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Ela
buscou entender o cosmos e seu arché com auxílio da mitologia, religião,
filosofia… Ora citando esse arché como sendo o fogo, ora a água, ora o ar, etc.
Adquiriu conhecimentos matemáticos, físicos, químicos, entre outros. Mas o
próprio ser humano, enquanto ente, não ficou imune de especulações.
Heráclito chegou a afirmar que só é possível penetrar nos segredos da natureza
se conhecer os segredos do ser humano. Mas em dado momento foi com a
filosofia de Sócrates e com o movimento sofista (muitas vezes considerado o
primeiro movimento humanista da história) que a própria humanidade se
tornou de fato alvo dos questionamentos, passou a ter um caráter de
autorreferência. Com Sócrates todos os problemas foram vistos sob uma nova
perspectiva e o centro intelectual foi dirigido para o ser humano e a pergunta
que resta é: “o que é o ser humano?”. Na filosofia de Sócrates encontramos o
caráter de uma antropologia filosófica, que é, no entanto, um conceito
relativamente recente. Difundiu-se principalmente a partir dos trabalhos de
Scheler. Mas o que seria a antropologia filosófica?
Para Cassirer, uma das características da antropologia filosófica é que ela não é
como os demais ramos da filosofia, um lento e contínuo desenvolvimento de
ideias gerais, onde uma tese é seguida por uma antítese em um processo
dialético, mas que, apesar disso, há uma coerência interna, uma ordem lógica
que liga os estágios desse processo. A antropologia filosófica demonstra outro
caráter. Se quisermos entender seu verdadeiro sentido e importância devemos
escolher o modo de descrição chamado por Cassirer de dramático, no qual,
segundo esse modo, não há um desenvolvimento pacífico de conceitos ou
teorias, mas sim um choque entre poderes espirituais conflitantes.
A pergunta chave da antropologia filosófica é: o que é o ser humano? Ou quem
é o humano? As biociências, com pesquisas empíricas, ainda não garantem (e
não há garantias de que isso vá acontecer) um conceito da essência do humano.
Elas podem fornecer um relato histórico da evolução e constituição material da
espécie humana. No entanto, segundo Landsberg, a antropologia faz uso de
dados proporcionados pelas outras formas de antropologia, por exemplo, os
fornecidos pela “antropologia das características humanas”, ou seja, dados
proporcionados pela biologia, pela sociologia, psicologia, etnografia,
arqueologia, história, mas interpreta esses dados à sua maneira, e procura
unifica-los numa teoria abrangente.
A pergunta pelo ser humano, pela sua essência e tentativa de unificar os dados
da sua natureza em uma teoria abrangente caracteriza uma autorreferência,
uma transcendência, um lançar-se para fora de si mesmo. Para Gerhard Arlt, o
ser humano que pergunta por si, e nisso busca uma orientação, não é dado
como invariável, como fato inamovível. Ele é, antes, uma autorrelação que se
documentou diversamente através dos tempos e das épocas. O ser humano
modifica-se por meio da autointerpretação. Nesse sentido, se faz importante
para uma concreta configuração da vida se o ser humano se crê dependente de
forças naturais, míticas ou algum deus, ou se ele concebe o mundo sem
nenhum deus, desmistificado e dependendo apenas de suas ações. Essa
autorrelação pode ser desmistificadora ou ocultadora.
Para Heidegger, o humano não é uma coisa, uma substância, objeto, ser
humano possui uma essência diferente das coisas da natureza, assim se
distanciando da concepção naturalista. Pertence à essência do ser humano
apenas existir no exercício dos atos intencionais e, sendo assim, o humano em
sua essência não é um objeto. Ou seja, o ser humano só é na medida em que
executa atos intencionais ligados pela unidade de um sentido.
Para Sócrates, a natureza do ser humano não poderia ser descoberta como é
descoberta a natureza das coisas, pois ele só poderia ser definido nos termos de
sua consciência. O ser humano é o ser que quando lhe fazem uma pergunta
racional, pode dar uma resposta racional. Tanto para Sócrates quanto para
Marco Aurélio, para encontrar a verdadeira natureza ou essência do humano,
devemos primeiro remover dele todos os traços externos ou incidentais.
Diferentemente, para Platão, discípulo de Sócrates, o ser humano deve ser
interpretado não em sua vida individual, mas em sua vida política e social. A
filosofia não pode nos dar uma teoria satisfatória do ser humano sem antes
desenvolver uma teoria do Estado.
A antropologia filosófica é
a antropologia encarada metafisicamente; é um ramo
da filosofia que investiga a estrutura essencial do Homem. No
entanto, este com o que é o homem para o centro da especulação
filosófica, sendo que tudo se deduz a partir dele; a partir dele se
tornam acessíveis as realidades, que o transcendem, nos modos de
seu existir relacionados com essas realidades. Ou seja, a
antropologia filosófica é uma antropologia da essência e não das
características humanas. Ela se distingue
da antropologia mítica, poética, teológica, e científica natural
ou evolucionista por dar uma interpretação
basicamente ontológica do homem. É também uma disciplina
filosófica ou movimento filosófico que tem relações com as intenções
e os trabalhos de Scheler, mas não está unido ao conteúdo específico
desse autor
A política, na filosofia, deve ser entendida num sentido amplo, que envolve as relações
entre os habitantes de uma comunidade e seus governantes e não apenas como
sinônimo de partidos políticos.
