Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Ética e Sociedade
2ª edição revisada, ampliada e atualizada.
APRESENTAÇÃO 7
Graduação
A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA NA SOCIEDADE
11
A GLOBALIZAÇÃO E A ÉTICA
74
REFERÊNCIAS 126
Ética e Sociedade
Joaçaba 2015
© 2015 Editora Unoesc – Direitos desta edição reservados à Editora Unoesc
Rua Getúlio Vargas, 2125, Bairro Flor da Serra, CEP 89600-000 – Joaçaba, SC, Brasil
Fone: (49) 3551-2065 – Fax: (49) 3551-2000 – E-mail: editora@unoesc.edu.br
É proibida a reprodução desta obra, no todo ou em parte, sob quaisquer meios, sem a permissão expressa da Editora Unoesc.
E84
Ética e sociedade / Claudio Luiz Orço... [et al.]. – 2.
ed.rev.; ampl. e atual. – Joaçaba: Ed. Unoesc, 2015.
131 p. ; 30 cm. -- (Série Unoesc Virtual)
Bibliografia: 126-131 p.
ISBN
CDD 177
Reitor
Aristides Cimadon
Vice-reitores de Campi
Campus de Chapecó
Ricardo Antonio De Marco
Campus de São Miguel do Oeste
Vitor Carlos D’Agostini
Campus de Videira
Antonio Carlos de Souza
Campus de Xanxerê
Genesio Téo
Designer Instrucional
Greici Fernandes da Silva
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO........................................................................................................................................... 7
PLANO DE ENSINO-APRENDIZAGEM.................................................................................................8
REFERÊNCIAS..........................................................................................................................................126
Veja como aproveitar a sua apostila
APRESENTAÇÃO
Desejamos que você tenha muito sucesso neste componente curricular e em todo o curso.
Bons estudos!
PLANO DE
ENSINO-APRENDIZAGEM
Conceituação (ética x moral). Fundamentos históricos e filosóficos.
EMENTA
OBJETIVO GERAL
PLANO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
METODOLOGIA
O componente curricular será desenvolvido por meio do Portal de Ensino Unoesc,
que é a sala de aula virtual. As aulas serão acompanhadas por um grupo de profes-
sores que presta assistência metodológica e pedagógica para o desenvolvimento da
aprendizagem. Além disso, o Guia de Estudo serve para orientar o aprendizado por
meio de um diálogo, facilitando a compreensão dos conteúdos que serão trabalhados.
Ética e Sociedade 9
PLANO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
• As atividades avaliativas a distância denominadas AD terão peso 4,0;
CRONOGRAMA
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BOFF, Leonardo. Ethos mundial: um consenso mínimo entre os humanos. Rio de
Janeiro: Sextante, 2009.
SANDEL, Michael J. Justiça: o que é fazer a coisa certa. 6. ed. Rio de Janeiro: Civiliza-
ção Brasileira, 2012.
PLANO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
VALLS, Álvaro Luiz Monteiro. O que é ética. 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 2004.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
SUNG, Jung Mo; SILVA, Josué Cândido da. Conversando sobre ética e sociedade. 17.
ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2011.
PINSKY, Jaime; ELUF, Luiza Nagib. Brasileiro(a) é assim mesmo: cidadania e pre-
conceito. São Paulo: Contexto, 1993.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
ROTEIRO DE ESTUDO
Com o objetivo de alcançar o que está proposto a esta unidade, o conteúdo está
dividido nas seguintes seções:
Uma das capacidades mais requeridas pela sociedade atual é a de conviver com as diferenças,
sejam elas de ideias, comportamentos, atitudes, raças ou culturas.
Como nossa cultura ainda é muito individualista, precisamos de um longo caminho para nos
tornar mais éticos. É esse caminho que o convidamos a trilhar no componente curricular Ética
e Sociedade.
A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA NA SOCIEDADE
Então, vamos iniciar nossos estudos de Ética e Sociedade? Para isso, precisamos entender por
que se estuda a ética e em que momento surge a preocupação ética na sociedade. Inicialmen-
te, vamos falar daquilo que é o eixo central da ética: o reconhecimento do outro.
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
Quantas vezes você está desanimado, chateado, e ao conversar com outra pessoa
parece ficar mais leve e tranquilo?
Isso tudo nos ajuda a entender que o outro nos completa em nossos pensamentos e
ações.
Boff (2003a) leva-nos a perceber que sempre temos uma postura diante do outro:
Observe como a cultura e a moral de cada tempo determinam a forma como nos
relacionamos com os outros.
A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA NA SOCIEDADE
Você lembra do desenho do Pica-pau? Que ideias esse personagem transmite? Que
devemos obter sucesso a qualquer custo. E o Tio Patinhas? Para ele, ganhar dinhei-
ro é o mais importante.
A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA NA SOCIEDADE
O conhecimento científico que não leva a ética para dentro de sua área específica
corre o risco de desenvolver sérios prejuízos à sociedade e a todo o planeta Terra.
Os acontecimentos citados tiveram como causa principal a crença de que a ciência
possui poderes absolutos e é sempre fonte de verdade e de certeza.
Autoavaliação 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• COMPREENDER o que é ética e cidadania no contexto atual, percebendo diferentes implicações éticas e
morais nas condutas sociais;
• IDENTIFICAR a cultura e suas implicações no convívio social;
• PROPICIAR uma reflexão sobre as questões atuais que envolvem preconceitos, discriminação, violência
e valores.
ROTEIRO DE ESTUDO
Com o objetivo de alcançar o que está proposto a esta unidade, o conteúdo está dividido nas se-
guintes seções:
SEÇÃO 1 SEÇÃO 2
Ética e Cidadania A cultura, a moral
e a violência
SEÇÃO 3 SEÇÃO 4
Preconceito e discri- Os valores morais
minação: violência e a liberdade de
contra o outro dife- consciência
rente
Ética e Sociedade 25
Vamos lá?!
injusto perante as escolhas que temos que fazer, as quais podem afetar ou não as
situações cotidianas.
Situando a ética
Para Vasconcelos (2011, p. 199), “A ética, também vista como julgamento do ca-
ráter moral de uma pessoa, é aplicada em diversos setores da sociedade, entre os
quais, economia e política, assim como nas situações do dia a dia.” Assim, a ética,
desde os tempos remotos até hoje, é uma necessidade premente e está sempre
presente no cotidiano, pois em todas as nossas relações e atos, em algum grau,
utilizamos nossos valores de vivência ética. Assim, eles nos auxiliam e facilitam os
relacionamentos, porque os valores praticados para o bem nos fazem ver e sentir
que estamos avançando, progredindo em direção a um mundo melhor.
Em razão dos valores estabelecidos pela consciência do ser humano, a ética pode
ser entendida como objetiva e subjetiva. A primeira pressupõe que os valores são
constituídos individualmente, impossibilitando formas de colocar valores para os
outros, enquanto na segunda, os valores são válidos para todos os seres humanos,
tornando todos seus defensores.
haja um “contágio” que atinja a maioria. Deduz-se, dessa forma, que a formação de
valores passa pela formação cultural, que na maioria das vezes se baseia no senso
comum de um grupo.
Situando a moral
O ato moral tem consequências à medida que afeta não somente a pessoa que pra-
tica, mas também aqueles que a cercam e a própria sociedade. Então, para que um
ato seja considerado moral, ou seja, julgado como bom, deve ser livre, consciente,
intencional e solidário.
Situando a cidadania
Logo, cidadão é aquele que vive e participa da vida da cidade. Cabem, aqui, refle-
xões e análises sobre como viver na cidade, ter vida cidadã. Pode-se viver na cidade
como morador apenas, sem estar comprometido com ela, ocupando espaço apenas
para usufruir do que a cidade proporciona; ou então ser ativo, fiscalizar, tomar par-
te dos projetos, das decisões, enfim, da vida da cidade.
