados dos Tal facto deve-se em boa parte ao meritório
contrafortes montanhosos, dispondo, em geral, de trabalho de relocalização de sítios arqueológicos
boas condições naturais de defesa e de considerável que tem vindo a ser desenvolvido pelo Instituto
domínio geo-estratégico . Tipologicamente, mais Português de Arqueologia (Extensão de Macedo
abundante é o povoado pouco extenso, associado de Cavaleiros)), desde 1998.
a relevos em esporão, situado em vales ou na bor-
dadura de planaltos, com uma única linha de Entretanto, foi-nos também possível verificar
muralha a que geralmente se associa um torreão que a referência à existência de pedras fincadas
voltado para o sector menos defensável, no qual, no Múrio de Penhas Juntas, Vinhais, que anterior-
exteriormente, se dispõem um ou mais fossos e, mente apontámos como verídica (REDENTOR
eventualmente, as pedras fincadas . Os que se 2000, 33-34, n.o 12), com base no depoimento do
localizam, no Planalto Mirandês, ao longo do Abade de Baçal e na anuência de outros autores,
Douro (Internacional) aproveitam é errónea, uma vez não possuir este povoado tal
sistematicamente as arribas, vendo-se, assim, estrutura defensiva, contrariamente ao vizinho
Castelo dos Mouros (n." 24), implantado no alto do
reduzido o esforço de amuralhamento . De
dimensão superior a 1 ha, são os que se implantam sinclinal quartzítico denominado Cerro de Penhas
em cumes destacados de áreas montanhosas ou Juntas, que efectivamente dispõe de duas áreas
planálticas , em relevos residuais, "castelos" com essas defesas.
graníticos ou cumeadas xistentas, com larga Apesar desta evolução quantitativa -que não
visibilidade, e que Lemos (1993, la, 191) conside- surpreende e seguramente continuará-, do pon-
ra poderem corresponder a uma primeira fase de to de vista crono-cultural pouco se avançou,
assentam entos, sendo favorável a que os ant es sobretudo pelos precários resultados das recolhas
referidos possam ser de uma fase subsequente, de de superfície nestes locais.
plena Idade do Ferro, mas acautelando poderem Como antes referimos, maioritariamente, os
ser igualmente antigos, como provam os achados povoados com pedras fincadas localizam -se na
cerâmicos em alguns deles. metade oriental de Trás-os-Montes, mais concre-
É destacada (LEMOS 1993, Ia, 261-265) a tamente a norte dos relevos de Bornes e da serra
distribuição extensiva, mas irregular, dos de Mogadouro, no território identificado com os
povoados, formando aglomerados ou cachos, a par Zelas, onde a densidade dos habitats fortificados
de espaços vazios, que interpreta como conjuntos proto-históricos é também mais elevada, apesar
de povoados associados à organização social indí- da sua menor dimensão. Em qualquer um dos sec-
gena em genlililales (LEMOS 1995), encarando os tores geográficos transmontanos a que nos refira-
terrenos vagos como espaços de utilização comum. mos, parece inegável que os povoados que
A economia destes povoados basear-se-ia numa integram pedras fincadas nos seus sistemas defen-
complementaridade agro-silvo-pastoriL supondo-
se a realização de agricultura de roças combinada
com a exploração agro-pecuária dos solos de maior
pote ncial, a prática da pa storícia, além do I. Agradecem os a Mário Rei s e Luís Pe re ira, arqu eó logos desta
aprov e itam e nto dos recur sos cine gé ticos e e x te n são te rritori a l, as info rmaç õe s p res tad as so bre os
piscícolas (LEMOS 1993, Ia, 234-240) . povoad os fortifi cad os em que de tecta ram pedra s fin ca das (n .'"
7, 14, 18, 20, 21 e 2 5). Agrad ece mos, ainda, a Ma ri a de Jesus
As cerâmicas associadas a estes povoadas Sanch es a comuni ca çao das su as mai s rece nt es interpre laçoes
in se rem-se no hori zo nte cultural do SOlO, cujas sobre o Crasto de Pa lheiros e a Pa ul o Cabra l a e labo ração da
forma s parecem perdurar até um momento tardio, ca rt og ra fia deste a rti go.

