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AULA 15

- Exibição de documento ou coisa


- AIJ

Exibição de documento ou coisa

Art. 396 - 400: Exibição demandada por uma das partes contra a outra

Art. 401- 403: regulamentação da demanda de exibição formulada por uma das partes contra um
terceiro

Art. 404: Ambas as situações

Exibição de documento ou coisa de uma parte contra a outra

Art. 397. O pedido formulado pela parte conterá:

I - a individuação, tão completa quanto possível, do documento ou da coisa;

II - a finalidade da prova, indicando os fatos que se relacionam com o documento ou com a


coisa;

III - as circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o documento ou a coisa
existe e se acha em poder da parte contrária.

O juiz vai determinar a intimação da outra parte pra responder a esse pedido no prazo de 5 dias (art.
398). Pode acontecer claro que ele já exiba. Mas pode acontecer, no entanto, que ele diga que não tem o
documento. Nestes casos, será aplicado o parágrafo único do artigo 398.

Art. 398. O requerido dará sua resposta nos 5 (cinco) dias subsequentes à sua intimação.

Parágrafo único. Se o requerido afirmar que não possui o documento ou a coisa, o juiz permitirá
que o requerente prove, por qualquer meio, que a declaração não corresponde à verdade.

No caso de ele ter se recusado a exibir, o juiz vai ter que decidir se essa recusa foi legítima ou não. Art.
399 c/c art. 404.

Art. 399. O juiz não admitirá a recusa se:

I - o requerido tiver obrigação legal de exibir;


(ex.: por força de lei o sócio administrador de uma sociedade tem o dever de exibir os livros da
empresa aos demais sócios)

II - o requerido tiver aludido ao documento ou à coisa, no processo, com o intuito de constituir


prova;
III - o documento, por seu conteúdo, for comum às partes.
(ex.: cobrança de diferença de correção monetária que não foi paga por causa dos planos
econôomicos - os chamados expurgos inflacionários - o banco é obrigado a guardar esses
registros todos por toda a eternidade kkk)

Todavia, tem que juntar essas hipóteses com o artigo 404, que diz:

Art. 404. A parte e o terceiro se escusam de exibir, em juízo, o documento ou a coisa se:

I - concernente a negócios da própria vida da família;

II - sua apresentação puder violar dever de honra;

III - sua publicidade redundar em desonra à parte ou ao terceiro, bem como a seus parentes
consanguíneos ou afins até o terceiro grau, ou lhes representar perigo de ação penal;

IV - sua exibição acarretar a divulgação de fatos a cujo respeito, por estado ou profissão, devam
guardar segredo;

V - subsistirem outros motivos graves que, segundo o prudente arbítrio do juiz, justifiquem a
recusa da exibição;

VI - houver disposição legal que justifique a recusa da exibição.

Parágrafo único. Se os motivos de que tratam os incisos I a VI do caput disserem respeito a apenas uma
parcela do documento, a parte ou o terceiro exibirá a outra em cartório, para dela ser extraída cópia
reprográfica, de tudo sendo lavrado auto circunstanciado.

Lembrando que os fatos serão verdadeiros nos casos de recusa ilegítima ou não manifestação do
requerido no prazo de 5 dias previsto no art. 398, na forma do art. 400:

Art. 400. Ao decidir o pedido, o juiz admitirá como verdadeiros os fatos que, por meio do
documento ou da coisa, a parte pretendia provar se:

I - o requerido não efetuar a exibição nem fizer nenhuma declaração no prazo do art. 398 ;

II - a recusa for havida por ilegítima.

Parágrafo único. Sendo necessário, o juiz pode adotar medidas indutivas, coercitivas,
mandamentais ou sub-rogatórias para que o documento seja exibido.
(Ex.: busca e apreensão)

OBS.: (bem) antes do Código entrar em vigor, o STJ editou um enunciado de súmula, n° 372, que diz
assim:

SÚMULA N. 372. Na ação de exibição de documentos, não cabe a aplicação de multa


cominatória.

