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FICHA CATALOGRÁFICA
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
PROGRAMAÇÃO GERAL
Manhã Manhã
Conferências Conferências
estadual”
Tarde Tarde
Promulgada pela lei municipal 14.225/2013, a Escola do Legislativo da
Câmara Municipal de Curitiba teve sua regulamentação aprovada em 19 de maio
de 2015, sendo a terceira do estado do Paraná e a 116º escola legislativa
implantada no Brasil. Seis meses depois, foram definidos o Regimento Interno e o
Projeto Político‐Pedagógico, bem como determinada a composição da diretoria,
que passou a contar com Antonio Torrens na direção, Amanda Moreno na
coordenação pedagógica e Cristina Fonseca de Jesus como secretária.
Ainda de acordo com os termos da resolução aprovada em maio de 2015, a
Escola é subordinada à Mesa Executiva da Câmara Municipal de Curitiba e sua
estrutura é dividida em Colegiado Escolar, Direção, Coordenadoria de Cursos,
Coordenadoria Administrativa e Secretaria. O documento estipula que a Escola
deve desenvolver de forma permanente programas de capacitação profissional;
capacitação de agentes políticos; programas em parceria com instituições de
ensino; programas motivacionais; programas de valorização social e humana e
programas de formação política.
Entre os objetivos da escola, estão o de proporcionar aos servidores da
Câmara treinamento e suporte para a elaboração legislativa e para o exercício das
atividades profissionais inerentes à Casa; possibilidade de complementação dos
estudos; oferecimento de conhecimentos básicos aos servidores para que
desempenhem suas funções; qualificação dos servidores e, atividades de suporte
técnico‐administrativo; desenvolvimento de programas de ensino com o objetivo
de integrar a Câmara à sociedade; estímulo à pesquisa técnico acadêmica, com
ênfase às atividades desenvolvidas pela Câmara; realização de convênios com
outros entes estatais, entidades de classe, instituições de ensino (universidades,
faculdades e cursos técnicos); pesquisa sobre a memória política da Câmara
Municipal de Curitiba; informação e capacitação da comunidade sobre temas
pertinentes ao Poder Legislativo; desenvolvimento de ações motivacionais;
desenvolvimento de atividades voltadas aos servidores em estágio probatório;
desenvolvimento de atividades para servidores em vias de se aposentar e a
valorização dos servidores por meio de atividades que promovam o bem estar e a
qualidade de vida.
O fomento às pesquisas em torno da memória política de Curitiba sempre
esteve, portanto, entre os principais objetivos da escola. Foi com esse espírito
que a entidade buscou parcerias com a Universidade Federal do Paraná (UFPR),
a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e o Centro Universitário
Internacional (Uninter), e promoveu a conferência Memória Política de Curitiba,
evento gratuito e aberto à população que contou com palestras de
pesquisadores sobre temas que foram da (não) comemoração do feriado da
consciência negra em Curitiba até a atuação política das vereadoras de Curitiba
nesta última legislatura (2013‐2016).
Que as parcerias se consolidem e novas conferências sejam realizadas.
Este é o objetivo da Escola do Legislativo da Câmara Municipal de Curitiba.
Edições já publicadas:
Coletânea de 2015
Coletânea de 2016
Sumário
Os estudos sobre a História do Paraná nos últimos 20 anos
Ricardo Costa de Oliveira ......................................................................................... 1
A conexão entre política e família na Câmara de Vereadores de Curitiba,
Paraná, no século XIX
Alessandro Cavassin Alves ......................................................................................... 6
Grupo de trabalho: COMPOSIÇÃO DO LEGISLATIVO
Mônica Helena Harrich Silva Goulart ................................................................... 30
Presidentes da Câmara Municipal de Curitiba (1947‐1964): capitais
políticos e familiares
Natália Cristina Granato ............................................................................................. 36
Por que Curitiba esqueceu Ernesto Guaita?
João Cândido Martins de Oliveira Santos ............................................................ 53
O 20 de Novembro: a construção do feriado na Câmara Municipal de
Curitiba
Marco Aurélio Barbosa ............................................................................................... 85
Mulheres e Política na Região Metropolitana de Curitiba‐Pinhais
Gloria Estevinho ........................................................................................................... 113
Empresários do transporte público na Câmara Municipal de Curitiba
Fernando Marcelino Pereira ................................................................................... 137
A atuação política das vereadoras na Câmara Municipal de Curitiba‐ CMC
(2013‐2015)
Geissa Franco, Maiane Bitencourt e Jussara Cardoso .................................. 150
A trajetória eleitoral dos partidos em Curitiba: um estudo sobre as
coligações proporcionais (1992‐2016)
Romer Mottinha Santos ............................................................................................ 165
A regulamentação dos serviços de água e esgoto no século XIX: uma
abordagem sobre o desempenho institucional da Câmara Municipal de
Curitiba (1871‐1900)
Marcus Roberto de Oliveira .................................................................................... 189
Pág. 01 Memória Política de Curitiba
As famílias possuem a sua origem social, a sua história, a sua genealogia, os seus
sobrenomes, as suas biografias e prosopografias. Na história de cada família
encontramos as suas formas de existência material, as suas relações sociais de
produção, a relação com as forças produtivas, as suas trajetórias sociais, o tipo de
status social, o locus e a posição de classe na estrutura social. Formas de trabalho,
propriedades e patrimônios familiares, rendas, valores, culturas e identidades podem
ser investigados.
Pág. 03 Memória Política de Curitiba
REFERÊNCIAS
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Pág. 05 Memória Política de Curitiba
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do Estado‐Nação. 1ed.Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 2003, v. 1, p. 419‐
442.
Pág. 06 Memória Política de Curitiba
Alessandro Cavassin Alves2
Resumo: Vereadores e juízes de paz no Império brasileiro formavam parte do poder político
local, com a característica de serem escolhidos por eleições regulares, de maneira geral a cada
quatro anos, pós 1828. Este trabalho possui como tema, portanto, apresentar quem foram estes
políticos locais eleitos na cidade de Curitiba, capital do Paraná, entre 1856 a 1889, num total de
71 vereadores e 24 juízes de paz. A metodologia utilizada para obter estas informações foi a
leitura de jornais da época, documentos oficiais, como os relatórios dos Presidentes da
Província do Paraná, as listas de votantes qualificados, as leis brasileiras referentes às Câmaras
municipais e às eleições, além da “Genealogia paranaense”, de Francisco Negrão e “O silêncio
dos vencedores”, de Ricardo Costa de Oliveira. Como resultado aponta‐se para a conexão entre
política e família na Câmara de vereadores de Curitiba e que, as mesmas famílias continuaram
atuando na política municipal e estadual ao longo do século XX, agora sob o regime republicano.
Palavras‐Chave: Poder local; Família; Política;
2 Alessandro Cavassin Alves, Doutor em Sociologia pela UFPR, Professor na Faculdade São
Basílio Magno (FASBAM); no Centro Universitário Campos de Andrade e Secretaria de Estado da
Educação (SEED PR). E‐mail: alessandrocavassin@gmail.com
Pág. 07 Memória Política de Curitiba
INTRODUÇÃO
A “vida política” do Império brasileiro, em relação ao poder local,
dividia territorialmente suas províncias com cidades, vilas e freguesias, que
elegiam seus vereadores e juízes de paz, tendo as paróquias e seus párocos
como parte integrante desta organização. Pós 1824, as eleições passaram a ser
necessárias e frequentes e, como se verá adiante, bastante disputadas pelos
seus “clãs eleitorais”, organizados a partir de “clãs parentais”, como diria
Oliveira Viana3.
Em relação ao processo eleitoral e o poder local, de acordo com a Lei
das Câmaras Municipais de 01/10/1828, as eleições eram obrigatórias, com
multa ao votante que não comparecesse sem justificativa. Os votantes eram
anualmente cadastrados pelas juntas de qualificação, de acordo com sua renda,
formando as listas de votantes qualificados. E quanto ao papel das Câmaras
municipais, eram elas de caráter administrativo.
Neste sentido, sob este contexto histórico institucional, este trabalho
visa entender quem foram os políticos eleitos para as vagas de vereadores e
juízes de paz da cidade de Curitiba, capital da nova província do Paraná4, entre
1856 a 1889, tendo como referência a idade deles, suas atividades profissionais,
o partido político e suas respectivas esposas. E como se verá ao longo do texto,
tornar‐se vereador em Curitiba exigia do indivíduo estar associado a uma
3 Sobre “clãs eleitorais” e “clãs parentais”, conferir a reflexão de Oliveira VIANA (1987).
4 Com a emancipação política do Paraná em 1853, Curitiba foi escolhida como a capital da nova
província. Era uma pequena cidade em 1853, com 6791 habitantes, sendo 678 escravos
(PARANÁ, 1854).
Pág. 08 Memória Política de Curitiba
5 Por família tradicional considera‐se aquela que há muito tempo reside em Curitiba e região, e
com destaque econômico por possuírem fazendas, comércio, indústria de erva‐mate, madeira,
tropas de gado e mulas, e com profissões como funcionário público, advogado, médico, padre,
engenheiro, militar e professor.
Pág. 09 Memória Política de Curitiba
públicas
5. Joaquim Lourenço de Sá 954 33 Funcionário Liberal Solteiro
Ribas, Capitão público
6. Manoel [José] de Freitas 930 32 Funcionário Liberal Ilecta da Silva [Electa
Saldanha, Tenente público, Maria Caetano], em
Negociante 1846
7. Floriano Berlintes de 882 49 Funcionário Liberal Francisca de Paula
Castro, Tenente Coronel público, Alves, falecida em 1864;
Negociante 2ª núpcias com Maria
da Conceição Saldanha
8. Bento Florêncio Munhoz, 846 30 Industrial Conservador Maria do Céo Taborda
Major erva‐mate, Ribas
Negociante
9. Antonio Ricardo Lustosa 821 31 Funcionário Conservador Gabriella Franco
de Andrade, Tenente público
Coronel
Seguem os suplentes ‐
JUÍZES DE PAZ – Curitiba Votos Idade Profissão Partido Esposa / Ano
casamento
1. João Baptista Brandão de 542 41 Professor Liberal Theolinda Affonso
Proença, Capitão [Maria Theolinda de
Jesus]
2. Manoel Gonçalves de 533 56 Fazendeiro, Conservador Maria Rosa de Moraes
Moraes Roseira, Negociante Roseira
Comendador
3. Manoel Antonio Ferreira, 523 51 Fazendeiro, Liberal, Florinda Maurícia de Sá
Tenente Coronel Obras chefe Ribas, em 1832
públicas
4. Francisco Antonio 448 33 Negociante Liberal Rita Maria Miró,
Nóbrega, Capitão falecida em 1856; 2ª
núpcias, com
Escolástica Silveira
Miró de Miranda, em
1857
Seguem suplentes ‐
Fonte: O Dezenove de Dezembro, 17/09/1856 (para o resultado eleitoral); Lista de Votantes
qualificados de Curitiba, 1855 e 1861 (idade e profissão); NEGRÃO, 1926, 1927, 1928, 1929,
1946, 1950 (para as demais informações).
Pág. 10 Memória Política de Curitiba
Ignácio José Moraes, Francisco Borges de Macedo, Floriano Berlintes de Castro, Vicente Ferreira
da Luz, Benedicto Enéas de Paula, Tobias Pinto Rebello, João Silveira de Miranda, Antonio
Ricardo Lustosa de Andrade, Padre João de Abreu Sá Sotto Maior e Bento Florêncio Munhoz. Era
juiz de paz Manoel de Oliveira Franco (Dezenove de Dezembro, 1855 e 1856).
7 A Lei geral de 01/10/1828, art. 23, restringia o voto para pessoas da mesma família: “Não
podem servir de Vereadores conjuntamente no mesmo ano, e na mesma cidade, ou vila: pai, e
filho, irmão, ou cunhados, enquanto durar o cunhadio, devendo, no caso de serem nomeados,
preferir o que tiver maior número de votos”.
