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REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
ULA- UNIVERSIDADE LUSÍADA DE ANGOLA
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
ANO LECTIVO 2010

TEMA: Teoria Cognitiva

CURSO: Psicologia

DISCIPLINA: Psicologia da aprendizagem

ANO DO CURSO: 1º ano

REGIME: tarde

Docente
Drº Gilberto Pires

Assistente
Mateus dos Santos
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LUANDA, AOS 20 de Setembro de 2010


Participantes do grupo

Ana Sebastião

Délcia Evalina

Domingas Miranda

José Domingos

Neusa Sangússia
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Dedicatória

"O essencial é que, para que uma criança entenda, deve construir ela mesma, deve
reinventar. Cada vez que ensinamos algo a uma criança estamos impedindo que ela
descubra por si mesma. Por outro lado, aquilo que permitimos que descubra por si
mesma, permanecerá com ela." (Jean Piaget)
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Introdução

Até à década de 20 a psicologia no que respeita ao desenvolvimento cognitivo, era


dominada por duas teorias bastante diferentes entre si.
Uma, nomeadamente o gestaltismo, partia na defesa de que o cérebro continha
estruturas inatas, determinando assim o modo como o sujeito interpreta o mundo e as
suas aprendizagens. Oposta a esta surgia o behaviorismo que partia do princípio que só
é possível o conhecimento através de estímulos alcançados no meio ambiente.
Contudo, surge uma teoria nova e bastante curiosa fundada por Piaget, teoria esta que
se iria situar num ponto extremo entre as outras duas já existentes.
Jean Piaget (1896 - 1980), que foi biólogo, zoólogo, filósofo, epistemólogo e
psicólogo criou esta teoria para explicar o desenvolvimento cognitivo humano baseou-
se na observação cuidadosa dos seus filhos e também de muitas outras crianças,
concluindo que na maioria dos casos as crianças não possuem a mesma forma de pensar
dos adultos normais.
Então, Jean Piaget ficou conhecido pela sua teoria cognitiva.
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Desenvolvimento

As teorias cognitivas se ocupam em estudar os processos centrais do indivíduo como


organização do conhecimento, de informações, estilos de pensamento. Estudam
cientificamente a aprendizagem como sendo mais que um produto do meio ambiente,
das pessoas ou de factores que são externos ao aluno.

Na visão de Piaget, a aprendizagem concentra a sua base no pensamento. É através


dele que a inteligência vai se manifestar. Essa inteligência, por sua vez, é um fenómeno
biológico, condicionado pela base neurótica do cérebro e do corpo inteiro, e sujeito ao
processo de maturação do organismo.

Ele fez seus estudos Através da observação dos seus próprios filhos e de outras
crianças, durante as suas brincadeiras e actividades, submetendo-os aos diversos testes,
Piaget verificou que o desenvolvimento do pensamento e da linguagem da criança se
realiza através de períodos ou fases bem definidas.

Os princípios que foram base para o trabalho de Piaget são conhecidos como o
conceito da adaptação biológica, portanto não foram ideias originais. Piaget tomou esse
conceito pré – existente e o aplicou sabiamente ao desenvolvimento da inteligência dos
indivíduos à medida que amadurecem, da infância até a vida adulta, baseado em sua
própria conclusão de que a actividade intelectual não pode ser separada do
funcionamento “total” do organismo. Piaget acreditava que o que distingue o ser
humano dos outros animais é a sua capacidade de ter um pensamento simbólico e
abstracto.

A teoria de Piaget sobre o desenvolvimento cognitivo classifica o desenvolvimento


em quatro etapas, e comprova que os seres humanos passam por uma série de mudanças
previsíveis e ordenadas. Ou seja, geralmente todos os indivíduos vivenciam todos os
estágios na mesma sequência, porém o inicio e o termino de cada estágio sofre
variações dadas às diferenças individuais de natureza biológica ou do meio ambiente em
que o individuo esta inserido.

Importante salientar a definição de aprendizagem na concepção de Piaget. Ele separa


o processo cognitivo inteligente em duas palavras: aprendizagem e desenvolvimento.

A aprendizagem faz referência a uma resposta particular, aprendida em função da


experiência, obtida de forma ordenada (sistematizada) ou não. Já o desenvolvimento
seria uma aprendizagem de facto. Responsável, portanto pela formação do
conhecimento.
Como biólogo, Piaget estava interessado em como é que um organismo se adapta ao
seu ambiente (ele descreveu esta capacidade como inteligência).

