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1. Introdução
A ciência é uma atividade essencialmente desenvolvida pelo ser humano que
procura entender a natureza por meio de teorias adequadas. Ainda que a natureza continue
existindo e funcionando independente das teorias científicas, o homem utiliza tais teorias
para avançar seus conhecimentos que possibilitam tomar decisões e agir corretamente.
A ciência é o produto da evolução mental-emocional-social da humanidade sendo,
pois, um fenômeno acumulativo natural. A ciência como conhecimento acumulado,
depende de codificações e símbolos associados às representações orais ou visuais de
comunicações (ação comum para entender, explicar e manejar a realidade), dando origem à
linguagem e representação gráfica. "As representações incorporam-se à realidade como
artefatos, da mesma maneira que os mitos e símbolos, sem necessidade de recurso à
codificação, também se incorporam à realidade, porém como mentefatos. Assim a realidade
é permanentemente transformada pela incorporação de factos (ambos artefatos e
mentefactos) e eventos, os primeiros pela ação direta, consciente ou subconsciente,
individual ou coletiva, do homem, e os segundos por conjunções que constituem o que se
convencionou chamar história" (D'Ambrósio, [1]).
A matemática e a lógica, ciências essencialmente formais, tratam de entes ideais,
abstratos ou interpretados, existentes apenas na mente humana no nível cultural --
constroem os próprios objetos de estudo embora boa parte das idéias matemática seja
originadas de abstrações de situações empíricas (naturais ou sociais). Tais idéias, quando
trabalhadas, enveredam-se pelo caminho do estético e do abstrato, e quanto mais se afastam
da situação de origem, maior é o "perigo" de que venham a se tornar um amontoado de
detalhes tão complexos quanto pouco significativos fora do campo da matemática.
Com exceção das ciências físicas, que foram valorizadas e evoluíram respaldadas
por teorias formuladas com o auxílio da matemática, as outras ciências factuais (biologia,
química, psicologia, economia etc.), via de regra, usavam apenas a linguagem comum para
exprimir as idéias, o que geralmente resultava em falta de clareza e imprecisão. A
matemática vinha em auxílio destas ciências apenas na análise superficial dos resultados de
pesquisas empíricas. Fazia-se uso tão somente de algumas ferramentas da estatística,
indicativa evidente de um disfarce da falta de conceitos adequados de uma matemática mais
substancial.
A ciência contemporânea, entretanto, é fruto de experiências planificadas e
auxiliadas por teorias sujeitas à evolução. A consistência de uma teoria ou sua própria
validação tem sido dependente, muitas vezes, da linguagem matemática que a envolve --
"Toda teoria específica é, na verdade, um modelo matemático de um pedaço da realidade"
(Bunge, [2]).
Quando se propõe analisar um fato ou uma situação real cientificamente, isto é, com
o propósito de substituir a visão ingênua desta realidade por uma atitude crítica e mais
abrangente, deve-se procurar uma linguagem adequada que facilite e racionalize o
pensamento. O objetivo fundamental do "uso" de matemática é de fato extrair a parte
essencial da situação-problema e formalizá-la em um contexto abstrato onde o pensamento
possa ser absorvido com uma extraordinária economia de linguagem. Desta forma, a
matemática pode ser vista como um instrumento intelectual capaz de sintetizar idéias
concebidas em situações empíricas que estão quase sempre camufladas num emaranhado de
variáveis de menor importância.
O crescimento científico pode se dar em superfície, expandindo por acumulação,
generalizalação e sistematização (processo baconiano) ou então em profundidade com a
introdução de novas idéias que interpretam as informações disponíveis (processo
newtoniano). A aplicação correta da matemática nas ciências factuais deve aliar de maneira
equilibrada a abstração e a formalização, não perdendo de vista a fonte que originou tal
processo. Este procedimento construtivo conduz ao que se convencionou chamar de
Matemática Aplicada, e teve seu início declarado (nas ciências não-físicas) no começo
deste século, ganhando força após a segunda guerra mundial com o interesse marcado pelo
aprofundamento das pesquisas na busca da teorização em campos mais diversos.