Pág. 11 Memória Política de Curitiba
Capitão Balthazar Carrasco dos Reis, que se mudou com toda sua família para
Curitiba onde faleceu em 1697 com testamento. A genealogia dessa família está
disponível em: http://www.buratto.org/paulistana/Carrascos.htm. Acesso em
19/11/2015. Conferir, também, a Genealogia Paranaense de Francisco NEGRÃO
(1927).
Enfim, esta foi uma Câmara com as principais lideranças do partido
Liberal, agremiação política bastante forte no sul do Brasil, da qual pode‐se
dizer ser um grande “clã parental”, liderado pelos tropeiros da família do Dr.
Jesuino Marcondes de Oliveira e Sá, e pela família dos Sá Ribas em Curitiba; mas
com a presença de três políticos Conservadores, liderados por Manoel de
Oliveira Franco, em Curitiba, proveniente de uma dissidência dentro da própria
família Sá Ribas; no campo das profissões, destacou‐se a predominância de
negociantes e funcionários públicos, demonstrando a importância deles
ocuparem este cargo público. Quanto às mulheres, o exemplo de Gabriella
Franco, irmã de Manoel de Oliveira Franco (presidente da mesa receptora de
votos desta eleição e juiz de paz), casada com Antonio Ricardo Lustosa de
Andrade, juntando as famílias do português João Gonçalves Franco (pai de
Gabriella e Manoel) e que foi juiz ordinário em Curitiba, com a tradicional
família Lustosa de Andrade; outro exemplo seria Florinda Maurícia de Sá Ribas,
irmã do vereador Joaquim Lourenço de Sá Ribas, casada com Manoel Antonio
Ferreira, juiz de paz; e Escolástica Joaquina de Sá Ribas, irmã de Florinda e
Joaquim, casada com o próprio Manoel de Oliveira Franco, mas que por
desavenças em 1841 acabaram representando o partido conservador em
Curitiba (ALVES, 2015, p.54).
A próxima eleição municipal aconteceu quatro anos depois, no dia
07/09/1860, num período em que os Conservadores estavam no poder político
no Rio de Janeiro. E Curitiba demonstra ser mesmo um reduto dos Liberais,
Pág. 12 Memória Política de Curitiba
Negociante
Suplentes ‐
JUIZES DE PAZ – Curitiba Votos Idade Profissão Partido Esposa / Ano
casamento
1. João Baptista Brandão de 836 Reeleito – Liberal
Proença
2. Tiburcio Borges de Macedo 799 Reeleito – Liberal
3. Ildefonso Marques dos Santos 691 31 Negociante Liberal Solteiro
4. Antonio Augusto Ferreira de 596 20 Negociante Liberal Porcina Margarida de
Moura Oliveira Borges,
falecida em 1884; 2ª
núpcias com Brasília
Gonçalves;
Seguem os suplentes ‐
Fonte: Dezenove de Dezembro, 14/09/1864 (para o resultado eleitoral); Lista de Votantes
qualificados de Curitiba, 1855 e 1861 (idade e profissão); NEGRÃO, 1926, 1927, 1928, 1929,
1946, 1950 (para as demais informações).
Na Câmara de Curitiba os Liberais continuaram a predominar; as
profissões dominantes continuam a ser a de funcionários públicos e
negociantes; em relação às famílias, destaca‐se a família Ferreira de Moura e
Marques dos Santos.
O português Dr. Augusto Lobo de Moura chega em Curitiba em 1836, casa
com Julia de Andrade, de tradicional família Lustosa de Andrade, e seus filhos
também se casam com as tradicionais famílias paranaenses, como o capitão
Antonio Augusto Ferreira de Moura, casado com Porcina Margarida de Oliveira
Borges; já os Marques dos Santos são descendentes do português Miguel
Marques dos Santos, falecido em 1848 e de Generosa Luciana de Chaves,
falecida em Curitiba, em 22/07/1879. Generosa Luciana de Chaves é filha de
Maria Bandeira de Jesus e do capitão Luciano José de Chaves (NEGRÃO, 1926,
p.586). Isto os aproxima da mãe de outro importante político Benedicto Enéas
de Paula, filho de Francisca Luciana Chaves, provável irmã de Generosa Luciana
de Chaves. Elas são descendentes de Baltazar Carrasco dos Reis que faleceu em
Curitiba em 1697, com testamento.
E a segunda metade da década de 1860 no Brasil passou a ser bastante
intensa, principalmente devido ao acontecimento da Guerra do Paraguai (1864‐
Pág. 15 Memória Política de Curitiba
8 “Por decreto n.º4226, de 18/07/1868 foi dissolvida a Câmara dos Srs. Deputados, e por
decreto n.º4227, de 23 do mesmo mês e ano foi convocada outra, para cuja eleição foi marcada o
dia 31/01/1869, devendo neste dia proceder‐se em todo o Império a eleição dos respectivos
eleitores” (PARANÁ, 1869, p.2).
Pág. 16 Memória Política de Curitiba
Votantes qualificados de Curitiba, 1855 e 1861 (idade e profissão); NEGRÃO, 1926, 1927, 1928,
1929, 1946, 1950 (para as demais informações).
A Câmara de Curitiba ficou composta por quatro advogados, sendo
três deles recém‐formados na mesma turma. E destaca‐se tradicional família
paranaense Munhoz.
A tradicional família Munhoz também tem ligações com Baltazar
Carrasco dos Reis, por parte de Luiza Licia de Lima, casada com Florêncio José
Munhoz, Tenente, natural de Paranaguá, proprietário de um campo de criação
de gado no Itinga (OLIVEIRA, 2001). Florêncio e Luiza são os pais de Caetano e
Bento, que por sua vez, tiveram casamentos estratégicos, Caetano com
Francisca de Assis de Oliveira, irmã de Manoel de Oliveira Franco e Bento com
Maria do Céo Taborda Ribas, filha do capitão Ricardo Jose Taborda Ribas e
Francisca Joaquina de Andrade, de famílias tradicionais. Muitos políticos foram
descendentes dos Munhoz, entre eles Bento Munhoz da Rocha Neto, governador
do Paraná entre 1951 a 1955, chegando a Ministro da Agricultura, em 1955
(OLIVEIRA, 2001).
Esta foi uma eleição bastante confusa e conturbada, como visto, principalmente
devido a mudança de Gabinete no Rio de Janeiro. E, posteriormente, esta eleição
foi “declarada nula” pelo Presidente da Província, mas dependia ainda “de
decisão do governo imperial” (PARANÁ, 1869, p.2) para se marcar nova eleição,
e que aconteceu apenas em 20/03/1870, mas que foi novamente anulada pelo
Presidente da Província (PARANÁ, 1871, p.1). O Dr. Agostinho Ermelino de
Leão, Vice‐presidente da Província, autorizou nova eleição para o dia
27/11/1870, mas que foi adiada. Dentro desta indefinição, certamente esta foi
uma gestão municipal bastante difícil. E, por fim, em 09/07/1871, outra eleição
foi realizada, como demonstra a Tabela 5, sendo eleita uma nova Câmara de
vereadores, agora toda Conservadora, tomando posse em 01/08/1871, para o
curto período de mandato de um ano e cinco meses. Outro fator da dinâmica
Pág. 18 Memória Política de Curitiba
Marques
5. Joaquim José Belarmino 25 Reeleito – Conservador
de Bittencourt
6. José Inocêncio de França 24 ? Industrial Liberal Maria Clemência
erva‐mate Nóbrega
7. Joaquim Ventura de 23 Reeleito – Liberal
Almeida Torres
8. Mathias Taborda Ribas* 22 e 39 50 Industrial Conservador Balbina Licia
erva‐mate Munhoz
9. Isaías Augusto Alves* 20 e 39 ? Cartorário; Conservador Thomazia Carolina
Funcionário Pedrosa, em 1874
público
Seguem suplentes que assumiram o cargo de vereador:
Antonio Francisco Correia 20 Reeleito – Conservador
de Bittencourt
Manoel Gonçalves dos 13 Reeleito – Liberal
Santos (Presidente,
1884/85)
João Lourenço Taborda 58 29 Negociante Liberal Maria Catharina
Ribas* Taborda Ribas, em
1884
Emydgio Westphalen – 201 36 Advogado Liberal Joaquina de Paula
assume em nova eleição Xavier; 2ª núpcias
com Januária B.
Carvalho de
Oliveira, em 1877
Juízes de paz – Curitiba Votos Idade Profissão Partido Esposa / Ano
casamento
1. Pedro Luiz de Souza 133 Reeleito – Liberal
Rocha
2. João Tobias Pinto 132 Reeleito – Liberal
Rebello
3. Theophilo Moreira 133 ? Negociante Liberal Philomenia Vianna
Garcez
4. João Lustosa de Andrade 131 Reeleito – Liberal
Seguem os menos votados, como: Manoel José da Cunha Bittencourt, 112; João Carvalho de Oliveira
Junior, 113; Eduardo Augusto de Vasconcellos Chaves, 111; Guilherme Xavier de Miranda, 110;entre
outros.
Fonte: Gazeta Paranaense, 01/07/1882 (para o resultado eleitoral); NEGRÃO, 1926, 1927, 1928,
1929, 1946, 1950 (para as demais informações).
* Candidatos a vereador que participaram do 2º escrutínio, pois não obtiveram a maioria dos
votos prevista em lei.
Ficou visível o ínfimo número de eleitores que elegeu esta nova Câmara
municipal.
Pág. 25 Memória Política de Curitiba
O jovem médico Dr. Trajano Joaquim dos Reis era natural da Bahia e
chega a Curitiba junto com sua esposa em 1876. O farmacêutico alemão Augusto
Stellfeld possuía farmácia no centro da capital Curitiba, instalada desde 1856,
portanto, conhecido de toda a população local. Apesar dos dois novos
vereadores não pertencerem às tradicionais famílias curitibanas, os demais
seguem a mesma composição das legislaturas anteriores.
A volta dos Conservadores ao poder no Rio de Janeiro se deu em
20/08/1885, com o Barão de Cotegipe, em uma nova mudança de Gabinete.
Esta mudança influenciou a composição da próxima Câmara de Curitiba, sendo
também a última eleição municipal no Império, no dia 01/07/1886. Agora os
Conservadores estavam sob a liderança de um outro grande “clã parental”
paranaense, a família Correia e destaque a família Pinto Rebello.
Sobre a família Correia, o comendador Ildefonso Pereira Correia,
presidente da Câmara, negociante e industrial da erva‐mate, era irmão do
Senador pelo Paraná, Dr. Manoel Francisco Correia. O pai deles foi deputado
provincial na 1ª legislatura do Paraná em 1854/55, além de árduo batalhador
pela emancipação política desta região. Ildefonso Pereira Correia recebeu o
título de Barão do Serro Azul em 08/08/1888. Da família Pinto Rebello, José
Pinto Rebello, negociante e industrial da erva‐mate, casou com Francisca da Luz
dos Santos, filha do importante industrial da erva‐mate em Antonina e
Morretes, Coronel José Antonio dos Santos. A filha Etelvina Pinto Rebello casou
com o Dr. Affonso Alves de Camargo, que chegou a ser Governador do Paraná
em 1916/20 e 1928/30, além de outros cargos públicos e eletivos. Affonso
Alves de Camargo foi um dos mais importantes políticos da 1ª República no
Paraná. Outro vereador foi Fausto Bento Vianna, filho do capitão Floriano Bento
Vianna, natural de Paranaguá, cujo nome ficou gravado na História do Paraná
por pedir a emancipação política de Paranaguá e Curitiba em 1821.
Pág. 26 Memória Política de Curitiba
Tabela 10 – Vereadores e Juízes de Paz de Curitiba, 1887‐1889
VEREADORES – Curitiba Votos Idade Profissão Partido Esposa / Ano
casamento
1. Comendador Ildefonso 49 42 Negociante, Conservador Maria José
Pereira Correia Industrial Correia, em 1871
(Presidente) erva‐mate
2. Antonio Ricardo do 43 ? Negociante, Liberal Hermancia
Nascimento Industrial Borges
erva‐mate Guimarães (ela
em 2ª núpcias);
2ª núpcias com
Maria Rosalina
Caiut.