O comportamento é controlado através de organizações mentais denominadas


“esquemas”, que o indivíduo utiliza para representar o mundo e para designar as acções.
Essa adaptação é guiada por uma orientação biológica para obter o balanço entre esses
esquemas e o ambiente em que está (equilibração). Assim, estabelecer um desequilíbrio
é a motivação primária para alterar as estruturas mentais do indivíduo.
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Piaget descreveu 2 processos utilizados pelo sujeito na sua tentativa de adaptação:


• assimilação: moldar novas informações para encaixar nos esquemas existentes.
• acomodação: mudança nos esquemas existentes pela alteração de antigas formas de
pensar ou agir.

Estes 2 processos são utilizados ao longo da vida à medida que a pessoa se vai
progressivamente adaptando ao ambiente de uma forma mais complexa. À medida que
os esquemas se vão tornando mais complexos (responsáveis por comportamentos mais
complexos) eles são estruturas “terminais” e à medida que as estruturas de uma pessoa
se vão tornando mais complexas, elas são organizadas também de forma mais
hierarquizada. (do geral para o específico).

Piaget acreditava que a maturação biológica estabelece as pré-condições para o


desenvolvimento cognitivo. As mudanças mais significativas são mudanças qualitativas
(em género) e não qualitativas (em quantidade).

Aspectos principais na teoria

Existem dois aspectos principais nessa teoria:

1. O processo de conhecer
2. Os estádios ou etapas pelos quais nós passamos à medida que adquirimos essa
habilidade.

O que se entende por estádios de desenvolvimento

A noção de estádio é, de certo modo, artificial e surge como instrumento de análise,


indispensável para a explicação dos processos e das características que se vão formando
ao longo do desenvolvimento da criança.
A criança, à medida que evolui vai-se ajustando à realidade circundante, e superando
de modo cada

Estádios de desenvolvimento

Cada estádio é definido por diferentes formas do pensamento. A criança deve


atravessar cada estádio segundo uma sequência regular, ou seja, os estádios de
desenvolvimento cognitivo são sequenciais. Se a criança não for estimulada / motivada
na devida altura não conseguirá superar o atraso do seu desenvolvimento. Assim, torna-
se necessário que em cada estádio a criança experiencie e tenha tempo suficiente para
interiorizar a experiência antes de prosseguir para o estádio seguinte.
Normalmente, a criança não apresenta características de um único estádio, com
excepção do sensório - motor, podendo reflectir certas tendências e formas do estádio
anterior e / ou posterior, Ex: uma criança que se encontre no estádio das operações
concretas pode ter pensamentos e comportamentos característicos do pré-operatório e /
ou algumas atitudes do estádio das operações formais.
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Estádio sensório- motor (0 - 18/24 meses)

A actividade cognitiva durante este estádio baseia-se, principalmente, na experiência


imediata através dos sentidos em que há interacção com o meio, esta é uma actividade
prática. Na ausência de linguagem para designar as experiências e assim recordar os
acontecimentos e ideias, as crianças ficam limitadas à experiência imediata, e assim
vêem e sentem o que está a acontecer, mas não têm forma de categorizar a sua
experiência, assim, a experiência imediata durante este estádio, significa que quase não
existe nada entre a criança e o meio, pois a organização mental da criança está em
estado bruto, de tal forma que a qualidade da experiência raramente é significativa,
assim, o que a criança aprende e a forma como o faz permanecerá como uma
experiência imediata tão vivida como qualquer primeira experiência. A busca visual é
um comportamento sensório-motor e é fundamental para o desenvolvimento mental,
pois este tem que ser aprendido antes de um conceito muito importante designado por
permanência do objecto. À medida que as crianças começam a evoluir intelectualmente
compreendem que, quando um objecto desaparece de vista, continua a existir embora
não o possam ver, pois ao saberem que esse desaparecimento é temporário, são libertas
de uma incessante busca visual. A experiência de ver objectos nos primeiros meses de
vida e, posteriormente, de ver os mesmos objectos desaparecer e aparecer tem um
importante papel no desenvolvimento mental. Assim, podemos afirmar que a ausência
de experiência visual durante o período crítico da aprendizagem sensório - motora,
impede o desenvolvimento de estruturas mentais. Sendo durante este estádio que os
bebés aprendem principalmente através dos sentidos e são fortemente afectados pelo
ambiente imediato, mas contudo, sendo também neste estádio que a permanência do
objecto se desenvolve, podemos então afirmar que, os bebés são capazes de algum
pensamento representativo, muito semelhante ao do estádio seguinte, pois seria um erro
afirmar que, sendo a sua fala, gestos e manipulações tão limitadas, não haveria
pensamento durante o período sensório-motor. “Nada substitui a experiência”, é uma
boa síntese do período sensório-motor do desenvolvimento cognitivo, pois é a qualidade
da experiência durante este primeiro estádio que prepara a criança para passar para o
estádio seguinte.