139
sivos não se afastam das tipologias dominantes, a de Vale de Águia (n. o 2) e no Castelo Velho de Bruçó
não ser pela particularidade deste complemento, (n. o 11 ). a muralha é provida desta obra defensi va
reforçando as restantes estruturas em pontos mais de protecção e vigilância.
vulneráveis (vd. Quadro 1) ; isto é, não se associam A construção de torreões de caras para o sector
as pedras fincadas a um tipo específico de povoado mais vulnerável dos povoados, como vemos , nem
ou não é a sua presença um critério fundamental sempre acontece, mas em alguns sítios su~gem
para a sua definição. vestígios de dois, a escassos metros um do outro, a
Verificamos que na zona que actualmente exemplo do observável nas Fragas do Castro de S.
apresenta maior concentração de povoados com Julião de Palácios (n. o 7), no Castelo de Limãos (n. o
pedras fincadas, estes têm implantações associadas 20) ou, possivelmente, na Fraga do Castelo de Lagoa
a relevos em esporão escalonados ao longo dos (n. o 18). ainda que neste caso o reforço defensivo
cursos de água , dispondo por vezes de falésias, tal no colo de acesso ganhe maior complexidade pela
como nos promontórios sobranceiros a vales pro- existência de duas linhas de muralha e,
fundamente encaixados, como o do Douro. provavelemente, de um fosso . No povoado de
Nos pequenos povoados assentes em esporões Limãos são referidos dois torreões quadrilaterais,
sobranceiros a cursos de água permanentes, sobre os quais não se pode descurar a hipótese de
alinhando-se ao longo dos vales ou na bordadura cronologia medieval. de acordo com materiais
de planaltos, o mais comum é a concentração de cerâmicos dessa época que aí se observam.
estruturas defensivas no colo de acesso a esses re- A arquitectura dos torreões destes povoados
levos, constituindo as barreiras de pedras fincadas proto-históricos é, no pormenor, desconhecida. Os
a estrutura defensiva mais avançada; surgem an- derrubes observáveis indiciam obras de planta
tes de um fosso, escavado ou cortado no maioritariamente circular ou subcircular que
afloramento rochoso, qu e por sua vez antecede parecem interceptar a linha de muralha a que se
uma linha de muralha, que delimita o recinto do associam, ainda que seja legítimo pensar que em
povoado, e um torreão, integrado nesta linha alguns casos a ela estejam adossados. Em muitos
muralhada e voltado, precisamente, para o sector casos também desconhecemos em pormenor a téc-
em que se reforça a defesa, como exemplifica ti- nica de construção das muralhas pelo facro de se
vamente i1ustrarn o Castelo dos Mouros de Algosinho apresentarem ocultas no interior de taludes cria-
(n." 6) (fig. 1, 1) ou o Castro de Alfaião (n." 17), no dos pelo seu estado de ruína, mas das que é possível
qual o sistema defensivo é re forçado com a observar intui-se corrente O LISO de pedra local
duplicação do fosso. partida e sobreposta, frequentemente com dois
Este esquema defensivo é também patenteado paramentos e o interior pree nchido com pedra
por alguns povoados cujo assentamento se faz em miúda e terra.
arribas sobranceiras a vales fluviais encaixados, O povoado de Cidade!l1e de Parada de Infanções
como no Castelo dos Mouros de Vilarinho dos Galegos (n." 16) (fig. 1,2) exemplifica um tipo de
(n." 8), sobranceiro ao rio Douro. No Castelo de assentamento diferente, feito num cabeço desta-
Ca lvelhe (n. o 12). sobranceiro ao profundo vale cado de uma superfície planáltica, e é assinalável
da ribeira de Viados, afluente do rio Sabor. as pelo facto de as fracas condições defensivas
pedras fincadas surgem entre o fosso e a muralha oferecidas pela topografia serem reforçadas por dois
provida de torreão. fossos e dois campos de pedras fincadas no exte-
Quando os povoados se implantam em rior do recinto amuralhado. Um destes conjuntos
ve rdadeiros promontórios com boas condições ocupa o espaço compreendido entre o fosso do lado
naturais de defesa proporcionadas pelas arribas, noroeste e a muralha , e o outro ocuparia uma área
as pedras fincadas aparecem sempre como defesa exterior ao fosso, no lado sudeste, combinações
mais externa, dispondo-se na largura do istmo de que parecem revelar que não há na escolha de
acesso ao povoado, antes de um fosso, como diferentes fórmulas de ordenação das defesas de
provavelmente se verificou no Castelo Velho de um povoado qualquer significado profundo, para
Lagoaça (n .o 15). ou, mais frequentemente , em além do seu sentido defen sivo. No Cabeço da Coroa
frente ao arco de muralha que isola a área do de Sampaio (n. o 13) , também implantado num
povoado, o qual pod e aparecer reforçado por um cabeço, como o próprio nome indica, mas associado
torreão. No caso do povoado anteriormente alu- a um rebordo de planalto, as obras defe nsivas já
dido, o arco de muralha não dispõe de torreão, tal se reduzem a LIma linha de muralha delimitadora
como também se observa na Cigaduenha de Picote do povoado e a um campo de pedras fincadas em
(n. o 3). povoado, relativa me nte bem conservado, [rente a ela, num sector de maior vulnerabilidad e.
co m extenso campo de pedras fincada s, cuja Nos povoados implantados em relevos mais
imponência é desde o século XVIII ressaltada. Na destacados e, aparentemente, mai s inacessív eis
Penha da Torre de Paradela (n." 1), no Caslrili1ou ço detecta-se também a presença de campos de pedras

140
", ,~""'

Mapa 1. Dislribuição dos povoados fonifi ca dos com pedras fincadas cm Trás-os- Monlcs.

fincadas. No alto do sinclinal qllartzítico do Cerro do de um fosso e de um campo de pedras fincadas,


das Penhas Juntas, o Castelo dos Mouros (n." 24) que assim aparece como primeira estrutura de
dispõ e de duas áreas de pedras fincadas em frente defesa no lado mais vulnerável.
às obras de fortificação adossadas às bancadas Na metade ocidental do território
rochosas, nos dois extremos do povoado coinci- transmontano os povoados fortificados com pedras
dentes com a cllmeada, seguramente os sectores fincadas implantam-se sobretudo em cabeços, que
menos defensáveis, ainda qu e de acesso pouco fa- maioritariamente correspondem a "castelos "
cilitado; neste caso, o amplo controlo visual sobre graníticos, ou em espo rões sobranceiros a linhas
o es paço envolvente reforça as excepcionais de água . Em qualquer um deles, as pedras fincadas
condições de defesa do seu posicionamento, que, surgem sempre como defesa mais avançada ,
no entanto, não deixariam de ser afectadas por antecedendo uma muralha , como no Muro da
uma qualquer acção de emboscada, amparada pela Seara Velha (n,O 35) e no Crasto de Nogueira (n. o
sombra das bancadas quartzíticas da recortada 37), ou um ou mais fossos, como na Murada de
cumeada. Fiães (n. o 26) (fig. 1, 3), no Castelo de Vilarelho de
Em cumes dos contrafortes montanhosos da Alijó (n." 31), no Muro da Pastoria (n. o 33), na
se rra da Nogueira, usufruindo de bom Casa da Mina de Vilar de Perdizes (n." 36) ou no
e nquadramento geo-estratégico, localizam-se o Castro de Carvalhelhos (n. o 38) (fig. 1, 4). Neste úl-
Castelo de Alim onde (n. o 22) e o Monte de Santa Com- timo, as pedras fincadas estender-se-iam às cri stas
ba de Ollsi lhã o (n. o 23) : o primeiro dispondo de de separação dos fossos que defendem o seu sector
uma única linha de muralha , antecedida por um mais vulneráve\, voltado a poente. Ainda que não
fosso e um campo de pedras fincadas no secto r esclarecida, esta possibilidade foi também aventada
po ente, e o segundo com um sistema defensivo para o Castro de Sabrosa (n. o 34).
mais complexo, no qual se integram duas muralhas Também nestes povoados ocid e ntais, as pedras
que defin e m dois recintos a cotas diferenciadas e, fincadas, enquanto reforço defensivo, se situam
no secto r setentrional, dispostos antes da muralha nos sectores em que as condições naturais de
que ce rca o recinto superior, um parapeito, segui- defesa são menos favoráv eis, co incidindo com os