Quando o interesse é apenas o poder de previsão, uma macroteoria pode ser
suficiente, enquanto que um aprofundamento do fenômeno necessita de maiores
conhecimentos sobre o funcionamento das "microvariáveis".
O método científico passou a ser constituído da mistura de audácia especulativa
com a exigente comparação empírica, e as teorias obtidas passaram a constituir sistemas de
afirmações com os quais se pode inferir outras afirmações, quase sempre com ajuda da
matemática ou da lógica.
A unificação e esclarecimento de toda ciência, ou de todo conhecimento foi
preconizado pelo método da razão, vislumbrado no sonho de Descartes e transmitido no seu
célebre "Discurso sobre o método de bem conduzir a razão na busca da verdade", de 1637.
A busca do conhecimento científico, em qualquer campo, deve consistir,
essencialmente, em:
1) aceitar somente aquilo que seja tão claro em nossa mente, que exclua qualquer
dúvida;
2) dividir os grandes problemas em problemas menores;
3) argumentar, partindo do simples para o complexo;
4) verificar o resultado final.
Duas gerações mais tarde, Liebnitz se referia à "characterística universalis" -- o
sonho de um método universal, pelo qual todos os problemas humanos, fossem científicos,
legais ou políticos, pudessem ser tratados racional e sistematicamente, através de uma
computação lógica (vide Davis-Hersh, 1988 [3]).
Nas pesquisas científicas, a matemática passou a funcionar como agente unificador
de um mundo racionalizado, sendo o instrumento indispensável para a formulação das
teorias fenomenológicas fundamentais, devido, principalmente, ao seu poder de síntese e de
generalização.
O reconhecimento de uma teoria científica passou a ter como condição necessária o
fato de poder ser expressa em uma linguagem matemática -- A própria matemática teve
uma evolução substancial, neste século, em decorrência também da falta de uma
matemática disponível ou adequada para descrever todos os fenômenos observados.
Pode-se dizer que as ciências naturais como Física, a Astrofísica e a Química já
estejam amplamente matematizadas em seus aspectos teóricos. As ciências biológicas,
apoiadas inicialmente nos paradigmas da Física como as leis de conservação, e nas
analogias conseqüentes foram ficando cada vez mais matematizadas. Nesta área, a
Matemática tem servido de base para modelar os mecanismos que controlam a dinâmica de
populações, a epidemiologia, a ecologia, a neurologia, a genética e os processos
fisiológicos.
Não se pode dizer que a modelagem matemática nas ciências sociais já tenha
conseguido o mesmo efeito, comparável em exatidão, com o que se obteve nas teorias
físicas, no entanto, a simples interpretação de dados estatísticos tem servido, por exemplo,
para direcionar estratégias de ação nos meios comerciais e políticos. A Economia utiliza um
forte aparato matemático para estabelecer as teorias da concorrência, dos ciclos e
equilíbrios de mercado.
O advento dos computadores digitais favoreceu o desenvolvimento e a aplicação da
matemática em quase todos os campos do conhecimento -- até mesmo na arte, na música,
na lingüística ou nos dogmas intocáveis da religião.
Não queremos dizer que todo "fenômeno" possa ser matematizado ou convertido
numa forma que permita que seja processado em um computador. Esforços na tentativa de
modelar matematicamente a vida interior do indivíduo (amor, sonho, ciúmes, inveja,
desejo, saudade, etc.) têm tido, por enquanto, alguns poucos resultados significativos como
os modelos topológicos apresentados por Lacan para expressar tendências do
comportamento humano.
"O indivíduo, ao mesmo tempo que observa a realidade, a partir dela e através da
produção de novas idéias (mentefatos) e de objetos concretos (artefatos), exerce uma ação
na realidade como um todo" (D'Ambrósio, [16]).
O mais conveniente, a nosso ver, seria a unificação dos cursos de graduação de
Matemática onde o ensino poderia ser desenvolvido de maneira equilibrada com teoria e
prática se alternando para uma melhor compreensão e motivação dos alunos.
