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Este projeto, que está vinculado ao PIBID/Unisinos, subprojeto - História, teve por finalidade
primeira a instrução dos estudantes no modus pensante historiográfico, com o objetivo de
demonstrar métodos de pesquisa em História, assim como o manejo de documentação e fontes
da Historiografia do objeto em estudo e análise. Após o contato de três meses com a escola e
os estudantes, durante as observações em sala de aula, fez-se perceptível a necessidade de
exemplificar a construção do trabalho do historiador. Como diz Freire: “é pensando
criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática” (1996, p.
43‐ 44). Com isso, gostaríamos de compreender se há possibilidade de os alunos mudarem sua
visão, por vezes distorcidas, do papel e do trabalho do historiador, assumindo o protagonismo
de construção da escrita da História. Para tal, elaborou-se uma oficina de historiografia,
organizada pelos alunos Gabriel Azevedo e Lavínia Lopes, respondendo a solicitação da
BNCC, que diz: “Docentes e discentes poderão desempenhar o papel de agentes do processo
de ensino e aprendizagem, assumindo, ambos, uma “atitude historiadora” diante dos
conteúdos propostos, no âmbito de um processo adequado ao Ensino Fundamental.” (2017, p.
401) A aplicação da prática deu-se da seguinte forma: 1ª Aula - A percepção histórica (a
História vista de ambos os lados; utilização de recortes do filme “Ponto de vista”, 2008); 2ª
Aula - Fontes e métodos de pesquisa em História e Escolas historiográficas; 3ª Aula -
Manuseio e reconhecimento de Documentos. Após estas aulas, fez-se pequenas vídeos-
entrevistas com alguns estudantes que foram escolhidos para participarem da da oficina.
Palavras chaves: Historiografia; Ensino de História; Oficina
INTRODUÇÃO
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É graduanda em História pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos, tem interesse em pesquisa nas áreas:
Brasil, Afro-Brasileira, História do gênero e suas problemáticas. É monitora da cadeira de Teorias da História
com a Profª. Drª. Marluza Marques Harres, e bolsista PRATIC com a mesma docente. Foi bolsista PIBID -
UNISINOS, na Escola Estadual CAIC Madezzati, trabalhando com ensino fundamental - anos finais e também
foi monitora de Contemporânea II com a Profª. Drª. Sirlei Teresinha Gedoz.
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Atualmente é bolsista do Instituto Anchietano de Pesquisa, na Universidade do Vale do Rio dos Sinos,
orientando do Professor Doutor Jairo Henrique Rogge e coorientado pelo Professor Doutor Pedro Ignácio
Schmitz. Se encontra bolsista-PIBID/UNISINOS na Escola Estadual CAIC Madezzati, sob orientação da
Professora Drª. Sirlei Teresinha Gedoz. Tem experiência na área de História, com ênfase em História da
Religião, Patrimônio e História da América, atuando principalmente nos seguintes temas: Jesuítas, Patrimônio e
Memória Sacra, História Eclesiástica do Brasil, Jesuítas no Rio Grande do Sul e História da religião no Sul do
Brasil.
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É graduando do curso de Licenciatura Plena em História, pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos
(UNISINOS). Possui bolsa PIBID-UNISINOS, atuando na Escola Estadual CAIC Madezzati. Tem interesse nas
áreas de migrações, história moderna, instituições monárquicas e etno-história.
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Freire discute a importância de os estudantes conhecerem seu contexto social para poderem
transformá-lo.
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As demandas exigidas de uma aula de história hoje em dia são bastante complexas.
Com as constantes dúvidas acerca da utilidade da matéria, os professores da área têm de lidar
com outras expectativas. Não basta apenas trabalhar com o conteúdo histórico ou, ainda, saber
de cor os fatos históricos.