3. José Theodoro de 42 53 Funcionário Conservador Maria de Freitas
Freitas público
4. José Pinto Rebello 42 47 Negociante, Liberal Francisca da Luz
Industrial dos Santos, em
erva‐mate 1870
5. Dr. Francisco de 41 44 Engenheiro Conservador ?
Camargo Pinto (Vice‐ civil
presidente)
6. Tobias de Macedo 41 ? Negociante Liberal Rosa Fonseca
7. Eugenio Bendazeski 40 ? Negociante Conservador Olga Bendazeski
8. Guilherme Xavier de 39 43 Negociante, Conservador Anália Agner; 2ª
Miranda Industrial núpcias com
erva‐mate Maria Rosa de
Bittencourt
Seguem os menos votados que disputaram uma vaga no 2º escrutínio, no dia 04/08/1886:
Antonio Augusto Ferreira de Moura*, 28; Dr. Francisco de Camargo Pinto*, 24; Dr. Eduardo
Mendes Gonçalves, 15; João dos Santos Biscaia, 14; João Desiderio Baebler*, 4; José Carvalho de
Oliveira*, 3; Luiz Antonio Requião, 2; Gregório Affonso Garcez, 2. E o eleito foi:
9. Antonio Augusto 70 Reeleito – Liberal
Ferreira de Moura,
Capitão
Juízes de paz – Curitiba Votos Idade Profissão Partido Esposa / Ano
casamento
1. Antonio Francisco 231 Reeleito – Conservador
Correia de Bittencourt
2. Joaquim José 225 Reeleito – Conservador
Bellarmino de Bittencourt
3. Fausto Bento Vianna 218 ? Negociante Conservador Fortunata de
Oliveira Vianna
4. João de Almeida Torres 209 ? Negociante Liberal ?
Seguem‐se outros menos votados: João Tobias Pinto Rebello, 140; João Lustosa de Andrade, 140;
Manoel Gonçalves dos Santos, 140; Fidelis Augusto de Andrade, 139; entre outros
Fonte: Dezenove de Dezembro, 01/07/1886 (Em Curitiba teve duas seções de recepção de votos,
a primeira era presidente da mesa Theophilo Moreira Garcez, e da segunda era presidente José
Pág. 27 Memória Política de Curitiba
Pinto Rebello – foram somados os votos das duas seções com o resultado final acima exposto –
Dezenove de Dezembro, 02/07/1886);
* Vereadores que assumiram o cargo ao longo desta Legislatura.
Esta Câmara tomou posse em 07/01/1887.
Nesta Câmara chama a atenção que todos os políticos são das
tradicionais famílias curitibanas, exceto Eugênio Bendazeski, alemão, mas sua
irmã era casada com a família Lustosa de Andrade. E, em especial coincidência,
as figuras do Comendador Ildefonso Pereira Correia e Fausto Bento Viana em que
seus pais se destacaram pela luta em prol da emancipação política paranaense
desde o início do século XIX. E quanto à profissão destes vereadores e juízes de
paz, destaca‐se o grande número de industriais e negociantes ligados à erva‐
mate.
Porém, com a Proclamação da República as Câmaras foram dissolvidas
e formadas juntas administrativas para gerirem os trabalhos municipais, até a
próxima eleição.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No período de 1856 a 1889, na cidade de Curitiba, capital do Paraná,
ocorreram dez eleições municipais válidas, tendo sempre nove vagas para
vereadores e quatro para juízes de paz, sendo que 71 políticos ocuparam o
cargo de vereador e 24 os de juiz de paz, portanto, alguns sendo reeleitos ao
longo deste período e outros sendo substituídos por suplentes.
Foram destacadas as famílias destes políticos, em seus “clãs parentais”
e suas relações de parentesco. Ao longo do trabalho foram apresentados
algumas das tradicionais famílias que estes políticos pertenciam, Sá Ribas,
Lustosa de Andrade, Borges de Macedo, Ferreira de Moura, Marques dos Santos,
Munhoz, Oliveira Franco, Bittencourt, Ribas, Almeida Torres, Pinto Rebello,
Pág. 28 Memória Política de Curitiba
Resumo: O presente trabalho procura investigar o perfil dos 13 presidentes da Câmara
Municipal de Curitiba entre os anos de 1947 a 1964, anos do período democrático que
sucederam ao autoritarismo do Estado Novo e antecederam à ditadura militar. Tendo como
referência o poder legislativo municipal, analisaremos quais são os capitais políticos e
familiares dos presidentes da Câmara de Curitiba com o auxílio das reflexões de Pierre Bourdieu
a respeito do “campo político”. Também problematizaremos a relação entre os presidentes do
poder legislativo municipal e os prefeitos de Curitiba, bem como suas atuações frente aos
diretórios municipais dos partidos políticos dos quais os mesmos pertenciam.
Palavras‐chave: poder municipal, capitais políticos, poder legislativo;
Paranaenses (NEP‐ UFPR), coordenado pelo Professor Dr. Ricardo Costa de Oliveira. Bacharela e
Licenciada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Paraná. E‐mail:
nataliagranato@hotmail.com
Pág. 37 Memória Política de Curitiba
INTRODUÇÃO
O presente trabalho procura investigar o perfil dos 13 presidentes da
Câmara Municipal de Curitiba entre os anos de 1947 a 1964, anos do período
democrático que sucederam ao autoritarismo do Estado Novo e antecederam à
ditadura militar.
O período analisado, de 1945 a 1964, foi caracterizado pela democracia
vigente a partir da queda da ditadura do Estado Novo. As instituições políticas
como os partidos políticos e o legislativo voltaram à regularidade com a
consolidação do novo regime. O próprio Getúlio Vargas exerceu grande influência
neste processo, fundando dois dos principais partidos políticos que tentavam
representar as mais importantes representações de interesses das classes sociais
do Brasil naquele momento: o Partido Social‐Democrático (PSD) e o Partido
Trabalhista Brasileiro (PTB). O PSD tendia a representar a base rural brasileira
ligada aos grandes proprietários de terras que se beneficiaram com as políticas
implementadas nos anos em que Vargas ocupou a presidência. Sua principal base
organizacional era a máquina dos interventores nos estados (SOARES, 2001,
p.89), montada nos anos da ditadura de Vargas. Os interventores eram homens de
confiança do presidente que adquiriram prestígio e poder nos seus respectivos
estados e tomaram para si a tarefa de organizar o partido próprio para eles, ou
seja, o PSD. Já o PTB seria um partido que ofereceria uma alternativa política ao
operariado brasileiro em ascensão frente ao Partido Comunista, pregando a
harmonia e a conciliação entre capital e trabalho. Sua principal base era
composta por sindicalistas e ocupantes de cargos no Ministério do Trabalho e
Institutos de Previdência Social. Essa burocracia, por sua vez, oferecia uma rede
de sustentação do PTB, que atuava diretamente em prol de benefícios e
assistência aos sindicatos organizados sob a estrutura corporativa construída
Pág. 38 Memória Política de Curitiba
11 Bento é proveniente de uma das mais tradicionais famílias estabelecidas na política, desde os
tempos coloniais, descendente de Mateus Leme e Baltazar Carrasco dos Reis (OLIVEIRA, 2000,
p.358). Importante quadro político da República Velha, Munhoz da Rocha perpetuou a
influência política da família após a Revolução de 1930 e a redemocratização de 1945. Casado
com Flora Camargo Munhoz da Rocha, filha do ex‐presidente do Paraná, Affonso Alves de
Camargo, também descendente dos primeiros povoadores do Paraná Tradicional, sua aliança
matrimonial consagra a união de velhas e tradicionais famílias políticas do Paraná, continuando
uma tradição que vem dos tempos coloniais, perpassa o império e a república velha e continua
no processo de modernização presenciada no estado e no país intensificada nas décadas de
1940 e 1950. Munhoz da Rocha é o símbolo do Paraná Tradicional e das forças estabelecidas no
decorrer dos séculos.
Pág. 39 Memória Política de Curitiba
local de longa data. Kracik teve a sua entrada na classe politicamente dominante
em grande parte através de sua formação acadêmica como advogado.
Sua vida política foi marcada pela sua ligação com clubes como o Lions e
o Graciosa Country Club (GALERIA PRESIDENTES CMC), do qual foi presidente
entre julho de 1965 e julho de 196612. Tal título lhe confere uma grande
associação com a classe dominante local, em termos de prestígio e distinção.
Seu partido era o PTB (TRE‐ PR), sendo membro da sua comissão
executiva (DIÁRIO DO PARANÁ, 2 out.1947, capa) e possuía grande ligação com
órgãos de representação de classe patronal , ocupando em vários momentos de
sua carreira política a presidência de instituições como o SENAC (Serviço
Nacional de Aprendizagem Comercial), a Federação do Comércio Varejista, a
Confederação Nacional do Comércio e o Sindicato do Comércio Varejista de
Automóveis (GALERIA PRESIDENTES CMC), ocupando também a diretoria da
Volkswagen do Paraná (ÚLTIMA HORA, 03.ago.1962, p.3). Sua atuação incluía a
representação de classe dos empregados, sendo advogado da Federação dos
Trabalhadores da Indústria do Paraná (ÚLTIMA HORA, 07.jan.1959, p.9) e
presidente da Comissão do Salário Mínimo no Paraná (ÚLTIMA HORA, 26.
Set.1960, p.2).
Kracik também promovia a integração entre o Brasil e os Estados Unidos,
sendo membro do Comitê Companheiros para a Aliança do Programa Paraná‐
Ohio e presidente em quatro gestões do Centro Cultural Brasil‐Estados Unidos
(GALERIA PRESIDENTES CMC).
Pág. 42 Memória Política de Curitiba
http://www.sescpr.com.br/2016/02/predio‐do‐paco‐da‐liberdade‐comemora‐100‐anos‐de‐
historia/
Pág. 43 Memória Política de Curitiba
http://www.furacao.com/historia/presidentes/ernani.php
17 O sogro de Bento Munhoz da Rocha, Afonso Camargo, foi deposto do cargo de presidente do
Paraná devido à Revolução de 1930. Segundo o livro de memórias de Flora Camargo Munhoz da
Rocha, Entre sem bater (1998), em um encontro entre Afonso Camargo e Getúlio Vargas no
início da década de 1950, ambos não apresentaram sentimentos de ressentimentos quanto aos
acontecimentos do passado.
Pág. 45 Memória Política de Curitiba
18 http://www.alep.pr.gov.br/a_assembleia/galeria_de_presidentes
Pág. 50 Memória Política de Curitiba
Resumo: O presente trabalho se propõe a trazer alguns dados biográficos sobre Ernesto Guaita,
engenheiro italiano que morou em Curitiba na virada do século XIX para o XX. Algumas das
construções mais marcantes do período foram de sua autoria e ainda pontuam a paisagem da
cidade. Ele também foi autor do primeiro planejamento urbano levado a efeito: o “Plano Nova
Corityba”, de 1885. Apesar disso, sua biografia é repleta de lacunas e as informações são
escassas. Às vésperas de se completar 100 anos de sua morte, pouco ou nada se sabe sobre
Guaita, portanto este trabalho visa formular um breve panorama sobre sua vida.
Palavras‐chave: Ernesto Guaita. Curitiba. Câmara. Construções. Plano.
19 João Cândido Martins de Oliveira Santos, bacharel em direito pela Faculdade de Direito de
INTRODUÇÃO
Por que Curitiba esqueceu Ernesto Guaita? Na iminência da passagem
dos 100 anos de sua morte, Curitiba desconhece o engenheiro italiano que por
41 anos (1875‐1916) deixou as marcas de sua presença no desenho da cidade e
em construções que até hoje permanecem como registros do seu legado. O que
teria motivado o quase total silêncio em torno do seu nome? O que justificaria a
pouca quantidade de informações sobre sua vida pessoal e profissional?
Quando chegou a Curitiba, Ernesto Guaita encontrou uma cidade com
pouco mais de 11 mil habitantes (distribuídos pelo núcleo urbano e pelas
chácaras do entorno) (IBGE, 2010). Apesar de algumas construções de maior
relevo (como a Santa Casa de Misericórdia inaugurada naquele ano), a capital
do estado assemelhava‐se a um vilarejo. A falta de estradas era apenas uma das
precariedades que impediam o crescimento de Curitiba. Quando Guaita morreu
em 1916, a situação era diferente. A cidade já contava com 60 mil habitantes,
bondes elétricos, serviço de telefonia e “carros‐de‐praça” (táxis) que utilizavam
ruas anteriormente intransitáveis.