Estádio Pré-operatório (2 - 7 anos)

Este estádio também chamado pensamento intuitivo é fundamental para o


desenvolvimento da criança. Apesar de ainda não conseguir efectuar operações, a
criança já usa a inteligência e o pensamento. Este é organizado através do processo de
assimilação, acomodação e adaptação.
Neste estádio a criança já é capaz de representar as suas vivências e a sua realidade,
através de diferentes significantes:

- Jogo: Para Piaget o jogo mais importante é o jogo simbólico (só acontece neste
período), neste jogo predomina a assimilação (Ex: é o jogo do faz de conta, as crianças
"brincam aos pais", "ás escolas", "aos médicos", ...). O jogo de construções transforma-
se em jogo simbólico com o predomínio da assimilação (Ex: Lego - a criança diz que a
sua construção é, por exemplo, uma casa. No entanto, para os adultos "é tudo menos
uma casa").
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Um dos pontos principais que Piaget enfatiza é que os jogos são essenciais na vida da
criança. Ele diz que a actividade lúdica é o berço obrigatório das actividades
intelectuais da criança sendo por isso, indispensável à prática educativa.
Segundo Piaget os jogos não são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento
para gastar energias das crianças, mas meios que contribuem e enriquecem o
desenvolvimento intelectual.

Inicialmente (mais ao menos aos dois anos), a criança fala sozinha porque o seu
pensamento ainda não está organizado, só com o decorrer deste período é que o começa
a organizar, associando os acontecimentos com a linguagem na sua acção.

A criança ao jogar está a organizar e a conhecer o mundo, por outro lado, o jogo
também funciona como "terapia" na libertação das suas angústias. Além disto, através
do jogo também podemos aperceber da relação familiar da criança (Ex: Quando a
criança brinca com as bonecas pode mostrar a sua falta de amor por parte da mãe
através da violência com que brinca com elas).

- Desenho: Até aos dois anos a criança só faz riscos, sem qualquer sentido, porque,
para ela, o desenho não tem qualquer significado.
A criança, aos três anos já atribui significado ao desenho, fazendo riscos na
horizontal, na vertical, espirais, círculos, no entanto, não dá nome ao que desenha. Tem
uma imagem mental depois de criar o desenho. Mas aos quatro anos a criança já é mais
criativa e começa a perceber os seus desenho e projecta no desenho o que sente.
De um modo geral, podemos dizer que, neste estádio, o desenho representa a fase
mais criativa e diversificada da criança.
A criança projecta nos seus desenhos a realidade que ela vive, não há realismo na cor,
e também não há preocupação com os tamanhos. Nesta fase os desenhos começam a ser
mais compreensíveis pelos adultos. A criança vai desenhar as coisas à sua maneira e
segundo os seus esquemas de acção e não se preocupa com o realismo. Também aqui a
criança vai utilizar a assimilação.