Todavia, isso se referia ao CPC/73. A doutrina afirma, entretanto, que a Súmula 372 está superado pelo
advento do CPC/15, uma vez que este se refere à possibilidade de adoção de qualquer medida
coercitiva, dentre as quais se encontra a multa. A multa é uma medida coercitiva.

No CPC/73 a polêmica girava em torno da previsão expressa no CPC/73 de possibilidade da multa nos
casos de exibição para terceiros, havendo, portanto, uma diferença de tratamento no que se refere à
exibição em relação à outra parte e a demanda de exibição em relação à terceiro, não prevista aquela
primeira no CPC/73. Na súmula, não havia previsão expressa, mas em todos os acórdãos realizava-se
essa distinção: a multa não se aplicava à exibição perante a outra parte, mas era cabível (se eu entendi
bem) em relação à terceiro.

Exibição perante terceiros

Art. 401. Quando o documento ou a coisa estiver em poder de terceiro, o juiz ordenará sua
citação para responder no prazo de 15 (quinze) dias.

O prof. alerta para o fato de que, na demanda de exibição de documento ou coisa formulada perante
terceiro, um terceiro é citado e ingressa num processo em curso. Isso é uma intervenção de terceiro.
Prof. alerta para o fato de que se trata de uma intervenção de terceiro, embora não prevista
expressamente como taal no Código de Processo Civil de 2015.

Art. 402. Se o terceiro negar a obrigação de exibir ou a posse do documento ou da coisa, o juiz
designará audiência especial, tomando-lhe o depoimento, bem como o das partes e, se
necessário, o de testemunhas, e em seguida proferirá decisão.

Art. 403. Se o terceiro, sem justo motivo, se recusar a efetuar a exibição, o juiz ordenar-lhe-á que
proceda ao respectivo depósito em cartório ou em outro lugar designado, no prazo de 5 (cinco)
dias, impondo ao requerente que o ressarça pelas despesas que tiver.

Parágrafo único. Se o terceiro descumprir a ordem, o juiz expedirá mandado de apreensão,


requisitando, se necessário, força policial, sem prejuízo da responsabilidade por crime de
desobediência, pagamento de multa e outras medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou
sub-rogatórias necessárias para assegurar a efetivação da decisão.

Se o terceiro não exibir a coisa/documento, o juiz designa uma audiência para ouvi-lo etc etc etc. Se não
houver justo motivo, o juiz vai determinar que ele faça o depósito do documento em cartório ou da coisa
(em determinado local), e a parte que requereu a exibição vai ter que arcar com as despesas que ele
tiver.

Se ele mesmo assim não quiser exibir, o juiz irá expedir um mandado de apreensão, utilizando até
mesmo força policial se necessário, determinar o pagamento de multa por descumprimento e o terceiro
ainda pode responder por crime de desobediência. Essa é uma diferença das consequências para ele em
relação à parte, quando a demanda é formulada em face dela. A parte não responde por crime. O
terceiro sim! Ele corre risco de apreensão, paga multa, e ainda responde por desobediência.

AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO

1. Declaração de abertura

2. Pregão

3. Tentativa de autocomposição

4. Colheita da prova oral

a) Esclarecimentos do perito e assistentes técnicos


ou prova técnica simplificada

b) Depoimentos pessoais
- autor
- réu

c) Inquirição de tertemunhas
- autor
- réu

d) Alegações finais

e) Sentença (=julgamento)

A audiência de instrução e julgameto é o momento em qe vai haverum contato entre o juiz e pessoas
que tem algo a falar (as partes, peritos, advogados). Ate aqui, tudo tinha sido por escrito. O juiz não
teinha feito nenhum contato imediato com ninguém. Audiência é feita para ouvir. E essa audiência só
deve ser designada quando houver prova oral a ser produzida. O juiz só deve sesignar se necessário. E
quando é que é necessário? Quando houver prova oral a ser produzida.