141
sectores de menor pendente. Na Casa da Mina de pequena, pelo que supostamente se encontrava
Vilar de Perdizes (n. o 36), apesar de não se já desfalcada.
encontrarem na zona de mais fácil acesso, defen- Nos povoados da metade ocidental de Trás-os-
dida por torreão de que arrancam duas linhas de Montes, o panorama dimensional das barreiras de
muralha e por dois fossos, elas estão colocadas pedras fincadas não regista diferenças significati-
noutros pontos do povoado também vulneráveis, vas. Na Murada de Fiães (n. o 26), a faixa destas
sobretudo pelo suave pendor da encosta q ue o se- pedras, que acompanha o fosso ao longo de aproxi-
para da ribeira em cujo vale se encaixa. madamente 40 m, tem mais ou menos 20 m de
Como ficou expresso nos parágrafos anterio- largura, enquanto que na Casa da Mina de Vilar de
res, fossos e pedras fincadas associam-se Perdizes (n. o 36) atinge os 30 m e se estende por
frequentemente nos povoados transmontanos, cerca de 200 m, precedendo dois dos seus fossos .
situação que já havia sido posta em relevo por Es- Já no Castro de Carvalhelhos (n. o 38), a largura
parza (1980,81), reputando-a de importância cul- que atinge a área contígua ao fosso externo com
tural. Não atribuímos a este facto qualquer indício este tipo de defesa é mais contida, não
dessa ordem, mas cremos haver tão-só uma evi- ultrapassando 8 a 10m, tendo no sentido
dente complementaridade, obviamente defensiva, longitudinaL aproximadamente, meia centena de
mas também construtiva, já que a abertura desses metros, ao passo que as pedras fincadas que se
fossos aumenta a disponibilidade de matéria pé- alojavam nas cristas dos fossos não formariam mais
trea utilizável nas restantes estruturas defensivas, do que uma estreitíssima banda longilínea .
e, eventualmente, em construçôes domésticas, Nos sistemas defensivos em que as pedras
sendo as barreiras de pedras fincadas uma das obras fincadas se levantam em frente de uma linha de
que , sobretudo, pela habitual proximidade , muralha, a particularidade da existência de um
também dela poderia beneficiar. espaço vazio mediando entre aquelas e esta,
Estas barreiras de pedras fincadas têm extensôes supramencionada a propósito da Cigaduenha de
diversas, muito em função das topografias, mas Picote (n." 3), é em muitos dos casos de difícil
que quase nunca é possível avaliar cabalmente, confirmação, mas não será exclusiva deste
devido ao seu estado de conservação. Ainda assim, povoado, intuindo-se a sua ocorrência noutros
e sem a preocupação de sermos exaustivos, referi- sítios, como, por exemplo, nas Fragas do Castro de
mos em concreto alguns registos que podem ilus- S. Julião de Palácios (n. o 7), onde daria passagem
trar essa variabilidade e que revelam serem para uma entrada ladeada por dois torreões, aberta
frequentes as cinturas de pedras fincadas com, pelo na bancada rochosa que serve de defesa natural
menos, 10 a 20 m de largura. no sector mais acessível.
Sobranceira ao Douro, a C(qaduenha de Picote As pedras pontiagudas, de secção prismática,
(n. o 3) apresenta a barreira de pedras fincadas, com espetadas verticalmente no solo, assumem sempre
cerca de 25 m de largura, voltada ao planalto, uma disposição cerrada e alturas bastante irregu-
dispondo-se em frente do seu arco de muralha, ao lares, que hoje medem, a descoberto, entre os O, 10
longo de aproximadamente 80 m, estando dele e os 0,70 m na generalidade dos casos.
distanciada 3 a 4 m . No Sumidago de Alfaião (n .o Em alguns sítios combinam-se com
14), as pedras fincadas, que ocupam quase toda a afloramentos rochosos, rodeando-os e
largura do colo de acesso ao esporão que o acolhe, preenchendo os espaços livres entre eles, como no
numa extensão de cerca de 30 m, começam a apa- Monte de Santa Comba de Ousilhão (n. o 23), no
recer, pelo menos, uma dezena de metros antes Castelo dos Mouros de Penhas Juntas (n. o 24), na
do fosso que antecede o torreão e a muralha. No Murada de Fiães (n ." 26), na Murada de Lama de
Castro de Babe (n .o 10) formam uma cintura, Ouriço (n. o 27) ou na Casa da Mina de Vilar de
disposta em frente à muralha, com cerca de 15 m Perdizes (n." 36), acautelando qualquer
de largura e que, certamente, terá ultrapassado os aproximação, sobretudo a pé, resguardada por
100 m no sentido longitudinal. Já no Monte de Santa essas massas pétreas.
Comba de Ousilhão (n. o 23), a faixa com pedras
cravadas no solo tem uma largura ligeiramente
sup e rior à deste último, rondando os 20 m, 4. Da cronologia das pedras fincadas
bordejando o fosso e dilatando-se pela cumeada transmontanas
em que se implanta, numa extensão aproximada
de 50 m. Perante estes exemplos, a dimensão da O enquadramento cronológico das barreiras de
cintura de pedras fincadas observada por Harbison pedras fincadas transmontanas é problemático,
(1968, 120-122) no sector noroeste do povoado desde logo pelo desconhecimento de contextos
de Cidadelhe de Parada de Infançôes (n° 16) , er- estratigráficos que os afectem. A investigação
guida entre o fosso e a muralha, com uma largura desenvolvida no Crasto de Palh eiros (n. o 28) reve-
de ap e nas 2 m , resulta extraordinariam e nt e la-se a este título excepcional, oferecendo no con-