Um dos principais desafios do ensino de história na atualidade é compreender qual o papel dos
acontecimentos do presente no currículo da disciplina escolar de História. Esse é um desafio
que implica ultrapassar os limites do mero presentismo e do anacronismo, tão constantes às
relações entre presente e passado, na sala de aula. (PEREIRA, 2007, p. 152)
alunos que questionam a atuação dos docentes em história, assim como a cientificidade dos
conteúdos trabalhados. Tal qual, estas demandas já se fazem evidentes nas solicitações da
BNCC, onde diz que: “Docentes e discentes poderão desempenhar o papel de agentes do
processo de ensino e aprendizagem, assumindo, ambos, uma “atitude historiadora” diante dos
conteúdos propostos, no âmbito de um processo adequado ao Ensino Fundamental.” (2017, p.
401).
Caimi, em seu texto intitulado “O que precisa saber um professor de história?”,
disserta sobre algumas demandas que o professor de História precisa enfrentar atualmente, e
uma delas justifica a elaboração da oficina aqui relatada. Para além de fatos históricos, é
preciso demonstrar aos alunos os métodos de pesquisa histórica. Um dos argumento
selecionados pela autora para justificar a presença da História na grade curricular está em
“introduzir os alunos em um conhecimento e no domínio de uma metodologia rigorosa,
própria dos historiadores, que estimula as capacidades de análise, argumentação, comparação,
inferência, formulação de hipóteses, dentre outras” (CAIMI, 2015, p. 109).
Também merece destaque a importância do PIBID por permitir uma ligação maior da
Universidade com a escola básica, o que se faz bastante pertinente, facilitando que a pesquisa
e a prática andem juntas, o que favorece o processo de formação docente enquanto a escola e
seus estudantes podem desfrutar da presença universitária e seu contexto diário. Assim,
verifica-se que o PIBID possibilita um “estímulo à corresponsabilização entre universidade e
escola de educação básica na formação docente; superação da dicotomia teoria-prática nas
ações pedagógicas”. (DAL-IGNA, p.79, 2015).
5 Ficha técnica básica: título -Ponto de Vista; diretor - Pete Travis; roteiro - Barry L. Levy; ano de lançamento -2008;
nacionalidade – Estados Unidos; locação - Cuernavaca e Puebla /México; companhias produtoras - Relativity Media, Original
Film, e Art In Motion; .; produção - Callum Greene, Tania Landau e Lynwood Spinks; música - Atli Örvarsson. elenco - Dennis
Quaid (Agente Thomas Barnes), William Hurt (Presidente Ashton), Matthew Fox (Kent Taylor), Forest Whitaker (Howard
Lewis), Sigourney Weaver (Rex Brooks), Édgar Ramírez (Javier), Ayelet Zurer ( Veronica).
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O PIBID Subprojeto de História busca a aplicação de conhecimentos e metodologias do ensino de História, por
meio de experiências pedagógicas embasadas em inovador referencial teórico-metodológico e tecnológico,
garantindo um produtivo diálogo entre o conhecimento acadêmico e a realidade vivenciada pelos estudantes e
pelas escolas conveniadas.
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A última etapa da oficina foi a aula prática. Para essa foi necessário o uso de luvas de
látex e máscaras cirúrgicas, demonstrando a seriedade que devemos ter ao trabalhar com
documentos antigos. No tópico de manuseio e reconhecimento de documentos temos
primeiramente a aula expositiva sobre métodos de manuseio do acervo documental e a
explicação de como fazer uma tabela catalográfica e a forma de utilização da mesma. Nessa
primeira parte apresentamos a explicação de que todo documento histórico deve ser tratado
com o máximo cuidado. Para utilizá-los deve-se observar alguns aspectos como: o ambiente;
o local de colocação do mesmo (mesa); utilização de luvas e máscaras quando necessário;
pincel para limpeza; não ter sobre o local de trabalho comida ou líquidos; não utilizar
borracha ou demais produtos abrangentes para limpeza dos mesmos; não alterar os
documentos em sua integridade física; sempre scanear ou fotografar os documentos em
trabalho, antes de iniciar o manuseio; fazer uma ficha descritiva catalográfica documental.