EXERCÍCIO DA CIDADANIA
deixa de votar não terá nenhuma autoridade em cobrar nada do governante que
está no poder, afinal, esse sujeito se omitiu do dever de participar do processo de
escolha de seu governante e, assim, com essa atitude, abriu mão também dos seus
direitos.
Deveres e direitos andam juntos no que diz respeito à cidadania. Não se pode que-
rer exigir um direito sem que antes tenha executado o dever a ser cumprido. É uma
via de mão dupla: seus direitos aumentam na mesma proporção de seus deveres
perante a sociedade.
A ética faz parte do nosso cotidiano, nossa vida familiar, educacional, profissional,
etc. Vamos refletir sobre a presença da violência na nossa sociedade, em alguns
espaços do nosso cotidiano: família, educação, trabalho e saúde pública.
Família
Análise da Organização
Se você já precisou sair de casa, está estudando fora ou moran-
do distante da família, deve sentir muita saudade e falta de um
aconchego; a família é vista como um lugar e espaço do bem.
Você lembra que iniciamos nossos estudos falando sobre a reflexão ética? Pois
bem, ela surge para questionarmos a moral e os costumes, mas estes estão no
nosso dia a dia, e o que é considerado normal pela tradição e pela cultura pode ser
fonte de violência contra as pessoas, ações antiéticas presentes na moral familiar.
A família, no mundo ocidental, é essencialmente patriarcal e, por conseguinte,
essa estrutura tem grande possibilidade de se tornar machista. Os papéis sociais,
Patriarcal:
definidos desde cedo, contribuem para que algumas pessoas se Na cultura
ocidental
tornem submissas às outras na estrutura familiar, como acontece patriarcal, o
ÉTICA, MORAL E CULTURA
pai é o chefe
com a menina que faz os serviços domésticos em relação ao me- de família.
nino que tem mais liberdade para buscar uma profissão; assim,
as relações de poder têm continuidade.
Educação
Muitas crianças, para ajudar a sustentar a casa, acabam deixando a escola, en-
quanto muitas outras, além de frequentar a escola regular, têm condições de fazer
cursos paralelos.
Trabalho
digno, muitos poderiam afirmar que foi predestinada e que é uma realidade social
à qual precisa se submeter.
Saúde Pública
ética: identificar e perceber a violência velada nos costumes e na moral das insti-
tuições, nesse caso, a saúde pública.
era semianimal, bruto e rebelde e exigia pulso forte por parte do dominador. Por resistir
ao trabalho escravo, o negro passa a ser avaliado por meio de estereótipos: é indolente,
malandro, cachaceiro. A dominação é justificada por considerar o negro inferior.
Estereó-
tipos: que
são vistos
todos de um Sabemos que o racismo é muito presente em nossa cultu-
mesmo modo ra. A reflexão ética nos convida a analisar como o racismo
de ser. está fundamentado na ignorância e na falta de racionali-
dade crítica.
Em nossa vida, quando seguimos o que é dito como correto pela cultura da socieda-
de em que vivemos, achamos que estamos no caminho certo. Sócrates nos pergun-
taria:
Autoavaliação 2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
ROTEIRO DE ESTUDO
Com o objetivo de alcançar o que está proposto a esta unidade, o conteúdo está dividido nas se-
guintes seções:
As questões éticas são, acima de tudo, questões filosóficas. Por isso, para construir-
mos uma reflexão ética, precisamos, antes de tudo, resgatar o papel e o conceito de
filosofia.
Chauí (2003, p. 23) discute a ideia de filosofia como a “[...] fundamentação teórica e
crítica dos conhecimentos e das práticas.”
É muito comum ouvirmos as expressões: “As coisas não mudam, sempre foi assim
e sempre será”, “Eu sou assim mesmo, é de minha natureza agir dessa forma.” Essas
expressões refletem a naturalização da realidade humana e social, que acarreta
uma considerável perda da capacidade de autorreflexão e de
problematização da sociedade e de nossos próprios pensamen-
tos; perdemos nossa capacidade crítica diante da realidade.
O PENSAMENTO FILOSÓFICO E A ÉTICA
na sua atuação na pólis (cidade). Para os gregos não era possível separar a discus-
são entre ética e política.
Outro elemento importante a ser considerado nas discussões sobre a ética entre
os gregos é o conceito de virtude, visto que ele é entendido como uma excelência
humana, um superlativo sobre alguma atividade. Desse modo, a virtude (areté)
designa qualidades morais, espirituais e até intelectuais dos indivíduos (JAEGER,
2003).
valores, as regras sociais são construções humanas. Isso podemos perceber na afir-
mação do filósofo Protágoras “o homem é a medida de todas as coisas”. Essa citação
indica que os sofistas apresentavam um relativismo ético, ou seja, não percebiam
valores éticos como eternos e absolutos.
b) A Ética Socrática
c) A Ética em Platão
com um certo cuidado, visto que as nossas experiências podem nos enganar, passar
uma visão errada do certo e do errado.
d) A Ética Aristotélica
O ser humano não deve ser visto apenas como um ser racional,
pois é determinado por impulsos, desejos, apetites. No entanto,
faz-se necessário um critério, um termo médio ou meio termo
para uma vida saudável e feliz. Assim, a virtude, por estar rela-
cionada a paixões e ações, deve considerar o meio termo entre
dois extremos. Para isso, faz-se necessária a capacidade de ava-
liar o que é bom por si mesmo, independente das condições que
privilegiam a satisfação dos prazeres.
Ética e Sociedade 57
e) A Ética Helenista
Nos séculos III e II a.C., a Grécia antiga passou para o domínio do imperador ro-
mano Alexandre Magno. As discussões inseparáveis entre ética e política passam
aos poucos a privilegiar mais as questões morais. A filosofia desse período passa
a destacar a vida interior do ser humano, as questões estão voltadas à questão do
bem viver, à vida privada. Nesse contexto, duas correntes ou doutrinas obtiveram
destaque: estoicismo e o epicurismo.
O epicurismo foi fundado pelo filósofo Epicuro de Samos no final do Século IV a.C.
Para o epicurismo, a ética deve buscar a finalidade da existência humana, ou seja,
a felicidade, que é consequente da satisfação do prazer. Todavia, não se trata de
um prazer esporádico e intenso, mas de obter o máximo de prazer e evitar a dor,
visto que a ausência de dor em relação a sensações que pertur-
bam a alma humana (ataraxia) e, também, em relação ao corpo
constituem uma forma de prazer, ou sumo prazer. Diante disso,
a razão pode possibilitar ao homem a sabedoria prática para
escolher entre os prazeres que não tragam perturbações para a
No século XVIII, os filósofos iluministas levantavam como lema “Sabere aude, tenha
coragem de fazer uso do próprio entendimento.” (KANT, 1995a, p. 481-482). Qual o
significado dessa expressão? Para entendermos devemos considerar o anseio mo-
dentro de um universo de seres que não são apenas guiados pelas leis da Natureza.
É justamente essa independência que os caracteriza como seres de vontade. Toda-
via, não temos ainda os elementos que determinam e servem de referência a uma
vontade moral.
jetivos, assumidos por ele como plenamente válidos no seu agir.” (BECKENKAMP,
1998, p. 27). Essa é a condição para sua validade prática.