Esse texto – resultado de uma pesquisa de quatro anos ‐ busca reunir o
maior número de dados sobre Ernesto Guaita e, de forma sistemática, dispô‐los
cronologicamente. Conhecer sua trajetória pode ser de muito auxílio para o
entendimento das transformações vividas por Curitiba na virada do século XIX
para o XX, pois Guaita foi agente ativo em muitas delas.
Origens e chegada ao Brasil
Sobre as origens de Ernesto Guaita na Itália (1843‐1874), praticamente
nada se sabe. Poucos textos fazem referência a esse período. Um deles é o do
Pág. 55 Memória Política de Curitiba
Pág. 57 Memória Política de Curitiba
O Novo Tyrol
A estrada de Ferro
A construção da estrada de ferro Paranaguá‐Curitiba foi determinante
para que Curitiba se desenvolvesse. A estrada facilitou o transporte da erva‐
mate produzida no planalto para o litoral, fato que dinamizou os negócios e
atraiu investidores. A obra foi uma epopeia que envolveu milhares de
trabalhadores sendo que muitos deles morreram vítimas de acidentes e
doenças. Sua execução teve início em 1880, quando a primeira equipe foi
designada sob o comando do italiano comendador Antonio Ferrucci,
De acordo com o engenheiro civil Camilo Borges Neto, autor do “Manual
Didático de Ferrovias”, o comendador Ferrucci participou da construção de
diversas linhas ferroviárias na Itália como, por exemplo, o trecho Bologna‐
Ancona‐Roma. Ele também trabalhou na construção do Canal de Suez, no Egito
(NETO, 2012). Ernesto Guaita integrava essa primeira equipe de profissionais‐
técnicos da estrada de ferro (foi registrado como agrimensor) e trabalhou na
estrada durante menos de um ano: de 1º de março de 1880 a 31 de janeiro de
1881 (CINCOENTENÁRIO DA ESTRADA DE FERRO, 1935).
A participação dos italianos na construção dessa estrada é polêmica. Há
defensores da ideia de que eles fizeram uma parcela considerável da obra, o que
teria facilitado a conclusão pelas equipes comandadas pelo brasileiro Teixeira
Soares. É o que diz, por exemplo, Edilberto Trevisan:
Sob Ferrucci, ainda se estudava a melhor via de entrada no planalto
da ferrovia, cabendo‐lhe a responsabilidade pelo traçado que foi
adotado. Mesmo porque os serviços de construção civil, que se
Pág. 62 Memória Política de Curitiba
Sua devoção à Cúria Romana era maior até do que sua ligação com a
Ordem Scalabriana. Isso explica a acirrada oposição que promoveu às escolas
laicas (caso da Scuola Regina Margherita). Entre outras acusações, ele disse que
Pág. 69 Memória Política de Curitiba
No dia 21 de agosto, a Gazeta Paranaense publicou um contraprotesto.
Nele os signatários diziam terem sido enganados pelos colonos que recolheram
as assinaturas do primeiro protesto. De acordo com os contraprotestantes, foi‐
lhes informado enganosamente que a primeira lista seria uma espécie de
pesquisa para saber quantos imigrantes pertenciam à fé católica.
Entre os nossos existem aqueles que aqui foram trazidos pelo
demônio. Destes sofri e sofro perseguições de toda espécie. Combati
e venci o agente consular senhor Ernesto Guaita que num discurso
público designava‐me como ave noctívaga perigosa para Curitiba.
Saíram diversos artigos no jornal e, por fim, impôs‐se a Guaita de
deixar e mais tarde perder o cargo oficial que ocupava. Agora aqui e
ali existem aqueles que me querem morto ou porque lhes tirei a
concubina, ou porque avisei a polícia das perturbações que traziam a
certos colonos. Temo apenas a Deus e prossigo no mesmo caminho.
(AZZI, Riolando, 1987, p. 236 Apud MASCHIO, 2012, p. 268)
Desse modo, infiro que a Scuola Regina Margherita se tratava de uma
instituição laica, de cunho liberal e maçônica. Ela tinha um papel
claro a cumprir e uma característica específica: enquanto escola
mantida pelo governo italiano cumpria a ela difundir a “italianità”; e
enquanto instituição vinculada a uma ordem ideológica como a
maçonaria, se tornava por si só restrita a uma pequena parcela da
população emigrada. (MASCHIO, 2012, p. 265)
As construções
Após o desenvolvimento do plano “Nova Corityba” e dos atritos com o
padre Colbacchini, segue‐se um período fértil quanto à produção construtiva de
Pág. 72 Memória Política de Curitiba
em 1988.
b) Sobrado Labsch – No dia 15 de outubro de 1887 foi entregue o
sobrado Labsch (GAZETA PARANAENSE, 1887), cuja localização era estratégica
para uma casa comercial: ficava em frente ao mercado na praça municipal (onde
hoje se localiza o Paço, na praça Generoso Marques). Esta construção,
posteriormente, seria a sede das Casas Hertel (especializadas em instrumentos
musicais) (CADORE, 2010).
c) Palácio da Liberdade (Palacete Weiss) – De acordo com Marcelo Sutil,
em 1889 foi entregue o Palacete Weiss, que serviu de sede para o governo
estadual, na rua da Liberdade (atual Barão do Rio Branco). Originalmente
projetado por Guaita para ser a residência da família de Leopoldo Ignacio Weiss
(engenheiro elétrico austríaco sediado em Curitiba), o imóvel acabou sendo
adquirido pela Fazenda Nacional e, depois, foi utilizado como sede do governo
do estado por mais de 30 anos. Atualmente o prédio desempenha a função de
Museu da Imagem e do Som.
Sua principal característica, ainda segundo Sutil, é a profusão de enfeites
na fachada: “pilastras, arcos plenos, cães ornamentais, sacadas em balaústres,
sobreverga e vasos sobre a platibanda vazada” (SUTIL, 1996). O fato de ser
originalmente planejado para ser uma residência explica a abundância de
ornamentos. Sutil esclarece que uma das características do ecletismo foi
justamente o emprego desses elementos decorativos por parte da burguesia,
com o intuito de transmitir “status”.
d) Escola de Artífices ‐ Outro prédio do mesmo período foi o localizado
na Praça da Proclamação (futura praça Carlos Gomes). O primeiro registro
sobre a construção data do final de 1892, quando ela foi escolhida como sede da
Pág. 74 Memória Política de Curitiba
Secretariado e morte
Em 8 de outubro de 1908, na gestão do prefeito Joaquim Pereira de
Macedo, um já idoso Guaita foi nomeado secretário municipal de obras. Seu
desempenho foi curto e prejudicado pelo fato de que naquele mesmo ano sofreu
uma batida na cabeça de natureza gravíssima (A REPÚBLICA, 1908). O texto da
nota referente ao fato fala em “insulto cerebral”, mas não entra em detalhes. No
ano seguinte, ele solicitou licenças de dois meses em duas oportunidades: 11 de
fevereiro (A REPÚBLICA, 1909) e 29 de março (A REPÚBLICA, 1909). Sua
exoneração foi assinada no dia 14 de junho (LEIS, DECRETOS E ACTOS DA
CÂMARA MUNICIPAL DE CURITIBA, 1909)
São poucos os registros de Guaita (e sobre ele) enquanto secretário de
obras, mas um se destaca: o relatório produzido e lido no final de 1908 na
Câmara, referente ao último trimestre daquele ano. O teor do relatório consta
das Atas da Câmara e também foi publicado pelo jornal A Repúbica.
Inicialmente Guaita esclarece que não conseguiu executar a quantidade
de serviços que gostaria, pois encontrou a cidade em “péssimo estado de
limpeza”, tendo sido obrigado a priorizar o escoamento das águas pluviais.
Nessa tarefa que, segundo ele, não era visível para o público, foram empregadas
cinco turmas de operários.
A limpeza de valas e valetas, o entulho das depressões e certas ruas,
que formavam verdadeiros tanques de águas estagnadas e putrefatas,
foram as primeiras ocupações desta Diretoria, querendo afastar da
cidade o perigo de epidemias que, devido à estação cálida podiam
desenvolver‐se e ameaçar a salubridade pública. (...) Estes serviços
vão absorver, em quase sua totalidade, a verba destinada às obras
públicas. (Annaes da Câmara Municipal de Curitiba, 1909, p. 51)
Em seguida o relatório lista uma série de serviços que Guaita
considerava indispensáveis para o aprimoramento da cidade. De início, ele
menciona o calçamento, frisando que junto a ele deveriam também ser
Pág. 78 Memória Política de Curitiba
instalados os canais de escoamento. Ele sugere que esse serviço deveria ser
realizado nas ruas Barão do serro Azul, Aquidaban, Marechal Floriano e o
prolongamento das ruas Comendador Araújo e América. Guaita segue sua lista
lembrando que a cidade não dispunha de mictórios e latrinas públicas.
Agora que, com ou menos demora, funcionará a rede de água e
esgotos, se deus permitir que isso não fique em simples e pio desejo,
não será difícil instalarem‐se os sobreditos aparelhos construindo‐se,
para tal fim, alguns quiosques elegantes nas praças e jardins da
cidade. (Idem)
Essa necessidade só foi suprida quase dez anos depois. Os mictórios que
Cândido de Abreu mandou importar da França em 1915 (junto a outros
acessórios urbanos) não chegaram ao Brasil devido às dificuldades geradas pela
1ª Guerra. Na continuidade do relatório, Guaita sugere a desapropriação do
tanque do passeio público e da chácara anexa ao mesmo (provavelmente ele se
referia ao tanque Bittencourt, que ficava onde hoje é o Largo Bittencourt). Note‐
se no fim deste trecho, um primeiro projeto de arborização para a cidade
O resto da aludida chácara poderá servir para aumentar o Passeio,
quebrando com a acidentalidade do seu terreno, a monotonia que
nele se nota e, para instalarem‐se os viveiros municipais, afim de
poderem arborizar os largos e ruas da cidade. (Idem)
Um tema que ganhou bastante destaque no relatório de Guaita foi o
cemitério São Francisco de Paula:
Apresenta‐se também como reclamando a attenção da Camara o
melhoramento do Cemitério Municipal; com o aumento da população
caminha ‘pari‐passu’ o aumento do Cemiterio. A este respeito opina
esta directoria dever se formar um novo cemitério em situação mais
apropriada evitando que a cmada aquífera que acha‐se a pouca
profundidade da superfície do solo, como demonstram as excavações
da covas, corra em direção sul para a cidade, infiltrando‐se nos poços
e provocando, mais hoje, mais amanhã, o envenenamento da
população que ocupa aquella parte da cidade, como deu‐se em um
Pág. 79 Memória Política de Curitiba
Quando Guaita morreu, Curitiba já vivia a pleno vapor seus dias de “belle
époque”: a cidade já contava com vários jornais em circulação, cinema,
restaurantes, e toda uma série de melhoramentos que soariam improváveis se
ditos a um habitante da cidade de 1875, quando Guaita chegou. Ele vivenciou
todas essas mudanças e foi artífice de algumas.
Não se trata de heroificar uma figura cuja vida ainda merece estudos
mais aprofundados, mas talvez esteja na hora de Curitiba reconhecer a
contribuição arquitetônica de Ernesto Guaita, até hoje presente na paisagem da
cidade.
REFERÊNCIAS
ANNAES DA CÂMARA MUNICIPAL DE CURITIBA. Acta da sessão de 22 de
dezembro de 1908, RELATÓRIO apresentado pelo director das Obras Publicas
Municipaes, dr. C. Ernesto Guaita. Typographia d'a Republica). Curitiba, 1909.
BAHLS, Aparecida Vaz da Silva. O verde na metrópole: a evolução das praças
e jardins em Curitiba (1885‐1916). Dissertação apresentada como requisito
parcial à obtenção do grau de Mestre. Curso de Pós‐Graduação em História.
Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 1998
CARNEIRO, Newton. O Palácio do Congresso. Boletim da Casa Romário
Martins. Nº 23, FCC. Curitiba, 1978.
CADORE, Analu. A produção arquitetônica de Ernesto Guaita em Curitiba.
Dissertação apresentada como requisito a obtenção do grau de Mestre ao
Programa de Pós‐Graduação em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade da
Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2010.
CASTRO, Elizabeth Amorim de. Edifícios Públicos de Curitiba: ecletismo e
modernismo na arquitetura oficial. Edição do autor. Curitiba, 2011.
DIARIO DO COMMERCIO. 1° de junho de 1891, p. 2
Pág. 82 Memória Política de Curitiba
21 A proposição desta data em caráter nacional foi formulada pelo “ativista e poeta negro
Oliveira Silveira”, que a teria sugerido esta em oposição ao dia Treze de Maio, que é tido por este
como uma falsa data comemorativa, visto que esta data já era contestada pelo próprio
movimento negro,uma vez que, segundo Silveira (2003), o Treze de Maio não satisfazia, as
necessidades do Movimento Negro e nem tão pouco anseios da população negra, sendo assim,
portanto, “não havia por que comemorá‐lo. A abolição só havia abolido no papel; a lei não
determinara medidas concretas, práticas, palpáveis em favor do negro. E sem o treze era preciso
buscar outras datas, era preciso retomar a história do Brasil.” Neste sentido, Oliveira Silveira
teria sugerido em oposição ao dia Treze de Maio, o Vinte de Novembro, onde justifica esta
opção, apontando que: “circulava na época o fascículo Zumbi, o n° 6 na série Grandes
Personagens da Nossa História, da Abril Cultural. Essa publicação fortaleceu no frequentador
Oliveira Silveira a ideia de que Palmares fosse a passagem mais marcante na história do negro
no Brasil. Um século de liberdade e luta contra o escravismo imposto pelo poder colonial
português era coisa muito significativa e animadora. E lá estava o dia 20 de novembro de 1695,
data da morte heroica de Zumbi, último rei e líder dos Palmares, marco assinalando também o
final objetivo do Estado e país negro”. (SILVEIRA,2003, P. 25)
Salientando a importância simbólica desta comemoração que, tem como centro a figura
histórica de Zumbi dos Palmares, simbolo de resistência e luta em favor da igualdade, seu
principal elemento referencial para o Movimento Negro e a população negra, ensejando, ainda,
uma discussão sobre a importância deste como herói nacional negro, inclusive com a
reivindicação da adoção de um feriado em sua homenagem.
22 É importante salientar aqui, que havia a presença de outro importante ator a
SINDUSCON‐ Sindicato da Construção Civil‐ que junto a ACP trabalhou no sentido de
impedir a adoção do feriado, no que se opção apenas, pela Associação Comercial do Paraná,
devido ao seu caráter e relevância tradicional e simbólica junto à sociedade curitibana e
paranaense, entre outros aspectos.
Pág. 87 Memória Política de Curitiba
Por conta deste fato, a ACP foi acusada de racismo, por parte do grupo
derrotado, por impedir um feriado inédito, para este grupo.
Entretanto, parece lícito apontar que este debate não se esgotou com a
interdição do feriado, sendo este ainda, objeto de disputa e debate nos campo
jurídico e legislativo, isto é, o projeto ainda está em discussão no Supremo
Tribunal Federal, bem como é objeto de arguições na Câmara Municipal de
Curitiba.
23 Sobre este assunto existe uma vasta bibliografia da qual pode‐se destacar: M. A.
SANCHES, O negro em Curitiba: a invisibilidade cultural do visível. , e a obra Paranismo, o
Paraná inventado : cultura e imaginá rio no Paraná da I Republica, de Luis Fernando Lopes
Pereira, entre outras obras que tratam da construção do imaginário no qual Curitiba se constitui
e se constrói como “Cidade Européia.
Pág. 90 Memória Política de Curitiba
24 Para mais informações consultar SILVA, P.V.B.; COSTA, H. (Orgs.). Notas de história e
cultura afro‐brasileiras. 2 ed. Ponta Grossa: UEPG, 2011
Pág. 91 Memória Política de Curitiba
25 É importante salientar que o termo afro descendente é aqui utilizado para caracterizar
as populações negras e /ou que partilhem deste fenótipo, ou seja, a população não branca que
residente na cidade, isto é, a população negra ou mulata residente em Curitiba.
Pág. 92 Memória Política de Curitiba
Assim, as políticas afirmativas podem ser definidas como toda ação por
parte do poder público, entidades privadas e movimentos sociais, entre outros
agentes sociais, que visem a reparação, a afirmação destes sujeitos frente a
Pág. 93 Memória Política de Curitiba
Estas ações, de forma geral, vem se tem sido incrementada ao longo dos
últimos anos, sendo a validação destas política deu‐se de fato no ano de 2012,
quando o “Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por unanimidade que as
ações afirmativas são constitucionais e políticas essenciais para a redução de
desigualdades e discriminações existentes no país.” (SEPPIR‐2016)26
No que, estas ações podem ser “divididas em três tipos: com o objetivo
de reverter a representação negativa dos negros; para promover igualdade de
oportunidades; e para combater o preconceito e o racismo”(SEPPIR‐2016)27,
deste modo, tendo em vista os pontos apresentados, pode‐se refletir que a
adoção do feriado tem com objetivo combater determinadas noções e
prenoções estabelecidas a respeito da participação do negro na sociedade
curitibana, dentro daquilo que seria entendido como uma política afirmativa.
Retomando que foi tratado até aqui o objeto que se pretende analisar, à
grosso modo, tem haver com as negociações em torno da implantação e
posterior interdição do feriado do Vinte de Novembro em Curitiba, que traz em
seu bojo a luta pelo reconhecimento da população negra frente a sociedade
curitibana.
Assim:
assunto que tem um foco historiográfico e que servirão de base, para reflexões
em torno do tema, com objetivo de constituir um contexto que deverá dar
suporte a investigações de cunho mais aprofundado a elementos que perfazem
o imaginário sobre o qual a cidade se fundou entre eles Eduardo Spiller Pena
com “O jogo da Face (1999), Magnus Roberto de Mello Pereira com “Semeando
Iras Rumo ao Progresso” (1996), que tratam a questão do negro por uma
perspectiva Histórica na medida em que oferecem através evidências históricas
da participação do negro na construção da sociedade curitibana de fins do
século XIX e XX.
O dia 20 de novembro é o dia da Consciência Negra e celebrar esse
dia significa muito mais do que evocar Zumbi. Para além disto,
enfatizar o debate sobre as questões postas pelo Movimento Negro,
que explicitam as desigualdades raciais e étnicas vividas no Brasil.
Tendo como fundamento o respeito à pluralidade de culturas, etnias,
religiões e classes sociais, é preciso que neste dia se reflita sobre a
dívida que a sociedade brasileira tem para com os afrodescendentes
e marque‐se os artigos sobre o assunto, divulgando a história de Luta
da população negra. Por isso, acreditamos ser fundamental anexar
essas reportagens que torna visível as ações do movimento negro.
Propõe ainda, que com a adoção da data, seja realizado junto a população
um conjunto de eventos e atos públicos que visem esclarecer, dar visibilidade e
importância as contribuições e a participação da população negra da cidade.
Texto:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
LEITE, Ilka B. Negros no sul do Brasil ‐ invisibilidade e territorialidade.
Santa Catarina: Letras Contemporâneas, 1996.
LENOIR, Remi. O objeto sociológico e problema social. In: CHAMPAGNE,
Patrick; LENOIR, Remi; MERLLIÉ; PINTO, Louis. Iniciação à prática
sociológica. Petrópolis : Vozes, 1998. p. 59 – 106
Pág. 112 Memória Política de Curitiba
MARTINS, Paulo Henrique. A Sociologia de Marcel Mauss: dádiva,
simbolismo e associação. Revista Crítica de Ciências Sociais, Coimbra, n. 73, p.
45 ‐ 66, dez. 2005
MARTINS, Wilson. Um Brasil diferente (ensaios sobre fenômenos de
aculturação no Paraná). 2ªed. São Paulo: TA. Queiroz, 1989.
MORAES, P. R. B. de & Souza, M. G. Invisibilidade, preconceito e violência
racial em Curitiba. Revista de Sociologia e Política. Curitiba: nº. 13, Nov.1999.
MOREIRA, C. O Privilégio da Brancura: Uma etnografia no Colégio Estadual
Edvaldo Brandão em Cachoeira ‐ Ba. 1997. Dissertação (Mestrado) –
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia . Cachoeira, 2014
ORTIZ, Renato. Cultura Brasileira e Identidade Nacional. São Paulo:
Brasiliense, 2006
PEREIRA, Magnus Roberto de Mello Semeando Iras Rumo ao Progresso:
ordenamento jurídico e econômico da Sociedade Paranaense, 1829‐1889.
Curitiba, Ed. da UFPR, 1996.
SANCHES, M. A. O negro em Curitiba: a invisibilidade cultural do visível.
1997. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Paraná. Programa de
Pós‐Graduação em Antropologia. Curitiba, 1997
SILVEIRA, Oliveira . Vinte de Novembro: história e conteúdo. In: SILVA,
P. B. G.; SILVÉRIO, V. R. Educação e ações afirmativas: entre a injustiça
simbólica e a injustiça econômica. Brasília: Editora Inep: MEC, 2003. p. 21‐42.
SOUZA, Jurandir. Espaço e territorialidade afro‐descendente em Curitiba In:
COSTA, Hilton; SILVA, Paulo Vinicius B. (Orgs.). Notas de história e cultura afro‐
brasileiras. Ponta Grossa, Editora UEPG/ UFPR, 2007
SISTEMA DE PROPOSIÇÕES LEGISLATIVAS – SPLII
<http://www.cmc.pr.gov.br/wspl/system/MainMenu.jsp>
Pág. 113 Memória Política de Curitiba
Resumo: Realizamos uma pesquisa com objetivo de analisar a participação política das
mulheres na Câmara Municipal de Pinhais, município da região metropolitana de Curitiba/PR
entre os anos de 1993 a 2016. Para tanto, um banco de dados dos candidatos eleitos foi
construído e, com ele, foi possível apresentar um balanço da participação das mulheres nas
eleições municipais, analisar o perfil das vereadoras a partir de dimensões sociais e econômicas,
tais como idade, estado civil, escolaridade, profissão e filiação partidária. Os resultados marcam
uma participação feminina muito baixa se comparada com a presença masculina. Em que pese
certa abertura e incentivo no sentido de maior participação das mulheres na vida político‐
partidária, como estabelece a lei de cotas, essa participação está muito aquém do seu
contingente populacional, como revelam os dados sobre a participação feminina no poder
legislativo local de Pinhais.
Palavras‐chave: Política e gênero; representação feminina; Pinhais.
INTRODUÇÃO
No último dia 20 de março de 2016 o município de Pinhais comemorou
24 anos tendo sido criado pela Lei Nº 9.906 de 1992 que foi promulgada pelo
presidente da Assembleia Legislativa do Paraná na época, deputado Aníbal
Khury. O município nasceu com uma extensão territorial de 60,92 km2, quando
foi desmembrado do município de Piraquara. Pinhais nasceu das ideias posta no
Projeto de Lei Nº 271/8629, apresentado pelo então Deputado Estadual Aníbal
Khury e inicialmente contemplava apenas 22 km de extensão. Essa proposta
deixava de fora bairros importantes como Maria Antonieta, Jardim Amélia,
Alphaville Graciosa, Parque das Nascentes e Parque das Águas e isso provocou
uma reação da população e dos partidos políticos. A Proposta de Lei Nº
9.906/92 nasce em substituição do referido projeto e contempla além dos
bairros citados a extensão que vai do rio Atuba e Irai (Antigo Leito) até o
encontro com o Rio Canguri na divisa do município de Quatro Barras e continua
a nordeste até a PR‐410 (Estrada da Graciosa), por esta direção a Oeste segue
até chegar ao rio Atuba, a partir de onde segue a Sul, até a confluência do rio
Iraí. Segundo Silva (2008, p. 8):
A emancipação de Pinhais não foi um processo isolado: faz parte de
um processo mais amplo de desmembramento dos municípios
brasileiros, apontado pela literatura como recorrente no país após a
promulgação da Constituição de 1988 ... Essa Constituição incentivou
os processos emancipatórios municipais, na medida em que exigia a
realização de um Plebiscito de consulta à população ligada
diretamente à área a ser desmembrada, sem consultar a população
do município como um todo. O parágrafo 4º do artigo de número 18,
do capítulo I ‐ da Organização Político‐Administrativo, da
29 Disponível em http://www.alep.pr.gov.br/web/pesquisa_projetos/pesquisa_projetos.php.
Acesso em 25.março.2016.