Depois a turma foi dividida em grupos e deixamos que cada um trabalhasse com
algum ano de reportagens sobre a escola, com documentação preservadas pela instituição. A
escola é jovem, os documentos recentes, sendo os primeiros de 1991, o que também pode
facilitar uma aproximação dos estudantes com os conteúdos.
Como a criança ainda tem um pensamento pouco conceitual, demasiado baseado no concreto,
realidades distantes no tempo e no espaço são mais difíceis de serem abstraídas, desse modo,
inserir o presente na sala de aula permitiria aproximar esse passado distante, tornando a
aprendizagem significativa. (PEREIRA, 2007, p. 157)
em sala de aula e também realizamos pequenas vídeos-entrevistas com alguns alunos que
participaram da aplicação da oficina, buscando perceber se houve o melhoramento da visão
do historiador e da escrita da História.
Durante as discussões uma parcela dos estudantes apontou que algumas notícias
envolvendo a escola estavam relacionadas à violência encontrada em bairros próximos, local
onde residem. Então buscamos mostrar que a escolha por aquelas reportagens estava ligada a
subjetividade do pesquisador, uma vez que se deram a partir das experiências deles.
Observamos, também, que muitos pareceram entender que a História é um campo da ciência,
com pesquisa científica e métodos e que historiadores não são “doutrinadores”, mas que sim
escrevem o que encontram em suas fontes.
respostas comentadas de Gisele Goulart da Costa, de 14 anos, que respondeu “Eu achei que os
cientistas, historiadores no caso, tinham que achar objetos antigos, voltar ao passado e fazer
vários negócios assim. Através da aula da ‘sora, eu vi ao contrário, porque, escrevendo, vendo
papeis antigos, qualquer coisa que se refere ao passado você pode ser um historiador. ” Kevin
Bueno, 15 anos, nos relatou que “Eu acho que eu aprendi mais sobre ter cuidado com artigos
antigos.” e Nicoly de Avila Barros, 14 anos, “Eu consegui entender melhor como os
historiadores trabalham. Tipo, eu consegui mudar um pouquinho o que eu pensava de como
era o trabalho deles e também entender melhor a matéria. ”
Considerações Finais
A aula de História tem se tornado um espaço onde não basta ensinar conteúdo, e sim
preparar os alunos para lidar com questões políticas e sociais. Essa tarefa cabe principalmente
ao professor de História. E para evitarmos os títulos de doutrinadores, demonstrar aos
estudantes como é feita a pesquisa histórica é um passo importante. Se podemos mudar a
percepção de algumas pessoas sobre a profissão, que sejam os alunos e que seja através de um
método que envolve o ensino e aprendizagem.
Ensinar o método científico histórico para os alunos é importante para que eles
consigam criar seus próprios conceitos sobre a matéria, e também que compreendam que o
trabalho do historiador não consiste em inventar fatos. Entender que todo ser humano está
sujeito a subjetividade ajuda a refletir sobre outros discursos circulantes, principalmente
daqueles que se dizem detentores da verdade absoluta, imparciais.
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A escola e a Universidade, a pesquisa e o ensino devem andar juntas para que assim a
teoria e prática se conectem cada vez mais. Freire (1996) diz que não existe ensino sem
pesquisa.
Referenciais
CAIMI, Flávia Eloisa. O que precisa saber um professor de História? História & Ensino,
Londrina, v. 21, n. 2, p. 105-124, jul./dez. 2015.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo:
UNESP, 2003. Arquivo PDF. Disponível em:
http://plataforma.redesan.ufrgs.br/biblioteca/pdf_bib.php?COD_ARQUIVO=17339 Acesso
em: 11/02/2019
ROGGE, Jairo, WITT, Marcos Antônio. América Latina sob o olhar do cinema: as
possibilidades do uso do de filmes na docência em História. Projeto Pibid, Unisinos, 2018.
10
PEREIRA, Nilton Mullet. O Ensino de História e o Presente. Ágora, Santa Cruz do Sul, v.
13, n. 1, p. 151-166, jan./jun. 2007