Os princípios práticos indicam, segundo Kant (1980), o que é bom fazer ou deixar
de fazer. Nesse caso, o conceito bom pode se referir a um efeito esperado ou a algo
que é bom em si mesmo. Dessa forma, o princípio objetivo pode indicar a regra
necessária para uma ação ser bem sucedida em relação a determinado efeito, ou,
ainda, pode determinar uma possível ação como boa em si mesma. Não obstan-
te, a nossa vontade nem sempre considera o que a razão determina por meio de
representações; por vezes, é determinada por outras motivações, fazendo com que
o princípio objetivo passe a ser percebido na forma de obrigação. No entanto, “[...]
a representação de um princípio objetivo, enquanto obrigante para uma vontade,
chama-se mandamento (da razão), e a fórmula do mandamento
chama-se imperativo.” (KANT, 1980, p. 124).
como procedentes de uma motivação moral ou não, pois a moral trata do princípio
do querer.
Segundo Kant (1980), podemos demonstrar várias ações que são conformes à ideia
do dever, mas não estão subjetivamente motivadas por ele, mas por outros móbi-
les subjetivos. No exemplo do dever moral de não mentir, podemos encontrar na
conformidade da ação a motivação do indivíduo simplesmente pelo o que ordena a
lei ou por medo, ou ainda, em vista de uma vantagem pessoal. O ato moral é aque-
le que considera unicamente o que ordena a lei; do contrário, agimos segundo as
nossas inclinações. A fim de que uma ação seja considerada moral, não basta que
ela seja conforme a moralidade, mas que contemple um único princípio: a própria
lei moral.
A forma do imperativo categórico que tem em si o conceito de
universalidade é comparada, por analogia, com o conceito for-
mal da natureza, podendo ser enunciado da seguinte maneira:
“[...] age como se a máxima de tua ação se devesse tornar, pela
tua máxima em lei universal da natureza.” (KANT, 1980, p. 130).
O PENSAMENTO FILOSÓFICO E A ÉTICA
de fato, mas a uma ligação possível de seres racionais que, dada a sua natureza
racional, são um fim em si mesmos. Por ela, a moralidade passa a ser considerada
sob o conceito da autonomia da vontade, pela qual temos a exigência de considerar
o ser racional um legislador universal, estando ele submetido às suas próprias leis.
que o indivíduo é e o que poderá ser. Assim, a angústia promove o encontro do ser
humano com si mesmo, ou seja, a sua vida autêntica.
No entanto, o ser humano, na sua constituição como ser e como ser de relações,
detém muitas possibilidades. Entre elas, encontramos a aniquilação de todas as
demais possibilidades e projetos, ou seja, temos a consciência que o ser humano
é um ser para a morte. Essa consciência ou angústia é capaz de fazer com que o
ser humano venha superar as mesquinharias do cotidiano e se elevar ao autoco-
nhecimento. Assim, diante da morte somos levados a pensar e
a refletir sobre o que é realmente importante para a nosso ser
(MARÍAS, 2004).
A liberdade se define como atividade de escolha. O ser humano escolhe ao agir sobre
as circunstâncias sociais e históricas em que está inserido. Essa escolha é feita por
meio das ações, que revelam os nossos projetos individuais que estão implicados em
toda a humanidade. Visto que quando um indivíduo faz uma escolha individual, está
implicada nesta, a humanidade, ou seja, “[...] ao criar o homem que desejamos ser
criamos a imagem do homem como julgamos que deve ser.” (SARTRE, 1980, p. 6).
A ética é uma reflexão sobre a moral, por isso precisamos entender a construção da
moral na história. Todos os filósofos que adentraram no campo da ética começaram
suas discussões e reflexões indagando sobre o ser humano, sobre a origem do agir
humano e, ainda mais, sobre a relação desse agir com a sociedade. Os teóricos da
ética fundamentaram suas reflexões sobre a natureza social do homem.
Essa moral única para todos os membros da tribo é limitada pelo próprio âmbito
da coletividade: além dos limites da tribo, seus princípios e suas normas perdiam
sua validade; as outras tribos eram consideradas inimigas e, por isso, não lhes eram
aplicadas as normas e os princípios válidos no interior da comunidade. Na socieda-
de primitiva, há uma absorção do individual pelo coletivo, não havendo espaço para
uma autêntica decisão pessoal e, por conseguinte, uma responsabilidade pessoal.
A coletividade apresenta-se como um limite da moral, por isso uma moral pouco
desenvolvida, cujas normas e princípios são aceitos, sobretudo, pela força do costu-
me e da tradição. Observe que uma moral coletivista não contribui para o desenvol-
vimento da consciência ética; as pessoas cumpriam as regras porque as recebiam
da tradição, não porque tinham consciência desses valores e normas. O ser humano
somente tem valor se pertence à tribo; os membros de outras
tribos podiam ser mortos e escravizados, eram considerados
inferiores.
avançada.
Cada um confia nas suas próprias forças, desconfia dos demais, busca seu próprio
bem-estar, ainda que precise passar por cima dos outros. A sociedade converte-se
em um campo de batalha, em uma guerra de todos contra todos, tal é a moral indi-
vidualista e egoísta que corresponde às relações sociais burguesas.
Atualmente, a exploração do homem pelo homem não se faz mais por meio de
métodos brutais, mas o trabalho mecânico, repetitivo, submete milhões de pessoas
em razão da sobrevivência. O trabalho na sociedade capitalista é privado de criati-
vidade e de consciência; prolifera a ideia de pertencimento do operário à empresa,
sem incentivo à cooperação e à colaboração. O operário é um colaborador, e não
um trabalhador; a exploração, longe de aparecer, nada faz senão adotar formas
mais astuciosas para se manter como fonte de lucro. A moral construída no sistema
capitalista de produção ajuda a justificar e a reforçar os interes-
ses do sistema regido pela lei da produção. A moral burguesa
busca, então, regular as relações entre os indivíduos em uma
sociedade baseada na exploração do homem pelo homem. As
relações interpessoais são pautadas por valores econômicos;
O PENSAMENTO FILOSÓFICO E A ÉTICA
A atitude e o agir humano são objetos da ética, considerada a arte da reta condu-
ção da vida, que se ocupa com a garantia de temas universais, ou seja, com o que
todos desejam possuir: vida, liberdade, autonomia, consciência,
etc. Cabe a cada um se encaminhar para esse viver ético, inde-
pendente das ações dos outros – posso observar as ações do
outro, mas são as minhas ações que devo modificar; não posso
reprovar uma ação alheia, mas posso observar e não agir da
O PENSAMENTO FILOSÓFICO E A ÉTICA
Autoavaliação 3
1 Faça uma reflexão socrática (de acordo com Sócrates) sobre a so-
ciedade atual. Que indagações você faria sobre a sociedade atual?
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Autoavaliação 3
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
ROTEIRO DE ESTUDO
Com o objetivo de alcançar o que está proposto a esta unidade, o conteúdo está dividido nas se-
guintes seções:
SEÇÃO 1 SEÇÃO 2
“Querer é poder”: O fenômeno da
as consequências globalização
éticas desse modelo
de sociedade
SEÇÃO 3 SEÇÃO 4
O fundamentalis- O avanço tecnológico
mo da globalização e a ética
econômica
Ética e Sociedade 75
Um conceito que marca a nossa realidade é a globalização. Esse fenômeno está mo-
dificando a configuração cultural e a relação do homem com o outro e com o meio
em que vive. Esse será o tema de discussão desta Unidade.
A GLOBALIZAÇÃO E A ÉTICA
entre grupos e grupos e indivíduos e grupos.
