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Instituto de Desenvolvimento Educacional do Alto Uruguai

Faculdade IDEAU de Getúlio Vargas

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS

P RO FA . D R A . P R I S C I L A RO S A
Concepção do SUS

O marco histórico para o surgimento do SUS foi a 8ª Conferência


Nacional de Saúde, realizada em 1986, no período da Nova República.

Marca o momento em que as mudanças ganham contornos claros, ao


ampliar os atores envolvidos e explicitar em seu relatório as diretrizes para a
reorganização do sistema de saúde.

As plenárias da 8ª CNS contaram com a participação efetiva de quase


todas as instituições que atuavam no setor, assim como daquelas representativas
da sociedade civil, dos grupos profissionais e dos partidos políticos.
O modelo de organização do setor público de saúde existente era pouco eficiente e eficaz,
fato que se instaurou por acontecimentos que deram origem a um sistema em que
predominava os interesses de empresários da área médico-hospitalar.
As desigualdades sociais e regionais existentes na época atuavam como fatores que
limitavam o pleno desenvolvimento de um nível satisfatório de saúde e de uma organização
de serviços socialmente adequada.

Os governos anteriores haviam priorizado outros setores, que não o da saúde.


A política de saúde vigente atendia a interesses não coincidentes com os dos usuários dos
serviços, sendo influenciada pela ação de grupos dedicados à mercantilização da saúde. O
modelo assistencial se configurava como excludente, discriminatório e centralizador.
O setor de medicamentos e equipamentos era controlado pelas multinacionais.
•1946-1963 –PERÍODO POPULISTA: EXPANSÃO DO SISTEMA DE SEGURO SOCIAL –
CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS EM TROCA DA LEGITIMAÇÃO DE GOVERNANTES;

•1964-1970- INSTAURAÇÃO DO REGIME BUROCRÁTICO AUTORITÁRIO:


CENTRALIZAÇÃO E CONCENTRAÇÃO DO PODER NA MÃO DOS TECNOCRATAS;
RETIRADA DOS TRABALHADORES DO JOGO POLÍTICO;AUMENTO DE
COBERTURA INCORPORANDO PRECARIAMENENTE GRUPOS EXCLUÍDOS
COMO TRABALHADORES RURAIS, EMPREGADAS DOMÉSTICAS; CRIAÇÃO DE
FUNDOS FINANCIAMENTO DOS PROGRAMAS SOCIAIS( FGTS, PIS/PASEP,
FINSOCIAL...); PRIVATIZAÇÃO DOS SERVIÇOS SOCIAIS.

•1970-1985- INÍCIO DA LUTA PELA DEMOCRATIZAÇÃO. MOVIMENTOS


SOCIAIS SOMAM-SE A EXPERIÊNCIAS NO SEIO DE PREFEITURAS
OPOSICIONISTAS. O RESGATE DA DÍVIDA SOCIAL PASSA A SER TEMA CENTRAL
DA AGENDA DA DEMOCRACIA
•DÉCADA DE 80- INTENSIFICA-SE A DEMANDA PELA
CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA ORDEM INSTITUCIONAL
DEMOCRÁTICA -> ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE

•1988 –CONSTITUIÇÃO FEDERAL QUE REPRESENTA UMA


PROFUNDA TRANSFORMAÇÃO NO PADRÃO DE PROTEÇÃO
SOCIAL BRASILEIRO – Conformação do Estado Democrático de
Direitos
O Sistema Único de Saúde

Antecedentes Históricos

Movimento pela Reforma


Sanitária
VIII Conferência Nacional
de Saúde
O Movimento pela
Reforma Sanitária
Brasileira

Organizado solidamente desde meados dos


anos 70

Participação de intelectuais, profissionais


dos sistemas de saúde, parcela da
burocracia e organizações populares e
sindicais
O Movimento pela
Reforma Sanitária
Brasileira

Objetivo
Luta pela garantia do direito
universal à saúde e construção
de um sistema único e estatal de
serviços
A8a Conferência Nacional de
Saúde
Marco do Movimento Sanitário Brasileiro
Reuniu mais de 5.000 pessoas na maior
participação popular da história dos
movimentos sociais
Definiu as estratégias a serem defendidas
na Constituinte de 1988 e consolidou a
opção pela via institucional
A8a Conferência Nacional de
Saúde
Princípios
Conceito ampliado da saúde
Reconhecimento da saúde como
direito de cidadania e dever do Estado
Defesa de um sistema único, de acesso
universal, igualitário e descentralizado
de saúde
A8a Conferência Nacional de
Saúde
Em seu sentido mais abrangente, a saúde é
resultante das condições de alimentação,
habitação, educação, renda, meio-ambiente,
trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade,
acesso e posse da terra e acesso a serviços de
saúde. É, assim, antes de tudo, o resultado das
formas de organização social da produção, as
quais podem gerar grandes desigualdades nos
níveis de vida
Temas da conferência: saúde como direito, reformulação do Sistema Nacional de Saúde e
financiamento do setor

Principais pontos discutidos:


Saúde como direito de todos e dever do Estado, estando inscrita entre os direitos fundamentais do
ser humano;
Equidade e integralidade das ações de saúde;
Separação da Saúde da Previdência;
Sistema público com comando único;
Conceito abrangente de saúde, levando em conta condições de habitação, alimentação, renda, meio
ambiente, trabalho, transporte, educação, emprego, lazer, liberdade, acesso a posse de terra e aos
serviços de saúde;
Política de financiamento do setor saúde.
Resultado da 8ª conferência: cria um Sistema Único de Saúde que efetivamente representasse
a construção de um novo arcabouço institucional, separando totalmente saúde de previdência, através
de uma ampla Reforma Sanitária.