- Linguagem: A linguagem, neste período, começa a ser muito egocêntrica, pouco


socializada, ou seja, a linguagem está centrada na própria criança. Ela não consegue
distinguir o ponto de vista próprio, do ponto de vista do outro e, por isso, revela uma
certa confusão entre o pessoal e o social, o subjectivo e o objectivo. Este egocentrismo
não significa egoísmo moral. Traduz, "por um lado, o primado da satisfação sobre a
constatação objectiva, e, por outro, a deformação do real em função da acção e ponto de
vista próprios. Nos dois casos, não tem consciência de si mesmo, sendo sobretudo uma
indissociação entre o subjectivo e o objectivo ". Isto manifesta-se através dos
monólogos e dos monólogos colectivos, (Ex: quando num grupo de crianças estão todas
a falar, dá a sensação que estão a conversar umas com as outras, mas não, estão sim
todas a falarem sozinhas e ao mesmo tempo, ou seja, cada uma está no seu monólogo e
assim manifesta o seu egocentrismo).
O termo egocentrismo, característica descritiva do pensamento pré-operatório, foi
progressivamente sendo utilizado por Piaget, que o substitui pelo termo descentração.
A partir dos dois anos dá-se uma enorme evolução na linguagem, a título de exemplo,
uma criança de dois anos compreende entre 200 a 300 palavras, enquanto que uma de
cinco anos compreende 2000. Este aumento do número de vocábulos é favorecido pela
forte motivação dos pais, ou seja, quanto mais forem estimulados (canções, jogos,
histórias, etc.), melhor desenvolvem a sua linguagem. Neste estádio a criança aprende
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sobretudo de forma intuitiva, isto é, realiza livres associações, fantasias e atribui


significados únicos e lógicos. Se atentarmos a uma experiência muito conhecida de
Piaget em que é dado a uma criança dois copos de água com igual quantidade de
líquido, embora um alto e estreito e outro baixo e largo, intuitivamente a criança escolhe
o copo alto pois no seu entender este parece conter mais água.

- Imagem e pensamento: A imagem mental é o suporte para o pensamento. A criança


possui imagens estáticas tendo dificuldade em dar-lhe dinamismo. O pensamento existe
porque há imagem. É um pensamento egocêntrico porque há o predomínio da
assimilação, é artificial. Na organização do mundo a criança dá explicações pouco
lógicas.

Entre os 2 e os 7 anos distinguem-se dois subestádios: o do pensamento intuitivo e o


do pensamento pré - conceptual. O pensamento intuitivo surge a partir dos 4 anos,
permitindo que a criança resolva determinados problemas, mas este pensamento é
irreversível, isto é, a criança está sujeita às configurações preceptivas sem compreender
a diferença entre as transformações reais e aparentes. No pensamento pré - conceptual
domina um pensamento mágico, onde os desejos se tornam realidade e que possui
também as seguintes características:

Animismo - A criança vai dar características humanas a seres inanimados. Este


animismo vai desaparecendo progressivamente, aqui salienta-se a importância do papel
do adulto, na medida que, a partir, sensivelmente dos cinco anos, não deve reforçar, mas
sim atenuar o animismo.

Realismo - A realidade é construída pela criança. Se no animismo ela dá vida às


coisas, no realismo dá corpo, isto é, materializa as suas fantasias. Se sonhou que o lobo
está no corredor, pode ter medo de sair do quarto.

Finalismo - Existe uma relação entre o finalismo e a causalidade. A criança ao olhar


o mundo tenta explicar o que vê, ela diz que se as coisas existem têm de ter uma
finalidade, no entanto, esta ainda é muito egocêntrica. Tudo o que existe, existe para o
bem essencial dela própria. Também aqui o adulto reforça o finalismo. Vai diminuindo
progressivamente ao longo do estádio, apesar de persistir mais tempo que o animismo,
devido às atitudes e respostas que os adultos dão às crianças.
Com o decorrer do tempo, os pais terão de ensinar, à criança, novos conceitos, de
modo que futuramente ela não tenha dificuldade em aprendê-los.

Artificialismo - É a explicação de fenómenos naturais como se fossem produzidos


pelos seres humanos para lhes servir como todos os outros objectos: o Sol foi aceso por
um fósforo gigante; a praia tem areia para nós brincarmos.

Piaget, considerou a irreversibilidade uma das características mais presentes no


pensamento da criança pré-operatória, para melhor entendermos este ponto, tomemos
em conta a seguinte experiência:
Ele questionou uma criança de quatro anos: "Tens uma irmã? Sim, e a tua irmã tem
uma irmã? Não, ela não tem uma irmã, eu sou a minha irmã". Através das respostas
dadas pela criança Piaget apercebeu-se da grande dificuldade que estas têm em
compreender a reversibilidade das relações. No seu entender, a criança não tem
mobilidade suficiente para compreender que quando uma determinada acção já está
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realizada podemos voltar atrás. Desta forma, podemos dizer que as estruturas mentais
neste estádio são amplamente intuitivas, livres e altamente imaginativas.
Para concluir a abordagem a este estádio é importante referir que a criança ao
contactar com o meio de forma activa está a favorecer a sua aprendizagem de uma
forma criativa e original.