Pág. 115 Memória Política de Curitiba
30 Conforme Tomio (2002), entre 1988 e 2000, foram criados 1.438 novos municípios, isto é,
IDH 0,815
Disponível
http://www.ipardes.gov.br/index.php?pg_conteudo=1&cod_conteudo=1. Acesso
24.março.2016
1. O PODER LEGISLATIVO EM PINHAIS
36 Entre os outros podemos destacar Umuarama, Carambeí, Fazenda Rio Grande, Pontal do
Paraná, Doutor Ulisses, Tunas do Paraná, Itaperuçu, Jussara, Cianorte, Formosa do Oeste,
Altônia, Goioerê, Iracema do Oeste, Cafezal do Sul, etc. IN: Paraná perde o Senhor das urnas.
Revista Divulgação Paraná, Curitiba, Ano IX, N.106, Setembro de 1999.
37 Silva (2008) também destaca as notícias da imprensa da época da emancipação que
alertavam que Pinhais ameaçava Piraquara que com a emancipação do distrito perdeu 65 mil
habitantes, ficando com 30 mil, além dos estabelecimentos comerciais e industriais que resultou
numa queda brusca de arrecadação.
Pág. 119 Memória Política de Curitiba
Pág. 120 Memória Política de Curitiba
Fonte: http://www.bocamaldita.com/tag/camara‐municipal/. Acesso 25.março.2016
2. AS MULHERES NO PODER LEGISLATIVO DE PINHAIS
MARLY PAULINO FAGUNDES
FONTE: http://www.pinhais.pr.gov.br/. Acesso 04.04.2016
Pág. 121 Memória Política de Curitiba
RITA DE CASSIA CRUZ ROMANIOW
FONTE: http://drarita.site.med.br/. Acesso 04.04.2016
Rita nasceu em 09 de setembro de 1962 na cidade de Curitiba. Formada
em Medicina, desde 1986, atua na área de obstetrícia e ginecologia. Casada com
Paulo Romaniow41. Tem um filho42.
Iniciou a carreira política nas eleições de 2000 quando foi eleita
vereadora de Pinhais, para a 3ª legislatura do município (2001‐2004) aos 39
http://www.gazetadepalmeira.com.br/politica/irregularidade‐na‐candidatura‐de‐sanson‐
pode‐mexer‐na‐composicao‐da‐assembleia/. Acesso 08.abril.2016 e Ficha Politica disponível
em http://www.fichapolitica.com.br/?fp=215766. Acesso 08.abril.2016
41 Paulo Romaniow faleceu em 24 de novembro de 2008. Disponível em
http://www.bemparana.com.br/noticia/88978/mortos‐em‐24‐de‐novembro‐de‐2008 e
http://www.consultasocio.com/q/sa/rita‐de‐cassia‐cruz‐romaniow. Acesso 09.abril.2016.
42 Disponível em http://www.quadropolitico.com.br/DadosCandidato/2678260/Rita‐De‐
Cassia‐Cruz‐Romaniow. Acesso 08.abril.2016
Pág. 123 Memória Política de Curitiba
Fonte: http://eleicoes.uol.com.br/2012/candidatos. Acesso 29.fev.2016
Nasceu em Jaciara, estado de Mato Grosso, em 27 de abril de 1968, filha
de Aluisio Rodrigues dos Santos e Marina Carvalho dos Santos. Chega em
Piraquara em 1974, aos 7 anos de idade, após ter morado no interior de São
Paulo e Norte do Paraná na cidade de Florestópolis, a 79 Km de Londrina. É
solteira, possui o ensino médio completo e atuou na área de auxiliar
administrativa antes de ser eleita vereadora.
Relata ter desde criança uma inclinação à liderança, rompendo barreiras
exclusivamente masculina, jogando futebol na escola e negociando junto à
direção uma agenda que incluísse os jogos femininos. Na igreja, foi uma das
primeiras coroinhas de Piraquara, ainda com 9 anos, na Paróquia Nossa
Senhora da Luz, antes Boa Esperança. Nessa igreja funcionava uma comunidade
eclesial de base e junto com Padre Alberto desenvolve sua fé e política, com sua
mãe ativa a solidariedade e com o pai a ação aos mais necessitados.44 Sempre
envolvida na comunidade, participa junto com Luizão e Marcia Ferreira do
grupo de jovens da paróquia.
Tendo como exemplo seu pai, um dos primeiros filiados do Partido dos
Trabalhadores (PT), acompanha a constante luta pelo atendimento as carências
da população, que entre outras demandas cria um clube de compras a preço de
custo para a população. Filia‐se ao PT em 1996. Auto define‐se como “uma
pessoa incomodada com as injustiças sociais” e acredita que a “política é para
melhorar a vida das pessoas”45. Atuando na CMP foi a primeira mulher
presidente da casa.
Iniciou a carreira política nas eleições de 2004 quando foi eleita
vereadora de Pinhais, para a 4ª legislatura do município (2005‐2008) aos 37
anos de idade pelo PT, com 1096 votos. Na eleição seguinte, do ano de 2008, foi
45 Conforme entrevista concedida à Glória Estevinho em 29 de fevereiro de 2016.
Pág. 125 Memória Política de Curitiba
reeleita vereadora pelo PT com 864 votos. Nessa legislatura ocupou o cargo de
1ª Secretária da CMP no biênio 2009‐2010 e foi a primeira mulher Presidente
da CMP no biênio 2011‐201246.
Nas eleições de 2012 concorreu à reeleição, pelo PT. Obteve 998 votos,
mas não foi reeleita. Atualmente está cursando a faculdade de Serviço Social e é
Diretora de DEPSE (Departamento de Proteção Social Especial) na Prefeitura
Municipal de Pinhais.47
CECILIA PADOVAN SERAFIM ‐ CECILIA DA SAÚDE
Fonte: http://eleicoes.uol.com.br/2012/candidatos. Acesso 29.fev.2016
Nasceu em Ocauçu, estado de São Paulo em 29 de novembro de 1945.
Aos 15 anos, em 1960, casa‐se e vai morar em Barbosa Ferraz, estado do
Paraná, onde dedica‐se ao trabalho na lavoura, num sítio do sogro de seu irmão.
47 Disponível em http://www.pinhais.pr.gov.br/News7content9784.shtml. Acesso
29.março.2016
Pág. 126 Memória Política de Curitiba
Fonte: http://www.eleicoes2012.info/marcia‐ferreira‐pmdb‐15015/. Acesso 29.fev.2016
Márcia Ferreira nasceu em 17 de julho de 1974 na cidade de Cianorte,
região Norte do Paraná e veio morar em Pinhais aos nove meses de idade. É a
filha mais nova de seis irmãos. Filha de José Ferreira, filiado ao Partido dos
Trabalhadores, na década de 1980 e 1990 foi candidato a vereador pelo PT e
um dos fundadores do partido em Pinhais. Participou da associação de
moradores do bairro Maria Antonieta. Sua mãe, Terezinha Cristani era
professora. Marcia sempre foi atuante com o grupo de jovens que praticava
ações junto à comunidade sendo articuladora no movimento em prol de
atitudes de conscientização referentes a AIDS, drogas, DST e na prevenção e
51 Disponível em http://www.quadropolitico.com.br/DadosCandidato/2311818/Cecilia‐
Padovan‐Serafim. Acesso em 29.fev.2016.
52 Conforme entrevista concedida à Glória Estevinho em 29 de fevereiro de 2016.
Pág. 130 Memória Política de Curitiba
Fonte: http://noticias.uol.com.br/politica/politicos‐brasil/2008/vereador/25031967‐jane‐carteira.jhtm /. Acesso
29.fev.2016
Maria Janeide de Souza Piacentini nasceu em 25 de março de 1967, em
Sertânia, estado de Pernambuco. Filha de Isaías Galdino e Agda Batista,
trabalhadores rurais. Casada com Gilberto Piacentini, metalúrgico, é mãe de três
filhos: Alexandre Junior, carteiro em Piraquara, Gustavo Piacentini e Camila
Piacentini. Tem uma neta. Há 26 anos mora em Pinhais, no Bairro Vargem
Grande. Trabalhou como cabeleireira, costureira e vendedora. Aprovada em
concurso público trabalhou por 12 anos nos Correios, passando a ser a primeira
mulher Carteira do Município de Pinhais, onde ficou popularmente conhecida
como “Jane Carteira”. Nos Correios, atuava como Delegada do Sindicato dos
Carteiros. Jane foi à fundadora da feirinha de artesanato do município, que era
realizada na Avenida Iraí53.
Pág. 131 Memória Política de Curitiba
Concorreu para vereadora nas eleições de 2004, obteve 579 votos e ficou
como suplente do PR. Nas eleições seguinte, de 2008 obteve 732 votos e não foi
eleita. Foi eleita em 2012 com 1107 votos54.
ROSA MARIA DE JESUS COLOMBO
Fonte: http://www.eleicoes2014.com.br/professora‐rosa‐maria//. Acesso 29.fev.2016
Nasceu em Santa Fé, estado do Paraná, em 17 de setembro de 1965. Filha
de José Manoel Nunes e Joviana Maria Nunes, ambos trabalhadores rurais. É a
terceira filha do casal, de uma família de 5 irmãos. Casada com Jó Roel Colombo,
é mãe de 4 filhas e tem dois netos. Fez seus estudos iniciais em escola pública e
trabalhou como costureira e copeira, antes de graduar‐se em Letras pela
Faculdade de Jandaia do Sul (FAFIJAN). Também é pós‐graduada em
Metodologia de Ensino, pela Faculdade Espírita, e em Psicopedagogia pela
UNICURITIBA. Fez uma especialização, pela UTFPR, em nível de mestrado, a
qual deu origem ao artigo sobre a importância da leitura. Ainda cursou
54 Disponível em http://www.quadropolitico.com.br/DadosCandidato/2301968/Maria‐Janeide‐
56 Disponível em
http://www.panorama.com.br/index.php?option=com_k2&view=item&id=9730:pinhais‐nova‐
secret%C3%A1ria‐de‐educa%C3%A7%C3%A3o‐fala‐de‐prioridades&Itemid=12. Acesso
29.fev.2016
57 Disponível em http://www.quadropolitico.com.br/DadosCandidato/1854427/Rosa‐Maria‐
De‐Jesus‐Colombo e em http://noticiasparana.com/pinhais‐rosa‐maria‐assume‐secretaria‐de‐
administracao/. Acesso em 29.fev.2016.
58 Disponível em
http://www.pinhais.pr.gov.br/aprefeitura/secretariaseorgaos/administracao/FreeComponent
40content352.shtml. Acesso em 11.abril.2016.
Pág. 133 Memória Política de Curitiba
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A compilação de dados apresentada nos permite observar que apesar de
haver uma política pública institucionalizada através das ações afirmativas que
preconizava o aumento da participação de mulheres no poder, ainda temos uma
baixíssima representação feminina no legislativo municipal de Pinhais.