Para assegurar o direito à saúde de toda população brasileira era imprescindível:


Garantir uma Assembleia Nacional Constituinte livre, soberana, democrática, popular e exclusiva;
Assegurar na Constituição, a todas as pessoas, condições fundamentais de uma existência digna;
Implantar uma reforma agrária que respondesse às reais necessidades e aspirações dos trabalhadores
rurais;
Estimular a participação da sociedade organizada nos núcleos decisórios, nos vários níveis;
Fortalecer Estados e Municípios, através de uma ampla reforma fiscal e tributária;
Estabelecercompromissos orçamentários ao nível de União, estados e municípios para o adequado
financiamento das ações de saúde.
Em 1987 → Assembleia Nacional Constituinte
Objetivo: objetivo de elaborar a nova constituição brasileira. Nesse ano, enquanto a estrutura jurídica
do Sistema Único de Saúde era elaborada no processo constituinte, o Sistema Unificado e
Descentralizado de Saúde (SUDS) foi implementado, representando certo avanço no sentido que
possibilitou:

A formação dos conselhos estaduais e municipais de saúde;


A desconcentração de recursos e poder da esfera federal para a estadual;
E o aumento, mesmo que insuficiente, da cobertura de serviços de saúde para a população.
O Sistema Único de Saúde

Experiências anteriores
Programa de Interiorização das Ações de Saúde e
Saneamento - PIASS (1979)
PREV-Saúde (1980)
CONASP (1981) - Plano de Reorientação da
Assistência à Saúde no âmbito da Previdência
Social
Ações Integradas de Saúde - AIS
Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde -
SUDS (1987)
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
Cria o SUS

A separação da saúde e da previdência é determinada pelo Art. 194:


“A seguridade social compreende um conjunto de ações de iniciativa dos
Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à
saúde, à previdência social e assistência social”.

O direito da saúde a todos os cidadãos vem expresso no Art. 196:


“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e
ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação”.
Outros artigos ainda dispõem:
Art. 198 → “As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e
constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: descentralização,
atendimento integral e participação da comunidade”.

Art. 200 → “Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:
Controlare fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da
produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
Executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;
Ordenar a formação de recursos humanos na área da saúde;
Participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;
Incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico;
Fiscalizare inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como
bebidas e águas para consumo humano;
Participar
do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e
produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
Colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.”
LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO
DE 1990

Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e


recuperação da saúde, a organização e o
funcionamento dos serviços correspondentes e dá
outras providências.
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o
Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.
§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução
de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de
outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal
e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.
§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da
sociedade
Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre
outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente,
o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e
serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a
organização social e econômica do País.

Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força
do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à
coletividade condições de bem-estar físico, mental e social
Art. 5º → “Dos objetivos do SUS:
A identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde;
A formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e
social;
A assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e
recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das
atividades preventivas.”

Art. 6º → “Estão incluídas ainda no campo de atuação do SUS:


A execução de ações de vigilância sanitária, de vigilância epidemiológica, de saúde
do trabalhador e de assistência terapêutica integral.”
O Sistema Único de Saúde

Descentralização e
Comando Único
Participação
Popular
Universalidade
Eqüidade
Integralidade

Regionalização e
Hierarquização
O Sistema Único de Saúde

Universalidade

Princípio: trata da saúde como direito de cidadania.


Sepulta o modelo excludente anterior. É conseqüência
direta da discussão ampla do direito à saúde.
O Sistema Único de Saúde

Equidade

Princípio: assegura que a disponibilidade dos serviços de


saúde considere as diferenças entre os diversos grupos
de indivíduos.
O Sistema Único de Saúde

Universalidade Princípio

Acesso Universal aos Operacionalização


serviços

Eqüidade Conceito
O Sistema Único de Saúde

Eqüidade Igualdade

Tratar os
Justiça desiguais
desigualmente
O Sistema Único de Saúde

Eqüidade Igualdade

O reflexo da estratificação da sociedade, cuja característica é o fato dos


indivíduos, inseridos em relações sociais, terem chances diferentes de
realizar seus interesses materiais.
O Sistema Único de Saúde

Integralidade

Princípio: é a prática de saúde e sua relação com o


modelo assistencial. “cada pessoa é um todo
indivisível e integrante de uma comunidade”.
O Sistema Único de Saúde
Descentralização e
Comando Único
Participação
Popular
Universalidade
Eqüidade
Integralidade