Por enquanto podemos dizer que a modelação tem sido aplicada com algum êxito
em diversos tipos de situações: em cursos regulares, isto é, com programas pré-
estabelecidos, em treinamento e aperfeiçoamento de professores de Matemática, em
programas de reciclagem de adultos, em cursos de serviço, como disciplina do curso de
licenciatura e em programas de Iniciação Científica.
4. Modelação Matemática
De modo geral, o ensino relativo a uma determinada ciência segue a mesma
trajetória que orienta o desenvolvimento e a pesquisa desta ciência. A Matemática não foge
a regra; ao contrário, os procedimentos que têm direcionado a educação matemática
parecem refletir os pressupostos/valores que orientam a ação do matemático-pesquisador -
a descontextualização, por exemplo, é uma marca forte no âmbito da pesquisa em
Matemática assim como da prática em Educação Matemática.
Na verdade, a produção matemática tem ocorrido de modo supostamente
desvinculado de um contexto sócio-cultural-político e com pouca preocupação em tornar-se
utilitária ou mais bem definida em suas metas - o que, de certo modo, diferencia a
Matemática de outras Ciências. De fato, tal produção apresenta-se como fruto exclusivo da
mente humana, resultando numa linguagem que almeja essencialmente elegância e rigor.
A tentativa de analisar a impregnação entre as condutas que orientam a pesquisa em
matemática e a educação matemática, conduz naturalmente a duas questões: Como
entendemos o que tem se dado, em geral, no âmbito da construção de conhecimento
matemático - quais os modelos cognitivos/epistemológicos que orientam essa construção?
Não seria justamente da falta de aprofundamento nos referidos modelos, da parte dos
matemáticos e educadores matemáticos, que decorrem muitos dos problemas em educação
matemática?
Naturalmente, a tentativa em retratar, de modo reflexivo, os princípios
epistemológicos que orientam a pesquisa em Matemática, procurando responder às
questões acima, é uma maneira de abrir uma discussão entre os que se dedicam à educação
matemática e os pesquisadores desta ciência. Pode parecer a primeira vista que não deva
existir uma distinção entre os dois tipos de atividades citadas, entretanto, como atuação
podem ser consideradas completamente diferenciadas.
De fato, grande parte dos matemáticos profissionais, consciente talvez de que a
maior parte da sua produção científica é incompreensível para alguém não iniciado, tem
como interesse imediato, o rigor estrito e o formalismo das estruturas, critérios que, por sua
vez, têm sido tomados, como primordiais para qualificar a pesquisa em matemática.
Na verdade, grande parte do conhecimento matemático tem sido construído somente
dentro do terreno da matemática, a partir da ação de um profissional que em geral não
formula questões como: "para que serve isso?". Este sentimento de auto-suficiência, no
campo da matemática, tem sido decididamente apontado neste século e seus defensores -
intitulados puristas - em geral, não estão preocupados com utilização externa de seus
conhecimentos e consideram a matemática aplicada uma produção inferior e deselegante.
A matemática considerada pura segue a tendência formalista, a qual consiste
somente de axiomas, definições e teoremas encaixados e estruturados de maneira
consistente, num crescente caudal de generalizações. Neste contexto, as fórmulas são
obtidas por meio de mecanismos lógico-dedutivo, sem objetivo significativo fora do terreno
no qual foram criadas - isto é, fora do terreno da Matemática. Dentro desta ótica de
construção ou descoberta de fatos matemáticos, duas correntes principais podem ser
destacadas, os formalistas e os platonistas.
De algum modo, em contraposição aos formalistas, os platonistas afirmam que os
objetos matemáticos existem independentemente do nosso conhecimento sobre eles. Tal
tendência também combate as atitudes intelectuais que buscam o conhecimento de práticas
e de experiências sensoriais ou intuitivas. Na verdade, os platonistas afirmam que o
matemático não inventa coisa alguma, mas sim descobre as coisas já existentes,
apreendendo-as essencialmente pela via da razão.
De qualquer modo, o problema de interpretações contrárias entre as correntes
formalistas e o platonistas, quanto à existência e apreensão dos fatos matemáticos, não
interfere sobre os princípios do raciocínio propulsor da evolução da Matemática. As duas
posturas encaminham posições puristas e tiveram, historicamente, grande influência no
desenvolvimento da pesquisa em matemática - conseqüentemente, atuaram como
referencial no ensino desta ciência.