Passados vinte e um anos da Lei 9100/95, observa‐se que em Pinhais, somente
agora, na 6ª Legislatura (2013‐2016) tivemos a eleição de 4 mulheres
simultaneamente para o legislativo municipal ocupando 27% das cadeiras. Nas
legislaturas anteriores, na 1ª (1993‐1996) a eleição ocorreu sem cotas e não
teve nenhuma mulher eleita. A partir da 2ª legislatura (1997‐200), a eleição já
contava com a lei de cotas e temos a eleição da primeira vereadora de Pinhais e
única nessa legislatura representando 6% das cadeiras disponíveis. Para a 3ª
(2001‐2004) e 4ª (2005‐2008) legislaturas duas mulheres foram eleitas, em
cada legislatura, fazendo um total de 12% de ocupação das cadeiras por
mulheres. Na 5ª legislatura (2009‐2012) somente uma vereadora foi eleita e
volta‐se ao 6% de representação feminina na câmara municipal. Se
compararmos desde a primeira legislatura, que teve uma mulher eleita, com a
atual com quatro mulheres eleitas, percebemos que houve aumento de 20% no
número de mulheres eleitas para a câmara municipal59.
A política de cotas não pode ser considerada o instrumento principal
para a efetiva participação feminina no campo político institucionalizado. O fato
de haver uma lei que institui cotas para a disputa dos cargos legislativos não
garante as condições para as mulheres chegarem aos canais de poder de
59 Ver quadro Candidatos à Câmara Municipal de Pinhais – PR/Eleições 2012 ao final do artigo.
Nas eleições de 2012 dos 313 candidatos a vereador no município de Pinhais 94 eram mulheres
e somente 4 foram eleitas.
Pág. 134 Memória Política de Curitiba
REFERÊNCIAS
Quadro político: candidatos do município de Pinhais. Disponível em
http://www.quadropolitico.com.br/DadosCandidato/2094147/Marly‐Paulino‐
Fagundes. Acesso em 29.fev.2016.
Pág. 137 Memória Política de Curitiba
Fernando Marcelino Pereira60
Resumo: O presente trabalho analisa a trajetória de três famílias de empresários do transporte
público que viraram vereadores orgânicos na Câmara Municipal de Curitiba: Gulin, Silvério e
Bertoldi. A trajetória destes vereadores nos ajuda a compreender a ação política dos
empresários do transporte público e seus impactos na formação de redes de interesse e poder.
Avaliamos como a participação política destes vereadores faz parte de uma intricada rede de
relações familiares que assegura privilégios na concessão do transporte público nas mais
diversas conjunturas econômicas e políticas. Esta pesquisa tem como objetivo central dar
seqüência nos estudos sobre as genealogias das classes dominantes paranaenses.
Palavras‐chave: Empresários; Transporte Público; Vereadores; Genealogia.
60
Graduado em Relações Internacionais pela UniCuritiba, Mestre em Ciência Política e
Doutorando em Sociologia pela UFPR. Email: fernandomarcelinopereira@gmail.com
Pág. 138 Memória Política de Curitiba
1 ‐ Transporte em Curitiba
Em 1895, Clapp vendeu a Ferro Carril para o italiano Santiago Colle. Ele
fez um contrato com a Prefeitura para explorar o serviço de transporte coletivo
e de cargas por um período de 90 anos. Neste momento o serviço contava com
vinte bondes de passageiros, cerca de 18 quilômetros de linhas e uma estação
central, além de oficinas e instalações para depósitos de equipamentos e
forragens e duas estrebarias para acomodação e descanso dos cerca de 120
animais que eram utilizados na tração dos veículos.
A partir do início dos anos 70, nas gestões de Jaime Lerner, todos os
bairros passaram a ser atendidos. Em 1974 foi implantado o Sistema de Ônibus
Expresso, com os coletivos circulando em vias exclusivas do sistema trinário. À
integração física somou‐se a integração tarifária a partir de 1980, com a criação
da chamada Rede Integrada de Transporte (RIT). Ela veio permitir
deslocamentos diversificados a quaisquer pontos da cidade com o pagamento
de uma só passagem.
Pág. 142 Memória Política de Curitiba
Erondy Silvério
Erondy casou‐se com Iracy Langue Silvério, filha de João Langue e Ana
Binoer Langue. Um dos filhos do casal, Marcelo Silvério, foi ex‐titular do
Cartório Distrital do Portão em Curitiba e atual titular de Cartório em Fazenda
Rio Grande e designado para o 12º Tabelionato de Curitiba. Também trabalhou
na Assembleia Legislativa.
Donato Gulin
A família Gulin, tradicional em Curitiba, tem décadas de atuação no
transporte da cidade e forte influência política. A família Gulin é grande, com
vários desdobramentos, apesar de um ascendente em comum.
Donato Gulin nasceu em Curitiba em 16/05/1944. Foi o vereador da
família na Câmara Municipal de Curitiba entre 1973 e 1976, entre 1977 e 1980,
e por último entre 1981 e 1983. Por três períodos assumiu a presidência da
Câmara Municipal. Seu partido era a antiga Aliança Renovadora Nacional
(Arena) que mais tarde foi transformada em PDS, partidos de apoio à ditadura
militar. Na Câmara Donato Gulin tinha profundo entrosamento com o prefeito
biônico Jaime Larner, por serem do mesmo partido.
Donato Gulin é representante da viação Cidade Sorriso. Conforme dados
de 2015, a empresa tem capital social registrado na Junta Comercial no valor de
R$ 35 milhões, possui frota de mais de 280 ônibus. Somente em Curitiba são 80
veículos biarticulados, avaliados em R$ 1 milhão cada um. A Viação Cidade
Sorriso é considerada a maior empresa de transporte coletivo da América do
Pág. 146 Memória Política de Curitiba
61 http://www.gazetadopovo.com.br/vida‐e‐cidadania/manobra‐das‐empresas‐de‐onibus‐
indica‐sangria‐do‐lucro‐do‐sistema‐682vs51oapnfopexxy8zjluyz
62 http://g1.globo.com/bom‐dia‐brasil/noticia/2016/08/licitacoes‐de‐onibus‐sao‐alvo‐de‐
fraudes‐bilionarias‐em‐7‐estados‐e‐df.html
Pág. 147 Memória Política de Curitiba
Bertoldi
Em 2004, Osmar foi candidato a prefeito pelo PFL. Em 2006, foi eleito
deputado estadual com 27.385 votos. Em maio de 2008 foi punido pela Justiça
Eleitoral por propaganda fora de época e irregular. Em 2013 é nomeado
novamente para o cargo de Secretário de Habitação de Curitiba pelo então
prefeito Gustavo Fruet, sendo que já havia ocupado o mesmo cargo na gestão
anterior de Luciano Ducci.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Jussara Cardoso
65
Resumo: O objeto desse estudo empírico é avaliar a produção legislativa das vereadoras de
Curitiba entre 2013 e 2015. Assim, coloca‐se como objetivo geral avaliar a produção legislativa
das vereadoras na CMC. Utiliza‐se para avaliação do desempenho político‐institucional das
vereadoras a taxa de sucesso que as mesmas tiveram em suas preposições legislativas. A
produção entre 2013 e 2015 das vereadoras foi de 136 proposições legislativas, sendo que o
total no mesmo período foi de 1550 projetos produzidos.
Palavras‐chave: vereadoras, produção legislativa, CMC.
65 Graduanda em Ciência Política (UNINTER).
Pág. 151 Memória Política de Curitiba
INTRODUÇÃO
66 “Nós não nascemos mulheres, nós nos tornamos”. (BEAUVOIR, 2015, p.13).
Pág. 152 Memória Política de Curitiba
Pág. 154 Memória Política de Curitiba
Tabela 1
Tabela 3
Mulher 7
Aguardando sanção ou veto 1
5002102015 1
Anexada por semelhança 1
5001632014 1
Em análise pelas Comissões 3
1000012014 1
5001182014 1
5002542013 1
Promulgada com veto parcial 1
mantido
5000642013 1
Promulgada/sancionada 1
5000182015 1
Total geral 7
No tocante ao projeto 5002102015 que se encontra atualmente como
aguardando sanção e veto. O mesmo retrata sobre a temática da
obrigatoriedade da presença de vigilante do sexo feminino nos
estabelecimentos financeiros no Município de Curitiba. O projeto de lei colocava
que os estabelecimentos financeiros deveriam ter ao menos uma vigilante para
fazer a revista nas mulheres, sendo que caso o estabelecimento não cumprisse a
norma deveria pagar uma multa de 1.000 reais na primeira ocorrência,
aumentando o valor, podendo o estabelecimento ter suspenso o alvará por até
60 (sessenta) dias. A justificativa do projeto é que às mulheres se sentem
constrangidas ao serem revistadas por homens. A revista pessoal, muitas vezes,
é realizada por vigilantes homens, violando um direito constitucional da
preservação da intimidade.
O projeto de lei 500163/2014 protocolado em 2014: Institui os
Princípios e Diretrizes para a Humanização do Parto, dispõe sobre a
administração de analgesia em partos naturais de gestantes da Cidade de
Pág. 160 Memória Política de Curitiba
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho pesquisou qual a agenda e o desempenho político‐
institucional das vereadoras da Câmara Municipal de Curitiba no período de
2013 a 2015. A partir da análise dos dados coletados constatou‐se que o tema
que mais apareceu foi o social, com 28,68% de participação na produção
legislativa. No primeiro momento, pela construção da tabela desenvolvida pelo
Núcleo de Pesquisa e Prática em Ciência Política – NuPP‐CiPol. Havia uma
expectativa a priori de que os dados revelariam que as vereadoras teriam
protocolado uma quantidade significativa de projetos de lei referentes à Mulher.
Todavia, ao analisar nos subtemas projetos referentes às mulheres, constatou‐
se que no período foram produzidos 7 (sete) proposições sobre a temática,
correspondendo a 5,14% da produção total das vereadoras.
Averiguasse com esses dados que as vereadoras têm interesse na
temática de mulheres, visto que corresponde a mais de 5 % das proposições
protocoladas pelo conjunto das vereadoras no período analisado, no entanto é
necessário saber sobre o que eram tratados esses temas.
O projeto 500210/2015 trata sobre segurança para mulheres que sofrem
violência; o segundo 5001632014 trata de direitos para gestantes relacionado
às doulas ou seja, é um projeto voltado a maternidade; o terceiro é sobre cotas
de 30% para maior participação das mulheres em cargos públicos
comissionados; o quarto apresenta outra vez a temática sobre segurança para
às mulheres vítimas de violência; o quinto cria uma procuradoria para
mulheres, retratando o tema de segurança para as mulheres; o sexto relata
sobre a notificação do guarda de saúde sobre gestantes que são usuárias de
drogas; e o sétimo sobre assentos para gestantes.
Dos 7 (sete) projetos, 3 (três) se referem a violência contra mulher;
3(três), sobre maternidade; e 1 (um) sobre a maior inserção das mulheres no
Pág. 163 Memória Política de Curitiba
INTRODUÇÃO
2016, os dados sobre os resultados eleitorais de 2016 não serão incluídos na análise de dados.
Apenas serão demonstrados os candidatos e coligações dos partidos selecionados
correspondentes a esta disputa.
70 Durante o período do fim do Estado Novo ao golpe militar (1945‐1964) as eleições
realizadas tinham a liberdade de se coligarem nas disputas proporcionais. Os legisladores do
Pág. 168 Memória Política de Curitiba
regime militar vetaram qualquer forma de coligação nas eleições (do executivo e legislativo).
Com a redemocratização do país, as coligações voltaram a ser permitidas. Desde 1985 os
partidos têm a liberdade de escolher se concorrem sozinhos ou se fazem coligações nas eleições,
tanto nas eleições proporcionais quanto nas disputas para o Executivo (NICOLAU, 2012, p. 130‐
131).
71 Vereadores brasileiros são eleitos por meio de um sistema eleitoral proporcional de
lista aberta, em que as sobras de cadeiras são alocadas utilizando uma versão do sistema
D’Hondt. Os eleitores podem votar tanto na legenda do partido como em um candidato. Os votos
são então agregados até o nível das listas eleitorais. Somente então é realizado o cálculo do
número de cadeiras a que cada lista tem direito (pela fórmula D’Hondt). Dentro de cada lista,
são eleitos os que obtiveram o maior número de votos individuais, até completar o número de
cadeiras às quais a lista tem direito. As listas eleitorais, por sua vez, podem ser compostas por
mais de um partido, e nesse caso são chamadas de coligações eleitorais (LEONI, 2011, p. 107).