Preenchidos tais requisitos, é marcada a audiência de instruçaõ e julgamento.

A lei trata a AIJ com um certo otmismo (kkk). O art. 358 diz:

Art. 358. No dia e na hora designados, o juiz declarará aberta a audiência de instrução e
julgamento e mandará apregoar as partes e os respectivos advogados, bem como outras
pessoas que dela devam participar.
Quando a audiência é designada, marca-se dia e hora. Não se marca o lugar. Isso ocorre em virtude da
previsão do art. 317, que determina que os atos processuais se realizam na sede do juízo:

Art. 217. Os atos processuais realizar-se-ão ordinariamente na sede do juízo, ou,


excepcionalmente, em outro lugar em razão de deferência, de interesse da justiça, da natureza
do ato ou de obstáculo arguido pelo interessado e acolhido pelo juiz.

Pode começar antes? Pode, basta que todos estejam lá. Pode começar depois? Pode!

Tem prazo máximo pra começar?

Apenas se o juiz não chegou sem motivo/justificar. Se isso ocorrer, o cartório tem que certificar o fato e o
advogado pode ir embora após o prazo de meia hora.

Todavia, nos casos de atraso de pauta, não há o que se fazer. Tem que esperar até a hora que for! Porque
terá motivo/será justificado (pelo atraso das anteriores).

A primeira coisa a ser realizada na Audiência de Instrução e Julgamento é a Declaração de abertura. A


segunda providência é o Pregão.

Na prática, o pregão acaba sendo tratado como se fosse uma espécie de ato prévio à audiência. Faz-se o
pregão para ver quem está presente, e faz-se a audiência. Muitas vezes, no momento do pregão o juiz
sequer está presente na sala da audiência. Isso é diferente da forma que está prevista na lei. Todavia,
isso não acarreta nulidade, embora não seja essa a forma prevista na lei, porque não gera prejuízo.

Na ata da audiiência, todavia, registra-se "aberta a audiência, foram apregoadas as partes" (como se
tudo tivesse ocorrido na forma da lei); entretanto, não há prejuízo e, portanto, não há

è a convocação em alto e bom som das pessoas que devem participar da audiência. Antigamente isso era
feito aos berros. O OJ ia pra porta da sala de audiência e gritava o nome das pessoas; hpje é por sistema
de som etc. Mas ainda há lugares que é aos berros. Antes do OJ, havia um auxilir da justiça chamado
porteiro de auditório (2 funções: uma era fazer pregão, e a outra era fazer a praça [='leilão' de bens
móveis]); todavia, as leis de organização judiciária foram abolindo essa figura. E aí quem passou a
presidir as praças foram os leiloeiros (e por isso passou-se a abolir a diferença entre praça e leilão) e o OJ
passou a fazer o pregão, pq essa figura foi sendo extinta dos tribunais.

A terminologia "pregão" faz referência aos grandes pregos usados pelos arautos portugueses na Idade
Média. Na idade média, sempre que alguém queria (terminar)

Tem lugar marcado?

Tem para o juiz. Para as partes existe um costume: o autor senta-se à mão direita do juiz e o réu à mão
esquerda (mais perto do coração). Na Justiça do Trabalho, o costume é o trabalhador sempre à esquerda
(sempre mais perto do coração), seja figurando como autor, seja como réu.

Na Alemanha, esse ano entrou em vigor uma lei que regula o mobiliário das salas de audiência. Previu-se
que nelas as mesas devem ser redondas, segundo a ideia de que o processo é cooperativo e policêntrico.
Ninguém é destacado no processo. Todos em um mesmo plano. (Bastante diferente do Brasil, em que a
mesa do magistrado é mais alta, tem toda uma "pompa" envolvida na organização do espaço, e ai de
quem não chama de excelência!).