Regionalização e
Hierarquização
Art. 7º → “As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o
Sistema Único de Saúde - SUS são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no artigo 198 da Constituição
Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência;
II - integralidade de assistência, entendida como um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e
curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral;
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie;
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e sua utilização pelo usuário;
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação
programática;
VIII - participação da comunidade;
IX - descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo:
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde;”
O Sistema Único de Saúde
Conselhos de Saúde
(nos 3 níveis)
Participação
Popular Governo
Usuários
Trabalhadores
da saúde
Prestadores

Conferências de Saúde
(nos 3 níveis)
DESCENTRALIZAÇÃO

Implica na transferência de poder de decisão sobre a política de saúde do nível


federal (MS) para os estados (SES) e municípios (SMS). Esta transferência ocorre a
partir da redefinição das funções e responsabilidades de cada nível de governo com
relação à condução político-administrativa do sistema de saúde em seu respectivo
território (nacional, estadual, municipal), coma transferência, concomitante, de
recursos financeiros, humanos e materiais para o controle das instâncias
governamentais correspondentes.
REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO

Os serviços devem organizados em níveis de complexidade tecnológica crescente, dispostos


numa área geográfica delimitada e com a definição da população a ser atendida.
Capacidade dos serviços em oferecer a uma determinada população todas as modalidades de
assistência, acesso a todo tipo de tecnologia disponível, possibilitando resolubilidade
(solução de seus problemas).

Regionalização: constituição de regiões de saúde considerando as características


semelhantes, a rede de atenção à saúde, características populacionais, situação de saúde,
indicadores e outros fatores objetivando a melhor gestão do sistema e favorecendo ações
mais localizadas para minimizar os problemas da comunidade.
Hierarquização:
estabelece a organização da rede de atenção à saúde em serviços de níveis
de complexidade: atenção primária, atenção secundária e atenção terciária
COMPLEMENTARIEDADE DO SETOR PRIVADO

A celebração de contrato, conforme as normas de direito público, ou seja, interesse público


prevalecendo sobre o particular;
A instituição privada deverá estar de acordo com os princípios básicos e normas técnicas do SUS.
Prevalecem, assim, os princípios, como se o serviço privado fosse público, uma vez que, quando
contratado, atua em nome deste;
Aintegração dos serviços privados deverá se dar na mesma lógica organizativa do SUS, em termos de
posição definida na rede regionalizada e hierarquizada dos serviços. Dessa forma, em cada região,
deverá estar claramente estabelecido, considerando-se os serviços públicos e privados contratados,
quem vai fazer o que, em que nível e em que lugar.

Dentre os serviços privados, devem ter preferência os serviços sem fins lucrativos ou
filantrópicos, para depois contratar o serviço privado de fato.
LEI FEDERAL 8142/90
Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único
de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de
recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências.
Cada esfera de governo deve contar com instâncias colegiadas com participação
da comunidade:
Conselho de Saúde é o órgão que vai fiscalizar a implementação e utilização dos
recursos de forma geral;
Conferências de Saúde é responsável pela formulação de novas propostas para o
Sistema Único de Saúde, que acontece a cada 4 anos.

Essa lei também trata a questão do financiamento do Sistema Único de Saúde.


Diz respeito à transferência regular e automática de recursos do Governo Federal para
Estados e Municípios e Distrito Federal.
PACTO PELA SAÚDE 2006
Nova proposta de organização do sistema, de uma gestão compartilhada e solidária
considerando as diferenças regionais, a organização de regiões sanitárias, de modo a
garantir um atendimento integral de qualidade ao indivíduo. Ele promove também
mecanismos de cogestão e planejamento regional, fortalece o controle social, e vem com
uma proposta de cooperação técnica entre os gestores.
Possui três dimensões:
Pacto pela vida diz respeito ao compromisso da prioridade do pacto com a saúde da
população;
Pacto em defesa do SUS com o seu fortalecimento, principalmente pelo controle social e a
garantia de recursos financeiros.
Pactode gestão do SUS define responsabilidades sanitárias para os gestores criando novos
espaços de cogestão.
DECRETO 7.508 DE 28 DE JUNHO DE 2011
Regulamenta a Lei 8.080 de 1990, traz novos termos e também resgata alguns já
existentes, dando a eles novas definições

O decreto dispõe sobre:


Mapa da saúde;
Região de saúde; Rede de atenção à saúde;
Contrato organizativo de ação pública; Serviços especiais de acesso aberto;
Protocolo clínico e diretriz terapêutica;
Portas de entrada;
Relação nacional de ações e serviços de saúde -
Comissões Intergestores; RENASES;
Relação Nacional de Medicamentos Essenciais -
RENAME
POR QUE SISTEMA ÚNICO?

Porque ele segue a mesma doutrina e os mesmos princípios organizativos em todo o


território nacional, sob a responsabilidade das três esferas autônomas de governo
federal, estadual e municipal. Assim, o SUS não é um serviço ou uma instituição, mas um
sistema que significa um conjunto de unidades, de serviços e ações que interagem para
um fim comum. Esses elementos integrantes do sistema, referem-se ao mesmo tempo, às
atividades de promoção, proteção e recuperação da saúde.

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