142
texto transmontano a primeira possibilidade de liativo para apresentação de propostas cronológicas
segura datação relativa de uma barreira de pedras apodícticas. Os argumentos de cronologia que
fincadas que se encontrava selada, sendo atribuída possamos esgrimir devem ser avaliados e entendi-
a momentos próximos do câmbio da Era. Na dos de forma prudente, esperando-se que no fu-
generalidade dos casos, esta tarefa é dificultada pela turo novos dados resultantes de trabalhos de
escassez de dados com valor cron o lógico , escavação os p ossam aferir.
nomeadamente de espólio datante, rela tivos à Como referimos, pelo menos os povoados for-
ocupação dos povoados, mas também pel o tificados da parte setentrional da metade oriental
desconhecimento da história da arquitectura de- de Trás-os-Montes indiciam inserir-se no horizonte
fensiva de cada um deles. cultural do Soto, como sugerem os resultados dos
De facto, não deixa de ser arriscado avançar trabalhos em S. Juzenda e Castelo Velho de
com propostas de datação baseadas apenas em Mirandela, mas também o espólio cerâmico
espólio de prospecção. Nada nos assegura que esses recolhido na prospecção de outros povoados,
indicadores tenham correspondência com a fase nomeadamente em alguns de cujo sistema defen-
em que se levantaram as pedras fincadas desses sivo fazem parte as pedras fincadas.
povoados; mesmo tratando-se de materiais antigos, Um destes sítios é precisamente o Monte de Santa
sobre os quais pode recair a suspeita de se Comba de Ousilhão (n. o 23), instalado nos
relacionarem com uma fase inicial da ocupação contrafortes da serra da Nogueira, no qual. na
de um povoado e de, consequentemente, sequência de destruições, F. S. Lemos (1993 , na,
enquadrarem a sua fundação, não deixamos de 433-434) recolheu cerâmicas integráveis naquele
sentir essas dificuldades, já que nada nos pode ga- ambiente cultural. situando-as numa fase antiga ,
rantir que o sistema defensivo de um povoado, tal que atribui ao Bronze FinallI Idade do Ferro. No
como hoje o observamos, fique estabelecido ab mesmo contexto orográfico localiza-se o Castelo de
initio. Temos hoje exemplos regionais de povoados Alimonde (n. o 22). tipologicamente próximo do
prato-históricos, ou com ocupação neste período, anterior, mas do qual não se conhecem materiais
que se desvendam como habitats abertos na sua cerâmicos.
fase inicial de ocupação: falamos do já aludido
Outros povoados onde também se recolheram
Crasto de Palheiros (n. o 28), mas também do
cerâmicas paralelizáveis com as do horizonte cul-
Crastoeiro de Mondim de Basto, povoado situado
tural do Soto de Medinilla são, por exemplo, o
numa zona de transição entre o Minho e Trás-os-
Caslrilhouço de Vaie de Águia (n ." 2) (SANCHES
Montes (DINIS 2001). Porém, exemplos como o
1992,55, 153, est.XXVI, XXVII; LEMOS 1993,m,
de La Carona de Borrenes, no Bierzo leonês,
est. LXXVI. 3, 6-8), o Castro de S. Martinho de
mostram que as muralhas e os fossos também
Angueira (n. o 4) (ESPARZA 1986, 143-145) ou o
podem ser as primeiras obras efectuadas após a
Sumidago de Alfaião (n .o 14). Excepcionalmente,
eleição de determinado local para assentamento
em dois dos povoados, o Castro de Alfaião (n. o 17)
de um novo povoado fortificado (FERNÁNDEZ-
e o Castro de S. Martinho de Angueira (n. o 4). há
POSSE, SÁNCHEZ-PALENCIA 1997, 93), dando
registo do achado de fragmentos cerâmicos que
suporte ao argumento da organicidade das defesas
aparentam ser extraordinariamente antigos: um
e assentamentos (ESPARZA 1986, 361). ou seja, à
fragmento de vaso liso com carena (LEMOS 1993,
assunção que a escolha de determinado sítio teve
lIa, 191) no primeiro e um pequeno fragmento de
em conta, desde o início, as obras defensivas a rea-
cerâmica pintada (ESPARZA 1986, 143- I 45) no
lizar. segundo determinados modelos culturais e
segundo, ambos possivelmente integráveis no Soto
contando com os recursos humanos disponíveis,
pressupondo-se que as defesas não são um Pleno.
acrescento posterior. Apesar de os fragmentos cerâmicos que habi-
tualmente à superfície dos povoados se observam
Teoricamente, esta visão parece-nos quadrar
apresentarem certa uniformidade arcaizante, com
bem com a realidade de grande número dos
tendência para a perduração, que atinge momen-
povoados da parte setentrional da metade orien-
tos avançados do derradeiro milénio a.C ., é
ta l de Trás-os-Montes, pois a sua implantação e
provável que o aparecimento das barreiras ou cam-
reduzida ou média dimensão facilitariam um
pos de pedras fincadas nos sistemas defensivos dos
esforço inicial de fortificação que integrasse a
povoados deste sector geográfico possa remontar
totalidade das obras defensivas, ao passo que a
a uma fase recuada, relacionável com a I Idade do
maior dimensão e complexidade da arquitectura
Ferro. Lemos (1993 , Ia , 204) sugeriu, a título de
defensiva dos povoados mais ocidentais são mais
hipótese, ter sido com os povoados
favoráveis à admissão de processos faseados de
correspondentes ao seu tipo C. que se generalizou
levantamento dessas obras. Repetimos que estas
em Trás-os-Monte s Ori ental o uso das pe dras
sã o impressões, n e cessariamente carregadas de
fincadas , sobretudo tendo em atenção o Monte de
subjectividade, que não nos devem se rvir de pa-
Santa Comba de Ousilhão (n. o 23). que tem evi-

143
dent es paralelos, quanto aos sistemas defensivos 32 ), pelo que é legítimo supor que tal situaçã o se
e aos próprios materiais cerâmicos (LEMOS 199 3, anco ra numa tradição arquitectónica anterior qu e
Ia, 180) , com o Castillo de Manzanal de Abajo não estaria muita di stante, e seguramente em uso
(Zamora), o qual representa para C. ESCRIBANO aquando da conquista, mas de que não
(1990,215-216) a projecção para o Ocidente da conhecemos a sua real espessura temporal. Para
cultura do Soto. Nesta linha de ra ciocín io, o sécu- A. C. F. da Silva (1990, 300) a introdução das pedras
lo VI a .C., data fundacional atr ibuída a este fincadas no Norte de Portugal. por influência da
povoado, poderia ser apontado como provável para Meseta, te ria ocorrido entre 500 a.c. e 138/136 a.c.,
a sua difusão na parte mais oriental do te rritó rio durant e a fase II da sua periodização da cultura
transmontano, em sintonia com o que també m se castreja, no âmbito de um processo de reforço dos
preconiza para o Ocidente de Zamora (ESPARZA sistemas defensivos dos povoados, mormente com
1995, 125), o que em termos crono-culturais se formas complementares de defesa em qu e se
integraria na fase de plenitude do Soto. destacariam aqueles elementos.
Foi também levantada por Lemos (1993, la, Por entre a fragilidade dos dados, não encon-
200), ainda que sob reserva, a hipótese de os tramos argumentos que sustentem uma posição
povoados do seu tipo A. alcantilados em cristas terminante, mas também não nos parece poder
quanzÍticas, poderem ter surgido no contexto da I ser convenientemente demonstrada a perspecti-
Idade do Ferro, como sugeriam as cerâmicas va, avançada por Moret ( 199 I. 10-11). de as con-
recolhidas num desses habitats, situado nos cimos siderar tão antigas quanto as mais orientais, mas
de Mogadouro . A confirmar-se tal hipótese , a sobreviventes até mais tarde devido a um maior
presença de pedras fincadas ne> Castelo dos Mouros conservadorismo da cultura castreja.
de Penhas .Juntas (n." 24) poderia reforçar esta Do pouco que conhecemos da ocupação de
ligação cronológica das pedras fincadas povoados como o da Pastaria (n .o 33) ou o de
transmontanas à primeira etapa da Idade do Fe- Carvalhelhos (n." 38). ressalta com facilidade a
rro. Porém, os dados recentes do O·asto de Palheiros importância que a metalurgia deve ter tido para
(n ." 28) impelem, pelo menos, à relativização as comunidades destes territórios mais ocidentais.
daqu ela sugestão, sendo certo que a sua localização Do espólio recuperado nas sondagens do Muro da
geográfica é alheia ao sector geográfico que temos Pastoria constam cerca de 35 Kg de blocos de fe-
vindo a focar. rro e restos de forno para redução desse metal.
Os povoados com pedras fin cadas que foram além de um pedaço informe de bronze, e no Cas-
objecto de escavação situam-se todos na metade tro de Carvalhelhos fez-se um achado de 200 Kg
ocidental de Trá s-os-Montes. Os resultados das de cassiterite, havendo também a registar possíveis
escavações mais antigas, norneadamente do Cas- restos de forno. Também no Crasto de Palh e iros
tro de Carvalhelhos (n." 38) e do Castro de Sabrosa (n ." 28) e no Muro da Seara Velha (n ." 35) há
(n ." 34). requerem uma profunda reapreciação, indícios do desenvolvimenlO da metalurgia do fe-
qu e passa necessariamente pela revisão do espólio rro . Assim, cremos que não será desajustado
e pela avaliação estratigráfica dos sítios, para que associa r a construção dos imponen tes sistemas de
com rnaior segurança se possa, no mínimo, bali- defesa a um contexto temporal de prosperidade
zar a sua ocupação. De acordo com a informação económica e social. provavelmente em grande
disponÍvd tanto um como outro parecem apontar parte relacionada com a exploração de recursos
para ocupações iniciadas na Idade do Ferro que se mineiros (ouro , ferro e estanho) e o
mant êm, pelo menos, durante o Alto Império Ro- desenvolvimento da metalurgia, pensando-se
mano, mas a presença de pedras fincadas no se- mesmo em trocas inter-regionais, que permitiria
gundo é dubitável. Quer no Muro da Pastoria (n. " um investimento suplementar no aparato defen -
33), quer no Crasto de Palheiros (n." 28) estão do- sivo que se reconhece nesses povoados.
cumentadas ocupações bastante recentes. As No Entre-Douro- e-Minho, similar estádio de
sondagens efectuadas no primeiro sítio são bas- desenvolvimento, parcialmente guindado no in-
tante limitadas: documentam a sua ocupação no cremento da metalurgia, nomeadamente do fe rro,
século I a .c., ficando , no entanto, em aberto a que, assim, arrasta avanços técnicos, como o do
possibilidade de uma fundação anterior. No segun- uso do pico no aparelhamento da pedra (SILVA
do, está já esbo çada a cronologia da ocupação 1986,62-63; MARTINS 1990, 151-152). parece
proto-históri ca (Cra slO III). que se efectua a partir não ser ante rior à presença da s prim e iras arma s
do séc ulo IV a .e. , podendo te r alcançad o a s romanas no Noroeste Peninsular (MARTINS 1990,
prim e ira s década s d. e. 165-169) , mas não nos estranhará qu e, atendend o
É também a poe nte que conhecemos povoados à aludida riqueza min e ira , seja no Ocidente de
fortifi cados de cronologia romana com este tipo n·ás-os-Montes um pouco mais precoce . Por esta
de defesa, como comprovam o Castelo dos Mouros ra zão , reco nhecendo-se nalguns destes povoados
de Val e de Égua (n .o 29) e () Castro da Curalha (n ° com pedras fincada s apare lhos de pedra picada na s