A GLOBALIZAÇÃO E A ÉTICA
no Brasil eram, em sua maioria, imigrantes da zona rural, com
grandes famílias, pessoas de baixa escolaridade, baixa renda,
mulheres e negros. Entre 1980 e 2010, os excluídos são aqueles
nascidos nos grandes centros urbanos, excluídos do mundo do
trabalho e da cidadania. Após os anos 1980, a exclusão passa a
atingir, também, setores da antiga classe média brasileira.
como diria Bauman (2003) na atual sociedade tudo é muito fluído, muito efêmero,
tudo passa muito rápido, os processos sociais não são mais pensados para durarem
uma vida toda, pelo contrário. No campo econômico, os bens são produzidos com
tempo de vida curta, para serem substituídos por novos produtos. Não há mais
heróis para que a humanidade tenha referência, o que temos são celebridades no
campo artístico produzidas pela mídia com interesses de consumo. De acordo com
esse autor, esse momento chama-se modernidade líquida, tudo flui como água, seja
no campo dos relacionamentos e afetivo seja no campo econômico, o qual já está
resultando em um alto custo à humanidade.
A ligação entre esses quatro fatores demonstra que a revolução nas comunicações
favorece e permite a integração econômica; o fator econômico, por sua vez, tem
implicações no cenário e no relacionamento político; e o elemento político, em
última instância, está presidido por valores e princípios. A presença ou ausência de
valores éticos e princípios morais nas pessoas que comandam a política, a cultura,
a economia e as comunicações é fundamental para compreender a evolução da
humanidade e o processo de globalização em curso.
É importante perceber que o processo de globalização aparece
como uma continuidade das grandes conquistas realizadas pelas
principais potências mundiais. A aliança entre poder político,
econômico e meios de comunicação possibilitou, com maior
facilidade, a formação de monopólios. Isso tudo facilita o surgi-
mento de um único modelo de sociedade, de grupos financeiros
e de mídia.
A GLOBALIZAÇÃO E A ÉTICA
minar um modelo de sociedade que atende aos interesses do
individualismo e do consumismo, portanto, não se trata apenas
de globalização econômica, mas de um processo social.
Fonte: Davies, Luberas e Shorrocks (2013 apud CALIXTO, 2013). A GLOBALIZAÇÃO E A ÉTICA
Há um claro divisor de águas entre aqueles que defendem os aspectos positivos da inte-
gração econômica e aqueles que somente veem as mazelas do processo, que são conse-
quências, mesmo que por vezes involuntárias, da integração econômica mundial.
Surge aqui, segundo o autor, a construção de uma cultura capitalista, uma cosmo-
visão materialista, individualista e sem qualquer freio ético. Tal cultura provoca
certa homogeneização da sociedade: apenas um pensamento, apenas um modo
de produção (capitalista), apenas um tipo de mercado, apenas um tipo de religião
(cristianismo), apenas um tipo de música (rock), apenas um tipo de comida (fast
food), apenas um tipo de executivo, apenas um tipo de educação, apenas um tipo de
língua (inglês), etc. Boff (2003a) apresenta um questionamento ético para a globa-
lização, quando esta se torna uniforme e quando há a imposição
de um único modelo de vida para o Planeta.
A GLOBALIZAÇÃO E A ÉTICA
de pensar das pessoas, provocando o surgimento de grandes
questões éticas.
direto com outras pessoas, é como se a tecnologia fosse um “segundo ser”, por meio
dela é possível trabalhar, divertir-se, conversar e estabelecer relações afetivas. O
uso desenfreado da tecnologia está reconfigurando relações sociais e colocando em
desuso antigos hábitos e valores de uma humanidade inteira de milhões de anos.
A GLOBALIZAÇÃO E A ÉTICA
ocorrendo de modo simétrico no mundo. O mercado da indústria de
tecnologia está concentrado nos países industrializados. De acordo
com o European Information Technology Observatory (1998), a Eu-
ropa (30%), os Estados Unidos (35%) e o Japão (14%) concentram
79% do mercado mundial das tecnologias de comunicação e infor-
mação, restando aos outros países apenas 21% do mercado.
Autoavaliação 4
Estudo de caso
Leia com atenção o texto Promessa é dívida, de Denys Monteiro, e res-
ponda às questões.
A GLOBALIZAÇÃO E A ÉTICA
pectativa de ganhar a recompensa pelo bom desempenho. Uma grande
reunião é convocada e os números da “partida” são apresentados. O dis-
curso começa com um agradecimento pelo desempenho de todos e com-
prometimento de cada um nos últimos meses. Em seguida, iniciam-se as
surpresas: “Como vocês podem ver neste gráfico, apesar de as vendas na
região Sul estarem maiores, em compensação, as da região Norte ficaram
abaixo da expectativa e, com isso, houve uma pequena queda no resultado
global da companhia em relação ao esperado.” Surgem os primeiros olha-
res, incrédulos, e o “zumzumzum” percorre a sala. E o discurso continua:
“Graças às reduções de despesas que conseguimos, as margens por pro-
duto aumentaram num primeiro momento, mas, como grande parte dos
componentes são importados, a oscilação do dólar fez com que a margem
operacional diminuísse em aproximadamente 30%.” Alguns já começam a
entender o recado de que o juiz não viu a mesma partida de futebol que os
atletas jogaram.
Mais meia hora de gráficos, tabelas, justificativas, recomendações e surge
um novo desafio para o próximo semestre. Se atingido, pode recuperar os
resultados desse período e aí tudo volta à normalidade, com o crescimento
da empresa e da economia. Mas como essa foi apenas a “coletiva para a im-
prensa”, os funcionários aguardam ansiosos as suas avaliações individuais.
Afinal, todos tinham metas bem definidas e a confiança reina nos craques.
Os feedbacks começam. Aqueles que tiveram desempenho ruim recebem
pouco mais do que uma cobrança mais rígida e uma avaliação não muito
animadora para o próximo ano. Chega a hora dos confiantes e... e... Lá vem
o discurso de novo: “Pedro, você foi um líder durante todo o processo, sem
você não teríamos conseguido nem este resultado, as pessoas confiam em
você e no seu potencial. Na sua região, você superou os objetivos, inclusive.
Agora, com relação à promoção que eu havia lhe prometido... Não vou po-
88 Ética e Sociedade
Autoavaliação 4
der fazer ainda. Veja bem, não fique preocupado, é só até as coisas melhora-
rem. Eu não tenho como justificar para a matriz uma promoção e aumento
com este resultado ruim.”
Ainda há uma tentativa de argumentação, um início de discussão, que não
leva a nada, além de outras promessas ainda mais audaciosas: “Veja bem,
estou te preparando para o meu lugar, é preciso maturidade nesta hora.” E
dá-lhe blábláblá...
A frustração é imensa. Quantas horas de sono perdidas, viagens constantes,
o tempo que você não ficou com os seus amigos e filhos. Não existe coisa
pior no mundo corporativo do que prometer em vão. O tiro sai pela culatra,
o time perde a confiança em tudo o que vem pela frente. É preciso que os
gestores – e o papel do RH é fundamental na orientação de sua postura –
joguem limpo, conhecendo e esclarecendo a situação e as possibilidades da
empresa. Mencionar só ao final fatores dos quais ninguém tinha conheci-
mento (como a variação do dólar) é imperdoável.
Duas são as opções dos funcionários nessa hora: fazer uma nova aposta
para a próxima temporada ou colocar o currículo no mercado e sair em bus-
ca de novas oportunidades. Se a experiência ajuda a refletir, tenho visto a
segunda opção com mais frequência do que a primeira. Uma vez abalada, a
confiança, premissa indispensável entre funcionário e empregador, jamais
será a mesma.
Portanto, pense bem na importância de debater esse assunto com a cúpula
da empresa e com os responsáveis por equipes. Ajude sua empresa a evitar
surpresas desagradáveis, como a perda dos seus melhores talentos para a
concorrência.