Após essas providências, o próximo passo é uma tentativa de autocomposição. O juiz vai promover uma
tentativa de solução consensual do conflito. Isso está previsto no artigo 359. Obs.: prof. alerta para uma
grande/absurda atecnia do legislador no dispositivo [pegar melhor]

E se as partes chegarem a um acordo, o processo vai ser encerrado. Não havendo acordo, passa-se à
colheita da prova oral. O Código se refere a uma ordem dos atos que deve ser, preferialmente, seguida.
Todavia, isso não é um imperativo imutável.

Esclarecimentos do perito e assistentes técnicos

Os esclarecimentos do perito poderão ser prestados por escrito. Todavia, o juiz pode também solicitar
que sejam realizados em audiência. Nestes casos, é por esse ato que será iniciada a AIJ, segundo a
previsão do Código. Prof. diz que nunca viu isso na prática.

Todavia, pode haver a prova técnica simplificada, que é a prova pericial que prescinde do laudo, sendo as
conclusões feitas oralmente em audiência pelo perito.

Após, ocorrerá, preferencialmente, os depoimentos pessoais, sendo primeiro colhido o do autor e, em


seguida, o do réu.

Na sequência, passa-se à inquirição de testemunnhas. Primeiro as do autor, depois as do réu.

Concluida a inquirição, chega o momento de as partes apresentarem as suas alegações finais, que, como
regra, são apresentadas oralmente na própria audiência.

Diz a lei que as alegações finais será apresentadas em 20 minutos, prorrogáveis por mais 10. Primeiro o
autor, depois o réu. Depois, se for o caso, 20 para o Ministério Público.

Se houer litisconsórcio ou intervenção de tereiros que ponha o terceiro como litisconsorte de uma das
partes, forma-se um bloco entre eles, e será dado o prazo de 30 minutos para que eles dividam. Não são,
aqui, 20 minutos prorrogáveis por mais 10. São 30 para dividir entre os dois, como bem entenderem.
Claro que, se não se entenderem, o tempo será dividido em partes iguais.

Quando a causa for muito complexa, vamos substituir as alegações finais orais por alegações finais
escritas, chamadas de memoriais. Quem trata disso é o art. 364, §2°.

§ 2º Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, o debate oral poderá
ser substituído por razões finais escritas, que serão apresentadas pelo autor e pelo réu, bem
como pelo Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, em prazos sucessivos de 15
(quinze) dias, assegurada vista dos autos.
Apresentadas as alegações finais, o jjuiz proferirá sentença. (O Código também termina com um certo
otimismo -> dizendo que a sentença é proferida na própria audiência ou até 30 dias). Art. 366. Esses 30
dias são úteis (trata-se de prazo processual).

Como a audiência é um ato de extrema utilidade, é preciso documentá-la. Até para que seja possível
relembrar o que se passou em audiência. Esse registro documental do que acontece na audiência
chama-se termo de audiência. Palavras como ata ou assentada não são termos técnicos. São termos da
praxe forense. O CPC chama o registro documental de um ato de termo. É por isso que qd o Código fala
sobre os atos processuais no artigo 188, ele diz assim: "os atos e os termos processuais independem de
forma...." 'Os atos e os termos processuais".

Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei
expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe
preencham a finalidade essencial. (Ex.: o ato é a AIJ; o termo é o registro documental da
audiência = termo de audiência).

O que que é um termo? É o registro documental de um ato. Que nome se dá ao conjunto de termos
processual? Autos. O conjunto de termos chama-se autos. O conjunto de atos chama-se processo.

Como a audiência é oral, ela precisa ser documentada unm termo. Onde houver tecnologia para isso,
esse termo pode consistir numa gravação. O art. 367, §1° faz alusao, ainda que qa contratio sensu, à
possibilidade de se ter um registro em meio eletrônico. COIAR ART> (Sinal que pode ser em meio
eletronico). E o §5° do 367 diz que a audência poderá ser:

§ 5º A audiência poderá ser integralmente gravada em imagem e em áudio, em meio digital ou


analógico, desde que assegure o rápido acesso das partes e dos órgãos julgadores, observada a
legislação específica.