144
1 2

3 4

o 50 Irnlm
~!......~!=======il

Figura 1. Plantas de alguns povoados fortificados transmontanos com pedras fincadas: I, Ca,Helo dos Mouros de Algosinho (n, " 6);
2, Cidadclhc de Parada de Infanções (n," 16); 3, Murada de Fiiies (n," 26); 4, CO.\lro de Carvalhelhos (n. o 38). (Segundo Harbinson
1968 - n. '" 1·2 - , Freitas 2001 - n. " 3 - e Santos .Júnior 1'.165·1'.166 - n." 4),

muralhas (n .'" 26,31,33,35,36, 38), não pode- ca que se foram sucedendo até ao efectivo domínio
mos sucumbir à facilidade de leituras cronológicas romano ,
imediatistas por comparação ao que se reconhece Estabelecido o domínio romano sobre esses
nas terras mais litorais. territórios, também não estranhará que continue
Certamente, o conhecimento da integração de a utilização destas estruturas defensivas em alguns
pedras fincadas nos sistemas defensivos dos habitats, mesmo de fundação romana, fundamen-
povoados transmontanos mais orientais seria su- talmente no contexto de zonas mineiras, como se
ficiente para que, num contexto em que por advoga para a região de O Courel (LUZÓN et aliz'
questões defensivas ou ideológicas fosse imporlan- 1980,83-84), tanto mais que os próprios romanos
te o reforço do aparato defensivo destes povoados, seriam também conhecedores de defesas deste
el e fosse daí decalcado. Porém, já consideramos género a partir doutros contextos geográficos,
de difícil admissão um reforço defensivo directa- nomeadamente ultra-pirenaicos.
ment e motivado por um clima de instabilidade Resta-nos passar da formulação de hipóteses à
repercutido pelos episódios de confrontação béli- experimentação, obtendo os dado s rigorosos que