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
A GLOBALIZAÇÃO E A ÉTICA
UNIDADE 5
OS CONFLITOS ÉTICOS
DA SOCIEDADE ATUAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
ROTEIRO DE ESTUDO
Com o objetivo de alcançar o que está proposto a esta unidade, o conteúdo está dividido nas se-
guintes seções:
SEÇÃO 4 SEÇÃO 5
A legitimação da Esperança ética
concentração de
renda e da corrup-
ção no Brasil
Ética e Sociedade 91
A falta de perspectiva
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
______________________________________________________________
A intolerância
A pena de morte
Por muitos anos, alguns países ou estados vêm adotando a pena de morte como
alternativa para a solução dos problemas sociais. Da forca até a cadeira elétrica,
vários instrumentos foram criados para eliminar as pessoas. No Brasil, muito se
discute sobre a adoção da pena de morte. As pessoas que refletem o senso comum
levantam essa bandeira, defendida por alguns parlamentares, como uma medida
redentora da situação caótica que vivemos em razão da violência urbana.
Ao trazer essa reflexão para o campo da ética, devemos formular uma nova ar-
gumentação, acompanhada de muitas perguntas: assumir a pena de morte como
forma de coibir a violação das normas elementares de uma
convivência social representa a solução para o problema? Em
que proporção ela não representaria a instituição da própria
violência? Tirar a vida do assassino não contraria a própria lei
que condena o assassinato como crime? A pena de morte inibiria
outros assassinatos? O assassino teria medo de ser morto? Quem
tem o direito de tirar a vida de alguém?
A engenharia genética
Nossas reflexões sobre a engenharia genética podem ser vistas no plano da bioéti-
ca, que “[...] estuda a moralidade da conduta humana na área das ciências da vida.”
(NALINI, 1999, p. 120).
por sua vez, e em conjunto com os demais seres, servem ao homem.” (MILARÉ;
COIMBRA, 2004, p. 11).
A Idade Média é o período conhecido por idade das trevas (mil anos de escuridão),
em que a luz (razão) estava impedida pela autoridade religiosa de ser cultivada.
Esse período se estende do século V ao XV. A Igreja exercia grande poder e domínio
sobre a organização social, ela utilizava as filosofias de Platão e Aristóteles (filóso-
fos gregos) para convertê-la ao cristianismo e como forma de manter seu domínio
sobre a sociedade por meio da submissão da razão para o fortalecimento da fé. De
acordo com Costa (2003, p. 7), “A Igreja Católica usava a razão (inicialmente pelos
ensinamentos de Platão, depois com os conhecimentos de Aristóteles) como forma
de manter seu poder e divulgar a fé.”
serem seguidos. Portanto, esse período rompe com o saber religioso e provoca uma
ruptura na concepção de um modelo de mundo Teocêntrico para Antropocêntrico,
que vai predominar na modernidade.
A ênfase não é mais sobre Deus, mas sobre o homem. Inicia-se o declive do poder
divino sobre o homem e a natureza e prospera o poder do homem sobre estes.
Com o Renascimento, inicia-se a ideia de que o homem é o senhor absoluto do
universo, estando em suas mãos a possibilidade de investigar as leis que organizam
o mundo, desvinculados do saber religioso. Tira-se Deus do centro e coloca-se o
homem.
Porém, o homem renascentista não se torna descrente de Deus, apenas muda sua
forma de pensar sobre o mundo e a natureza. A partir desse momento, o homem
adquire maior confiança na sua própria capacidade, que passa a
ser vista como ilimitada, vindo a criar novas formas de compre-
ensão sobre si e a natureza. Esse processo todo marca o Movi-
mento Racionalista, que enfatiza a razão para a produção do
conhecimento (RECCO; CATARIN; BANDOUK, 2000).
[...] passou a perceber que a Terra não é um local OS CONFLITOS ÉTICOS DA SOCIEDADE ATUAL
de passagem e sim o único mundo real existente.
Assim, além de encarar esse mundo como um lo-
cal prazeroso, houve também a necessidade de
conhecê-lo, através da natureza e dos fenômenos
naturais. Tal necessidade não tinha como objetivo
apenas saciar a curiosidade humana, ultrapassava
essa barreira e chegava ao âmbito instintivo da pre-
servação. Começava, então, a perceber a necessida-
de de compreender o mundo que o cercava e aon-
de estava inserido, para poder se preservar como
espécie e como indivíduo dentro dele. (GODINHO,
2012, p. 5).
o que marca uma ruptura entre o saber anterior com o saber produzido a partir
das ciências modernas. Três traços fundamentais são percebidos nesse momento,
o primeiro é a substituição do modelo geocêntrico pelo heliocêntrico. Outro traço
é que a experiência passou a ocupar papel fundamental na investigação das leis da
natureza, e, por último, a matematização do espaço, em que é possível ter certeza Modelo astro-
e rigor no processo de investigação científica. A partir desse momento, em razão nômico que
presumia que
da descoberta das ciências física, química e biológica, uma nova ideia sobre o ho- o Sol era o cen-
tro do universo
mem e a natureza é produzida. O homem dotado de razão tem poder de dominar e de que todos
os planetas
a natureza. Dessa forma, a natureza passa a ser vista como produto submetido aos giravam em
interesses humanos, ou seja, o homem acredita que tem poder sobre a natureza, torno dele. O
responsável
podendo dominá-la e transformá-la. Assim, vai se desenvolvendo a ideia de que o pelo heliocên-
trismo é Nico-
homem não é parte integrante da natureza e nem está em um lau Copérnico.
mesmo nível que a natureza, pelo contrário, o homem é superior
a ela. Esse pensamento ficou vigente desde esse momento até
metade do século XX, quando um novo conhecimento sobre a
natureza é produzido.
Todos os que não são racionais são vistos pelo homem como
seres sem vontade e sem liberdade, sendo concedido à natureza
um valor instrumental de servir ao homem em suas necessida-
des, à medida que o homem sentir vontade e necessidade de
agir sobre ela e manipulá-la para garantir sua existência.
Crise ambiental
[...] as interações do homem moderno com seu meio, munido pelo manan-
cial da ciência e da técnica, foram de tal forma incríveis que acabaram ge-
rando um potencial destrutivo de risco em larga escala em relação ao meio
ambiente natural. (MARQUES, 2004, p. 175).
A natureza passa a ser entendida como o meio ambiente Ethos, onde existe uma di-
versidade de sistemas ou ecossistemas que interagem interdependente entre si. Os
ecossistemas são conhecidos por animal, vegetal, mineral, microrganismos e, nessa
concepção, podemos incluir ecossistema humano.
Entende-se por ecossistema:
O não respeito ao outro é entendido aqui como uma ação que vem a comprometer
sua existência. Para tanto, há a emergência de uma sociedade mais humana, para a
qual, há a necessidade de uma consciência ecológica voltada à sustentabilidade.
E isso somente é possível com uma mudança de paradigmas, que implica uma nova
concepção de homem e de natureza a nível mundial, pois o paradigma antropocên-
trico fundou uma guerra entre homem e natureza, com a necessidade da destruição
de um destes, a pergunta que se faz é: Dessa guerra quem será dizimado, homem
ou natureza?
Para que o homem seja superior ao restante da natureza é necessário que o homem
assuma um comportamento de proteção para com a natureza e todos os que nela
residem, inclusive o próprio homem Rolla (2010). É preciso que o homem desen-
volva práticas de gestão da natureza, de transformação desta, de
forma que haja sempre a preocupação com as gerações que es-
tão por vir, que necessitam dos recursos naturais para a sobrevi-
vência, assim, ele estará cuidando e protegendo tanto a natureza
quanto a si próprio.