Onde não houver tecnologia pra esse registro, terá que ser feito à moda antiga mesmo, por meio escrito.
Nesse sentido dispõe o art. 367, caput:

Art. 367. O servidor lavrará, sob ditado do juiz, termo que conterá, em resumo, o ocorrido na
audiência, bem como, por extenso, os despachos, as decisões e a sentença, se proferida no ato.

Aqui se encerrou o exame do procedimento da AIJ.

Algumas observações importantes sobre a AIJ:

1. Como regra geral, ela é pública. Assim dispõe o art. 368, ressalvados os casos de segredo de
justiça.

2. As partes, independentemente de autorização judicial, podem gravar a audiência. Isso está


previsto no art. 367, §6°.

3. Na audiência, o juiz tem um papel a mais além de ser o juiz do caso. Cabe a ele cuidar pra que
a audiência transcorra ordenadamente. O art. 360 do CPC atribui ao juiz poder de polícia na audiência.
Art. 360. O juiz exerce o poder de polícia, incumbindo-lhe:

I - manter a ordem e o decoro na audiência;

II - ordenar que se retirem da sala de audiência os que se comportarem inconvenientemente;

III - requisitar, quando necessário, força policial;

IV - tratar com urbanidade as partes, os advogados, os membros do Ministério Público e da


Defensoria Pública e qualquer pessoa que participe do processo;

V - registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos apresentados em audiência.

SENTENÇA

Conceito

O que é sentença?

O conceito de sentença não é um conceito universal. Há conceitos jurídicos que são universais. Compra e
venda é compra e venda em qualquer lugar do mundo.

Mas há conceitos que não são universais, que provém do direito positivo. A lei estabelece o conceito.
Sentença é um desses. A lei italiana diz que sentença é o que decide o mérito. Para a gente não é isso.
Tem decisões de mérito é sentença; e, por outro lado, nenhuma decisão que não seja de mérito é
sentença. No Brasil é bem diferente.

Para o Brasil, o conceito está na lei. Art. 203, §1°.

Os pronunciamentos do ujiz podem ser decisórios ou não decisórios. Porque há pronunciamentos de


mero impulso do processo. Ex.: "ao MP".

Pronunciamentos decisórios no processo civil brasileiro são a sentença e a decisão interlocutória. E não
há espaço para uma terceira categoria. A lei define o que é sentença, no §1°, e no §2°, ela diz o que é
decisão interlocutória ("todo pronunciamento decisório que não seja sentença"; por isso que não há
espaço para uma terceira categoria).

A lei define sentença no art. 203, §1°:

Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e


despachos.

§ 1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o


pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487 , põe fim à fase
cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução.
§ 2º Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se
enquadre no § 1º.

§ 3º São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício


ou a requerimento da parte.

§ 4º Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de


despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário.

A regra é que sentença é um pronunciamento decisório de encerramento ("o ato pelo qual o juiz põe fim
... ou extingue"). É o ato pelo qual o juiz etingue/encerra/põe fim a um procedimento (cognitivo ou
executivo). Isso se aplica também aos procedimentos especiais, salvo disposição expressa. Isso significa
que, havendo disposição expressa em contrário, é possível que o procedimento não seja encerrado por
uma sentença. Mas, fora esses casos excepcionais, segue-se a regra: sentença é um pronunciamento
decisório que põe fim a um procedimento cognitivo ou execituvo. Se põe fim, é sentença. Se não põe
fim, ão é sentença. Se não é sentença, é decisão interlocutória (se for ato decisório).

Art. 925. A extinção só produz efeito quando declarada por sentença.

Se ele é o ato que tem a função de encerrar o procedimento, ele é sentença. Se não tem, não é; é
decisão interlocutória. Salvo nos procedimentos especiais, excepcionais, em que haja disposição
espressa (e são só dois; com os quais não precisamos nos preocupar agora).

No processo de conhecimento, pode haver dois tipos de sentença: sentença terminativa e sentença
definitiva.