145
nos faltam e que só podem ser propordonados pelo devendo ser o assalto e a pilhagem dos povoados
incremento de trabalhos de escavação uma das faces desse confronto, que poderia trazer
estratigráfica, já que reconhecemos discutível e outras consequências, na esfera sociaL ou mesmo
perigoso fazer determinados tipos de territorial.
generalizações ou comparações, mesmo aceitan- A fun cionalidade das pedras fincadas deve
do que estes povoados estejam culturalmente mais também se r equacionada em função dos contex-
próximos dos do litoral. Exemplos interiores, com o tos topográficos de implantação de cada povoado;
o Crastoeiro de Mondim de Basto (DINIS 2001 ) ou naturalmente, os que se situam em esporões na
o Crasto de Palheiras (n. o 28), começam a revelar bordadura de um planalto, aos quais se acede por
variabilidade nas soluções e ritmos das estratégias meio de um colo de acesso mais ou menos suave,
habitacionais e do desenvolvimento teeno-econó- ou num relevo destacado do seu interior oferecem,
mico, reclamando, cada vez mais, prudência nestas à partida, melhores condições para o ataque a
questões. cavalo do que aqueles que se alcantilam em
cumeadas ou em relevos residuais mais difíceis de
alcançar. Porque não pensar até em ataques em
5. Da funcionalidade das pedras fincadas
que se aliam os homens a cavalo e os apeados?
A defesa contra ataques de cavalaria é Um dos estudiosos locais que muito contributo
comummente invocada quando se fala da função deu à arqueologia transmontana nos finais do sé-
das pedras fincadas integradas nos sistemas defen- culo XIX e início do século XX, Albino Pereira Lopo,
sivos dos povoados prato-históricos. Na oralidade foi Coronel de Infantaria e em relato sobre as
dos habitantes de algumas aldeias transmontanas pedras fincadas do Castelo dos Mouros de Penhas
em cujas imediações se localizam povoados com Juntas (n .o 24) refere, em sentido lato, que se
estas defesas acessórias -por exemplo, em Babe destinavam a impedir a passagem, mas, indirecta-
ou em Penhas Juntas- é também esta a explicação mente, percebe-se que aceita a sua utilização con-
que aparece: Há pedras espetadas com as pontas tra a peonagem, quando diz (LOPO 1987, 159):
bicudas viradas para cima que serviam para impedir a Eu experimentei, e custoso me foi sair do recinto, em que,
passagem dos cavalos! menos cauteloso, entrei.
Já anteriormente nos manifestámos em favor Apesar de terem já sido aduzidos alguns argu-
de uma visão não unÍvoca da funcionalidade deste mentos em desfavor da importância das barreiras
engenho defensivo, aceitando a sua utilização con - de pedras fincadas para fazer face à cava laria (v. g.
tra homens a cavalo e contra peões, sobretudo em GARCÉS, JUNYENT 1989, 45; MORET 1991, 11-
contextos de confl ito interno em que fossem 13), continuamos a pensar que nos casos em que
com uns os assaltos por guerrilhas que esperariam as pedras fincadas constit uem o primeiro obstácu-
emboscadas a melhor oportunidade para lo à passagem do inimigo ou do atacante, elas
concretizarem um ataque bem suced ido a um podem, nos locais em que é possível operar com
povoado, visando o saque, tal como avançou Es- homens montados, desorientar e barrar o avanço
parza (1995 , 12 3- 124 ). Podemos, obviamente, do cava lo ou ter um efeito dissuasor, mesmo
perguntar-nos se exist iriam razões para supor es- quando colocadas nos espaços que separam os
tados de conflituosidade endémica. A resposta não fossos ou entre os fossos e as muralhas. As
é fácil, essencialmente devido ao nosso fraco condições para o aproveitamento bélico do cava lo
conhecimento da vida e da história de cada um na Meseta parecem estar criadas a partir do século
dos povoados proto-históricos transmontanos . VII a.c., sobretudo com a utilização de elementos
Contudo, motivações de carácter económico e fac- metálicos nas atrelagens e arreios (LUCAS, RU-
tores socia is, essencia lm ente relacionados com BlO 1986-1987,444) , ainda que nada possamos
tensões e hierarquias, são importantes causas de aduzir para o território transmontano.
conflito (vd. QUEIROGA 1992 , 99-105) .
Exemp lifi cativam ente, na parte setentriona l da
metade orienta l de Trás-os-Montes, depreende-se 6. Nota final
da organização do povoamento, com os habitats
Desprende-se um panorama de diversidade nas
fortificados a distribuírem-se em cachos, a reunião
soluções encontradas quanto à utilização das
de condições para o afloramento de relações de
pedras fincadas nos sistemas defensivos dos
conflito entre os vários grupos que formam essas
povoados transmontanos, encontrando-se direc-
aglomerações, pe lo controlo dos recursos dos
tamente relacionadas com as características dos
territórios que os separam, estratégicos para a
assentamentos. Aceitando a utilização de stas
amp li ação da actividade agro-pastoril (LEMOS
defesas acessórias durante a Idade do Ferro (mas
1995,301) . O contro lo de recursos naturais, sejam
também na época romana) como de fesa contra
e les a g ro-silvo-pastoris ou min e ir os , pode
homen s montados e a pé, não temos muitos da-
facilm ente entender-se como móbil de conflitos,

146
dos que possam afinar cronologicamente a sua TRANOY 1981, 86; SILVA 1986, 101, n .o 766; BER-
vigência . Cremos que a presença ou ausência de NARDO 1989, 20-22; SANCHES 1992, 55, 153;
pedras fincadas nos povoados transmontanos não LEMOS 1993, TIa, 228-229, n .o 327; MARCOS 1994,
transcende esta mesma constatação, pois aqueles 107-108; REDENTOR 2000, 42-43, n .o 28 .
que as têm incorporadas nas suas arquitecturas 4. Castro / Crasto, S. Martinho de Angueira,
defensivas não se afastam das tipologia s dominan- Miranda do Douro
tes, que, no entanto, têm variações regionais.
CMP 1:25 .000 n.O67; Coord. Gauss: M-348,2 /
A maior estabelece-se entre a metade ocidental P-519,5; Alt. : 735 m
e a oriental de Trás-os-Montes, bem evidenciada
Bibliografia: CARDOSO 1747; FIGUEIREDO
na arquitectura dos povoados, mas também em
1885,319-320; ALVES 1934, 181; 1938, 67; NETO
termos culturais. Cremos que, no respeitante à
1975, 254; SILVA 1986, 100, n.o 743; ESPARZA,
utilizaçã o de pedras fincadas , há também nesta
1986,143- 145; LEMOS 1993, TIa, 239-240, n.O336,
diferenciação geográfica assincronia . Admitimos
m, est. LXXill, LXXIV; MARCOS 1994, 109; REDEN-
o aparecimento das pedras fincadas na parte
TOR 2000,41-42, n.o 27.
setentrional da metade oriental de Trás-os-Mon-
tes na I Idade do Ferro, integrado no contexto cul- 5. Terronha de Vimioso / Castro da Quinta da
tural do Soto, que tem na bacia do Tua o limite da Furna, Vimioso, Vimioso
sua progressão para o Ocidente. A presença de CMP 1:25 .000 n .o 66; Caard. Gauss: M-336,2 /
pedras fincadas a poente deste limbo geográfico, P-511,3; Alt.: 655 m
aparentemente no âmbito da dita, nebulosa, cul- Bibliografia: ALVES 1934, 182, 577; 1938, 293;
tura castreja, poderá ser bastante mais recente, de ALVES, AMADO 1968, 377; NETO 1975, 320; SIL-
momentos avançados da II Idade do Ferro, e da VA 1986, 100, n.o 738; LEMOS 1993, TIa, 416-417,
época romana, na qual pode ter beneficiado do n .o 487; MARCOS 1994, 124-125; REDENTOR 2000,
estímulo dos próprios romanos . Não deixamos cer- 41, n .O 26.
tezas, porque muito está ainda por conhecer.
6. Castelo dos Mouros / Castelo do Mau Vizinho,
Algosinho, Peredo de Bemposta, Mogadouro
Anexo CMP 1:25.000 n.o 108; Caard. Gauss: M-332, 5 /
P-482,3; Alt.: 675 m
Rol dos povoados fortificados com pedras
Bibliografia: PEREIRA 1905, 114-115; ALVES
fincadas em Trás-os-Montes (vd. mapa 1)
1934,107-108,573; HARBINSON 1968, 122-123;
(CMP = Carta Militar Portuguesa; M =meridia- 1967-68, 386-387; SANTOS JÚNIOR 1975a, 456;
n o; P = paralelo) ESPARZA 1980, 76, n .o 12; LUZÓN et alii 1980, 82,
1. Penha da Torre, Paradela, Miranda do n.o 16; TRANOY 1981, 86; SILVA 1986, 102, n.o 796;
Douro LOPO 1987, 129-130; LEMOS 1993, lIa, 293, n .o
CMP 1:25.000 n.o 67-A; Coord. Gauss: M-361,7 393, MARCOS 1994, 114-115; REDENTOR 2000,
/ P- 513,6; Alt. : 700 m 40-41, n. o 25 .
Bibliografia: LEMOS 1993, IIa, 228, n .o 326; 7. Fragas do Castro / Vinhais do Castro, S. Julião
MARCOS 1994, 106; REDENTOR 2000,44, n. o 30. de Palácios, Bragança
2. Castrilhouço, Vale de Águia, Miranda do CMP 1:25.000 n.O 39; Coord. Gauss: M- 332,1 /
Douro, Miranda do Douro P-538,2; Alt.: 656 m
CMP 1:25.000 n.o 81; Coord. Gauss: M-356,4 / Bibliografia: ALVES 1934, 181, 568; 1938, 67;
P-506,8; Alt.: 680 m NETO 1975, 208; SILVA 1986, 97, n.o 667; LEMOS
1993, TIa, 130, n.O130.
Bibliografia: VASCONCELOS 1903,81-83; ALVES
1934, 181; 1938, 274; NETO 1975,249; SILVA 1986, 8. Castelo dos Mouros / Castelinho, Vilarinho
100, n .o 752; BERNARDO 1989, 35; SANCHES 1992, dos Galegos, Mogadouro
54, est. XXVI, XXVII, 1-4; LEMOS 1993, IIa, 223, CMP 1:25.000 n .o 120; Coord. Gauss: M-327,1 /
n .O 320, fi, est. LXXVI, 3, 6-8; MARCOS 1994, 105- P-477,0; Alt.: 500 m
106; REDENTOR 2000,43-44, n. o 29. Bibliografia: PEREIRA 1905, 93; ALVES 1934,
3. Cigaduenha / Cigadonha / Castro da Calçada, 154, 574,666; 1938,292; ESPARZA 1980, 76, n. o
Picote, Miranda do Douro 23; SILVA 1986, 102, n. o 797; BERNARDO 1989,
CMP 1:25 .000 n .o 95; Caord. Gauss: M-351 ,6 / 30; LEMOS 1993, lIa, 316- 317, n. O430; MARCOS
P-492,8; Alt.: 680 m 1994, 117-118; REDENTOR 2000,40, n .o 24.
Bibliografia: CARDOSO 1747; VASCONCELOS 9. Castragosa, Babe, Bragança
1895, 11-12; ALVES 1934,71-72,152; ESPARZA CMP 1:25.000 n.O 38; Coord. Gauss: M-325 ,0 /
1980, 76, n .o 19; LUZÓN et afii 1980, 82, n.o 15; P-537,5; Alt.: 855 m