Feitas as devidas colocações das semelhanças entre ética e direitos humanos, agora
nos lançamos na difícil tarefa de conceituar e situar os direitos humanos em uma
análise crítica de sua efetivação. Podemos definir os direitos que pertencem ou de-
veriam pertencer a todos os seres humanos e dos quais nenhum indivíduo pode ser
despojado. Para começar, é bom lembrar que em 10 de dezembro de 2008 a Decla-
ração dos Direitos Humanos completou 60 anos. Mas, embora passado seis décadas
e mais de 30 artigos publicados, os direitos humanos ainda parecem um ideal utó-
pico a ser alcançado. Basta uma breve observação do cotidiano para verificarmos
que os direitos humanos são negados, desrespeitados por grande parte da popula-
ção, a começar pelo primeiro artigo da Declaração: “Todas as pessoas nascem livres
e iguais em dignidade e direito”, no entanto, a todo instante vemos o desrespeito e
a violação de tais direitos.
Estado, isto é, funciona como uma proteção do cidadão quando o Estado falha em
suas obrigações.
Os Direitos humanos são valores universais e inegociáveis, que visam o
respeito mútuo em detrimento dos privilégios restritos a determinados
grupos, por isso não devem ser pensados como benefícios particulares ou
privilégios de grupos elitizados. (SILVA, 2013, p. 179).
Os direitos são doravante protegidos (ou seja, são autênticos direitos posi-
tivos), mas valem somente no âmbito do Estado que os reconhece. Embora
se mantenha, nas fórmulas solenes, a distinção entre os direitos do homem
e direitos de cidadão, não são mais direitos do homem e sim apenas do cida-
dão, ou, pelo menos, são direitos do homem somente enquanto são direitos
do cidadão deste ou daquele Estado particular. (BOBBIO, 2004, p. 29).
O autor nos fornece duas contribuições importantes para entender os direitos hu-
manos: a formalização dos direitos humanos por meio da lei e, consequentemente,
a proteção desses direitos pelo Estado e a passagem do conceito
de homem para cidadão. Os direitos de segunda geração, ao con-
siderarem o conceito de cidadão, afirmam que todos os indivídu-
os pertencentes a um Estado são portadores de direitos. Vejamos
que ao afirmar os direitos de segunda geração não significa o
abandono dos diretos civis, ao contrário, significa uma evolução
e garantias de novos direitos. Segundo Bobbio (2004), a segunda
geração de direitos humanos ocorreu com a passagem do reco-
nhecimento dos direitos apenas civis para o reconhecimento dos
direitos políticos, até a concessão do sufrágio universal masculi-
no e feminino, a passagem que representou a transformação do
Estado Liberal em Estado democrático.
tos sociais foi motivada pelas atrocidades da Segunda Guerra Mundial. Logo após o
conflito que vitimou milhares de pessoas, especialmente judeus, de forma bárbara,
os Estados membros da ONU assinaram a Declaração Universal dos Direitos Huma-
nos (1948) que se tornou um marco na luta pela efetivação dos direitos humanos.
A partir de 1948, a proteção dos direitos humanos deixou de ser apenas dos Esta-
dos e passou a ser de interesse internacional. A comunidade internacional passou a
observar e acompanhar os Estados, a fim de garantir que eles não violem os diretos
humanos definidos internacionalmente. É sabido que muitos governos autoritários
podem se converter em grandes violadores dos direitos de seus próprios cidadãos.
determinada época. Isso não nega o caráter de abertura para o novo e a conquista
de novos direitos.
Para entender a presença prática dos direitos humanos no cotidiano basta realizar
uma breve reflexão. Percebemos a presença dos direitos humanos na liberdade de
expressar publicamente sua opinião em um blog ou jornal contrário ao governo,
quando uma pessoa ingressa uma ação no judiciário e exige da prefeitura os medi-
camentos necessários ao tratamento de certa doença, quando participa de manifes-
tações políticas, ou quando participa de movimentos sociais. Em todos esses casos
e em muitos outros o indivíduo está usufruindo dos direitos
humanos. Segundo Aranha (2013, p. 235):
exclusão social promovida por questões relacionadas à cor de pele. Embora o IBGE
(2010) tenha constatado que somando os indivíduos que se declaram negros e par-
dos sejam 50% da população, ainda sofrem com as dificuldades para acessar aos
direitos sociais. A situação fica pior quando pensamos nos indígenas que, na maio-
ria das vezes, ficam marginalizados dos processos sociais, não participam assidua-
mente da política e têm dificuldades de acessar o sistema de ensino. Infelizmente, a
educação no Brasil é ainda tratada como privilégio e não como direito.
Uma terceira questão refere-se à fome. A Constituição de 1988, por exemplo, define
“[...] o acesso à alimentação como um direito humano.” São belas as palavras con-
tidas na Constituição, pena que ainda não se fazem valer plenamente na sociedade
brasileira. Estima-se que 14 milhões de brasileiros vivam em situação de insegu-
rança alimentar, isto é, não têm nenhuma garantia de que farão
três refeições diárias em qualidade e quantidade suficientes
(BOMENY, 2013).
“O sucesso não é para todos”, “Se fulano é rico, foi por seu próprio mérito”; essas
expressões indicam-nos que a desigualdade de renda e a concentração de riqueza
são vistas como algo natural no Brasil.
Segundo Pochmann (2004 apud FUTEMA, 2004), o Brasil é um dos países mais
desiguais do mundo, o número de ricos no país dobrou de 1980 a 2000. Em 2000,
existia 1.162 milhão de famílias ricas no país, o correspondente a 2,4% da popu-
lação brasileira, 20 anos antes, havia 507 mil famílias ricas, 1,8% da população na
matar a avó pela quinta vez para justificar a ausência a uma prova na escola, mas o
jeitinho é, também, pedir a um médico amigo para atender uma pessoa carente ou
para fazer uma cirurgia pela Previdência; é o revezamento dos vizinhos para socor-
rer uma pessoa doente; é conseguir um emprego para um pai desempregado.
Claro que não podemos condenar essa cultura do jeitinho, pois nem todo jeito é
negativo. Para o autor, a inventividade e a criatividade são algumas das facetas mais
relevantes do lado positivo do jeito. Inventar e criar são habilidades do brasileiro
na sua capacidade de adaptação a situações inesperadas, como a falta de dinheiro.
O jeitinho busca encontrar uma solução possível para uma situ-
ação que a princípio seria impossível. Rega (2004) cita o caso do
operário que “cobre” o outro em seu turno enquanto aquele par-
ticipa de um curso no supletivo para ganhar o tempo perdido.
Em uma ocasião, um adolescente entregou-me sua agenda para que lesse alguns
poemas que ele havia feito. Li-os, cuidadosamente; tratavam da realidade de nosso
país. Ao final de um deles, havia uma frase, cuja autoria o adolescente ignorava:
A reflexão ética na universidade não tem outra função senão a de provocar em nós a
necessidade de construção de um novo projeto de vida. O século XXI exige que mu-
demos as concepções de felicidade e realização pessoal, até então assentadas em um
plano individual, para um plano social e comunitário. Em nossa sociedade, não cabe
mais o desejo de escolher uma profissão para ficarmos ricos e desfrutarmos indivi-
dualmente de todos os prazeres oferecidos pelo progresso econômico e tecnológico.
Os desafios éticos deste século exigem de nós o despertar de uma nova inteligência,
a inteligência social. A modernidade, como já vimos, legou-nos uma racionalidade
egocêntrica, centrada na ideologia em que “querer é poder”.
Precisamos, urgentemente, substituir essa racionalidade pela
lógica da sensibilidade, da alteridade e da solidariedade. A
sociedade em que vivemos precisa fazer parte de nossas vidas e
não mais ser somente o lugar no qual buscamos realizar nossos
sonhos individuais. O outro precisa ocupar maior espaço nas
nossas decisões e nas nossas escolhas.
vivemos.
alguém que olha o mundo na sua totalidade, além de sua realidade individual, ou
poderíamos dizer além de seu “próprio umbigo”.