Definição de Filosofia Política
A filosofia política ocidental surgiu na Grécia antiga e dizia a respeito sobre a
convivência dos habitantes dentro das cidades-estado gregas. Estas eram
independentes e muitas vezes rivais entre si.
À medida que as cidades foram crescendo, o termo política passou a ser aplicado a
todas as esferas onde o poder estava envolvido.
Assim, num sentido amplo, existe política desde aqueles que habitam aldeias, como
aqueles que moram em estados-nacionais.
Curiosidade
A palavra política é de origem grega (pólis) e significa cidade.
Aristóteles descreveu a política como um meio pelo qual a coletividade chega à felicidade
A finalidade da vida humana é ser feliz e fazer os outros felizes. Desta maneira,
Aristóteles aponta que o "homem é um animal político", no sentido que ele vive em
comunidade.
Essa corrente é percebida nas obras de Santo Agostinho, que enfatiza o Estado como
instrumento de aplicação da moral; e São Tomás de Aquino, cuja filosofia escolástica
dominou o pensamento europeu por muitos séculos.
Nicolau Maquiavel
Nicolau Maquiavel, autor de "O Príncipe" , inaugura uma forma distinta de pensar a política
Dessa maneira, os atos dos governantes não são bons ou maus por si mesmos. Eles
devem ser analisados tendo em conta o objetivo final que teriam.
Veja também: Maquiavel
Iluminismo
Neste período, a Europa passa a viver uma espécie de era do ouro da filosofia política,
com trabalhos de John Locke (1632 -1704), posteriormente, Voltaire (1694-1778) e
Jean Jacques Rousseau (1712-1778).
Jean-Jacques Rousseau
Jean-Jacques Rousseau está entre os autores de destaque dessa época. Sua obra, "O
Contrato Social", publicada em 1762, é uma das mais influentes obras de filosofia
política.
Nela, Rousseau argumenta que os seres humanos fazem uma espécie de contrato
social com os governantes. Em troca de deixarem a liberdade - o estado natural -
alguém superior se encarregará de fazer leis e fiscalizá-las. Somente desta maneira, os
seres humanos poderão viver em paz e prosperar.
Teoria do Conhecimento
A teoria do conhecimento tem por objetivo buscar a origem, a
natureza, o valor e os limites do conhecimento, da faculdade de
conhecer. Às vezes o termo é usado ainda como sinônimo de
epistemologia, o que não é exato, pois a mesma é mais ampla,
abrangendo todo tipo de conhecimento, enquanto que a
epistemologia limita-se ao estudo sistemático do conhecimento
científico, sendo por isso mesmo chamada de filosofia da
ciência.
A necessidade de procurar explicar o mundo dando-lhe um
sentido e descobrindo-lhe as leis ocultas é tão antiga como o
próprio Homem, que tem recorrido para isso quer ao auxílio da
magia, do mito e da religião, quer, mais recentemente, à
contribuição da ciência e da tecnologia.
Conceito
• Empirismo
“O empirismo pode ser definido como a asserção de que todo
conhecimento sintético é baseado na experiência.” (Bertrand
Russell).
• Racionalismo
É a corrente que assevera o papel preponderante da razão no
processo cognoscitivo, pois, os fatos não são fontes de todos
os conhecimentos e não nos oferecem condições de “certeza”.
• Idealismo
Surgiu na Grécia Antiga com Platão, denominado de idealismo
transcendente, onde as ideias ou arquétipos ideais
representam a realidade verdadeira, da qual seriam as
realidades sensíveis, meras copias imperfeitas, sem validade
em si mesmas, mas sim enquanto participam do ser essencial.
O idealismo de Platão reduz o real ao ideal, resolvendo o ser
em ideia, pois como ele já dizia, as ideias são o sol que ilumina
e torna visíveis as coisas.
C) Possibilidade do Conhecimento
Essa parte da teoria do conhecimento é responsável por
solucionar a seguinte questão: qual a possibilidade do
conhecimento?
• Dogmatismo
É a corrente que se julga em condições de afirmar a
possibilidade de conhecer verdades universais quanto ao ser, à
existência e à conduta, transcendendo o campo das puras
relações fenomenais e sem limites impostos a priori à razão.
• Ceticismo
Consiste numa atitude dubitativa ou uma provisoriedade
constante, mesmo a respeito de opiniões emitidas no âmbito
das relações empíricas. Essa atitude nunca é abandonada pelo
ceticismo, mesmo quando são enunciados juízos sobre algo de
maneira provisória, sujeitos a refutação à luz de sucessivos
testes.
Ou seja, o ceticismo se distingue das outras correntes por
causa de sua posição de reserva e de desconfiança em relação
às coisas.
Conclusão
Esse trabalho buscou de forma concisa reunir informações
gerais acerca da Teoria do Conhecimento, baseando-se na
visão de Miguel Reale, reunindo conceitos e origem de
algumas correntes, seus objetivos e representantes.
Bibliografia
Reale, Miguel, Introdução à filosofia. 4. ed. São Paulo: Saraiva,
2002. p. 65-76;85-89; 119-123.
Referências: