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Resumo – “As Relações Internacionais A Partir de 1945” – Maurice Vaisse.

Rafaela Testi

1) Nascimento e confrontação de um mundo bipolar:

CENÁRIO INTERNACIONAL: Fim da preponderância europeia e inicio da era das


superpotências.
Reino Unido, França, Alemanha e Itália, sendo vencedores ou vencidos, já não são mais
potências. A transformação do Sistema internacional, vai mais afundo. As grandes potências
europeias eram Estados medianos, considerando tamanho, população e recursos. As novas grandes
potências são Estados gigantes, denominados superpotências (Estados Unidos e União Soviética).
Não é um mundo unido que sai da guerra, é um mundo bipolar.

A PAZ FRACASSADA (1945-1947)


Os aliados desejavam perpetuar a solidariedade entre as Nações Unidas. A aliança americano-
soviética concorda em pontos comuns mas persiste a desconfiança.

A ONU: CONFERÊNCIA DE MOSCOU (outubro de 1943), onde Reino Unido, Estados Unidos,
China e URSS declaram a necessidade de uma organização internacional baseada no principio de
igualdade soberania de todos os Estados pacíficos. E na CONFERÊNCIA DE TEERÃ (dezembro
de 1943), Churchill, Roosevelt e Stalin, decidem construir essa organização. A fundação da ONU
veio definitivamente em junho de 1945, na Carta de San Francisco, assinada por 50 Estados,
visando criar uma organização eficaz, realmente representativa e dotada de amplas competências.
Na CONFERÊNCIA DE YALTA (fevereiro de 1945), foram resolvidos problemas foram
resolvidos problemas corporativos da organização, tal como a representação da URSS, definição do
Conselho de Segurança e criando os moldes de representatividade de cada país.

CONFERÊNCIA DE YALTA (fevereiro de 1945)


Participam Churchill, Roosevelt e Stalin. Resolvem os problemas da ocupação da Alemanha e do
governo polonês, antes do fim da guerra.
A Alemanha seria ocupada por três grandes potências (URSS, UK e USA) e Stalin reconheceria a
França como potência ocupante com plenos direitos, caso desocupasse zonas de ocupação inglesas e
americanas.
A Polônia seria administrada por um governo de unidade nacional, pró-soviético.
Comissão de reparações para calcular quanto os alemães devem “pagar” as suas vítimas.
Em Yalta a atmosfera ainda é boa mas os sinas de uma ruptura se multiplicam com a ocupação
soviética sobre a Romênia.

INICIO DO ESTRANHAMENTO: com a morte de Roosevelt, perde-se a ideia de uma grande


aliança, pois Truman tem inúmeras desconfianças com a URSS. A rendição da Alemanha e o
sucesso da experiência atômica provocam uma reviravolta, porque Truman já não precisa mais de
Stalin na luta contra o Japão. Stalin impõe profundo remanejamento do mapa político da Europa
Oriental. A Polônia sofre mais modificações

OS TRATADOS DE PAZ
A CONFERÊNCIA DE PARIS (1946): os vencedores elaboram tratados com os satélites da
Alemanha. Cria o território de livre Trieste, todos recusam e o status quo é mantido.
Tratados de paz com a Alemanha, a Áustria e o Japão parecem mais difíceis de serem atingidos.
SITUAÇÃO ALEMÃ: os aliados têm não somente a intenção de ocupar mas de também de
desmembrar os territórios alemãs. Stalin abandona a ideia de desmembramento e passa a insistir na
reunificação e inserção da Alemanha no concerto das Nações. Franceses rejeitam a ideia. A
ALEMANHA TORNOU-SE UM OBJETO DE DISPUTA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
DO PÓS-GUERRA.

ENTRE OS ALIADOS NÃO REINA A CONFIANÇA


Churchill designa o perigo que ameaça o mundo: a tirania soviética (mesmo não acreditando que a
Rússia deseje guerra).
É preciso impedi-los de avançar ainda mais.
Substitui-se o espírito de Yalta que era de reconciliação. Alguns meses após o fim da guerra os
vencedores estão desunidos, eles fracassaram em construir um mundo novo e a Europa não é o
único terreno de confronto. A influência soviética e marxista elimina sistematicamente a influência
ocidental e provoca atritos ideológicos.

ORIENTE MÉDIO: o retorno da paz é marcado pelo pan-arabismo que resulta na Liga Árabe
(1945) e pelo inicio da descolonização. Grã-Bretanha tem sua influencia e autoridade questionada e
são obrigados a renunciar a sua preponderância, substituindo aos poucos a influência europeia no
mundo.

EXTREMO ORIENTE: Japão derrotado e submetido ao controle dos Estados Unidos. Na China, os
comunistas liderados por Mao Tsé-tung retomam a guerra civil contra o governo Chiang Kai-shek.
Uma ação soviética na Machúria liga a URSS á China em aliança contra o Japão.

A ALIANÇA DÁ LUGAR A DESUNIÃO: Bloco ocidental: Estados Unidos. Bloco oriental: União
Soviética. Culpa do não cumprimento dos acordos de Yalta. Culpa da URSS? Os soviéticos não
cumpriram todos os acordos e praticaram políticas expansionistas e os americanos foram obrigados
a reagir. Culpa dos Estados Unidos? O expansionismo soviético se deu na necessidade de conter a
política hegemônica dos Estados Unidos.

GUERRA FRIA (1947-1955)

MUNDO DIVIDIDO EM DOIS BLOCOS POLÍTICOS E IDEOLÓGICOS.


Sovietização da Europa do Leste.
Europa Ocidental se alia aos Estados Unidos e recuperam suas economias com o Plano Marshall
Truman levou os EUA do isolacionismo á liderança do mundo ocidental. A nova política externa
dos EUA é simples: manutenção da paz, prosperidade e extensão progressiva do modelo americano.
AJUDA ECONÔMICA DOS ESTADOS UNIDOS NO OCIDENTE PÓS-GUERRA (Plano
Marshall, padrão dólar-ouro de Bretton Woods, FMI, BIRD, GATT). O ponto de partida para um
primeiro vislumbre de solidariedade econômica entre os países ocidentais foi à partilha dos recursos
fornecidos pelos EUA

BLOCOS ANTAGÔNICOS:
Oriente
URSS: obsessão por segurança por conta da sua vulnerabilidade a um ataque atômico dos EUA.
Regimes comunistas: democracias populares. Unipartidarismo. Kominform: instrumento de política
soviética, bloco anti-imperialista e anticapitalista. Iugoslávia recusa alinhamento com a URSS por
acreditar que existem outras vias socialistas para alcançar o comunismo e se dá a primeira crise no
bloco comunista.
Alemanha Oriental, Polônia, Tchecoslováquia, Hungria, Iugoslávia, Albânia, Bulgária e Romênia
assinam tratados de assistência mútua com a URSS.
Finlândia é neutra.
Tchecoslováquia experimentou democracia no período entre guerras e buscava manter o equilíbrio
entre dois campos, após conflitos entre os lados o governo comunista prevaleceu. A fronteira
ocidental é fechada e o GOLPE DE PRAGA É BEM SUCEDIDO.

Ocidente
O golpe de Praga alarmou o Ocidente, que tomou consciência da necessidade de unir-se . Após o
fim da guerra, nenhum tratado ligava a França á Grã-Bretanha,que então assinam um tratado de
assistência mútua em 1947 inspiradas pelo temor alemão.
União Ocidental: aliança entre Fra, GB, Hol, Bel, Lux.
O PACTO DE BRUXELAS de 1948, é a primeira aliança dirigida não só contra um perigo alemão,
mas contra qualquer agressor. Assistência automática contra qualquer agressão.
O medo da guerra reaparece na Europa e os ocidentais se viram para os EUA procurando proteção
contra o perigo soviético. Mais tarde o pacto fora estendido aos EUA.

QUESTÃO ALEMÃ: opiniões diferentes sobre a forma de governo da Alemanha. França: pouco
centralizada. URSS: muito centralizada. EUA e GB: governo forte que controle as relações
exteriores, economias e finanças.
O problema alemão se tornou o ponto principal da discórdia entre os antigos aliados.
Berlim era separada em quatro zonas de ocupação, o estatuto de Berlim dizia que o lugar devia
pertencer a Alemanha Oriental. Os soviéticos anunciam que confiam o acesso a Berlim aos alemães
orientais. Diante da recusa dos ocidentais, todas as vias terrestres são bloqueadas. Pequeno bloqueio
Franceses, ingleses e americanos unificam Berlim ocidental em 1948 na CONFERÊNCIA DE
LONDRES. A criação de uma moeda unificada no ocidente causa desagrada o oriente que promove
um bloqueio terrestre total.
OS ACORDOS DE WASHINGTON tem objetivo de conceder autonomia total á Alemanha para
estar ocupar a posição de aliada.

CONSTITUIÇÃO DAS DUAS ALEMANHAS


RFA
Constituição Federal. Permanecer desarmada. Descentralizada.
RDA
Comunista. Centralizada.
A partir de 1949 a divisão das Alemanhas é institucionalizada. Problemas no reconhecimento das
fronteiras. Franceses não querem a autonomia da Alemanha, mas a Alemanha deixa de ser objeto de
disputa e se torna igualmente um ator.

NA GUERRA CIVIL CHINESA os comunistas entram em Pequim, a oposição foge e é proclamada


a República Popular da China (1949). O quebra-cabeça diplomático da China vai envenenar as
relações internacionais durante um quarto de século.
A URSS reconhece a República Popular e imediatamente provem sua segurança. No conselho de
segurança da ONU a cadeira da China continua sendo ocupada pela China Nacionalista.

GUERRA DA CORÉIA 1950-1953


O exército vermelho ocupa a Manchúria (China), que era ocupada pelo Japão. Coréia era uma
colônia japonesa. Nem os EUA nem a URSS querem sair da Coréia. Stalin denomina um ditador
para governar o Norte. EUA fazem o mesmo no Sul. Forma-se uma grande instabilidade ao longo
do paralelo 38. Em junho de 1950 os norte-coreanos lançam uma vasta ofensiva contra o Sul,
autorizado pela URSS. Os EUA reagem imediatamente, alegando que a ofensiva fere a linha de
contenção da Ásia (Filipinas, Japão e Formosa, as ilhas). A intervenção americana se dá sob o
consentimento das Nações Unidas, o Conselho de Segurança denuncia a agressão norte-coreana. A
URSS não vetou a intervenção americana apoiada pela ONU por que desde a proclamação da RPC,
os soviéticos declararam que não se sentariam na cadeira do conselho enquanto a China Popular não
substituísse a China Nacionalista na ONU. Esta foi à única medida por uso da força apoiada pela
ONU. A contra ofensiva do Sul se dá com as tropas das Nações Unidas através do paralelo 38 e a
conduz até as proximidades da fronteira chinesa (o objetivo era unificar as duas Coréias). Nesse
momento a China intervém na guerra. Em 1951 as ofensivas terminam onde começaram e durante
mais dois anos, se enfrentam em pequenos conflitos ao longo da fronteira. O armistício é assinado
em 1953, à fronteira entre o Norte e o Sul é basicamente a mesma de 1950.
Consequências diretas: aumento dos gastos militares americanos, atenção dos EUA voltada para a
Ásia. Tropas americanas na Europa em tempo integral. Novos membros na OTAN. Projeto de lei
que autoriza que o Executivo faça acordos em tempos de paz sem a ratificação do Congresso.

1953 EUA TROCAM DE PRESIDENTE E STALINHO MORRE.

PACTO ATLANTICO: encarregado de manter a direção estratégica da aliança – 12 países.


OTAN – ORGANIZAÇÃO DO TRATADO DO ATLANTICO NORTE. Um ataque armado a um
de seus signatários equivaleria a um ataque contra todos. Assistência mútua, mas assistência militar
não é automática. A OTAN coloca a Europa Ocidental sob a proteção americana. A URSS
considera um pacto agressivo diretamente dirigido contra ela.

EM 1949 OS EUA PERDEM O MONOPÓLIO DA ARMA ATÔMICA.

Na Ásia procura-se conter o comunismo chinês e impedir a teoria do dominó (quando um país cai
para o campo comunista, aqueles que o cercam correm o risco de serem arrastados com ele).

COOPERAÇÃO EUROPEIA: primeiramente a cooperação econômica. A primeira tentativa de EU


em 48 é recusada pela GB, que se recusa a abrir mão de parte de sua soberania num futuro
parlamento europeu e demandam a criação de um simples comitê. Que é atendido, mas apenas
conduz a cooperação política e cultural.
O PLANO SCHUMAN marca a passagem de uma simples cooperação a uma verdadeira integração,
propõe partilhar a produção e venda de produtos siderúrgicos da produção franco-alemã.
A COOPERAÇÃO MILITAR é feita pelo general Eisenhower, esforço para simplificar, coordenar
e harmonizar os órgãos da OTAN.
Os ocidentais abandonam a intervenção na Alemanha e esta se torna membro da OTAN.

NO CAMPO ORIENTAL o Kominform denuncia o imperialismo americano fomentador de


guerras, exalta o modelo soviético, os opositores são perseguidos.
O PACTO DE VARSÓVIA (1955), reúne sob comando soviético, todas as forças armadas dos
países da Europa do Leste. No plano militar assinou com as democracias populares tratados de
assistência mutua. Assume o papel de guardião do bloco.
APÓS A MORTE DE STALIN começa o período de desestalinização, onde a URSS restabelece
relações diplomáticas com Israel, assina um armistício na Coréia, põe fim no Estado de guerra com
a Alemanha. Retirada das tropas soviéticas da Áustria com a condição de a mesma permanecer
neutra. Estabelecimento de relações diplomáticas entre URSS e RFA, porem o problema alemão
continua a ser o principal motivo de tensão entre Leste e Oeste.

PRIMEIRA FASE DA DESCOLONIZAÇÃO (45-55)


A descolonização é feita em duas etapas. A primeira concerne ao Oriente Médio e a Ásia. A
Segunda Guerra Mundial mostrou a fragilidade dos impérios diante dos nacionalismos e
transformou a relação entre as metrópoles e suas colônias.
URSS: favorável à descolonização. EUA: não se posicionam para evitar conflitos com a URSS e
com o Ocidente.
A França primeiramente rejeita a ideia de independência das colônias e propõem mais liberalismo e
mais autonomia para as mesmas. Após 1958, a França se engaja na descolonização.
NO ORIENTE MÉDIO a independência das colônias britânicas e francesas são alcançadas, em
parte concedidas pacificamente e em parte concedidas por pressão.
A CRIAÇÃO DO ESTADO DE ISRAEL, na Palestina, com o objetivo teológico de retornar á
Terra Prometida. Aceleração da imigração de judeus pra lá após o holocausto. Assim, a questão
Palestina é submetida a uma comissão de investigação da ONU, que recomenda a constituição de
um Estado judeu, um Estado árabe, plano aceito pelos judeus e rejeitado pelos árabes.

NA ÁSIA, a descolonização do sudeste asiático se faz com violência e não culmina em uma
estabilidade total.
Em julho de 1954 é assinado um armistício que divide a Indochina em duas ao longo do paralelo
17, o Vietnã do Norte, onde dominam os comunistas e o Vietnã do Sul,onde reinam os
nacionalistas. Mais um país dividido pela fronteira ideológica e é uma nova fonte de conflitos.

“MESMO QUE A CONFRONTAÇÃO ENTRE OS DOIS BLOCOS PERSISTA, O PAPEL DOS


NOVOS ESTADOS E SUA VONTADE DE ULTRAPASSAR A BIPOLARIZAÇÃO E A
GUERRA FRIA LEVAM A OUTRA CONCEPÇÃO DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS. O
CONFRONTO CONTINUA, MAS A GUERRA FRIA, AOS POUCOS, DÁ LUGAR Á
COEXISTÊNCIA PACÍFICA.”

A COEXISTÊNCIA PACÍFICA (1955-1962)


Novo modelo de relações Leste-Oeste e ao mesmo tempo uma consequência do nascimento do
Terceiro Mundo que expõe sua intenção de deixar de ser tratado como objeto de política
internacional, complicando e enriquecendo o jogo das relações Leste-Oeste.
ARON SOBRE A COEXISTÊNCIA PACÍFICA: “PAZ IMPOSSÍVEL, GUERRA
IMPROVÁVEL”.
No bloco oriental surgem fissuras na aliança sino-soviética, No bloco ocidental países europeus,
saídos da reconstrução se organizam pouco a pouco.

SEGUNDA FASE DA DESCOLONIZAÇÃO


Graças aos movimentos de descolonização, nasce um grupo de países na Ásia e na África que têm
em comum o fato de serem subdesenvolvidos e de conhecerem um grande crescimento
demográfico: é o Terceiro Mundo.
A competição Leste-Oeste sai da Europa, onde a URSS explora a vontade de independência que se
alastra no Terceiro Mundo, a saída da França e GB do Oriente Médio, facilita a influência Leste-
Oeste.
Liga Árabe intervindo a favor da descolonização da África.
A internacionalização da questão argelina. Todo ano, na Assembleia Geral da ONU, a França,
levada a julgamento, deve manobrar para que não seja condenada por uma resolução afro-asiática e
o genera De Gaulle tem uma dupla preocupação: evitar uma nova derrota colonial e livrar-se do
grilhão argelino para ter as mãos livres na política externa.
África anglófona: a descolonização se faz progressivamente, território por território, seguindo
etapas, geralmente de forma pacifica.
África francesa: inicialmente uma política de assimilação e depois para uma de independência.
CONFERÊNCIA DE BANDUNG (1955)
Iniciativa de países asiáticos, reunindo mais de 20 países, intervém em uma conjuntura particular: o
fim das guerras da Coréia e da Indochina e a solução do conflito sino-indiano sobre o Tibete.
Temas da conferência: condenação do colonialismo de maneira ampla, coexistência pacífica com os
seguintes princípios ao modelo das novas relações internacionais, integridade territorial e á
soberania, não agressão, não ingerência nos assuntos internos, beneficio recíprocos nos tratados,
coexistência pacifica.
Primeira conferencia do Terceiro Mundo sem participação das potencias europeias e das
superpotências mundiais, parte da nova fase da descolonização e no Oriente Médio o novo fator é o
desenvolvimento do nacionalismo árabe.

CRISE DE SUEZ (1956)


O coronel Nasser torna-se o defensor do nacionalismo Árabe, não escondendo sua intenção de
aniquilar Israel. Nasser quer tirar seu país do subdesenvolvimento e espera obter dos EUA
financiamento, que se recusa a ajudar devido ao neutralismo do Egito.
A resposta de Nasser é imediata, ele anuncia a nacionalização no Canal de Suez (previamente
evacuado pelos britânicos), propriedade de uma companhia onde os interesses franceses e britânicos
são majoritários.
Trata-se de um triplo desafio: desafio a antiga potencia colonizadora a GB, que aceita mal a perda
de uma das chaves de seu império; desafio a França que censura o Egito por ter apoiado a revolução
argelina; e desafio a Israel, cujos navios Nasser pretende proibir o direito de passar pelo canal de
Suez.
Os EUA se recusam a interferir em período de eleições presidenciais, é lançada então uma operação
franco-britânica, onde as tropas egípcias perdem a região do Sinai e a maior parte do canal de Suez.
A URSS ameaça a França e GB com seus mísseis atômicos e os EUA consideram intervenção um
golpe contra a Aliança Atlântica e as Nações Unidas e não se solidarizam com seus aliados.
A crise de Suez arruína a tradicional influencia da França e da GB na região, vista como
manifestação evidente de colonialismo e mostra que as potencias médias não tem mais liberdade de
ação, foram “deixadas de lado” por seus aliados e desencadeia uma crise na OTAN.
A URSS constrói para si uma imagem de defensora das pequenas potencias e Moscou aparece como
principal aliado do mundo árabe. Nasser sai vitorioso. Os EUA preservam sua imagem e
comportam uma ajuda econômica e militar ao Oriente Médio. Quanto ao canal de Suez, se tornou
inutilizável devido ao bombardeio de navios pelo egípcios, oque prejudica o abastecimento de
petróleo da Europa

A DESESTALINIZAÇÃO NA COEXISTÊNCIA PACÍFICA


Condenação do culto a personalidade de Stalin.
Polônia e Hungria: manifestações que criticam aspectos do regime. Golpe de estado na Polônia,
aceito pela URSS, já que lhe foi prometido a manutenção do compromisso em Varsóvia. A Hungria
proclama sua neutralidade, o pluripartidarismo e renuncia a Varsóvia. A URSS esmaga a revolução
na Hungria e marcou claramente os limites da autonomia que concedia a seus satélites. É a freada
na busca de caminhos nacionais para o socialismo
RETOMADA DA CONSTRUÇÃO EUROPEIA
Conferencia de ministros de Relações Exteriores em 1955: retomada pelo desenvolvimento de
instituições comuns, pela fusão progressista de suas economias nacionais, criação de um Mercado
Comum, harmonização de suas políticas sociais.

CRISE DE BERLIM
Berlim ocidental defendia a liberdade, que é percebido como questionamento permanente da parte
soviética, a URSS declara que Berlim Ocidental deve ser incorporada a RDA ou internacionalizada
sobre o controle das Nações Unidas. A crise chega ao seu apogeu no momento da construção do
“muro de Berlim” (1961) pelas autoridades alemãs orientais. Os limites dos setores são fechados, a
hemorragia populacional é estancada e o custo político do muro é enorme. Logo após a crise o papel
de Berlim como peça política nas relações Leste-Oeste parece perder intensidade.

CRISE DE CUBA
A ilha de Cuba, onde prepondera-se a exportação do açúcar reforça a dependência do país para com
os EUA, se estes param as importações de açúcar de Cuba, o mesmo vai a ruína, destacando assim a
sua dependência no plano econômico,mesmo que seja independente no plano político desde a
guerra hispano-americana em 1898. Em 1953 um exaustivo regime ditatorial governa Cuba, quando
Fidel Castro faz sua primeira ofensiva, que fracassa. Ele retorna em 1958 e sai vitorioso da segunda
ofensiva.
As relações entre os EUA e o novo regime cubano não se deterioram imediatamente, mas querendo
se libertar da influência americana, Castro estabelece laços cada vez mais estreitos com a URSS no
plano econômico e diplomático. Em 1960 quando é anunciado que Cuba faz parte do campo
socialista, os EUA veem como um golpe inadmissível e uma clara violação a Doutrina Monroe que
rejeita intervenções de não americanos no continente americano e então suspendem toda ajuda
financeira a Cuba.
Visando evitar a proliferação do comunismo na América Latina, o presidente Kennedy propõe uma
Aliança para o Progresso para reforçar os regimes anticomunistas.
Em 1962, Estados Unidos avistam mísseis soviéticos em Cuba e reagem com um bloqueio naval a
Cuba e exigem a retirada dos mísseis pela URSS, que se comprometem a retirar se os EUA não
invadirem Cuba e retirarem seus mísseis da Turquia.
Durou 13 dias em outubro de 1962.
A crise de Cuba foi importante na historia das RI, porque em primeiro lugar a verificação da teoria
da dissuasão, com a escalada nuclear seguida de uma solução pacifica e provou o conflito nuclear
improvável e provando que o dialogo é possível. Deu uma vitória moral aos EUA que pareceram
vencedores do conflito e revela a superioridade americana no setor das armas.

A DISTENÇÃO (1962-1973)
Início de um diálogo das superpotências visando limitar a corrida armamentista. Países do Terceiro
Mundo se tornando pouco a pouco agentes da política mundial.
Desejo de apaziguamento dos dois Grandes.
Quando a disputa não é ideológica, se torna mais fácil a conciliação.
EUA E URSS: antagônicos mas precisavam achar uma maneira de conviver sem cair em guerra.
Os EUA para de tentar boicotar a influência soviética.
Distenção não significa desarmamento. O período corresponde a um considerável aumento de
armamentos. Como EUA tinha superioridade o objetivo era a URSS conquistar uma paridade e
mesmo aumentando o armamento as potencias evitariam qualquer enfrentamento.
Os Estados Unidos aceitam a ascensão de demais potencias e optam por uma diplomacia triangular
(China, EUA e URSS).

ACORDOS DE LIMITAÇÃO DE ARMAMENTOS


ARMS CONTROL: telefone vermelho, método de comunicação rápida entre Moscou e Washington
em caso de conflito.
Tratado de Moscou: proibia os testes nucleares na atmosfera e sob o mar. China e França não
assinam, pois ainda estão realizando testes em seus projetos atômicos recém desenvolvidos. Não
limitou o arsenal nuclear. TNP (Tratado sobre a não proliferação das armas atômicas), trata-se de
evitar que as armas atômicas caiam nas mãos de qualquer um, principalmente na dos alemães.
Esses acordos não se tratam de desarmar mas de estabelecer limites ao armamento.

OS ACORDOS SALT I compreendem duas partes, um acordo provisório e um tratado. O acordo


consiste em um congelamento dos armamentos estratégicos por cinco anos e na interrupção de
rampas de lançamento de mísseis intercontinentais.
O tratado limite a dois locais o sistema de defesa antimísseis que existem em torno de Moscou e
Washington.
Pela primeira vez limitam a produção de certos armamentos e reconhecem a paridade entre as
superpotências. Asseguravam a destruição assegurada.

A ABERTURA DO COMERCIO OCIDENTAL, também para países do bloco comunista. As


trocas comerciais entre Leste-Oeste quadruplicaram em 70-75. A multiplicação dos laços
econômicos e comerciais favoreceu a paz e acelerou a liberalização do comunismo.

OSTPOLITIK é a reaproximação das duas Alemanhas.


Acordo URSS-RFA: concordam que o objetivo mais importante das duas parte é a paz e a distenção
e mantém o direito das quatro potencias a Berlim.
Tratado de reconhecimento as duas Alemanhas ratificado em 1972. Reconhecimento da RDA por
diversos Estados Ocidentais, adesão das duas á ONU.

CONFERÊNCIA DE HELSINQUE: apogeu da distenção.


Essa conferencia sobre Segurança e Cooperação na Europa trouxe 35 países.
Consagra os seguintes princípios: igualdade dos Estados, não ingerência nos assuntos internos do
outro, autodeterminação dos povos, inviolabilidade das fronteiras europeias e renuncia ao recurso
da força para resolver conflitos. Prevê o desenvolvimento da cooperação econômica, cientifica e
técnica. Garante a defesa dos Direitos Humanos e a noção da livre circulação de pessoas e ideias.
 No período da Detente, EUA e URSS já não eram tão fortes economicamente como na década de
1950. Nessa nova fase houve o aumento do poder da Europa e do Japão.
 Em 1962, o presidente JFK queria instaurar uma comunidade atlântica que repousaria sobre dois
pilares, que eram os EUA e os Estados Unidos da Europa. Essa comunidade consistiria em fazer da
Otan uma nova potência nuclear pela criação de uma força atlântica integrada.
 A França de De Gaulle queria ser a principal potência capitalista no bloco europeu (visava inserir a
Europa no jogo de poder e modificar o foco que era Washington e Moscou).
 Logo, De Gaulle se opõe ao projeto da comunidade atlântica e aos poucos começa a afrouxar os
laços da França com a Otan (o mesmo ainda mantém o esforço para dotar a França de um
armamento atômico independente).
 No plano da política externa, França se distanciava cada vez mais dos Estados Unidos.
 Crise do sistema monetário internacional: os europeus queriam ao mesmo tempo uma proteção
americana e uma total autonomia política e econômica; Os investimentos maciços de empresas
multinacionais e as despesas norte-americanas no exterior (guerra do Vietnã) terminam por
desequilibrar a balança comercial que antes era superavitária.
 O CISMA SINO-SOVIÉTICO: China e URSS passam a divergir ideologicamente, geopoliticamente e
economicamente.
 A China alegava que desde 1957, diante do estreitamento dos laços entre EUA e China
Nacionalista, a URSS não reagia. O governo de Pequim acusava os soviéticos de buscarem a paz a
qualquer custo de abandonar a estratégia revolucionária.
 Os chineses aproveitaram a crise em Cuba para acusar os soviéticos de haverem capitulado diante
do imperialismo americano.
 Vale ressaltar que o conflito entre China e URSS é um clássico conflito de poder e de território e
também uma oposição ideológica.
 Em 1963, Mao Tsé-tung envia uma carta a Kruchov na qual rompe relações com o partido
comunista soviético. A partir daí começa uma luta entre os dois Estados pela liderança do
comunismo mundial, apesar de uma breve trégua após a queda de Kruchov.
 Em 1971, a China inaugura sua nova política externa, marcada pela recusa da hegemonia soviética
e aproximação com os EUA. Além disso, a China mantém relações tanto com países próximos da
URSS quanto com Estados moderados e, com isso, ganha terreno com relação a URSS.
 No mesmo ano, a China popular entra no lugar da China nacionalista como membro permanente
no conselho nas Nações Unidas.
 Os aspectos mais gerais da distensão são: A relação de equilíbrio entre os grandes (Salt), as
fissuras do mundo bipolar que vão se aprofundando e o acirramento da Guerra Fria nos países do
terceiro mundo.
 O terceiro mundo ganha mais importância à medida que é alvo de disputa entre Leste e Oeste.
Dessa forma, cresce o número de confrontos nas zonas periféricas.
 A índia recebia forte apoio soviético e disputava a supremacia asiática com a China. Além disso, a
mesma era rival beligerante do Paquistão, pois ambos tinham interesse na região da Caxemira.
Vale ressaltar que China apoiava o Paquistão militarmente a fim de haver um equilíbrio de poder
na região.
 A guerra do Vietnã e a derrota norte-americana na mesma deixam os EUA tomados por um
sentimento de derrotismo. Além disso, a saída do presidente Nixon devido ao escândalo de
Watergate deixam ainda mais inseguranças para a população americana.
 Oriente Médio surge como novo fator de influência no sistema internacional, principalmente após
as crises do petróleo (1972 e 1979) que fazem com que esse seja o novo foco no comércio
petrolífero.
 Em 1979, tem-se a Revolução Islâmica no Irã, abalando ainda mais a autoestima americana, já que
se deu em um país que era um grande aliado. O Irã começou a repudiar os EUA até mais que os
soviéticos.
 A invasão da embaixada norte-americana no Irã foi marcante a vai afetar ainda mais a imagem
americana no período da distensão.
 Ainda nesse período tem-se a invasão ao Afeganistão por parte dos soviéticos, a fim de apoiar um
regime comunista na região (auge da Guerra Fria no terceiro mundo).
 Essa foi a primeira invasão do exército vermelho fora da zona dos países sovietizados/satélites.
 A distensão representou o maior contato do mundo comunista com o restante do globo. No
entanto, essa relação com o Ocidente vai deixar de ser vantajosa a longo prazo.
 FIM DA DISTENSÃO.

 Dinâmica da distensão continua até 1975 – ponto de equilíbrio de um mundo em plena evolução;
 1975 – Conferência de Helsinque: consagra o status quo territorial da Europa e os participantes confirmam
a vontade de continuar e aprofundar a distensão.
No entanto, sob o efeito da crise petrolífera, da desordem monetária e da multiplicação de tensões, é a
desestabilização que domina em todas as áreas;
 As dificuldades de diálogo entre as duas superpotências aparentam substituir por uma nova guerra fria a
distensão.
 A ascensão do integralismo islâmico, a revolução iraniana, aventureirismo da Líbia de Kadhafi, o
expansionismo do Vietnã, os distúrbios que abalam a América Latina e a África são outras tantas
manifestações desse mundo desestabilizado;
O antagonismo entre o Norte e o Sul, fundado sobre a troca de matérias-primas e de produtos
industrializados, se exacerba.
Os choques do petróleo

 O choque do petróleo de 1973 reside nas decisões tomadas pelos países árabes produtores, enquanto a
guerra árabe-israelense ainda não terminara, tratando do embargo à venda de petróleo a determinados
países, da redução da produção e, sobretudo, do aumento do preço.
 Os fatores de uma crise estão presentes já há bastante tempo: por um lado, o aumento enorme da
utilização do petróleo como fonte de energia, por outro, a vontade dos países produtores de obter mais
lucro possível com a venda do petróleo.
 A exploração de jazidas de petróleo era essencialmente feita por grandes companhias petrolíferas que, em
troca das concessões de exploração, pagavam royalties aos Estados.
 15 de setembro de 1960- Criação da Opep: a Organização dos Países Exportadores de Petróleo é formada
inicialmente por Venezuela, Irã, Iraque, Arábia Saudita e Kuait.
Suas pretensões são inicialmente obter mais royalties e em seguida a nacionalização total da produção de
petróleo.
 Aproveitando-se no ano de 1972 de um aumento da demando dos Estados do Norte, os países do Sul
tomam controle dos setores econômicos antes controlados por companhias estrangeiras, mostrando sinais
de uma reviravolta na ordem mundial mesmo antes de outubro de 1973.
 Em 16 de outubro de 1973, os países da Opep decidem aumentar o preço do barril de petróleo, e em 17 de
outubro, os produtores árabes consideram um sistema de embargo aos países que aparentam apoiar Israel,
em particular Estados Unidos e Países Baixos, decidindo reduzir a produção enquanto o Estado de Israel
não tivesse evacuado os territórios ocupados. Porém esse sistema é praticamente abandonado por
prejudicar os produtores. Os efeitos do primeiro choque se atenuam.
 O efeito da demanda provoca um segundo choque entre 1978-1979.
 A Revolução iraniana e a guerra Irã-Iraque provocam um terceiro choque.
(não dissertou muito sobre essas duas outras crises)

As consequências da crise

 As consequências concernem inicialmente aos países industrializados, elas remodelam aos poucos a
fisionomia do planeta.
 Os efeitos são claros: maiores dificuldades para as empresas, falências aumento do desemprego.
Essa crise é a combinação de uma recessão limitada e de alguma inflação: a estagflação.
 Quanto aos países subdesenvolvidos a disparidade entre eles se torna mais visível, pois não afetados a
mesma maneira pela crise.

Tentativas de resposta à crise

 Para responder às decisões da Opep, a diplomacia americana sugere a criação no âmbito da Ocde. É a
Agência Internacional de Energia (AIE).
 É feita uma conferência em Paris de 16 a 18 de dezembro de 1975 reunindo 7 membros da Opep. A
negociação é reaberta em 1977, mas não resulta em nada além da reafirmação dos grandes princípios de
uma nova ordem econômica internacional e prevê a criação de um fundo especial de ajuda ao Terceiro
Mundo.

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