Autoavaliação 5
Autoavaliação 5
Aborto
Uma jovem descobre que está grávida. Sente que seu corpo e seu
espírito ainda não estão preparados para a gravidez. Sabe que seu
parceiro, mesmo que deseje apoiá-la, é tão jovem e despreparado
quanto ela e que ambos não terão como se responsabilizar plena-
mente pela gestação, pelo parto e pela criação de um filho. Estão de-
sorientados e não sabem se poderão contar com o auxílio de suas
famílias (se as tiverem).
Se ela for apenas estudante, terá de deixar a escola para trabalhar,
a fim de pagar o parto e arcar com as despesas da criança. Sua vida
e seu futuro mudarão para sempre. Se trabalha, sabe que perderá
o emprego, porque vive em uma sociedade em que os patrões dis-
criminam as mulheres grávidas, sobretudo as solteiras. Receia não
contar com os amigos. Ao mesmo tempo, deseja a criança, sonha com
ela, mas teme lhe dar uma vida de miséria e ser injusta com quem
não pediu para nascer. Pode fazer um aborto? Deve fazê-lo?
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
Autoavaliação 5
______________________________________________________________________________________
ÁREA
AHLERT,PROJECTO. Definição
Alvori. Ética de Multiculturalidade.
e os Direitos Humanos: princípios2011.
educacionais
Disponívelpara
em:uma
<http://multi-
socieda-
______________________________________________________________________________________
democrática. Revista Crítica de Ciencias Sociales y Jurídicas, Madrid: Universidad
culturalidadeap12d.blogspot.com.br/2011/02/definicao-de-multiculturalidade.html>.
de Acesso
______________________________________________________________________________________
Complutense
em: 20 fev. 2014.
de Madrid, v. 11, n. 2, p. 120-133, jun./dez. 2007. Disponível em: <http://
pendientedemigracion.ucm.es/info/nomadas/>. Acesso em: 30 ago. 2014.
______________________________________________________________________________________
ARONOVICH, Lola. Minhas reflexões no dia da consciência negra. Escreva Lola Escreva,
ALBUQUERQUE
2013. DisponívelJunior, Durval Muniz de. Bicho Solto: natureza, espaços e história na
em: <http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2013/11/minhas-refle-
transição
xoes-no-dia-de-consciencia.html>.
da modernidade para a pós-modernidade.
Acesso em: 18 fev.CCHLA/UFRN.
2014. 2005. Disponível em:
<http://www.cchla.ufrn.br/ppgh/docentes/durval/artigos/segunda_remessa/bicho_sol-
2 No DO
BLOG sistema
to.pdf>. Acesso
COLÉGIO de KUARUP.
em: controle
21 de estoque
jul. 2014.
Disponível em: pelo máximo-mínimo, cite as princi-
<http://colegiokuarup.wordpress.com/
about/>. Acesso em: 18 fev. 2014.
pais variáveis que devem ser controladas e apuradas.
ANTUNES, Paulo de Bessa. Dano ambiental: uma abordagem conceitual. Rio de Janeiro:
CHAUÍ, Marilena.
Lumem Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000.
Júris, 2002.
______________________________________________________________________________________
ARANHA,
CUNHA, Josueldo.
Maria Lúcia
Índios
de do
Arruda;
Brasil:MARTINS,
cultura indígena
Maria Helena
e história. Professor
Pires. Filosofando:
Josueldo Cunha,
introdução
______________________________________________________________________________________
à2011.
Filosofia.
Disponível
2. ed. São
em:Paulo:
<http://josueldocunha.blogspot.com.br/2011/06/historia-do-bra-
Moderna, 1992.
______________________________________________________________________________________
sil-culura-indigena.html>. Acesso em: 12 fev. 2014.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução
______________________________________________________________________________________
à filosofia.
FACHIN, Patricia.
São Paulo:
Bartolomé
Moderna,de Las
2000.
Casas: protetor dos indígenas. Revista do Instituto
Humanitas Unisinos, 2009. Disponível em: <http://www.ihuonline.unisinos.br/index.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando:
php?option=com_content&view=article&id=2800&secao=307>. Acesso em: 30introdução
jan. 2014.
à Filosofia. 5. ed. São Paulo: Moderna, 2013.
FONTES, Carlos. Tolerância: em torno de um conceito. Navegando na filosofia, [20--].
Disponível em: Ética
ARISTÓTELES. Nesta unidadeTradução
a Nicômaco. você estudou
Pietro sobre
<http://afilosofia.no.sapo.pt/tolerancia.htm>. o Acesso
Nassetti. controle
em:de
São Paulo: 10 fev. 2014.
Martin Claret,
2002.
estoques, de armazenagem e transporte nos almo-
JACOBSEN, Gabriel. AL debate hoje declarações polêmicas de deputados gaúchos. Correio
ARISTÓTELES. Osxarifados
do Povo, Porto Alegre,pensadores. e os principais
2014. Política.
São Paulo:
Disponível
Novamodais
em: de1996.
Cultural, transporte.
<http://www.correiodopovo.com.br/
noticias/?noticia=518774>. Acesso em: 26 fev. 2014.
ARISTÓTELES. Metafísica. Tradução Vicenzo Cocco. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
JOHNSON, Ryan; JOHNSON, Ryan. HowStuffWorks - Como funcionam os aborígines. Uol,
2008. SociedadePolítica.
ARISTÓTELES. Tradução
e Cultura. Mário
Disponível em:da<http://pessoas.hsw.uol.com.br/aborigenes1.
Gama Kury. 2. ed. Brasília, DF: EdUnb, 1998.
htm>. Acesso em: 20 fev. 2014.
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Tradução Plínio Dentzien. Rio de Janeiro:
Zahar,
MARQUES 2003.PENA, Fernando. Democracia, direitos humanos e globalização. Espaço Aca-
dêmico, ano 6, n. 63, set. 2006. Disponível em: <http://www.espacoacademico.com.
br/064/64pena.htm>.
BECKENKAMP, Acesso
Joãozinho. Imperativos ou razão e felicidade em Kant. In: Dissertativo.
em: 6 fev. 2014.
Revista de Filosofia da UFPEL, Pelotas, n. 7, p. 25-54, 1998.
NOGUEIRA, Tânia. Os idiomas ameaçados. Época, n. 431, 29 ago. 2006. Disponível em:
BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
<http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG75091-6014-431,00.html>. Acesso
em: 29 jan. 2014.
BOBBIO, Norberto; BOVERO, Michelangelo. Teoria geral da política: a filosofia política e a
lição dos clássicos.
OS AFRICANOS. Cultura
Rio depopular,
Janeiro: Campus, 2000. em:
2010. Disponível
< http://culturapopular2.blogspot.com.br/2010/03/os-africanos.html>. Acesso em: 26 jan.
2014. Leonardo. Como nasce a ética? LeonardoBOFF.com, Rio de Janeiro 2003a. Disponí-
BOFF,
vel em: <http://www.leonardoboff.com.br>. Acesso em: 05 jul. 2006.
RODRIGUES, Thales. Vídeo: briga de torcidas no jogo Atlética-PR x Vasco. Diário Anápolis,
BOFF,
8 dez. Leonardo.
2013. Geral. Ecologia,
Disponívelmundialização e espiritualidade: a emergência de um novo
em: <http://www.diarioanapolis.com/GERAL/VIDEO-BRI-
paradigma. 3. ed. São Paulo: Ática, 1999.
GA-DE-TORCIDAS-JOGO-ATLETICO-PR-X-VASCO/>. Acesso em: 3 fev. 2014.