Sentença terminativa será prevista nos casos do art. 485 do CPC/15. Portanto, trata-se de uma sentença
que não resolve o mérito do processo.

E vai proferir sentença definitiva nos casos do art. 487. Sentença definitiva é uma sentença que resolve o
mérito do processo.

Chama-se de sentença terminativa aquela que é proferida por algum obstáculo à apreciação do mérito.
Algo que impede a resolução do mérito.

Nos casos do art. 487, o proceso tm termina. Mas temos algo a mais: uma definição do que estava sendo
discutivo. É uma sentença que define o conflito; que dá uma solução para o conflito. E, por isso, é
definitiva. (Por isso, havia a ideia de se denominar 'sentença definidora'; todavia, o que pegou foi
'definitiva'; por este motivo: porque define).

Toda sentença tem que preencher algumas exigências formais.

Art. 489. São elementos essenciais da sentença:

I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e
da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;

III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem.

§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença
ou acórdão, que:

I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação
com a causa ou a questão decidida;

II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua


incidência no caso;

III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;

IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a
conclusão adotada pelo julgador;

V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos


determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;

VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte,


sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do
entendimento.

§ 2º No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da
ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e
as premissas fáticas que fundamentam a conclusão.

§ 3º A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus elementos e
em conformidade com o princípio da boa-fé.

O CPC/73 tratava dessa matéria no art. 488, que não dizia "elementos", dizia "requisitos". (Os incisos
eram iguaizinhos, não mudou nada). A única coisa que mudou em relação ao CPC/73 é que mudou de
"requisitos" para "elementos"; que não são sinônimos.
(Artigo 'psicografado' kkk pelo Câmara e Diddier em homenagem ao Barbosa Moreira, que estava muito
doente

O prof. Barbosa Moreira dizia a respeito do CPC antigo que isso estava errado. Relatório, fund e
dispositivo não são e não podem ser requisitos da sentença. Pq requisito é um sinonimo para
pressuposto. E pressuposto é aquilo que se pressupõe. Então, o pressuposto é algo que se pré supõe e,
portanto, pré existe. Relatório, fund e dispositivo não existem antes da sentença. Existe dentro da
sentença, e, portanto, não podem ser requisitos. Sentença, formalmente falando, é um conjunto
formado por 3 partes integrantes um resumo do processo (que se chama relatório), uma justificativa
(que se chama fundamentação) e a decisão propriamente dita (que se chama dispositivo). Sentença,
dizia ele, é o conjunto formado por 3 integrantes. E os integrantes de um conjunto se chamam
elementos.

OBS: a falta de dispositivo torna o ato inexistente. Sentença sem dispositivo é inexistência. O dispositivo
é a parte decisória da sentença. Sentença sem dispositivo não tem decisão. Só que sentença é um
pronunciamento decisório. Pronunciamento decisório sem decisão não é decisório. Então, não é
sentença.

Sentença sem relatório e fundamentação são atos defeituosos, mas são atos que existem. Sentença sem
relatório ou fundamentação = sentença nula. Sentença sem dispositivo é sentença inexistente.

Relatório

Relatório é a síntese do processo. Em outras palavras, relatório pe uma narrativa resumida do que de
relevante aconteceu no processo. Há uma exigencia legal de que se faça no relatório uma síntese do que
é relevante. E essa exigência é feita como forma de forçar o juiz que vai proferir a sentença a conhecer o
processo que ele vai julgar.

Art. 489. São elementos essenciais da sentença:

I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido
e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;

Suma = síntese.
O diminutivo de suma é súmula. Súmula é um pequeno resumo.
Note-se que é exigido um resumo, mas não é um resumo tão pequeno assim. Não e uma súmula

A ideia é que alguém que não conhece o processo lendo o relatório entenda sobre o que está
sendo decidido.