A doutrina do purismo, em geral, de estilo formalista, penetrou gradualmente na
prática da educação matemática, atingindo os níveis mais elementares de ensino como no
caso da estrutura denominada, de modo ufanista e pomposo, matemática moderna -
conceitos relativos à teoria dos conjuntos, por exemplo, fizeram parte do programa de
ensino para todas as crianças de idade pré-escolar.
No entanto, boa parte da gênese das idéias matemáticas é fruto de abstrações de
situações empíricas, que seguem, posteriormente, a busca da alternativa estética e, quanto
mais tais idéias são aprofundadas e/ou generalizadas, mais se afastam da situação de
origem, acumulando detalhes cada vez mais complexos e menos significativos para aqueles
que estão fora deste campo de estudo. Na verdade, a Matemática dita pura constrói ou
descobre objetos de estudo próprios, tratando-os como entes ideais, abstratos/interpretados,
existentes/criados apenas na mente humana, isto é, construídos de modo conceitual.
Todavia, apesar da reflexão acima - pouco otimista no que se refere a possibilidade
de uma relação harmoniosa com o conhecimento matemático - é natural reconhecer que a
Matemática, devido talvez ao seu potencial de generalidade e poder de síntese, passou a
funcionar como agente unificador de um mundo racionalizado e tem se colocado como um
instrumento, cada vez mais indispensável, para a construção de teorias que emergem de
outros campos de estudo - tudo isto, independentemente dos interesses imediatos de seus
criadores.
É natural reconhecer, nos últimos anos, que a orientação formalista, principal
responsável pela formação de cunho elitista do matemático, vem sendo questionada - novas
tendências estão ganhando terreno. Segundo D'Ambrosio ([1]), "os programas de pesquisa,
no sentido lakatosiano, vem crescendo, em repercussão, mostrando-se uma alternativa
válida para um programa de ação pedagógica". No que se refere à aplicabilidade da
Matemática, D'Ambrosio se manifesta, explicando que não se trata simplesmente de
tendência:
"Este caráter surpreendente de aplicabilidade da Matemática tem
sido uma constante do seu desenvolvimento. Uma das razões parece ser
que o desenvolvimento da Matemática não se processa de uma maneira
isolada, mas recebe influências freqüentes das próprias mudanças que
ela ajudou a realizar".
Sem dúvida, há outras interpretações/reflexões à respeito da aplicabilidade,
como as de Do Carmo ([17]):
"O que existe é uma interação de progressos teóricos e aplicados
formando uma imensa rede de influências mútuas que se torna difícil de
decidir o que é mais importante: se o desejo puro de entender, ou a
necessidade prática de aplicar".
No que se refere a utilidade, reconhecemos que uma coisa é considerada útil quando
tem a capacidade de satisfazer de algum modo, uma necessidade humana - desta forma a
utilidade depende essencialmente do usuário.
A questão da utilidade, no caso da Matemática, tem sido discutida de modo bastante
abrangente, levando em conta elementos estéticos, científicos, comerciais, psicológicos,
entre outros. Porém, tal abrangência é reconhecida apenas parcialmente pelos profissionais
da Matemática dita pura. Para o matemático purista, um conceito matemático é considerado
útil quando pode ser aplicado/associado em alguma parte da própria pesquisa. Na verdade,
não seria razoável esperar que a expectativa de utilidade, por parte do matemático puro, se
estendesse para outras áreas do terreno matemático pois, dado o vasto crescimento da
Matemática em seus meandros de sub-áreas, é impossível atualmente, qualquer que seja o
matemático, ter um bom conhecimento das pesquisas realizadas em outras áreas, ou seja,
fora do seu campo estrito de atuação. Neste sentido, poderíamos afirmar que a maior parte
do que se tem feito em Matemática não é utilizada pela grande maioria dos próprios
matemáticos. "No fim da década dos 40, von Neumann estimou que um matemático hábil
poderia saber, essencialmente, 10% do que estaria disponível (...)Uma classificação mais
detalhada mostraria que a literatura matemática está subdividida em mais de 3000
categorias (...) Na maioria destas categorias, cria-se matemática nova a uma velocidade
constantemente crescente, tanto em profundidade quanto em extensão". ([3])
Vale ressaltar que não estamos aqui desconsiderando a importância da matemática
pura ou que toda teoria construída de modo dedutivo, no estilo formalista, deva ser de
alguma maneira aplicável - Na verdade, como já mencionamos, um bom pesquisador
deveria ter um bom conhecimento de matemática, pelo menos para organizar seus
conhecimentos através de uma linguagem universal. O que podemos afirmar, de modo
geral, é que a evolução no campo da matemática e em várias outras áreas do conhecimento,
auxiliada em grande parte pela informática, propiciou o destaque do matemático aplicado
atual.