Este estádio é fundamental pois a criança aprende de forma rápida e flexível, inicia-se
o pensamento simbólico, em que as ideias dão lugar á experiência concreta. As crianças
conseguem já partilhar socialmente as aprendizagens fruto do desenvolvimento e da sua
comunicação.

Estádio das operações concretas (7 - 12 anos)

Para Piaget é neste estádio que se reorganiza verdadeiramente o pensamento. Como


já referi no estádio anterior as crianças são sonhadoras, muito imaginativas e criativas. É
a partir deste estádio (operações concretas) que começam a ver o mundo com mais
realismo, deixam de confundir o real com a fantasia. É neste estádio que a criança
adquire a capacidade de realizar operações. Podemos definir operação como a acção
interiorizada - realizada no pensamento, componivel - composta por várias acções;
reversível - pode voltar ao ponto de partida. A criança já consegue realizar operações,
no entanto, precisa de realidade concreta para realizar as mesmas, ou seja, tem que ter a
noção da realidade concreta para que seja possível à criança efectuar as operações.
Para compreendermos qual o aspecto fundamental do período que estamos a analisar,
voltamos a referir a experiência dos copos de água. Se no estádio anterior a criança não
conseguia perceber que a quantidade era a mesma independentemente do formato do
copo, neste estádio elas já percebem que a quantidade (volume) do líquido é a mesma,
pois já compreendem a noção de volume, bem como peso, espaço, tempo, classificação
e operações numéricas.

- Espaço - organiza-se pela organização diferenciada dos vários espaços. A criança


vai conhecendo os vários espaços nos quais interage, organizando-os. Também aqui está
presente a reversibilidade do real, onde o conceito de espaço está relacionado com o
conceito de operação. O espaço isolado por si só não existe.

- Tempo - não há reversibilidade do real, o tempo existe apenas no nosso


pensamento, os acontecimentos sucedem-se num determinado espaço, e o tempo vai
agrupando-os.

- Peso - para que a criança domine este conceito é fundamental que compare diversos
objectivos para os poder diferenciar.

- Classificação - primeiro a criança tem que agrupar os objectos pela sua classe e
tamanho, depois os classificar e consequentemente adquirir conceitos.

- Operações numéricas - primeiro a criança aprende o conceito de número e seriação,


por volta dos sete anos, depois a classificação da realidade, mas essa classificação vai
variando conforme a aprendizagem que ela vai fazendo ao longo do tempo.

Apesar de neste estádio a criança já conseguir efectuar operações correctamente,


precisa ainda de estar em contacto com a realidade, por isso o seu pensamento é
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descritivo e intuitivo (parte do particular para o geral). Ao longo deste período já não
tem dificuldade em distinguir o mundo real da fantasia. A criança já interiorizou
algumas regras sociais e morais e, por isso, as cumpre deliberadamente para se proteger.
É nesta fase que a criança começa a dar grande valor ao grupo de pares, por exemplo,
começa a gostar de sair com os amigos, adquirindo valores tais como a amizade,
companheirismo, partilha, etc., começando a aparecer os líderes.
Progressivamente a criança começa a desenvolver capacidade de se colocar no ponto
de vista do outro, descentração cognitiva e social. Nesta fase deixa de existir monólogo
passando a haver diálogo interno. O pensamento é cada vez mais estruturado devido ao
desenvolvimento da linguagem. A criança tem já mais capacidade de estar concentrada,
e algum tempo interessada em realizar determinada tarefa.

Estádio das operações formais (11/12 - 15/16 anos)

A transição para o estádio das operações formais é bastante evidente dadas as


notáveis diferenças que surgem nas características do pensamento. É no estádio
operatório formal que a criança realiza raciocínios abstractos, não recorrendo ao
contacto com a realidade. A criança deixa o domínio do concreto para passar às
representações abstractas. É nesta fase que a criança desenvolve a sua própria
identidade, podendo haver, neste período problemas existências e dúvidas entre o certo
e o errado. A criança manifesta outros interesses e ideais que defende segundo os seus
próprios valores e naquilo que acredita.
O adolescente pensa e formula hipóteses, estas capacidades vão permitir-lhe definir
conceitos e valores, por exemplo estudar determinada disciplina, como a geometria
descritiva e a filosofia. A adolescência é caracterizada por aspectos de egocentrismo
cognitivo, pois o adolescente possui a capacidade de resolver os problemas que por
vezes surgem á sua volta.