Pág. 169 Memória Política de Curitiba
Alianças Partidárias
Na visão de Duverger (1970), em um sistema multipartidário, compostos
por partidos ideologicamente diferentes e que apresentam comportamentos
distintos, pode levar a uma desordem do sistema. Em relação às alianças, o
fenômeno é visto sob formas e graus diferentes, sendo algumas desorganizadas,
como coligações provisórias, realizadas para que os envolvidos se beneficiem de
vantagens eleitorais. Outro tipo são as alianças duráveis. O que justifica a
adoção de um ou outro modelo de aliança entre os partidos políticos pode ser as
regras eleitorais de um determinado sistema eleitoral, que podem influenciar a
formação de alianças num dado período. Outro fator explicativo para a
existência de coligações e o formato delas é o número de partidos e o tipo de
eleição majoritária ou proporcional.
Partido Eleição
PDT candidatos 98 36 60 54 70 28 47
C. Proporcional C C C C C C C
V. Eleitos 08 08 02 03 03 02 ‐
C. Majoritária C C C H H C C
PT candidatos 28 33 31 23 52 25 23
Pág. 173 Memória Política de Curitiba
Partido Eleição
C. Proporcional C C C C C C PT
V. Eleitos 03 03 05 03 02 03 ‐
C. Majoritária C C C C C C PT
PMDB 90 39 47 25 53 46 29
candidatos
V. Eleitos 03 04 03 04 02 01 ‐
PSC candidatos 80 42 41 38 44 62 53
V. Eleitos 0 0 03 0 01 06 ‐
C. Majoritária C C H C C C C
DEM candidatos 97 41 58 40 51 10 06
V. Eleitos 03 04 09 05 03 01 ‐
C. Majoritária C C H DEM H H C
PSB candidatos 28 09 50 38 54 24 24
V. Eleitos 0 0 02 03 03 04 ‐
PSDB candidatos 84 41 55 40 71 21 33
V. Eleitos 02 02 03 04 13 04 ‐
C. Majoritária PSDB C C H H H C
Pág. 174 Memória Política de Curitiba
Partido Eleição
eleitos por chapa “puro sangue”, o que demonstra que até um partido da
magnitude do PMDB pode ter mais sucesso eleitoral caso opte por coligações.
dominante liderada pelo PFL, sendo que o PSB nacional vinha de uma série de
coligações com o PT. A postura do PSB muda em Curitiba a partir de 2004, de
partido de oposição passa a integrar a coligação dominante, quando nesta
eleição e na seguinte, de 2008, o PSB entra com o candidato a vice‐prefeito
Luciano Ducci (REHBEIN, 2008, p. 320). Em 2008 o PSB lançou as candidaturas
da eleição proporcional como partido único, chapa “puro sangue”, no entanto na
eleição majoritária integrava a coligação dominante. Em 2012 o PSB opta por
coligação na eleição majoritária e na proporcional. Embora o partido não tenha
eleito prefeito em 2012 foi o ano de melhor desempenho eleitoral para os
vereadores do PSB, pois foi a maior votação conquistada com 4 vereadores
eleitos, a maior representação do partido na Câmara. Importante destacar que o
prefeito Luciano Ducci tentava a reeleição, após suceder o cargo de Beto Richa,
que assumiu o governo do Paraná após a eleição de 2010.
QUADRO 2 – RELAÇÃO DE PREFEITOS ELEITOS EM CURITIBA (1992‐2012) E VEREADORES
paranaense em 2008 com a vitória de Beto Richa sobre Gleisi Hoffmann (PT),
tendo 13 cadeiras na Câmara. Os prefeitos Rafael Greca (PDT) Cássio Taniguchi
(PDT/PFL) também foram eleitos com uma base significativa do partido no
Legislativo.
Pág. 181 Memória Política de Curitiba
Ducci, onde a coligação majoritária contou com 15 partidos. Todavia, foi a maior
vitória do PSB na eleição proporcional conquistando 4 cadeiras na Câmara
Municipal, que demonstra a força adquirida no cenário político da capital
paranaense.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Pág. 186 Memória Política de Curitiba
ANEXO
32 SD Solidariedade 24.9.2013 77
Pág. 189 Memória Política de Curitiba
INTRODUÇÃO
O abastecimento de água tratada e própria para consumo, o manejo
de águas pluviais, o sistema de esgotamento sanitário76, o manejo de
resíduos sólidos, a limpeza urbana e o controle de agentes
patogênicos formam um conjunto de serviços que tem como objetivo
promover a saúde das comunidades envolvidas (OLIVEIRA, 2016, p.
1‐2).
É plausível afirmar que hoje há um consenso social em torno desta noção
de saúde pública77. Mas também é admissível concluir que nem sempre foi
assim. Na conjuntura da passagem do século XIX para o século XX, apenas os
serviços de abastecimento de água e coleta de esgoto compunham, de modo um
tanto disperso, a agenda dos poderes públicos e os anseios da sociedade desse
período.
76 “O esgoto sanitário, segundo definição da norma brasileira NBR 9648 (ABNT, 1986) é o
‘despejo líquido constituído de esgotos doméstico e industrial, água de infiltração e a
contribuição pluvial parasitária’”. Disponível em http://tratamentodeagua.com.br/artigo/o‐
esgoto‐sanitario‐a‐origem/; acesso em 18/09/2016.
77 “A expressão ‘Saúde Pública’ pode dar margem a muitas discussões quanto a sua definição,
campo de aplicação e eventual correspondência com noções veiculadas, muitas vezes, de modo
equivalente, tais como ‘Saúde Coletiva’, ‘Medicina Social/Preventiva/Comunitária’, ‘Higienismo’,
‘Sanitarismo’. Em geral, a conotação veiculada pela instância da ‘Saúde Pública’ costuma se
referir a formas de agenciamento político/governamental (programas, serviços, instituições) no
sentido de dirigir intervenções voltadas às denominadas ‘necessidades sociais de saúde’”.
Disponível em http://www.fiocruz.br/bibsp/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=107; acesso em
13/09/2016.
Pág. 191 Memória Política de Curitiba
78 “Houve um tempo em que nem mesmo as melhores casas das maiores cidades brasileiras
contavam com água encanada. Eram os chafarizes públicos que cumpriam o nobre papel de
garantir aos moradores as condições mínimas de conforto, saúde e higiene, além de servir a
muitos para seu trabalho e sustento – em um passado não tão distante”. Disponível em
http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos‐revista/agua‐pra‐dar‐ou‐vender; acesso
em 13/09/2016.
79 Disponível em http://www.aegea.com.br/portfolios/a‐historia‐do‐saneamento‐basico‐no‐
82 “[...] escravos que na calada da noite transportavam barris com fezes e urina para jogá‐los em
22/09/2016.
92 Para maiores informações biográficas ver http://www.bahia‐
turismo.com/cachoeira/antonio‐reboucas.htm; acesso em 22/09/2016.
93 Disponível em http://www.curitiba‐parana.net/patrimonio/chafariz.htm; acesso em
22/09/2016.
94 Para maiores informações biográficas ver
http://www.alteheimat.com.br/wp/pesquisa/imigracao‐alema‐no‐parana/; acesso em
22/09/2016.
95 Para maiores informações biográficas ver
http://triaquimmalucelli.blogspot.com.br/2013/06/adolpho‐lamenha‐lins.html; acesso em
22/09/2016.
Pág. 196 Memória Política de Curitiba
a 26 de maio de 1883. Ao assumir o cargo, logo verificou que a receita arrecadada era inferior às
necessidades previstas pelo orçamento”. Disponível em
http://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira‐
republica/CARVALHO,%20Carlos%20Augusto%20de.pdf; acesso em 23/092016.
Pág. 197 Memória Política de Curitiba
eram fracas e o serviço muito grande. Além do que, ‘havia política de campanário e as rendas
municipaes pingues’” (SCHUSTER, 1994, p. 52).
Pág. 198 Memória Política de Curitiba
99 Disponível em http://www.tribunapr.com.br/blogs/dante‐mendonca/barao‐da‐bosta/;
acesso em 23/09/2016.
Pág. 199 Memória Política de Curitiba
100 Vale relembrar que os serviços de coletas de esgoto e lixo domésticos eram realizados por
102 Disponível em
http://www.rioiguacu.pr.gov.br/arquivos/File/Historia_Saneamento_Parana.pdf; acesso em
24/09/2016.
103 Para maiores informações biográficas ver
http://www.casacivil.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=36; acesso em
24/09/2016.
Pág. 201 Memória Política de Curitiba
Naquela conjuntura:
A Câmara de Vereadores achou por bem lançar o “imposto de um
tostão” (100 réis) por pipa d’água105. Os pipeiros retrucaram e
aumentaram o preço do barrilote106 do precioso liquido. A Câmara
não deixou por menos, e aumentou em mais um tostão o preço da
pipa. O povo se revoltou. “Fatta la legge, trovatto l’inganno (feita a lei,
aventada a trapaça), pensavam os que passavam o tempo “semeando
a cizânia” (semeando a discórdia). A situação chegou a tal ponto que
soldados foram as ruas a fim de manter a ordem pública,
principalmente junto ao chafariz da Praça Zacarias [...], onde os
pipeiros sofriam ameaças de apedrejamento (SCHUSTER, 1994, p.
34).
p. 36).
Pág. 202 Memória Política de Curitiba
107 Dentro das devidas proporções é plausível supor tal lógica ainda persiste em nossa cidade
(grifos nossos).
Pág. 203 Memória Política de Curitiba
acesso em 23/09/2016.
110 Os herdeiros destes ainda ocupam os mesmos postos na capital paranaense (OLIVEIRA,
2012).
111 “Para a burguesia da época que se encharcava de perfumes franceses e andava pelas ruas de
‘nariz empinado’ (especialmente em função do cheirume) aquele foi um pobre coitado que,
literalmente, ‘saiu da merda’: primeiro Castelhano de nome, depois Chico Bosta e, para os que
morriam de inveja, Barão da Bosta”. Disponível em http://www.tribunapr.com.br/blogs/dante‐
mendonca/barao‐da‐bosta/; acesso em 23/09/2016.
112 No bairro Cajuru, município de Curitiba, há uma rua com o nome Francisco Castellano (ver
https://www.google.com.br/maps/place/Rua+Francisco+Castellano+‐+Cajuru,+Curitiba+‐
Pág. 205 Memória Política de Curitiba
CONSIDERAÇÕES FINAIS
+PR/@‐25.4695279,‐
49.2275499,17z/data=!3m1!4b1!4m5!3m4!1s0x94dce535cd8e70d3:0xd80428d98f798364!8m
2!3d‐25.4695279!4d‐49.2253612; acesso em 25/09/2016), mas não foi possível confirmar se
seria uma homenagem ao “personagem” em questão.
113 O agente social é semiautônomo (ativo e passivo), incorpora as relações com a estrutura do
campo e reproduz as mesmas por meio dos habitus. Os habitus são definidos enquanto produtos
coletivos que orientam as ações dos agentes. É justamente por meio dos habitus que os agentes
interiorizam valores, normas e princípios sociais que asseguram a adequação entre suas ações
(enquanto indivíduos) e a realidade social objetiva (estrutural). O conceito de habitus pode ser
compreendido como um instrumento capaz de auxiliar na reflexão acerca da relação (e da
mediação) entre as sujeições sociais exteriores e a subjetividade dos agentes sociais. Ver
BOURDIEU, 1996 e THIRY‐CHERQUES, 2006.
Pág. 206 Memória Política de Curitiba
114 O capital será compreendido enquanto um recurso mobilizador que proporciona hierarquia
à estrutura de um campo social. Pode ser classificado como: “[...] econômico, que compreende a
riqueza material, o dinheiro, as ações etc. (bens, patrimônios, trabalho)”; “[...] cultural, que
compreende o conhecimento, as habilidades, as informações, etc.”; “[...] social, correspondente
ao conjunto de acessos sociais, que compreende o relacionamento e a rede de contatos” e “[...]
simbólico, correspondente ao conjunto de rituais de reconhecimento social, e que compreende o
prestígio, a honra etc. O capital simbólico é uma síntese dos demais (cultural, econômico e
social)” (THIRY‐CHERQUES, 2006, p. 38‐39).
Pág. 207 Memória Política de Curitiba
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