A matemática aplicada é essencialmente inter-disciplinar e sua atividade consiste
em tornar aplicável alguma estrutura matemática fora do seu campo estrito; a modelagem,
por sua vez, é um instrumento indispensável da matemática aplicada. A construção
matemática pode ser entendida, neste contexto, como uma atividade em busca de sintetizar
idéias concebidas a partir de situações empíricas que estão quase sempre, escondidas em
num emaranhado de variáveis. Fazer matemática, nesta perspectiva, é aliar, de maneira
equilibrada, a abstração e a formalização não perdendo de vista a fonte originária do
processo. Desse modo, numa retomada aos fundamentos, o caminho tomado pela
matemática aplicada, em especial pela modelagem matemática, se aproxima da concepção
platônica no que se refere à construção do conhecimento, pois é como se o modelo já
estivesse lá, em algum lugar da Matemática. Vale aqui, então, antecipar uma discussão do
ponto de vista pedagógico: o desafio do professor, que toma o caminho da modelagem
como método de ensino, é ajudar o aluno a compreender, construindo relações matemáticas
significativas, cada etapa do processo.
Se um modelo é inadequado para atingir determinados objetivos, é natural tentar
caminhos que permitem construir outro melhor ou, então, analisá-lo, de modo comparativo,
tomando como referência um outro já existente. O modelo nunca encerra uma verdade
definitiva, pois é sempre uma aproximação conveniente da realidade analisada e, portanto,
sujeito a mudanças - este processo dinâmico de busca a modelos adequados, como
protótipos de determinadas entidades, é o que se convencionou chamar de Modelagem
Matemática - vale ressaltar que uma ação pedagógica, eficiente, tem sido realizada por
meio deste mesmo caminho ([18]).
A modelagem matemática, concentrada no desenvolvimento e análise de modelos,
tônica da pesquisa contemporânea, passou a ser uma arte em si mesma. Na verdade, muito
do que já se produziu em matemática tem sido re-direcionado para a construção de modelos
e teorias emergentes, procurando justificar-se a partir de aplicações - é o caso da teoria
fuzzy , teoria do caos e bifurcações , teoria dos fractais, entre outras.
Naturalmente, ao privilegiar um ensino voltado para os interesses e necessidades da
comunidade, precisamos considerar o estudante como um participante, especialmente ativo,
do desenvolvimento de cada conteúdo e do curso como um todo - o que não tem sido
proposta da prática tradicional, principalmente em nosso país. O fato é que as escolas, em
particular as universidades, possuem um ensino que ainda funciona no sistema de auto-
transmissão, no qual as pessoas passam em exames e ensinam outras a passar em exames,
onde os modelos matemáticos são estáticos mesmo quando representam o movimento.
Como salientou C.E. Vasco ([21]), na conferência de encerramento do XI CIAEM, em
Blumenau:
"La pregunta es si las matemáticas que todos, incluidos los
matemáticos puros, necesitamos en nuestro desempeño profesional,
ciudadano y personal, no son esas matemáticas puras, estáticas y
majestuosas, sino más bien las matemáticas dinámicas y fluidas de una
tradición ahora desvalorizada en la que se manejan e inventan modelos
mentales y se ejercita el pensamiento variacional".
5. Referências