Fundamentação

A fundamentação é um discurso de justificação da decisão. O que o juiz vai mostrar é porque aquela
decisão deve ser considerada a decisão correta para aquele caso. Claro que quando se fala em decisão
correta trata-se de uma metáfora. Até porque o próprio tribunal pode mudar a decisão, e o STJ mudar a
do tribunal etc. Por decisão correta deve-se entender a decisão adequada de acordo com as premissas.
Pode-se até discordar da conclusão, mas isso apenas em virtude de se discordar da fundamentação. Se a
justificativa tá boa, a conclusão tá certa.

Isso se coaduna com o Estado Dem de Dir .

Porque nele a atividade estatal tem que ser legítima. Não se exige apenas legalidade. Não basta a
legalidade. No EDD se exige mais. Exige-se também legitimidade. Se a democracia se contentasse com
legalidade, a Corea do Norte viveria em uma democracia. Tudo que o ditador lá faz tem base legal. E se
ele quiser fazer algo que não tem base legal, ele manda mudar a lei. Proporcionar a legalidade não é
difícil. Isso sozinho não é democracia.
Quem exige função política ou legislativa recebeu legitimidade ao ser eleito. E essa legitimidade não
precisa se comprovar. E periodicamente se legitima por meio da prestação de contas, ao final do
mandato. O problema da atividade jurisdicional é que não tem voto pra dar legitimidade previamente. E
não tem prestação de contas periódica, pq o cargo é vitalício.

Portanto, a legitimidade aqui tem que ser buscada de outra maneira. Nesse sentido é que atua a
fundamentação. Nenhuma decisão pe boa ou ruim. O que faz a decisão ser 'boa' ou 'ruim'/ correta ou
incorreta é a fundamentação.

O juiz, portanto, é alguém que se legitima a cada ato que pratica. Ele n tem que se relegitimar a cada 4
anos ou 8 anos depois (Senador). Ele tem que se relegitimar a cada ato. E isso é um pilar do Estado
Denocrático de DIreitoE por isso existe a previsão de um direito fundamental à fudamentação dos atos
jurisdicionais.

Quendo se fala em fundamentação, nâo se pode deixar de mencionar o §1° do art. 489:

§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença
ou acórdão, que:

I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação
com a causa ou a questão decidida;

II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua


incidência no caso;

III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;

IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a
conclusão adotada pelo julgador;

V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos


determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;

VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte,


sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do
entendimento.

Aqui, o discurso é tão ruim/tão defeituoso, que é equiparado por lei à absoluta ausência de
fundamentação.

Ex.: inciso I = casos em que a fundamentação se limita à reprodução da lei, sem explicação sobre sua
relação com a causa. "Art. 300 do CPC. Defiro a tutela de urgência requerida". Limitou-se à indicação do
dispositivo. | Invocar motivos que se prestariam a justificar qualquqer outra decisão (inciso III). O que
tudo justifica, nada justifica. "Indefiro por estarem ausentes os requisitos legais". "Defiro por estarem
presentes todos os requisitos". Ex.: juiza que copiou e colou as razões do MP. (PQ as do MP e não da
defesa? Pode até adotar, mas tem que explicar por quê).
A decisão está tão mal fundamentada que a lei a trada como uma decisão não fundamentada.

Tem que fundamentar de verdade! Não pode ser uma fundamentação de mentirinha.

Dispositivo

Parte da sentença que tem conteúdo decisório. A decisão propriamente dita está no dispositivo. É no
dispositivo que o juiz vai apresentar a parte conclusiva da decisão. E essa conclusão é a decisão
propriaamente dita.

Ovídio Batista da Silva, processualista do Rio grande do Sul (já falecido), dizia que o dispositivo se
caracteriza pelo verbo, porque é no verbo que você identifica o comando da sentença. Porque a decisão
é um comando. Condeno a pagar. Anulo um contrato. Declaro a inexistência do negócio. Sempre vai ter
um verbo: condenar, anular, rescindir. Esse comando é a decisão. E é isso que faz da sentença uma
sentença.

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