147
Bibliografia: ALVES 1934,4 1, 467; NETO 1975 , Bibliogra.fia: LOPO 1910,3 28-333 ; 1987,62-6 3;
200; SILVA 1986, 98, n .O 686; LEMOS 1993, lIa , ALVES 1934, 513; HARBINSON 1968, 120-122;
39 -40, n U 8; REDENTOR 2000, 40, n. o 23. 1967 -1 968,385 -38 6; NETO 1975 , 201; ESPARZA
10. Castro de Babe / Castro da Sape ira, Babe, 1980, 76 n. o 17; LUZÓN et afii 1980, 82, 11.° 12;
Bragança SILVA 1986, 98, 11 .° 696; LEMOS 1993, na , 113-
114, 11.° 100, !II, es t. LXXII, 2; REDENTOR 2000 ,
CMP 1:25.000 n. O38; Coord. Gauss: M-322 ,3 /
35-36, 11 .° 16.
P-539,2; Alt.: 896 m
17. Castro de Alfaião / Cabecinho dos Mouros,
Bibliografia: LOPO 18 98, 34 I ; BEÇA 1915, 92;
Alfaião, Bragança
ALVES 1934, 41; NETO 1975, 184; SILVA 1986,
97, n. o 673; LOPO 1987,40; LEMOS 1993, IIa, 40- CMP 1:25.00011.° 38; Coard. Gauss: M-317 ,3 /
41, n .o 9; REDENTOR 2000,3 9, n .o 22 . P-533,0 ; Alt.: 540 m

II. Castelo Velho / Castelo dos Mouros, Bruçó, Bibliografia: CARDOSO 1747, 272; PINHEIRO
Mogadouro 18 95, 55; FIGUEIREDO 1895, 241-243; LOPO
1910,332; 1987,18-1 9; ALVES 1934,105, 180,
CMP I :25.000 n° 120; Coord. Gauss: M-321,0
492; NETO 1975, 198; ESPARZA 1980,76, n. o 11;
/ P-472,9; Alt.: 720 m
SILVA 1986,98,11.° 684; LEMOS 1993 , Ia , 191,
Bibliografia: ALVES 19 34, 140; NETO 1975, 277; lla, 35, 11." I, III, est. LXXVII , 3; REDENTOR 2000 ,
SILVA 1986, 102; LEMOS 1993, lIa, 275-276, n ." 37, 11 ." 17.
357; MARCOS 1994, I I 2; REDENTO R 2000, 38-
18. Fraga do Castelo, Lagoa, Macedo de
39, n. " 21.
Cavaleiros
12. Castelo de Calvelhe / Castro, Calvelhe,
CMP 1:25.00011.° 93; Coorei. Gauss: M-315 ,3
Bragança
/ 1'-496,3; Alt. : 468 rn
CMP 1:25 .000 n. " 65; Coord. Gauss: M-3 I 9,8 /
Bibliografia: ALVES 1934, 152, 570; NETO
P-5 15, I ; AI!.: 600 Jll
197 5, 236; SILVA 1986, 99, 11. ° 730; LEMOS
Bibliografia : ALVES 19 34, 142 , 180; 1993, lIa, 189-190,11.° 172.
HARI3INSON 1968, 122; 1967- 68,387 - 388; NETO
19 . Castelo de Parada / Castelo dos Mouros /
1975, 188; ESPARZA 1980, 76, n." 13; LUZÓN et
Castelo da Marruça, Parada, Alfândega da Fé
alii 1980, 82, n. " 14; TRANOY 198 L 86; SILVA
1986,98, 11." 700; LEMOS 1993, lIa , 54-55, n .o 27; CMP 1:25 .000 11 .° 10 6; Coord. Gauss: M -
CRUZ 2000 , 157, n ." 110; REDENTOR 2000, 38, 306,4 / P-483,2; Alt .: 490 m
n ° 20. Bibliografia: ALVES 1934, 149, 491; NETO
13. Cabeço da Coroa, Sampaio, Azinhoso, 1975, 179; SILVA 1986 , 102 , n ." 780 ; LEMOS
Mogadouro 19 93, lIa , 25-26, n. o 509 ; CR UZ 2000, 154-155 ,
n ." I 05; REDENTOR 2000 , 35, 11.° 15 .
CMP 1:25.000 n. " 93; Coord. Gauss: M- 319,2 /
1'-496,4; Alt.: 512 rn 20. Castelo de Limãos / Fraga do Castelo,
Limãos, Salselas, Macedo de Cavaleiros
Bibliografia: ALVES 1934, 15 3; NETO 1975,274;
LEMOS 1993 , lI a, 27 3-274, n O 353 ; MARCOS CMP 1:25.000 Il. " 78; Coord. Gauss: M-305,9
1994, II I ; REDENTOR 2000,3 7-38, n. " 19. / P-504,7; AlI.: 512 m
14. Sumidago, Alfaião, Bragança Bibliografia: ALVES 19 34, 152; NETO 1975 ,
240; LEMOS 199 3, TIa , 195, n. O 185.
CMP 1:25.000 n ." 38; Coo rd. Gauss: M-3 I 8,8 /
P-532,8; AI!.: 659 m 2 I . Castelo de Agrobom, Agrobom,
Alfândega da Fé
Bibliografia: ALVES 1934,492; NETO 1975, 182;
LOPO 1987, 20. CMP 1 :25.000 n." 92; Coo rd . Gauss: M-303,4
/ P-496 , 8; Alt.: 640 m
I 5. Castelo Velho de Lagoaça, Lagoaça, Freixo
de Espada-à-Cinta Bibliografia: ALVES 1934, 149, 15 6, 566 ;
NETO 1975 , 176; LEMOS 1993, TIa, 2 I -22 , 11 .°
CMP 1:25.000 n ." 132; Coord. Gauss: M-318,3
50l.
/ P-467 ,6; Alt.: 5 14 m
22 . Castelo de Alimonde, Alimonde,
Bibliografia: ESPARZA 1980, 76, 11 ." 16; LEMOS,
Carrazedo,Bragança
MARTINS 1982; LEMOS 199 3, lIa , 165, 11. ° 573 ;
CRUZ 2000, 161, n ." 117; REDENTOR 2000, 37, CMP 1:25.00011. ° 37; Coo rd. Gauss: M-302 ,9
n. " 18. / P-536 ,8; Alt.: 769 m
16. Cidadelhe, Parada de Infanções, Bib li ografia: CRUZ 1897, 100; ALVES 1934,
Bragança 474; NETO 1975 , 18 9; CE NTENa 1987, 100,11 .0
1; LEMOS 199 3, lIa, 56-57 , n ." 30; REDENTOR
CMP 1:25.000 n. o 5 I; Coo rd. Gauss : M-317,4 /
2000 , 35, n ." 14.
P-523,3; Alt.: 902 m