Em seus estudos sobre crianças, Jean Piaget descobriu que elas não raciocinam como
os adultos. Esta descoberta levou Piaget a recomendar aos adultos que adoptassem uma
abordagem educacional diferente ao lidar com crianças. Ele modificou a teoria
pedagógica tradicional que, até então, afirmava que a mente de uma criança é vazia,
esperando ser preenchida por conhecimento.

Na visão de Piaget, as crianças são as próprias construtoras activas do conhecimento,


constantemente criando e testando suas teorias sobre o mundo. Ele forneceu uma
percepção sobre as crianças que serve como base de muitas linhas educacionais actuais.
De fato, suas contribuições para as áreas da Psicologia e Pedagogia são imensuráveis.

Como se efectua a passagem ao estádio seguinte

Por vezes, as crianças observam os adultos ou outras crianças mais velhas quando
estão a resolver os problemas. Notam que o fazem de uma maneira diferente da sua, por
meio de regras que pertencem a outro estádio desenvolvimento e, por isso, sentem-se
perdidas. Mas este sentimento, que se deve à disparidade entre elas e os mais velhos na
resolução de problemas, tem os seus pontos benéficos. A criança procura então reduzir a
distância que a separa das outras, mais velhas e, por isso, aprende novas regras. Se a
criança for suficientemente madura imitará o modelo de acção usado pelos mais velhos
e, por consequência, iniciará a sua entrada no estádio seguinte. A aprendizagem de
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conceitos novos e de esquemas de comportamento pode pois ser efectuada socialmente,


pela observação de outras pessoas.

Porque é importante a Teoria de Piaget

A teoria de Piaget é importante porque:

• Capta as grandes tendências do pensamento da criança


• Encara as crianças como sujeitos activos da sua aprendizagem

Implicações na Educação

3 Princípios da teoria de Piaget

– Aprendizagem por descoberta


– Prontidão para a aprendizagem
– Diferenças individuais

• Piaget acreditava que as crianças só aprendiam através da sua acção sobre o


ambiente

• Abordagem construtivista

• Facilitar em vez de direccionar a aprendizagem

• Considerar os conhecimentos da criança e o seu nível de pensamento

• Avaliação contínua

• Promoção da saúde intelectual dos estudantes

• Tornar a sala de aula num espaço de exploração e descoberta

Críticas à Teoria de Piaget

• Preocupações metodológicas nas pesquisas

– As tarefas apresentadas por Piaget são muito complexas


– Requerem aptidões verbais
– Natureza subjectiva das entrevistas clínicas

• Preocupações acerca da natureza do desenvolvimento

– Mudanças qualitativas
– Universalidade
– Influências culturais

• Subestimou a importância do conhecimento


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• Subestimou as capacidades das crianças

• Subestimou o impacto da CULTURA

– As tarefas de Piaget têm uma base cultural


– Escolaridade e literacia afectam os níveis de desenvolvimento
– Pensamento formal não é universal
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Conclusão

Foi-nos bastante útil a realização deste trabalho uma vez que nos permitiu pensar num
tema que apesar de fazer parte da nossa identidade enquanto pessoa que vive em
sociedade, nunca tinha sido alvo de investigação e aprofundamento da nossa parte.
Queremos realçar que de acordo com a definição de estádios de desenvolvimento
apresentada neste trabalho, o crescimento é mais qualitativo do que quantitativo e que se
caracteriza por grandes saltos em frente, seguidos por períodos de integração, mais do
que por mudanças de grau lineares. A criança geralmente pensa de acordo com o estádio
apropriado à sua idade, mas por vezes é capaz de um pensamento próprio do estádio
seguinte, pois é a criança que está a evoluir por si sem pressões do exterior.
Esperamos ter conseguido alcançar os objectivos a que nos foi dado pelo professor.
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Bibliografia

http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_cognitiva

http://pt.shvoong.com/humanities/philosophy/1832759-teoria-cognitiva-jean-piaget/

http://www.molwick.com/pt/cerebro/510-teoria-cognitiva.html

http://www.scribd.com/doc/12950578/Texto-Conceitos-Fundamentais-Da-Teoria-
Cognitiva

http://psicob.blogspot.com/2008/05/teoria-cognitiva.html

http://www.scribd.com/doc/6993136/Anonimo-Teoria-Cognitiva-de-Piaget

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