BOMENY, Helena (Org). Tempos modernos, tempo de sociologia. 2. ed. São Paulo: Edito-
ra do Brasil, 2013.
BOUDOUX, Gustavo. Ética no Serviço Público. Espaço Heber Vieira, cursos para concur-
sos, Recife. Disponível em: <http://www.espacohebervieira.com.br/documentos/inss/
GustavoBoudoux-Apostila%20EticaDoINSS.pdf>. Acesso em: 25 fev. 2014.
CALIXTO, Dodô. Mapa da desigualdade em 2013: 0,7% da população detêm 41% da ri-
queza mundial. Operamundi, out. 2013. Disponível em: <http://operamundi.uol.com.br/
conteudo/reportagens/31831/mapa+da+desigualdade+em+2013+07%25+da+populacao
+detem+41%25+da+riqueza+mundial.shtml>. Acesso em: 20 nov. 2014.
COMPARATO, Fábio Konder. A afirmação histórica dos direitos humanos. 8. ed. São
Paulo: Saraiva, 2013.
COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. 2. ed. São Paulo: Moderna,
2003.
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: ser, saber e fazer. São Paulo: Saraiva, 1993.
HABERMAS, Jürgen. A inclusão do outro: estudos de teoria política. São Paulo: Loyola,
2007.
HUMBERG, Mário Ernesto. Ética na política e na empresa: 12 anos de reflexão. São Pau-
lo: CLA, 2002.
JEAGER, Werner. Paidéia: a formação do homem grego. Tradução Artur Parreira. São Pau-
lo: Martins Fontes, 2003.
KANT, Immanuel. A Paz Perpétua. In: KANT, Immanuel. A Paz Perpétua e outros Opúscu-
los. São Paulo: Edições 70, 1995c.
KANT, Immanuel. Crítica da faculdade do juízo. Tradução Valério Rohden e Antônio Mar-
ques. Rio de Janeiro: Forense, 1993.
KANT, Immanuel. Crítica da razão prática. Tradução Artur Morão. Lisboa: Edições 70,
1995b.
KANT, Immanuel. Ideia de uma história universal com um propósito cosmopolita. In:
KANT, Immanuel. A Paz Perpétua e outros Opúsculos. São Paulo: Edições 70, 1995d.
KANT, Immanuel. La metafíscia de los Costumes. Tradução Adela Cortina Ortos y Jesús
Conill Sancho. Madrid: Tecnos, 1999.
KANT, Immanuel. Resposta à pergunta o que é Iluminismo. In: A Paz Perpétua e outros
Opúsculos. São Paulo: Edições 70, 1995a.
KANT, Immanuel. Sobre a Expressão corrente: isto pode ser correto na teoria, mas nada
vale na prática. In: KANT, Immanuel. A Paz Perpétua e outros Opúsculos. São Paulo:
Edições 70, 1995e.
LIMA, Roberto Kant de. Antropologia e direitos humanos. Niterói: EDUFF, 2003.
LOCKE, John. Dois tratados sobre o governo. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
MAIS de um terço da população mundial está conectado à internet. Globo.com, out. 2012.
Disponível em: <http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2012/10/mais-de-um-terco-da-
-populacao-mundial-esta-conectada-internet.html>. Acesso em: 18 nov. 2014.
MARÍAS, Julián. História da Filosofia. Tradução Claudia Berliner. São Paulo: Martins
fontes, 2004.
MARQUES, Angélica Bauer. Estado de direito ambiental: tendências, aspectos constitucio-
nais e diagnósticos. In. FERREIRA, Helini Silvini; MORATO, José Rubens (Org.). A cidada-
nia ambiental e a construção do estado de direito do meio ambiente. Rio de janeiro:
Forense Universitária, 2004.
MONTEIRO, Denys. Promessa é dívida. Comunidade RH, São Paulo. Disponível em:
<http://carreiras.empregos.com.br/comunidades/rh/artigos/221101-promessa_denys.
shtm>. Acesso em: 13 jul. 2006.
NALINI, José Renato. Ética geral e profissional. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 1999.
NASCIMENTO, Milton Meira do; NASCIMENTO, Maria das Graças L. Iluminismo: a revolu-
ção das luzes. São Paulo: Ática, 2002.
NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Genealogia da Moral. São Paulo: Nova Cultural, 1991.
OLIVEIRA, Ana Luíza Matos de. Exclusão social e desigualdade regional: desafios brasi-
leiros. Revista Teoria e Debate, edição 129, out. 2014. Disponível em: <http://www.te-
oriaedebate.org.br/estantes/livros/atlas-da-exclusao-social-no-brasil-dez-anos-depois>.
Acesso em: 16 dez. 2014.
POCHMANN, Márcio; AMORIN, Ricardo (Org.). Atlas da Exclusão Social no Brasil. São
Paulo: Cortez, 2003.
RECCO, Claudio Barbosa; CATARIN, Cristiano Rodrigo; BANDOUK, Gabriel Luiz. Renasci-
mento Cultural. 2000. Disponível em: <http://www.historianet.com.br/conteudo/de-
fault.aspx?codigo=191>. Acesso em: 20 jul. 2014.
REGA, Lourenço S. Como dar um jeito no jeitinho brasileiro. Teologia Brasileira. São
Paulo: 22 jul. 2004. Disponível em: <http://www.teologiabrasileira.com.br/Materia.
asp?MateriaID=65>. Acesso em: 25 jul. 2006.
RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO. Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento. Brasília, DF, 1999. Disponível em: <http://www.pnud.org.br/rdh/
rdh99/index.php>. Acesso em: 06 jul. 2006.
RODRIGUES, Carla; SOUZA, Herbert de. Ética e cidadania. São Paulo: Moderna, 1994.
ROHDEN, Valério. O humano e racional na Ética. Revista Studia Kantiana, Rio de Janeiro,
n. 1, p. 307-322, 1998.
RULLI, Jorge. La Pobreza de los Argentinos. Eco Portal.net, 2005. Disponível em: <http://
www.ecoportal.net/content/view/full/53439>. Acesso em: 14 dez. 2006.
SANTOS, Mario Ferreira dos. Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed. São
Paulo: Matese, 1965.
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência uni-
versal. 6. ed. São Paulo: Record, 2001.
SOARES, Maria Victória Benevides. Cidadania e Direitos Humanos. In: CARVALHO, José Sér-
gio (Org.). Educação, cidadania e direitos humanos. Petrópolis: Vozes, 2004.
STRECK, Lenio Luiz; MORAIS, José Luis Bolzan de. Ciência Política e Teoria Geral do
Estado. 7. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2010.
TUGENDHAT, Ernst. Lições sobre Ética. Tradução Ernildo Stein. Petrópolis: Vozes, 1996.
VASCONCELOS, Ana. Manual compacto de filosofia. 2. ed. São Paulo: Editora Rideel,
2011.
VÁSQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética. 12. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1990.
Universidade do Oeste de Santa Catarina
www.unoesc.edu.br/virtual
Campus de Videira
Rua Paese, 198, Bairro Universitário
CEP: 89560-000
Campus de Joaçaba Fone: (49) 3533-4400
Rua Getúlio Vargas, 2125, Bairro Flor da Serra
CEP: 89600-000 Campus de Xanxerê
Fone: (49) 3551-2000 Rua Dirceu Giordani, 696, Bairro Universitário
CEP: 89820-000
Campus de São Miguel do Oeste Fone: (49) 3441-7000
Rua Oiapoc, 211, Bairro Agostini
CEP: 89900-000 Campus de Chapecó
Fone: (49) 3631-1000 Rua Av. Nereu Nereu Ramos, 3777-D, Bairro Seminário
CEP 89813-000
Fone: (49) 3319-2600