148
23. Monte de Santa Comba, Ousilhão, 30. Cerca de Vila Nova, Vila Nova, Santiago
Vinhais da Ribeira d' Alhariz, Valpaços
CMP 1:25.000 n. o 37; Caard. Gauss: M-296,9 CMP 1 :25.000 n. o 61; Caard. Gauss: M-260,3 /
/ P-536,8; Alt.: 917 m 1'-519,4; Alt.: 854 III
Bibliografia: ALVES 19 34, 577, 643 ; NETO Bibliografia: ARGOTE 1734, 495; MONTALVÃO
1975, 329; LEMOS 1993, Ia, 180-182 , IIa, 4 33- 1971 , 74-78; MARTINS 1984, !l. o 15; SILVA 1986,
434, 11.° 228, III, est. LXX; MACIEL 1993, 87, 9 3, n. o 577 ; LEMOS 1993, Ilb, 553-554, 11. 0 908;
!l. o 112; REDENTOR 2000, 34-35, 11. 13.
0
FREITAS 2001,313-318.
24. Castelo dos Mouros de Penhas Juntas, 31. Castelo de Vilarelho, Alijó, Alijó
Penhas Juntas, Vinhais CMP 1:25.000 11. 0 116; Coord. Gauss: M-253,6
CMP 1:25.00011.° 36; Coord . Gauss: M-290,9 / P-479,0; Alt.: 800 m
/ P-530,1; Alt.: 894 m Bibliografia: MARANHÃO 1836; BOTELHO
Bibliografia: AZEVEDO 190 I, 109; 1902, 101; 1896, 266; ARIÃO 1908, 64; ALMEIDA. PLÁCI-
ALVES 1934,539-540; NETO 1975 ,330; ESPAR- DO 198 3,49,5 1; SILVA 1986,95, n. " 621; LOPO
ZA 1980, 76, 11.° 18; SILVA 1986, 96, 11." 654; 1987, 13; LEMOS 1993, Ilb, 462-463, n.O 802;
LOPO 1987, 159; LEMOS 1993, lIa, 437, 11 .° 234; REDENTOR 2000, 30,11.° 8.
MACIEL 1993, 90, 11.° 122 . 32. Castro da Curalha / Castelo / Cerca,
25. Muradal / Cabeço da Muralha, Vale das Curalha, Chaves
Fontes, Vinhais CMP 1:25.000 n."47; Coord. Gauss: M-250.3 /
CMP 1:25.00011." 49; Coard . Gauss: M-284,6 1'-526.8; Alt.: 436 m
/ P-527,4; Alt.: 550111 Bibliog rafia: AR GOTE 1734, 496 -49 7;
Bibliografia : ALVES 1934, 449; NETO 1975, VASCONCELOS 1917, 22; MONTALVÃO 1971. 7-
336; LEMOS 1993, lIa , 448-449, n." 261; 12; MAGALHÃES, CARNEIRO JÚNIOR, FREITAS
MACI.EL 1993, 91, n ." 129 . 1975; 1977; 1978; ALMEIDA 1979, 3 13; ESPAR-
26. Murada / Cidade do Muro, Fiães, ZA 1980,76, n." 15; LUZÓN etalii 1980, 81 -82, n. O
Valpaços 9; FREITAS, SANTOS JÚN.lOR 1980; 1981 ; 1982;
1983; 1984; SANTOS JÚNIOR 1984b; SANTOS
CMP 1:25.000 n. " 35 ; Coord. Gauss: M-270 ,6
JÚNIOR, FREITAS 1985; SILVA 1986,9 1. n.o 522;
/ 1'-530,3; Alt .: 740 m
AMARAL 1993, 39-40, !l ." 33B; REDENTOR 2000,
Bibliografia: M ONTALV ÃO 1971 , 66-68; 28-29, n." 7.
MARTINS 1984, 11 .° 6; SILVA 1986, 93, n." 569;
33. Muro / Crasto, Pastoria, Redondeio,
LEMOS 1993, I1b, 525-526, n .o 875; HEDENTOH
Chaves
2000,32-33, n ." 11; FREITAS 2001, 212-217.
CMP 1:25 .000 n .046; Coord. Gauss: M-247.5 /
27. Murada de Lama do Ouriço, Lama de
1'-529.4; AI\.: 608 III
Ouriço, Alvarelhos, Valpaços
Bibliografia: AZEVEDO 1901. 236, n." 404;
CMP 1:25.000 11. "48; Coord. Gauss: M-266,5 /
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